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Beatriz Machado de Almeida - Internato ESTÔMAGO NOÇÕES GERAIS • Produção de ácido: é produzido de maneira mais específica no fundo gástrico (célula parietal – bomba H+). VIAS DE PRODUÇÃO: ❖ Antro: células G → gastrina (estimula a célula parietal) / células D → somatostatina (diminuição a produção de gastrina). ❖ Nervo vago: acetilcolina (cheiro, gosto, visualização da comida) → estimula parietal. ❖ Histamina: produzida por células enterocromafins → estimula parietal. VIAS DE PROTEÇÃO: • Barreira de proteção de mucosa gástrica: muco, HCO3 (alcalinização), renovação celular, fluxo sanguíneo. • Prostraglandinas: estimula e mantem a barreira de proteção funcionante. DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA • Lesão na mucosa gástrica ou duodenal. • Fisiopatologia: desbalanço entre os fatores de agressão (ácido) > proteção (barreira). AGENTES FACILITADORES HELICOBATER PYLORI: • Bactéria gram-negativa flagelada. Estima-se que cerca de 80% da população brasileira seja contaminada. • Mecanismo de ação: ❖ Infecção antro: anula a ação da célula D: diminuição da somatostatina → aumento da gastrina (hipercloridria) → Úlcera péptica. ❖ Infecção disseminada: bloqueia a ação de todas as células do estômago, inclusive das células parietais → diminuição da barreira de proteção + hipocloridria → Úlcera péptica. AINE: • Mecanismos de ação: ❖ Inibição da COX → inibição das prostraglandinas → diminuição da barreira → Úlcera péptica. COX 1 → estimula prostraglandinas. COX 2 → inflamatória. CLÍNICA • Dispepsia: azia, plenitude, saciedade precoce. • Dor: gástrica: piora com a alimentação. Duodenal: 2/3 horas após a alimentação (tempo de esvaziamento gástrico). DIAGNÓSTICO • Clínica (presunção): dispepsia + dor característica. Jovens e sem alarme. • EDA: >45 anos ou alarme. Se gástrica → biópsia. Se duodenal: não precisa. Importante: Doença Ulcerosa Péptica não se transforma em câncer. TRATAMENTO • Terapia de antissecreção ácida por 4-8 semanas. ❖ Inibidores da bomba de prótons: Omeprazol 20mg, Esomeprazol 40mg, Pantoprazol 40mg. Padrão-ouro. ❖ Bloqueador histamínico: Ranitidina, Cimetidina. Doença Ulcerosa Péptica - DUP Beatriz Machado de Almeida - Internato HELICOBACTER PYLORI: • Objetivo: erradicar a H.Pylori para evitar a recorrência da úlcera, e não para tratá-la. • Sempre investigar na dispepsia e na DUP: ❖ Por EDA (testes invasivos): Se >45 anos e/ou sinais de alarme. Teste rápido da urease na biópsia (prática) / histologia / cultura. ❖ Sem EDA (testes não invasivos): teste da ureia respiratória/sorologia (ajuda no diagnóstico, mas não no controle de cura) / pesquisa de antígeno fecal. • Indicações para erradicar a HP: ❖ Úlcera péptica: evitar a recorrência. ❖ Linfoma MALT (tipo de CA gástrico). ❖ Dispepsia. ❖ Indicação geral: todas as vezes que o paciente tiver risco para CA. Ex. Lesões pré- neoplásicas, após gastrectomia, história de CA positiva em parente de 1º grau, desejo. Obs: não sai erradicando H.pylori pra todo mundo. • Tratamento: no Brasil por 14 dias. ❖ Claritromicina 500 mg 2x/dia. ❖ Amoxicilina 1g 2x/dia. ❖ Omeprazol 20 mg 2x/dia (IBP). CONTROLE DE CURA • Helicobacter pylori: ❖ >= 4 semanas após término. ❖ Não usar sorologia: pois se mantem positiva por um período maior de tempo. ❖ Se EDA: teste da urease. ❖ Sem EDA: teste da ureia respiratória. • Úlcera gástrica: ❖ Pacientes diagnosticados com EDA. ❖ Nova EDA: se for úlcera tratada, a região estará cicatrizada. Se permanecer, fazer nova biópsia para investigação de CA. TRATAMENTO CIRÚRGICO • Indicações: ❖ Intratabilidade clínica. ❖ Complicações: perfuração, sangramento não controlado por EDA. CIRURGIAS CLASSIFICAÇÃO DE JOHSON • Tipos de úlceras. ❖ Contexto de hipercloridria: Duodenal. Gástrica II – corpo gástrico (associada a duodenal). Gástrica III – pré-pilórica. ❖ Contexto de hipocloridria: Gástrica I – pequena curvatura baixa. É a mais comum de todas (55-60% dos casos). Gástrica IV – pequena curvatura alta. • Como diminuir a acidez cirurgicamente: Vagotomia e/ou Antrectomia. ❖ Se hipercloridria: vagotomia (no mínimo) +/- antrectomia. ❖ Se gástrica: retirar a úlcera (câncer?) – alguma gastrectomia. CONTEXTO DE HIPERCLORIDRIA VAGOTOMIA TRONCULAR: • Vagotomia troncular + piloroplastia (evitar dificuldade no esvaziamento gástrico). • Vagotomia troncular + antrectomia (retirada das células G – produção de gastrina) + reconstrução do trânsito intestinal: ❖ Billroth I (Gastroduodenostomia): +fisiológico. ❖ Billroth II (Gastrojejunostomia + alça aferente: fecha o coto duodenal e liga o jejuno ao estômago. Beatriz Machado de Almeida - Internato VAGOTOMIA SUPERSELETIVA: • Vagotomia superseletiva (gástrica proximal): Inibição da produção de ácido sem alteração na função do piloro. Muita recidiva. Se gástrica: retirar úlcera (câncer?): CONTEXTO DE HIPO/HIPERCLORIDRIA • Gástrica I (hipo): Antrectomia + BI- gastroduodenostomia. • Gástrica II (hiper): vagotomia troncular + antrectomia + BII (gastrojejunostomia). • Gástrica III (hiper): vagotomia troncular + antrectomia + BII (gastrojejunostomia). • Gástrica IV (hipo): Gastrectomia subtotal + Y de roux. Quanto mais proximal (alta) for a úlcera, mais agressiva será a gastrectomia. Nos casos de hipercloridria, além da gastrectomia, também será necessária a antrectomia. COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA SÍNDROMES PÓS-GASTRECTOMIA: • Síndrome de Dumping: mais comum na PROVA. ❖ Acontece devido à ausência do piloro. BI e BII (principais) e Y de roux. Precoce: 15-30 min após a alimentação (distensão): Gastrointestinal: dor, náusea, diarreia / Vasomotores: taquicardia, rubor. Tardia: 1-3h após a alimentação (aumento da insulina/hipoglicemia). ❖ Tratamento: medidas dietéticas: diminuir carboidratos, fracionar a dieta, deitar após as refeições. • Gastrite alcalina: ❖ Acontece devido à ausência do piloro. Refluxo biliar. BI e BII (+ comum). ❖ Clínica: gastrite: dor contínua. Vômitos não aliviam a dor. ❖ Tratamento: cirurgia: BII → Y de roux. • Síndrome da alça aferente: só em BII. ❖ Obstrução da alça aferente. ❖ Clínica: dor que piora com a alimentação. Vômitos em jato (não precedido por náuseas) aliviam a dor. ❖ Tratamento: cirurgia: BII → Y de roux. Resumo baseado no material do Medcurso
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