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METROLOGIA E ENSAIOS Jerry Adriani Capitani Mendelski SUMÁRIO Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU- PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for- ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETOR DE ENSINO A DISTÂNCIA (EAD) Rafael Giovanella Desenvolvido pela equipe de Criações para o Ensino a Distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Julia Oliveira, Thaís Munhoz Revisora Luana dos Reis HISTÓRICO E CONCEITOS 4 A METROLOGIA E SUA EVOLUÇÃO 5 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES – SI. 9 ERROS DE MEDIÇÕES E SUAS CAUSAS 13 CERTIFICADOS DE LABORATÓRIOS 15 SINOPSE DA UNIDADE 21 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO, EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO E PADRÕES DE REFERÊNCIAS 25 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO. 26 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PADRÕES DE REFERÊNCIA 28 SINOPSE DA UNIDADE 31 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO CONVENCIONAIS E ESPECÍFICOS 34 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO ESPECÍFICOS 37 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO CONVENCIONAIS 41 MÁQUINAS DE MEDIÇÃO POR COORDENADAS 63 CALIBRADORES E VERIFICADORES 69 SINOPSE DA UNIDADE 72 TOLERÂNCIAS, AJUSTES E INCERTEZAS 74 TOLERÂNCIAS E AJUSTES 75 INCERTEZA DE MEDIÇÃO 83 ENSAIOS 89 ENSAIOS MECÂNICOS DOS METAIS 90 ENSAIOS DESTRUTIVOS 93 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 95 SINOPSE 96 3METROLOGIA E ENSAIOS APRESENTAÇÃO Prezado, aluno! Seja bem-vindo à disciplina de Metrologia e Ensaios. O presente estudo busca enriquecer o estudo acerca das atividades e práticas docentes rela- tivas à disciplina de Metrologia e Ensaios na modalidade de educação a distância do UNITEC. Deste modo, preocupei-me em propor atividades autoinstrutivas, para auxiliar a aplicação da ação didática do professor, associando atividades práticas aliadas ao caráter teórico e reflexivo. Cada unidade foi desenvolvida pensando em retomar conceitos fundamentais da Metrologia e Ensaios, sendo enfatizado desde as definições do Sistema Internacional de Unidades, passando pelos tipos e as respectivas características dos instrumentos de medições e seus padrões de referência, to- lerâncias, ajustes, incertezas de medição e os possíveis erros de medições identificados com suas res- pectivas causas, além de abordar questões referentes aos laboratórios e suas certificações, bem como as características das máquinas de medições por coordenadas e os ensaios mecânicos dos metais. Os assuntos trabalhados estão divididos em capítulos, os quais, inicialmente, tratamos de uma apresentação e contextualização histórica da metrologia, sendo, após, apresentada uma abordagem, procurando estabelecer as características específicas dos instrumentos e os equipamentos utilizados na medição assim como os respectivos padrões de referência. Sequencialmente, trataremos de ana- lisar as características das especificações em metrologia, onde consideraremos as tolerâncias e ajus- tes, assim como as incertezas de medições e as características e especificações de ensaios mecânicos de metais. O último capítulo abrange a apresentação dos conceitos e especificações de certificações de laboratórios assim como uma avaliação e apresentação de máquinas de medição por coordenadas. Basicamente, o material foi elaborado com o intuito de poder auxiliar o corre- to entendimento e, assim, o consequente conhecimento das questões atreladas ao mundo metrológico, proporcionando o desenvolvimento das habilidades necessárias aos muitos profissionais que atuam ou convivem com questões relacionadas desde as simples atividades de realizações de avaliações dimensionais, bem como o profundo entendimento, desde a etapa de planejamento até a etapa de execução de processos de conformação, usinagem e consequente montagem, assim como profissionais que atu- am na gestão e controle de setores metrológicos. Neste sentido, a escolha e estruturação dos assuntos abordados foi realizada visando conciliar uma abordagem inicial, a qual busca resgatar um pouco do con- texto histórico dos conceitos de metrologia e sistemas de unidades, considerando para isso as questões que envolveram a própria evolução conceitual dos pesos e me- didas bem como suas utilizações. Adicionalmente a isso, foram abordados aspectos atuais, os quais definem as formas práticas, os respectivos meios, bem como as ca- racterísticas e funções de famílias de meios de medição encontrados e, usualmente, utilizados nas organizações. Desta forma, a disciplina de Metrologia e ensaios busca proporcionar ao es- tudante o conhecimento de um cenário real que possibilite ao mesmo desenvolver um correto entendimento das questões metrológicas, desde suas origens até as ca- racterísticas de tipos, meios e formas de medições, assim como as suas respectivas especificações e normatizações. 4 HISTÓRICO E CONCEITOS Quando nasceu, como nasceu e quais as especificações e definições estabelecidas para a metrologia, assim como os possíveis erros de medições e a certificação de laboratórios. 5METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO A METROLOGIA E SUA EVOLUÇÃO A palavra metrologia baseia-se na junção de duas palavras gregas “Me- tron – Medida” e “Logos – Ciência”, as quais representam a ciência da medi- ção e suas respectivas aplicações, considerando-se para isso todos os aspec- tos, tanto teóricos como práticos. Assim, conforme referenciado pelo IPQ (2012), a metrologia pode ser exemplificada como a ciência associada à medição e as suas respectivas aplica- ções, englobando, desta forma, todos os aspectos teóricos e práticos atrelados ao processo de medição, independente da incerteza de medição aplicada, bem como independentemente do campo de aplicação, onde poderá ser associada a qualquer grandeza determinável. Neste mesmo sentido, Neto (2012) acrescenta que a metrologia abrange todos os aspectos que asseguram a precisão exigida pelos processos produ- tivos instalados, permitindo o atendimento à garantia da qualidade esperada dos produtos e serviços baseados na calibração dos instrumentos de medição, podendo ser analógicos ou eletrônicos e na consequente realização de ensaios. Podemos evidenciar que a metrologia possa ser dividia em três catego- rias específicas de atividades e responsabilidades, as quais são especificadas por Guedes (2014) como : • a Metrologia Científica (aplicada): tem como objetivo principal a organização e o desenvolvimen- to de padrões de medição ou padrões primários e a sua manutenção ao mais elevado nível de qua- lidade, incerteza e exatidão; • a Metrologia Industrial: refere-se às atividades de controle de processos e produtos, mediante a integração em cadeias de rastreabilidade (hierarquizadas) de padrões existentes nas empresas, em laboratórios de calibração e outros organismos nacionais e internacionais de metrologia; • a Metrologia Legal: tem como objetivo garantir que o resultado de medição está dentro de valores especificados, tendo por base uma perspectiva de mercado para proteção dos consumidores. Está também relacionada com o controle metrológico dos instrumentos de medição usados para regula- mentação, quando estes têm influência em domínios, tais como a saúde, segurança, defesa do con- sumidor, proteção do ambiente, legislação, transações comerciais, entre outros. João Jornada, Presidente do Inmetro no período de 2012, definiu no prefácio do livro “O movimen- to da qualidade no Brasil”, de Fernandes (2012), que a normalização e a metrologia atuam como base da qualidade, sendo assim, não há qualidade se não houver especificaçãodos insumos, das metodologias de produção e de medição dos atributos-chave, assim como do produto final. Neste sentido, o autor traça uma correção positiva na origem e existência da metrologia com a origem e existência do conceito de qualidade. Para podermos falar respectivamente sobre qualidade ou definirmos os conceitos sobre quali- dade, não são questões novas e nem podem ser considerados pensamentos inovadores. Desde o início da humanidade, a palavra qualidade e seus respectivos conceitos vem sendo praticados por nós, seja 6METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO de uma forma direta e explícita ou, em alguns casos, de forma implícita. Vejamos al- guns exemplos históricos de ações ou práticas que poderemos associar aos conceitos de qualidade que conhecemos nos dias de hoje: • Em 2150 a. C. existia o código de Hamurabi, que trazia em seu conteúdo uma clara preocupação com a durabilidade e capacidade funcional das habitações da época, para tanto, o código especificava que, se um construtor negociasse um imóvel que não fosse sólido o suficiente para atender a sua finalidade e o mesmo viesse a de- sabar, neste caso, o construtor seria imolado (sacrificado). • Com o intuito de controlar as terras rurais incorporadas ao seu império, os romanos foram responsáveis pelo desenvolvimento de técnicas de pesquisa para o mapea- mento e a divisão territorial, dessa forma, foram desenvolvidas ferramentas especí- ficas de medição territorial, assim como métodos específicos e padrões de qualidade. • Com relação às especificações de produtos, os fenícios tinham como ação, a práti- ca de amputar a mão do fabricante de determinados produtos que estivessem fora das especificações estabelecidas pelo governo. • Ainda com relação à preocupação quanto à qualificação e seleção de fornecedo- res, a França, durante o reinado de Luiz XIV, estabelecia e detalhava critérios para escolha de fornecedores e instruções para supervisão do processo de fa- bricação de embarcações. 7METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Neste contexto, podemos perceber que, basicamente, todos os chamados Mestres da Qualidade derivam para menções que tratam de previsibilidade e possíveis variações, menções estas que ne- cessitam de meios, métodos e formas de mensuração. Definitivamente, não é possível que nós possamos conseguir dissociar a relação histórica existente entre a metrologia e os conceitos de qualidade, ao longo dos anos, a padronização dos pesos e medidas tornou-se uma meta que representava o consequente progresso social e econô- mico. Para Neto (2012), a metrologia também engloba o conhecimento dos pesos e medidas dos sistemas de unidades de todos os povos, sejam antigos ou modernos. Com a evolução das primeiras sociedades, o método simples de contagem, até então exis- tente, também necessitou passar por uma evolução, onde foi necessário agregar um elemento adicional aos números para que assim fosse possível descrever de uma forma mais clara, com certas quantidades, conforme salientado por Abertazzi (2018). Dessa forma, podemos perceber que o número de passos representava uma distância, bem como o número de cestos podia representar a quantidade de uma produção ou o número de barris representar a quantidade de vinho, ainda, segundo o autor, a incorporação destas unidades oca- sionou uma forma de facilitação e entendimento no momento da comercialização dos produtos, que foram consideradas as primeiras formas de medições. Assim sendo, podemos basicamente verificar que o sistema inicial de pesos e medidas era baseado na morfologia humana, onde os nomes das unidades eram relacionados a partes do corpo humano, os quais destacavam-se a polegada, o palmo, o pé e o cúbito, que foi o primeiro padrão Quando conhecemos, podemos observar os chamados Mestres da Qualidade, evidenciando as respectivas definições conceituais históricas sobre o que é qualidade: • Joseph M. Juran: qualidade é ausência de deficiências, ou seja, quanto menos defeitos, melhor a qualidade. • Kaoru Ishikawa: qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre satisfató- rio para o consumidor. • W. Edwards Deming: qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente. • Philip B. Crosby: qualidade é a conformidade do produto às suas especificações. • Armand V. Feigenbaum: qualidade é a combinação das características dos produtos e serviços em uso. • Walter Shewhart: qualidade era um processo completo, que não ocorreu apenas na hora de monitorar as saídas, mas sim, ao longo dos processos estabelecidos. • Genichi Taguchi: a qualidade está associada desde a etapa de desenvolvi- mento do produto, passando pela confecção do mesmo até a entrega para o cliente, sendo a qualidade dimensionada em termos das perdas geradas para a sociedade. 8METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO conhecido, sendo estabelecido pela primeira vez como unidade padrão de comprimen- to pelo Faraó Khufu (2900 A.C.) durante a construção da Grande Pirâmide. Na prática, a medida era representada pela distância entre o cotovelo e a extremidade do dedo mé- dio. Inicialmente, o cúbito foi confeccionado em granito preto e batizado como “Cúbi- to Real” (equivalente a aproximadamente 0,5 m), ficando sob a custódia do arquiteto real e réplicas de madeira distribuídas entre os artesões e construtores para servirem de referência. A utilização desse padrão como referência proporcionou que a base da Grande Pirâmide fosse fabricada com uma forma perfeitamente quadrada, sendo que o comprimento de cada lado era apresentado com um desvio máximo não superior a 0,05% do seu valor médio estabelecido em 228,6 metros. Como vimos, normalmente, a definição destas unidades básicas eram relacio- nadas às medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões deveriam impreterivel- mente serem respeitados por todas as pessoas que fizessem algum tipo de medição nos respectivos reinos. Neste sentido, nós percebemos que o maior desafio verificado na época estava relacionado à padronização destas medidas, uma vez que as mesmas não podiam ser consideradas medidas universais. Esta clara fragilidade existente em um sistema dito como “padronizado de medidas”, colocou um grande entrave na relação de comércio internacional, barrando o consequente desenvolvimento da ciência a nível mundial, uma vez que deu origem a erros e possíveis fraudes em algumas transações comerciais. Outro fator importante e que atuou como um limitante das possibilidades de continuidade de utilização das medições relacionadas a partes da anatomia humana, foi o consequente desenvolvi- mento tecnológico que, com seu surgimento, também englobou a necessidade do desenvolvimento de unidades de medição mais estáveis e mais bem definidas. Neste mesmo sentido, hoje em dia, o conhecimento humano existente elevou-se a um nível representativo científico e tecnológico que assim demanda muitas grandezas a serem dimensio- nadas e, com isso, uma grande quantidade de unidades para possibilitar exprimi-las. Assim também, com a clara evolução do comércio e da indústria, salientou-se uma neces- sidade eminente de harmonização dos pesos e medidas entre os diversos países, onde esta di- ferença foi solucionada como estabelecimento de um padrão de medida (distância ou peso) por comparação com um padrão retirado da Natureza. 9METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES – SI. Em virtude da consequente evolução do comércio e da indústria, da queda de barreiras e a con- sequente internacionalização dos mercados, a qual imputava cada vez mais a eminente necessidade de harmonização e padronização dos pesos e medidas, bem como do surgimento de novas deman- das, atreladas a necessidade de outras grandezas, devido a fragilidade e limitações de usos dos sis- temas atuais utilizados, surgiu o Sistema Internacional de unidades, identificado pela sigla SI. Sejado infinitésimo do espaço intra-atômico ao infinito do espaço sideral, tempos, grandezas geométricas, elétricas, magnéticas, mecânicas, térmicas, óti- cas, fotométricas e radiativas são determinadas, informadas e transmitidas de for- ma pessoal, por empresas e também países com velocidades cada vez maiores, em uma linguagem universalizada e precisa, onde o Sistema Internacional de unidades faz parte, conforme citado por Rozenberg (1998). Como primeiro passo para tentar estabelecer um sistema universal de unida- des, o qual fosse totalmente independente de características anatômicas humanas, surgiu, na França, no final do século XVIII, a proposta à utilização das dimensões do planeta Terra como referência, houve a proposição da utilização de uma fração de 10-7 do comprimento do meridiano terrestre, iniciando no Equador e chegando ao Polo Norte, passando pela França, mais precisamente Paris. No intuito de quan- tificar esse valor, entre os anos de 1792 e 1798, uma expedição percorreu a distância entre Barcelona (Espanha) e Dunquerque (França), medindo a distância entre essas duas cidades, as quais estão situadas no mesmo meridiano que passa por Paris e possuindo latitudes bem conhecidas. Fruto desse trabalho, em 10 de dezembro de 1799, uma barra produzida de platina, medindo a décima milionésima parte da distância entre as duas cidades di- mensionadas, definiu o padrão de comprimento dessa nova unidade, barra que foi guardada no Arquivo Nacional da França e batizada de metro. Na mesma data, foi produzido um cilindro de platina correspondente ao padrão do quilograma. 10METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Em 1983 chegou a versão definitiva, até então utilizada, onde ficou acentuado que o metro corresponde a distância que a luz percorre em 1/299.792.458 de segun- do, identificado como a velocidade da luz em 299.792.458 m.s-1, de forma geral. Esta nova definição não gera qualquer alteração dimensional no padrão atual, apenas o es- tabelece com uma maior exatidão. Tendo a medição do comprimento como base, para as demais grandezas existentes, foram adotadas respectivas unidades. Conforme Lira (2007), o SI é identificado como um conjunto de definições, onde os Laboratórios Nacionais realizam experiências para expressar as unidades tais como são definidas. Nós podemos perceber que nos dias atuais, o SI possui uma amplitude mundial, onde, na grande maioria dos países, o uso de suas especificações é regulamentado e, em alguns casos, onde países utilizam outro sistema de medida, o SI é o sistema ofi- cial de unidade. De forma abrangente, está especificado que todo país signatário da convenção do metro possui a incumbência de adotar o SI em seu território, bem como garantir a sua efetiva utilização. O SI foi estabelecido de forma que, independente da medição realizada de qual- quer quantidade física, o seu resultado pode ser expresso como um número em al- guma unidade previamente especificada, onde, para cada quantidade física, existe uma única unidade no SI, mesmo que essa unidade possa, em alguns casos, ser ex- pressa em diferentes formas. Em Paris, no ano de 1875, realizou-se a “Conferência Diplomática do Metro”, que teve a par- ticipação de 20 países - inclusive o Brasil, a qual com a assinatura da “Convenção Internacional do Metro”, padronizava o Sistema Métrico Decimal. Além disso, também foi criado o Bureau Interna- cional de Pesos e Medidas – BIPM, cujas as missões compreendiam garantir a unificação mundial das medidas físicas, estabelecendo padrões fundamentais e escalas das principais grandezas físicas. Atividades estavam atreladas a apreciação e decisão de futuras “Conferências Gerais de Pe- sos e Medidas - Conférence Générale des Poids et Mesures – CGPM que seriam reunidas de forma periódica ao menos uma vez a cada seis anos. Mais tarde, em 1889, os padrões de metro e quilograma foram substituídos por padrões mais exatos confeccionados de platina e irídio. De lá para cá, a definição do metro acabou sofrendo algumas alterações, sendo que em 1960 na 11º CGPM, ocorreu a ratificação do metro como o comprimento igual a 1.650.763,73 comprimentos de onda, no vácuo, da radiação correspondente à transição entre os níveis 2p10 e 5d5 do átomo de criptônio 86. A mesma 11° Conferência Geral adotou efetivamente a nomenclatura “Sistema Internacio- nal de Unidades”, o SI (Système international d’unités), para o sistema prático de unidades de medidas. Isso representou o resultado efetivo do progresso no estabelecimento de um sistema sólido de unidades de medidas correspondente a aproximadamente um século de progresso no estabelecimento de um sistema consistente de unidades de medida. 11METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Basicamente, o SI está estruturado com 03 subdivisões: unidades bases, unida- des derivadas adimensionais e unidades derivadas. • Unidades bases: são unidades de medidas das grandezas de base definidas cla- ramente e de forma universal, o que acaba permitindo a sua respectiva repro- dução com total exatidão, as quais por convenção - são consideradas de forma dimensional independentes – ver Tabela 01. • Unidades derivadas adimensionais: são unidades que possuem definições estri- tamente matemáticas e que, em conjunto com as unidades bases, podem compor as unidades derivadas – ver Tabela 02. • Unidades derivadas: as grandezas derivadas são exatamente estabelecidas em função das grandezas de base, onde as respectivas unidades derivadas são gera- das através da combinação das sete unidades base, conforme as relações algé- bricas de quociente ou produto, bem como da combinação entre outras unidades derivadas ou derivadas adimensionais – Ver Tabela 03. Nós podemos verificar que as unidades estabelecidas SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas através de símbolos específicos, por exemplo, a uni- dade de comprimento metro é representada pela letra (m) e a unidade de tempo, o segundo pela letra (s), sendo também especificado que os respectivos nomes das unidades SI são escritos sempre utilizando-se a letra minúscula, exemplo: quilogra- ma, newton, metro cúbico. Com exceção, no início da frase, e para “grau Celsius”. Grandeza Nome Símbolo Definição Comprimento Metro m 1m representa o comprimento do trajeto percorrido pela luz, no vácuo, em um intervalo de tempo igual a 1/299.792.458s (1983). Massa Quilograma kg 1kg é a massa do protótipo internacional cilíndrico quilograma, confeccionado em de liga platina-irídio (1901). Tempo Segundos s 1s é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação da transi- ção entre 2 níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133 (1967). Intensidade de Corrente Elétrica Ampere A 1A é a intensidade de uma corrente constante que mantida em 2 condutores paraelos, retilíneos, de comprimento infinito, de sec- ção circular desprezável e à distância de 1m no vazio produz uma força de 2x10-7 N/m (1948). Temperatura Kelvin K 1K é 1/273,16 temperatura termodinâmica do ponto triplo da água (1967). Quantidade de Matéria Mol mol A mol é a quantidade de matéria de um sistema contendo tan- tas entidades elementares quanto os átomos que existem em 0.012kg de carbono 12 (1971). Intensidade Luminosa Candela cd 1cd é a intensidade luminosa numa dada direção de fonte que emite radiação monocromática de frequência 540x1012Hz e cuja intensidade nessa direção é W/sr (1979). Grandeza Nome Símbolo Definição Ângulo plano Radiano rad 1rad representa ao ângulo central que subtende um arco de cír- culo com comprimento igual ao respectivo raio. Ângulo sólido Esterradiano sr 1sr representa ao ângulo sólido que possui vértice no centro de uma esfera, subtene na superfície uma área igual ao valor do quadrado do raio da esfera. Tabela 01 – Unidades bases Fonte: Autor. Tabela 02 - Unidades derivadas adimensionais Fonte: Autor. 12METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Grandeza Nome Símbolo Frequência hertz Hz Forçanewton N Pressão pascal P Trabalho, Energia, Quantidade de calor joule J Potência, fluxo de energia watt W Carga elétrica (quantidade de eletricidade) coulomb C Gradiente de potêncial, Intensidade de campo elétrico volt por metro V/m Resistência elétrica ohm Ω Condutância siemens S Capacitância farad F Indutância henry H Indução magnética tesla T Fluxo magnético weber Wb Temperatura Celsius grau Celsius °C Fluxo luminoso lúmen Lm Iluminamento lux Ix Atividade becquerel Bq Dose absorvida gray Gy Equivalente de dose sievert Sv Tabela 02 - Unidades derivadas – Algumas das principais Fonte: Autor. Com o crescimento e a evolução da metrologia em níveis mundiais, surgiu uma necessidade eminente de estabelecer uma harmonização e a consequente internacionalização de terminologias e definições. Neste sentido, a elaboração e implantação de um vocabulário internacional tornou- -se a melhor forma de gerar uma integração entre os mercados, fazendo com que a consequente definição de qualquer termo e unidade de medida possua o mesmo significado em qualquer país do mundo, desta forma, surgiu o chamado Vocabulário Internacional de Metrologia – VIM. 13METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Com relação aos tipos de erros de medição existentes, nós podemos citar: • Erro sistemático: erro ou tendência de um instrumento de medição a qual é identificado em mui- tos processos de medição, é a parcela previsível do erro. Devido a isso, o erro sistemático deve, necessariamente, ser determinado quando da realização de qualquer processo dimensional. Para poder estimar o erro sistemático de um sistema de medição, devemos realizar medições de forma repetitiva do componente ou peça dimensionada, onde devemos considerar que, quanto maior for o número de medições repetitivas, melhor será a estimativa do erro sistemático. Após a realização das medições, a equação abaixo representará o valor do erro sistemático: Onde: Es = Erro sistemático µ = Média de um número infinito de indicações VV = Valor verdadeiro dimensionado • Erro aleatório: o erro aleatório é classificado como sendo a respectiva parcela que não pode ser prevista do erro, desta forma, ele é o agente que faz com que repetições levem a resultados dife- rentes. Desta forma, o erro aleatório pode ser obtido pela equação: ERROS DE MEDIÇÕES E SUAS CAUSAS Quando nós efetuamos a medição de qualquer componente ou peça, es- tamos sempre suscetíveis a erros atrelados ao processo de medição, de certa forma, podemos considerar que nada nem ninguém possua uma característica de perfeição, dessa forma, os resultados de medições também podem não cor- responder a uma perfeição. Neste sentido, nós podemos considerar que o erro de medição sempre es- tará presente quando a respectiva indicação do sistema de medição não relacio- nar corretamente com o valor verdadeiro do mensurando. Sendo assim, definido como erro de medição como a real diferença do valor indicado pelo sistema de medição e o valor verdadeiro do componente ou peça dimensionada. A equação abaixo representa matematicamente o erro de medição: Onde: E = Erro de medição I = Indicação do sistema de medição VV = Valor verdadeiro dimensionado E = I - VV Es = μ - VV Ea = Ii - μ 14METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Onde: Ea = Erro aleatório µ = Média de indicações Ii = i-ésima indicação • Erro grosseiro: é originado pelo uso incorreto ou mau funcionamen- to de um sistema de medição assim como uma leitura errônea do sis- tema de medição, a definição de seu valor não pode ser calculada, mas sua existência pode ser facilmente percebida. Normalmente, o erro grosseiro é oriundo da falta de atenção, bem como do pouco treino sobre o conhecimento do operador e até mesmo a falta de perícia dele. Basicamente, nós podemos considerar que as imperfeições do sis- tema de medição, as respectivas limitações atribuídas ao operador e as consequentes influências das condições ambientais são exemplos reais de fatores que induzem e provocam os erros de medição. Devido a isso, relembramos que, por melhor que seja a qualidade do sistema de medição utilizado, assim como por mais cuidadoso e habilidoso que seja o opera- dor e também por mais bem controladas que sejam as condições ambien- tais existentes, todavia ainda existirá o erro de medição atrelado, sendo o mesmo em maior ou menor grau. Para que seja realizada uma leitura correta e fidedigna, e que possa representar a real medida da peça a ser dimensionada, é necessário que nossa atenção seja total, para não ocasionar, também, o erro de paralaxe. O erro de paralaxe é comum em paquímetros, originado quando os traços de uma escala principal e outra secundária estiverem localizados em planos diferentes, implicando valores de leitura diferentes do valor real dimensionado. A fim de evitar o efeito paralaxe, a leitura do paquímetro, necessariamente, deverá ser reali- zada quando a vista estiver posicionada em direção perpendicular à escala fixa e ao nônio, não podendo com isso ser realizada a chamada leitura em ângulo. 15METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Outro fator importante a ser considerado quando nós utilizamos o paquímetro é a pressão de me- dição a qual origina-se um jogo do cursor, a força com que acionamos a parte móvel. Com este tipo de erro, a qual podemos sempre estabelecer como um erro pessoal nosso, necessariamente ocorre uma indesejada inclinação do cursor em relação à régua, o que de forma significativa altera a medida. O deslocamento do cursor sobre a régua deve ser estabelecido de forma que haja um perfeito equilíbrio entre um deslocamento nem muito preso e nem muito solto. Para isso, o operador deve regular a mola, adaptando o instrumento a sua mão e, caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da mola deverão ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando ⅛ “de volta”, aproximadamente. Após este ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém, sem folga. CERTIFICADOS DE LABORATÓRIOS Historicamente, quando nós analisarmos a movimentação das organizações fabris quanto a busca e a consequente necessidade do desenvolvimento de seus métodos de medição e da procura insistente por novas tecnologias, as quais possam sustentar a garantia da qualidade dos seus pro- dutos, bem como possibilitar a estruturação e implantação de processos de medição mais eficazes e mais rápidos, isso tudo representava a meta almejada às organizações. A consequente implantação de laboratórios metrológicos dentro das organizações, estruturados com a aquisição de máquinas e equipamentos que pudessem garantir a efetiva utilização dos meios de medição existentes nas linhas de produção e que permitissem também os processos de aferição e calibração desses instrumentos, bem com a qualificação dos seus profissionais, foram passos e ações buscados com o intuito de for- talecer, cada vez mais, o sistema de medição das empresas, buscando uma diferenciação de mercado e uma vantagem competitiva em relação ao mercado. 16METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Com o passar dos anos, este cenário modificou um pouco, as necessi- dades de obter-se um sistema de medições robusto e que pudesse garantir a qualidade de seus produtos e serviços permaneceu forte e quase intocável. Nós podemos dizer até que, nesta relação, houve um aumento das expecta- tivas e das necessidades das organizações, porém, aos poucos, elas começa- ram a perceber que, para algumas situações, o controle e o gerenciamento interno da realização de ensaios específicos é uma atividade a qual necessita de altos investimentos financeiros e um grande tempo de dedicação. Assim como este cenário observado para ensaios específicos, as orga- nizações começaram também a reavaliar a relação custo benefício de ter im- plantada e instalada em suas plantas fabris estruturas específicas de labora- tórios de metrologia para que pudesse ser realizado de forma interna toda a aferição, calibração,conservação e controle de seus equipamentos de medi- ção e controle assim como seus instrumentos de medição. Neste sentido, as organizações encontram nos laboratórios de ensaio e laboratórios metrológicos externos, uma saída real e garantida para a ter- ceirização do serviço, onde um laboratório autônomo, independente de in- teresses de grupos isolados, que em muitas situações também tenha como característica um contato direto com o mundo acadêmico científico, se torna uma solução excelente e de menor custo para atender as demandas existen- tes, bem como as que surgirão. 17METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Diante desse novo cenário, ficaram pequenas, mas ao mesmo tempo importantes, in- dagações a serem analisadas pelas empresas e organizações as quais buscavam prestadores desses serviços terceirizados onde podemos enumerar: qual a real validade desses ensaios, qual a real validade dos resultados que se obtém quando os produtos estão sendo avaliados e testados, como e de onde podemos garantir a confiabilidade de quem está executando estes ensaios, da mesma forma, qual o real significado de um resultado de ensaio, bem como tam- bém se o respectivo resultado é confiável. Nesta nova linha de atuação, O INMETRO, órgão federal que é responsável pelos padrões primários no Brasil, começava a ponderar o direcionamento de suas funções e responsabilida- des, as quais poderiam estar voltadas simplesmente para as questões burocráticas de medidas e autorizações, sendo que, cada vez mais, o mercado responsável pela metrologia prática já demonstrava uma elevação efetiva e um crescimento real e direcionado em serviços especia- lizados de ensaios, dificultando as ações do INMETRO quanto ao respectivo controle. Diante esta realidade, o INMETRO estabeleceu como meta, focalizar o seu próprio crescimento apenas como um órgão regulamentador e controlador, deixando de atuar di- retamente como laboratório de execução de ensaios, incentivando a maior participação de novas empresas e laboratórios de medidas interessadas em assumir este mercado, sendo estabelecida a real participação das mesmas em uma rede de laboratórios de calibração e ensaios, regulamentada pelo próprio INMETRO, desta forma, as empresas que fariam parte desta respectiva rede, passam efetivamente a emitir laudos, relatórios e certificados com um selo de aprovação do INMETRO. Desta forma, os laboratórios prestadores de serviços interessados por esta fatia de mercado e que desejam uma diferenciação com relação aos seus níveis de eficiência, aptidão e respeito em relação aos serviços realizado, deveriam integrar a RBLEP (Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios), onde o laboratório em questão assegurava uma real demonstração de sua competência técnica e de gestão, a qual poderia ser eviden- ciada com a aplicação das respectivas normas adotadas, sejam essas normas técnicas, operacionais, éticas ou de gestão. Conforme Coutinho, a evidente necessidade de estabelecimento de um padrão com amplitude internacional para acreditação de laboratórios foi discutida na primeira Conferência Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC), em 1977, a qual deu origem, no ano seguinte, ao ISO/IEC Guia 25 “Requisitos Internacionais para Compe- tência de Laboratórios de Ensaio”. Ainda, conforme o autor, o início efetivo do proces- so de padronização de atividades de laboratórios de ensaio e calibração ocorreu com a publicação do Guia, atualizado em 1982 e 1990, sendo que no ano de 1990 o seu escopo foi ampliado e o Guia 25 renomeado para “Requisitos Gerais para Competência de La- boratórios de Ensaio e Calibração”. Porém, no continente europeu, muito devido a não aceitação da ISO Guia 25, per- manecia em vigor a EN 45001 no papel de norma, com o objetivo de reconhecer a com- petência dos ensaios e calibrações realizadas pelos laboratórios. De uma forma real, as normas permitiam claras e evidentes diferenças de interpretações dos seus requisitos, dificultando o consenso entre os seus usuários. 18METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Podemos verificar que a ISO/IEC 17025:2001 foi produzida como resultado de am- pla experiência na implementação do ISO Guia 25 e da EN 45001, que foram canceladas e substituídas de modo que fossem utilizados textos idênticos nos níveis internacional e regional, sendo seus principais objetivos, conforme definido por BICHO e VALLE (2002): • estabelecer um padrão internacional e único para atestar a competência dos la- boratórios para realizarem ensaios e/ou calibrações, incluindo amostragem, uma vez que tal padrão facilita o estabelecimento de acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de acreditação nacionais; • facilitar a interpretação e a aplicação dos requisitos, evitando ao máximo opiniões divergentes e conflitantes, pois, ao incluir muitas notas que apresentam esclare- cimentos sobre o texto, exemplos e orientações, a 17025 reduz a necessidade de documentos explicativos adicionais; • extensão do escopo em relação à ISO Guia 25, abrangendo também amostragem e desenvolvimento de novos métodos; • estabelecer uma relação mais estreita, clara e sem ambiguidade com a ISO 9001. Assim sendo, nós evidenciamos que, no Brasil, a avaliação da respectiva compe- tência de laboratórios de ensaio e calibração é feita pela Coordenação Geral de Acre- ditação do Inmetro, em um processo a qual denominamos de processo de acreditação, sendo o mesmo baseado em auditorias com o intuito de determinar a conformidade do sistema de gestão do laboratório em questão com a NBR ISO/IEC 17025. Em virtude disso, surgiu a demanda da revisão do Guia 25, a qual proporcionou a publi- cação da norma ISO/IEC 17025 “Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração”, publicada internacionalmente no início do ano 2000 e, no Brasil, em janeiro de 2001. Esta Norma possuía dois grandes capítulos que estabeleciam o fortalecimento da integra- ção, sendo o capítulo 4, responsável pelos atendimentos dos requisitos da ISO 9001, e o capítulo 5 a base do aprimoramento significativo nos requisitos técnicos provenientes do ISO/IEC Guia 25. Basicamente, a norma NBR ISO/IEC 17025 estrutura seus itens de forma que seja possível uma classificação dos requisitos, sendo utilizada uma abordagem gerencial e outra técnica, com o ob- jetivo de possibilitar uma fácil demonstração de sua capacidade de gerenciamento do sistema de gestão, assim como de sua capacidade técnica para realizar calibrações e/ou ensaios. 19METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Desta forma, percebemos que a provável acreditação da instituição, permite ao labo- ratório que ele seja reconhecido em âmbito nacional, habilitando-o a participar da Rede Brasileira de Laboratórios, e de forma internacional através de acordos de reconhecimento mútuo entre organismos de acreditação já pré-estabelecidos. Neto (2012) especifica que a acreditação é um reconhecimento formal, concedido por um organismo autorizado, de que a entida- de foi avaliada segundo guias e normas nacionais e internacio- nais, possuindo uma competência técnica e gerencial para a realização de tarefas específicas de avaliação da conformi- dade de terceira parte, onde o órgão acreditador dá crédito ao organismo de avaliação da conformidade, que, por sua vez, reconhece a conformidade de um sistema de gestão, produto, processo, serviço ou pessoal. Uma das consequências mais importantes do uso de serviços de um laboratório que adotou o ISO/IEC Guia 25 foi a facilidade proporcionada para a negociação e o livre comér- cio entre signatários de acordos bilaterais ou multilaterais (Nafta, União Europeia, Mercosul, etc.), beneficiando organizações e usuários que operam nesses mercados, por exemplo, eliminando barreiras técnicas ao comércio, reduzindo custos e eliminando a necessidade de duplicar ensaios em produtos por importadores e exportadores, conforme identificado por Coutinho (2004). A acreditaçãoé uma ferramenta de marketing eficaz, pois ela é um passaporte para a apresentação de propostas a grandes organizações, mesmo as que exigirão laboratórios in- dependentes e fiáveis, conforme considerado por Ilac (2010). O mais importante benefício da acreditação é o de que qualquer certificado de calibração ou ensaio emitido por um laboratório que esteja acreditado por um organismo de acreditação, que seja signatário do Acordo de Reconhecimento Mútuo – MRA, seja aceito em qualquer país signatário, assim como observado por Squirrell (2001). A acreditação de uma instituição realizada pelo IN- METRO, pode ser realizada nas seguintes modalidades: • acreditação de laboratórios (calibração e ensaios); • acreditação de organismos de certificação (engloba os ti- pos: sistemas de gestão, produtos e pessoas); • acreditação de organismos de inspeção; • acreditação de organismos de verificação de desempenho. 20METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Para que possamos realizar o processo de acreditação, é necessário executarmos algu- mas etapas, podemos citar: • solicitação formal da acreditação; • análise documental; • análise no local (sistema de gestão, pessoal e instalações); • avaliação de desempenho (auditorias); • decisão da acreditação (recomendação, comissão e coordenação). Algumas vantagens estabelecidas pelo INMETRO para organizações que passaram pelo processo de acreditação, das quais podemos citar, conforme especificado por Zago (20090): • para as organizações: disponibiliza valioso recurso através de um grupo de avaliadores da conformidade, independentes e tecnicamente competentes; fornece um processo de avaliação único, transparente e reproduzível, com o qual se evita a utilização de recursos próprios, se elimina o custo da reavaliação e se reforça a coerência; reforça a confiança do público nos serviços prestados; fomenta os esquemas confiáveis de autorregulação do próprio mercado, incrementando-se a competência e a inovação; • para os usuários: possibilita a tomada de decisões acertadas, diminuindo o risco da toma- da de decisões com base em avaliações incorretas ou, o que é pior, o risco de ter seu produto rejeitado pelo comprador que não aceita avaliações não acreditadas; garante a aceitação internacional dos produtos sem a necessidade de repetições das avaliações realizadas; • para os avaliadores/auditores: em alguns setores, é um requisito imprescindível para execução das atividades; para determinadas atividades, é um requisito de fato para poder vender os serviços de avaliação (por exemplo: calibração, certificação ISO 9000, etc.); é um marco de diferencial no mercado, sendo garantia de integridade e competência, au- mentando as oportunidades comerciais dos avaliadores; proporciona ao avaliador a pos- sibilidade prestar um serviço reconhecido internacionalmente; oferece garantias de sua competência e é um meio de conscientização sobre a necessidade de melhoria contínua; • para os consumidores finais: inspira confiança no provedor ao garantir que o produto tenha sido avaliado por um organismo independente e competente; aumenta a liberda- de de escolha e fomenta um mercado livre, porém confiável. Desta forma, nós podemos concluir que, praticamente, todas as normas possuem um grau de importância muito equivalente no quesito a laboratórios metrológicos, porém, a norma que estabelece e define a gestão do laboratório é considerada uma norma primor- dial para a execução das demais. Quando da necessidade de cumprimento e implantação, a norma NBR ISO/IEC 17025 (Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração) assume a sua importância real. 21METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Uma particularidade importante da norma ISO/IEC 17025 diz respeito a questão que a mesma, de forma clara, não apresen- ta nem muito menos propõe uma discussão em relação a forma ou modo de como operacionalizado o sistema para atendimento dos seus respectivos critérios, a mesma limita-se exigir o aten- dimento dos critérios especificados, de um lado tal postura pode ser considerada como positiva, pois possibilita o estabelecimen- to de sistemas distintos dentro de uma organização onde sempre estejam de acordo com a adequação do laboratório específico. Nos dias de hoje, nós podemos evidenciar uma grande quantidade de laboratórios certificados ou acreditados segun- do os referenciais ISO 9001 e ISO 17025 e, também, laborató- rios que possuem os dois reconhecimentos ao mesmo tempo. SINOPSE DA UNIDADE Basicamente, no decorrer deste capítulo, conseguimos apesentar as questões históricas e normativas da metrolo- gia, assim como conhecemos o sistema internacional de uni- dade e as peculiaridades para a certificação de laboratórios, além de referenciar quais os erros mais comuns cometidos em processos dimensionais. 22METROLOGIA E ENSAIOS EXERCÍCIOS SUMÁRIO 1. Com relação as categorias específicas da metrologia, cite quais são e defina as suas características: 2. O que é SI? 3. Quais as subdivisões do SI? 4. Como está estruturada a NBR ISO/IEC 17025? 5. Quais as modalidades de acreditação que podem ser realiza- das pelo INMETRO? 23METROLOGIA E ENSAIOS GABARITO SUMÁRIO 1. Com relação as categorias específicas da metrologia, cite quais são e defina as suas características: A Metrologia Científica (aplicada): tem como objetivo principal a organização e o desenvolvimento de pa- drões de medição ou padrões primários e a sua manutenção ao mais elevado nível de qualidade, incerteza e exatidão. A Metrologia Industrial: refere-se às atividades de controle de processos e produtos, mediante a integra- ção em cadeias de rastreabilidade (hierarquizadas) de padrões existentes nas empresas, em laboratórios de ca- libração e outros organismos nacionais e internacionais de metrologia. A Metrologia Legal: tem como objetivo garantir que o resultado de medição está dentro de valores espe- cificados, tendo por base uma perspectiva de mercado para proteção dos consumidores. Está também relacio- nada com o controle metrológico dos instrumentos de medição usados para regulamentação, quando estes têm influência em domínios tais como a saúde, segurança, defesa do consumidor, proteção do ambiente, legislação, transações comerciais, entre outros. 2. O que é SI? O SI foi estabelecido de forma que, independente da medição realizada de qualquer quantidade física, o seu resultado pode ser expresso como um número em alguma unidade previamente especificada, onde para cada quantidade física existirá uma única que corresponde à unidade no SI, mesmo que essa unidade possa, em alguns casos, ser expressa em diferentes formas. 3. Quais as subdivisões do SI? Unidades bases: são unidades de medidas das grandezas de base e são definidas claramente e de forma universal, o que acaba permitindo a sua respectiva reprodução com total exatidão, as quais por convenção - são consideradas de forma dimensional independentes. 24METROLOGIA E ENSAIOS GABARITO SUMÁRIO Unidades derivadas adimensionais: são unidades que possuem definições estritamente matemáticas e que em conjunto com as unidades bases, podem compor as unidades derivadas. Unidades derivadas: as grandezas derivadas são exatamente grandezas estabelecidas em função das gran- dezas de base, onde as respectivas unidades derivadas são geradas através da combinação das sete unidades base, conforme as relações algébricas de quociente ou produto, bem como da combinação entre outras unida- des derivadas ou derivadas adimensionais. 4. Como está estruturada a NBR ISO/IEC 17025? Basicamente, a norma NBR ISO/IEC 17025 estrutura seus itens de forma que seja possível uma classificação dos requisitos, sendo utilizada uma abordagem gerencial e outra técnica, com o objetivo de possibilitar uma fácil demonstração de sua capacidade de gerenciamento do sistema de gestão, assim como de sua capacidade técnica para realizar calibrações e/ou ensaios. 5. Quaisas modalidades de acreditação que podem ser realizadas pelo INMETRO? A acreditação de uma instituição realizada pelo INMETRO, pode ser realizada nas seguintes modalidades: • Acreditação de laboratórios (calibração e ensaios). • Acreditação de organismos de certificação (engloba os tipos: sistemas de gestão, produtos e pessoas). • Acreditação de organismos de inspeção. • Acreditação de organismos de verificação de desempenho. 25 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO, EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO E PADRÕES DE REFERÊNCIAS Conheça quais são as características dos instrumentos e equipamentos de medição, assim como a respectiva classificação dos padrões de referência. 26METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO O contexto de um processo produtivo está relacionado diretamente às ações que buscam confeccionar ou operar um produto, conhecidas como matéria-prima, através de máquinas e equipamentos disponibiliza- dos, podendo ser automáticos ou necessitar da ação humana através de uma mão de obra específica. Todo esse conjunto tem como objetivo principal satisfazer as especificações e tolerâncias estabelecidas por um projeto já definido, garantindo a chamada qualidade de aceitação para os clientes tanto internos quanto externos. A função de verificação e avaliação de todo o conjunto citado foi efetiva. Cabe ao sistema de me- dição estar disponível e implantado em todas as operações fabris de uma organização, devido a isso, este capítulo tratará das características e apresentação dos instrumentos e equipamentos de medição existen- tes e disponíveis para processos industriais. TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO De forma sistêmica, em nosso dia a dia, são realizadas inúmeras medições, sendo que, para a execu- ção dessas atividades é necessário a combinação de quatro fatores: operador, instrumento, condições am- bientais e método de medição. Os instrumentos de medição possuem uma grande importância para uma correta interpretação das variáveis avaliadas e a consequente obtenção da variável resposta, englobada com a análise e interpretação dos resultados gerados. Vale lembrarmos que, medição consiste em obter um valor momentâneo de uma grandeza física es- tabelecida, de forma experimental. Determinado este valor momentâneo como um múltiplo ou uma fração de uma unidade específica. Tecnicamente, toda a medição é realizada com o objetivo de monitorar, con- trolar ou investigar um processo ou fenômeno físico. 27METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Conforme vimos no capítulo anterior, desde o início da humanidade existia uma gran- de lacuna na questão de meios e formas específicas, bem como apropriadas de medição, pois até então não havia instrumentos específicos, os quais fossem próprios e adequados para a realização dessas operações. Como vimos também, de certa forma, e até mesmo se demonstrando muito criativa, o homem começou a utilizar a anatomia humana como parâmetro, definindo padrões, como exemplo, o palmo, pés, passo, cúbito, etc. Tais especificações e métodos conseguiram durante um certo tempo preencher este vazio existente, porém, com o passar dos anos, fatos preponderantes como a ampliação de mercados, a expansão de fronteira, a ampliação das necessidades e o surgimento de novas demandas de medição demonstraram que a base de padrões dimensionais associada à ana- tomia humana, já não era mais tão eficiente. Dessa forma, gradativamente, começaram a surgir instrumentos padronizados, os quais permitiam uma maior exatidão de medidas. Com relação a sua exatidão, conforme Santana (2012), todo instrumento de medição possui uma capacidade limitada de exatidão, dessa forma, apresentaram-se erros que são transmitidos à medição. De forma histórica, podemos considerar que a chamada Revolução Industrial prestou um auxílio importante para a metrologia, pois, a partir dela, os considerados meios de me- dição (instrumentos) obtiveram um significativo desenvolvimento. Quando nós analisamos o conceito de sistema de medição, podemos observar que o mesmo menciona o meio com o qual respectivas medições são realizadas, de forma que seja possível comparar o resultado obtido da medição com a unidade de medição estabelecida. Basicamente, o processo de medição é executado por um operador, manuseando um instru- mento de medição ou um sistema de medição, onde é possível obter o valor indicado pelo instrumento em conjunto com a respectiva unidade indicada. O termo “sistema de medição” tem sido empregado para descrever, de forma mais abrangente, qualquer meio de medição, incluindo também os instrumentos de medição mais simples compostos por vários módulos interligados, como as máquinas de ensaios de tração de matérias e as máquinas de medição por coordenadas, sendo estes últimos sistemas clas- sificados como sistemas de grande porte, os quais são compostos de vários módulos fisica- mente individualizados, conforme definido por ABERTAZZI (2018). Sendo assim, ainda conforme o autor, podemos utilizar a denominação “instrumento de medição” para representar sistemas dimensionais de pequeno porte, individualizados, totalmente operacionais e normalmente encapsulados, dos quais é possível enumerar os paquímetros, micrômetros, termômetros, voltímetros, etc. Neste sentido, podemos observar que existe uma grande quantidade de instrumen- tos de medição, os quais realizam operações de monitoramento de processos, operações de experimentos em geral assim como o controle de processos e operações, considerando-se inúmeros princípios de trabalho para isso. 28METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS PADRÕES DE REFERÊNCIA Conforme já verificamos e já descrito nos capítulos anteriores, o VIM es- pecifica que o conceito de “medir” está atrelado a uma ação que visa estabelecer um valor real para uma certa grandeza determinada. Ainda conforme o VIM, a “metrologia” nada mais é do que a chamada ciência da medição, compreenden- do os aspectos teóricos e práticos pertencentes aos processos de medições para quaisquer incertezas e quaisquer campos de abrangências. De uma forma prática, como já foi visto, a metrologia pode ser dividia em três categorias básicas: • metrologia industrial: a metrologia industrial busca atender as necessida- des existentes na área fabril da utilização de equipamentos e instrumentos de medição que possam ser avaliados e / ou calibrados de forma periódica, com o intuito de estarem disponíveis e aptos para a utilização e consequente realização de medições confiáveis; • metrologia legal: a metrologia legal está associada diretamente as questões que tangem as regulamentações nacionais ou internacionais, as quais refe- rem-se às exigências legais, técnicas e administrativas, neste sentido, a me- trologia legal busca estabelecer o maior nível de exatidão para medições que possam influenciar diretamente na transparência de negociações nas áreas econômica, saúde e segurança, onde tais procedimentos buscam estabelecer a conformidade do instrumento de medição com o regulamento específico. No Brasil, a Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - (RBMLQ-I), conforme definido pelo site do INMETRO (2019), é a responsável pela execução das verificações e inspeções relativas aos instrumentos de medição e às medidas materializadas regulamentadas, e o respectivo controle da exatidão das indicações quantitativas dos produtos dimensionados, em concordância com as legislações estabelecidas e correntes; • metrologia científica industrial: findando as divisões da metrologia, a metrologia científica in- dustrial abrange a responsabilidade da realização das unidades de base do Sistema Internacional, fundamentando o tratamento e o respectivo controle dos padrões de medição, sejam eles nacionais ou internacionais, bem como do controle e tratamento de instrumentos laboratoriais e também atuando nas questões referentes a pesquisas e metodologias científicas. Ainda conforme o INME- TRO (2019),a metrologia científica e industrial é importante e decisiva para o desenvolvimento e o consequente crescimento de inovações tecnológicas, incentivando a competitividade e propor- cionando um cenário favorável ao desenvolvimento científico e industrial em todo e qualquer país. Como vimos acima, as divisões da metrologia atuam em uma ampla gama de atividades, as quais vão desde o controle dimensional de produtos em uma linha de produção até avalições e medições necessárias em pesquisas científicas existentes. Quanto as funções e objetivos da metrologia, não são possíveis os questionamentos em relação a sua respectiva importância para a garantia da qualidade dos mais variados produtos confeccionados, para tanto, os respectivos instrumentos de medição usa- dos para o controle de qualidade devem, impreterivelmente, ser calibrados, assim como armazenados, para que possam serem mantidos em perfeitas condições de uso e operacionalidade. 29METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Com relação ao quesito de calibração, algumas empresas estabelecem que esta operação seja realizada por laboratórios de calibração externos, não sendo necessário estruturar laboratórios internos e, em outras situações, algumas empresas optam por calibrar instrumentos específicos de sua linha produtiva em laboratórios externos enquanto instrumentos de menor complexidade sejam calibrados em laboratórios internos. Em ambas situações, a respectiva cadeia de calibração deve ser considerada pelos laboratórios externos de calibração, onde, em alguns casos, a mesma cadeia atinge também os padrões primários nacionais ou interna- cionais, para que a rastreabilidade metrológica seja estabelecida. Albertazzi (2018) define que calibração é a ope- ração que estabelece, dentro de condições controláveis e específicas, em uma primeira etapa a relação existente entre os valores e as incertezas de medição fornecidos pelos padrões e as respectivas indicações correspondentes às incertezas associadas, onde, em uma segunda etapa, esta informação é utilizada para estabelecer uma relação visando a obtenção do resultado de medição a partir da indicação. Ainda, conforme o autor, os respectivos valores de referência da calibração são estabelecidos por “padrões”, onde os mesmos são considerados de meios de me- dição de qualidade superior, cujo valor de referência é estabelecido com níveis excelentes de incerteza. Com origem no vocabulário inglês, a palavra “standard” pode ser traduzida para a Língua Portuguesa como uma norma ou padrão, onde, no âmbito metrológico comumente, utilizamos o termo “measurement standard” para designar o “padrão de medição”. O primeiro aspecto que devemos considerar sobre o conceito de padrão é a sua própria relatividade onde, qualquer equipamento de medição pode ser considerado um padrão, desde que ele obedeça a algumas regras bá- sicas. O autor ressalta que o fundamental é o entendimento que os chamados padrões não são perfeitos, conforme ressaltado por FIDELIS (2006). 30METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Para o VIM (2012), padrão de medição é definido como “realização da definição de uma dada grandeza, com um valor determinado e associado a uma incerteza de me- dição, tomado como referência”. Ainda, conforme o VIM (2012), os padrões podem ser classificados como: • padrão de medição internacional: é o padrão reconhecido pelos signatários de um acordo internacional, tendo como propósito a sua utilização mundial, exemplo - o protótipo internacional do quilograma; • padrão de medição nacional: é o padrão reconhecido por uma entidade nacional para servir dentro de um estado ou de uma economia, como base para atribuir va- lores a outros padrões de medição de grandezas da mesma natureza; • padrão de medição primário: é estabelecido com auxílio de um procedimento de medição primário ou criado como um artefato, escolhido por convenção, exemplo - padrão de medição primário de pressão, baseado em medições se- paradas de força e área; • padrão de medição secundário: é o estabelecido por intermédio de uma cali- bração com referência a um padrão de medição primário de uma grandeza da mesma natureza; • padrão de medição de referência: é o padrão estabelecido para a calibração de outros padrões de grandezas da mesma natureza numa dada organização ou num dado local; • padrão de medição de trabalho: é o padrão que é utilizado rotineiramente para calibrar ou con- trolar instrumentos de medição ou sistemas de medição, onde um padrão de medição de traba- lho é geralmente calibrado em relação a um padrão de medição de referência; • padrão de medição itinerante: algumas vezes de construção especial, destinado para ser transportado entre diferentes locais, exemplo - padrão de frequência de Césio 133, portátil e funcionando a bateria; • dispositivo de transferência: é o dispositivo utilizado como intermediário para comparar pa- drões, onde, algumas vezes, os padrões podem servir como dispositivos de transferência; • padrão de medição intrínseco: é o padrão baseado numa propriedade intrínseca e reprodutí- vel de um fenômeno ou de uma substância, exemplo - padrão de medição intrínseco de tem- peratura termodinâmica constituído de uma célula de ponto triplo da água. Para entendermos melhor um padrão de medição, é utilizado, necessariamente, como uma referência para a obtenção de valores medidos e as respectivas incertezas de medições as- sociadas para outras grandezas da mesma natureza, configurando um canal de rastreabilida- de metrológica através da respectiva calibração de outros padrões existentes, instrumentos de medição ou sistemas de medição. A rastreabilidade metrológica pode ser caracterizada como a propriedade do resultado de uma medição a qual pode ser relacionada a uma referência através de uma cadeia documentada ininterrupta de calibrações, cada uma contribuindo para a incerteza de medição. 31METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO O INMETRO (2019) classifica a Estrutura Hierárquica de Rastreabilidade conforme figura: A cadeia de padrões está representada de forma que exista a real possibilidade de rastre- amento dos meios responsáveis pelas medições nas indústrias, observando-se as unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI), conforme definições do BIPM (Bureau International des Poids et Mesures) - localizado em Sévres, França. A respectiva relação de hierarquia é estabeleci- da considerando-se os respectivos níveis de incertezas envolvidos, partindo, primeiramente, das definições fundamentais das unidades de medidas do SI, passando pelos padrões internacionais regidos pelo BIPM, posteriormente, os padrões de referência de laboratórios de calibração e en- saios e aos padrões de trabalho, chegando às medições realizadas por usuários finais. De forma prática, podemos verificar que todos os equipamentos pertencentes e listados na hierarquia da rastreabilidade devem estar relacionados, sendo esta relação em qualquer ponto da pirâmide, para que seja possível retroceder aos padrões primá- rios existentes através de intercomparações contínuas e sistemáticas, onde os valores representativos dos padrões primários são disseminados para os padrões secundários, de trabalho e assim por diante. A rastreabilidade é uma característica fundamental dos padrões e dos sistemas de medição, pois o respectivo referencial de todos os sistemas de medição deve ser calibrado conforme os padrões internacionais, garantindo uniformidade nas medi- ções efetuadas em qualquer instante ou qualquer parte do mundo, conforme defini- do por ALBERTAZZI (2018). Além disso, devemos entender que, necessariamente, a rastreabilidade é conside- rada um requisito contratual ou legal estabelecido e a sua respectiva importância para sistemas de controle de qualidade é fundamental para atividades de calibração e ensaios. SINOPSE DA UNIDADE Neste segundo capítulo, nós conseguimos exemplificar as características que es- pecificam os instrumentos de medição,sendo possível conceituar os padrões de refe- rência, apresentando a respectiva classificação utilizada, atualmente, para os mesmos. 32METROLOGIA E ENSAIOS EXERCÍCIOS SUMÁRIO 1. Qual é o conceito básico de sistema de medição? 2. Qual é a definição do VIM para padrão de medição? 3. Qual é a classificação estabelecida pelo VIM para padrões de medição? 4. O que é rastreabilidade metrológica? 33METROLOGIA E ENSAIOS GABARITO SUMÁRIO 1. Qual é o conceito básico de sistema de medição? É o meio com o qual as respectivas medições são realizadas, de forma que seja possível comparar o resul- tado obtido da medição com a unidade de medição estabelecida, de forma mais abrangente, qualquer meio de medição, incluindo também os instrumentos de medição mais simples compostos por várias módulos interli- gados, como as máquinas de ensaios de tração de matérias e as máquinas de medição por coordenadas, sendo estes últimos sistemas, classificados como sistemas de grande porte, os quais são compostos de vários módulos fisicamente individualizados. 2. Qual é a definição do VIM para padrão de medição? O padrão de medição é definido como “realização da definição de uma dada grandeza, com um valor de- terminado e associado a uma incerteza de medição, tomado como referência”. 3. Qual é a classificação estabelecida pelo VIM para padrões de medição? Padrão de medição internacional, Padrão de medição nacional, Padrão de medição primário, Padrão de me- dição secundário, Padrão de medição de referência, Padrão de medição de trabalho, Padrão de medição itinerante, Dispositivo de transferência, Padrão de medição intrínseco. 4. O que é rastreabilidade metrológica? É a propriedade do resultado de uma medição a qual pode ser relacionada a uma referência através de uma cadeia documentada ininterrupta de calibrações, cada uma contribuindo para a incerteza de medição. 34 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO CONVENCIONAIS E ESPECÍFICOS Saiba identificar as diferenças e quais as funções principais de uso dos instrumentos de medição convencionais e específicos. 35METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO De forma geral, cada vez mais a elevada produtividade das organizações juntamente com a crescente necessidade de atendimento e também em alguns casos, a adequação a normas e critérios estabelecidos pelos cientes, faz com que as organizações procurem aumentar e também aprimorar suas operações rela- tivas ao controle dimensional de suas respectivas peças ao longo de suas linhas de produção. Desta forma, a metrologia industrial absorve a tarefa de oferecer às organizações os meios mais adequados ao controle dimensional das peças pro- duzidas, podendo possuir uma diversidade geométrica considerável, desde geo- metrias mais simples até geometrias mais complexas e elaboradas. Diariamente, nos processos fabris, termos como sistema de medição, equi- pamento de medição e instrumento de medição são comumente utilizados em linhas de produção, estes conceitos são comumente abordados e tratados quando da aplicação da metodologia de Análise dos Sistemas de Medição (MSA). Confor- me o VIM, estes termos são definidos: • sistema de medição: conjunto de um ou mais instrumentos de medição e, frequentemente, outros dispositivos, compreendendo, se necessário, re- agentes e insumos, montado e adaptado para fornecer informações des- tinadas à obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especifi- cados para grandezas de naturezas especificadas; nota – um sistema de medição pode consistir em apenas um instrumento de medição; • instrumento de medição: dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou as- sociado a um ou mais dispositivos suplementares; nota 1- um instrumento de medição que pode ser utilizado individualmente é um sistema de medição; nota 2 - um instrumento de medição pode ser um instrumento de medição indicador ou uma medida materializada, instrumento de medição, programa de computador, padrão de medição, material de referência ou dispositivos auxiliares, ou uma combinação deles, necessários para executar o processo de medição. A correta escolha de um instrumento de medição, a ser utilizado para o propósito que nós dese- jamos, não é uma tarefa simples e nem muito menos fácil, variáveis como a exatidão das medidas en- volvidas no processo em questão assim como o tipo e o respectivo tamanho das peças a serem dimen- sionadas são fatores que devemos considerar no momento de definição de cada equipamento ou meio de inspeção a ser utilizado, onde um sistema de medição eficaz deve, necessariamente, assegurar que o equipamento de medição e os processos envolvidos sejam adequados para seu uso estabelecido. Vale ressaltar que os processos que contém medições podem ser classificados como processos específicos, os quais procuram proporcionar um suporte efetivo para as atividades fabris, auxiliando a garantia máxima da qualidade dos produtos produzidos por qualquer organização. Neste sentido, todo sistema de produção existente deve obedecer a uma real interação entre a qualidade, normali- zação e metrologia. Para obtermos um controle eficiente dos processos fabris, necessitamos realizar previamente uma análise profunda dos equipamentos de medição utilizados, procurando uma garan- tia de que os equipamentos de medição produzam resultados condizentes e confiáveis. 36METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Ao analisarmos e entendermos claramente nossas demandas, as inovações tecnológicas existentes, nos dias de hoje, nos proporcionam uma alta diversidade de sistemas de medições disponíveis no mercado, onde os mesmos podem diferenciar-se com relação a alguns itens, tais como: • os princípios operacionais; • os níveis de incerteza de medição associada; • o grau de automatização e desenvolvimento operacional, à sua robustez; • as marcas de fabricantes; • os custos de operação iniciais; • os custos operacionais. Essa clara diversidade produz, de forma ambígua, entre um conforto e um total desconforto para os ne- frologistas, se por um lado a possibilidade de otimização e a consequente configuração de necessidades es- pecíficas pode ocorrer, por outro, com a abundância de opções disponibilizadas a simples escolha da melhor opção, o consequente melhor método acaba não tornando-se uma tarefa muito simples, conforme verificado por ALBERTAZZI (2018). Dentre as opções e características existentes para os meios de inspeção, podemos evidenciar que existem duas categorias distintas de equipamentos de inspeção, os quais possuem características bem particulares, sendo eles: • equipamentos de medição específicos; • equipamentos de medição convencionais. 37METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO ESPECÍFICOS Os equipamentos específicos podem ser instrumentos de medição, tais como termômetros, voltímetros, balanças, perfilometros, rugosímetro, microdurometros – ver Figura, dentre outros. Em processos produtivos, a decisão e a respectiva escolha sobre as formas mais adequadas para a inspeção e os meios utilizados para a verificação da conformidade dos produtos confeccio- nados tendem a sofrer influências quando analisadas as questões relativas às exigências de preci- são requeridas, assim como o respectivo tipo e as quantidades de peças, bem como os parâmetros geométricos a serem medidos em cada peça produzida. Em muitos casos, a melhor forma de con- ciliar as necessidades observadas em relação a qualidade e as especificações dos produtos, com os custos atrelados ao processo de inspeção (compra dos instrumentos, treinamento, armazenagem) e o ganho de tempo de inspeção, é a adoção e implantação de dispositivos de medição específicos. Cada vez mais as organizações estão percebendo que a racionalização, bem como a confia- bi1idade e a consequente simplicidade de seus processos de inspeção, está atrelada, em grande parte, no projeto e desenvolvimento de dispositivos de medição. Os dispositivos de mediçãotêm por finalidade fornecer à indústria, os meios de controle necessários, quando as mesmas ou seme- lhantes tarefas de controle de qualidade ou controle dimensional são realizadas frequentemente. A opção real pelo projeto, desenvolvimento e implantação de um sistema de medição basea- do em dispositivos de medição está associado a duas características específicas de cada operação: • a necessidade de que as medições das características a serem controladas sejam obtidas de maneira objetiva, e em segundo plano; • a necessidade de que cada medida tenha repetibi1idade para garantir a confiabilidade me- trológica necessária. 38METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO O projeto e a implantação de dispositivos de medição dependem necessariamente de alguns parâmetros que nós devemos avaliar para que a sua aplicação seja correta e atenda às necessidades do processo produtivo, dentre os parâmetros existentes podemos citar: • tipo de tarefa de medição - medição de diâmetros internos ou externos, afastamento, distância entre furos, etc.; • dimensão nominal do parâmetro de medição; • tolerância do parâmetro de medição; • método de medição - medição absoluta, diferencial, etc.; • frequência de medição necessária; • instrumentos de medição disponíveis. Uma vez verificadas as condições dos parâmetros citados, os dispositivos de medição são projetados para poder contemplar características específicas em função dos respecti- vos requisitos e condições de medição necessária para cada peça em operações específicas distribuídas ao longo do processo produtivo ou em postos de avaliação. Assim como ocorre com os micrômetros, o projeto de dispositivos de medição deve levar em consideração os princípios de Abbe e obter uma medição de forma mais correta, baseada no alinhamento da peça com a concepção do dispositivo de medição. Adicionalmente a isso, a respectiva determinação da posição da peça a medir é uma das etapas mais importantes no projeto de dispositivos de medição, uma vez que podem in- terferir diretamente com os requisitos referentes à estabilidade e repetibilidade em relação aos pontos de localização e os respectivos pontos de contato à inspeção. Conforme Fronober (1988), a consequente determinação da posição da peça a medir é realizada através de planos e superfícies da peça e do dispositivo de medição, onde esses planos são definidos pelo projetista como ponto de origem para o dimensionamento fun- cional do dispositivo. Ainda, conforme o autor, planos e superfícies para definição da loca- lização da peça, no dispositivo, são definidos por: • Planos (linhas ou pontos) de referência (Pr): são fixados pelo projetista, para defi- nição das condições funcionais e dimensionais relativas à peça a medir. Estes planos representam as superfícies básicas, servindo como base construtiva para a peça. • Planos de posicionamento (Pp): são os planos de definição da peça no dispositivo, ou seja, os planos de onde se originam os elementos de posicionamento do dispositivo. • Superfícies de posicionamento (Sp): são as superfícies da peça ou do dispositivo onde ocorre(m) o(s) ponto(s) de apoio para definição da posição. Estas superfícies dividem-se em Superfícies de posicionamento da peça (Spp) e Superfície de posicio- namento do dispositivo (Spd). 39METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO De forma prática, as respectivas localizações consideradas ideais são resultantes de contatos pontuais, onde, para casos que possam existir a necessidade de uma sustentação de carga, as respectivas áreas de contato são maiores, introduzindo erros de medição que possam estar atrelados com a forma geométrica das superfícies de localização. Neste sentido, para que possamos escolher o melhor posicionamento das peças nos dispositivos de medição, devemos necessariamente considerar: • a escolha prioritária das maiores superfícies da peça; • para casos de superfícies planas, que possuam acabamento bruto, deve haver o ancora- mento em três posições; • necessariamente, o respectivo posicionamento deve ser realizado na superfície da peça com a menor tolerância de fabricação. Ainda, considerando-se a funcionalidade, os dispositivos de medição proporcionam a simplicidade e facilidade operacional por parte do operador, assim como disponibilizam formas para que o próprio operador possa fazer a zeragem dos medidores como os respec- tivos padrões e, dessa forma, seja possível a melhor confiabilidade necessária. Basicamente, a função “medir a peça” de um dispositivo de medição pode ser descrita conforme a sequência: • 1º preparação do dispositivo de medição e peça: processo de acoplamento da peça a ser dimensionada, sendo necessário o correto posicionamento dela no corpo do dispositivo de medição e, quando houver qualquer fixador (manual ou automatizado), garantir que ele esteja efetivamente atuante e garanta a real fixação da peça; • 2º realização efetiva do processo de medição: quando o dispositivo de medição possuir instrumentos de medição, os mesmos deverão ter seus apalpadores retraídos, de forma que seja possível realizar a aproximação dos mesmos na peça a ser medida e, após esta apro- ximação, seja realizado de forma cuidadosa o contato dos respectivos apalpadores com a peça já acoplada no dispositivo. Para os demais dispositivos de medição, o respectivo pro- cesso de medição é realizado conforme a respectiva concepção do dispositivo de medição; • 3º retirada da peça: o processo consiste em possibilitar a retirada da peça a ser dimen- sionada, observando para peças acabadas, o cuidado necessário para não afetar o acaba- mento com arranhões ou avarias. Conforme a subdivisão para classificação dos meios de inspeção, assim como os ins- trumentos de medição vistos anteriormente, os dispositivos de medição também são classi- ficados como equipamentos de medição específicos, onde sua confecção pode ser realizada pela própria organização ou por uma empresa terceirizada e os mesmos podem utilizar aco- plados a sua estrutura, relógios comparadores ou apalpadores como forma de avaliação das condições dimensionais das peças por variável ou tão somente padrões que possam avaliar de forma por atributo as características das peças produzidas. 40METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO Dispositivos de medição comerciais: Dispositivos de medição confecção interna na organização: Dispositivos de medição com instrumentos de medição acoplados: Dispositivos de medição por atributo: Fonte: http://www.larrywillis.com/RCBS%20casemaster.html Fonte: https://www.starrett.com.br/produtodetalhe.asp?codprod=738 Fonte: Site Sermec http://www.larrywillis.com/RCBS%20casemaster.html https://www.starrett.com.br/produtodetalhe.asp?codprod=738 http://www.sermec.net.br/produtos/dispositivos-de-medicao/dispositivos-de-medicao-dispositivo-de-medicao-de-diametros-693 41METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO CONVEN- CIONAIS Os equipamentos de medição convencio- nais são caracterizados como meios de medição que apresentam soluções convencionais de me- diação, ou seja, podem ser utilizados em diversas finalidades, não estando atrelados a tão somente uma única peça ou a um único processo produti- vo, pois possuem uma ampla gama de possibili- dade de utilização. Dentre os principais equipamentos conven- cionais, podemos citar o paquímetro e o micrô- metro, vistos no capítulo anterior, com suas ca- racterísticas e suas funcionabilidades. Além disso, podemos citar o altímetro com prisma, ogiva, re- lógios apalpadores, relógios comparadores, etc. Uma das combinações básicas de equipa- mentos de medição convencionais são os relógios apalpadores acoplados em bases magnéticas fixas ou bases magnéticas articuladas: 42METROLOGIA E ENSAIOS SUMÁRIO A versatilidade da utilização de relógios apalpadores montados em bases magnéticas, permite ao operadores a medição e a verificação das peças mesmo quando elas estiverem em suas respectivas máquinas de usinagem,
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