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Neurociência cognitiva ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 1. 1 Neurociência cognitiva • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Entender o que é neurociência e sua divisão; • Compreender o que é neurociência cognitiva; • Estudar a neurociência a partir do aspecto da aprendizagem humana. Neurociência cognitiva Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683942375 Neurociência cognitiva • 3/13 Introdução Você já pensou em como o cérebro funciona e processa as informações que recebe ou como arquiva as informações na memória? Já imaginou como essa ação se reflete no comportamento, no aprendizado e na vida? A Neurociência responde essas e outras perguntas, uma vez que seus estudos voltam-se para o sistema nervoso e, dessa forma, compreendem a maneira pela qual um indivíduo processa as informações adquiridas pelo ambiente, reage e as transforma em aprendizado, realizando as mais diversas tarefas sensoriais e motoras. Com base nisso, “é possível definir estratégias assertivas de ensino, o que garante à pessoa, uma melhor absorção do conteúdo que transforma em novas aprendizagens” (Marques, 2017, [s.p.]). De acordo com o portal NeuroSaber ([s.d.], [s.p.]), “A neurociência abrange muitas áreas do conhecimento, a partir do momento em que o cérebro se torna o foco em comum de todas as neurociências; e como tudo em nossa vida se relaciona ao cérebro, essa multidisciplinaridade é plenamente justificável”. É possível dividir a Neurociência em cinco grandes grupos, descritos a seguir com base no que diz Moreira (2012, [s.p.]): 1. Neurociência molecular, neuroquímica ou neurobiologia molecular: ramo da neurociência responsável pelo estudo de moléculas que têm importância funcional e suas possíveis interações no sistema nervoso; 2. Neurociência celular, neurocitologia ou neurobiologia celular: esta área estuda as células que compõem o sistema nervoso, suas estruturas e funções; 3. Neurociência sistêmica, neurofisiologia, neuro-histologia ou neuroanatomia: estuda as possíveis ligações entre os nervos do cérebro (chamadas de vias) e diferentes regiões periféricas. São também considerados os grupos celulares situados nessas vias; 4. Neurociência comportamental, psicobiologia ou psicofisiologia: estuda as estruturas que estão relacionadas ao comportamento ou a fenômenos como ansiedade, depressão, sono entre outros comportamentos; Neurociência cognitiva • 4/13 5. Neurociência cognitiva ou neuropsicologia: trata de todas as capacidades mentais relacionadas à inteligência como a linguagem, memória, autoconsciência, percepção, atenção, aprendizado entre outras (adaptado de Lent, 2010, p. 6). Nosso foco de discussão neste tema é a Neurociência cognitiva, uma das subdivisões da Neurociência cujo objetivo é “o estudo a respeito das capacidades mentais do ser humano, como por exemplo, [o] pensamento, aprendizado, inteligência, memória, linguagem e percepção” (Marques, 2017, [s.p.]). Com base nisso, as sensações e a percepção do indivíduo são o que norteia os estudos da Neurociência Cognitiva [e mostram como uma pessoa adquire] conhecimento a partir das experiências sensoriais a que é submetida; uma música, um aroma, o gosto de uma comida, uma imagem ou uma sensação corporal, tudo isso engloba as experiências sensoriais e são elas as responsáveis por captar os dados do ambiente e levá-las ao cérebro. Verifica-se então, que a neurociência cognitiva não diz respeito apenas ao sistema nervoso, mas às experiências sensoriais adquiridas ao longo da vida que são processadas pelo e no cérebro. A atividade cerebral em crianças, adolescentes e adultos, durante a realização de tarefas cognitivas, ativa circuitos neuronais durante seu funcionamento, os quais são apropriados para gerar as capacidades intelectuais humanas, como linguagem, criatividade, raciocínio (Rocha & Rocha, 2000). Neurociência cognitiva • 5/13 A CIÊNCIA DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO Vivemos a era do conhecimento, na qual os recursos tecnológicos têm mudado a forma de ensinar e aprender. Em contrapartida, a Neurociência mostra que o cérebro é uma “máquina” fantástica capaz de fazer qualquer coisa se for bem utilizado e estimulado. É importante notar que o processo cognitivo evolui. Segundo Eliot (1999) com o passar do tempo, amadurecemos e aperfeiçoamos a interpretação do ambiente o que nos permite melhorar sa tomadas de decisões, baseadas em informações. Esse fato justifica a necessidade de compreensão e conhecimento acerca de como o cérebro funciona. Qual é a melhor forma de estimulá-lo e despertar seu potencial? Quais estratégias possibilitam maior desenvolvimento cognitivo? O que de fato é melhor e mais favorável para a aprendizagem? https://player.vimeo.com/video/683942082 Neurociência cognitiva • 6/13 Estudos apontam que, quanto maiores forem a quantidade e a qualidade de estímulos oferecidos ao aluno, mais eficiente será seu cérebro. Portanto, é preciso apostar em recursos variados, atividades diversificadas e prazerosas, metodologias dinâmicas, conteúdos bem trabalhados e adequados ao perfil do aluno e às diferentes maneiras que o aluno prefere aprender. É importante também haver estímulo de propostas desafiantes e estratégias que garantam o desenvolvimento do seu potencial cognitivo. Isso é necessário porque oferecer situações de aprendizagem, experiências ricas e atividades intelectuais promove a plasticidade cerebral e, como consequência disso, a inteligência. Observe como é possível adotar a neurociência em práticas junto aos estudantes: Quadro 1 - Princípios da Neurociência x Práticas com estudantes Fonte: Adaptado de Rushton & Larkin, 2001; Rushton et al., 2003. Neurociência cognitiva • 7/13 Saiba Mais Conceitos fundamentais Neurociência cognitiva: é o estudo científico do sistema nervoso. Tradicionalmente, a neurociência tem sido vista como um ramo da biologia. Entretanto, atualmente ela é uma ciência interdisciplinar que colabora com outros campos, como educação, química, ciência da computação, engenharia, antropologia, linguística, matemática, medicina e disciplinas afins, filosofia, física, comunicação e psicologia. Plasticidade cerebral: neuroplasticidade, ou plasticidade neural, permite que os neurônios se regenerem tanto anatômica quanto funcionalmente, que formem novas conexões sinápticas. A plasticidade cerebral, ou neuroplasticidade, é a habilidade do cérebro para se recuperar e reestruturar. Materiais complementares Quer saber mais sobre o que estudamos? Então, acesse o conteúdo dos links a seguir: 1. “Neurociência e os processos educativos um saber necessário na formação de professores”. Disponível em: <https://www. researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_ OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_NECESSARIO_NA_ FORMACAO_DE_PROFESSORES>. 2. “Neurociências e educação: Realidade ou ficção?”. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/277132829_ NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_ NECESSARIO_NA_FORMACAO_DE_PROFESSORES>. 3. “O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios e possibilidades”. Disponível em: <https://www2.icb.ufmg. br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf> https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_NECESSARIO_NA_FORMACAO_DE_PROFESSORES https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_NECESSARIO_NA_FORMACAO_DE_PROFESSORES https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_NECESSARIO_NA_FORMACAO_DE_PROFESSORES https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_NECESSARIO_NA_FORMACAO_DE_PROFESSORES https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_Nhttps://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_N https://www.researchgate.net/publication/277132829_NEUROCIENCIA_E_OS_PROCESSOS_EDUCATIVOS_UM_SABER_N https://www2.icb.ufmg.br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf https://www2.icb.ufmg.br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf Neurociência cognitiva • 8/13 EM RESUMO Com base nos estudos da Neurociência cognitiva sobre a memória, os pensamentos e as formas de aprendizado, é possível entender que a aprendizagem e a educação estão intimamente ligados ao desenvolvimento do cérebro que se configura segundo os estímulos do ambiente (Fischer & Rose, 1998). Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/683942290 Neurociência cognitiva • 9/13 Referências Bibliográficas Eliot, L. (1999). What’s going on in there?-How the brain and mind develop in the first five years of life. New York, NY: Bantan Books. Fischer, K. W., Rose, S. P. (1998). Growth cycles of the brain and mind. Educational Leadership, 56(3):56-60 Lent, R. (2010) Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu. Marques, J.R. (2017). Neurociência Cognitiva: a Ciência do Aprendizado e da Educação. Instituto Brasileiro de Coaching. Disponível em: <https://bit.ly/9lk1asd>. Acesso em 30 jan. 2022 Moreira, D. M. (2012). Neurociência. InfoEscola. Disponível em: <https://bit.ly/82fg7h>. Acesso em: 09 fev. 2022. NEUROSABER. O que é Neurociência? S.d. Disponível em: <https://bit.ly/17q5hr>. Acesso em: 09 fev. 2022. Rocha, A. F., Rocha, M. T. (2000). O cérebro na Escola. Jundiaí, SP: EINA. Rushton, S. P., Eitelgeorge, J., Zickafoose, R. (2003). Connecting Brian Cambourne’s conditions of learning theory to brain/mind principles: implications for early childhood educators. Early Childhood Education Journal, 31(1):11-21. Rushton, S., Larkin, E. (2001). Shaping the learning environment: connecting developmentally appropriate practices to brain research. Early Childhood Education Journal, 29(1):25-33. Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. Neurociência cognitiva • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 Teoria da aprendizagem cognitiva ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 1. 2 Teoria da aprendizagem cognitiva • 2/15 Objetivos de Aprendizagem • Apresentar os princípios da teoria da aprendizagem cognitiva; • Conhecer os níveis de processamento da informação; • Compreender como as tecnologias podem apoiar os processos de codificação e recuperação. Teoria da aprendizagem cognitiva Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683941768 Teoria da aprendizagem cognitiva • 3/15 Introdução Quando estudamos as teorias da aprendizagem, deparamo-nos com pelo menos três abordagens: • Comportamentalista - também conhecido como Behaviorismo, desconsidera o estudo da mente pois foca no comportamento que se pode observar. • Humanista - considera a autorrealização do sujeito como fonte de aprendizagem. • Cognitivista - valoriza a cognição, a formação de ideias, focando no estudo da mente. Todas as teorias reconhecem a dinâmica do ensinar e do aprender a fim de melhor compreender formas diferentes de absorção de conhecimentos e composição da inteligência. Esses estudos nos ajudam a melhor encaminhar práticas pedagógicas assertivas. Neste tema, vamos abordar os princípios da teoria da aprendizagem cognitivista que investiga como os métodos de processamento da informação ocorrem. De acordo com Faísca (2010. [s.p.], grifos no original), em uma perspectiva evolucionista: Os processos mentais desenvolveram-se nos organismos para permitir uma interação eficaz com o meio ambiente complexo em que vivem (eficácia em termos de sobrevivência). A interação entre o organismo e o ambiente exterior se dá através do tecido sensorial (órgãos dos sentidos). Os processos de sensação e percepção correspondem a mecanismos básicos da Psicologia, pois é através deles que a informação externa chega à nossa mente. Sob o contexto de estudo (ensino x aprendizagem), o desenvolvimento cognitivo é produzido por estudantes que interagem com seu meio sob a mediação do professor. Teoria da aprendizagem cognitiva • 4/15 NÍVEIS DE PROCESSAMENTO PSICOLÓGICO Todo indivíduo é dotado de capacidades de processamento da informação e da experiência. A sensação e a percepção, atreladas às característica scognitivas próprias do indivíduo, são processos pelos quais as pessoas selecionam, organizam e interpretam as informações recebidas para dar sentido ao que veem, escutam e sentem. De forma simplificada, podemos afirmar que existem três níveis de processamento psicológico: • Sensação: processo primário de recolha de informação ambiental. Podemos dizer que é o nível neurofisiológico que se refere às sensações que percebemos através dos nossos órgãos sensoriais, ou seja, o que vemos, ouvimos, cheiramos e saboreamos. Por exemplo: a energia do ambiente é codificada em sinais elétricos (transdução) e vai ativar as áreas sensoriais do córtex, gerando sensações. • Percepção: processo pelo qual o cérebro dá sentido à informação recebida pelos órgãos dos sentidos, selecionando, organizando e interpretando as sensações. • Cognição pessoal: processo que envolve a articulação das percepções. Entendemos que as percepções podem variar consideravelmente entre pessoas expostas às mesmas realidades. Isso pode ser ampliado por este terceiro nível, que considera que a realidade é fortemente influenciada pelas características pessoais. Teoria da aprendizagem cognitiva • 5/15 Figura 1.1 – Processamento da informação Fonte: elaborada pela autora. É importante destacar que, quanto mais conscientes estivermos sobre os três níveis citados, melhor será a nossa interpretação do mundo. MAS, COMO AS PESSOAS EFETIVAMENTE APRENDEM? Nossos olhos e ouvidos captam imagens, sons e palavras que se armazenam na memória sensorial, que se divide, entre outros tipos, em dois principais: • Memória visual. • Memória auditiva. A primeira é responsável por absorver imagens; a segunda, por guardar os sons, entre os quais se incluem as narrações. Esse armazenamento é feito por um curto período de tempo de um a dois segundos apenas após espaço de tempo muito pequeno. Esses elementos vão para a memória de trabalho (executiva), que é o centro da cognição onde a informação é temporariamente armazenada e processada e onde todo pensamento ativo ocorre. Embora esta memória seja poderosa, ela tem capacidade limitada de processamento. Quando a tarefa é finalizada, essa memória cessa. Teoria da aprendizagem cognitiva • 6/15 Vejamos um exemplo de memória de trabalho: considerando uma situação em que você recebe uma ordem de seu chefe, dizendo que você deve, excepcionalmente, chegar mais cedo na sexta-feira ao trabalho, sua memória irá registrar esse alerta até a data correspondente. Passado esse dia, cumprida e findada a tarefa, essa memória é dispensada. Desse modo, a memória de trabalho é efêmera e oposta ao que chamamos de memória de longo prazo. Figura 1.2 – Memória de trabalho Fonte: elaborada pela autora. https://player.vimeo.com/video/683941477 Teoria da aprendizagem cognitiva • 7/15 E O QUE ISSO TEM A VER COM A APRENDIZAGEM? O aprendizado é uma função neural. Para que a aprendizagem seja efetiva, ela necessita que os novos conhecimentos e habilidades sejam processados na memória de trabalho e se integrem aosconhecimentos armazenados na forma de modelos mentais na memória de longo prazo, que é considerada ilimitada. Todo esse processo é denominado de codificação. Apenas manter os conhecimentos armazenados na memória de longo prazo também não é suficiente, pois é preciso trazê-los de volta à memória de trabalho a fim de transferi-los a novas situações, processo esse conhecido como recuperação, o qual corresponde à recordação. Figura 1.3 – Codificação e recuperação Fonte: elaborada pela autora. A codificação é um processo ativo que transforma informações, para que sejam, então, armazenadas. É importante ressaltar que, ao construir modelos mentais coerentes, temos que nos envolver ativamente no processamento cognitivo. O que requer: Teoria da aprendizagem cognitiva • 8/15 • prestar atenção na informação que está sendo passada com o máximo de concentração; • organizar a informação: só conseguimos aprender alguma coisa se conseguirmos identificá-la e darmos sentido a ela; • integrar a informação ao conhecimento existente: neste ponto, você já entendeu o que está sendo falado, e agora você só precisa efetuar a ligação do que é dito com o que já conhece para gerar novas experiências; por exemplo, se você já participou de alguma rede social, vai saber participar da próxima que surgir. É claro que as telas e ferramentas disponíveis não serão as mesmas, mas o processo será basicamente o mesmo. Podemos codificar na memória vários elementos, dentre os quais, temos: • Palavras, sons, áudios. • Imagens: fotos, vídeos, telas, ilustrações. • Sentidos provenientes do toque. As tecnologias têm importante papel nesse processo, pois, como vimos, a memória que mais usamos é a de trabalho, a qual é limitada, e, como existem várias fontes de informações competindo por essa capacidade, precisamos apoiar o aluno nos processos de seleção e integração, armazenamento e recuperação da informação. É por essa razão que, ao elaborar um material, devemos eliminar informações visuais irrelevantes e omitir músicas ou ruídos de fundo que não estão relacionados com o conteúdo. Antes, devemos explorar de várias formas o assunto principal, permitindo diferentes codificações por parte do estudante. Uma vez que o volume de informações faz toda a diferença para a memória, é importante reduzir o que se chama de carga cognitiva, liberando a memória de trabalho para os processos de integração com os modelos mentais. Observe a figura a seguir que mostra as dimensões da carga cognitiva: Teoria da aprendizagem cognitiva • 9/15 Figura 1.4 - Carga Cognitiva Fonte: https://bit.ly/9j9g56 Assim, a memória de trabalho une informações visuais e auditivas e, posteriormente as integra aos conhecimentos já armazenados na memória de longo prazo, razão pela qual oferecer palavras (texto), imagens e sons em uma apresentação torna a integração entre os canais de processamento sensorial mais fácil. As atividades práticas do tipo “Hands on” ou mão na massa ativam o processo de integração dos novos conhecimentos preexistentes. Quando a informação é apresentada em duas modalidades sensoriais – visual e auditiva – em vez de um só, são ativados dois sistemas de processamento, e a capacidade da memória de trabalho é estendida, ocorrendo maior retenção de informações. Além da classificação da memória sensorial, portanto, ainda podemos utilizar outra classificação: Sistemas verbais, em que se incluem as palavras escritas ou faladas. Sistemas não verbais, em que se incluem imagens, vídeos, animações e sons de fundo. Esses dois sistemas funcionam de forma independente, mas experiências apropriadas produzem conexões entre os dois. Desse modo, se um determinado assunto foi armazenado nos dois sistemas, ele será mais facilmente recuperado na memória do que aqueles armazenados em apenas um deles. https://www.researchgate.net/publication/323268721_As_dimensoes_da_Carga_Cognitiva_e_o_Esforco_Mental Teoria da aprendizagem cognitiva • 10/15 EM RESUMO Como vimos, a aprendizagem é um processo complexo. A interação entre o indivíduo e o ambiente exterior dá-se através dos órgãos dos sentidos, e as informações e novas aprendizagens acontecem por meio dos processos de sensação e percepção, pois é através deles que a informação externa chega à nossa mente. As tecnologias têm importante papel nesse processo, pois podemos oferecer aos alunos as informações em diferentes modalidades sensoriais (por exemplo, visual e auditiva), e assim, são ativados dois sistemas de processamento e a capacidade da memória de curto prazo é estendida, o que facilita a memória de longo prazo. A memória codifica, armazena e recupera informações; nesse sentido, ocorre a entrada de informações para um registro inicial; em seguida, tem-se a manutenção da informação para que a mesma seja relembrada, isto é, recuperada sempre que necessário. Saiba Mais Conceitos fundamentais Teoria da aprendizagem e da memória: a informação que é recebida pelos receptores sensoriais e alvo de atenção é codificada, armazenada e processada de forma que possa ser recuperada. Materiais complementares Quer saber mais sobre o que estudamos? Então, acesse o conteúdo dos links a seguir: 1. “Conheça a memória de trabalho”. Disponível em: <https://youtu.be/rjQk7njrZ3Y>. 2. “A compreensão da memória segundo diferentes perspectivas teóricas”. Disponível em: <https://bit.ly/51ntt84a>. https://www.youtube.com/watch?v=rjQk7njrZ3Y&ab_channel=didatics https://www.scielo.br/j/estpsi/a/ZBFjP6tdL5xJ8XCffBsqbfJ/?lang=pt Teoria da aprendizagem cognitiva • 11/15 Referências Bibliográficas Faísca, L. M. M. (2010). Psicologia Cognitiva. Sistemas sensoriais e Psicologia. Aula, Universidade de Algarve, 2010 . Disponível em: <https://bit.ly/9ab9a>. Acesso em: 28 jun. 2018. Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/683942013 Teoria da aprendizagem cognitiva • 15/15 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 Ciência Cognitiva ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 1. 3 Ciência Cognitiva • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Estudo da Ciência Cognitiva; • História da Ciência Cognitiva; • O que fazer com a Ciência Cognitiva. Ciência Cognitiva Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683941214 Ciência Cognitiva • 3/13 Introdução A Ciência Cognitiva é o estudo da mente, das ideias e conhecimentos e conceitos, Dentro do processo cognitivo é possível identificar diferentes atividades mentais, tais como: • Imaginação • Pensamento • Solução de problemas • Recordação • Julgamento • Percepção • Aprendizagem de linguagem Segundo Mey (1982), a ciência cognitiva lida com o estudo sobre o que é o conhecimento, como ele pode ser representado e manipulado nas suas formas mais diversas. Essa ciência inclui uma variedade de áreas de pesquisa: • Filosofia, o estudo do conhecimento, realidade e existência; • Inteligência artificial, o estudo de máquinas e sistemas pensantes; • Psicologia, o estudo do comportamento e da mente; • Neurociência, o estudo do sistema nervoso; • Linguística, o estudo da linguagem; • Antropologia, o estudo geral da sociedade e cultura humanas. Observe a figura a seguir que demonstra o hexágono cognitivo e seus campos. Ciência Cognitiva • 4/13 Figura 1 - Hexágono Cognitivo Fonte: Gardner (1996, p.52) Os cientistas cognitivos adotam uma abordagem mais geral sobre os meandros da mente,e olham para além das preferências e vieses de cada disciplina, vendo a mente humana pela estrutura e entidade complexas que ela é. A pedagogia também adotou os estudos cognitivos para então levar o entendimento do processo educacional que se dá a partir do cérebro humano. Ciência Cognitiva • 5/13 HISTÓRIA DA CIÊNCIA COGNITIVA O homem tentou compreender sua própria mente desde o início dos tempos. Os primeiros escritores falaram de sabedoria, tolice e maravilha do pensamento. Os autores bíblicos discutiram sobre a sabedoria e o sábio, incluindo aspectos da educação, psicologia, filosofia, linguística e antropologia. Os primeiros pensadores gregos, entre os quais Platão e Aristóteles, tentaram explicar como o conhecimento humano funciona, ponderando sobre a mente e suas funções. Quando a ciência da psicologia começou a se desenvolver nos anos de 1800, particularmente na psicologia experimental, os pesquisadores começaram a procurar características específicas que eram comuns à mente humana. Em busca de consistência e compreensão, a comunidade científica adotou a ideia do behaviorismo, um ponto de vista que tratava a mente humana como pouco mais que um conjunto de comportamentos programados, ocorrendo inteiramente como reações biológicas a estímulos. Em outras palavras, os behavioristas não viam este comportamento de forma muito diferente do comportamento de um cachorro ou de uma criatura unicelular. Eles viam humanos como apenas versões mais avançadas de “causa e efeito”, estímulo e resposta. https://player.vimeo.com/video/683940972 Ciência Cognitiva • 6/13 Em tempos mais recentes, começando no início dos anos 1900, os cientistas começaram a projetar a ideia de que há muito mais para a mente humana do que respostas meramente programadas. Com a construção de modelos computacionais que simulavam os níveis do pensamento humano, os cientistas começaram a entender mais sobre o processo de raciocínio, tomando consciência da complexidade das operações que acontecem dentro da mente. Com o entendimento das redes neurais – os caminhos dos sinais nervosos que produzem e suportam as operações de pensamento no cérebro, desenvolvidos nas décadas de 1980 e 1990 –, a complexidade da estrutura física do cérebro tornou-se mais evidente. Por meio de várias maneiras de tirar fotos do cérebro, os neurocientistas foram capazes de ver o sistema mudar, adaptando-se às experiências e tornando-se um sistema diferente no dia a dia. Todos os dias, suas experiências modificam a pessoa que você é, fazendo o remapeamento do seu cérebro. Além disso, os cientistas começaram a lutar com a ampla gama de pensamentos humanos possíveis versus a faixa estreita de possibilidades ditadas pelas restrições de uma abordagem puramente genética (baseada nos componentes químicos que compõem o design do corpo humano) para a construção humana. Você é mais do que seus blocos de construção e mais do que a herança que seus pais lhe deram. Suas escolhas diárias fazem com que sua mente se adapte e evolua continuamente, fazendo com que você mude constante e dinamicamente. O QUE PODEMOS FAZER COM CIÊNCIA COGNITIVA? A Ciência Cognitiva pode ser usada para analisar, descrever, prever ou até mesmo corrigir, aumentar, e, se não, criar mentes. Algumas aplicações específicas são: • Modelagem cognitiva: os modelos cognitivos podem analisar o comportamento intelectual em pequenas escalas de tempo; por exemplo, os efeitos das mensagens de texto ao dirigir; • Interação humano-computador: a Ciência Cognitiva poderia levar a uma interação humano-computador mais efetiva e eficiente; • Inteligência artificial: estudos da Ciência Cognitiva com a inteligência similar à humana exibida por mecanismos ou software; Ciência Cognitiva • 7/13 • Robótica cognitiva: programação baseada em lógica para controle de robôs; • Engenharia cognitiva para projetar ferramentas com um olho para nossas habilidades intelectuais (e, portanto, as restrições impostas a essa tecnologia): ferramentas cognitivas ergonomicamente projetadas devem “encaixar” nossas habilidades de absorver e processar. Enfim, como podemos perceber, a Ciência Cognitiva é um largo campo de investigação que está em todos os tópicos em que a cognição é foco da discussão. Saiba Mais Conceitos Fundamentais A Ciência Cognitiva ou a ciência da cognição é o estudo científico dos processos mentais. Materiais Complementares Quer saber mais sobre o que estudamos? Então, acesse o conteúdo dos links a seguir: 1. A Ciência Cognitiva: história, base psicológica, assunto, objetivos e métodos de investigação”. Disponível em: <https://bit. ly/3ac9af9>. 2. Ciência da computação e ciência cognitiva: um paralelo de semelhanças. Disponível em: <https://bit.ly/51afs94> http://pt.nextews.com/502c29d8/ http://pt.nextews.com/502c29d8/ https://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/637 Ciência Cognitiva • 8/13 EM RESUMO O objetivo da Ciência Cognitiva é compreender a estrutura e o funcionamento da mente humana. Para isso, ela recorre a uma variedade de abordagens que vão desde o debate filosófico, da inteligência artificial, da robótica cognitiva até a criação de modelos computacionais para interação humana. Segundo Saracevic (1996), a ciência cognitiva é um dos mais novos estudos interdisciplinares, cujos conceitos e modelos vêm sendo utilizados por estudiosos de diversos campos. É importante notar que, ao estudar a ciência cognitiva, deparamo-nos com a Ciência da Informação em paralelo. Isso ocorre, pois esta última tem por objetivo a informação, a qual atenderá os indivíduos interessados. Ciência Cognitiva • 9/13 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Gardner, H. (1996). A nova ciência da mente: uma história da revolução cognitiva. São Paulo: EDUSP. Mey, M. (1992). The cognitive paradgigm: an integrated understanding of scientific development. Chicago: University of Chicago. Saracevic, T. (1996). Ciência da informação: origem, evolução, relações. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v.1, n.1, p.41-62, jan./jun. Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. https://player.vimeo.com/video/683941417 Indústria 4.0 e a Internet das Coisas (IoT) • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 Neurociência educacional Neurociência educacional • 2/15 Objetivos de aprendizagem • Conhecer a neurociência educacional; • Refletir sobre os avanços da neurociência e da tecnologia educacional. Neurociência educacional Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683940671 Neurociência educacional • 3/15 Introdução A neurociência educacional, área que estuda mente, cérebro e educação, é um esforço multifacetado e interdisciplinar para preencher a lacuna entre a neurociência e o setor educacional. Pesquisadores em educação, neurociência, psicologia, genética, tecnologia e outras disciplinas de relevância para a educação estão começando a trabalhar juntos para que todos os aspectos do ensino e da aprendizagem sejam abordados de maneira integrada. Você já ouviu falar de neuroeducação? A neuroeducação considera processos cognitivos e emocionais na busca de melhores métodos de ensino e currículo. Ela considera doenças neurológicas que afetam a aprendizagem, tais como: • Dislexia • Gagueira • Depressão • Retardo mental, etc. A neuroeducação impacta positivamente a prática educacional, instrumentalizando-a para ser possível ensinar melhore também aprender melhor, o que significa maior qualidade na instituição escolar. ‘Segundo Atherton (2005), a neuroeducação influencia a prática educacional de formas variadas, desde a educação no sentido de cima para baixo, em neurociência cognitiva. Essa didática influencia as escolas de pós- graduação na área da educação. Já no sentido oposto, ou seja, de baixo para cima, a neuroeducação será influenciada pela atuação dos professores da educação básica. Administrativamente, a esta ciência será afetada pelo esforço de uma Pedagogia com base científica e pela busca de políticas eficazes por parte dos administradores. E, externamente, a ela será também fomentada pela adesão da neurociência nos currículos de ciências da educação básica. A neurociência educacional enfrenta o desafio significativo de influenciar práticas dentro do contexto escolar, uma situação bem diferente daquela que ocorre em laboratório. Educadores colaboram com pesquisadores para testar ideias baseadas em descobertas cujas pesquisas são realizadas em suas próprias salas de aula e, muitas vezes, em um grande ensaio com muitos participantes. Uma parte fundamental do processo é comunicar os resultados a um público amplo, compartilhando o que foi aprendido com o maior número de professores possível. Neurociência educacional • 4/15 É uma disciplina relativamente nova, que ainda está em desenvolvimento. Seus proponentes defendem o uso das tecnologias mais sofisticadas para descobrir sobre o cérebro e o aprendizado e garantir que todos tenham a melhor chance possível de aprender. Com o tempo, a neurociência educacional fornecerá ferramentas para educadores e alunos por meio de pesquisas cuidadosamente planejadas e bem pensadas. Não há dúvidas de que, com os avanços da neurociência e da tecnologia educacional, o aprendizado dos alunos foi elevado a um novo nível. Em vez de um modelo de aprendizado padrão, agora há uma fluidez na maneira como os educadores podem fornecer conteúdo, interagir com os alunos, receber feedback e modificar sua abordagem de ensino. Hoje, sabemos que aspectos como os citados a seguir são fundamentais nos trâmites educativos: • Memória • Atenção • Emoção • Motivação • Estímulo Além disso, atualmente os alunos têm acesso às experiências de e-learning continuamente, já que está mais do que comprovado por pesquisas como o cérebro funciona em resposta a essas ferramentas tecnológicas. Neurociência educacional • 5/15 Com esses avanços na sala de aula, o aprendizado mudou para sempre em muitos aspectos, tais como os três citados a seguir: 1. Aprendizagem orientada por dados Nós todos aprendemos de forma diferente. A tecnologia de aprendizado adaptável usa algoritmos para acompanhar o desempenho dos alunos e modificar a apresentação do material com base nesse rastreamento. Constrói-se com base no entendimento de que todos aprendemos de forma diferente. Analisando as tendências do comportamento on-line, adapta-se à maneira como o e-learning é fornecido para melhor atender às necessidades individuais. Esta abordagem adaptativa beneficia todo o ecossistema educacional, do estudante ao facilitador, ajudando a entregar: • Aprendizagem personalizada: combinando dados, análises e o que há de mais recente em neurociência e pedagogia para personalizar o e-learning e a avaliação; • Ensino automatizado: reduzindo o tempo em aula e tornando o aprendizado mais escalável, acessível e transparente; https://player.vimeo.com/video/683940255 Neurociência educacional • 6/15 • Relações mais próximas aluno-professor: fazendo com que os alunos possam dominar o conteúdo em seu próprio tempo, e os educadores possam assumir as funções de facilitador e líder. Hoje, é possível tratar ainda que um grande volume de alunos, um a um, direcionando cada demanda de acordo com sua particularidade. Dessa forma, enquanto um estudante precisa de maior apoio em uma disciplina, o outro segue em condições de ser melhor orientado em outra disciplina. 2. A carga cognitiva externa é reduzida A carga cognitiva externa é o esforço mental que usamos quando tentamos bloquear as distrações externas. Todos nós temos limites quanto à quantidade de informação que podemos ter em mente. Qualquer coisa que possamos fazer para minimizar a sobrecarga em nosso pensamento – como reduzir distrações – nos ajudará a gerenciar essas restrições. Pode impactar nosso pensamento crítico e recordação de memória – e não para melhor. Designers de aprendizado entendem isso intensamente e aplicam uma série de técnicas de design para eliminar a carga cognitiva do e-learning, como: • Integração perfeita: traz todos os recursos de aprendizado para uma experiência on-line fluida, sem distrações externas; • Aprendizagem mista: combina elementos como texto digital, mídia e avaliação em experiências coesivas e imersivas; • Aprendizagem espaçada: entrega conteúdo em segmentos modulares e encenados que são simples de absorver e gerenciar; • Prompts, dicas e destaques incorporados: mantêm os alunos no caminho certo, engajados e os alivia do fardo de pensar sobre se estão ou não no caminho certo; • Atividades interativas e desafios: ajudam os alunos a absorver conceitos- chave e aplicar o pensamento crítico sem quebrar a concentração. Com a remoção de distrações externas, o aprendizado ocorre mais facilmente, os resultados melhoram e os alunos permanecem engajados. Ele também ajuda a suportar um modelo de sala de aula invertido, que é fundamental para a abordagem de design. Neurociência educacional • 7/15 3. Aprender torna-se divertido e social Sabemos que a motivação, o estímulo, a interação podem ser fontes que aproximam o indivíduo mais facilmente da aprendizagem. Quando pertencemos a um grupo, o cérebro responde liberando dopamina, o que ajuda na retenção da memória e motiva a agir. Diante disso, as tecnologias educacionais que promovem a interação social podem aumentar significativamente essa retenção e o desempenho dos alunos. Por exemplo, a gamificação ajuda a manter o aprendizado divertido, social e fácil de absorver. Jogos com recursos como recompensas, conselhos e feedback aumentam a motivação. Se os alunos estiverem motivados, é provável que eles permaneçam em uma tarefa ou pratiquem uma habilidade por mais tempo. Esse tipo de aprendizado imersivo também alimenta a ciência da plasticidade cerebral. Ao oferecer experiências EdTech, education technology ou tecnologias educacionais mais ricas e interativas que estimulam todo o sistema nervoso sensorial e permitem muitos desafios e oportunidades para a prática, estudantes de qualquer idade podem desenvolver sua neuroplasticidade por meio de uma diversidade de experiências aprendidas. Elementos emocionais estão presentes no processo de aprendizagem. O acolhimento do grupo, o sentir-se parte importante também de uma comunidade acadêmica agregam valores e estimulam o ato de estudar. A neurociência e a tecnologia educacional não apenas reformularam a forma como o aprendizado é fornecido, mas também revolucionaram a maneira como pensamos sobre a educação como um todo. O aprendizado é transformado em um processo altamente personalizado, que é profundamente investido não apenas na obtenção de resultados, mas na construção de mentes mais fortes e de caminhos neurais mais expansivos. Os educadores podem adotar uma abordagem dinâmica e orientada por dados que desafie os alunos a pensar criticamente, a resolver socialmente e a diversificar como ocorre o aprendizado. Neurociência educacional • 8/15 Saiba Mais Conceitos fundamentais Entenda mais sobre o conceito de plasticidade cerebral. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DcjqJ6GJWGg>. Materiais complementares Quer saber mais sobre o que estudamos? Então, acesse o conteúdo dos links a seguir: 1. “Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa educacional”. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212010000100016>. 2. “Neurociência na Educação”. Disponível em: <https://nead.ucs.br/ pos_graduacao/Members/419745-30/artigo%20neurociencias%20 e%20educacao.pdf>. 3. “A importância da neurociência na educação”. Disponível em: <https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2012/04/ importancia-da-neurociencia-na-educacao.html>. https://www.youtube.com/watch?v=DcjqJ6GJWGg http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212010000100016 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212010000100016 https://nead.ucs.br/pos_graduacao/Members/419745-30/artigo%20neurociencias%20e%20educacao.pdf https://nead.ucs.br/pos_graduacao/Members/419745-30/artigo%20neurociencias%20e%20educacao.pdf https://nead.ucs.br/pos_graduacao/Members/419745-30/artigo%20neurociencias%20e%20educacao.pdf https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2012/04/importancia-da-neurociencia-na-educacao.html https://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com/2012/04/importancia-da-neurociencia-na-educacao.html Neurociência educacional • 9/15 EM RESUMO É importante destacar que os avanços e as descobertas na área da neurociência ligada ao processo de aprendizagem alcançaram uma revolução no meio educacional. A neurociência da aprendizagem, em termos gerais, é o estudo de como o cérebro aprende, é o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem. Entender que os indivíduos aprendem de maneiras diferentes faz com que educadores modifiquem sua abordagem de ensino e a maneira como oferecem os conteúdos e informações aos alunos. A neuroeducação ganha relevância por agregar o entendimento das limitações de aprendizagem impostas por problemas mentais que possam interferir no desempenho dos estudantes no contexto de ensino. Neurociência educacional • 10/15 Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/683950004 Neurociência educacional • 11/15 Referências Bibliográficas Atherton, M. (2005). Applying a neuroscience to educational research: can cognitive neuroscience bridges the gap? Part 1. Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. Im ag en s: Sh utt er st oc k Indústria 4.0 e a Internet das Coisas (IoT) • 15/15 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 1. 5 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Discutir o impacto da tecnologia no desenvolvimento cognitivo; • Entender a influência das tecnologias no cérebro. O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683939947 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 3/13 TECNOLOGIA E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Tratar sobre o desenvolvimento cognitivo a partir do apoio e uso de tecnologias em tempos atuais, abre-nos um leque de possibilidades. Podemos tratar do tema, subdividindo-o em diferentes faixas etárias, como por exemplo, considerar estudantes na fase infantil, alunos em estágio de vida mais avançado como os da terceira idade, ou então, tratar sobre adultos em situação de estudo. GAMES E EDUCAÇÃO Um dos itens tecnológicos hoje presentes no espaço das instituições escolares é, sem dúvidas, os games. Em razão do aumento gradativo e da difusão do uso de dispositivos móveis - ligados ou não à internet - pela sociedade atual globalizada e conectada, observamos a expansão de diversos softwares ou aplicativos de games para fins educativos (Souza, 2017, p. 3). No passado, os games eram aliados da aprendizagem, porém sem respaldo de um computador ou dispositivo eletrônico. Hoje, sob um contexto on-line os games dos mais variados tipos adentram o cenário da vida humana, produzindo ganhos intelectuais quando bem encaminhados sob a perspectiva de ensino. Algumas pesquisas nos campos da educação e da neurociência apontam que o uso de jogos é uma boa prática pedagógica, uma vez que estes promovem motivação e diversão. Hoje, os jogos passaram a ser muito úteis ao desenvolvimento intelectual das pessoas. Logo, essa prática potencializa o desenvolvimento de estratégias, do raciocínio e da resolução de problemas. “Nesse novo cenário educacional [...], em que novas metodologias são fundamentais para um ensino significativo e de qualidade, encontramos diversos docentes que utilizam games em suas salas de aula como ferramenta mediadora de conteúdos escolares” (Souza, 2017, p. 3). Ao permitir que os envolvidos ( jogadores) desenvolvam raciocínios diversos, visualizem diferentes possibilidades, e a partir disso, ativem competências necessárias às práticas cotidianas e profissionais, os games passaram a ocupar um lugar de destaque no campo pedagógico. Bons jogos/games apresentam variados princípios que podemos categorizar em três O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 4/13 grandes áreas: 1. Aprendizagem autônoma e pensamento independente; 2. Aprendizagem a partir de resolução de problemas; e 3. Autoconfiança em aprender. Em geral, a situação dos games impõe desafios e conflitos aos participantes de forma de forma que, a partir de suas habilidades, superam barreiras e avançam na plataforma, obtendo benefícios baseados em decisões e escolhas. Os games, quando utilizados com objetivo pedagógico e como complementação dos conteúdos escolares, “podem estimular a criação de estratégias que serão construídas para que se tornem habilidades ou competências, na relação ensino-aprendizagem e professor-aluno” (Souza, 2017, p. 4). De forma racional, o aluno depende de sua percepção, sensibilidade e visão ampla para criar no game condições favoráveis a si mesmo, em detrimento dos demais que podem fazer parte de um espaço colaborativo, porém deverão ser vencidos até o final da partida. Dessa forma, com base no entretenimento, estímulos positivos são despertados no cérebro a partir das propostas gamificadas. Algumas habilidades a serem vivenciadas em jogos são: • combinações de práticas • colaboração • disputa • permutações • manobras estratégicas Dessa forma, cada movimentação e interação sob o contexto de jogos possibilitam estudos diversos sobre: • Posições a serem obtidas • Planejamento • Cenários futuros O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 5/13 Em geral, os jogos estimulam a conquista de vantagens sob regras pré-definidas que devem ser conhecidas e respeitadas. A depender do tipo de jogo, as informações podem ou não ser compartilhadas entre os envolvidos. Considerando que os brasileiros consomem e aprovam os jogos eletrônicos, sua adesão ao campo educacional não teve resistência. A criatividade, a interatividade proporcionada pelos jogos motivam equipes à participação, funcionando muito bem a favor da aprendizagem e capacitação. O jogo concede a oportunidade de errar e aprender sob um ambiente fictício, condição essa que a vida real nem sempre permite. Assim, o jogo é um espaço seguro ainda que tenha a proposta de riscos aos jogadores que têm a chance de se preparar para diferentes contextos dinâmicos. O perfil da equipe de jogadores, as características do jogo dão o tom do desempenho sob o olhar dos objetivos do jogo. Sob o aspecto emocional e comportamental que os games trazem aos estudantes, destacam-se: https://player.vimeo.com/video/683939660 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO• 6/13 • Afetividade • Cordialidade • Confiabilidade • Empatia Assim, salvar o parceiro do jogo, mas ao mesmo tempo elaborar jogadas complexas e desafiadoras mediante obstáculos, faz parte do contexto dos games a favor da aprendizagem. IMPACTOS DO USO DE TECNOLOGIAS MODERNAS É importante lembrar que muitas tecnologias modernas, quando não utilizadas segundo objetivos pedagógicos assertivos e empregadas de forma desequilibrada, podem trazer prejuízos ao desenvolvimento cognitivo. Uma vez que o impacto da tecnologia se dá a nível neural, as estruturas e redes do cérebro mudam fisicamente como resultado de sua interação a certos estímulos repetitivos e constantes. Neurocientistas e psicólogos cognitivos estudam, atualmente como as tecnologias que usamos estão realmente nos moldando. Estudos mostram que a interação com novas tecnologias digitais, como a internet e os videogames, afeta os padrões de processamento de nossos cérebros. A criança em desenvolvimento, por exemplo, requer a combinação de diversas experiências emocionais, sociais, cognitivas e físicas nos momentos certos para se desenvolver de forma otimizada. Isso não pode acontecer se a criança estiver constantemente exposta passivamente aos sistemas tecnológicos como computadores e celulares. Os impactos negativos na tecnologia que devem ser observados são: • Distração excessiva • Dificuldade de foco e atenção • Capacidade de concentração e raciocínio comprometida O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 7/13 A multitarefa é um dos maiores efeitos negativos da tecnologia. A necessidade de atuar mediante várias telas, mediante uma variedade de propósitos e tarefas, afeta a capacidade de aprender, raciocinar e recordar, já que a concentração em variadas atividades ao mesmo tempo prejudica o registro da memória e sua recuperação. Outra grande preocupação do uso intensivo e indiscriminado das tecnologias está no fato de as pessoas as utilizarem sem objetivo de aprimoramento ou criação, mas apenas para consumo. Somos mais consumidores passivos do que produtores ativos de tecnologias. Na escola, podemos incentivar os alunos a produzirem e criarem seus games ou aplicativos em vez de apenas utilizarem-nos de forma pronta e casual. Saiba Mais Materiais complementares Quer saber mais sobre o que estudamos? Então acesse o conteúdo dos links a seguir: 1. “Educação, neurociências e tecnologias: os games como uma metodologia”. Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg. br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/view/12172>. 2. “The benefits of playing video games”. Disponível em: <https://www.apa.org/pubs/journals/releases/amp-a0034857. pdf>. https://www.apa.org/pubs/journals/releases/amp-a0034857.pdf https://www.apa.org/pubs/journals/releases/amp-a0034857.pdf O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 8/13 EM RESUMO É indiscutível o fato de que os recursos digitais são ricas ferramentas para o aprendizado humano. Os games interativos são provas dessa constatação já que podem ser utilizados como metodologias atrativas aos estudantes e por que não dizer mais, efetivas para a mediação de conteúdos escolares. Porém, devemos também lembrar que quando utilizados sem objetivos pedagógicos e de maneira descontrolada e excessiva, os recursos digitais podem afetar os padrões de processamento e de desenvolvimento do cérebro humano, em especial o de crianças e adolescentes. O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 9/13 Referências Bibliográficas Souza, W. M. de. (2017). Educação, neurociências e tecnologias: os games como uma metodologia. XIV EVIDOSOL/XI CILTEC-on-line, Anais... jun.. Disponível em: <https:// bit.ly/19f4q>. Acesso em: 09 fev. 2022. Watson, R. (2010) Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/683940188 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SOB O IMPACTO TECNOLÓGICO • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 2. 1 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer como a era digital têm alterado nossas capacidades cognitivas. • Entender o impacto tecnológico na vida dos indivíduos que se tornam digitais A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683939272 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 3/12 Introdução Cada vez mais, fazemos uso dos aplicativos móveis, das redes sociais, das mensagens de texto e e-mail eletrônicos para a comunicação de todos os tipos, seja ela profissional ou pessoal. Temos centenas de “amigos” on-line, admiradores e seguidores que acionam os “likes” ou curtem nossas postagens, embora não os conheçamos pessoalmente. Hoje, ter informação sobre alguém não depende de um diálogo ou de uma interação presencial, antes configura-se a partir de uma simples procura no Google ou em redes sociais. Assim, a onipresença tecnológica na vida dos indivíduos proveniente da avalanche eletrônica resulta em mudanças significativas nas atitudes e no comportamento humanos. A preferência por relacionamentos via celular, a escolha de cursos on-line, por exemplo, são bons exemplos dessa mudança. Vivemos em meio à sociedade da informação que segundo Takahashi (2000), é resultante da convergência da base tecnológica que possibilitou a representação da informação em forma digital sob a dinâmica da internet. Para sua reflexão, propomos a seguinte questão: uma pesquisa aparentemente simples e inocente via celular ou uma busca no Google pode realmente mudar a forma como as pessoas pensam e agem? Cientistas que estudam a fisiologia do cérebro tentam responder tal pergunta, exatamente porque acredita-se que a era digital pode ser capaz de mudar nossos cérebros. A neurociência descobriu por meio de experimentos que o cérebro humano é “plástico”, pois responde a qualquer novo estímulo ou experiência. Assim, o pensamento se adapta às ferramentas que escolhemos usar no dia a dia. Estamos tão intensamente conectados nas redes digitais que nosso cérebro desenvolveu uma cultura de resposta rápida. Atualmente, estamos ocupados com as conexões a ponto de não nos restar tempo para pensar adequadamente sobre o que fazemos. O impulso reativo é imediatista e automático. Desse modo, preocupamo-nos se algo pode ser feito, mas não consideramos se devemos ou não fazer. O objetivo é concluir o mais breve possível o nosso desejo. A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 4/12 É importante observar os efeitos negativos do abuso do uso dos meios eletrônicos em nossas vidas, em especial quando tratamos do público infantil. Quando as crianças fazem algo de que gostam, como entreter-se com um jogo eletrônico, o cérebro recebe uma explosão de dopamina no córtex pré-frontal. Entretanto, se muita dopamina é produzida – se elas brincam com muita frequência – as partes do córtex pré-frontal associadas ao raciocínio podem ser comprometidas. Assim, observamos que os dispositivos digitais têm nos transformado em uma sociedade de cérebros dispersos. Alguns podem questionar: se as informações podem ser obtidas a partir de poucos cliques de um mouse ou dos toques na tela de um smartphone, por que se preocupar em aprender alguma coisa em uma instituição escolar?A educação é colocada em xeque sob o contexto dessa nova realidade? Pense, também, na seguinte situação: a leitura da tela de um computador é uma prática rápida para busca de informações. A leitura no papel, ainda que possa instigar melhor a reflexão, possui menos adeptos. Ainda assim, as múltiplas formas de leitura são capazes de conviver lado a lado. Mas, qual seria o perigo de tal prática de leitura digital? Como os livros digitais estão se tornando, instantaneamente, disponíveis e baratos, há o perigo de começarmos a vê-los como apenas mais um produto descartável, algo a ser consumido rapidamente e jogado fora. Se por outro lado, mantivermos as palavras digitais e descartarmos os livros físicos, perderemos algo de grande significado, pois os livros físicos envolvem nossos sentidos de maneiras que os artefatos digitais não fazem. Ler um livro físico é uma experiência tátil que proporciona uma sensação de progressão. Em meio a tal contexto, o ideal é motivar as duas práticas: de leitura digital e física. Outra consequência do mundo digital na vida dos indivíduos é a escassez de atenção, bem como relacionamentos atomizados. Estamos conectados globalmente, mas nossos relacionamentos locais movem-se mais frágeis e efêmeros. Corremos o risco de desenvolver uma sociedade globalmente conectada e colaborativa, mas ao mesmo tempo impaciente, isolada e desconectada da realidade? Será que estamos produzindo uma sociedade de muitas respostas prontas, mas de poucas perguntas assertivas? Estamos formando uma sociedade composta por indivíduos incapazes de pensar sozinhos no mundo real? A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 5/12 Os nossos pensamentos profundos estão associados à criação de novas ideias, movendo o mundo na direção do progresso. Esse é o tipo de pensamento inerente ao planejamento estratégico, à descoberta científica e à invenção artística. O pensar rigoroso, focado, deliberado, ponderado, independente, original, imaginativo, amplo, calmo, relaxado, atencioso, contemplativo e reflexivo produz um fluxo de informações importantes que podemos chamar de “fluxo lento”. Uma reflexão intensa precisa ser avaliada com calma, em um ambiente sem interrupções, longe do caos da multitarefa. A qualidade do nosso pensamento em meio a uma vida acelerada, sem pausa ou descanso é prejudicada. A vida moderna está, de fato, mudando a qualidade do nosso pensamento, mas, talvez, só teremos clareza acerca dessa realidade quando tomamos distância dos fatos – e então, conseguimos perceber o quanto o silêncio é produtivo para tantas atividades, como por exemplo, a leitura e atenção a um livro. Você pode até acreditar que esses detalhes não impactam na saúde mental dos seres humanos, mas a verdade é que impactam diretamente. A revolução do conhecimento substituiu a força humana pelo cérebro humano como a principal ferramenta da produção econômica. Caso este esteja saturado, exausto por pertencer a um indivíduo que não dá atenção ao descanso mental, sua resposta produtiva é comprometida. O capital intelectual – o produto das mentes humanas é agora o que mais importa. Nossas mentes competem com máquinas inteligentes criadas pelo próprio homem. As máquinas tornam-se cada vez mais hábeis em mesclar conhecimento armazenado com padrões de comportamento humano. Assim, transpomos um mundo onde as pessoas são pagas para acumular e distribuir informações fixas e estáticas para uma economia de inovação fluida, ou seja, um lugar em que elas são recompensadas por serem pensadoras criativas. A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 6/12 Como devemos, como indivíduos e organizações, lidar com nosso modo de pensar em mudança? Como podemos valer-nos o potencial da era digital enquanto minimizamos suas desvantagens? Precisamos ir além ao analisarmos sobre tais questões. Como isso é possível? Desacelerando o modo automático de nossa rotina de vida para dedicarmos maior foco ao que realmente se faz importante. É necessário parar de confundir movimento com progresso e fugir da ideia de que toda comunicação e tomada de decisão precisam ser feitas instantaneamente. Muitas vezes, temos o sentimento de que o próprio tempo está sendo comprimido. Ter alguns minutos ou horas para pensar ou escrever, sem interrupções, é um luxo para muitos, principalmente em meio ao uso ininterrupto da tecnologia. Atualmente, o consumo diário de informações de uma pessoa é 300% maior do que cinco décadas atrás. Podemos ler jornais e sites de todo o mundo, a qualquer momento e lugar, podemos nos comunicar com autores, com influenciadores. É uma oportunidade de liberar o extraordinário potencial criativo da mente humana. Capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações, ou seja, a soma do capital humano e o capital estrutural. Pode ser definido como sendo a inteligência, a habilidade e os conhecimentos humanos. https://player.vimeo.com/video/683938900 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 7/12 Saiba Mais Conceitos Fundamentais: Capital intelectual Capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações, ou seja, a soma do capital humano e o capital estrutural. Pode ser definido como sendo a inteligência, a habilidade e os conhecimentos humanos. Materiais Complementares: 1. O corpo, o desenvolvimento humano e as tecnologias. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/motriz/a/8Z76SJhZLT8Jjvk ZDVHLvZK/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 06 fev. 2022. 2. Impactos das mídias digitais e o fazer humano: em foco a memória. Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index. php/biblio/article/view/25588>. Acesso em: 10 jul. 2017. EM RESUMO É fato que a cultura digital e a inundação eletrônica resultam em mudanças significativas nas atitudes e no comportamento das pessoas, já que impactam a mente humana. Diante desse contexto, precisamos refletir sobre os aspectos positivos e negativos dessa realidade, aproveitando o que ela traz de oportunidades e minimizando os seus pontos fracos. Assim, não podemos deixar de refletir se desenvolvemos uma sociedade conectada, no entanto isolada e fria. https://www.scielo.br/j/motriz/a/8Z76SJhZLT8JjvkZDVHLvZK/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/motriz/a/8Z76SJhZLT8JjvkZDVHLvZK/?format=pdf&lang=pt https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/view/25588 https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/view/25588 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 8/12 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Takahashi, T .org (2000). Sociedade de informação no Brasil: Livro Verde. Brasília: MCT. Watson, R. (2010) Future minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It. Nicholas Brealey Publishing. https://player.vimeo.com/video/683939606 A MENTE HUMANA E A ERA DIGITAL DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO • 12/12 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 Screenagers ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - E D U 66 0- 2. 2 Screenagers • 2/16 Objetivos de Aprendizagem • Entender sobre a geração screenagers. • Compreender como os screenagers pensam. • Refletir sobre como as atividades on-line influenciam a vida dos screenagers. Screenagers Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683938512 Screenagers • 3/16 Introdução Observe por um minuto adolescentes em seu habitat natural e verá que eles vivem em frente a uma tela digital. Há grandes chances de que eles não estejam falando, mas tocando ou digitando em um teclado.Eles parecem estar com pressa e, suspeita-se, que eles não estão totalmente concentrados, mas sim esperando, como é indubitável, que algum novo bit ou byte de informação pisque na tela de seu aparelho celular ou computador. Os adolescentes de hoje são descritos como “screenagers”, um termo popularizado para descrever o ato de ler na tela. Eles são acordados por um alarme em um celular e checam as últimas mensagens no mesmo aparelho, muitas vezes antes de saírem da cama. Eles vão à escola ou trabalham em um veículo que apresenta informações baseadas na tela ou em um sistema de entretenimento, e passam a maior parte do dia interagindo com um tipo de tela ou outro similar. À noite, eles interagem com seus amigos através de telas e podem finalmente sentar para relaxar com a internet, geralmente em redes sociais. Don Tapscott, autor de A Growing Up Digital, afirma que um estudante hoje em dia terá sido exposto a 30.000 horas de informação digital quando chegar aos 20 anos. Da mesma forma, o Relatório Kaiser que encaminhou uma pesquisa com pessoas de 8 a 18 anos sobre seus hábitos de consumo de mídia descobriu que a quantidade total de tempo de lazer que as crianças americanas dedicam à mídia (a maioria delas baseada em tela e quase toda digital) é “quase o equivalente a um período integral”. Por outro lado, o consumo de mídia impressa, incluindo livros, está em declínio. Dada a prevalência da cultura de tela entre adolescentes, temos que refletir sobre novos tipos de atitudes e comportamentos de pais, professores e empregadores a serem enfrentados. Para Rushkoff (1999), a geração screenagers que nasceu na década de 80, que interage com os controles remotos, joysticks, mouse, Internet, pensam e aprendem de forma diferenciada. Screenagers • 4/16 10 CARACTERÍSTICAS QUE DEMONSTRAM A FORMA DIFERENTE DE PENSAR DOS SCREENAGERS • Os Screenagers preferem multitarefas, sequência em paralelo as experiências personalizadas, leem texto de maneira não linear e preferem imagens, vídeos, sons em lugar de palavras. • Se eles precisam de informações, eles vão ao Google. • A capacidade de criar, personalizar e distribuir informações facilmente está criando um foco maior no individualismo. • Os Screenagers frequentemente usam dispositivos digitais para evitar confrontos e comprometimento pessoal. • A virtualização está eliminando a necessidade de contato humano direto e isso tem gerado uma geração que prefere lidar com uma máquina do que com um ser humano. • A geração de “resets” pensa que, se algo der errado, eles sempre poderão pressionar um botão e começar de novo. • A geração digital exige ambientes carregados de sensores, resposta instantânea, bem como de elogios e recompensas frequentes. • Os Screenagers vivem no agora e tudo deve acontecer de maneira instantânea. • O cérebro de screenager é hiperalerta para múltiplos fluxos de informação, embora a atenção e a compreensão possam ser superficiais. • O cérebro do screenager é ágil, mas, muitas vezes, ignora o contexto e a cultura mais amplos. Screenagers • 5/16 ELES QUEREM E QUEREM AGORA Os Screenagers têm o desejo de experiências personalizadas e uma preferência pela leitura de texto de forma não linear repleta de elementos gráficos e hyperlinks. Eles também querem velocidade e esperam que as coisas aconteçam rapidamente e, como resultado, não são muito pacientes. O conteúdo digital geralmente está disponível quase que imediatamente e essa mentalidade de gratificação digital instantânea é traduzida para o mundo não digital. Esse público também aprecia a gamificação. Os Screenagers reúnem as principais características da modernidade considerada para Bauman (2005, 2001, 2000, 1998) como líquida. São elas: • Desapego • Provisoriedade • Individualização • Necessidade excessiva de tempo de liberdade • Insegurança Temos duas gerações consideradas nativas digitais: a geração Y e a Z, e os Screenagers compõem a geração Z. A Geração Y refere-se à descrição dada aos jovens nascidos entre 1980 e 2000. Embora os indivíduos da Geração Net (ou Gens Net) sejam a última geração do século 20, eles são considerados a primeira geração a crescer em uma cultura de Internet e um ambiente orientado multimídia. Já a Geração Z, os nascidos entre 1990 e 2010, são muito familiarizados com a internet, compartilhamento de arquivos, telefones móveis, não apenas acessando a rede de suas casas, mas principalmente pelo celular, estando, assim, extremamente conectados, praticamente 24 horas. https://www.significados.com.br/internet/ https://support.microsoft.com/pt-br/office/o-que-%C3%A9-compartilhamento-de-arquivos-5f24ac1e-f4e4-4f0a-bebf-f8404e4a13ac https://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialcelb/pagina_1.asp https://conceitos.com/celular/ Screenagers • 6/16 Pessoas de 35 anos ou mais usam um celular para gerenciar o dia. Para os menores de 35 anos, e especialmente os screenagers, um celular é um dispositivo de proximidade que permite remodelar o tempo e o espaço. Enquanto os telefones celulares substituem carteiras, relógios e despertadores (“olá, eu estou do lado de fora, você pode me deixar entrar?”), eles também permitem que as pessoas não se comprometam ou salvem o compromisso até o último segundo. Na era digital, é impossível chegar atrasado porque você simplesmente pode reagendar ou reprogramar. Compromissos são igualmente fluidos porque uma oportunidade melhor sempre pode aparecer, e isso tudo é feito no último minuto. Tem algum lugar para ir? Não há necessidade de um plano ou de um mapa; apenas faça isso em fuga. https://player.vimeo.com/video/683938055 Screenagers • 7/16 A comunicação pessoal também está mudando. Quer terminar um relacionamento? Basta alterar o status do seu perfil no Facebook de “Em um relacionamento” para “solteiro”. Afinal, se você quisesse falar com a pessoa pessoalmente, você teria enviado um texto para ele (“eLoves me, eLoves me not”). Se você precisa se comunicar com alguém, geralmente é desnecessário vê-lo fisicamente. Estas são pessoas que não veem qualquer distinção entre amizades da vida real que envolvem falar ou olhar alguém nos olhos e virtuais, onde a comunicação é por e-mail ou mensagem de texto. O Facebook e o Twitter, assim como comunidades virtuais como o Second Life, também alimentam o desejo de ter certeza de que não estão sozinhos, então, os screeners usam esse tipo de site para verificar sua própria existência e se unir em um universo de amigos em constante mudança. cultura on-line. Esse fluxo constante de informações nos permite, de fato, ter uma noção da vida de outras pessoas. Pequenos fragmentos de informação sobre qualquer coisa, mesmo que não faça sentido algum, embora sejam criados por conta própria, acabam por se transformar em um tipo de narrativa para eles. Os cientistas chamaram esse fenômeno de consciência ambiental ou intimidade ambiental. É semelhante ao fato de como você pode captar o humor de outra pessoa estando próximo a eles e decodificando os pequenos sinais que eles transmitem. A vida em um mundo virtual também tem benefícios no mundo real. Na Universidade de Stanford, o Laboratório Virtual de Interação Humana (VHIL) existem pesquisas sobre como a autopercepção afeta o comportamento humano. Especificamente, o laboratório estuda como as atividades on-line influenciam a vida real. Uma de suas descobertas é que há uma influência significativa entre experiências virtuais e atitudes e comportamentos da vida real, em ambas as direções. Por exemplo, se você se tornar cada vez mais confiante em um mundo virtual, essa confiança se espalhará pelo mundo real. No entanto, também podemos estar desenvolvendo uma nova geração que não tenha resiliência e que acredite que, quando as coisas dão errado, tudo o que precisa fazer é pressionar um botão e as coisas voltarão rapidamente ao início para outra tentativa. Em caso afirmativo, o que acontecerá quando aparecer algo difícil que eles não possam evitar, encaminharou excluir? Estes exemplos podem não soar como mudanças gigantescas, mas o que começa como uma mudança comportamental tende a fluir para a mudança atitudinal, que, por sua Screenagers • 8/16 vez, transforma-se em mudança social. Essa geração administrará o mundo daqui a 10 ou 20 anos. Eles são a próxima onda de funcionários e, se você não estiver trabalhando com eles, estará em um futuro não muito distante. Você também pode querer saber a melhor maneira de lidar com eles como professor ou pai. Os professores podem enfrentar um conflito de estilos de ensino e aprendizagem. Professores mais velhos geralmente ensinam face a face e procedem de forma lógica ou passo a passo. Em contraste, os estudantes mais jovens tendem a pular de uma ideia ou pensamento para outra e esperam, naturalmente, ambientes carregados de elementos sensoriais. Eles também querem resultados instantâneos e recompensas frequentes, enquanto muitos professores consideram o aprendizado mais lento e sério e consideram que os alunos devem apenas ficar quietos e ouvir. Estamos com um clima bastante tempestuoso nas próximas décadas, à medida que as mentes analógicas dos professores e dos pais se colidem com as atitudes e comportamentos das mentes digitais. Como David Levy, o autor de Scrolling Forward, segundo comentários, pode haver um “conflito entre duas maneiras diferentes de trabalhar e dois entendimentos diferentes de como a tecnologia deve ser usada para apoiar esse trabalho”. No mundo do trabalho, trata-se da mesma história, embora muitas dessas questões ainda não tenham aparecido nas organizações, porque só recentemente os screenagers começaram a trabalhar em período integral. A mudança demora mais para ser filtrada até os níveis mais altos das organizações. Enquanto isso, atrair jovens talentosos e conseguir retê-los será muito mais difícil, especialmente se a economia estiver saudável. Se aqueles da geração digital sentirem que não estão se desenvolvendo e progredindo rapidamente na escala corporativa, eles simplesmente sairão. A ideia de participar de um aprendizado no cerne de uma organização é uma questão conceitual e econômica. Leva tempo e precisa ser trabalhada, lapidada. Screenagers • 9/16 Saiba Mais Conceitos Fundamentais: • Screenager (screen: tela; teenager: adolescente): indivíduo que faz leituras na tela. Termo criado por Douglas Rushkoff’s, em 1997, no livro Playing the Future. Segundo ele, um Screenager é o adolescente que passa bastante tempo no computador. As atividades do Screenagersão: enviar e-mail e mensagens instantâneas, fazer downloads de músicas e vídeos, jogos online e navegar na Internet. A expressão é um trocadilho entre a palavra Teenager (adolescente em inglês) e Touchscreen (interface interativa de diversos aparelhos atuais); • Geração Net (Y): refere-se à descrição dada aos jovens nascidos entre 1980 e 2000. Embora os indivíduos da Geração Net (ou Gens Net) sejam a última geração do século 20, eles são considerados a primeira geração a crescer em uma cultura de Internet e um ambiente orientado multimídia. • Geração Z: As pessoas da Geração Z, nascidas entre 1990 e 2010, são conhecidas por serem nativas digitais, muito familiarizadas com a internet, compartilhamento de arquivos, telefones móveis, não apenas acessando a rede de suas casas, mas também pelo celular, estando assim, extremamente conectadas. Suas principais características são: compreensão da tecnologia; capacidade de exercer multitarefas; abertura social às tecnologias; velocidade e impaciência; interatividade. Screenagers • 10/16 Materiais complementares 1- Don Tapscott on...What makes the ‘Net Generation’ think so differently. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_ continue=41&v=HMGBmml3Gyg>. 2- A Ciberconvivência dos Screenagers. Disponível em: <https:// redib.org/Record/oai_articulo1954329-a-ciberconvivencia-dos- %E2%80%9Cscreenagers%E2%80%9D>. 3- Desafios da construção do conhecimento nas gerações Y e Z. Disponível em: <https://www.ce.senac.br/post_artigos/desafios-da- construcao-do-conhecimento-nas-geracoes-y-e-z/>. EM RESUMO A interatividade e a interconectividade, favorecidas pelas tecnologias e cultura digitais, vêm contribuindo para a instauração de uma outra lógica que caracteriza um pensamento hipertextual o que leva à emergência de novas habilidades cognitivas, tais como a rapidez no processamento de informações imagéticas, disseminação mais ágil de ideias e dados e a multitarefa. Essas são características da geração dos screenagers. https://www.youtube.com/watch?time_continue=41&v=HMGBmml3Gyg https://www.youtube.com/watch?time_continue=41&v=HMGBmml3Gyg https://redib.org/Record/oai_articulo1954329-a-ciberconvivencia-dos-%E2%80%9Cscreenagers%E2%80%9D https://redib.org/Record/oai_articulo1954329-a-ciberconvivencia-dos-%E2%80%9Cscreenagers%E2%80%9D https://redib.org/Record/oai_articulo1954329-a-ciberconvivencia-dos-%E2%80%9Cscreenagers%E2%80%9D https://www.ce.senac.br/post_artigos/desafios-da-construcao-do-conhecimento-nas-geracoes-y-e-z/ https://www.ce.senac.br/post_artigos/desafios-da-construcao-do-conhecimento-nas-geracoes-y-e-z/ Screenagers • 11/16 Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/683938434 Screenagers • 12/16 Referências Bibliográficas Bauman, Z. (1998). O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar. Bauman, Z.(2000). Em busca da política. Rio de Janeiro: Zahar. Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar. Bauman, Z. (2005). Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Zahar. Rushkoff, Douglas. (1999). Um jogo chamado futuro - Como a cultura dos garotos pode nos ensinar a sobreviver na era do caos. Rio de Janeiro: Revan. Tapscott, D. (1998). Growing Up Digital: The Rise of the Net Generation. McGraw-Hill. Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing. Screenagers • 16/16 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It Richard Watson Nicholas Brealey Publishing © 2010 A GERAÇÃO SCREENAGER SOB A ERA ELETRÔNICA ED U CA TI O N A L IN TE RF AC E D ES IG N - ED U 66 0 - 2 .3 A GERAÇÃO SCREENAGER SOB A ERA ELETRÔNICA • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Entender a diferença das diferentes gerações. • Compreender como o cérebro se desempenha mediante a leitura on-line e off-line. A GERAÇÃO SCREENAGER SOB A ERA ELETRÔNICA Conteúdo organizado por Deborah Costa do livro Future Minds: How the Digital Age is Changing Our Minds, Why this Matters, and What We Can Do About It, publicado em 2010 por Nicholas Brealey. Atualizado em 2022. https://player.vimeo.com/video/683937714 A GERAÇÃO SCREENAGER SOB A ERA ELETRÔNICA • 3/13 Introdução Comparar as diferenças entre gerações é um desafio, mas ainda é uma das melhores maneiras de compreender o curso futuro. Muitos comparam pensadores analógicos (Geração X e Boomers) a pensadores digitais (Gerações Y, Z e Millennials), ou ainda comparam imigrantes digitais a nativos digitais, mas, é importante termos cuidado para demonstrar as diferenças entre as gerações. Vejamos essa temática melhor a seguir. AS DIFERENTES GERAÇÕES Geração analógica Baby Boomers: A geração da TV (nascidos 1950/1960) Geração X: Início dos PCs (nascidos 1960/1970) Segundo Teixeira (2014, p.3), “os membros da geração X são os filhos dos boomers mais velhos e nasceram em um período de transição e instabilidade financeira”. Geração digital Geração Y: expansão dos PCs e início da internet e ambientes multimídia (nascidos 1980/2000). Para McCrindle e Wolfinger (2009) essa geração é também conhecida como Geração Millennials ou “Dot.Com Generation” (fazendo alusão à geração da internet). Geração Z: conexão de rede por aparelhos móveis (nascidos
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