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TRABALHO DE SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE-PE 
CYNTHIA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
 
 
 
 
 Trabalho apresentado ao curso de 
Engenharia Civil, em cumprimento às 
exigências legais, a fim de adquirir 
conhecimento a respeito de sistemas de 
impermeabilização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE-PE 
 
INTRODUÇÃO 
 
Desde os tempos em que o homem habitava as cavernas, já se tinha 
uma preocupação muito grande em relação à umidade. O homem primitivo 
passou a buscar refúgio em cavernas, para se proteger das chuvas, frio e dos 
animais. E o mesmo percebeu que devido à umidade que ascendia do solo, ela 
penetrava pela parede, tornando o ambiente dentro insalubre. Esses fatores 
fizeram com que o homem, cada vez mais, aprimorasse suas formas 
construtivas e isolasse a sua habitação. 
O calor, a água e a abrasão, são considerados os principais causadores 
de desgaste e desvalorização nas construções, sendo a água a principal, 
devida seu alto poder de penetração. Para proteger as edificações de inúmeros 
aborrecimentos de origem patológica, que podem surgir devido à infiltração da 
água, deve-se fazer uma proteção eficiente ao vários elementos de uma obra, 
devido a mesma estar sujeita as ações do intemperismo, onde todos esses 
fatores interferem na durabilidade, ou seja, na sua vida útil da edificação, se for 
realizada uma eficiente impermeabilização. 
Por a umidade ser considerada um grande desafio no meio da 
construção, ela precisa ser combatida, e causa efeitos negativos, se a 
impermeabilização for feita de forma errônea. Nos problemas mais frequentes 
na construção, a ausência da impermeabilização é uma das mais frequentes 
neste meio. Pois em algumas situações, elas se encontram longe do alcance 
visual, após a conclusão da edificação, onde geralmente em algumas situações 
a impermeabilização é abandonada, e não recebe o tratamento necessário, e 
em alguns casos, não sendo utilizada. Onde a credibilidade e os gastos devem 
se levados em consideração na hora da seleção e da aplicação dos sistemas 
impermeabilizantes, visto que a mesma é mais observada com frequência, 
quando se vai realizar a reimpermeabilização, que geralmente, tem um custo 
alto, e causa traumas para os habitantes da edificação. 
Para a eliminação dos problemas causados pela impermeabilização, 
deve-se planejar nas primeiras etapas de estágio do desenvolvimento da 
construção. A impermeabilização é uma das etapas mais importantes na 
construção, pois a mesma gera um conforto de grande importância aos 
usuários finais. 
OBJETIVOS 
 
Definir os principais materiais impermeabilizantes, bem como suas 
principais propriedades, mostrando de uma maneira geral, o conceito de 
estanqueidade na construção civil. Além de apresentar as devidas técnicas de 
impermeabilização e classificar e definir os sistemas de impermeabilização e 
seus componentes. 
 
 
Objetivo Geral 
 
A pesquisa tem por objetivo proporcionar aos estudantes da área de 
construção civil, o conhecimento necessário sobre técnicas de 
impermeabilização, os fatores que influenciam na escolha do sistema a serem 
utilizadas, e as possíveis soluções de projeto. Assim, o trabalho visa contribuir 
para o entendimento da importância dos projetos e detalhamentos de 
impermeabilização e da difusão das corretas técnicas de execução e a 
consequente valorização no resultado final da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS DA IMPERMEABILIZAÇÃO 
 
 Segundo a NBR 9575/2003, o Sistema de Impermeabilização é: 
“Conjunto de produtos e serviços destinados a conferir estanqueidade às 
partes de uma construção”. Sendo esta estanqueidade definida, na mesma 
Norma, como: ”Propriedade de um elemento (ou conjunto de componentes) de 
impedir a penetração ou passagem de fluídos através de si. A sua 
determinação está associada a uma pressão limite de utilização (a que se 
relacionam as condições de exposição do elemento)”. 
Desta maneira, compreende-se melhor a definição de Firmino Siqueira, 
de que a impermeabilização é o envelope da edificação. De acordo com Picchi 
(1986), afirma que a impermeabilização é considerada um serviço 
especializado dentro da construção civil, sendo um setor que exige uma 
razoável experiência, no qual detalhes assumem um papel importante e onde a 
mínima falha, mesmo localizada, pode comprometer todo o serviço. Além 
disso, há a necessidade de acompanhamento da rápida evolução dos materiais 
e sistemas, o que propicia o surgimento de projetistas especializados. 
Assim, diz-se que o sistema de impermeabilização visa atender três 
grandes aspectos, os quais podem existir juntos ou separadamente: 
- durabilidade da edificação; 
- conforto e usabilidade; 
- proteção ao meio ambiente 
 
DURABILIDADE DA EDIFICAÇÃO 
A impermeabilização é de fundamental importância na durabilidade das 
construções, pois os agentes trazidos pela água e os poluentes existentes no 
ar causam danos irreversíveis a estrutura e prejuízos financeiros difíceis de 
serem contornados. 
A importância do Sistema de Impermeabilização, a partir da sua função 
protetora dos fluidos, está intrinsecamente ligada à durabilidade, sendo está 
reconhecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas como: 
“capacidade de um item de desempenhar uma função requerida sob dadas 
condições de manutenção, até que um estado-limite seja alcançado”. Sendo 
este estado-limite caracterizado “pelo fim da vida útil, inadequação por razões 
econômicas ou técnicas e outros” (ABNT, 1994, p. 2). Já a vida útil é 
relacionada ao “intervalo de tempo ao longo do qual o edifício e suas partes 
constituintes atendem requisitos funcionais para os quais foram projetadas” 
(ABNT, 1999, p.2). 
 A impermeabilização é fator importantíssimo para a segurança da 
edificação e para a integridade física do usuário. Existem no Brasil diversos 
produtos impermeabilizantes, de qualidade e desempenho variáveis, de 
diversas origens e métodos de aplicação, normalizados ou não, que devem ter 
suas características profundamente estudadas, para permitir a escolha de um 
adequado sistema de impermeabilização. 
 
CONFORTO E USABILIDADE 
O conforto e o uso nas edificações são cada vez mais demandados, à 
medida que padrões de qualidade e Normas, como a de Desempenho, estão 
cada vez mais disseminados e em rigor. 
Os problemas como a umidade, infiltrações e vazamentos tornam-se 
desaprováveis, devido suas consequências quanto ao desconforto e problemas 
de saúde, principalmente de origem alérgica, além do fator estético. 
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 
Dos aspectos considerados é o mais recentemente incorporado, mas 
nem por isso o menos importante. E, pode-se dizer, deverá ganhar importância 
maior nos próximos anos com a difusão dos conceitos de sustentabilidade e as 
maiores preocupações ambientais. 
Dentre os setores beneficiados por esta característica da 
impermeabilização podemos citar: tratamentos de lagoas e dejetos industriais, 
a fim de evitar a contaminação do solo e de aquíferos subterrâneos; e canais 
de irrigação de baixíssimo custo, que possibilitam não só a agricultura, mas 
também a arborização de faixas áridas. 
 
DESEMPENHO DA IMPERMEABILIZAÇÃO 
O desempenho adequado da impermeabilização é obtido com interação 
de vários componentes, diretamente relacionados entre si, pois a falha de um 
deles pode prejudicar o desempenho e durabilidade da impermeabilização. 
Conforme Zanetti (2004). Os principais componentes são: 
• Projeto de impermeabilização: O projeto deve fazer parte integrante 
dos projetos de uma edificação, como hidráulica, elétrica, cálculo estrutural, 
arquitetura, paisagismo, formas, etc., pois a impermeabilizaçãonecessita ser 
estudada e compatibilizada com todos os componentes de uma construção, de 
forma a não sofrer ou ocasionar interferências. 
• Qualidade de materiais e sistema de impermeabilização: existem no 
Brasil diversos produtos impermeabilizantes, que deverão ter suas 
características profundamente estudadas, para se escolher um adequado 
sistema de impermeabilização. Deve-se sempre procurar conhecer todos os 
parâmetros técnicos e esforços mecânicos envolvidos para a escolha 
adequada do sistema impermeabilizante. 
• Qualidade da execução da impermeabilidade: por melhor que seja p 
material ou o sistema de impermeabilização, de nada adianta se for aplicado 
por uma pessoa não habilitada na execução da impermeabilização. Deve-se 
recorrer a equipes especializadas na aplicação dos materiais 
impermeabilizantes. 
• Qualidade da construção da edificação: a impermeabilização deve 
sempre ser executada sobre um substrato adequado, de forma a não sofrer 
interferências que comprometam seu desempenho, tais como: regularização 
mal executada, fissuração do substrato, utilização de materiais inadequados na 
área impermeabilizada (como tijolos furados, enchimentos com entulho, 
passagem inadequada de tubulações elétricas e hidráulicas). 
• Fiscalização: o rigoroso controle da execução da impermeabilização é 
fundamental para seu desempenho, devendo esta fiscalização ser feita não 
somente pela empresa aplicadora, mas também pelo responsável da obra. É 
importante obedecer ao detalhamento do projeto de impermeabilização e 
estudar os possíveis problemas durante o transcorrer da obra, verificando se a 
preparação da estrutura, que irá receber a impermeabilização, esta sendo bem 
executada. 
• Preservação da impermeabilização: impedir que a impermeabilização 
seja danificada por terceiros, por ocasião da colocação de pregos, luminárias, 
antenas coletivas. Considerar, como precaução, a possibilidade de ocorrências 
de tais problemas quando da execução do projeto. 
 
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS E DOS DETALHES DA 
IMPERMEABILIZAÇÃO 
Para Ripper (1995), todos os itens (projetos, custos, métodos 
executivos, etc.) que envolvem a impermeabilização, a ausência de projetos 
específicos parece ser o principal problema. A impermeabilização ocupa um 
espaço importante na medida em que influi e altera uma estrutura, um gabarito 
de obra, um projeto elétrico e hidráulico, ou seja, interfere em todas as fases da 
obra. O projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido conjuntamente 
com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a serem previstas as 
correspondentes especificações em termos de dimensões, cargas e detalhes. 
Na maioria dos casos, não existe o projeto de impermeabilização, e a 
empresa responsável somente é chamada quando o edifício já está quase 
concluído. A falta de um projeto específico, especificando os detalhes, implica 
uma série de improvisações na obra, que além de bastante cara leva 
geralmente a soluções que não são satisfatórias. Os custos de um projeto de 
impermeabilização são inúmeras vezes menores que os custos decorrentes de 
eventuais desperdícios, reparos, danos a diversas partes da construção, que 
podem ser ocasionadas por falta do projeto. 
Vantagens do projeto de impermeabilização: unificação dos orçamentos, 
facilidade durante a fiscalização, antecipação dos possíveis problemas que 
possam vir a ocorrer durante a execução da impermeabilização, definição de 
etapas da execução de serviços, compatibilidade entre todos os projetos 
inerentes de uma obra (estrutura, arquitetura, hidráulica e elétrica, etc.) 
 
PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
 Tem como função elaborar, analisar, planificar e adotar todas as 
metodologias adequadas visando o bom comportamento da 
impermeabilização, compatibilizando os possíveis sistemas impermeabilizantes 
a serem adotados com a concepção da edificação. 
 O planejamento e elaboração para um projeto consistente e eficaz de 
impermeabilização seguem algumas condições que segundo a NBR 9574/88, a 
execução da impermeabilização – o executante da impermeabilização deve 
receber uma série de documentos técnicos para possibilitar a execução da 
impermeabilização: memorial descritivo e justificativo; desenhos e detalhes 
específicos; especificações dos materiais a serem empregados e dos serviços 
a serem executados; planilha de quantidade de serviços a serem realizados; 
estimativa de custos dos serviços a serem realizados e indicação da forma de 
medição dos serviços a serem realizados; 
 
CUSTOS 
Deve-se sempre procurar conhecer todos os parâmetros técnicos e 
ações físicas e químicas envolvidas no processo para a escolha adequada do 
sistema impermeabilizante. Em relação ao custo da implantação da 
impermeabilização em uma edificação, conforme se observa na figura 1, este 
representa em torno de 1 a 3% do custo total da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Porcentagem de investimentos nas edificações 
(VEDACIT, 2009, p. 6) 
 
Como normalmente existem sobre a impermeabilização outros materiais 
complementares, como argamassa e pisos cerâmicos, caso ocorra uma falha 
na impermeabilização, acaba-se por perder todos os materiais complementares 
cujos custos superam, e muito, o custo original, sem se considerar os custos de 
recuperação estrutural. 
Executar a impermeabilização durante a obra é mais fácil e econômico 
do que depois da obra concluída, quando surgirem os inevitáveis problemas 
com a umidade, os quais tornam os ambientes insalubres e com aspecto 
desagradável, apresentando eflorescências, manchas, bolores, oxidação das 
armaduras e outros. O custo para executar uma impermeabilização é menor 
quando está previsto em projeto, conforme demonstrado na figura 2. Quanto 
maior o atraso para o planejamento e execução do processo de 
impermeabilização mais oneroso o mesmo ficará, chegando a custar até 15 
vezes mais, quando o mesmo é executado depois que o problema surgir e o 
usuário final habitar o imóvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Custo da impermeabilização X Quando é executado 
(Adaptado de ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO, 2005). 
 
MECANISMOS DE ATUAÇÃO DAS ÁGUAS NAS CONSTRUÇÕES 
 De forma indireta ou direta, a água é um dos maiores causadores de 
patologias, quer se encontre na forma sólida, líquida ou gasosa. A mesma pode 
ser vista como um dos principais agentes causadores de degradação ou como 
meio para instalação de outros agentes (QUERUZ, 2007). 
Tem-se conhecimento que, em locais com clima úmido e com regime de 
chuvas com grande intensidade, estes tendem a ser prejudiciais para 
conservação das construções. Em consequência da água, ser o principal 
elemento de deterioração dos materiais, gerando intemperismo, tanto físico, 
quanto químico. Desta forma, proteger a construção contra a água, como 
agente degradante, se torna essencial, para manutenção de uso dentro do 
desempenho adequado, e sua durabilidade. Como a mesma pode ser 
encontrada em distintos estados, seus efeitos e ações ocorrem de diversas 
formas em uma mesma construção, influindo nas técnicas de proteção a 
estrutura que serão exercidos. Logo, o conhecimento das causas da umidade 
nas edificações, é de suprema importância nas definições do projeto, e nos 
tipos de sistemas de impermeabilização que serão utilizados, como foi 
resumido e será apresentada na tabela 1, a atuação dos fluidos. 
 
Tabela 1: Atuação dos Fluidos – Fonte: Freire, 2007 
 Na figura 3 serão apresentadas as formas como a ação da água nas 
edificações, tendo como principio a melhor forma de escolha do tipo de 
impermeabilização que será aplicada. Como foi analisada na figura que foi 
apresentada, devido os vários tipos de atuação desses fluidos, uma mesma 
edificação sofre varias consequências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Atuações dos fluidos numa mesma edificação – Fonte: Casa d´água 
As principaiscausas da presença de umidade nas edificações, 
segundo Lersch (2003) são: de infiltração; ascensional; por condensação; de 
obra; acidental. 
• Umidade de infiltração 
A mesma passa de áreas externas para as internas devido às pequenas 
trincas, por causa da alta capacidade dos materiais reterem a umidade do ar, 
ou pelas falhas na interface entre os elementos da construção, como por 
exemplo, as portas, planos de paredes ou janelas. Na maioria dos casos, são 
ocasionadas pela água da chuva e quando em contato com o vento, termina 
gerando um agravamento na infiltração com o aumento da pressão. 
Segundo VENTURINI (2009) “é a umidade que passa de uma área para 
outra através de pequenas trincas nas divisórias que as separam”. 
Esta água proveniente da percolação na grande parte dos casos é decorrente 
da água vinda da chuva, onde a mesma pode ser acentuada com o vento. 
Mesmo pelas falhas nos pontos de encontro dos elementos construtivos, como 
as esquadrias, estes são os maiores planos de fraqueza para estes casos. 
• Umidade ascensional 
Caracterizada pela presença da água que foi originada pelo solo, tanto 
por fenômenos sazonais que são provenientes do aumento da umidade, quanto 
pela presença permanente da umidade dos lençóis freáticos superficiais. 
Sua ocorrência é muito percebida, geralmente em pisos e paredes. De 
acordo com Verçoza (1991 apud SOUZA, 2008), a altura não costuma 
ultrapassar 0,8m de altura. A ascensão dessas águas nas paredes é 
proveniente do fenômeno da capilaridade. Onde os menores vasos capilares 
permitem que a água suba até momento em que ela entra em equilíbrio com a 
força gravitacional. Segundo (FEILDEN, 2003 apud QUERUZ, 2007), a altura 
que a água ascende pelos vasos capilares, tem-se dependência direta com o 
seu diâmetro, logo, quanto menor o diâmetro, maior será a altura. 
De acordo com a figura 4 observamos o fluxo de água presente no solo, 
por causa da porosidade existente. A elevação dessas águas ocorre ate que 
haja equilíbrio com a força da gravidade, que geralmente é percebida em 
paredes e pisos, podendo, em alguns casos mais críticos, atingirem o teto das 
edificações. Essa umidade se caracteriza devido à presença de água no solo, 
tanto pelos fenômenos sazonais de aumento da umidade, quanto pela 
presença permanente de umidade de lençóis freáticos superficiais. Esses 
casos também 
ocorrem, por 
consequência do excesso de umidade presente nos pisos de banheiros, por 
exemplo, sem a impermeabilização correta da parte inferior da parede. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Mecanismos de umidade ascendente – Fonte: Casa D´água 
 
Os efeitos dessa umidade ascendente são observados das seguintes 
formas: 
Em paredes, são variados e ocorrem a partir do piso, sendo manchas, 
bolhas e eflorescências nas pinturas com uma subsequente desagregação do 
revestimento (emboço, reboco e acabamento). 
Paredes com revestimento cerâmico: se tem um aumento no potencial 
 da capacidade de ascensão da umidade, devido a área de manifestação da 
umidade está restrita ou confinada pelos azulejos. Portanto, quando a umidade 
é muito rígida, pode acontecer um destacamento desse revestimento cerâmico. 
• Umidade por condensação 
É consequente da presença de grande umidade no ar, e da existência 
de superfícies que estejam com temperaturas abaixo da que corresponde ao 
ponto do orvalho. Esse fenômeno é caracterizado pela redução da capacidade 
de absorver umidade pelo ar, quando resfriado, na interface da parede, 
precipitando-se. De acordo com a densidade, os materiais, possuem um 
comportamento diferenciado, quanto a sua condensação: onde os com menor 
densidade sofrem menos impactos, e os com mais densidades são menos 
atacados. Segundo Klüppel e Santana (2006 apud QUERUZ, 2007) eles 
concluem que esse tipo de agente costuma apresentar-se de forma superficial, 
sem penetrar a grandes profundidades nos elementos. 
A NBR 9575/2003, “é a água com origem na condensação de vapor 
d’água presente no ambiente sobre a superfície de um elemento construtivo 
deste ambiente”. Geralmente esses casos ocorrem em saunas e frigoríficos. 
• Umidade de obra 
Como explica, QUERUZ (2007) caracteriza-se como a umidade que 
ficou interna aos materiais por ocasião de sua execução e que acaba por se 
exteriorizar em decorrência do equilíbrio que se estabelece entre material e 
ambiente. Como exemplo dessa situação, a umidade contida nas argamassas 
de reboco transfere o excesso da umidade para a parte interna das alvenarias, 
precisando de um prazo maior do que o que foi estipulado para cura do próprio 
reboco para entrar em equilíbrio com o ambiente interno. 
• Umidade acidental 
Provocada por falhas nos sistemas das tubulações, como 
das águas pluviais, esgotos e água potável, e que ocasionam infiltrações. A 
presença da umidade, com esse tipo de origem é de grande importância, pois 
quando se trata de edificações, que possuam um longo período de existência, 
pode conter materiais com tempo de vida já esgotados, que não costumam 
serem encontrados os planos da conservação predial. 
 
COMPONENTES DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
O sistema de impermeabilização pode ser separado em diferentes 
grupos, que podem se diferenciar entre os diferentes sistemas utilizados. Desta 
maneira, separaremos o sistema de impermeabilização em quatro 
componentes: 
 - Base e camada de regularização 
 - Camada impermeável 
 - Proteção mecânica 
 - Detalhes Construtivos 
Base e Camada de Regularização 
 A base e a camada de regularização determinam algumas das mais 
importantes exigências dos sistemas, a partir do seu grau de fissuração, 
deformabilidade devido às cargas e movimentação. Já a camada de 
regularização deve ter a função de regularizar o substrato a ser 
impermeabilizado, de maneira a proporcionar uma superfície uniforme de apoio 
adequado a camada impermeável. 
De acordo com a NBR 9574 em seu item 5.8 diz que “a superfície a ser 
impermeabilizada deve ser isenta de protuberâncias e com resistência e textura 
compatíveis como sistema de impermeabilização a ser empregado.” A mesma 
NBR indica a execução da regularização, com argamassa de cimento e areia, 
com traço volumétrico (1:3), granulometria de areia de 0 mm a 3 mm e sem 
adição de aditivos, devendo a camada de regularização ser perfeitamente 
aderida ao substrato. 
A camada de regularização deve ter um caimento mínimo e previamente 
dimensionado para encaminhar os fluidos aos locais devidamente 
dimensionados em projeto. 
 
Caimentos 
Os caimentos são necessários para que haja funcionamento correto do 
sistema, evitando a concentração de água e a encaminhando para seu destino 
final. Desta maneira, a determinação dos caimentos de uma laje de concreto 
faz parte do projeto de impermeabilização e deve ser feita na fase de 
anteprojeto de arquitetura. E o projeto de caimentos deve ser feito de acordo 
com os projetos hidrossanitários, já que para sua execução necessita-se da 
indicação dos ralos. 
Com o objetivo de direcionar as águas para os ralos e evitar 
concentração de água sob o revestimento, os caimentos devem ser executados 
corretamente na base da camada impermeabilizante. 
De acordo com a NBR 9575 - Elaboração de Projetos de 
Impermeabilização, a inclinação do substrato de áreas horizontais externas 
deve ser de, no mínimo, 1% em direção aos coletores de água. Já para calhas 
e áreas internas, é permitido um mínimo de 0,5%. A figura exemplifica os 
caimentos de uma laje recortada com apenas um coletor. 
 
Figura 6: Exemplo de caimentos em laje com 1 coletor – Fonte: Casa d´água 
 
A partir do posicionamento desses ralos e da obrigatoriedade de 
caimento de, no mínimo 1%, faz-se o corte da laje, representado na figura 7. 
Nele podem ser vistas as alturas inicial e final da camada de regularização. 
Figura 7: Corte de laje da figura 11 – Fonte: O autor 
 
Camada De Berço eCamada Amortecedora 
É uma camada sobressalente a camada de regularização, que além da 
função amortecedora tem a função de proteger a camada impermeável contra 
agressões provenientes do substrato. Sendo utilizada em conjunto com a 
camada amortecedora, a qual fica sob a proteção mecânica e protege 
mecanicamente a impermeabilização. Tais componentes são utilizados em 
impermeabilizações não aderidas, ou seja, aquelas em que a camada 
impermeabilizante não fica em contato direto com o substrato. Mas sim entre 
as camadas de berço e de amortecimento. 
O desenho apresentado na figura 8 apresenta a configuração 
esquemática de um sistema de impermeabilização não aderido que utiliza 
camada de berço e camada de amortecimento. 
 
Figura 8: Representação de camadas de berço e amortecedora – Fonte: O autor 
 
Camada Impermeável 
De acordo com a NBR 9575:2003 a camada impermeável “é o estrato 
com a função de prover uma barreira à passagem de fluidos”. Tal barreira pode 
ser de diferentes materiais de acordo com o sistema impermeabilizante 
escolhido, que serão apresentados de acordo com suas diferentes 
classificações a diante: 
- Solicitações leves e normais: são utilizadas para distribuir sobre a 
impermeabilização dos carregamentos normais. Deve possuir resistência 
mecânica compatível com os carregamentos previstos. A proteção mecânica 
final deve ter espessura mínima de 3,0 cm. 
- Proteção em superfície vertical: protege a impermeabilização do impacto, 
intemperismo e abrasão, atuando como camada intermediária quando forem 
previstos, sobre elas, revestimentos de acabamento. 
 
ISOLAMENTO TÉRMICO 
O isolamento térmico é a camada com a função de reduzir o gradiente 
de temperatura atuante sobre a camada impermeável, de modo a protegê-la 
contra efeitos danosos de calor excessivo. O planejamento do isolamento 
térmico na cobertura tem como foco três funções básicas, que são: 
1- A procura do conforto térmico entre estrutura e seres vivos; 
2- Reduzir o consumo de energia que se dá em função da diminuição ou 
até eliminação da necessidade de meios mecânicos de refrigeração ou 
aquecimento necessários para um conforto térmico local; 
3- Dar estabilidade estrutural. Sabe-se que todas as estruturas sofrem 
efeitos por conta das dilatações e das contrações térmicas, que 
dependem do coeficiente de dilatação térmica do material. Estes efeitos 
podem ocasionar em fissuras e movimentos da estrutura que prejudicam 
a impermeabilização da cobertura e ocasionam em infiltrações que 
acabam por deteriorar a estrutura. 
Com consequência disto vem o aumento da vida útil dos componentes 
da edificação, ampliando sensivelmente a durabilidade da impermeabilização. 
Para um melhor desempenho da impermeabilização e da estrutura em geral, a 
cobertura deve receber um isolamento térmico apropriado. 
O isolamento térmico pode ser disposto de duas formas diferentes em 
relação à impermeabilização, sobre a impermeabilização (atualmente mais 
usado devido a variedade de materiais isolantes térmicos menos absorventes) 
ou o contrário, com a impermeabilização sobre o isolamento térmico (mais 
usado antigamente, por conta de os materiais da época terem uma 
característica de grande absorção de agua e que tinham sua resistência 
térmica diminuída conforme o teor de umidade). 
O método atual apresenta algumas vantagens, que são: 
• Dispensa o uso da barreira de vapor, uma vez que a própria 
impermeabilização impede o vapor d’água do ambiente interior atinja o 
isolamento térmico; 
• Possibilita o uso da impermeabilização em sistema aderente, facilitando 
a localização de uma eventual falha na impermeabilização; 
• Protege a impermeabilização termicamente, o que contribui 
sensivelmente para o aumento da sua durabilidade. 
Os materiais mais frequentes usados como isolante térmico são fibras 
de madeira, cortiça, lã de vidro, espuma rígida de poliuretano, concreto celular 
e emulsão asfáltica se for apresentado sobre forma de placas. Por muitos 
materiais serem degradados pela ação da luz solar, a maioria das 
impermeabilizações e isolantes, de cor preta, não podem ser expostas aos 
raios solares, devido ao efeito da radiação. 
 
PROTEÇÃO MECÂNICA 
A proteção mecânica é a camada com a função de absorver e dissipar 
os esforços estáticos ou dinâmicos atuantes sobre a camada impermeável, de 
modo a protegê-la contra a ação deletéria destes esforços, em resumo, é uma 
camada adjacente à impermeabilização, com a finalidade de protegê-la da 
ação de agentes atmosféricos e mecânicos. Esta proteção mecânica pode ser 
dividida entre quatro grupos, que são: 
• PINTURAS REFLETIVAS: são de proteções somente contra a radiação 
solar, sendo utilizadas apenas em situações em que a proteção 
mecânica possa ser dispensada. Como por exemplo: em cobertas 
inacessíveis. Estas pinturas são aplicadas sobre mantas ou membranas 
que geralmente são utilizadas sobre base de alumínio. 
• PROTEÇÃO MECÂNICA SIMPLES: constitui-se pelo piso final, sendo 
utilizadas em áreas acessíveis, podendo ser constituídas de argamassa, 
concreto armado ou pisos que podem ser cerâmicos ou de pedras 
naturais; 
• PROTEÇAO MECÂNICA DO TIPO MATERIAL SOLTO: constitui na 
colocação de materiais granulares soltos, tais como brita ou argila 
expandida, podendo ser implementado em áreas de coberturas 
inacessíveis e de pequenas inclinações; 
• PROTEÇÃO MECÂNICA DO TIPO SOMBREAMENTO: utilizadas em 
cobertas acessíveis, é constituídas de placas, sobre pilares, de forma a 
obter colchão de ar entre as placas e coberturas. Pode ser tratada como 
um isolante térmico também. 
Esta proteção mecânica pode ser dividia em 3 grupos segundo CRUZ 
(2003): 
- Proteção mecânica intermediária: devem servir de camada de distribuição de 
esforços e amortecimento das cargas na impermeabilização, provenientes das 
proteções finais ou pisos. A execução deve ter, no mínimo, 1,0 cm de 
espessura. 
- Proteção mecânica final para solicitações leves e normais: são utilizadas para 
distribuir sobre a impermeabilização dos carregamentos normais. Deve possuir 
resistência mecânica compatível com os carregamentos previstos. A proteção 
mecânica final deve ter espessura mínima de 3,0 cm. 
- Proteção em superfície vertical: protege a impermeabilização do impacto, 
intemperismo e abrasão, atuando como camada intermediária quando forem 
previstos, sobre elas, revestimentos de acabamento. 
A aplicação de proteção mecânica não pode ser aplicada diretamente 
sobre a impermeabilização. Inicialmente sobre a impermeabilização aplica-se 
uma camada separadora (Ex.: feltro asfáltico, papel Kraft). Antes da execução 
da proteção mecânica, recomenda-se uma proteção primaria com argamassa 
que vai funcionar como uma proteção provisória, evitando danos devido ao 
trânsito de terceiros e às tarefas de execução da impermeabilização final e 
onde as cobertas dão acesso a veículos, esta camada é dada por emulsão 
asfáltica e areia (camada de antiproteção). 
Nas impermeabilizações flexíveis, as camadas de proteção devem 
sempre ser armadas com telas metálicas fixadas, no mínimo, 5 cm acima da 
cota da impermeabilização. A armadura deve ser fixada mecanicamente à 
parede, sem comprometimento da estanqueidade do sistema. 
Os Sistemas de impermeabilização que dispensam a proteção mecânica 
são os que possuem acabamento superficial incorporado na fabricação, as 
mantas. Este material, com proteção superficial, deve somente ser utilizado em 
áreas sem tráfego, como jardineiras, em outros casos deve-se executar uma 
proteção mecânica dimensionada de acordo com a finalidade futura da 
estrutura a ser impermeabilizada, levando em consideração, por exemplo, o 
tráfego e cargas incidentes. 
Já quando se faz uma proteção mecânica sobre uma camada 
impermeabilizante flexível, como mantas asfálticas, torna-se necessário o uso 
de uma Camada Separadora, que tem como função evitar que as tensões 
atuantesnas camadas de proteção mecânica, originadas por variações 
térmicas ou carregamentos, transmitam-se para a impermeabilização. 
 
ETAPAS POSTERIORES AO PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
Após a aplicação dos produtos impermeabilizantes se executam os serviços 
de proteção da impermeabilização, tais como isolamentos térmicos e proteções 
mecânicas. É importante fazer as seguintes observações: 
• Verificação da superfície. Ver se está uniforme e com bom aspecto; 
• Verificação dos embutimentos nos pluviais e canaletas; 
• Conferir o caimento final; 
• Após aprovação, fazer a proteção mecânica de transição; 
• Fazer testes finais e detalhamento. 
 
SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES 
A principal função dos sistemas de impermeabilização é o de proteger as 
edificações dos malefícios de infiltrações, eflorescências e vazamentos 
causados pela água. Qualquer parte de uma obra que se destine a receber 
uma impermeabilização deve receber cuidados especiais para o sucesso da 
mesma, a preparação da superfície é muito importante para o êxito da 
impermeabilização. Os impermeabilizantes são classificados quanto a sua 
capacidade de resistir às retrações e descontrações da estrutura. Segundo a 
NBR 9575/2003, os sistemas impermeabilizantes podem ser divididos em 
rígidos e flexíveis, que estão relacionados às partes construtivas sujeitas ou 
não a fissuração. 
 
Impermeabilização Rígida 
De acordo com a NBR 9575/2003, é chamada impermeabilização rígida 
como o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas 
não sujeita à fissuração. Isso ocorre devido sua baixa capacidade de absorver 
deformações da base da estrutura a ser impermeabilizada, principalmente 
deformações concentradas como fissuras e trincas. Os impermeabilizantes 
rígidos não trabalham junto com a estrutura, o que leva a exclusão de áreas 
expostas a grandes variações de temperatura. 
 
Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo 
Aditivos hidrófugos são aditivos impermeabilizantes de pega normal, 
reagindo com o cimento durante o processo de hidratação. São compostos de 
sais metálicos e silicatos (DENVER, 2008). Os aditivos hidrófugos 
proporcionam a redução da permeabilidade e absorção capilar, através do 
preenchimento de vazios nos capilares na pasta de cimento hidratado, 
tornando os concretos e argamassas impermeáveis à penetração de água e 
umidade. (SIKA, 2008) 
Cunha e Neumann (1979) afirmam que o aditivo hidrófugo é aplicado 
em argamassas de revestimento utilizadas para impermeabilizações de 
elementos que não estejam sujeitos a movimentações estruturais, que 
ocasionariam a formação de trincas e fissuras. Esse sistema não é indicado 
para locais com exposição ao sol que possa ocorrer algum tipo de dilatação no 
substrato, o aditivo deve ser dissolvido na água de amassamento a ser 
utilizada. A aplicação da argamassa aditivada deve ser feita em duas ou três 
camadas de aproximadamente 1 cm de espessura, desempenando a 
última camada, cuidando para não alisar com desempenadeira de aço ou 
colher de pedreiro (SIKA, 2008). A principal vantagem desse sistema é a 
facilidade de aplicação e desvantagem é que deve ser aplicado em conjunto 
com outro sistema impermeabilizante, assim garante-se a estanqueidade, pois 
esse sistema é muito suscetível a movimentações dos elementos. 
 
Cristalizantes 
Cimentos cristalizantes são impermeabilizantes rígidos, à base de 
cimentos especiais e aditivos minerais, que possuem a propriedade de 
penetração osmótica; nos capilares da estrutura, formando um gel que se 
cristaliza, incorporando ao concreto compostos de cálcio estáveis e insolúveis 
(DENVER, 2008). Existem dois tipos de cristalizantes. 
No primeiro tipo, os cimentos cristalizantes, segundo Silveira (2001) são 
materiais aplicados sob a forma de pintura sobre superfícies de concreto, 
argamassa ou alvenaria, previamente saturadas com água, pode ser aplicado 
com uma trincha, direto na alvenaria, mas pode também ser aplicado sobre o 
revestimento argamassado. O segundo tipo são os cristalizantes líquidos à 
base de silicatos e resinas que injetados e, por efeito de cristalização, 
preenchem a porosidade das alvenarias de tijolos maciços, bloqueando a 
umidade ascendente (VIAPOL, 2008). 
 
Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida 
O produto é uma solução aquosa de silicato modificado, quando 
misturada com a água e o cimento, que é um produto de alta alcalinidade, 
transforma-se em hidrosilicato, que tem como principais características ser um 
cristal insolúvel em água, que preenche os poros da argamassa (SIKA, 
2008). O produto é usado como aditivo liquido de pega ultra-rápida em pastas 
de cimento. Essa pasta apresenta inicio de pega entre 10 e 15 segundos e fim 
entre 20 e 30 segundos, e possui alta aderência e grande poder de 
tamponamento (SIKA, 2008). A Denver (2008) indica este produto para 
tamponamento de infiltrações e jorros de água sobre pressão em subsolos, 
poços de elevadores, cortinas, galerias e outras estruturas submetidas à 
infiltração por lençol freático, sendo uma solução temporária, permitindo que a 
impermeabilização definitiva seja efetuada adequadamente. 
 
Argamassa polimérica 
De acordo com a Viapol (2008) trata-se de uma argamassa de 
cimento modificada com polímeros, bicomponente, à base de cimento, 
agregados minerais inertes, polímeros acrílicos e aditivos. 
Sayegh (2001) complementa que o produto resiste a pressões positivas 
e negativas e acompanha de maneira satisfatória, pequenas movimentações 
das estruturas, e que a impermeabilização decorre da formação de um filme 
de polímeros que impede a passagem da água e da granulometria fechada 
dos agregados contidos na porção cimentícia. Entre as suas principais 
características, destacam-se a resistência a pressões hidrostáticas positivas, 
fácil aplicação, não altera a potabilidade da água, é uma barreira contra 
sulfatos e cloretos, uniformiza e sela o substrato, reduzindo o consumo de tinta 
de pinturas externas (VIAPOL, 2008). 
A argamassa polimérica pode ser aplicada na forma de pintura com 
trincha ou brocha, ou ser aplicado na forma de revestimento final 
com desempenadeira, nesse caso requer uma diminuição da quantidade 
de componente liquido da mistura (SAYEGH, 2001). O produto pode ser 
aplicado sobre superfícies de concreto, alvenaria ou argamassa, devendo-se 
aplicar a primeira demão do produto sobre o substrato úmido, com o auxílio de 
uma trincha, aguardando a completa secagem. Aplicar a segunda demão em 
sentido cruzado em relação à primeira, incorporando uma tela industrial de 
poliéster resinada e aplicar as demãos subsequentes, aguardando os intervalos 
de secagem entre demãos até atingir o consumo necessário. Proceder à cura 
úmida por, no mínimo, três dias (VIAPOL, 2008). 
 
Impermeabilização flexível 
Impermeabilização flexível compreende o conjunto de materiais ou 
produtos aplicáveis nas partes construtivas sujeitas à fissuração, sendo 
utilizada, desta maneira, em estruturas sujeitas a movimentação e podem ser 
de dois tipos: moldadas no local e chamadas de membranas ou pré-fabricadas 
e chamadas de mantas. Quanto à fixação da camada se dividem em dois 
grupos, as aderidas à camada de regularização e as flutuantes (não 
aderentes). 
● Membranas: as membranas são caracterizadas pelo fato de serem 
moldadas no local e podem ou não ser estruturadas. Como principais 
estruturantes podem-se incluir a tela de poliéster termo estabilizada, o véu de 
fibra de vidro e o não tecido de poliéster. Caracterizam-se também por 
exigirem um alto controle de espessura. Desta maneira exigem um controle 
tecnológico mais sofisticado e de mão de obra especializada durante sua 
execução. A necessidade desses requisitos faz com que, em muitos casos, 
seja dada preferência ao uso de sistemas pré-fabricados. No entanto, as 
membranas apresentam uma grande vantagem em relação as pré-fabricadas: 
elas não apresentamemendas. Visto que quanto maior for o número de 
emendas, maior será a probabilidade de haver falhas. 
 
● Membranas asfálticas 
Estas membranas são classificadas como sistemas impermeabilizantes 
flexíveis moldados in-loco, ou seja, os produtos são aplicados em demãos 
alternadas de forma que forme uma membrana sobre o substrato e geralmente 
são utilizadas em impermeabilizações contra água de percolação, água de 
condensação e umidade proveniente do solo. As membranas utilizam produtos 
derivados do CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) e se destacam como um dos 
sistemas mais antigos utilizados no processo de impermeabilização e ainda 
hoje, apesar da queda da utilização, tem uma grande participação no mercado 
impermeabilizante. As membranas asfálticas podem ser divididas em relação 
ao tipo de asfalto utilizado e apresentam-se três tipos mais utilizados: 
● Emulsão asfáltica: É um produto resultante da dispersão de asfalto em 
água, através de agentes emulsificantes. São produtos baratos e de fácil 
aplicação para áreas e superfícies onde não haverá empoçamento ou retenção 
de água. É aplicado a frio e geralmente sem a adição de estruturantes. 
● Asfalto oxidado: É um produto obtido pela modificação do cimento 
asfáltico de petróleo, que se funde gradualmente pelo calor, de modo a se 
obter determinadas características físico-químicas. É executado devidamente 
estruturado e é aplicado a quente. 
Asfalto modificado com adição de polímero elastômero: É um produto obtido 
pela adição de polímeros elastômeros, no cimento asfáltico de petróleo em 
temperatura adequada. É executado devidamente estruturado, pode ser 
aplicado tanto a quente quanto frio. 
 
● Membranas acrílicas 
Formulado à base de resinas acrílicas, são definidas como um 
impermeabilizante de alto desempenho para moldagem in-loco. Forma no local 
aplicado uma membrana flexível de alta durabilidade, resistente à intempéries e 
raios UV. Suas principais vantagens são o fato de dispensar a proteção 
mecânica quando a laje não for utilizada por um tráfego muito intenso de 
pessoas ou existir tráfego de automóveis e o fato de proporcionar conforto 
térmico, pois possui cor branca que não amarela com o tempo, assim refletindo 
os raios solares. Portanto, indica-se seu uso em lajes de cobertura, marquises, 
telhados, pré-fabricados e outros. No entanto, quando houver intenso tráfego 
de pessoas ou automóveis, a falta de proteção mecânica implicará numa maior 
dificuldade para que o sistema tenha a durabilidade desejada, desta maneira, 
necessita-se fazer a reaplicação do produto periodicamente. Quanto à 
aplicação, não há grandes diferenças junto a outros impermeabilizantes 
químicos, ou seja, deve ser feita a aplicação cruzada utilizando trincha ou 
desempenadeira metálica. 
 
Manta - Manta Asfáltica 
É o sistema de impermeabilização mais comumente utilizado no Brasil e 
são consideradas membranas asfálticas pré-fabricadas. São feitas à base de 
asfaltos modificados com polímeros e armados com estruturantes especiais. 
Existem mantas asfálticas dos mais variados tipos, que dependem da sua 
composição, do estruturante interno, do acabamento externo e da sua 
espessura. Quanto ao acabamento, podem ser classificadas em: granular; 
metálica; antiaderente. Em relação ao estruturante interno, incluem-se: filme de 
polietileno; véu de fibra-de-vidro; não-tecido de poliéster; tela de poliéster. 
Possui como principais vantagens: espessura constante (3mm a 5mm); fácil 
controle e fiscalização; única aplicação; rápida aplicação; não necessita de 
tempo para secagem. O método de aplicação deste produto inicia-se com uma 
demão de primer sobre a superfície regularizada e seca, aguardando sua 
secagem. A figura 12 mostra um terraço com aplicação de primer para 
posterior aplicação da manta. Pode-se notar que também, neste caso, foi 
executado o rodapé com mantas asfáltica. 
 
• Manta de PVC 
As mantas de PVC são compostas, segundo por duas lâminas de PVC, com 
espessura final que varia de 1,2 mm a 1,5 mm, e uma tela trançada de 
poliéster. A manta de PVC é similar a um carpete de borracha, sendo utilizada, 
principalmente, em toda e qualquer piscina, reservatórios de água, cisternas, 
caixas d'água, independentemente de formato ou tipo, bem como em 
coberturas, tanto planas como curvas. Como as soldas são duplas, paralelas e 
com um vazio entre elas, é possível realizar um teste de pressão ou vácuo e 
verificar durante a instalação a estanqueidade. Possui muitas vantagens, 
dentre elas: não adere ao substrato, eliminando o risco de rompimento pela 
movimentação da estrutura; aplicação em camada única; possui amplo 
conhecimento sobre o comportamento do PVC; possibilidade de execução 
sobre piso existente; resistente aos raios UV; não propagam chamas; não 
necessitam de proteção mecânica devido à dureza superficial; rápida 
aplicação; execução limpa. 
Como desvantagens podem citar: dificuldade na detecção de infiltrações por 
não ser um sistema aderido; necessita de mão de obra especializada. A fixação 
das mantas de PVC deve ser executada com parafusos e arruelas especiais. 
Após, é aplicada sobre a mesma, outra camada da manta utilizando os 
equipamentos de termofusão. 
 
DETALHES CONSTRUTIVOS 
 O processo de impermeabilização é um dos detalhes construtivos, então 
antes desse processo de execução devem ter cuidados para que não haja 
vazamentos posteriores. A maior parte dos problemas com impermeabilização 
ocorre em encontros com ralos, juntas, mudanças de planos, passagem de 
dutos e chumbamentos. Por isso é importante detalhar estes pontos críticos em 
projeto. 
 Uma das maiores causadores das patologias é devido à falha desse 
processo construtivo (impermeabilização), devido a essas falhas ocorridas em 
encontros com ralos, juntas, mudanças de planos e passagens de tubulações. 
Por isso devemos ter cuidados na execução desses detalhes construtivos para 
que garanta a estanqueidade desses pontos críticos. 
 
Regularização e caimentos 
Nas superfícies de concreto, devem-se encontrar todas falhas de 
concretagem, então recompor essas falhas com argamassa com o traço 1:3, 
com isso regularizando. Assim com essa argamassa (cimento e areia) deve ter 
um caimento com mínimo de 1%, ou seja, a cada 1m desça 0,01cm em direção 
aos ralos. Também arredondar ou chanfrar cantos vivos e arestas, de forma a 
permitir um ajustamento contínuo do sistema impermeabilizante, sem 
dobragem em ângulo. 
 Não é consentido o uso de cal nas argamassas que ficarão em contato direto 
com a água. Isso porque, nesses casos, a cal pode desagregar-
se, prejudicando a aderência do impermeabilizante no substrato. 
 
Ralo 
O ralo é um dos pontos mais vulneráveis a infiltrações, na execução de 
arremates no ralo. Na NBR 9575/2003 indica que os coletores devem ter 
diâmetro que garanta a manutenção da seção nominal dos tubos prevista no 
projeto hidrossanitário após a execução da impermeabilização, sendo o 
diâmetro nominal mínimo de 75 mm. 
A execução da camada impermeabilizante antes do coletor de ralo é das 
mais comuns causas de patologias, pois, assim, não se faz ponte entre os dois 
sistemas. Métodos errados de execução fazem com que o fluido passe entre o 
coletor e a camada impermeabilizante. 
 
Rodapé 
A NBR 9575/2003 prevê que nos planos verticais, deve-se executar um 
encaixe para embutir a impermeabilização, altura mínima de 20 cm acima do 
nível do piso acabado ou 10 cm do nível máximo que a água pode atingir. 
Recomenda-se utilizar uma tela galvanizada para evitar a fissuração do 
revestimento executado acima da impermeabilização e evitar o descolamento 
da manta. Assim, a partir desse rodapé, cria-se uma camada única para coleta 
dos fluidos entre os planos verticais e horizontais da área a ser 
impermeabilizada e, com a execução do embutimento no plano vertical, evita-
se o escorrimento da água através da estrutural vertical paradebaixo da 
camada impermeabilizante do plano vertical. 
 
Soleira 
Conforme NBR 9575/2003, nos locais limites entre áreas 
externas impermeabilizadas e internas, deve haver diferença de cota de no 
mínimo 6 cm e ser prevista a execução de barreira física no limite da linha 
interna dos contramarcos, caixilhos e batentes, para perfeita ancoragem da 
impermeabilização, com declividade para a área externa. É necessário que a 
impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem portas 
abrindo para a parte exposta à chuva e ao vento.A impermeabilização deve 
adentrar as áreas onde não haja incidência das águas, criando uma barreira 
que separe as duas áreas. Desta maneira, indica-se que a impermeabilização 
adentre no mínimo 50 cm na região coberta, elevando-se no mínimo 3 cm, de 
maneira a evitar danos na parte interior do imóvel. 
 
Pingadeira 
O objetivo da pingadeira é impedir o escorrimento da água nos 
paramentos verticais, evitando com que a mesma penetre no arremate de 
impermeabilização. Devem ser previstos nos locais necessários, muretas, 
platibandas, parapeitos e em bordas de sacadas e terraços, cabendo ao 
projetista definir os tipos a serem adotados. As principais características que a 
pingadeiras deve dispor: 
- Inclinação: deve-se aplicar uma inclinação de 2 a 5%. 
- Friso: Sem ele não há pingadeira, apenas um simples peitoril. Já que o friso 
inferior permite que a água, de fato, pingue. Se não houver o friso, que é um 
corte na parte inferior do peitoril, a água escorrerá pela parede, anulando o 
propósito da peça. 
 
CONCLUSÃO 
 
Com os dados apresentados, conclui-se que grande parte das patologias 
e danos das construções são acarretados pela água, em seus diferentes 
estados. Confirmando assim, os diferentes custos nos sistemas de 
impermeabilização. Apresentou-se também um leque de informações a 
respeito da impermeabilização no meio da construção civil, sendo abordados 
temas, desde a fase inicial do projeto até o reparo dos problemas que podem 
surgir, caso não seja efetuada uma correta impermeabilização. E constatou-se 
que a grande maioria dos casos, são derivados de pequenos detalhes, um 
deles sendo a ação da umidade, sejam eles, na fase de projeto, execução ou 
manutenção da mesma, sendo a prevenção a melhor solução. Ou seja, 
antecipar os problemas na fase inicial, é indispensável. 
Os danos causados pelas manifestações patológicas são decorrentes da 
umidade, e são muito comuns no meio da construção, e estes podem gerar 
custos elevados no reparo e na recuperação. Para a execução no processo de 
impermeabilização ser efetuado com êxito, depende de muitos fatores, desde a 
fase da concepção do projeto até a manutenção do imóvel, em toda sua 
existência. Sendo assim, é necessário que os engenheiros entendam os 
mecanismos de infiltração da água em uma edificação, para que possam 
apontar a melhor solução, e execução correta de impermeabilização, com 
objetivo de evitar futuras patologias. Visando também que o usuário final da 
edificação, esteja ciente de que nas áreas molháveis deve-se conter um 
sistema impermeabilizante aplicado, e que verifique esse fato na hora da 
compra do imóvel. 
Observou-se, também, que para a obtenção de sucesso neste sistema, 
estes devem ser executados de acordo com a atuação do fluxo presente no 
local, além de cumprir uma serie de condições, para um bom funcionamento do 
sistema. Logo, foram detalhados diversos componentes do sistema e descritos, 
tanto as formas corretas de detalhamentos no projeto quanto de execução. 
Sendo apresentados de forma simultânea alguns erros típicos de execução e 
de projeto. 
Onde as classificações estão relacionadas aos efeitos dos movimentos 
de dilatação e retração do substrato, que são ocasionados por alterações 
térmicas ou por características próprias. 
Feitas as considerações dos diferentes tipos de impermeabilização e 
descrição dos métodos executivos, foram explanados estudos de casos 
acompanhados de desenhos que relatavam o método exato para execução, e 
as possíveis formas errôneas a serem cometidas no projeto. Nesses estudos 
também foram apresentados os prováveis danos que são gerados durante a 
utilização, além dos cuidados necessários nas etapas de manutenção.

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