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Herbert.sdp10@uni9.edu.br 
 
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Alergia Alimentar 
 
 
 
 
 
Reação Adversa ao Alimento 
Resposta clínica anormal, desencadeada pela ingestão de 
um alimento 
 
• Alergia Alimentar→ decorrente de mecanismos 
imunológicos (IgE e não 
IgE-mediados) 
→Uma reação adversa á saúde, desencadeada por um 
alimento específico, mediada por uma resposta 
imunológica. 
• As reações são, em geral, reproduzíveis 
• Na maioria das vezes não são dose-dependentes 
• Manifestações além do trato gastrointestinal 
 
• Intolerância Alimentar→ decorrente das propriedades 
inerentes dos 
alimentos ou das características do hospedeiro 
• As reações muitas vezes não são reproduzíveis 
• Podem ser dose-dependentes 
• Manifestações somente no trato gastrointestinal 
 
Alergia alimentar 
Definição: Doença consequente a uma resposta 
imunológica anômala que ocorre após a ingestão e/ ou 
contato com determinados alimentos e são reproduzíveis 
todas as vezes que o alimento for ingerido. 
Classificada com base no mecanismo imunológico 
 Mediada por IgE: Ocasionada por anticorpos 
imunoglobulina E (IgE) contra antígenos 
alimentares 
 Não mediada por IgE: A resposta imune ainda é 
pouco compreendida, mas parece atuar 
principalmente por meio de mecanismos mediados 
por células. 
 Mista: Há mecanismos imunológicos mediados por 
IgE quanto mediados por células estão envolvidos. 
 
Como reconhecer uma alergia? 
Alergias IgE mediadas apresentam reações imediatas, 
os sinais são específicos como Angioedema, Urticária, 
Anafilaxia, e tem presença de IgE sérica específica (sIgE) 
ou teste cutâneo positivo para o alérgeno alimentar em 
questão 
Alergia não IgE mediadas constituem reações tardias, 
pode ter curso crônico, sinais e sintomas inespecíficos, 
como náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia, além 
não haver exames complementares que estabelecem o 
diagnóstico. 
 
Epidemiologia 
Prevalência 
 Maior em lactentes e crianças – 6% 
 Decresce com a idade, acometendo 4% dos 
adultos 
História Familiar de Atopia 
 Um dos pais – risco aumenta para 20 a 40% 
 Um dos irmãos – risco aumenta para 25 a 35% 
 Ambos os pais – risco aumenta para 40 a 60% 
Conhecimento exato da prevalência é 
desconhecido, mas estudos apontam um aumento 
na população geral, sobretudo nas crianças. 
 
Principais Alérgenos 
 Leite 
 Amendoim 
 Ovo 
 Fruto do mar-Crustáceos 
 Castanhas 
 Trigo 
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-90% Das alergias em 
adultos, geralmente 
permanentes. 
 
 
 
 
 
-90% das 
alergias em 
crianças, 
geralmente 
transitórias. 
 
 
 
 
 
 
ALERGENOS ALIMENTARES 
 
História natural da APLV 
Paciente não IgE mediada-Tolerância +/- 3 anos 
Paciente IgE mediada-10-25% Persistentes 
50% desenvolvem sensibilização a outros alérgenos 
Desenvolvem tolerância no final da infância 
 
MECANISMOS DE DEFESA DO TRATO 
GASTROINTESTINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epítopo 
Epítopo é um determinante antigênico 
Uma sequência de aminoácidos é capaz de ser 
reconhecida pelo sistema imune e de gerar uma resposta 
imunológica 
-Os epítopos alérgicos, influenciam o grau de 
alergenicidade da proteína. 
-Proteína com epítopos conformacional e sequencial. O 
epítopo conformacional é significativamente modificado 
ou destruído quando a forma da proteína é alterada, o que 
pode ocorrer pelo processo de desnaturação da proteína 
ocasionado pelo calor, enquanto o linear permanece 
inalterado. 
 
 
Reações de Hipersensibilidade 
 
 
 
 
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FISIOPATOLOGIA 
Alergia 
• Proteínas alergênicas 
• Infecções gastrointestinais 
• Aumento da permeabilidade da mucosa 
• Alteração da microbiota 
• Deficiência de IgA ou imunossupressão 
• Sistema imune imaturo 
• História familiar de atopia 
 
Th1-Celular Não IgE-Mediada 
Th2-Humonal IgE-mediada 
 
 Tolerância 
• Aleitamento materno 
• Baixo consumo de proteínas alergênicas 
• Microbiota, prebióticos, probióticos 
• Barreira intestinal íntegra 
 • Produção de IgA secretora 
 • Sistema imune funcionante 
 
Treg (CD4+CD25+) -Controle immunologico 
Fatores de Risco 
Doenças atópicas ou eczema 
Exposição a antiácidos 
Parto cesariano 
Exposição precoce a antibióticos 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ÓRGÃO ALVO 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPERSENSIBILIDADE GASTRINTESTINAL IMEDIATA 
 Dor abdominal, náuseas, vômitos e 
diarreia 
 Sintomas iniciam horas após o 
contato com o alérgeno 
 Frequente associação com atopia 
 Lactente e crianças pequenas 
 Choro excessivo 
 Rash morbiliforme 
 Sibilância 
 Urticária 
 Risco de anafilaxia 
 
CASO CLÍNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Manifestações clínicas- HIPERSENSIBILIDADE MEDIDA 
POR IgG 
Cutâneas 
Urticária 
Angioedema 
Tratamento da Urticária e Angioedema 
-Fator desencadeante removido (no caso- castanha) 
-Cuidado com contaminação de alimentos preparados e 
leitura de rótulos de alimentos industrializados) 
 Anti-histamínicos: Bloqueadores receptores 
H1sedantes (fexofenadina-Allegra; Loratadina; 
Desloratadina; Ceterizina; levoceterizina) 
 Difenidramina 0,5 a 2 mg/kg/dose 
 Hidroxizina 0,5 a 1mg/kg/dose 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS-Hipersensibilidade 
medida por IgE-Gastrintestinal 
Síndrome da alergia oral 
• Manifestações que ocorrem após o contato com o 
alérgeno como o lábio do paciente ou a criança com a 
mamadeira 
 • Ocorrem após contato com frutas e legumes crus em 
pacientes alérgicos a pólens 
• Leite de vaca, ovo, amendoim e frutos que têm reação 
cruzada com látex (banana, kiwi, abacate, noz) 
 • Quadro clínico: formigamento os lábios, língua e palato 
e orofaringe, pode ocorrer broncoespasmo. 
SD ALERGIA ORAL 
• Pacientes alérgicos a pólens 
•Reação cruzada após contato com frutas, verduras e 
legumes crus 
• Manifestações logo após o contato 
•Angioedema, eritema, prurido, formigamento dos lábios, 
língua, palato e orofaringe 
 
 
 
 
 
Hipersensibilidade gastrointestinal imediata 
• Caracteriza–se por náuseas, vômitos, dor abdominal e 
diarreia 
• Aparecimento em minutos ou até duas horas após a 
ingestão do alérgeno 
 • Pode ocorrer vômitos intermitentes → déficit de 
crescimento 
• Manifestações gastrointestinais acompanhadas pele 
e/ou pulmão caracterizam anafilaxia 
 
ANAFILAXIA 
Reação multissistêmica grave 
Início agudo e potencialmente fatal com alguns ou todos 
os sinais e sintomas: Urticaria; Angioedema; 
Comprometimento respiratório e gastrintestinal e/ou 
Hipotensão arterial. 
PRINCIPAIS ALÉRGENOS 
Inquérito brasileiro entre alergologistas 
➢ Principais alérgenos: AINH e Antibióticos 
➢ Como 2ª causa: ALIMENTOS 
➢ Leite de vaca e clara de ovo (Lactentes e pré-
escolares) 
➢ Crustáceos (Crianças maiores e adolescente) 
 
 
 
 
 
 
 
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ASPECTOS FUNDAMENTAIS NO TRATAMENTO 
 
 
 
O QUE FAZER APÓS O TRATAMENTO EMERGENCIAL? 
 Manter paciente em observação 
 Casos leves: 6-8 Horas 
 Casos graves: 24-48 H 
 Reação bifásica pode ocorrer entre 8-12 H do 
episódio agudo. 
ESOFAGITE EOSINOFÍLICA ALÉRGICA 
•Vômitos, recusa alimentar, irritabilidade, baixo ganho 
ponderal, disfagia, impactação alimentar, dor abdominal 
• má resposta ao tratamento para DRGE. 
• PhMETRIA DE 24 h NORMAL 
• Infiltrado de eosinófilos na mucosa esofágica 
• Lactente a adolescente 
DIAGNÓSTICO 
Endoscopia e Biopsia 
 
GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA ALÉRGICA 
•Vômitos, dor abdominal, diarreia, hematêmese, 
hematoquezia, baixo ganho ponderal, perda 
gastrointestinal de proteínas, edema, ascite 
•Associação com atopia 
•Hipoalbuminemia, aumento de IgE e eosinofilia 
•Recém-nascido a adolescente 
• Edema/ ascite 
Enterocolite por Proteína Alimentar 
•Náuseas, vômitos, diarreia mucossanguinolenta, 
distensão abdominal, mau ganho pondero-estatural, 
hipotonia, palidez, hipotensão, choque, desidratação, 
acidose 
•Ocorre no primeiro ano de vida 
• Sintomas se iniciam horas após a ingestão da proteína 
• Presença de leucócitos fecais•Hemograma com leucocitose, pneumatose na 
radiografia 
 •Diagnóstico diferencial de sepse e enterocolite 
necrosante 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALERGIAS NÃO IgE mediadas 
A resposta imune ainda é pouco compreendida, mas 
parece atuar principalmente por meio de mecanismos 
mediados por células. 
Formas clássicas: Proctocolite alérgica induzida pela 
proteína alimentar; Enteropatia induzida pela proteína 
alimentar; Sd. Enterolite induzida pela proteína 
alimentar 
Desordens da motilidade: DRGE; Constipação 
intestinal; Cólica. 
 
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PROCTITE POR APLV 
 
Proctocolite por Proteína Alimentar 
-Caracterizada pela presença de sangue vermelho vivo 
e muco misturados as fezes, com ou sem diarreia. 
•Bom estado geral e ganho de peso adequado 
 Pode ser causada por Leite de vaca, Ovo, Milho, 
Soja, Trigo 
 A sensibilização pode ser por meio do leite 
materno ou da fórmula infantil. 
•Recém-nascidos e lactentes nos 3 primeiros meses de 
vida 
 • 50% em uso de leite materno exclusivo 
FISIOPATOLOGIA 
-Não é conhecido, mas sabe-se que a IgE não está 
implicada. 
 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
Decorrentes de alterações inflamatórias, 
imunomediadas, no cólon, em resposta a uma ou mais 
proteína alimentares. 
• Presença de leucócitos fecais 
• Fezes com raias de sangue e muco, cólica, 
irritabilidade, choro excessivo 
→O sangramento clínico desaparece em 1 a 2 semanas 
após a eliminação completa da proteína da dieta da 
mãe. 
 
DIAGNÓSTICO 
-Não há exame para confirmação, sendo assim o 
diagnóstico é totalmente CLÍNICO. 
 
Diagnóstico Diferencial 
Fissuras anais, Intussuscepção, Colite infecciosa, 
Enterocolite necrosante e Doença inflamatória intestinal 
precoce. 
 
TRATAMENTO 
Eliminação da dieta o alimento desencadeante 
 
Enteropatia induzida por Proteína Alimentar 
• Primeiros meses até os 2 anos 
-Ocorre semanas após a introdução do leite de vaca na 
dieta. 
•Quadro de má absorção com início insidioso 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
 Diarreia crônica 
 Vômitos 
 Anemia 
 distensão abdominal 
 perda de peso 
 insuficiência do crescimento 
 Desnutrição 
 edema 
 
Diagnóstico diferencial 
doença celíaca→Observar a quantidade de linfócitos 
intraepiteliais, anticorpos antiendomísio e 
Antitransglutaminase. 
 
➢ Pode cursar com esteatorreia, enteropatia 
perdedora de proteínas, Hipoalbuminemia, 
edema, desnutrição. 
FISIOPATOLOGIA 
• Lesão das vilosidades intestinais ocasionadas pela 
proteína alimentar e tem como resultado diminuição da 
superfície absortiva. 
-Diarreia aquosa e fezes acidas com distensão 
abdominal e assadura perianal. 
•Intolerância secundária à carboidratos (lactose e/ou 
sacarose) 
Diagnóstico 
Teste de provocação oral (TPO) + avaliação histológica 
do mucosa intestino delgado 
TRATAMENTO 
-Eliminação do leite de vaca da dieta 
 
Constipação Crônica 
• Primeiro 
ano de vida 
• Má 
resposta ao 
tratamento 
farmacológico 
 •Desproporção clínica terapêutica 
Diagnóstico 
 Anamnese direcionada 
 Idade de introdução do alimento suspeito (PLV 
na maternidade) 
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 Idade de aparecimento dos sintomas (APLV 
manifestações clínicas nos primeiros 2 anos de 
vida) 
 Intervalo de tempo entre a ingestão do alimento 
suspeito e os sintomas: As alergias mediadas por 
IgE, até 2 horas após introdução do alimento 
 outros mecanismos: (linfócitos T) podem 
aparecer tardiamente, como horas ou mesmo 
dias 
 
-ANAMNESE 
-PESQUISA DE IgE sérica 
-Teste de provocação oral 
INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 
•Exames básicos 
• HMG 
• PCR 
• Imunoglobulinas 
 • Urina I e URC 
 • Coprograma e coprocultura 
 • Parasitólogico 
 • Prick test ou RAST 
 
•2ª fase – de acordo com a clínica: 
• Função renal 
• Função hepática 
• Sorologia para Doença Celíaca 
• Sorologia para CMV 
• Teste do cloro no suor 
• Alfa-1-antitripsina fecal 
• Esteatócrito 
• EED com deglutograma 
• Teste do H2 expirado 
 • EDA e/ou colonoscopia com biópsias 
 
TESTE DE PROVOCAÇÃO ORAL 
•Teste duplo-cego e controlado por placebo 
• Padrão-ouro para o diagnóstico das alergias 
alimentares 
•Nem o médico nem o paciente têm conhecimento dos 
alimentos oferecidos; uma terceira pessoa é responsável 
pela randomização, geralmente um nutricionista 
•Alimento mascarado em relação a cor, odor e sabor 
•Ambiente hospitalar, alto custo, difícil realização, 
apenas em situações especiais ou para pesquisa 
 
 
TRATAMENTO 
Baseia-se na eliminação do leite de vaca e derivados 
 Eliminação do antígeno da dieta 
 Fórmulas especiais: 
Extensivamente hidrolisada→IgE ou não IgE 
mediada 
Aminoácidos livre →Alergias múltipla, desnutrição, 
má resposta ao hidrolisado 
Proteína isolada da soja→IgE mediada; >6 meses. 
 Leitura de rótulos 
 Educação da família e cuidadores 
 
 
 
 
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Fórmulas de aminoácidos 
 
● Alfamino - Nestle 
● Puramino - Mead Johnson 
 
Fórmula extensamente hidrolisada 
 
 
 
 
 
PREVENÇÃO 
-Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses 
-Não exclusivo de alimentos profilaticamente. 
-Estratégia para prevenir ou reduzir o desenvolvimento 
de alergia em populações de risco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; 
LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. [Digite o 
Local da Editora]: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 
9786555767476. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978
6555767476/. Acesso em: 06 jun. 2023. JÚNIOR, 
Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, 
Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. [Digite o Local da 
Editora]: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 
9786555767476. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978
6555767476/. Acesso em: 06 jun. 2023.

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