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CADERNO PROCESSO CIVIL - CPII

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AULA 01
Humberto Theodoro: “o procedimento comum é o que se aplica a todas as causas para as quais a lei processual não haja instituído um rito próprio ou específico (NCPC, art. 318). Seu âmbito é, portanto, delimitado por exclusão: onde não houver previsão legal de um procedimento especial, a causa será processada sob as regras do procedimento comum”.
Há dois tipos de processo: de conhecimento e execução. Todos com uma sequência própria de atos. No processo de conhecimento há o procedimento comum e os especiais. 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. 
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
O legislador cria procedimentos especiais para se adequar a determinadas demandas. A razão de especializar são as peculiaridades de direito material, sendo inadequado o procedimento comum para satisfazer a demanda. Sendo assim, é necessário fazer ajustes. Também pode ter p. especial em razão de política legislativa. Ex: ação monitória que cria rapidamente um título executivo, acelera a formação do título executivo.
Em princípio, o autor não pode escolher o procedimento, mas a lei excepciona algumas situações, como por exemplo o JEC (Art. 3°, parágrafo 3° da LEI 9099/95). Há controvérsia sobre a possibilidade do condomínio litigar no JEC, pois a lei não proíbe nem permite. 
Não há como escolher entre juizado federal e vara cível federal, a competência do JEF é absoluta, assim como do juizado fazendário (Art. 2°, parágrafo 4° da Lei 12.153/09). No JEF e no JF não há prazos diferenciados (prazo em dobro) nem reexame necessário. Inclusive, o Art. 496 prevê que a remessa necessária será a partir de um valor que excede o teto do juizado, além das vedações nas leis específicas. 
No entanto, é possível que o valor a ser pago pela Fazenda Pública seja superior ao teto aferido na propositura da ação. Nesse caso, é possível que haja a requisição de precatórios nos juizados (ex: juros, correção monetária…). Pode ter tutela antecipada de ofício no juizado fazendário.
Há, inclusive, a possibilidade de conceder a tutela antecipada na sentença, para que a sentença produza efeitos imediatos. Isso porque (Art. 1012, parágrafo 1°, V) a decisão que concede a tutela antecipada terá natureza interlocutória, cujo recurso cabível será o agravo de instrumento. O AI, diferentemente da apelação, não tem efeito suspensivo, apenas devolutivo. A maioria da doutrina é contrária à concessão de tutela antecipada de ofício.
O Art. 292, parágrafo 3° do CPC permite que o juiz altere o valor da causa de ofício, em razão de estar relacionado com a competência absoluta. No JEC é facultada a escolha de procedimento, exceto para quem não pode litigar. 
Sincretismo processual: é a noção de que o processo de conhecimento e o processo de execução são, na verdade, um único processo, denominado sincrético. Há nesse processo duas fases distintas: cognitiva e executória.
Art. 162 § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
(...)
PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial é o meio pelo qual o autor exerce o direito de ação e o Estado-juiz é provocado. Estado civil (art. 73) é importante em razão da outorga uxória e litisconsórcio necessário. Profissão pode ser indicativo de gratuidade. Na ausência de qualquer elemento, o autor pode pedir auxílio do juízo. 
Art. 319: § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Tem que ter valor da causa sempre, sob pena de indeferimento da P.I. Isso porque o valor da causa gera reflexos na determinação da competência, na definição do rito procedimental, no recolhimento das taxas judiciárias e na aplicação de multas. Além disso, influencia na fixação do depósito prévio da ação rescisória (5% do valor da causa) e na adoção do arrolamento nos processos de inventário e partilha. 
Art. 292 § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
A impugnação do valor da causa deverá ser feita na contestação, sob pena de preclusão. Não há incidente. 
Art. 293, NCPC. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.
	Fato e fundamentos jurídicos: trata-se da apresentação fática - causa de pedir próxima - e das consequências jurídicas que o autor pretende que tais fatos tenham no caso concreto - causa de pedir remota. 
Princípio da individualização: basta o autor apontar genericamente o título com que age em juízo. Princípio da substanciação (adotado pelo CPC): o exercício do direito de ação exige que a causa de pedir compreenda o fato ou complexo de fatos de que se extrai a conclusão que leva ao pedido formulado. No primeiro, basta dizer que é credor; no segundo, é necessário descrever todos os fatos que levaram à aquisição do crédito. 
O requerimento de produção de provas costuma ser genérico, bastando ao autor a indicação genérica de todos os meios de prova em direito admitidos, para que o requisito seja considerado preenchido. 
A audiência de conciliação e mediação não se confunde com a do JEC ou das ações de família. Não se permite quando o direito, em tese, é indisponível ou quando as partes expressam o desinteresse. Apesar das hipóteses de dispensas de conciliação, é comum que a doutrina alargue as situações. Caso o autor não indique na petição se deseja ou não a audiência, a doutrina entende que não há irregularidade ou hipótese de emenda, mas deve ser entendido como não oposição à sua realização.
Constará, ainda, da petição inicial, sob pena de inépcia, (i) a discriminação das obrigações objeto da controvérsia e (ii) a quantificação do valor incontroverso do débito, sempre que se trate de ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação de bens (art. 330, § 2º). Nesse caso, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados (art. 330, § 3º).
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
· POSTURAS DO JUIZ
1) Determinação da citação: é o despacho positivo. Cumprida a citação, o réu é integrado à relação processual.
2) Saneamento da petição: se houver lacunas, defeitos ou irregularidades sanáveis, o juiz determina a emenda. Se o autor não cumprir a diligência em 15 dias, o processo é extinto sem resolução do mérito.
3) Indeferimento da petição: enseja sentença terminativa, impedindo a formação da relação processual trilateral. Se aplica para vícios que não podem ou não foram corrigidos. O indeferimento da petição inicial não impede que o autor volte a propor a mesma ação, evitando, logicamente, os defeitos que inutilizaram sua primeira postulação. 
Hipóteses: inépcia, ilegitimidade da parte, ausência de interesse processual, inobservância dos artigos 106 e 321. Excepcionalmente, há julgamento do mérito na hipótese do Art. 330, § 1º, III, uma das causas de inépciada inicial. 
Se já houver citação, não haverá mais o indeferimento. Do indeferimento cabe apelação, podendo o juiz se retratar em 05 dias (art. 331). Se o juiz não se retrata, o réu é citado para apresentar contrarrazões (art. 331, §1°) e o processo vai ao tribunal.
4) Improcedência liminar do pedido: é uma negação imediata, rejeição. Independe da citação do réu. Hipóteses no art. 332. O pronunciamento será em forma de sentença, cabendo apelação e juízo de retratação. 
Diferencia-se do indeferimento da inicial pois há extinção com resolução do mérito, faz coisa julgada material e o julgamento é sobre o pedido, não sobre a inicial. 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
	Este dispositivo possui caráter cogente, é obrigatória a improcedência se o juiz verificar a incidência de alguma das hipóteses. Porém, não haverá nulidade se o juiz mandar citar o réu e não aplicar o art. 332. 
	É possível a improcedência liminar parcial, se presente alguma das hipóteses do Art. 356 (julgamento antecipado da lide) -> pedido incontroverso ou condições de imediato julgamento. Nesse caso, não há sentença de improcedência liminar, mas sim decisão interlocutória, sujeita a agravo de instrumento. 
Improcedência liminar -> apelação (artigo 332)
Improcedência parcial -> agravo de instrumento (artigo 356, §5° do CPC)
CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA
	Veto ao art. 333 do CPC, sob a justificativa de que a disciplina era pouco criteriosa e poderia levar ao detrimento do interesse das partes. Além disso, já havia a contemplação das demandas repetitivas. 
	Críticas ao veto:
1) "pouco criteriosa": este juízo não cabe ao Poder Executivo, mas ao Legislativo (que havia sido minucioso no tratamento); aos legitimados, que irão avaliar a litigância e aos quais cabe o poder de requerer a conversão; e ao Judiciário, que tem o poder de frear demandas temerárias. 
2) interesse das partes: não ofende o acesso à justiça pois havia mecanismos para resguardar os interesses do autor originário, inclusive afastando o pagamento de despesas processuais, garantindo a posição de litisconsorte unitário, e possibilitando agravar a decisão de conversão. Além disso, a segunda onda do acesso à justiça relaciona-se com a instauração de demandas coletivas, trazendo efetividade. 
3) demandas repetitivas: os mecanismos podem se somar e conviver. 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
Conciliador: atua preferencialmente quando não há vínculo anterior.
Mediador: atua preferencialmente quando já há vínculo anterior. Pode se aplicar a demandas contra a Fazenda Pública.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
§ 4º A audiência não será realizada (exceção à obrigatoriedade):
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Não há decretação de revelia. Há uma corrente doutrinária que admite que a manifestação de uma das partes basta para que não haja conciliação, já que o acordo será necessariamente bilateral. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. -> A ausência do advogado ou defensor não implica em ato atentatório e nem impede a conciliação, sua presença não é indispensável.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
 
Ato atentatório: reverte para União ou Estado, exceto art. 774 e 903, §6°. Até 2%.
Litigância de má-fé: reverte para a parte contrária. Sempre será em valor superior a 1% e inferior a 10% do valor da causa. Se for valor irrisório, um salário mínimo. Art. 81 do CPC.
O STJ decidiu que não cabe agravo de instrumento contra a decisão que aplica multa por ato atentatório à dignidade da justiça pelo não comparecimento à audiência de conciliação. A decisão cominatória da multa do art. 334, §8º, do CPC, à parte que deixa de comparecer à audiência de conciliação, sem apresentar justificativa adequada, não é agravável, não se inserindo na hipótese prevista no art. 1.015, inciso II, do CPC, podendo ser, no futuro, objeto de recurso de apelação, na forma do art. 1.009, §1º, do CPC. REsp 1.762.957-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 10/03/2020, DJe 18/03/2020.
AULA 02
PEDIDO
	O pedido é o núcleo essencial da PI, porque detém as balizas da prestação jurisdicional. Princípio da congruência. O pedido estabelece o que será analisado. No CPC anterior, era analisado estritamente (em prova de concurso, deve-se fazer assim). O novo CPC sugere uma nova interpretação (art. 332, §2°)
	Humberto Theodoro: demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz: 1ª, uma sentença (pedido imediato); e 2ª, uma tutela específica ao seu bem jurídico que considera violado ou ameaçado (pedido mediato, que pode consistir em condenação do réu, declaração ou constituição de estado ou relação jurídica, conforme a sentença pretendida seja condenatória, declaratória ou constitutiva
Espécies: 
1) certo: é o expresso na PI. O oposto é o pedido implícito, que não está na inicial, mas está na lei. Se não o fizer, o juiz irá julgar conforme a lei, acolhendo o pedido implícito. Ex: correção monetária, juros, prestações periódicas, sucumbência.Na sentença deve ser expresso. Art. 85, §2°. 
2) determinado: o pedido deve ser delimitado. Se contrapõe ao pedido genérico, que é aquele que na propositura ainda não pode ser delimitado, não há conteúdo econômico claro. Para atender a lei, coloca-se um valor genérico. Art. 324, §1°, III é um exemplo, a ação de exigir contas. Cabe ao autor indicar quanto deseja ganhar de dano moral, sob risco de indeferimento (antes, haverá emenda). Art. 14 da Lei 9099/95.
	Cumulação de pedidos: mais de um pedido no mesmo processo. Art. 327. Tem que ser o mesmo réu ou ter conexão (ex: contrato de financiamento e contrato de seguro). Essa é a orientação do STJ, pode ter mais de um pedido, ainda que de réus diferentes. Os pedidos devem ser compatíveis entre si, não tem como cumular pedidos de juízos distintos, sob pena de indeferimento da inicial por inépcia (art. 330, §1°, IV). 
​​Art. 327, § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
	A cumulação pode ser própria (simples ou sucessiva), objetivando a satisfação de todos os pedidos formulados, ou imprópria (subsidiária/eventual ou alternativa), que não tem a pretensão de que todos sejam atendidos. 
A simples tem vários pedidos autônomos entre si, mas o autor quer todos. Na sucessiva, há uma prejudicialidade entre pedidos, a análise de um repercute no outro. A subsidiária está no art. 327, §3° e estabelece uma ordem de preferência para os pedidos. Exemplo: ação por dano moral -> a defesa requer, por um lado, a improcedência, mas se for dada procedência, que seja reduzido o valor indenizatório. A alternativa elenca diversos pedidos, mas a acolhida de qualquer destes satisfaz o autor, sem ordem de preferência. 
	Modificação dos pedidos: não há estabilidade objetiva em um primeiro momento, só posteriormente que não poderá mudar. Se for direito transmissível, as partes irão mudar. Em regra, não há estabilidade subjetiva. Até a citação o autor tem liberdade para mudar o pedido. Art. 329. Depois da citação, o réu terá que anuir. Até a decisão de saneamento, o réu poderá complementar a defesa. Com a decisão de saneamento, alcança a estabilidade objetiva. Desejando um novo pedido, pode alegar conexão e fazer uma nova ação que será distribuída por dependência. 
Concurso de ações: é um termo doutrinário, não tem no CPC. É quando a lei disponibiliza mais de um procedimento.
Comunicação dos atos
	Art. 236. 
	Art. 237 dispõe sobre as cartas
AULA 03
RESPOSTAS DO RÉU
Segundo Alexandre Câmara, são as possíveis reações do réu à demanda proposta do autor. A primeira resposta que o réu pode oferecer é a inércia. Além de ficar inerte, o réu pode se defender por meio da contestação. O réu pode também demandar em face do autor, por meio da reconvenção, e de terceiros (denunciação da lide, desconsideração da personalidade jurídica e chamamento ao processo). O réu pode, por fim, arguir impedimento e suspeição.
CONTESTAÇÃO
A contestação é o nome dado a dois fenômenos do CPC: a defesa do réu e a peça de resposta. A contestação pode, portanto, incluir mais que a defesa e até mesmo não ter a defesa. O CPC exige que o réu alegue toda a defesa que tenha em seu favor (Art. 336), de modo que antes da defesa de mérito haja a defesa processual. 
DEFESA PROCESSUAL
As defesas processuais estão elencadas no Art. 337 do CPC e são aquelas relacionadas à regularidade do processo, que podem, inclusive, impedir a sua continuação (em geral, são as preliminares de mérito). 
Pode ser dilatória (acolhimento não põe fim ao processo - incompetência, nulidade de citação, conexão), peremptória (fazem com que o processo seja extinto sem a resolução do mérito - ex: inépcia, perempção, litispendência) ou dilatória potencialmente peremptória (acolhidas, permitem ao autor o saneamento do vício ou irregularidade, mas na omissão do autor, haverá extinção sem resolução do mérito - ex: incapacidade ou falta de caução). 
Com exceção da CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM E A INCOMPETÊNCIA RELATIVA, o juiz conhecerá de ofício (sem provocação) das matérias previstas no art. 337. 
Enunciado nº 33 do STJ: "A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. Exceções: 
1) Art. 63, § 3º do NCPC: Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
2) Enunciado 89 do FONAJE: A incompetência territorial pode ser reconhecida de ofício no sistema de juizados especiais cíveis.
Litispendência e coisa julgada pressupõem identidade entre partes, causa de pedir e pedido, mas na primeira o processo ainda está em curso. Art. 55, parágrafo 3° fala em afinidade, que apesar de não ter conexão, pode gerar decisões conflitantes. TJRJ decidiu, em sede de IRDR, que há afinidade em demandas de cobrança e de revisão contratual. 
Convenção de arbitragem é um negócio jurídico típico e autônomo em relação às demais cláusulas (o mesmo ocorre com a eleição de foro). É gênero das espécies cláusula compromissória e compromisso arbitral. A primeira é anterior ao litígio, preventiva, vem no contrato. O segundo é posterior ao litígio, é repressivo. Essa é uma questão preliminar que depende da provocação do réu, sob pena de preclusão, assim como a incompetência relativa. O juiz não poderá conhecer de ofício (Art. 337, parágrafo 5°).
O § 6º prevê que a ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista no CPC, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
DEFESA DE MÉRITO
A defesa de mérito consiste na leitura dos pedidos à luz da causa de pedir, é a impugnação dos fatos e fundamentos suscitados pelo autor. Diz respeito ao direito material. A defesa de mérito divide-se em direta e indireta, sendo a primeira a negativa dos fatos ou fundamentos jurídicos pelo réu e a segunda a apresentação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, ainda que este exista (ex: prescrição, compensação). A maioria das defesas processuais não preclui e pode ser reconhecida de ofício. 
*O indeferimento da petição inicial é um termo utilizado antes da citação do réu. Se os vícios que levam ao indeferimento são constatados depois da citação, tornam-se falta de pressuposto processual. Dependendo do vício, a emenda pode ser feita depois da contestação, até que haja a estabilidade da demanda. 
Princípio da concentração: via de regra, é na contestação que todas as defesas são suscitadas (Art. 336). Exceções no Art. 342, matérias que podem ser suscitadas após a contestação: as cognoscíveis de ofício, as que não se sujeitam à preclusão e as relativas a fatos novos. 
· Ônus da impugnação especificada dos fatos
Art. 341 impede a formulação de defesa genérica, presumindo-se verdadeiros os fatos não impugnados. 
Exceção dada ao defensor público, advogado dativo e ao curador especial, exercida pela Defensoria Pública. Nesse caso, há a contestação por negativa geral (considerada uma prerrogativa). Doutrina institucional: a menos que haja uma razão CONCRETA para o uso desse dispositivo, é vedado, conforme essa corrente, que o membro da Defensoria conteste por negativa geral. 
Nas hipóteses em que a curadoria especial pode ocorrer, não há a possibilidade de ter acesso ao réu, logo, não há como discutir os fatos. Por isso, confere-se esta prerrogativa à DP de forma excepcional, por uma razão lógica (Art. 341, p. ú). 
PEÇA CONTESTATÓRIA
ENUNCIADO 10 FONAJE – A contestação poderá ser apresentada até a audiência de Instrução e Julgamento
Presunção relativa de veracidade: se a contestação deixa de impugnar fatos da petição inicial, sobre estes incidirá tal presunção. A presunção relativa é uma norma de direito processual que está relacionada à redistribuiçãodo ônus da prova. Já a presunção absoluta é uma norma de direito material, não necessita de prova. Exceções à presunção relativa estão nos incisos do Art. 341. 
Princípio da eventualidade: como o réu deve apresentar todas as teses defensivas que militam a seu favor, admite-se que se apresente defesas contraditórias entre si. Professor diz que em sua visão há o limite da boa-fé processual, por uma questão de coerência.
Réplica: oitiva do autor nos casos de defesa de mérito indireta e defesas processuais. 
	No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II do art. 335 será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. Por outro lado, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência. Duas situações distintas: se os réus pedirem o cancelamento da audiência e se o autor desistir da ação com relação a réu não citado. 
Substituição da nomeação à autoria (antes só cabia em casos restritos): 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338 .
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput , será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
RECONVENÇÃO
Reconvenção é uma demanda ajuizada pelo réu contra o autor no mesmo processo. Pode vir desacompanhado da defesa, mas sofrendo as consequências da falta de sua apresentação (efeitos da revelia).
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. -> na cumulação de pedidos e na reunião de processos, não se exige conexão. 
A reconvenção subjetivamente ampliada é a possibilidade de se juntar com terceiro para litigar contra o autor. O terceiro pode ser incluído no polo ativo ou passivo. A reconvenção irá seguir o mesmo rito do procedimento comum, podendo ter intervenção de terceiros.
O terceiro que integra a lide pode oferecer a reconvenção da reconvenção, por entendimento por exclusão do Art. 700 do CPC. 
O limite da reconvenção não é a conexão do Art. 55, uma vez que a defesa do réu não possui causa de pedir, que é um dos requisitos para que os processos sejam conexos. A conexão a que se refere a reconvenção é um ponto de contato, segundo a tese de Barbosa Moreira. 
A reconvenção é uma demanda autônoma em relação à demanda principal. Ex: o autor pode perder a legitimidade ativa na demanda principal, mas a cobrança em face dele que for objeto da reconvenção poderá permanecer. 
Nas ações dúplices, os pedidos formulados na contestação não implicam nova ação. Haverá uma só e um só processo; porém, tal como ocorre na reconvenção, os pedidos contrapostos passam a gozar de autonomia, em relação aos principais: havendo desistência ou extinção, sem resolução de mérito, das pretensões iniciais, o processo prosseguirá em relação aos pedidos formulados na contestação.
Art. 343 § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
REVELIA
	Ocorre a revelia ou contumácia quando, regularmente citado, o réu deixa de oferecer resposta à ação, no prazo legal. Como já se expôs, o réu não tem o dever de contestar o pedido, mas tem o ônus de fazê-lo. Se não responde ao autor, incorre em revelia, que cria para o demandado inerte um particular estado processual, passando a ser tratado como um ausente do processo.
A revelia tem como efeito material a presunção relativa de veracidade. Essa presunção nem sempre se aplica, por força das hipóteses previstas no Art. 345: pluralidade de réus, direitos indisponíveis, alegações inverossímeis do autor, ausência de instrumentos essenciais à prova do ato.
Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Um efeito processual da revelia é o julgamento antecipado da lide. Como já existe a presunção relativa de veracidade, não precisa ter instrução, em regra, até porque o ônus da prova será do réu. Se ele não se manifestar, o julgamento antecipado pode ocorrer. Não tendo julgamento antecipado, o réu revel pode ingressar no processo a qualquer tempo, recebendo-o na fase em que se encontrar. 
AULA 04
JULGAMENTO CONFORME ESTADO DO PROCESSO
Não havendo contestação, o juiz não irá aplicar de imediato os efeitos da revelia. Será aberto prazo para especificação de provas pelo autor, que para Daniel Amorim será de 15 dias, enquanto Câmara defende que será de 5 dias úteis. 
A especificação de provas é uma forma de garantir a paridade de armas. Se o réu apresentar a contestação por meio de defesa de mérito indireta, será aberto prazo para a réplica do autor. Também haverá réplica caso a contestação tenha defesas processuais. Artigos 350 e 351 do CPC.
É possível que depois dos atos instrutórios o juiz conclua que houve prescrição ou decadência, havendo extinção com resolução de mérito. Pode ter homologação de acordo. Não sendo estes casos, o juiz irá verificar se pode realizar o julgamento antecipado da lide, que é uma abreviação do processo, uma hipótese de julgamento definitivo de mérito dispensando a fase instrutória. 
O CPC autoriza esse julgamento diante da causa madura, seja por ser uma questão meramente de direito ou pela desnecessidade de prova. 
A diferença para a improcedência liminar do pedido é que esta ocorre diante da inobservância de precedentes vinculantes. No julgamento antecipado já existe o exaurimento cognitivo do juiz, devendo ser resolvido o mérito. O juiz não pode ter comportamentos contraditórios, como indeferir provas e depois julgar extinto por insuficiência de provas.
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 .
Julgamento parcial antecipado da lide
É possível que diante de parcelaincontroversa o juiz já profira decisão final. O CPC anterior tratava isso como tutela provisória, o que era criticado pela doutrina, pois já não havia mais controvérsia entre as partes. 
O Art. 356, parágrafo 5° traz uma hipótese de aplicação do agravo de instrumento fora do rol do Art. 1015. 
· Saneamento do processo
São atos posteriores aos atos postulatórios e anteriores à instrução. É a fase própria para a estabilização do feito, a fim de prepará-lo para julgamento. Art. 357.
O juiz verá sobre quem irá recair o ônus da prova, que a princípio é estático.
	Saneamento colaborativo: abre um espaço maior de diálogo entre os personagens do processo, para que possa haver um saneamento das questões de fato ou de direito de forma adequada. Consiste na realização de audiência com a participação das partes para que estas atuem na fase saneadora. 
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
É possível, ainda, que as partes, de forma consensual, redelimitem as questões de fato ou de direito, seja ampliando ou reduzindo o objeto da lide. Art. 357, parágrafo 2°. 
Eficácia preclusiva do saneamento: as matérias de ordem pública podem ser alegadas a qualquer momento. O parágrafo 1° do Art. 357 fala da decisão estável para evitar o retrocesso da marcha processual, por uma questão de segurança jurídica. Essa preclusão não se aplica a fatos novos.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
 
A AIJ não é um ato obrigatório do processo, a menos que seja imprescindível a produção de prova oral. Nela, o juiz exerce poder de polícia. As provas orais deverão ser produzidas em ordem preferencial. Pode ser adiada pelas hipóteses do art. 362. 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
As alegações finais são, em regra, orais em audiência, podendo ser em formato de memoriais escritos de forma excepcional. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.
JULGADOS IMPORTANTES
É possível a compensação ser alegada em contestação, de forma a justificar o não pagamento do valor cobrado ou a sua redução, extinguindo ou modificando o direito do autor. A compensação é matéria possível de ser alegada em contestação, de forma a justificar o não pagamento do valor cobrado ou a sua redução, extinguindo ou modificando o direito do autor. Todavia, conforme o art. 369 do CC/2002, a compensação se dá apenas entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. STJ. 3ª Turma. REsp 2000288-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info 757).
Não há como formular, na contestação, pedido de rescisão ou revisão contratual (entendimento proferido à luz do CPC/1973). Não há como formular, na contestação, pedido de rescisão ou revisão contratual. Isso porque, sem reconvenção, o Juiz não pode julgar pedidos do réu quanto ao mérito e, por consequência, não pode decretar a rescisão do contrato e reconstituir o status quo ante ou revisar o contrato para alterar os direitos e as obrigações nele previstos. Em outras palavras, o direito do autor só seria extinto ou modificado após a decretação da rescisão ou da revisão por sentença e, para tanto, seria necessária a realização de um pedido em reconvenção ou em ação autônoma. STJ. 3ª Turma. REsp 2000288-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info 757).
A alegação de nulidade de cláusula contratual é matéria possível de ser alegada em contestação sempre que consistir em fato extintivo do direito do autor. Se a pretensão de cobrança deduzida na inicial é fundada em cláusula contratual, a alegação de nulidade dessa cláusula ou da própria cobrança pode ser manejada em contestação, por caracterizar fato extintivo do direito do autor. STJ. 3ª Turma. REsp 2000288-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info 757).
Quando a petição inicial puder ser emendada, é proibido ao juiz indeferi-la sem dar ao autor essa oportunidade. O indeferimento da petição inicial, quer por força do não-preenchimento dos requisitos exigidos nos arts. 319 e 320 do CPC/2015, quer pela verificação de defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, reclama a concessão de prévia oportunidade de emenda pelo autor, nos termos do art. 321 do CPC/2015. STJ. 2ª Seção. REsp 2013351-PA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/09/2022 (Info 751).
Os entes públicos devem ser intimados pessoalmente pelo Portal Eletrônico; contudo, se eles não fizeram o cadastramento, será válida a intimação pelo Diário de Justiça Eletrônico. Não há ofensa à prerrogativa de intimação pessoal prevista no art. 183 do CPC, quando o ente público deixa de realizar o necessário cadastramento no Sistema de Intimação Eletrônica do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.050 do CPC, sendo válida a intimação pela publicação no Diário de Justiça Eletrônico. STJ. 1ª Seção. AR 6503-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/10/2021 (Info 716).
O autor responde pelo pagamento de honorários advocatícios se o pedido de desistência tiver sido protocolizado após a ocorrência da citação, ainda que em data anterior ao oferecimento da contestação. Em caso de desistência da ação após a citação e antes de apresentada a contestação, é devida a condenação do autor ao pagamento de honorários advocatícios, que deve observar a regra geral prevista no § 2º do art. 85 do CPC/2015. O art. 1.040, § 2º, do CPC/2015, que trata de hipótese específica de desistência do autor antes da contestação sem pagamento de honorários advocatícios, somente se aplica dentro do microssistema do recurso especial repetitivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1819876-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/10/2021 (Info 713).
Mesmo não havendo previsão legal expressa, a prerrogativa do § 2º do art. 186 do CPC/2015 pode ser também requerida pelo defensor dativo. É admissível a extensão da prerrogativa conferida à Defensoria Pública de requerer a intimação pessoal da parte na hipótese do art. 186, §2º, do CPC ao defensor dativo nomeado em razão de convênio entre a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria. Art. 186 (...) § 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada. STJ. 3ª Turma. RMS 64894-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/08/2021 (Info 703).
Na contestação, a parte ré formulou pedido reconvencional (reconvenção), mas denominou equivocadamente de pedido contraposto (que seria inadmissível,no caso); mesmo assim, esse pedido deverá ser analisado e julgado como pedido reconvencional A equivocada denominação do pedido reconvencional como pedido contraposto não impede o regular processamento da pretensão formulada pelo réu contra o autor, desde que ela esteja bem delimitada na contestação. STJ. 3ª Turma. REsp 1940016-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/06/2021 (Info 702).
É inadmissível o indeferimento automático do pedido de gratuidade da justiça apenas por figurar a parte no polo passivo em processo de execução situação concreta adaptada: a empresa Emel S/A ingressou com execução de título extrajudicial contra a BSF Engenharia Ltda. No curso do processo, foi deferido pedido de desconsideração da personalidade jurídica da empresa executada, incluindo-se no polo passivo da demanda os sócios, dentre eles, João. Tão logo ingressou nos autos, João pediu a concessão da gratuidade da justiça. O juiz negou o pedido argumentando que esse benefício é incompatível com o processo de execução, em que vigora o princípio da responsabilidade patrimonial, a sujeitar todos os bens penhoráveis do devedor à satisfação integral da dívida. Para o magistrado e o TJ/RS, a gratuidade, na execução de título extrajudicial, é acessível apenas à parte autora, podendo o devedor obter o benefício somente na ação de embargos à execução, dada sua natureza cognitiva. O STJ concordou com esses argumentos do TJ/RS? NÃO. A gratuidade de justiça não é incompatível com a tutela jurisdicional executiva, voltada à expropriação de bens do devedor para a satisfação do crédito do exequente. O benefício tem como principal escopo assegurar a plena fruição da garantia constitucional de acesso à Justiça, não comportando interpretação que impeça ou dificulte o exercício do direito de ação ou de defesa. O direito à gratuidade de justiça está diretamente relacionado à situação financeira deficitária do litigante, que não o permita arcar com as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios, o que não significa que peremptoriamente será descabido se o interessado for proprietário de algum bem. Se não verificar a presença dos pressupostos legais, pode o julgador indeferir o pedido de gratuidade, após dispensar à parte oportunidade de apresentação de documentos comprobatórios (art. 99, § 2º, do CPC/15). STJ. 3ª Turma. REsp 1837398-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/05/2021 (Info 698).
Se o autor não pagar as custas iniciais, mesmo sendo intimado para tanto, o juiz deverá determinar o cancelamento da distribuição (art. 290 do CPC), não sendo necessária a oitiva do réu e não gerando a condenação ao pagamento de ônus sucumbenciais. O cancelamento da distribuição, a teor do art. 290 do CPC, prescinde da citação ou intimação da parte ré, bastando a constatação da ausência do recolhimento das custas iniciais e da inércia da parte autora, após intimada, em regularizar o preparo. STJ. 3ª Turma. REsp 1906378/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/05/2021 (Info 696)
Valor da causa e ação questionando apenas parte do contrato. Em regra, se a ação proposta tiver por objetivo questionar um negócio jurídico, o valor da causa será o valor econômico deste contrato. Entretanto, a jurisprudência entende que, se estiver sendo impugnada apenas uma parte do negócio ou determinada cláusula contratual, o valor da causa não será o valor integral do contrato, mas tão somente o benefício econômico daquilo que está sendo questionado no processo. STF. Plenário. ACO 664 Impugnação ao Valor da Causa-AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, 24/4/2013 (Info 703).
Valor da causa e ação de reintegração de posse por força de comodato. O valor da causa em ação de reintegração de posse que objetive a retomada de bem objeto de contrato de comodato que tenha sido extinto deve corresponder à quantia equivalente a doze meses de aluguel do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 1230839-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/3/2013 (Info 519).
Peculiaridade: indeferimento da petição inicial da ação rescisória. A emenda da petição inicial é um direito subjetivo do autor, e não mera faculdade do juiz. Assim, é nula a sentença que indefere a petição inicial sem que o juiz permita a correção do vício sanável. No entanto, em 2012, a 3ª Turma do STJ decidiu, em um caso específico, que é possível a extinção de ação rescisória sem resolução do mérito na hipótese de indeferimento da petição inicial, em face da ausência do recolhimento das custas e do depósito prévio, sem que tenha havido intimação prévia e pessoal da parte para regularizar essa situação. Como a falta de recolhimento de custas e depósito na ação rescisória não se enquadra nas hipóteses do § 1º do art. 267 do CPC 1973, a intimação prévia da parte não era necessária para que fosse possível a extinção do processo. STJ 3ª Turma. REsp 1286262-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012 (Info 511).
Prazo para o autor emendar a Inicial O prazo para que o autor emende a petição inicial é um prazo dilatório (e não peremptório). Logo, o juiz poderá aceitar a emenda da petição inicial mesmo fora deste prazo. Este prazo pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por determinação do juiz. Novo CPC: o raciocínio empregado no julgado acima permanece válido no novo CPC (art. 139, VI). No entanto, é importante destacar que o prazo disponível para que o autor emende a petição inicial foi ampliado pelo CPC 2015 para 15 dias (antes, o prazo era de 10 dias). STJ. 2ª Seção. REsp 1133689-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 28/3/2012 (recurso repetitivo) (Info 494).
O recurso interposto pela Defensoria, na qualidade de curadora especial, não precisa de preparo. Tendo em vista os princípios do contraditório e da ampla defesa, o recurso interposto pela Defensoria Pública, na qualidade de curadora especial, está dispensado do pagamento de preparo. STJ. Corte Especial. EAREsp 978895-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 18/12/2018 (Info 641).
Curador especial pode apresentar reconvenção O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos interesses está defendendo. STJ. 4ª Turma. REsp 1088068-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 29/08/2017 (Info 613).
Efeito material da revelia em caso de ação de indenização por danos materiais. Em uma ação de indenização, se ocorrer a revelia, deve-se presumir a veracidade quanto aos danos narrados na petição inicial. No entanto, esta presunção de veracidade não alcança a definição do quantum indenizatório indicado pelo autor. STJ. 4ª Turma. REsp 1520659-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 1º/10/2015 (Info 574).
Contestação apresentada dentro da reconvenção. O réu, no prazo para resposta, não ofereceu contestação em peça autônoma, apresentando apenas “reconvenção” na qual refuta, de forma específica e pormenorizada, as alegações expostas na inicial e pede expressamente que seja julgado improcedente o pleito formulado pelo autor. Desse modo, percebe-se que em uma única peça intitulada de “reconvenção”, o réu apresentou também o conteúdo de uma contestação. Logo, diante de tais peculiaridades, não se pode dizer que tenha havido revelia, já que houve a oferta de contestação, apesar de não ter sido apresentada em uma peça autônoma. O STJ entende que constitui mera irregularidade a apresentação de contestação e de reconvenção em peça única, não se podendo falar que houve revelia. STJ. 3ª Turma. REsp 1335994-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/8/2014 (Info 546). Novo CPC: O CPC 2015 traz uma interessante novidade: a reconvenção é apresentada na mesma peça que a contestação (art. 343, § 6º).
Reconvenção e conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa. A reconvenção pode ser apresentada sempre que seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. O cabimento da reconvenção deve ser apreciado em status assertionis, ou seja, segundo o que o réu reconvinte afirmou na reconvenção. STJ. 3ª Turma. REsp 1126130-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,julgado em 20/3/2012. 
TEORIA DA PROVA
Prova é todo elemento que é trazido aos autos para auxiliar na formação da convicção do juiz sobre a configuração dos fatos. 
A destinação será direta para o juiz, pois ele que julgará a causa, mas será indireta para as partes. A prova é um direito autônomo assegurado às partes. Aliado ao direito de influenciar por meio da prova, a parte também poderá ser influenciada. Por isso, também é destinatária.
Teoria da substancialização: fatos e direitos serão objeto da prova.
O Art. 374 traz as hipóteses de exclusão/dispensa de prova, servindo como critérios legais para o indeferimento. Os fatos não controvertidos podem decorrer da não impugnação especificada na contestação.
Provas indiretas recaem sobre indícios, não sobre o fato propriamente (provas diretas). A prova ser direta ou indireta influencia na sua valoração. As provas materiais não decorrem de testemunho ou documento. Ex: inspeção, perícia, vistoria. O fato de ter um laudo pericial não faz com que seja prova documental.

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