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Sistema urinário MORFOLOGIA VETERINÁRIA II ÓRGÃOS DO SISTEMA URINÁRIO Os órgãos urinários são os rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Os rins produzem a urina a partir do sistema circulatório por meio de filtração, secreção, reabsorção e concentração. Os ureteres transportam a urina desde os rins até a bexiga urinária, onde ela é armazenada até a sua eliminação pela uretra. RINS Principais funções: • Manter a composição dos líquidos corporais dentro do âmbito fisiológico. • Remove produtos do metabolismo e excreta substâncias do sangue pela filtração do plasma, inicialmente obtendo grande volume de líquido, chamado de ultrafiltrado. O ultrafiltrado contém essencialmente as mesmas substâncias que o plasma, com exceção das proteínas. Está sujeito a um novo processamento mediante o qual substâncias úteis são reabsorvidas de forma seletiva e substâncias desnecessárias são concentradas para a eliminação. O produto desse processamento é a urina secundária. Os rins também possuem funções endócrinas. Eles produzem a renina, um hormônio que converte o angiotensinogênio em angiotensina I. No rim, a enzima de conversão transforma a angiotensina I em angiotensina II, a qual causa constrição arterial, aumentando a pressão sanguínea. A bradicinina é outro hormônio produzido pelos rins e causa dilatação dos vasos sanguíneos. A eritropoietina, produzida pelos rins, estimula a eritropoiese. Localização dos rins Se situam retroperitonealmente comprimidos contra a parede abdominal dorsal dos dois lados da coluna vertebral. Eles se localizam predominantemente na região lombar, mas se projetam cranialmente sob as últimas costelas para a parte intratorácica do abdome. Nos mamíferos domésticos, com exceção do suíno, o rim direito se situa mais cranialmente que o esquerdo e seu polo cranial faz contato com o processo caudado do fígado e com o lobo hepático direito. O rim esquerdo possui maior mobilidade. Nos ruminantes, o tamanho considerável do rúmen empurra o rim esquerdo em direção à metade direita do abdome. Forma dos rins Rins dos mamíferos domésticos com pelve renal, ureter, artéria e veias renais (representação esquemática). São órgãos de cor pardoavermelhada cuja forma varia entre os mamíferos domésticos. A forma básica se assemelha a um feijão, como ocorre no cão, gato, ovino e caprino. Os rins do suíno são mais achatados, o rim direito do equino possui forma de coração, enquanto o rim esquerdo apresenta forma intermediária entre um grão de feijão e uma pirâmide. O rim bovino possui forma oval irregular e sua superfície apresenta fissuras que dividem o órgão em diversos lobos. A margem medial do rim possui uma depressão que forma o hilo renal, por onde a origem dilatada do ureter, a pelve renal, deixa o rim, e vasos e nervos renais o penetram. Estrutura dos rins O parênquima renal é envolvido por uma cápsula fibrosa resistente. Ele é visível, e pode ser dividido em: CÓRTEX RENAL: é pardoavermelhado e possui uma aparência granular fina. É recortado em lóbulos corticais por linhas, as quais identificam o caminho das artérias radiadas. MEDULA RENAL: composto por uma zona externa escura e por uma zona interna mais pálida, a qual se projeta até o seio renal. No bovino e no suíno, a medula e seu córtex associado se dividem em lobos piramidais. As pirâmides renais são formadas de medula cuja base está em contato e envolvida pelo córtex, e seu ápice forma a papila renal. O ápice de cada lobo se volta para o seio renal e forma uma papila, a qual se encaixa no cálice renal, no seio renal ou no ureter. Os rins que possuem essa estrutura são chamados de multipiramidal ou multilobulado. Unidade funcional dos rins As unidades funcionais dos rins são os néfrons, responsáveis pela produção de urina. Túbulos coletores subsequentes são responsáveis pela condução da urina para a pelve renal. Os néfrons formam um sistema de túbulos contínuos dentro do rim. Rim multipiramidal de um bovino. Secção do rim multipiramidal de um bovino. Cada néfron compõe-se de vários segmentos. Cada um deles se inicia proximalmente com uma expansão cega, chamada de cápsula de Bowman ou cápsula glomerular de dupla camada que sofre uma depressão, chamada de glomérulo. O glomérulo consiste em 30 a 50 alças capilares delicadas formadas pela arteríola glomerular aferente. O glomérulo e a cápsula glomerular compõem o corpúsculo renal. Esses corpúsculos se espalham em todo o córtex e lhe conferem uma aparência granulada fina. Não há corpúsculos renais na medula. A parte restante de cada néfron compõe-se de um tubo contínuo, o qual pode ser dividido em vários segmentos sucessivos. Ele se inicia com o túbulo contorcido proximal, o qual se situa próximo à cápsula glomerular da qual emerge. Esse segmento se torna cada vez mais reto em direção à parte medular do rim como o ramo descendente da alça de Henle. Estrutura das unidades funcionais dos rins. A alça de Henle se assemelha a uma longa curva aguda com três segmentos: Ramo descendente Alça Ramo ascendente Um segmento curto de união combina o túbulo contorcido distal a um túbulo coletor reto. Um túbulo coletor supre vários néfrons antes de se unir com outros túbulos coletores para formar um ducto papilar. Vários ductos papilares desembocam na pelve renal na altura das artérias cribriformes, as quais estão restritas aos ápices de papilas independentes (bovino e suíno) ou a regiões específicas de uma crista comum (cão, gato, pequenos ruminantes e equino). Vascularização Cada rim é irrigado por uma artéria renal, um ramo da aorta abdominal. A artéria renal se divide em várias artérias interlobares no hilo do rim. Essas artérias seguem as divisões entre os diferentes lobos renais até a união corticomedular, onde elas se ramificam em artérias arqueadas. Estas se curvam sobre as bases das pirâmides medulares e originam as artérias interlobulaes, as quais se irradiam no córtex para irrigar os lóbulos. Arteríolas aferentes deixam as artérias interlobulares para entrar nos corpúsculos renais, onde elas formam as alças capilares do glomérulo. Essas alças se unem novamente para formar a arteríola eferente, a qual deixa o polo distal do corpúsculo renal para suprir um segundo plexo capilar ao redor dos segmentos tubulares dos néfrons. Esse segundo sistema de capilares drena o sangue do córtex renal para as veias interlobulares, para as veias arqueadas e para as veias interlobares, as quais desmbocam na veia cava caudal pelas veias renais. PELVE RENAL Nos mamíferos domésticos, com exceção do bovino, o ureter se inicia com uma expansão comum, a pelve renal, na qual se abrem todos os ductos papilares. A pelve renal é localizada no interior do seio renal. A pelve renal do suíno possui uma quantidade de cálices com pedículo curto. Bovino não possui pelve renal. A pelve renal do equino consiste em uma cavidade central e dois grandes recessos que se voltam em direção aos polos do rim. Pelve renal e artérias renais de um cão (preparado de corrosão). URETER O ureter é um tubo muscular que pode ser dividido em parte abdominal e parte pélvica. O ureter termina em uma inserção na face dorsolateral da bexiga. No macho, cruza dorsalmente ao ducto deferente correspondente. O ureter penetra a bexiga. VESÍCULA OU BEXIGA URINÁRIA A bexiga urinária é um órgão musculomembranoso oco cuja forma, tamanho e posição variam conforme a quantidade de urina que contém. Quando contraída, a vesícula é pequena e globular e se situa sobre os ossos púbicos. Ela se alonga em direção ao abdome emcarnívoros, mas está confinada à cavidade pélvica em animais de grande porte. Durante seu preenchimento, aumenta gradualmente de tamanho e assume o formato de pera. A vesícula urinária pode ser dividida em um ápice cranial, um corpo intermediário e um colo caudal. Ela é sustentada por camadas duplas de peritônio. Esses espelhamentos peritoneais são o ligamento mediano e os ligamentos laterais da vesícula urinária. O ápice e o colo são envolvidos por alças de fascículos musculares, sem formar um esfíncter funcional. Com relação à irrigação sanguínea, a bexiga urinária recebe sua principal irrigação sanguínea a partir das artérias vesicais caudais, as quais são ramos da artéria vaginal ou prostática. URETRA O comprimento e o diâmetro da uretra variam consideravelmente entre os mamíferos domésticos. Ela é curta e larga no equino e longa no cão, no qual se abre em uma pequena elevação cercada por dois sulcos. NA FÊMEA: A uretra serve exclusivamente para o transporte de urina. Se projeta caudalmente no assoalho pélvico ventral ao trato reprodutor. Ela atravessa a parede da vagina e se abre no óstio externo da uretra. NO MACHO: A uretra canaliza a urina, o sêmen e as secreções seminais. Se prolonga desde uma abertura interna no colo da vesícula urinária até uma abertura externa na extremidade do pênis. Pode ser dividida em: Parte pélvica: • Se inicia na abertura interna no colo da vesícula urinária. • Parte pré-prostática: se prolonga da abertura interna até o colículo seminal. • Parte prostática: recebe os dutos deferentes e vesiculares e atravessa a próstata. Parte peniana: • Se inicia no arco isquiático. Uretra de um cão no interior do pênis com osso peniano. Vesícula urinária e origem da uretra. REFERÊNCIAS KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos: texto e atlas colorido. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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