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1 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 ATUAÇÃO DO MÉDICO NO TEA ........................................................ 5 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO TEA ................................................. 7 ATUAÇÃO DO PEDAGOGO/PSICOPEDAGOGO NO TEA .............. 10 ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NO TEA .................................... 14 ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO TEA .................... 17 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA/EDUCADOR FÍSICO NO TEA ... 19 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 27 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Uma equipe multidisciplinar é um conjunto de profissionais de diferentes disciplinas que trabalham para um objetivo comum. Em inglês, são conhecidas como cross-functional teams, o que pode ser traduzido tanto para equipe multidisciplinar quanto equipe multifuncional. Como o transtorno do espectro autista envolve a área da linguagem, do comportamento, da aprendizagem, da interação e alguns aspectos físicos, o acompanhamento multiprofissional faz toda a diferença. Claro que cada caso é único, e nem todas as crianças dentro do espectro necessita de todos os profissionais, o importante é lembrar qual área precisa de maior intervenção, pensando sempre no bem estar dessa criança. Embora a composição do time multiprofissional deva variar de caso a caso, algumas especialidades são mais recorrentes na intervenção de pessoas com TEA. Veja a seguir quais são elas e qual deve ser o papel desempenhado pelos profissionais: 4 Neurologista ou psiquiatra – Normalmente é o primeiro profissional a entrar em contato com a pessoa com TEA e sua família. Ele deve identificar sintomas, realizar o acompanhamento dos tratamentos e definir medicações e dosagens quando necessário. Psicólogo (de base comportamental) – Deve acompanhar pessoa com TEA e sua família, orientando sobre dificuldades e progressos e auxiliando nas possíveis estratégias de tratamento. Pedagogo ou psicopedagogo – Auxilia nos processos de inclusão escolar e familiar, podendo produzir planos individuais de desenvolvimento, materiais e estratégias de aprendizado. Fonoaudiólogo – Trabalha com intervenções na área da linguagem e comunicação. Podendo atuar no estímulo à leitura, produção de textos e estímulos auditivos, fonéticos e faciais e comunicação alternativa. Terapeuta ocupacional – Atua no desenvolvimento e estímulo sensorial no que diz respeito às habilidades táteis, auditivas e visuais, auxiliando na progressão das habilidades motoras, integração sensorial e na autonomia do indivíduo. Fisioterapeuta ou educador físico – Atua no aperfeiçoamento de habilidades motoras e musculares, no tratamento comportamental e na inclusão social. 5 ATUAÇÃO DO MÉDICO NO TEA Uma dúvida comum entre pessoas que suspeitam de um caso de autismo na família é qual especialista procurar. Diagnosticar corretamente o TEA é algo complexo, já que o transtorno que não tem uma “cara” definida. Não existe um sinal físico, seja no formato do rosto ou na pele, que diferencie quem tem a condição de quem não tem. Além disso, não há exame laboratorial ou de imagem que confirme o distúrbio. O diagnóstico do espectro autista é apenas clínico. Isso significa que, para certificar se uma pessoa é autista, é preciso observar o comportamento do paciente e analisar informações coletadas com as pessoas que convivem com ele, com o auxílio de questionários protocolados, como a escala MCHAT. Todo este processo é delicado e, por isso, é necessário ser realizado por profissionais capacitados. outro detalhe importante: o tipo de profissional vai variar de acordo com a idade da pessoa a ser avaliada. Como muitos dos casos de autismo são identificados na infância, as primeiras suspeitas costumam ser levantadas pelo pediatra nas consultas de rotina. Outro grupo importante neste momento são os professores, pois a convivência diária na escola permite observar de perto o desenvolvimento das crianças e notar se há traços fora do comportamento típico esperado. Mas o TEA é um espectro e muitas pessoas se encaixam no que é conhecido como autismo leve, de alta funcionalidade ou, como era chamado 6 anteriormente, Síndrome de Asperger. Nestes casos, os sinais são mais sutis e demoram mais para serem diagnosticados, pois costumam ser confundidos com outros comportamentos, como timidez, excentricidade ou falta de atenção. A maior divulgação de informações sobre o autismo, inclusive, tem ajudado diversos adultos a identificarem por conta própria algumas características. A partir do momento que se constata características do TEA, é hora de consultar um especialista para confirmar o diagnóstico. No caso de crianças e adolescentes, as famílias devem buscar atendimento com um neurologista pediátrico (neuropediatra/neurologista infantil) e um psiquiatra infantil. Já os adultos podem se consultar com um psicólogo, que vai identificar os sintomas e fazer uma avaliação inicial com base em observação, entrevistas e análise de histórico. O diagnóstico final, no entanto, precisa ser validado por um psiquiatra ou um neurologista. Ao todo, um médico leva de nove a 11 anos para se tornar um especialista capacitado no diagnóstico e tratamentos de autismo. Todo este tempo é necessário para o profissional ter a segurança na hora de identificar os sinais típicos do desenvolvimento infantil (no caso de um pediatra), os sintomas de doenças degenerativas (neurologista) ou traços de distúrbios mentais (psiquiatra). A importância do diagnóstico e do tratamento precoces para casos de TEA são confirmados por dados médicos e análises científicas. A base disso são as evidências do desenvolvimento do cérebro durante os primeiros anos de vida – o conceito de plasticidade cerebral – que mostra a importância dos estímulos precoces na criança. O cérebro muda fisiologicamente e funcionalmente no decorrer da vida. Sem dúvida, o resultado dessa intervenção inicial são as melhoras e conquistas a longo prazo para a vida do autista. O relatório médico com indicação da CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde, do inglês International Classification of Diseases) é fundamental para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Quando isso não ocorre, o autista está 7 sujeito aos riscos da demora no início do tratamento ou mesmo à não realização das intervenções necessárias e adequadas.Somente com base em um diagnóstico precoce, poderão ser promovidas intervenções antecipadamente, bem como a orientação dos pais ou responsáveis a respeito das particularidades do caso e do prognóstico. Assim sendo, o relatório médico, nas condições indicadas, é imprescindível para acesso aos direitos das crianças neuroatípicas. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO TEA A Psicologia sendo uma área do conhecimento que abrange diversos cenários do desenvolvimento humano, é de extrema importância que ela se faça presente em casos de autismo, utilizando-se dos métodos necessários e comprovadamente eficazes que proporcionem um tratamento efetivo A preocupação dos pais com o comportamento de seus filhos aparece em seus primeiros anos de vida, sendo esse um período importante para se detectar quaisquer anormalidades que envolvam o desenvolvimento. Esse pode ser prejudicado caso haja algum prejuízo cognitivo e a probabilidade de desenvolverem um atraso de linguagem e comportamentos de autoagressão é maior. Problemas na comunicação e socialização permanecem no indivíduo por 8 toda a vida, no entanto, com o passar da idade esse quadro pode ser amenizado se o paciente receber os cuidados adequados. Não há evidências de que um tipo de intervenção surte efeito positivo em todos os pacientes e nem que seja capaz de curar o autismo. Contudo, há tratamentos diferentes para as várias especificidades da doença, que dependem de idade, do grau de déficit cognitivo, do comprometimento da linguagem e de sintomas gerais, além do aspecto familiar, do suporte social e etc (BOSA, 2006). Conforme aborda Souza et al. (2004), o psicólogo deve estar inserido no diagnóstico da pessoa autista, pela importância analítica que deve possuir do comportamento entendido como normal para a averiguação dos sintomas apresentados que destoam nesses pacientes, sendo assim vital em um estudo multidisciplinar de cada caso. Bosa (2006) afirma que o tratamento deve ser estruturado de acordo com a idade do indivíduo. Em crianças, preocupa-se com a formação da linguagem e da interação social, enquanto que nos adolescentes o foco são as habilidades sociais e o desenvolvimento da sexualidade. Enfatiza- se a importância dos muitos profissionais que lidam com essa patologia e com as diversas abordagens do mesmo, mas leva-se em consideração que a interação entre os mesmos como equipe e em contato com a família se faz necessária. Na busca de uma recuperação funcional do autista, encontram-se diferentes formas de abordagem, sejam pelas correntes de análise psicanalítica, individual e cognitiva. Souza apud Windholz (1995) aponta que a terapia comportamental seria a mais completa no tratamento, embora o autor ainda busque a referência de uma abordagem adaptável, com a aplicação da psicoterapia, psicanálise e orientação, como aborda Gauderer, pela característica limitada que o mesmo vê em cada um dos enfoques de tratamento, estando cada uma complementando a outra conforme o curso do processo terapêutico (SOUZA, 2004 apud GAUDERER, 1997). Sabendo-se das variadas vertentes psicológicas, a abordagem psicanalítica parte de um pressuposto inicial de estudo visando um diagnóstico precoce. Visani (2012, apud Laznik, 2000) defende uma identificação através da relação entre mãe e filho, sendo essa, a de maior interação com o lactante desde o seu nascimento, capaz de perceber as reações que a criança transmite à sua 9 genitora. A mãe pode não desempenhar seu papel adequadamente, seja ela em sua incapacidade materna de envolver-se emocionalmente, frustrando a expectativa do filho quando este lhe pede um retorno. (DORIA; MARINHA e FILHO, 2006). O psicólogo assim teria o papel de investigar, na ausência da capacidade por parte dos pais em assumir o papel do outro primordial, sendo esse um termo adotado por pesquisadores lacanianos e tende a se preocupar com o comportamento dos genitores no decorrer do processo, confirma Dora, Marinho e Filho (2006). Nota-se dificuldade por parte dos pais em reconhecer a dificuldade no relacionamento com a criança, podendo assim comprometer a técnica terapêutica. É a partir dessas características na estrutura do relacionamento familiar que se pode traçar os elementos fundamentais para levantar a hipótese de autismo. Dessa forma, o psicanalista trabalha com as funções materna e paterna para que se surta resultados positivos na terapia com a criança autista. Na inabilidade por parte dos pais em fornecer uma troca em uma investigação psicanalítica, cabe ao profissional exercer essa função, observando as manifestações que a criança produz (VISANI, 2012), e assim contribuindo para uma melhoria das relações socio-afetivas (DORA; MARINHO e FILHO, 2006). O psicólogo exerce um papel relevante ao auxiliar os familiares da criança portadora de TEA a assimilarem a importância de entender os sentimentos existentes que os rodeiam os quais podem ser a negação, frustação, culpa, impossibilidade, recusa e variadas fantasias. Existe a necessidade de priorizar a atuação do psicólogo em conjunto com a equipe multidisciplinar dando enfoque para as intervenções visando às crianças com TEA e seus familiares mais dignidade ao enfrentar esse caminho. Promover um trabalho de socialização é imprescindível com o intuito de precaver o preconceito e a discriminação que infelizmente ainda estão presentes. O trabalho da equipe multidisciplinar junto aos familiares promove a qualidade de vida para crianças com TEA. O trabalho do psicólogo de modo exclusivo proporciona uma atuação voltada para os sentimentos, perspectivas e anseios garantindo uma vivência de maior qualidade. 10 Desse modo, o Psicólogo pode atuar com as crianças, contribuindo para a melhora do desenvolvimento psíquico de tal forma a integrá-las na escola, na sociedade e com sua família, orientando pais e professores na busca por uma convivência harmônica, a qual é a base necessária para encontrar condições propícias ao seu crescimento social, do ensino e aprendizagem, fator este de alta relevância no desenvolvimento da criança em seu caminho para a fase adulta. De acordo com a Resolução CFP n. 010/05, que aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo, cabe ao profissional: Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentadas na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional. Art. 8º Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente; Art. 13 No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005, p. 12-13). ATUAÇÃO DO PEDAGOGO/PSICOPEDAGOGO NO TEA 11 A Psicopedagogia é a área de conhecimento, atuação e pesquisa que lida com o processo de aprendizagem humana, visando o apoio aos indivíduos e aos grupos envolvidos neste processo, na perspectiva da diversidade e da inclusão. A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), como órgão representativo dos psicopedagogos, entende que o curso de Psicopedagogia deve formar profissionais para garantir a aprendizagem como direito de todos, buscando uma sociedade mais justa e igualitária. Esta formação ocorre em níveis de pós- graduação lato sensu (especialização). A Psicopedagogia estabelece um conjunto de praticas e atividades que proporcionam intervenções na aprendizagem, atua no diagnostico e nas dificuldades de aprendizagem. O profissional da psicopedagogia trabalha diretamente nas dificuldades especificas das questões de aprendizagem inerentes ao serhumano. O Psicopedagogo tem como prioridades o trabalho psicopedagógico nos fatores constitucional, biológico, cognitivo, afetivo e sociocultural. A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para atender a essa demanda, constituindose assim, em uma prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como se aprender, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e a preveni-las. (BOSSA, 2007). O Psicopedagogo deve investigar, intervir e ter a sensibilidade nas causas que limitam o aprendizado, atuar na orientação dos familiares quanto as suas posturas e trocar com todos os profissionais envolvidos com a criança visando proporcionar um ambiente favorável e respeitando suas limitações ao aprendizado. Existem pessoas que afirmam que crianças com TEA não aprendem e não ensinam, mas isto é mito, deve-se levar em consideração a bagagem que eles trazem. Cabe ao Psicopedagogo intermediar o 12 relacionamento entre ensinante e aprendente na construção de um vínculo prazeroso e saudável. Não tem como o psicopedagogo atuar na vida de uma criança com TEA sem antes conhecer as características desta criança. É um trabalho que exige grandes desafios e pesquisas para que este tenha condições de planejar uma intervenção que venha atingir as necessidades e os aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais. Compete ao psicopedagogo identificar e atuar nas causas que promovem o insucesso, orientando os profissionais envolvidos e tornando a vida dessa criança mais saudável. O importante é valorizar todo o conhecimento que essa criança traz do seu mundo, considerando suas experiências, aprendendo com ela, respeitando suas limitações e favorecendo uma relação de confiança e prazer. O jogo é o melhor e mais completo instrumento a ser utilizado, resgatando e preparando para aprendizagem. O jogo pode auxiliar no tratamento com crianças portadoras da síndrome. O jogo abrange os três estilos de aprendizagem; visual, auditivo e sinestésico, desenvolvendo, assim, a cognição, competências fundamentais para o futuro. Dessa forma, contribuirão para melhor desempenho do autista e para integração das várias dimensões do seu conhecimento afetivo, motor, cognitivo e social sendo um dos melhores caminhos para o desenvolvimento. Estes jogos precisam estar adaptados as necessidades e realidades das crianças com TEA. Bossa aponta a seriedade do trabalho do psicopedagogo que deve ser feito por etapas. O profissional, para cumprir os objetivos e garantir o enquadre no trabalho psicopedagógico, deve adotar certas técnicas. São elas: organização prévia da tarefa; graduação nas dificuldades das tarefas; auto avaliação de cada tarefa a partir de determinada finalidade; historicidade do processo, de forma que o paciente possa reconhecer sua trajetória no tratamento, informações a serem oferecidas ao sujeito pelo psicopedagogo, num nível em que possa integrá-las ao seu repertorio intelectual e construir o mundo que habita; por fim, a autora fala da indicação como mais uma técnica no tratamento psicopedagógico ( PAIM, 1986,aput BOSSA, 2007). 13 A psicopedagogia no TEA é uma área de extrema relevância para o desenvolvimento de uma pessoa que viva com autismo. No entanto, é imprescindível que os terapeutas saibam abordar cada caso de forma separada a fim que as intervenções promovam os pontos desejados para a criança e adolescente: capacidade de compreensão e assimilação na interação com outras pessoas; desenvolvimento de técnicas comunicativas, entre outros. 14 ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NO TEA Os fonoaudiólogos são terapeutas especializados no tratamento de problemas de linguagem e distúrbios da fala. Ele desempenha um papel importante na inclusão e reabilitação dos indivíduos com autismo. Após uma avaliação, o especialista trabalhará as habilidades sociais e de comunicação de cada individuo, o que possibilitará identificar as dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico. O objetivo maior da fonoaudiologia no desenvolvimento do indivíduo com Transtorno de Espectro do Autismo é melhorar os sintomas comportamentais, linguagem e comunicação verbal e não verbal. A intervenção precoce e continua do fonoaudiólogo é de extrema importância para que o quadro evolua satisfatoriamente, no que envolve sua comunicação geral e em especial, para o desenvolvimento de sua linguagem receptiva e expressiva, gestual, oral e escrita, capacitando-o para compreender, realizar atividades e agir sobre o ambiente que o cerca. Diante das características de cada autista, é necessário criar um programa terapêutico. Este consiste numa terapia individualizada e específica, podendo ter como base alguns modelos como o TEACCH, ABA, PECS, de acordo com a necessidade de cada indivíduo. A terapia da fala tem como objetivo diminuir ou eliminar a presença de formas pré-simbólicas não conversacionais, 15 como gritos, por exemplo, trocando por mecanismos conversacionais de comunicação, aumentando as intenções comunicativas e categorias pragmáticas. Nos indivíduos que falam, a terapia é direcionada no desenvolvimento da compreensão e expressão verbal, principalmente na semântica e pragmática, possibilitando maior autonomia e independência, desenvolvendo uma maior motivação para se comunicar. Enriquecer o sensorial também é uma terapia eficaz para o tratamento do autismo, já que, a maioria desses indivíduos possuem problemas sensoriais que envolvem o cheiro e sensibilidade ao toque. Trabalhar com texturas, tato, temperatura, olfato, paladar e sons, pode desenvolver uma série de sensibilidades e interesse sensoriais, permitindo interagir e se envolver com o resto da sociedade. Uma vez que o autismo é diagnosticado, os fonoaudiólogos avaliam as melhores formas de contribuir com a comunicação e a qualidade de vida da pessoa. Ao longo da terapia, o fonoaudiólogo também trabalha em estreita colaboração com a família, a escola e outros profissionais. O fonoaudiólogo atua no desenvolvimento da criança com autismo contribuindo para reduzir os impactos do TEA na audição e fala, além de ampliar a independência cognitiva e funcional do autista, o que facilita a sua interação social. O objetivo é ajudar a pessoa a se comunicar de maneiras mais úteis e funcionais. Os desafios relacionados à comunicação e à fala variam de pessoa para pessoa com o TEA. Alguns indivíduos no espectro do autismo não são capazes de falar. Outros gostam de conversar, mas têm dificuldade em manter uma conversa ou entender linguagem corporal e expressões faciais quando conversam com outras pessoas. Vamos destacar alguns exemplos das habilidades que a fonoaudiologia pode trabalhar com as pessoas com o TEA: Fortalecer os músculos da boca, mandíbula e pescoço; Treinar os sons para deixar a fala mais clara; 16 Combinar as emoções com a expressão facial correta; Compreender a linguagem corporal; Ensinar a conversar e a responder as perguntas; Combinar uma imagem com o seu significado. Contribuir com o tom de voz. O especialista deve ser consultado logo que surgir atrasos ou dificuldade de comunicação na criança. Assim que for detectado o déficit de linguagem já é possível introduzir ações para desenvolver as habilidades da pessoa com o TEA. Com a atuação do fonoaudiólogo, a criança passará a entender e a usar aspalavras. Sendo assim, conseguirá fazer perguntar e responder, conseguirá pedir ajuda e saber quando e como começar uma conversa. O fonoaudiólogo pode também contribuir com o aprendizado do autista. Ele consegue trabalhar a leitura e escrita da criança e o ajuda a ler e a escrever. Além disso, há uma técnica chamada Comunicação Ampliada e Alternativa (CAA) que inclui todas as formas de interlocução que podem ser usadas para expressar pensamentos, necessidades, desejos e ideias. O fonoaudiólogo pode trabalhar a linguagem corporal do autista e ensinar a criança a reconhecer alguns sinais corporais que podem ser bastante sutis. Pode também ajudar o autista a desenvolver as habilidades de conversação, saber quando perguntar, quando dar bom dia, por exemplo. A terapia fonoaudiológica pode acontecer em casa, na escola ou em um consultório. O autista pode fazer essa terapia sozinho ou em pequenos grupos. O fonoaudiólogo desenvolverá atividades lúdicas e dirigidas sempre enfocando o uso da linguagem no contexto correto. Por ser o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta as pessoas de diferentes formas na área da sociabilização, comunicação e comportamento, o fonoaudiólogo deve preferencialmente atuar em conjunto com uma equipe multidisciplinar que reúna especialistas como pediatras, neurologistas, terapeutas ocupacionais, entre outros. 17 ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO TEA A Terapia Ocupacional, como profissão da área da saúde, está voltada para o “fazer” humano e atua com os objetivos de devolver, manter e/ou desenvolver habilidades que foram perdidas por qualquer motivo pelos seus clientes, buscando, assim, a (re)inserção e interação social, autonomia e independência deles. Sabemos que o principal fazer da criança é o brincar e, através do brincar, a criança recebe estímulos sensoriais e com essas informações, aprende e se desenvolve. Um objetivo de extrema relevância da Terapia Ocupacional é orientar as Famílias, bem como professores e demais profissionais que precisam de ajuda para compreender e sabe lidar com crianças portadoras de autismo, para que estas se desenvolvam e consigam interagir nos ambientes que frequentam e com as pessoas com as quais convive. O Terapeuta Ocupacional age, a partir da compreensão do contexto escolar como fonte de possibilidades para ampliação do espaço de intervenção e utiliza dispositivos que direcionados na melhora na qualidade de vida e autonomia das crianças com TEA. Quando falamos em Terapia Ocupacional Infantil, nos remetemos a três grandes áreas nas quais são de extrema importância na infância: AVDs 18 (atividades da vida diária), atividades relacionadas ao trabalho escolar e o brincar. A criança aprende sobre o mundo quando interage com ele, usando as informações que lhe chegam pelos sentidos, essas interações se dão através do brincar, sendo este o principal recurso utilizado pela Terapeuta Ocupacional. É por meio das brincadeiras de faz-de-conta, simbólicas e/ou fantasiosas que a criança atribui valor diferente aos objetos, pessoas ou relações que ela possui, sendo, pois o brincar essencialmente um meio socializador. Nesse contexto, identifica-se a importância do trabalho do terapeuta ocupacional utilizando o brincar de forma a potencializar algumas habilidades como a imitação, a funcionalidade dos objetos e o simbólico. Assim, uma das estratégias utilizadas pela Terapia Ocupacional para acolher e trabalhar as demandas de crianças com TEA pode ser o brincar como recurso que permite acessar as dificuldades do usuário e que possibilita a ampliação do seu repertório de atividades e dos processos proximais. A utilização do brincar, na escola e domicilio, produz oportunidades de estabelecimento de processos proximais, possibilitando à criança a experiência de relações, trocas e consequente impulso no processo de desenvolvimento. O objetivo global da terapia ocupacional é ajudar a pessoa com autismo a melhorar a qualidade de vida em casa e na escola. O terapeuta ajuda a introduzir, manter e melhorar as habilidades para que as pessoas com autismo possam chegar à independência. Estas são algumas das habilidades que a terapia ocupacional pode promover: • Habilidades da vida diária, tais como o treinamento do toalete, vestir-se, escovar os dentes, pentear cabelos, calçar sapatos, e outras habilidades de preparação; • Habilidades motoras finas necessárias para a realização de caligrafia ou cortar com uma tesoura; • Habilidades motoras utilizadas para andar de bicicleta; 19 • O sentar adequado, percepção de competências, tais como dizer as diferenças entre cores, formas e tamanhos; • Consciência corporal e sua relação com os outros; • Habilidades visuais para leitura e escrita; • Brincar funcional, resolução de problemas e habilidades sociais; • Integração dos sentidos, realizado através da abordagem de integração sensorial com objetivo de diminuição de estereotipias; Ao trabalhar sobre essas habilidades durante a terapia ocupacional, uma criança com autismo pode ser capaz de: • Desenvolver relacionamentos com seus pares e adultos; • Aprender a se concentrar em tarefas; • Expressar sentimentos em formas mais adequadas; • Envolver-se em jogo com os pares; • Aprender a se autorregular; • Realizar atividades mais refinadas como: escovar dentes, lar laço, vestir-se etc. • Independência; • Aprendizagem; • Autoconfiança; ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA/EDUCADOR FÍSICO NO TEA 20 O profissional de fisioterapia atua diretamente em funções determinantes para a vida da criança e adolescente com autismo; e até mesmo adultos. É importante ressaltar que quanto antes o tratamento iniciar, maiores são as chances de uma evolução bem-sucedida existir. No caso das habilidades motoras, o fisioterapeuta atua em funções básicas, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e a se locomover de maneira geral. Um detalhe que não pode passar despercebido é que o profissional de fisioterapia pode informar aos pais sobre os exercícios que são fundamentais para a criança. Dessa forma, pais e responsáveis podem gerenciar a execução dos exercícios feitos em casa, caso o terapeuta passe alguns deles para serem realizados no ambiente doméstico. O fato de fazer as atividades dentro de casa pode dar mais confiança ao pequeno. A familiaridade com o local é sempre um ponto positivo para o autista. A fase que a criança entra para a escolinha é determinante para se trabalhar os movimentos dela. Correr, pular e jogar é importante para o bem- estar de qualquer pessoa e pode sê-lo para o autista, pois, além de desempenhar a função motora, também é responsável pela interação da criança com seus coleguinhas. O fisioterapeuta tem um papel fundamental nisso com a orientação de exercícios fundamentais para os movimentos do pequeno. Dentre vários exercícios voltados para a melhora do autista, muitos fisioterapeutas trabalham com o método Bobath, responsável por resultados muito satisfatórios. Importante salientar que tal técnica não surgiu para a intervenção no autismo, mas para casos envolvendo derrames cerebrais e paralisias infantis. Além disso, o método pode ser empregado em crianças e adultos. Os fisioterapeutas entram com o método Bobath para a atuação em detalhes imprescindíveis na vida do autista. O trabalho na coordenação é uma das prerrogativas. Além disso, a adequação do corpo a uma postura (física) mais saudável é o ponto-chave da técnica Bobath. Ela é responsável por: • Dar simetria ao corpo; • Administrar as posições do indivíduo; • Dar firmeza ao tronco; • Promover alongamentos; • Trabalhar o tônus muscular; 21 É válido reiterar que cada caso é único, então osresultados só podem vir a cada um de forma distinta. O autista pode ter uma vida muito melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e acompanhamento dos pais. Para Segura (2011), a melhora da aprendizagem cognitiva, social e da linguagem seria uma das principais metas de tratamento para a fisioterapia, bem como, diminuir os comportamentos mal adaptados, reduzir rigidez articular e evitar movimentos estereotipados, e estimular o nível sensorial e motor. Para que o tratamento seja mais eficaz é de suma importância que a família e amigos – juntamente com a equipe multidisciplinar, tratem os autistas como normais e tentem entender a sua forma de ser e de pensar. A fisioterapia contribui na melhora das habilidades com auxílio de brinquedos lúdicos, mostrando maior clareza no raciocínio, autocontrole corporal além do treino das habilidades motoras de crianças autistas. Para Anjos (2016), o fisioterapeuta é primordial para moldar e aprimorar o processo evolutivo da criança com autismo, usando a psicomotricidade como elemento fundamental, prevenindo e diminuindo os atrasos psicomotores que podem aparecer. No entanto, a fisioterapia atua favorecendo um melhor desenvolvimento das funcionalidades, evitando que o déficit psicomotor prevaleça. É importante ressaltar que o fisioterapeuta deve avaliar as habilidades motoras, como a postura, marcha, equilíbrio e controle, concentrando assim nas ações diárias da vida, como andar, sentar, brincar e pegar objetos, contribuindo para que não haja um problema maior no déficit motor no decorrer do seu desenvolvimento da criança. Silva (2009) afirma que a atuação fisioterapêutica voltada para crianças autistas para ser completa e eficaz deve ser realizada juntamente com uma equipe multidisciplinar envolvida, para ser realizado um melhor atendimento e visando trabalhar a criança como um todo, e poder assim, contribuir para a melhora no desenvolvimento motor dessas crianças, trabalhando diferentes habilidades para melhorar o cognitivo, diminuição do estresse em família e social. Entretanto, deve haver no programa de atendimento para ser seguido em uma equipe multidisciplinar, trabalhos realizados com atividades lúdicas para a coordenação motora fina e grossa, e que estimulem as habilidades para o avanço motor, as quais auxiliam na melhora do tônus muscular, no equilíbrio, no 22 fortalecimento, na propriocepção, treinos de sentar, levantar, subir e descer e estímulos ativos para realizar as atividades propostas nunca ultrapassando os limites da criança autista. Segundo Ferreira (2016) o tratamento em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo, para ser adequado, deve-se haver uma equipe multidisciplinar que envolva: fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e educador físico, os quais devem trabalhar a criança como um todo, em diferentes habilidades, como a melhora do cognitivo, o meio social, linguagem e a comunicação; reduzir os movimentos estereotipados e a rigidez dos mesmos; e a melhora do comportamento e do estresse em família. Esses profissionais juntamente com a família, devem-se empenhar na inclusão dessas crianças no meio social, visando o bem-estar e melhora do desenvolvimento. Andrade (2011) diz que a intervenção fisioterapêutica pode atuar de várias formas com a criança autista, tirando-a da rotina com atividades lúdicas como arte, desenho, pintura, jogos, dança e músicas, são atividades que trabalham o cognitivo, o equilíbrio e o fortalecimento, sendo que ainda favorece a socialização, o despertar de curiosidades sobre o que se possa fazer e ouvir, vencendo seus medos e desafios; mas sempre considerando que cada autista apresenta um intelectual diferente de uma forma única de ser. Em um programa de intervenção fisioterapêutico, uma proposta de tratamento destinado a crianças com o Transtorno do Espectro do Autismo, usando a estimulação sensorial, e aspectos psicológicos como o principal tratamento, por meio de uma integração paciente e terapeuta; e paciente e o meio; a estimulação visual faz-se através de cartões coloridos e com letras para diferenciar; estimulação auditiva e tátil, através de brinquedos sonoros com formas e tamanhos diferentes. Bosa (2006) menciona que a intervenção de tratamento deve ser planejada de acordo com as condições e etapa de vida da criança autista, priorizando assim a terapia da fala, interação social, habilidades do desenvolvimento motor juntamente com uma equipe multidisciplinar que se destaca por possibilitar a melhora na qualidade de vida, respeitando o seu nível de desenvolvimento e particularidades de cada uma. Este tratamento consiste na orientação à família, no desenvolvimento da linguagem e comunicação da criança autista. 23 Segundo Machado (2015) crianças autistas desenvolvem danos graves sensoriais e motores, e uma das terapias motoras indicadas está associada à música, pois ela estimula a comunicação e facilita a interação social. Além de outros sistemas que ajudam na percepção dos movimentos ajustando os padrões de movimentos desordenados e irregulares propondo assim a união da dança e da fisioterapia para efeitos positivos. Algumas Intervenções terapêuticas têm mostrado efeitos positivos, às quais atuam nos estímulos sensoriais, visuais, auditivas, técnicas de domínio sensório motor, exercícios e atividades coordenadas. O tratamento fisioterapêutico deve acontecer no início dos primeiros sintomas na fase precoce, assim podendo ter o ganho nas habilidades motoras da criança, e podendo dar a eles melhora da qualidade de vida. Uma intervenção de tratamento fisioterapêutico tem com os principais objetivos após tratamento: avaliar a melhora da autoestima, impedir possíveis deformidades físicas, propor e promover o segmento ao tratamento; devendo, sempre que possível, realizar um tratamento precoce. Segundo Almeida (2013) ainda é muito discutido na literatura sobre a importância do diagnóstico precoce em crianças com características autistas, para melhor desenvolvimento no decorrer da idade, pois pode ser que, com um tratamento e uma avaliação detalhada de uma equipe multidisciplinar, essas características possam não ser compatíveis como sendo a de uma criança com autismo. Com a descoberta do autismo, essas crianças já apresentam déficit de desenvolvimento e comunicação, pois é no primeiro estágio da vida que se podem prevenir alterações no comportamento e nas habilidades, e melhorar o desenvolver da sua linguagem. Para Segura (2011) a fisioterapia vai atuar ingressando as crianças autistas no convivo do meio social e realizar atividades com brinquedos lúdicos e pedagógicos, treinando assim habilidades de concentração, melhora do raciocínio e maior retenção de detalhes, causando a inibição de movimentos anormais e estereotipados, a melhora do autocontrole corporal e equilíbrio. Os profissionais devem utilizar métodos criativos que desenvolvam o interesse, bem como, uma forma que envolva a comunicação e a atenção dessas crianças, por meio de jogos de sinais. São utilizados métodos eficazes como atividades de coordenação motora e brinquedos projetados para o tratamento de crianças 24 autistas. Crianças que recebem estimulação precoce apresentam uma melhora grande nas evoluções do desenvolvimento geral, podendo o tratamento variar de acordo com a idade e dificuldades apresentadas pela criança autista. Segundo Antunes (2005) a fisioterapia atua como forma de ação mútua do autista no meio social, educacional e familiar; fazendo-as se sentirem mais humanas e adaptadas aos ambientes, principalmente de aprendizagem. O trabalho tátil é importante para que a criança evolua aprimorando os reflexos proprioceptivos com objetos para várias texturas, temperaturas diferentes e movimentação das mesmas para trabalhar com os sonstambém, pois a propriocepção é como um guia de consciência corporal, levando em conta as técnicas que deveram ser abordadas. Para Holanda (2013) diversas técnicas podem ser utilizadas para o tratamento de crianças com TEA, como a hidroterapia, atividades lúdicas e, destacando-se entre elas, a equoterapia, que é um tratamento que utiliza cavalos, trabalhando técnicas que agem para superar danos motores, sensoriais e comportamentais, trazendo para a criança benefícios de bem estar físico e emocional. Os animais conseguem apresentar afeto e amor incondicional independentemente de qualquer deficiência física ou psicológica; o desenvolvimento afetivo da criança com o animal é importante para a cognição, motricidade e aprendizado. Além disso, as áreas motoras e o desenvolvimento emocional são extremamente ligados, e precisam ser trabalhados juntos, favorecendo assim uma melhora do ajuste tônico corporal e a percepção do mundo externo. Silveira (2011) diz que o cavalo possui um movimento rítmico e uniforme para que a criança consiga estar sobre ele. Devido ao movimento que o cavalo realiza o trocar de apoio sobre patas faz com que a criança desloque a cabeça, realize uma flexão da coluna e o alongar do pescoço e braços faz com que tenha um ajuste do seu comportamento muscular e uma reeducação do equilíbrio, graças ao balanço do cavalo; fazendo assim, com que a criança com TEA tenha que coordenar o seu próprio movimento, o qual é chamado de busca de equilíbrio corporal, ou seja, o alinhamento postural, as quais estão unidas devido à estabilização da cintura escapular e dos membros superiores fazendo que o autista realize movimentos coordenados e seletivos, gerando impulsos para o 25 cérebro e acionando o sistema nervoso para que a criança continue a realizar os movimentos. Segundo Cardoso (2016) a equoterapia no TEA promove ganhos a nível físicos e psicológicos, pois o andar a cavalo exige movimento do corpo por inteiro, sendo um grande contribuinte para o desenvolvimento da força muscular, coordenação motora, equilíbrio e traz o relaxamento, contribuindo para alguns efeitos terapêuticos: a melhora da psicomotricidade, no aspecto da coordenação, dissociação de movimentos, tônus muscular, no equilíbrio, mobilidade das articulações da coluna, postura do tronco e na precisão de gestos. Há melhora da relação, nos aspectos de comunicação, autoconfiança, autocontrole e da atenção por mais tempo. E por último a melhora da socialização, facilitando a integração de indivíduos com danos no cognitivo e com a equipe multidisciplinar e com o animal. Para Borges (2016) a hidroterapia através dos seus princípios físicos da água, trabalha como uma terapia, auxiliando assim na estimulação motora, no comportamento social, no sensorial, desenvolvimento afetivo, na confiança e autocontrole do próprio autista. São realizadas atividades de arrastar argolas, atividades recíprocas, com auxílio de bola com outras crianças, equilíbrio, pular, dentre outros, mostrando uma melhora significativa nas habilidades comportamentais/sociais e na função motora. Cunha (2016) preconiza que a terapia no meio aquático pode contribuir na compressão do corpo, enriquece as habilidades motoras, a interação social e o déficit do desenvolvimento, ajudando no aumento do movimento da criança. A realização dos exercícios na água exerce uma influência positiva sobre o comportamento estereotipado e o controle corporal, além de dar-lhes o ensinamento de permanecer em um grupo. Mas para qualquer tratamento os pais e a família são essenciais para que haja um progresso nessa intervenção; treinamentos de mudanças de comportamentos, os quais podem ser ensinados em contingências dentro do próprio contexto familiar. Para Pedrosa (2016) o simples fato da arte do brincar já ajuda no desenvolver de crianças com TEA, auxiliando no desenvolvimento cerebral, incluindo áreas ligadas à motricidade e imagens; utilizar materiais que possibilitem o maior contato corporal da criança com o objeto, e os que precisam trabalhar com o raciocínio, despertando nelas curiosidades, senso de humor e 26 prazer. Para algumas crianças autistas até o brincar pode ser realizado com dificuldade, mas não pode se tornar limitadora; a realização de atividades lúdicas deve chamar a atenção, sendo enriquecedora e que ajude a melhorar o comportamento social e a autoestima. 27 REFERÊNCIAS CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética do Psicólogo: Resolução CFP N. 010/05. ANJOS, C. C. et al. 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