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UFRRJ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INSTITUTO DE TECNOLOGIA IT – 164 PRÉ PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS SECAGEM Madelon Rodrigues Sá Braz Definição e Importância da secagem Definição: Transferência de calor e massa entre o produto e o ar de secagem Importância: - Antecipar a colheita - Armazenagem por períodos mais longos - Impede desenvolvimento de microrganismos e insetos - Minimiza perdas do produto no campo IT- 164/UFRRJ Princípios da secagem - Movimento da água decorrente da diferença da pressão de vapor d`água entre a superfície do grão e do ar ambiente Pvg > Pvar - dessorção - secagem do grão Pvg < Pvar - adsorção - umedecimento do grão Pvg = Pvar - equilíbrio higroscópico Pvg IT- 164/UFRRJ Histerese Velocidade de absorção de água pelo grão é muito mais lenta do que a dessorção IT- 164/UFRRJ Tipo de água contida nos grãos 1. Água absorvida (livre): >27%, retida mecanicamente pelas paredes celulares, ocupando espaços intercelulares 2. Água adsorvida (osmótica): 13 a 27%, sob tensão osmótica, papel biológico 3. Água adsorvida (multicamada): 0 a 13%, fixa na camada monomolecular por pontes de hidrogênio 4. Água adsorvida (monocamada): 0 a 13%, em torno das macromoléculas da matriz celular por ligação iônica IT- 164/UFRRJ 1 2 3 4 Processo de secagem que ocorre no interior do produto ESTÁDIO 1 ESTÁDIO 2 ESTADIO 3 ESTÁDIO 4 Classificação dos Sistemas de Secagem IT- 164/UFRRJ 1.Secagem Natural (Sem interferência do homem) - Seca o produto no próprio campo (na planta) - Vento e da energia solar - Problemas: - Grãos sujeito ao ataque de pragas - Tombamento - Intempéries - Ocupa o campo por mais tempo - Dificuldade na colheita mecânica IT- 164/UFRRJ IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.1 Ventilação Natural 2.1.1 Secagem em Terreiros ou paióis - Grãos distribuídos em uma camada espessa (5cm) - Sobre piso de concreto, asfalto, terra batida - Revolver o produto periodicamente - Vento, temperatura e UR afetam a velocidade de secagem IT- 164/UFRRJ Secagem de café em terreiro IT- 164/UFRRJ Secagem de milho em paiol IT- 164/UFRRJ IT- 164/UFRRJ Vantagens da secagem em terreiros ou paióis - Simples construção - Simples operação - Baixo custo Desvantagens da secagem em terreiros ou paióis - Baixa capacidade de secagem por unidade de área - Dependente das condições climáticas - Maior quantidade de mão-de-obra - Área plana para construção do terreiro 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.1 Ventilação Natural 2.1.2 Secagem Solar - Secador solar rotativo - Caixa formada por laterais de madeira com frente e fundo em tela de arame - Inclinação variável - Acompanha o movimento do sol para melhor aproveitamento da energia solar IT- 164/UFRRJ Secador Solar Rotativo IT- 164/UFRRJ Secador Solar UFV-J2 IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.2 Ventilação Forçada 2.2.1 Ar Natural -Ar aquecido apenas pela energia gerada no atrito do contato com pá do ventilador - Eleva a temperatura ambiente de 2 a 3ºC 2.2.2 Baixa temperatura - Aquecedor junto do ventilador - Levemente aquecido até no máximo 10ºC - Baixar umidade relativa do ar IT- 164/UFRRJ Silo para secagem com ar natural ou a baixa temperatura IT- 164/UFRRJ Formação da frente de secagem com três diferentes teores de umidade IT- 164/UFRRJ Características da secagem com ar natural ou a baixa temperatura - Feito em silos secadores-armazenadores - Secagem mais lenta - Pequeno fluxo de ar insuflado na massa de grãos - Inicia na parte inferior até atingir as camadas superiores - Durante o processo possui três faixas de teor de água - É necessário o cálculo da vazão do ar de secagem para permitir que a frente de secagem possa atingir as camadas superiores IT- 164/UFRRJ Carregamento do silo 1. Enchimento em uma etapa Leva de 1 a 3 dias carregando e dependendo das condições atmosféricas pode demorar até 20 dias para o término da secagem 2. Enchimento por camadas Primeiras camadas com grãos com maior teor de umidade, só coloca uma próxima camada somente quando a camada anterior estiver parcialmente seca 3. Camada única Uma camada de até 1,0 m, após esta camada secar, esta é retirada e coloca-se outra camada IT- 164/UFRRJ Número de dias permitidos para a secagem sem deterioração do milho (Enchimento em uma etapa) IT- 164/UFRRJ Movimentação do produto no silo 1. Estático O silo é carregado e não há movimento do produto, observa-se claramente as três regiões distintas 2. Revolvimento do produto Movimentar o produto para que não ocorra o superaquecimento de produto Esquema com rosca transportadora Recirculador de grãos IT- 164/UFRRJ Esquema de um revolvedor “stirring device” IT- 164/UFRRJ Esquema de um recirculador de grãos IT- 164/UFRRJ Vantagens e Desvantagens do revolvimento dos grãos Vantagens: - Maior rendimento - Menor risco de deterioração - Eliminação do gradiente de umidade Desvantagens: - Maior manipulação do produto (danos mecânicos) - Maior investimento inicial - Sobrecarga do equipamento - Acúmulo de materiais finos no centro do silo IT- 164/UFRRJ Operação e monitoramento da secagem - O tempo de funcionamento do ventilador depende do teor de água do produto no silo e do clima da região - Grãos com teor de água maior de 16% (ventilador ligado continuamente) - Grãos com teor de água menor que 16% (ventilador ligado até o final da secagem) - Monitoramento feito através da medição da temperatura e da umidade da massa de grãos para determinar se o produto está seco IT- 164/UFRRJ Vazão do ar de secagem - Vazão específica mínima de secagem é o fluxo mínimo de ar insuflado por unidade de volume ou peso de grãos capaz de promover a secagem - Vazão baixa – deterioração - Vazão alta – reduzir o tempo de secagem, maior consumo de energia - Dependente do grão, clima da região e do teor de umidade inicial - Em geral 1 a 5 m3/min.m3 IT- 164/UFRRJ Duração da secagem (↓ tempo de secagem, ↑ temperatura do ar de secagem ou ↑a vazão do ar) IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.2 Ventilação Forçada 2.2.3 Alta Temperatura Ar aquecido à temperatura acima de 10ºC Influenciado por: Temperatura e UR ambiente Temperatura e fluxo do ar de secagem Umidade inicial do produto Fluxo do produto no secador IT- 164/UFRRJ Alta Temperatura Classificação quanto aos fluxos: a. Camada Fixa b. Cruzados c. Concorrente d. Contra-corrente e. Cascata f. Rotativo g. Fluidizado h. Solar Híbrido IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Horizontal - Ar insuflado pelo ventilador é aquecido - Silo metálico semelhante ao usado na secagem sob baixa temperatura - Construção em alvenaria - Altura do produto de 40 a 60 cm - Revolvimento em intervalos de tempo para garantir uma uniformidade da umidade IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Horizontal IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Horizontal Vantagens: - Menor custo operacional - Menor investimento inicial - Armazenamento no próprio silo-secador Desvantagens: - Alto gradiente de umidade ao longo da camada de grãos - Menor capacidade de processamento devido menor espessura da camada de grãos IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados - Grãos permanecem em colunas verticais construídas de chapas perfuradas - Fluxo de ar é perpendicular ao produto - Grãos em movimento é chamado de fluxo cruzado IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados IT- 164/UFRRJ Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados Vantagens: - Maior capacidade de secagem - Facilidade de manuseio - Baixo custo inicial Desvantagens: - Maior risco de superaquecimento dos grãos - Maior consumo de energia - Quando operado em camada fixa há desuniformidadena secagem IT- 164/UFRRJ Fluxos Concorrente - O ar e os grãos fluem no mesmo sentido dentro do secador - Os grãos pela gravidade e o ar pelas calhas - Trocas intensas de energia e massa na entrada do secador (ar/grãos) - Rápida redução na temperatura inicial e no teor de água IT- 164/UFRRJ Fluxos Concorrente IT- 164/UFRRJ Fluxos Concorrente Vantagens: - Melhor qualidade do produto final - Maior capacidade de secagem - Alta eficiência energética - Baixo custo de instalação e manutenção (quando é utilizado apenas um estádio) Desvantagens: - Alto custo de construção (quando é utilizado mais de um estádio) - Maior risco de incêndio por operar com altas temperaturas IT- 164/UFRRJ Fluxos Contracorrente - O ar e os grãos fluem em sentido contrário dentro do secador - Grãos tem sentido descendente e o ar tem sentido ascendente - À medida que ocorre a secagem os grãos são conduzidos para a parte superior ou para um silo armazenador - Silo secador ou torre IT- 164/UFRRJ Fluxos Contracorrente IT- 164/UFRRJ Fluxos Contracorrente IT- 164/UFRRJ Fluxos Contracorrente Vantagens: - Menor tempo de exposição ao ar de secagem - Maior capacidade de secagem - Menor susceptibilidade aos danos mecânicos Desvantagens: - Maior custo de manutenção quando se utiliza um sistema de silo IT- 164/UFRRJ Secador em Cascata ou Fluxo Misto - Série de calhas invertidas dispostas em linhas alternadas - Grãos tem sentido descendente e o ar se move em todas as direções - Ar com sentido concorrente, contracorrente e de fluxos - Utilizam um fluxo de ar menor do que os outros secadores IT- 164/UFRRJ Secador em Cascata ou Fluxo Misto IT- 164/UFRRJ Secador em Cascata ou Fluxo Misto Vantagens: - Alta eficiência energética - Alta capacidade Desvantagens: - Alto custo inicial - Poluidores do meio ambiente IT- 164/UFRRJ Secador Rotativo - Formado por cilindro tubular horizontal ou inclinado que gira em torno do seu eixo IT- 164/UFRRJ Secador Rotativo Vantagens: - Para café em coco, favorece a limpeza do produto - Uniformidade da secagem Desvantagens: - Alto custo inicial - Baixa eficiência energética - Maior incidência de danos mecânicos IT- 164/UFRRJ Secador em Leito Fluidizado - O ar de secagem atravessa uma placa perfurada provocando turbulência no produto - Capacidade de secagem muito baixa - Elevada potência exigida pelo ventilador IT- 164/UFRRJ Secador solar híbrido - Terreiro de alvenaria que se adaptou a um sistema de ventilação com ar aquecido - Na ausência de radiação solar, incidência de chuvas e no período noturno, o produto é recolhido nas câmaras de secagem ou enleirados sob os dutos secundários para secagem com ar aquecido IT- 164/UFRRJ Alta Temperatura Classificação quanto à operação: a. Contínuos Os grãos ficam constantemente sob ação do calor até atingir um teor de água desejado b. Intermitentes Os grãos passam várias vezes pelo interior do secador até completar a secagem IT- 164/UFRRJ Secadores Contínuos - Fluxo constante de grãos no interior do secador - Grãos úmidos, em fase de secagem e secos - 2 etapas: 1º o grão é atravessado por uma massa de ar quente e 2º o grão é atravessado por um ar com temperatura ambiente - A regulagem do fluxo determina o tempo de exposição ao ar de secagem - Reduz o tempo total de secagem IT- 164/UFRRJ Secadores Contínuos (Fluxo Misto com Calhas paralelas ou Cascata) IT- 164/UFRRJ Secadores Intermitentes - Os grãos sofrem ação de calor durante pequenos intervalos de tempo intercalando com período de repouso - O rendimento da secagem aumenta - A redistribuição da umidade facilita a secagem - Diminui a incidência de trincas - Fluxos concorrentes e fluxos contracorrentes IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.2 Ventilação Forçada 2.2.4 Sistemas Combinados - Alta temperatura quando o grão tem alta umidade - A secagem se completa num sistema de baixa temperatura - Redução da energia requerida para a secagem (dobra a capacidade dos secadores) - Não são utilizados resfriadores, porque o grão chega ao sistema de baixa temperatura ainda aquecido IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.2 Ventilação Forçada 2.2.5 Seca-Aeração - Reduzir o consumo de energia - Aumentar a capacidade de secagem - Grão seco até 2,5% acima do teor de água recomendado - Grão ainda quente é transferido para um silo auxiliar que remove a umidade restante - Maior investimento inicial quando se utiliza um silo têmpera e maior manuseio do produto IT- 164/UFRRJ Silo têmpera IT- 164/UFRRJ 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) 2.2 Convecção - O ar é movimentado por convecção - Não utiliza ventiladores - Trocador de calor entre o ar de exaustão e o ar de secagem - O movimento do ar é função do gradiente de pressão produzido pela diferença de temperatura e umidade entre o ar de secagem e o ambiente IT- 164/UFRRJ Convecção IT- 164/UFRRJ Convecção Vantagens: - Não utiliza ventiladores - Baixo custo inicial - Mão de obra pouco especializada Desvantagens: - Baixa eficiência térmica - Desuniformidade da temperatura e do fluxo de ar - Riscos de contaminação do produto com fumaça IT- 164/UFRRJ Considerações - Antes da secagem o produto deve passar por uma pré-limpeza para eliminar impurezas - Eficiência energética (razão entre a energia requerida para evaporar a água e a quantidade de energia fornecida pelo processo) - Energia fornecida inclui energia para o aquecimento do ar e a potência elétrica do sistema - Preocupação ambiental (fontes alternativas de energia, madeiras de áreas reflorestadas) IT- 164/UFRRJ Slide 1: UFRRJ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INSTITUTO DE TECNOLOGIA IT – 164 PRÉ PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS Slide 2: Definição e Importância da secagem Slide 3 Slide 4: Histerese Slide 5: Tipo de água contida nos grãos Slide 6: Processo de secagem que ocorre no interior do produto Slide 7: Classificação dos Sistemas de Secagem Slide 8: 1.Secagem Natural (Sem interferência do homem) Slide 9 Slide 10: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 11 Slide 12: Secagem de milho em paiol Slide 13 Slide 14: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 15: Secador Solar Rotativo Slide 16: Secador Solar UFV-J2 Slide 17: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 18: Silo para secagem com ar natural ou a baixa temperatura Slide 19: Formação da frente de secagem com três diferentes teores de umidade Slide 20: Características da secagem com ar natural ou a baixa temperatura Slide 21: Carregamento do silo Slide 22: Número de dias permitidos para a secagem sem deterioração do milho (Enchimento em uma etapa) Slide 23: Movimentação do produto no silo Slide 24: Esquema de um revolvedor “stirring device” Slide 25: Esquema de um recirculador de grãos Slide 26: Vantagens e Desvantagens do revolvimento dos grãos Slide 27: Operação e monitoramento da secagem Slide 28: Vazão do ar de secagem Slide 29: Duração da secagem (↓ tempo de secagem, ↑ temperatura do ar de secagem ou ↑a vazão do ar) Slide 30: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 31: Alta Temperatura Slide 32: Secador Camada Fixa Horizontal Slide 33: Secador Camada Fixa Horizontal Slide 34: Secador Camada Fixa Horizontal Slide 35: Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados Slide 36: Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados Slide 37: Secador Camada Fixa Vertical e Secador de Fluxos Cruzados Slide 38: Fluxos Concorrente Slide 39: Fluxos Concorrente Slide 40: Fluxos Concorrente Slide 41: Fluxos Contracorrente Slide 42: Fluxos Contracorrente Slide 43: Fluxos Contracorrente Slide 44: Fluxos Contracorrente Slide 45: Secador em Cascata ou Fluxo Misto Slide 46: Secador em Cascata ou Fluxo Misto Slide 47: Secador em Cascata ou Fluxo MistoSlide 48: Secador Rotativo Slide 49: Secador Rotativo Slide 50: Secador em Leito Fluidizado Slide 51: Secador solar híbrido Slide 52: Alta Temperatura Slide 53: Secadores Contínuos Slide 54: Secadores Contínuos (Fluxo Misto com Calhas paralelas ou Cascata) Slide 55: Secadores Intermitentes Slide 56: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 57: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 58: Silo têmpera Slide 59: 2.Secagem Artificial (com interferência do homem) Slide 60: Convecção Slide 61: Convecção Slide 62: Considerações
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