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Semana 08 Classificação das doenças periodontais Pré-aula Já sabemos que o fator etiológico da doença periodontal é a placa dentária. No entanto, algumas doenças, alguns medicamentos e outras questões sistêmicas precisam ser levadas em consideração. As doenças periodontais dividem-se em dois grandes grupos: a gengivite a periodontite. A gengivite restringe-se ao tecido de proteção e pode ser induzida mesmo sem a participação do biofilme, como ocorre na fibromatose gengival hereditária, em infecções bacterianas, virais e fúngicas, em condições inflamatórias sistêmicas, entre outras condições. A gengivite mais comum é induzida por placa, mas pode ser mediada por fatores locais (como uma restauração em excesso) e fatores sistêmicos (como a gravidez). De maneira que, é necessária uma anamnese apurada para que o diagnóstico seja preciso e muita orientação ao paciente para que entenda a relação entre os mediadores e a gengivite. A periodontite estende-se ao tecido de inserção, requerendo tratamento adequado e acompanhamento por toda a vida. A periodontite também pode ser modificada por diversas condições, mas os fatores de risco mais comuns são o tabagismo e a diabetes. Inclusive, vários estudos já demonstraram a via dupla de associação entre a diabetes e a periodontite, onde o descontrole de uma dessas patologias induz a gravidade da outra. A periodontite pode ser classificada quanto à sua severidade, conforme demonstrado no Quadro abaixo, com variação de I a IV, onde I seria o estágio mais leve e IV o estágio mais severo; e quanto ao grau de progressão, que varia de A a C, onde A seria o menor risco e C seria o grau com maior risco de progressão. Todos os pacientes devem ser classificados na primeira consulta, antes de qualquer intervenção, esses dados devem ser registrados e mantidos sempre disponíveis, pois o estágio não deve variar, mesmo com o tratamento (à exceção de tratamentos regeneradores que caracterizem ganho de inserção). Sempre que um paciente for encaminhado para outro profissional ou necessite de algum relatório, o estágio, grau e todos as etapas do tratamento já realizado, devem ser descritas. É importante que as radiografias também sejam armazenadas, pois terão muita utilidade a efeito comparativo. Grau A: progressão lenta; Grau B: progressão moderada; Grau C: progressão rápida. Todo paciente deve ser inicialmente identificado como grau B, sendo possível a mudança de acordo com os critérios adotados. Um paciente que é acompanhado a longo prazo por um profissional, reduz expressivamente o risco de perda dentária. No entanto, o profissional sozinho não é capaz de controlar a doença periodontal. Talvez essa seja a maior limitação da Periodontia, a necessidade de cooperação do paciente. Para uma maior participação do paciente no tratamento, é absolutamente necessário que o paciente entenda que tem uma doença, qual a sua severidade e complexidade e como o profissional irá conduzir o tratamento Muitas vezes o paciente se decepciona e perde o ânimo do tratamento por continuar perdendo dentes aleatoriamente, dessa forma, um correto diagnóstico e um planejamento minucioso evitariam surpresas e fariam enorme diferença na percepção do paciente. aula Classificação de 1999 Doenças gengivais: induzidas por placas; não induzidas por placas. Periodontite: crônica; agressiva; manifestação de doenças; necrosantes; abscessos do periodonto, associada às lesões endodônticas; deformidades ou condições adquirirdas. Principal mudança – remoção dos termos crônica e agressiva. Principal deficiência da antiga classificação: era baseada apenas na gravidade da doença sem observar complexidade que influencia a abordagem terapêutica, os fatores de risco que podem influenciar o resultado provável. Nova classificação das doenças periodontais 1ª mudança: acrescentou “saúde periodontal e saúde gengival”; 2ª mudança: a classificação de agressiva ou crônica foi unificada em Periodontite (estágios e graus); 3ª mudança: foram adicionadas as “doenças e condições Peri-implantares”. O paciente já tratado periodontalmente que apresenta gengivite corre mais risco de ter novas perdas. Doenças Periodontais Necrosantes: · Distinta patofisiologia caracterizada por uma invasão bacteriana proeminente e ulceração do epitélio; · Rápida e completa destruição do tecido mole marginal resultando em defeitos ósseos e gengivais característicos; · Sintomas proemientes; · Estresse, imunossupressão. · Resolução rápida em resposta ao tratamento antimicrobiano específico. Periodontite Estadiamento: classificar severidade e gravidade/extensão; avaliar complexidade de tratamento da doença (controle e manutenção a longo prazo). Graduação: estimar risco futuro de progressão e responsividade ao tratamento; estimar o impacto da periodontite na saúde sistêmica e vice-versa. *A classificação é feita com a tabelinha. *Estágio, evolução e progressão.