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1 Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC Curso de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso Neuroarquitetura aplicada ao ambiente escolar Gama-DF 2022 Poliana da Silva Souza Neuroarquitetura aplicada ao ambiente escolar Fundamentação Teórica apresentada como requisito para conclusão do cur- so de Arquitetura e Urbanismo do Cen- tro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. Orientadora: Profa. Me. Nicole Ferrer Gama-DF 2022 Banca Examinadora Prof. Me. Nicole Ferrer Examinador Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, pois sempre me sustentou duran- te toda a graduação, aos meus pais, por sempre me incentivaram, me apoiaram, serem meu porto seguro durante a gra- duação, minha família e meus amigos que sempre acreditaram e confiaram em mim. AGRADECIMENTOS Durante todo o percurso da graduação, em especial ao trabalho final, sem dúvi- das foi uma etapa difícil, com muitos desafios, um momento de altos e baixos onde vi a mi- nha melhor e a minha pior versão, com muitas lutas, mas também de muitos aprendiza- dos. Me sinto feliz, grata e realizada por vencer, crescer e conseguir concluir essa trajetória. Em primeiro lugar gostaria de agradecer e honrar a Deus que meu fortaleceu em todos os momentos, pois nunca me deixou faltar fé, confiança, criatividade, inspiração e calma para prosseguir. Em segundo lugar a minha família, principalmente a Marlene, minha mãe, ao meu pai, Evilásio e a minha irmã Talita que sem- pre estiveram ao meu lado me incentivando, apoiando, motivando, acalmando e me fazendo perseverar. Aos meus amigos e colegas, em especial a Ana Carolina, que foi uma amiga du- rante a graduação, sempre tão criativa e inspiradora e ao Tarcísio, que sempre acredi- tou, apoiou e me incentivou a ser uma aluna, estagiária e uma profissional melhor. Muito obrigada aos professores que me ensinaram, ajudaram, orientaram, au- xiliaram nesse percurso, mas principalmente a Nicole, minha orientadora desse tra- balho, pois esteve me ajudando nessa etapa da graduação. Sou grata por todos os que de alguma forma passaram pelo meu caminho e me ajudaram a chegar até aqui. RESUMO Levando em consideração que a sociedade moderna passa grande parte do tempo em am- bientes construídos, o presente trabalho de graduação buscou implementar a Neuroarquitetu- ra como resposta para uma melhora na educação, analisando a importância de entender os es- paços e como isso impacta diretamente na vida das pessoas no contexto da pandemia. Durante a pandemia isso trouxe impactos negativos em relação a educação como falta de concentra- ção, aprendizado, desenvolvimento de habilidades e de comunicação. Feito uma análise nas ci- dades do Distrito Federal, foi observado a existência de somente 1 escola no Varjão cujo atende somente ao ensino fundamental 1. Por isso o trabalho foi desenvolvido na cidade do Varjão bus- cando atender a demanda de novas instituições educacionais e aplicar a Neuroarquitetura. Palavras-chave: Neuroarquitetura; Escola; Educação Infantil; Pandemia; Varjão; Aprendizado. ABSTRACT Taking into account that modern society spends much of its time in built environments, the present undergraduate work sought to implement neuroarchitecture as a response to an improve- ment in education, analyzing the importance of understanding spaces and how this directly affects people’s lives in the context of the pandemic. During the pandemic, this had negative impacts on education such as lack of concentration, learning, skills development and communication. Made an analysis in the cities of the Federal District, it was observed the existence of only one school in Vajra, which only attends to elementary school 1. Therefore, the work was developed in the city of Vajra seeking to meet the demand of new educational institutions and apply neuroarchitecture. Keywords: Neuroarchitecture; School; Child education; Pandemic; Varjão; Apprenticeship. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 AMBIENTE ESCOLAR 2.1.1 Metodologia da ponte 2.2 BREVE HISTÓRICO DA PANDEMIA 2.3 PANDEMIA E OS IMPACTOS NO APRENDIZADO E NO ESPAÇO ESCOLAR 2.3.1 Educação no isolamento social 2.3.2 Evasão escolar 2.3.3 Fome 2.3.4 Saúde mental dos estudantes 2.3.4.1 Ansiedade e depressão 2.3.5 Volta às aulas 2.3.5.1 Violência 2.4 NEUROCIÊNCIA 2.4.1 Neuroarquitetura 2.4. 2 Neuroarquitetura aplicada ao espaço escolar 3. ESTUDOS DE CASO 3.1 ESTUDO DE CASO 1 3.2 ESTUDO DE CASO 2 3.3 ESTUDO DE CASO 3 4. ANÁLISES URBANAS 4.1 LOCALIZAÇÃO 4.2 JUSTIFICATIVA DE INTERVENÇÃO/ ESCOLHA DO SÍTIO 4.3 CONDICIONANTES LEGAIS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS S U M Á R I O 1. INTRODUÇÃO 1 .1 TEMA 1.2 OBJETIVOS GERAIS 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1.4 JUSTIFICATIVA 1.5 ÉTICA PROFISSIONAL E LEGISLAÇÃO APLICADAS AO TEMA 6. ESTUDOS DE PROJETO 6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES 6.2 FLUXOGRAMA 6.3 CONCEITO 6.4 EVOLUÇÃO DA FORMA 6.5 FORMA 6.7 IMPLANTAÇÃO 6.8 CORTE ESQUEMÁTICO 6.9 PARTIDO ARQUITETÔNICO 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 8.REFERÊNCIAS S U M Á R I O 5.ASPECTOS AMBIENTAIS 5.1 ANÁLISE DA HIERARQUIA VIÁRIA 5.2 ANÁLISE DA MOBILIDADE URBANA 5.3 ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO 5.4 ANÁLISE DO GABARITO 5.5 ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS 5.6 ANÁLISE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 5.7 ANÁLISE COPRESENCIAL 5.8 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA 5.9 ANÁLISE TOPOGRAFIA 5.10 ANÁLISE ÁREAS VERDES 01 INTRODUÇÃO 11 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR Este projeto de fundamentação teórica tem como intenção entender como a neuroarquitetura pode ajudar na aprendizagem dos alunos da rede pública de ensino no retorno das aulas presen- ciais. Dadas as complicações da pandemia, os es- tudos estavam de forma remota, o que influenciou no aumento da evasão escolar, por falta de recur- sos financeiros, acesso à internet, equipamentos tecnológicos e aumento nos conflitos familiares. A escola tem o papel de ensinar, fazer com que o aluno saiba se relacionar com ou- tras pessoas, desenvolver valores, desenvol- ver habilidades, acesso à cultura e preparo para o mercado de trabalho. Por esse motivo, o projeto busca desenvolver uma escola públi- ca com o intuito de atender os alunos do ensi- no fundamental, do 6° ao 9° ano do Varjão. O objetivo é analisar o espaço esco- lar, propondo melhorias com o intuito de tor- nar-se um ambiente mais adequado, auxi- liando no desempenho dos estudos e aplicar qualidade na arquitetura escolar pública. • Entender a importância do espaço no apren- dizado; • Desenvolver espaços adequados para os alu- nos; • Desenvolver ambientes pensados na saúde mental e física; • Despertar interesse nos estudos por meio da neuroarquitetura; • Desenvolver estratégias para melhorar o ensi- no público por meio da neurociência aplicada ao espaço escolar pós ensino remoto; • Desenvolver ambientes adequados para todo os funcionários. 1 .1 TEMA 1.2 OBJETIVOS GERAIS 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS A escola é o espaço em que passamos boa parte das nossas vidas, da infância e até a adolescência. Ela tem um papel importante pois molda o aluno, ampliando sua visão de mundo, valores, cidadania e qualificação para o traba- lho. Durante o acesso à educação básica (ensi- no fundamental e médio), me senti desmotiva- da, não pertencente àquele espaço, por falta de ambientes adequados e atividades monótonas. Não tinha nada que despertasse interesse ou prazer em estudar e frequentar o espaço escolar. Estudar em um ambiente que estimule a criatividade, a interação e a comunicação com outros estudantes é importante e possibilita uma experiência boa ao aluno, pois marca sua vida de forma positiva. Com a pandemia, durante os anos de 2020-2021, muitos estudantes não tiveram essa experiência, pois as aulas da rede pública do DF estavam em modo remoto, o que dificultou bastante o aprendizado, gerando experiências tristes e frustrantes. Enquanto o aluno da escola privada tinha acesso à internet, computador, es- paço adequado para estudar e o estudo como sua únicapreocupação. O aluno da escola pública não tinha a mesma realidade, muito menos acesso à educação e muitos tendo que abandonar os estu- dos para trazer auxílio financeiro para a família. O arquiteto ou arquiteta é responsável por 1.4 JUSTIFICATIVA 12 O trabalho de fundamentação teórica tem o intuito de desenvolver uma arquitetura esco- lar pública que se encaixa no código 1.1.1, pois irá exercer atividades intelectuais com interes- se público. Segundo o art. 205 e a LDB é cons- tituído que a educação gratuita e de qualidade é direito de todos, o que está incluso nos itens 1.1.5 e 2.1.1, garantindo que os direitos fun- damentais como o acesso a uma edificação de ensino de qualidade estão sendo defendido, o que além disso gera qualidade para a cidade. Neste estudo que será utilizado a neu- roarquitetura como estratégia de melhoria do espaço arquitetônico, os itens 2.1.2 o arquite- to e urbanista deve defender o direito à Arquite- tura e Urbanismo, às políticas urbanas e ao de- senvolvimento urbano, à promoção da justiça e inclusão social nas cidades, à solução de confli- tos fundiários, à moradia, à mobilidade, à paisa- gem, ao ambiente sadio, à memória arquitetôni- ca e urbanística e à identidade cultural e 2.3.3 o arquiteto e urbanista deve envidar esforços para assegurar o atendimento das necessidades hu- manas referentes à funcionalidade, à economi- cidade, à durabilidade, ao conforto, à higiene e à acessibilidade dos ambientes construídos, se encaixa no contexto do trabalho, pois tem a fi- nalidade de defender o direito à arquitetura e urbanismo e em assegurar o atendimento das necessidades do usuário, referentes a funciona- lidade do espaço e ao conforto físico e mental. 1.5 ÉTICA PROFISSIONAL E LEGISLAÇÃO APLICADAS AO TEMA planejar, organizar, pensar e desenvolver, da me- lhor forma, espaços adequados para os usuá- rios. A educação tem um papel fundamental, pois é através dela que os alunos vão adquirindo co- nhecimento, para o desenvolvimento de uma so- ciedade melhor. Não existe escola sem pensar nos alunos, nos professores e funcionários, na funcionalidade, nos mobiliários e no espaço, pois todos são necessários e precisam andar juntos. Segundo o art. 205 da constituição e a LDB, o es- tudo gratuito e de qualidade é direito de todos. Um ensino de qualidade inclui professores capa- citados e um espaço apropriado para sua função e seus usuários. Antes de 2020 a arquitetura es- colar pública do DF não atendia as necessidades dos estudantes e durante a pandemia, o déficit e a desigualdade educacional ficaram ainda mais evidentes, em diversos quesitos. Houve aumen- to nos casos de depressão, ansiedade, dificulda- de em aprender e outros problemas. Com o retor- no das aulas presenciais, as escolas necessitam mais do que simples reformas para atender às novas demandas, precisam desenvolver espaços que utilizem da neuroarquitetura como respos- ta para uma melhora no aprendizado, dispondo de espaços acolhedores, que estimulem o apren- dizado, a criatividade, habilidades e ambientes pensados na saúde física e mental do estudante. 02 REVISÃO DE LITERATURA 14 As construções escolares no Brasil co- meçaram no final do século 19 a 1920. Predo- minaram edifícios com características arquite- tônicas neoclássicas, destacando-se elementos como pé direito alto, eixos simétricos e escada- rias monumentais. Naquela época a escola não tinha um prédio sob os cuidados da instituição de ensino porque isso era responsabilidade da igreja. Durante este período, foram feitas tentati- vas para construir edifícios escolares exclusivos. Na época, contava-se que não havia um único projeto escolar sobre a responsabilida- de de uma instituição de ensino, pois as facha- das e pátios de todas as escolas eram seme- lhantes. Durante a primeira república, o objetivo da escola era servir aos ricos. A escola consis- te apenas em salas de aula e administração. A realização da Semana de Arte Moderna de 1922 e a Revolução de 1930 influenciaram os prédios escolares de 1921 a 1950, em edifícios mais compactos, resultando em pilotis no térreo, produzindo espaço livre. Até então, a educação era voltada apenas para as classes abastadas da sociedade, mas em 1932 lançaram o manifesto da Nova Vanguarda da Educação, cuja pauta era defender as escolas públicas. As construções dei- xaram de ser coisas espiritualmente relaciona- das, mas passaram a ser um reflexo das esferas política, social e econômica do país, progredindo de forma diferente a cada vez, pois deixaram de seguir referências arquitetônicas que referencia- vam estilos históricos. Entre 1949 e 1954, a es- cola passou a ter prédios modernos. Entre os períodos de 1960 a 1990, a ar- quitetura escolar exigia a nova concepção. A es- trutura do edifício era de concreto independen- te, com pilotis e pátios de recreação e cobertura de telhas de fibrocimento. Em 1976 a Conasp (Companhia de construções de São Paulo) foi criada para auxiliar o projetista com as nor- mas necessárias para a elaboração do edifício. No período de 1990 a 2010, no estado de São Paulo, a arquitetura estava padronizada, blo- cos monolíticos de três pavimentos. Há quatro ti- pologias construtivas predominantes (Kowaltows- ki, 2011): escolas compactadas, verticais; escolas horizontais com quadra no centro, escolas dispos- tas em mais de um volume e escolas longitudinais. A arquitetura por si só não basta, é ne- cessário ter uma metodologia de ensino, ou seja, qual a ferramenta vai ser utilizada para passar o conhecimento para os alunos. Tem a metodologia tradicional, que trabalha com séries, e sua forma de avaliação é por meio de provas e trabalhos, que no caso está focado no raciocínio logico e a memo- rização. Hoje tem diversas metodologias inovado- ras, que o objetivo é o desenvolvimento, aspectos emocionais, comportamentais, sociais, artísticos, despertar a curiosidade, e o desejo por estudar. A metodologia que vai ser trabalhada e desenvol- vida nesse trabalho é a metodologia da ponte. Essa metodologia é original de Portu- gal, sendo fundada em 1976 na cidade de Por- to, de ensino público. Nessa escola não traba- lham por série, provas e somente 1 professor (a), o seu intuito é incluir as habilidades e com- petência dos estudantes. Os alunos são acom- panhados por um grupo de orientadores, que in- tercalam conforme o projeto e a necessidade. Durante sua trajetória na escola, o alu- no ou a aluna escolhe um tutor (é quem vai orientar esse estudante durantes suas ativida- des), podendo ser um professor, os funcioná- rios, os próprios pais ou alguém da comunidade. A escola da Ponte define esse nome pois o intuito é “fazer a ponte” com o aprendi- zado e formar indivíduos solidários, comprome- tidos com o coletivo, com a melhoria das pes- soas, das cidades e principalmente responsável. Eles utilizam de toda a escola, todos os espaços para aprender, então nessa escola as salas não são como na metodologia tradicional, com fileiras de carteiras, mas vão ter salas com uma configuração espacial diferente. Onde tenha a possibilidade de atender a grupos de alunos. Essa metodologia trabalha com 2 tipos de currículo. O 1° currículo determinará o desenvol- vimento pessoal, pois passa por 3 etapas, sen- do elas a iniciação (é ensinado sobre as regras de convivência pessoal e social, desenvolvimen- to da leitura, escrita, conhecimentos lógico-mate- máticos, nessa etapa o aluno, a aluna tem mais contato com o tutor), a consolidação (o contato com o tutor diminui, pois ele adquiriu ambiência 2.1 AMBIENTE ESCOLAR 2.1.1 Metodologia da ponte 15 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F1.Relação do professor na metodologia da Ponte Fonte:TFG Arquitetura Escolar e a metodologia fazer a ponte. P.14 A forma de ensinar e trabalhar é dife- rente, mas está dentro do currículo do MEC. Essa metodologia se encaixa na proposta do trabalho, de desenvolver uma escola para os alunos do ensino fundamental2, nesse retorno as aulas presenciais, pois como veremos no capítu- lo 2.3 a pandemia trouxe impactos para a educa- ção, então o ideal é desenvolver um ambiente es- colar que trabalha com esses alunos, de forma a acolhe-los, ajuda-los a desenvolver aquilo que foi prejudicado por conta da covid-19, sendo um es- paço de interação entre os alunos, preparo para o mercado de trabalho realizadas por meio de ofici- nas com os próprios tutores ou com a comunida- de. Tendo em vista que a participação dos pais é fundamental para um desempenho melhor, então a intenção é aproveitar a metodologia que permi- te os pais serem tutores, para estarem mais perto de seus filhos, envolvidos com a educação deles. Essa metodologia tem chegado em algu- mas escolas do nosso país. Ganhando destaque o projeto Âncora, que foi fundada em 1995, na re- gião de São Paulo, cidade de Cotia, que tinha por objetivo de melhorar o ensino e a realidade de vá- rios adolescentes e crianças. Nós temos essa mes- ma metodologia implantada em uma escola públi- ca do Paranoá – DF, fundada em 2018, também com o intuito de fazer uma educação significativa, que transforma a vida dos alunos e das alunas. com o espaço, colegas e desenvolveu com res- ponsabilidade e domínio do currículo nacional) e por último a etapa de aprofundamento (os es- tudantes já possuem certa independência sobre seu comportamento, a rotina, os estudos, das ati- vidades no coletivo e assim podem assumir o 2° ciclo de ensino, que fazem parte do 2° currícu- lo) . Já o 2° currículo visa a realização pessoal do estudante pois tem sua referência é o currícu- lo de Portugal, que atende 6 dimensões essen- ciais como, linguística, lógico-matemática, na- turalista, identitária e artística, pessoal e social. Essa figura representa como é a atua- ção do tutor, tutora dentro da metodolo- gia da ponte, em que ele circula no espaço e não fica preso somente em uma sala de aula. 16 2.2 BREVE HISTÓRICO DA PANDEMIA Em 31 de dezembro de 2019, vários ca- sos de pneumonia surgiram em Wuhan, na Chi- na, deixando a Organização Mundial da Saúde (OMS) em alerta. Descobriu-se que esses casos de pneumonia nada mais eram do que uma nova cepa de coronavírus conhecida como COVID-19. Uma semana depois, em 7 de janei- ro de 2020, as autoridades chinesas confir- maram a descoberta de um novo tipo de co- ronavírus. Eles são a segunda causa mais comum do resfriado, e até as últimas déca- das raramente causavam doenças mais gra- ves do que o resfriado comum em humanos. Em 26 de fevereiro de 2020, tivemos nos- so primeiro caso confirmado no Brasil, o que auto- maticamente levou a medidas de precaução como uso de máscaras, álcool em gel, isolamento para evitar a propagação do vírus e fechamento de vá- rios estabelecimentos de serviços não essenciais. Inicialmente os serviços considerados essen- ciais, estão relacionados à produção de assistên- cia e atendimento hospitalar e médico, serviços funerários, transportes coletivos, medicamentos e abastecimento de alimentos, gás, luz, água e combustíveis. Com o decorrer da situação foram liberando abrir alguns estabelecimentos como restaurantes, igrejas e bares, porém as escolas continuaram fechadas pelo seu alto nível de con- tágio e consideradas como serviço não essencial. Conforme o site G1 (2021), o Brasil tem um dos maiores fechamentos de escolas do país e, ainda hoje, 18 estados continuam ensinando apenas remotamente, enquanto outros tentam equilibrar um formato híbrido entre presencial e ensino à distância. “Isso tem um impacto muito profundo nas crianças e nos jovens”, disse Flo- rence Ball, representante do (UNICEF) no Brasil. Segundo o site Senado (20211), na câ- mara foi aprovado a PL 5.595/2020, projeto de lei que proíbe a paralisação do ensino presencial durante pandemias e tornando a educação um serviço essencial. Sobre a volta as aulas presen- ciais é um divisor de águas, alguns acham fun- damental, um dever social, porém não é o mo- mento de voltar. Pôr as escolas não estarem seguras e prontas em relação a sua infraestru- tura como espaços ventilados, que comportem o distanciamento; mas outros são a favor de as escolas voltarem ao funcionamento presencial, por se tratar de que nem todos tem acesso à in- ternet, prejudicando no desenvolvimento dos estudantes e do país, pois se a educação está ruim se tornará um reflexo da nossa sociedade. Com essa pesquisa realizada pela funda- ção Lemann podemos observar o quanto é preo- cupante que o Brasil tenha sido um dos países que ficou mais tempo com as escolas fechadas. Se considerarmos que a escola ensina, prepara para o mercado de trabalho e é responsável pelo desen- volvimento dos alunos, isso traz um impacto mui- to grande, pois a escola é uma das responsáveis pela formação da nossa sociedade. Certamente no presente e principalmente no futuro os estu- dantes e a sociedade vão sentir um impacto muito grande no mercado de trabalho e em outras áreas. F2.Brasil em 2° lugar com mais tempo de escolas fechadas Fonte: fundacaolemann 17 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR Quando falamos de pandemia, não, é algo novo dizer que trouxe impactos para todos e tudo, como na área da saúde física e mental, da economia, da construção, e principalmen- te da educação. Para entendermos sobre es- ses impactos gerados no aprendizado, precisa- mos aprofundar sobre esse assunto, portanto, esse tópico abordará sobre a educação durante o isolamento e o retorno das aulas presenciais. 2.3 PANDEMIA E OS IMPACTOS NO APRENDIZADO E NO ESPAÇO ESCOLAR F3.Brasil em 5° lugar com mais tempo de escolas fechadas Fonte: fundacaolemann Com a chegada do novo coronavírus, o 1° caso foi em 26 fevereiro de 2020 no Brasil e sua facilidade de transmissão, foi necessário que vá- rios estabelecimentos e instituições fechassem as portas, incluindo as escolas para garantir a se- gurança dos estudantes, o que causou o aumen- to no déficit de desigualdade na educação, sen- do uma das mais afetadas durante a pandemia. Com as instituições fechadas, foi ade- rida o ensino remoto como solução para dimi- nuir os impactos do isolamento social. A estra- tégia tinha como objetivo, ter aulas online no mesmo horário das presenciais, cujo o aluno não estando presente levava falta. Infelizmente esse método não foi eficaz, pois os alunos ne- cessitavam de aparelhos tecnológicos (celular, computador de mesa, notebook e outros), uma boa rede wi-fi para se conectar, ter um espaço adequado para estudar e grande parte dos es- tudantes da rede pública não tinham esse aces- so, muitos tinham que utilizar o celular dos pais para acessar as aulas, somente sendo possí- vel quando os responsáveis chegavam do tra- balho, fora quando tinham que dividir o celu- lar com o irmão (ã) ou precisavam cuidar deles. A pesquisa realizada pela fundação Car- los Chagas, mostrado na figura a seguir, tinha como objetivo entender como estava a adaptação dos alunos em relação a metodologia aplicada. 2.3.1 Educação no isolamento social F4.Estratégias educacionais utilizadas Fonte: Fundação Carlos Chagas 18 F5.Estudantes sem internet em casa Fonte: Sinprodf Esses dados mostram que a grande maio- ria tem acesso à internet, mas consta uma mino- ria sem acesso a conexão de rede, onde precisam das atividades impressas para acompanhar os es- tudos, gerando uma desigualdade na educação. Para a grande maioria, o ensino remo- to ao invés de ajudar prejudicou o aprendizado e principalmente os estudantes, pois muitas es- colas não têm acesso à internet, computadores e uma plataforma digital para receber os alunos. A adaptação para essa nova didática foi uma surpresa, pois os professores não esta- vam preparados para essa digitalização, mui- tos estavam despreparados para migrar para o mundo digital, dado a falta de computado- res para trabalhar e domínio das ferramentas. Os impactos da pandemia na educação, en- volvem a desigualdade educacional, dificuldades noaprendizado, abandono escolar, agravamen- to na ansiedade e depressão, violência e fome. Nos parágrafos anteriores podemos ter um resumo sobre o impacto da pandemia na educa- ção de forma geral no Brasil, mas é necessário co- nhecermos como isso impactou o ensino nas es- colas do Distrito Federal. O GDF aderiu a proposta do EAD, desconsiderando a situação de diversos alunos e professores. Tendo em vista as dificulda- des enfrentadas, em 2020 o SINPRO – DF (Sindi- cato dos professores do Distrito Federal), entre os dias 21 e 31 de maio realizou uma pesquisa com os pais, mães, responsáveis, coordenadores e professores, sobre a Covid – 19 e a volta às aulas. Essa pesquisa aponta que de 460 mil estu- dantes das escolas públicas do DF, 27,71%, ou seja, 127 mil alunos não têm conexão à rede para realizar as atividades escolares, como mostra na figura 4. Essa porcentagem de 27,71% é me- nos de 50% dos estudantes do DF e se olhar- mos em questão de numeração é a minoria, po- rém se olharmos para a vida de cada um(a) e observarmos como são afetados (as) e impe- didos (as) de continuar os estudos, são muitos alunos sem acesso ao aprendizado, conexão com os colegas e ao desenvolvimento, geran- do abandono nos estudos. É uma porcentagem preocupante, pois se refletirá no futuro em pes- soas sem o ensino completo e desempregadas. 19 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F6.Cidades sem acesso à internet Fonte: Sinprodf O SINPRO – DF realizou um levantamento dos alunos sem acesso à internet por cidades. Re- giões administrativas como Paranoá 40,07%, São Sebastião 37,45%, Recanto da Emas 36,70%, Planaltina 31,36%, Samambaia 30,88%, Ceilân- dia 30,51% e Gama 30,26% se destacam por se- rem as mais prejudicas com o ensino EAD, por mais de 30% dos alunos não terem acesso à in- ternet, ocasionando em abandono escolar, en- sino básico incompleto e profissionais cada vez mais desqualificados para o mercado de trabalho. F7.Professores que possuem computador Fonte: Sinprodf 20 Ainda sobre essa pesquisa foi constata- da o total de 35 mil professores da rede de en- sino público, porém foi apontado que 21,97%, atuam nas salas de aula, ou seja, 5 mil profes- sores não têm computadores em casa, invia- bilizando o planejamento, a execução, a dinâ- mica e a didática das atividades pedagógicas. Essas porcentagens tanto dos estudan- tes como dos professores demonstram como a educação não está adequada para os avan- ços tecnológicos e como falta investimento em educação de qualidade, tanto em escolas com computadores, introduzindo a interação com os meios tecnológicos com os alunos e cur- sos de aperfeiçoamento para os profissionais. Pelo fato de as aulas ficarem remotas isso agravou na evasão escolar, algo que já era pre- sente na educação. A evasão escolar é caracteri- zada quando o aluno deixa de frequentar à escola. Na tabela abaixo mostra a quantidade de alunos que não completaram o ensino básico, isso em 2019. Situação bem preocupante, pois o lugar dessas crianças e adolescentes deve ser dentro das escolas, aprendendo, se desenvolven- do e se preparando para o mercado de trabalho. 2.3.2 Evasão escolar Se em 2019 com o ensino presencial e sem covid-19, a população com o ensino in- completo estava bem alta, com o isolamento e as aulas remotas é mais preocupante ainda, pois como garantir a igualdade de ensino se vá- rias famílias enfrentaram vulnerabilidade social. F8.Educação básica em 2019 Fonte: Unicef F9.Educação básica em 2020 Fonte: Unicef 21 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR O mais preocupante é que os (as) es- tudantes de 6 a 10 anos são os que mais tem estado fora das escolas. Até os 17 anos é fun- damental que todas as crianças e adolescen- tes estejam estudando, porém as fases iniciais é uma das mais importantes pois é nessa etapa que se aprende a ler, a escrever, a se comunicar, a se desenvolver. É preocupante saber que o en- sino infantil e o fundamental 1 tem apresentado mais abandono, gerando atraso no aprendizado. Muitos motivos influenciaram no abando- no aos estudos durante a pandemia. Os principais motivos foram a busca pro trabalho, ocasionando em interrupção nos estudos por não conseguirem conciliar a rotina, a dificuldade em aprender e a ne- cessidade por cuidar dos irmãos ou filhos (as). Si- tuação bem preocupante, pois o lugar dessas crian- ças e adolescentes deve ser dentro das escolas. A questão financeira teve impacto maior em homens de 25 a 29 anos. Em rela- ção aos jovens de 15 a 17 anos, foi mais per- ceptível a falta de organização sendo 20% e a dificuldade de aprendizado sendo 18%. F10.Motivos para evasão Fonte: Atlasdasjuventudes Muitos estudantes enfrentam a realida- de de terem somente a merenda que a esco- la oferece e devido a covid-19 muitas pessoas ficaram desempregadas, perdendo o susten- to de suas famílias, gerando fome por falta de alimentos e abandono da escola por urgência em ajudar os pais nas finanças. Muitos alu- nos perderam seus responsáveis, passando a morar com parente ou serem órfãos, levando- -os a se autossustentarem, ou seja, procuran- do emprego para poder trazer alimento para casa, ocasionando em abandono dos estudos. A questão de a escola ser esse suporte ali- mentar para os estudantes não é nada novo, porém com a pandemia essa situação ficou ainda mais gra- ve, desenvolvendo alguns casos no Rio de Janeiro. Segundo o site da BBC News Brasil (2021), uma professora da rede municipal do Rio de Janei- ro relatou sobre uma aluna de apenas 8 anos o se- guinte: “Ela sentou e abaixou a cabeça na mesa. Eu a estranhei e chamei à minha mesa. Ela veio e eu perguntei se ela estava bem. Ela fez com a ca- beça que estava, mas com aquele olhinho de que não estava. Perguntei se ela tinha comido naque- le dia, ela disse que não. Fui pegar algo para ela na minha mochila — porque eu sempre levo um biscoitinho ou uma fruta para mim mesma. Mas não deu tempo. Ela desmaiou em sala de aula.” O que era fonte de esperança e refeição para muitos alunos, virou desesperança pois as escolas que serviam merenda estavam com as portas fechadas. Outro caso de fome que cha- ma atenção, segundo o site da BBC News Bra- sil (2021), um conselheiro da Zona Oeste do Rio de Janeiro relatou sobre uma aluna de apenas 7 anos o seguinte: “Ela havia agredido uma colega, depois desafiou a professora e, por fim, acabou tentando agredir a direção. A escola nos chamou para conversar com essa criança e sua família, para saber se tratava de uma reprodução de vio- 2.3.3 Fome 22 lência (quando uma criança agredida reproduz a violência que sofre). Mas, conversando com essa criança, ela nos relata vontade de comer.” Fica evidente como a escola tem um pa- pel fundamental, pois vai além de somente en- sinar, mas auxiliar no desenvolvimento da socie- dade de forma mental e principalmente física. Para que as escolas tenham um ensino de qua- lidade são importantes diversos itens, mas cer- tamente ter uma alimentação saudável e equi- librada é um deles e influencia bastante pois quando os alunos estão com fome não con- seguem se concentrar e se distraem facil- mente prejudicando na qualidade do ensino. A ansiedade não é algo que aconteceu de- vido à covid-19, pois o ser humano sente ansie- dade, o que é normal para o corpo humano, sen- tir aquele frio na barriga, faz parte. Por exemplo, se sentir ansioso(a) por ter prova no dia seguinte, ter que apresentar um trabalho, visitar um lugar novo, o que não é normal nesse caso é ficar suan- do e tremendo após apresentar um trabalho. Desde a pandemia houve um cres- cente agravamento em doenças psiquiátri- cas, impactando a saúde mental de diver- sas pessoas, desde idosos, mães, pais, jovens, adolescentes, crianças, mas convenhamos que com toda essa situação que todos passa- mos é compreensível os aumentos nos casos. A saúde mental das pessoas, foi algo bas- tante afetada, principalmente quando estavam todos dentro decasa. Essa situação se dá pelo fato do isolamento gerar a falta de contato físi- co, a socialização, a comunicação e a interação com as pessoas e com o mundo, sendo o conta- to com outras pessoas algo fundamental, geran- do a falta de perspectiva e esperança sobre a si- tuação atual; excesso de conexão com a internet, com o trabalho e estudos, enquanto estavam co- nectados com as pessoas, estavam distantes de- las; sobrecarga de trabalho e de afazeres dentro de casa, por exemplo, a rotina das mães triplicou a carga, pois era necessário atender as deman- das da casa, dos filhos e do trabalho em home office. Todas essas situações levaram ao esgo- tamento mental, consequentemente a uma an- siedade, transtorno de ansiedade, depressão, agressividade, pensamentos suicidas e outros. Essa questão não é algo exclusivo dos alu- nos, mas foi algo que cresceu, desenvolveu em muitas pessoas. Segundo o relatório do atlas da juventude, foi feita uma pesquisa sobre a pande- mia e seus impactos na educação e saúde mental. 2.3.4 Saúde mental dos estudantes F11.Efeitos da pandemia sobre a saúde dos jovens- Fonte: Atlasdasjuventudes Nessa pesquisa fica evidente como es- sas doenças psiquiátricas afetam a vida das 23 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR pessoas. Foi levantado que houve aumen- to da ansiedade em várias idades, mas prin- cipalmente em mulheres de 25 a 29 anos. Pelo fato de estarem com medo, de- sesperançosos, rotina bagunçada, muitos pro- curam as redes sociais para aliviarem o mo- mento, a questão não é usar as redes sociais, procurar interagir com os amigos e familiares no período do isolamento, mas o que prejudi- ca é o uso exagerado das redes sociais. A pes- quisa aponta que 56% usaram as redes so- ciais em excesso o que aumenta a ansiedade. Algo que chama bastante atenção nesses dados é a questão da automutilação em jovens de 15 a 17 anos. Esses dados são bem preocu- pantes, pois acaba afetando a rotina das pessoas e principalmente o desempenho dos estudantes. Para ajudar a controlar essas doen- ças existem certas coisas que podem auxiliar, como a prática de exercício físico, consultas mé- dicas de rotinas, terapias, aulas de músicas, pinturas, costurar e muitas outras. Foi identi- ficado que 51% fez algum tipo de atividade fí- sica, o que auxiliou no controle da ansiedade. F12.Autocuidado durante a pandemia Fonte: Atlasdasjuventudes A questão das doenças psiquiátricas não é consequência da pandemia, já existiam ansiedade, violência e desanimo com os es- tudos antes da covid-19. Porém depois das escolas fecharem, essas questões foram agra- vadas. Dentro desse item iremos abordar so- bre a saúde mental e como influenciou no aprendizado e na socialização de cada um. Ao retornarem as aulas presenciais, após passa- rem praticamente 2 anos estudando somente em casa, sem contato com outros estudantes, a con- vivência com a sala de aula e a rotina do dia-a-dia, permitiu o aumento da depressão e ansiedade, pois foi uma mudança brusca em relação a rotina e também por medo de serem contaminados. A solução emergencial para a pandemia foi o isola- mento, ocasionando em algumas consequências e podemos perceber o quanto esse afastamento das escolas foi prejudicial para a saúde mental por parte dos alunos, professores e funcionários. Na imagem abaixo mostra a pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, trazendo em porcenta- gem o quanto os estudantes aprenderam, quantos desenvolveram aumento na ansiedade/depressão e quantas pessoas realizaram as tarefas pedidas. 2.3.4.1 Ansiedade e depressão 24 F13.Efeitos da suspensão das aulas presenciais para os alunos Fonte: Fundaçãocarloschagas Se levarmos em consideração o aumento dos sintomas de ansiedade e depressão, isso se reflete em diversas áreas, mas principalmente no desânimo do estudo, muitos não tinham condi- ções, animo ou interesse de continuar estudando por meio da internet, refletindo em desistência no meio do ano letivo, como mostra a figura a seguir. F14.Situações dos estudos em 2021 Fonte: Senado No retorno as aulas presenciais do 1 se- mestre de 2022, os alunos têm demostra- do reações como estresse, ansiedade, insegu- rança, isolamento, imaturidade e entre outros. Em Recife, na escola de Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, localizado na zona nor- te, aconteceu um caso que trouxe alerta a to- dos. Durante a aplicação de uma prova, 26 alunos tiveram uma crise coletiva, uma espé- cie de taquicardia e foram parar no hospital. Pelo fato de ficarem praticamente 2 anos presos em casa, a habilidade de se conectarem com os outros foi ficando defasada o que agravou em várias emoções novas, em que os adolescen- tes não sabem como lidar e nem identificar o que está acontecendo, ou seja, gerando agressividade e violência nesse retorno das aulas presenciais. Segundo G1 2022 "Existe uma cadeia aí, a gente viveu um momento de crise muito grande, de crise social, na humanidade. [...] Aumento do desemprego, a crise econômica que a gente está vivendo, tudo isso faz com que a gente tenha a vida afetada, além da pandemia, com a morte de pessoas próximas. Nós ficamos dois anos com a sombra da morte junto da gente. Tudo isso não ti- nha como não promover um desequilíbrio emocio- nal. Um episódio desse [como o da escola] para a gente é um sinal", disse Ana Paula a psicóloga. 25 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR Com a volta às aulas presenciais, é neces- sário a criação de espaços acolhedores, que fa- çam os alunos se sentirem integrados ao espa- ço, pois devido as incertezas sobre o futuro e a falta do contato físico houve o aumento de an- siedade, depressão, síndrome do pânico, alu- nos mais violentos, isolados e sem perspecti- va de futuro. A falta de relações traz um impacto negativo na vida do estudante, pois as crianças e adolescentes precisam brincar, ter a presen- ça de outros no ambiente, conversar e socializar tendo em vista que faz diferença no desenvolvi- mento, aprendizado, experiências e habilidades. No início do isolamento, os adultos que tem mais maturidade, domínio sobre seus sentimen- tos, trabalhavam, iam a faculdade, tinham uma rotina mais agitada, tendo maior entendimento de mundo e de suas emoções, desenvolveram doenças psiquiátricas apresentadas no decor- rer desse tópico. Com as crianças e adolescentes não é diferente e com toda certeza trouxe um im- pacto bem maior em suas vidas, pois ainda estão em fase de desenvolvimento de suas emoções, mas o fato de ter uma pandemia, ocasionou em um amadurecimento bastante apressado ou atra- sado, tendo em vista tantas mudanças e notícias. Pelo que temos conhecimento sobre a pandemia, trouxe vários impactos em mui- tos campos, mas principalmente no desenvol- vimento do aprendizado e na interação do alu- no com os (as) colegas, os (as) professores (as) e especialmente com o espaço escolar. 2.3.5 Volta às aulas F15.Expectativa em relação ao aprendizado dos alunos Fonte: Institutopeninsula Na imagem à cima mostra que mes- mo com o retorno das aulas presenciais, mais da metade dos professores acreditam que os alunos terão um desempenho me- nor do que o esperado para o ano letivo. F16.Percepção dos alunos em relação as aulas presenciais Fonte: Institutopeninsula 26 Segundo essa pesquisa feita pelo Ins- tituto Peninsula, a percepção que os professo- res tem sobre os alunos é de que 79% estão fe- lizes por retornarem as aulas presenciais, mas que 69% dos estudantes se sentem desprepara- dos para o aprendizado dentro do ambiente es- colar. Eles passaram quase 2 anos aprendendo de forma remota, então a qualidade do ensi- no caiu, o que logo gerou uma sensação de des- preparo no aprendizado, pois não tiveram uma preparação para voltarem ao presencial, as au- las sem o uso da tecnologia, a rotina da escola. F17.Estratégias para às aulas presenciais Fonte: Institutopeninsula Para esse retorno às aulas presen- ciais, não é somente liberar a volta as esco-las, mas é necessário pensar em diversas al- ternativas e soluções para essa volta. Uma das soluções levantadas é de que a famí- lia deve ter um envolvimento maior no ensino e oferta de espaços de escuta e acolhimento. Segundo Doris p 47: “Os pais têm um papel fundamental em relação ao desenvolvimento das crianças em uma socieda- de. O papel dos pais pode ser substituído pela co- munidade onde está a escola, porém, na maioria das culturas, a família é vista como o elemento de maior influência sobre o desenvolvimento da crian- ça. A família, sua integridade e seu clima psicoló- gico são considerados da maior importância para apoiar o crescimento sadio das novas gerações.” É de extrema necessidade que esses alunos recebam o apoio, o incentivo e a par- ticipação dos pais para que eles tenham âni- mo para se dedicarem e voltarem a estudar. F18.Ações para retomar Fonte: Institutopeninsula 27 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F19.Conteúdos relevantes Fonte: Institutopeninsula F20.Modelos para a educação agora e depois da pandemia Fonte: Institutopeninsula Para a volta as aulas são necessárias mais do que somente abrir as escolas e garantir os pa- drões de medidas sanitárias, mas é necessário pensar em estratégias para cativar esses alunos, trazer novamente aqueles estudantes que aban- donaram o ensino, ter espaços acolhedores que atendam as demandas dos alunos, que inspirem, que não faça da escola uma prisão para o estudan- te, mas que seja um espaço agradável para eles. Nas figuras 18, 19 e 20 abordam so- bre estratégias para melhorar o aprendizado na volta às aulas presencias. Fica claro que não basta voltar da mesma forma, na mesma es- trutura escolar. Deve ser pensado na edifica- ção escolar, como trabalhar com esses alunos, como envolver a família nesse processo de volta. 2.3.5.1 Violência Uma outra consequência agravada pela pandemia e que tem chamado muita atenção em relação à volta as aulas é a violência. Duran- te o período que passamos frequentando a es- cola, sempre ouvimos ou vimos casos de violên- cia acontecendo no ambiente escolar, então essa questão dentro da sala de aula não é novidade para ninguém, especialmente por parte dos alu- nos (as), professores (as), funcionários (as) e pais. A fase da infância e principalmente da ado- lescência é o período de conhecimento, de des- coberta tanto emocional como do mundo. Pelo fato de o adolescente ter essa fase de descober- tas, eles ainda não sabem muito bem como lidar 28 com seus sentimentos. Durante o isolamento foi um tempo bastante complicado para eles, pois ti- veram que lidar com a pandemia, afastamento das pessoas, luto pelos parentes e amigos e mui- tos com a violência doméstica. Nesses momen- tos difíceis eles precisam de apoio, ajuda para gerenciarem suas emoções, porém sabemos que no contexto familiar muitas vezes falta esse au- xílio, ocasionando em adolescentes reprimidos e agressivos, que reflete no ambiente escolar. Segundo a reportagem apresentada pelo G1, casos de violência ocorreram em todo o Bra- sil na volta às aulas durante o ano de 2022. Em São Paulo, Colégio Floresta 22 de março, acon- teceu um caso de violência de um adolescente de 13 anos que deu facadas na Anna, uma co- lega de 12 anos. O ocorrido aconteceu na hora do intervalo, em que a Anna estava na sala de aula e esse colega chegou por trás dando 8 faca- das, logo em seguida foi levada ao hospital pelo professor para ser socorrida. Segundo o pai do aluno, disse que sempre foi uma criança normal, mas que no último ano passou a ter comporta- mento mais “adulto” e que está extremamente perturbado com todo o ocorrido. O aluno alega que “a menina e outros colegas estavam me per- turbando a um bom tempo e por isso coloquei a faca na bolsa... O professor via e não fazia nada.” Os episódios se multiplicaram nos últi- mos dias no Distrito Federal. Em uma escola, alunos trocaram socos, até um deles cair e ba- ter a cabeça no chão. Uma outra estudante agre- diu a colega e puxou a menina pelos cabelos. Alunas de uma outra escola trocaram tapas, so- cos, puxões de cabelo, e uma delas bate a ca- beça da outra contra o muro. Desde o início de 2022, sete menores de idade foram apreendi- dos por causa de crimes no ambiente escolar. Essa onda de violência nas escolas de Brasília assustou os pais, alunos e também autoridades de segurança pública e educação. Desde a vol- ta as aulas no Distrito Federal, foram 43 dias le- tivos até o último caso mais grave. E, nesse pe- ríodo, 121 ocorrências foram registradas. A média é de quase três atos infracionais por dia. De acordo com o Correio Braziliense (2022), duas ocorrências de violência entre estu- dantes foram registradas em centros de ensino do Paranoá, nesta quarta-feira (24/3). No Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2, duas meninas saí- ram no tapa. Em outra escola, um menino foi es- pancado por um grupo de estudantes da escola. A causa das brigas não foi divulgada ou apresen- tada nas postagens. Segundo a pasta, as ocor- rências foram fora da escola e o batalhão esco- lar foi acionado pela direção. Os casos se somam às ocorrências registradas nos últimas dias em escolas públicas da capital. Ao menos quatro es- tudantes da educação básica foram alvos de gra- ves ocorrências de violência em escolas públicas da cidade. Na semana passada, um adolescente foi esfaqueado no Centro de Ensino Médio 3 de Ceilândia. No caso mais recente, uma jovem, 14 anos, levou quatro facadas nas costas e uma no braço, na sala de aula do CEF do Bosque, em São Sebastião. A agressão ocorreu nesta quarta-feira (23/3) e partiu de um colega da vítima, um aluno de 15 anos que estudava no colégio desde feve- reiro e será transferido em breve, segundo a SEDF. Todos passamos pelo isolamento so- cial, pois a Covid-19 atingiu o mundo e deixou sequelas em todos, seja físico ou mental ou a perda de um ente querido(a). Mas quando fa- lamos de educação, esses casos são bastan- tes preocupantes pois estamos falando de es- tudantes que no futuro vão estar onde estamos, ocupando lugares de influência, sendo necessá- rio tomar medidas no momento presente. É im- portante pensar em soluções para ajudar es- ses adolescentes, no seu desenvolvimento e na questão mental que é uma das mais afetadas. Essa geração passou algo que as outras jamais viveram, os estudantes passaram a con- viver somente dentro de casa, sem contato com o mundo externo, o que é extremamente impor- tante para o convívio em sociedade. Com es- ses casos relatados no decorrer desse tópico, observa-se que é necessário refletir em estra- tégias para combater essas questões, como a violência, a interação com as pessoas, a ansie- dade, a paz e pensar em espaços escolares mais acolhedores e adequados para os estudantes. 2.4 NEUROCIÊNCIA Durante muito tempo entender a nossa mente, saber como o nosso cérebro funcionava era algo bastante desconhecido, mas com o desenvolvi- mento dos seres humanos, da ciência, da tecnolo- gia e dos profissionais que trabalham nessa área passamos a ter mais conhecimento sobre esse 29 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR assunto, ou melhor dizendo sobre a neurociência. Mesmo com todo o conhecimento, estudos e pesquisas realizadas, na atualidade, não se sabe de tudo sobre essa área, pois é um campo bastan- te abrangente e ainda são necessários vários es- tudos, mas o que temos hoje é um conhecimento bastante aprofundado sobre essa área que é bem curiosa, interessante e fundamental para as nos- sas vidas chamada de neurociência, que é o estu- do do nosso sistema nervoso e como ele funciona. A neurociência é o estudo científico do sis- tema nervoso, composto em 2 partes, o SNC- sis- tema nervoso central e o SNP - sistema nervoso periférico. O SNC é composto pelo encéfalo e a medula espinhal. O SNP é composto pelos ner- vos e as células nervosas. É fundamental a co- municação do SNC com o SNP, pois são eles os responsáveis por fazer o nosso corpofuncionar. Para entendermos melhor como nosso corpo fun- ciona, é necessário aprofundarmos no assunto. De acordo com Krebs (2015, p.23): “O encéfalo ocupa-se de funções muito diversas, como pensamento, linguagem, apren- dizagem e memória, imaginação, criativida- de, atenção, cons-ciência, experiências emo- cionais e sono. Além disso, regula ou modula funções endócrinas, viscerais e somáticas”. O nosso encéfalo é fantástico pois ele é responsável por vários sentidos, emoções, sen- sações, reações, atitudes, lembranças, cada mo- vimento, nosso controle motor e muitos outros são gerados a partir disso. Tendo em vista que entender que as coisas acontecem de determi- nada forma no nosso cérebro e isso direciona o nosso corpo, como aprendemos, como guar- damos memórias, se ficamos em pé ou corre- mos e que o simples fato de cada área se conec- tar e se comunicar é simplesmente encantador. Até aqui podemos observar pela escri- ta de Krebs que o encéfalo é algo realmen- te importante para o corpo humano. Mas caro leitor, se você assim como eu ao iniciar essa pesquisa não sabe o que é um encéfalo e está se perguntando o que seja, vamos entender o seu significado, sua função e sua importância. Geralmente confundimos o encéfalo com o cérebro, pois temos a ideia de que o nosso cérebro seja toda a nossa massa encefálica. Normalmen- te confundimos o encéfalo com o cérebro, pois te- mos a ideia de que seja essa a região responsável pela inteligência, emoções, comportamento emo- cional e memória. Pesa 1,4 kg e tem como prin- cipal função processar e integrar as informações neurais do corpo, pois são emitidos comandos como respostas, estímulos, movimentos muscula- res, secreções de substâncias e comportamentos que de alguma forma contribuem para a sobrevi- vência do indivíduo. Cada área do encéfalo tem uma função diferente, mas precisa trabalhar com outras áreas para garantir o bom funcionamen- to do organismo e a sobrevivência do indivíduo. O encéfalo é a nossa massa encefálica e se sub- divide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Segundo Cosenza, Ramon, M. e Leonor B. Guerra (2011, p.10): “O cérebro, como sabemos, é a parte mais im- portante do nosso sistema nervoso, pois é atra- vés dele que tomamos consciência das infor- mações que chegam pelos órgãos dos sentidos e processamos essas informações, comparan- do-as com nossas vivencias e expectativas. É dele também que emanam as respostas volun- tárias ou involuntárias, que fazem com que o corpo, eventualmente, atue sobre o ambiente.” Falando um pouco sobre o nosso cérebro, ele localiza-se na parte superior do encéfalo, com- pondo o telencéfalo responsável pelos dois hemis- férios cerebrais e o diencéfalo responsável pela sensibilidade, motricidade, comportamento e con- trole emocional, estado de alerta, atividade visce- ral, circuito motor e a função endócrina. Este órgão compõe a maioria do cérebro e representa cerca de 80% da massa total da estrutura. O cérebro está relacionado à inteligência, linguagem, consciência, memória e muito mais. Além disso, consegue processar informações dos sentidos e de outras estruturas cerebrais, inician- do movimentos e influenciando o comportamen- to emocional. É um órgão do sistema nervoso central que é muito importante para o funcio- namento do corpo. Para Villarouco et al. (2021, p.34) o cérebro é considerado como o nosso computador central: ele é o responsável pelo que pensamos, sentimos e fazemos. Uma parte fundamental, pois, é ele quem conecta todas as in- formações, ocasionando em tomada de decisões. Logo após o cérebro localiza-se o cere- belo sendo considerado um “minicérebro”, por suas extensas funções. Ele é quem faz a co- municação entre o cérebro e o tronco ence- fálico. O cerebelo é de extrema importância para o sistema nervoso pois é ele o responsá- vel pelo nosso equilíbrio, postura corporal, coor- denação motora como caminhar, correr, andar de patins e pela nossa aprendizagem motora. A última parte que compõe o encéfalo é o 30 tronco encefálico, que faz a conexão entre as par- tes superiores do encéfalo (cérebro e cerebelo) com a medula espinal. Essa estrutura é compos- ta pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. O bulbo é res- ponsável pelo nosso centro respiratório, batimen- tos cardíacos, pressão sanguínea e pelo centro do vômito. A ponte é a responsável por gerar comuni- cação do cérebro com o cerebelo. E o mesencéfalo é responsável pelos nossos movimentos oculares. Após entendermos de forma resumida so- bre o nosso encéfalo, podemos nos atentar que existe uma infinidade de funções, conexões e como o seu funcionamento é fundamental. O que acontece no ambiente externo nos afeta sendo de forma positiva ou negativa e isso tem um impac- to muito grande em como vamos reagir em cada situação. Isso acontece pois o nosso SNC é com- posto de milhares de células, mais conhecidas como neurônios responsáveis por receber e con- duzir informações para o nosso sistema nervoso, sendo eles os agentes que geram as atividades do nosso corpo. Através de uma informação cap- tada pelo encéfalo gera uma mensagem que che- ga até o corpo, resultando em comportamentos. F21 .Estrutura de um neurônio Fonte: Livro Neurociência e educação A figura a esquerda A é uma célula e à di- reita B um neurônio e como é a sua estrutura. As informações são recebidas pelos dendritos que passam para o corpo celular até chegar no axô- nio, que envia impulsos para a próxima célula. A transferência de informação de um neurônio ao outro, passa por uma região chamada de sinap- se sendo no final do axônio com o início de um novo neurônio pelos dendritos. Na figura 5 po- demos entender como é essa transferência de informações na sinapse. Para que essa comu- nicação aconteça é necessária que as substân- cias químicas, conhecidas como neurotransmis- sores sejam liberadas, para as outras células. Essas substâncias químicas são res- ponsáveis por equilibrar, transportar e estimu- lar as células do nosso corpo. Alguns exem- plos de neurotransmissores, a adrenalina (fuga ou medo), noradrenalina (concentração e aler- ta), dopamina (prazer), ocitocina (amor), gaba (calma), acetilcolina (aprendizado), glutama- to (memória e aprendizado), endorfina (dor e euforia) e serotonina (bem estar e humor). 31 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F22 .Sinapse Fonte: Mundoeducação No tópico anterior foi abordado so- bre a neurociência, o estudo do sistema ner- voso, para entendermos como que nos funcio- namos. Cada movimento que fazemos, está ligado diretamente ao encéfalo. Nesse tópi- co iremos tratar sobre a neuroarquitetura. A neuroarquitetura é a junção da neuro- ciência + a arquitetura, com o intuito de desen- volver qualidade de vida para os seres humanos. “Criar essa “ponte” entre ciência e experiên- cia vem a ser o objetivo da neurociência aplica- da à arquitetura.” Villarouco et al. (2021, p.21). Ou seja, desenvolver melhores experiências para os usuários, não que isso já não fosse realiza- do pelas (os) arquitetas (os), pois esse sempre foi o intuito, projetar espaços agradáveis, visan- do o conforto, tudo isso não é novidade dentro da arquitetura, mas o objetivo da neuroarqui- tetura é avaliar como é o desempenho dos am- bientes construídos do ponto de vista neural. Segundo a Academy of Neu- roscience for Architecture (ANFA): “A Neuroarquitetura é um campo inter- disciplinar que consiste na aplicação da neuro- ciência aos espaços construídos, visando maior compreensão dos impactos da arquitetura so- bre o cérebro e os comportamentos humano.” A neuroarquitetura é utilizada para tra- zer melhoras e benefícios nas decisões de pro- jetos, com pretensão em entender o com- portamento humano dentro do espaço. De acordo com Villarouco et al. (2021, p.30): “A vida na sociedade contemporâ- nea é principalmente a vida dentro de edi- fícios. Então, se quisermos projetar es- ses espaços considerando as reações que podemos instigar no corpohumano, parece ló- gico entender como esse organismo funciona.” Se pararmos para analisar, grande par- te das nossas vidas e a forma como usamos o nosso tempo e passamos o nosso dia-a-dia, é dentro de ambientes construídos, seja o lo- cal de trabalho, sua casa ou o local de aprendi- zado, tudo sempre está relacionado a um edifí- cio ou a um espaço com elementos construtivos. Ao ocuparmos esses espaços queremos nos sentir bem, confortáveis, de forma que nos es- timule a permanecer nesse ambiente, sendo assim necessário pensar em espaços agradá- veis, priorizando o bem-estar físico e mental. Para desenvolver e pensar em espaços mais adequados para os usuários, é impres- cindível estudar e compreender o corpo huma- no e a mente, buscando entender qual o impac- to do espaço construído na vida das pessoas e como o nosso sistema nervoso central reage. Para Villarouco et al. (2021, p.34) o nos- so cérebro é rico em diversos quesitos, pois cada parte é responsável por um sentimento, uma emoção, uma reação, uma atividade motora e muito mais, ou seja, é o órgão principal do sis- tema nervoso, tanto que é considerado o “com- 2.4.1 Neuroarquitetura 32 putador central”, pois é ele quem reúne as in- formações, nos conduzindo a pensar, observar, reagir às diversas situações e tomar iniciativas. A neurociência aplicada à arquitetu- ra é uma área bem ampla, que nos permi- te entender como nosso corpo reage ao am- biente construído, se sente medo, ansiedade, tranquilidade, atenção, raciocínio e entre outros. De acordo com Villarouco et al. (2021, p.143): “o campo da neuroarquitetura traz uma nova perspectiva para os efeitos do ambiente construído sobre o indivíduo ao utilizar ferramen- tas neurocientíficas… Do ponto de vista da neuro- ciência, a percepção espacial é a capacidade do indivíduo de perceber as relações no ambiente.” Pela neurociência ser uma área bem pro- funda, ampla e abrangente é complexo entender a sua funcionalidade e todo seu potencial, tendo em vista que tem vínculo com as demais áreas, o que nos possibilita entender a área da saúde, da psicologia, do marketing e da arquitetura. A neuroarquitetura é usada no ambiente construí- do com o intuito de melhorar a relação do cliente com o espaço, sendo de forma mais intencional em atender às suas necessidades, buscando sem- pre despertar emoções, conforto físico e mental. Sendo o ambiente construído e os elemen- tos como tamanho, temperatura, ventilação, ilumi- nação e cores os que causam impacto, tanto positi- vo como negativo, podendo aumentar ou diminuir as sensações e emoções. Sendo necessário proje- tar ambientes que estejam em completa conexão e diálogo entre si. “o objetivo profissional de ar- quitetos e arquitetas deve ir além de meramente fazer um projeto, um edifício. Os elementos cons- truídos, externos e internos, funcionam como um filtro constante entre a mente humana e o mundo que nos engloba.” Villarouco et al. (2021, p.154). “No entanto, a arquitetura deve ser utili- zada além de observada, o que cria uma dimen- são técnica do espaço, que será vivenciado, ex- perienciado.” Villarouco et al. (2021, p.141). A arquitetura não pode ser somente funcional ou somente atraente, precisa ser desenvolvida com o objetivo de ser utilizada, então é necessário que seja um espaço estimulante para os usuários. 2.4.2 Neuroarquitetura aplicada ao espaço escolar O objetivo dessa pesquisa é apli- car a neuroarquitetura ao ambiente esco- lar e se tratando da escola, os espaços de- vem ser convidativos, interessantes e que sejam adequados para a sua funcionalidade, sua estética e principalmente ao seu público. Sabemos que a grande maioria das es- colas públicas não tem infraestrutura apropria- da para atender aos estudantes, o que atra- palha no desempenho. A sala de aula deve ser um espaço adequado para aprender e obter co- nhecimento, pois o ambiente é um dos respon- sáveis que influencia no aprendizado dos alu- nos, seja pela estética, pelos mobiliários e também pelos recursos didáticos. De acor- do com Villarouco et al. (2021, p.152 e 153): “à arquitetura tem o potencial de ensinar as pessoas, de contar uma história. A arquitetura aca- ba sendo um instrumento de educação que ensina as pessoas a enxergarem determinadas relações entre coisas, sejam elas físicas, sejam sociais.” Por falta de ambientes adequados que usem a neuroarquitetura, a sensação gerada nos alunos é de desconforto, falta de pertencimento e atividades monótonas que não desenvolvem ha- bilidades e criatividade. “Nossos sentidos afetam uns aos outros simultaneamente.” Villarouco et al. (2021, p.218). A escassez em espaços criados conforme o uso, gera desânimo e desinteresse por permanência na escola, ocasionando em evasão escolar, pois nós somos atraídos pelo que vemos. 03 ESTUDOS DE CASO 34 Este projeto é bem diferente de todas as escolas que estamos acostumados a ver, a come- çar por sua forma que é completamente fora dos padrões, podemos observar 3 tamanhos diferen- tes em sua volumetria pois essa escola foi proje- tada dessa forma, com o intuito de acompanhar e crescer juntamente com os alunos tendo em vis- ta que atende a creche e o ensino fundamental. Por se tratar de um edifício público, o de- sejo era de que fosse convidativo e é possível ver como são amplos os ambientes, com bas- tante cor demonstrando vida ao espaço, sen- do possível a permanência nesses espaços, ten- do em vista que são agradáveis e encantadoras. Por se tratar de um edifício público, o de- sejo era de que fosse convidativo e é possível ver como são amplos os ambientes, com bas- tante cor demonstrando vida ao espaço, sen- do possível a permanência nesses espaços, ten- do em vista que são agradáveis e encantadoras. F23 .Escola Kalasatama Fonte: Archdaily F24 .Escola Kalasatama forma Fonte: Archdaily Nome: Escola Kalasatama Local: Finlândia Ano: 2016 Metragem: 8460m2 3.1ESTUDO DE CASO 1 35 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F25 .Corredor externo escola Kalasatama Fonte: Archdaily F26 .Sala Fonte: Archdaily 36 F28 .Cantina Fonte: Archdaily F27 .Área dos armários Fonte: Archdaily 37 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR A escola chama bastante atenção em sua forma e principalmente nas cores. A for- ma como ela interage com o usuário desper- ta e incentiva o desenvolvimento do estudante. F29 .Área de convivência escola Kalasatama Fonte: Archdaily F30 .Corredor interno escola Kalasatama Fonte: Archdaily 38 F31 .Material construtivo escola Kalasatama Fonte: Archdaily F32 .Fachada escola Kalasatama Fonte: Archdaily Nesse estudo de caso o que chamou a atenção foi a simplicidade dos materiais e como usa as cores, usa concreto e placa de fibrocimen- to, mas de uma forma que não fica aquela coisa chapadona, sem cor e sem vida. Um ambiente com cores e usada da forma certa é bastante intuitiva. 39 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR Pela planta baixa pode ser observado a distribui- ção dos ambientes e como ele dá suporte e in- centivo para a interatividade e criatividade dos alunos. Os mobiliários foram pensados de forma a gerar uma conexão entre o professor e o aluno. F33 .Planta baixa térreo escola Kalasatama Fonte: Archdaily F34 .Planta baixa primeiro pavimento escola Kalasatama Fonte: Archdaily F35 .Planta baixa segundo pavimento escola Kalasatama Fonte: Archdaily 40 Nome: Escola Pública Ultimo Local: Austrália Ano: 2021 Metragem: 11000m2 Esse projeto priorizou a conexão sensorial com as crianças, utilizando da natureza para co- nectar e ensina-las. Tem ambientes que estimulam novas interações e , é bem flexível ao aprendizado. Percebe-se que a conexão e integração é algo presente tanto do lado externo quando no interno, pois vendo essas imagens observa essa interação. No interior do edifício observa- -se um espaço bem amplo o que influencia no relacionamento e socialização dos estudantes. 3.2 ESTUDO DE CASO 2 F37 .Corredor externoescola Kalasatama Fonte: Archdaily F36 .Escola Pública Ultimo Fonte: Archdaily 41 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F38 .Sala Fonte: Archdaily O que fez esse projeto se diferenciar dos demais analisados é a forma que o projeto se adequa ao terreno, criando pátios e espaços de convivências entre os alunos e incentivando o contato com a natureza. Pelo fato de ter um ter- reno bem íngreme isso possibilitou a criação de pátios, gerando espaços de lazer e conexão. F39 .Planta baixa térreo Fonte: Archdaily 42 F40 .Planta baixa primeiro pavimento Fonte: Archdaily F41 .Planta baixa segundo pavimento Fonte: Archdaily 43 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F42 .Planta baixa terceiro pavimento Fonte: Archdaily F43 .Planta baixa quarto pavimento Fonte: Archdaily 44 Nome: Colégio Kalasatama Local: Espanha Ano: 2019 A arquitetura foi desenvolvida com o intui- to de priorizar o conforto visual, ambiente e ilumi- nação e diversificar os usos. Por meio desse hall e desses corredores coloridos podemos observar que é uma arquitetura intuitiva, pois por meio das cores indica o andar e a sala que você quer chegar. 3.3 ESTUDO DE CASO 3 F44.Escola Elgording Fonte: Archdaily F45.Ambiente interno Fonte: Archdaily 45 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR Na sala de aula é notório o mobiliário con- fortável e um ambien- te com flexibilidade em seu uso podendo ser uma sala de aula, sala de reunião, sala criati- va e entre outras varie- dades em sua utilização. F46.Andar verde Fonte: Archdaily F47.Corredor azul Fonte: Archdaily 46 O edifício foi implantado da seguinte for- ma com o intuito de priorizar a orientação so- lar para favorecer o clima para a arquitetura. F48.Sala de aula Fonte: Archdaily F49.Planta baixa Fonte: Archdaily 04 ANÁLISES URBANAS 48 A atual cidade que hoje é regularizada, nem sempre foi assim pois anteriormente era uma invasão. Em meados de 1970 quando mui- tas famílias já tinham vindo para Brasília, al- gumas pessoas que tinham posso das terras que eram do GDF resolveram distribuir peda- ços de terra para os conhecidos como familia- res e empregados, totalmente de forma irregular. Sendo nesse momento que novas di- visões completamente irregulares acontece- ram. Em 1991 o decreto liberado para criar a vila Varjão foi assinado. Em 1997 um pla- no urbanístico para melhorar a vizinhança foi criado. Somente em 06, de maio de 2003 foi criada a Região Administrativa do Varjão. O terreno se localiza na cidade do Varjão, próximo ao Plano Piloto e ao Lago Norte. Próxi- mo a cidade do varjão observa-se há existência da BIOTIC, um polo de ciência, tecnologia e ino- vação, o que pode trazer diversos benefícios para a população e para a escola a ser desenvolvida. Podemos observar que o lote de estudo está pró- ximo ao terminal de ônibus, alguns aparelhos de ginástica, quadras poliesportivas e ao pec. 4.1 LOCALIZAÇÃO F50.Localização macro Fonte: Da autora, 2022. F51.Localização meso Fonte: Da autora, 2022. F52.Localização micro Fonte: Da autora, 2022. 49 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 4.2 JUSTIFICATIVA DE INTERVENÇÃO/ ESCOLHA DO SÍTIO A escolha do lote se constitui na premis- sa de que na cidade do Varjão, existe somente 1 escola pública que atende apenas aos estudan- tes do 1° ao 5° ano, o que ocasiona em abando- no na continuidade do ensino básico, tendo em vista a distância das outras instituições. O Lago Norte é muito perto da cidade o que facilita na migração dos estudantes do ensino fundamental 2 e ensino médio para uma escola nova, porém essa questão não anula a inexistência de esco- las adequadas para todo seu público, pois é com- preensível que os alunos mais velhos se deslo- quem sozinhos até o ambiente escolar por terem mais autonomia e serem mais independentes, mas para as crianças menores que dependem dos pais para se locomoverem, inviabiliza todo o deslocamento. A educação básica e de qualida- de é direito de todos, isso inclui ofertar o ensi- no fundamental todo, do 1° ao 9° ano, mas não existe a oferta de novas turmas na instituição atual. A proposta arquitetônica para uso do ter- reno é desenvolver uma escola, para atender as demandas atuais e gerar espaços de qualidade. Segundo o PDAD 2018 (Pesqui- sa Distrital por amostra de domicílios), 40,3% da população com 25 anos ou mais não tem o ensino fundamental completo. F53.Localização micro Fonte: Dados PDAD 2018, CODEPLAN F54.Distribuição onde a escola em que estudam está Fonte: Dados PDAD 2018, CODEPLAN Segundo o PDAD 2018 (Pesquisa Distrital por amostra de domicílios), 36,5% dos estu- dantes frequentam a escola no Lago Norte. 50 Pelo fato de o Varjão ter surgido de uma invasão, não houve planejamento de espa- ços destinados a novas escolas, porém obser- va-se a existência de uma área já regulamen- tada, o que está sendo então utilizado para a realização desse trabalho. Esse lote caracteriza- -se como uso institucional equipamento público. O lote é 100x120 totalizando 12.000m2. Sendo sua taxa de ocupação de 50% do terreno. O C.A é 1 e o C.M é 4,5. Geralmente os lotes pos- suem um rico potencial no c.a, porém em uso ins- titucional costuma ser bem baixo. A altura máxi- ma é de 12,00m aproximadamente 4 pavimentos. Sendo necessário ter 20% de permeabilidade. 4.3 CONDICIONANTES LEGAIS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS F55.Condicionantes legais Fonte: Da autora, 2022. F56.C.A, Gabarito e permeabilidade Fonte: Da autora, 2022. 05 ASPECTOS AMBIENTAIS 52 5.1 ANÁLISE DA HIERARQUIA VIÁRIA Nota-se que no varjão, a cidade tem um fluxo agitado, porém não tanto, tendo e vis- ta que as vias são caracterizadas por cole- toras, locais e vias não pavimentadas. A via na frente do lote é a que liga a cidade com as áreas de chácaras ao redor do terreno. 5.2 ANÁLISE DA MOBILIDADE URBANA O terreno é privilegiado em relação ao transporte coletivo pois está próximo ao termi- nal dos ônibus, embora sejam pontos de ônibus e não paradas, nota-se a facilidade no desloca- mento dos estudantes até o lote. Na vizinhan- ça temos calçadas em muitas ruas, mas são in- constantes dificultando a vida do pedestre pois alguns trechos não têm calçada ou quando tem, encontra-se em estado inapropriado. No en- torno infelizmente não encontramos ciclovia. F56.Hierarquia viária Fonte: Da autora, 2022. F57.Mobilidade Urbana Fonte: Da autora, 2022. 5.3 ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO O entorno do lote é composto por lo- tes de uso misto, contendo residências e co- mércio, o que é bom para a futura implantação, pois é uma região que não traz muito ruído pre- judicando o aprendizado dos estudantes e por ser uma área mais afastada do centro é bom ter lotes de uso misto que facilita no comércio. F58.Uso e ocupação Fonte: Da autora, 2022. 53 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 5.4 ANÁLISE DO GABARITO No gabarito previsto em lei, a LUOS pre- viu edificações com até 9,5 m de altura, possibi- litando diversos pavimentos para as residências, com padronização nos tamanhos das edificações. No gabarito existente é possível notar uma variedade nas alturas das casas, sendo de 2 pavimentos a que mais se destaca no bairro. Dessa forma gerando diversidades na cidade. F59.Gabarito permitido por lei Fonte: Da autora, 2022. F60.Gabarito Existente Fonte: Da autora, 2022. F61.Cheios e vazios Fonte: Da autora, 2022. 5.5 ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS Observa-se que as partes cheias estão re- lacionadas as construções e o grande vazio pre- dominante se dá pelas vias, calçadas e principal- mente a vegetação no entorno do terreno que se caracteriza por arbustos e massas arbóreas. 54 5.6 ANÁLISE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS Nesse mapa é notório a falta de equipa- mento público próximo ao terreno, se destacando somente o a academia comunitária. A implanta- ção da escola nessa área trará mais diversidade de usos para a região, com novos equipamentos. 5.7 ANÁLISE COPRESENCIAL As áreas que maistem fluxo, conexões, circulação de pessoas se concentra nas áreas em vermelho. Por se tratar de uma área residen- cial e quase nenhum equipamento público, a re- gião predominante de atividades é a que tem um fluxo por questão do transporte público o que acaba gerando interação com as pessoas. F62.Equipamentos públicos Fonte: Da autora, 2022. F63.Copresença Fonte: Da autora, 2022. F64.Bioclimático Fonte: Da autora, 2022. 5.8 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA Através da análise bioclimática po- demos observar que as fachadas noroeste e sudoeste recebem as maiores incidências solares, sendo as mais quentes e que neces- sitaram tratamentos para melhorar a qualida- de dos ambientes. As fachadas leste e noroes- te são as que permitem a ventilação entrar e sair do ambiente. Pelo fato de estar próximo a uma via que tem conexão direta com termi- nal rodoviário, gera ruídos por ter transpor- te coletivo passando com bastante frequência. 55 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F65.Curvas de nível Fonte: Da autora, 2022. 5.9 ANÁLISE TOPOGRAFIA Pela presença de 12 curvas de ní- vel, observa-se que o terreno é íngre- me. O terreno tem 6,66% de inclinação. F66.Corte topográfico Fonte: Da autora, 2022. F67.Áreas verdes Fonte: Da autora, 2022. 5.10 ANÁLISE ÁREAS VERDES Ao observar a concentração de vege- tação, sendo arbustos, árvores isoladas, mas- sa arbórea e área de interesse ambiental. A implantação do projeto arquitetônico nessa região vai auxiliar no clima tornando um am- biente mais agradável, auxiliando no conta- to dos alunos com a natureza e uma cons- cientização em preservar o meio ambiente. 06 ESTUDOS DE PROJETO 57 NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES A proposta de uma escola utilizando da neuroarquitetura é elaborar uma nova tipolo- gia de instituição educacional visando atender as necessidades dos usuários, com base nisso foi desenvolvido o programa de necessidades. Foi pensado em 5 setores, como adminis- trativo (para atender ao professores, ou seja o cor- po docente), pedagógico (foco nas áreas de ensino como salas de aula), vivência (pensado nas áreas de convivência e interação entre os alunos, como biblioteca, quadra, pátios e refeitório), serviço (es- paços que envolvem o trabalho dos funcionários da cozinha, limpeza e demais) e estacionamento (vol- tado para as vagas de estacionamento para pro- fessores, visitantes, carga e descarga e demais). GSEducationalVersion TÉRREO N° 02 08 08 09 10 11 11 14 15 16 17 18 19 20 21 AMBIENTES Entrada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall Hall Depósito Sala de Aula C.3 Sala de Informática Sala de Uso Múltiplo Enfermaria Sala de psicologia Biblioteca Sala de Estudo Área Medida 173,18 14,75 14,79 9,22 30,56 75,87 34,15 19,97 175,75 29,74 63,65 16,89 15,26 144,61 14,10 832,49 m² SUBSOLO N° 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 AMBIENTES Auditório Labaratório Sala de Música Sala de Dança Sala de Artes Depósito de Educação Física WC Masculino WC PNE WC Feminino Hall Oficina Área Medida 596,95 30,10 29,73 30,06 29,73 22,41 27,91 4,60 28,40 108,10 140,50 1.048,49 m² 2° PAVIMENTO N° 08 09 10 16 17 17 33 34 35 36 AMBIENTE WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Informática Sala de Uso Multiplo Sala de Uso Múltiplo Sala de Aula C. 1 Vestiário Feminino Vestiário Masculino Apoio funcionários Área Medida 14,21 4,28 14,21 38,75 111,86 61,19 188,80 27,58 28,36 18,18 507,42 m² 1° PAVIMENTO N° 03 03 03 08 08 08 09 10 11 16 17 18 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 AMBIENTE Corredor Corredor Laboratório Escada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Reunião Diretória Recepção Coordenação Pedagógica Sala dos Professores Lavanderia Cozinha Jardim Refeitório Sala de Jardinagem Sala de Aula C.2 Área Medida 37,40 103,72 26,81 19,45 14,22 14,79 8,91 29,45 109,20 26,24 3,93 21,53 13,82 13,82 28,41 28,37 57,62 11,01 39,77 82,15 151,47 57,62 179,63 1.079,34 m² GSEducationalVersion TÉRREO N° 02 08 08 09 10 11 11 14 15 16 17 18 19 20 21 AMBIENTES Entrada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall Hall Depósito Sala de Aula C.3 Sala de Informática Sala de Uso Múltiplo Enfermaria Sala de psicologia Biblioteca Sala de Estudo Área Medida 173,18 14,75 14,79 9,22 30,56 75,87 34,15 19,97 175,75 29,74 63,65 16,89 15,26 144,61 14,10 832,49 m² SUBSOLO N° 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 AMBIENTES Auditório Labaratório Sala de Música Sala de Dança Sala de Artes Depósito de Educação Física WC Masculino WC PNE WC Feminino Hall Oficina Área Medida 596,95 30,10 29,73 30,06 29,73 22,41 27,91 4,60 28,40 108,10 140,50 1.048,49 m² 2° PAVIMENTO N° 08 09 10 16 17 17 33 34 35 36 AMBIENTE WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Informática Sala de Uso Multiplo Sala de Uso Múltiplo Sala de Aula C. 1 Vestiário Feminino Vestiário Masculino Apoio funcionários Área Medida 14,21 4,28 14,21 38,75 111,86 61,19 188,80 27,58 28,36 18,18 507,42 m² 1° PAVIMENTO N° 03 03 03 08 08 08 09 10 11 16 17 18 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 AMBIENTE Corredor Corredor Laboratório Escada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Reunião Diretória Recepção Coordenação Pedagógica Sala dos Professores Lavanderia Cozinha Jardim Refeitório Sala de Jardinagem Sala de Aula C.2 Área Medida 37,40 103,72 26,81 19,45 14,22 14,79 8,91 29,45 109,20 26,24 3,93 21,53 13,82 13,82 28,41 28,37 57,62 11,01 39,77 82,15 151,47 57,62 179,63 1.079,34 m² GSEducationalVersion TÉRREO N° 02 08 08 09 10 11 11 14 15 16 17 18 19 20 21 AMBIENTES Entrada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall Hall Depósito Sala de Aula C.3 Sala de Informática Sala de Uso Múltiplo Enfermaria Sala de psicologia Biblioteca Sala de Estudo Área Medida 173,18 14,75 14,79 9,22 30,56 75,87 34,15 19,97 175,75 29,74 63,65 16,89 15,26 144,61 14,10 832,49 m² SUBSOLO N° 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 AMBIENTES Auditório Labaratório Sala de Música Sala de Dança Sala de Artes Depósito de Educação Física WC Masculino WC PNE WC Feminino Hall Oficina Área Medida 596,95 30,10 29,73 30,06 29,73 22,41 27,91 4,60 28,40 108,10 140,50 1.048,49 m² 2° PAVIMENTO N° 08 09 10 16 17 17 33 34 35 36 AMBIENTE WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Informática Sala de Uso Multiplo Sala de Uso Múltiplo Sala de Aula C. 1 Vestiário Feminino Vestiário Masculino Apoio funcionários Área Medida 14,21 4,28 14,21 38,75 111,86 61,19 188,80 27,58 28,36 18,18 507,42 m² 1° PAVIMENTO N° 03 03 03 08 08 08 09 10 11 16 17 18 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 AMBIENTE Corredor Corredor Laboratório Escada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall WC Masculino WC PNE WC Feminino Sala de Reunião Diretória Recepção Coordenação Pedagógica Sala dos Professores Lavanderia Cozinha Jardim Refeitório Sala de Jardinagem Sala de Aula C.2 Área Medida 37,40 103,72 26,81 19,45 14,22 14,79 8,91 29,45 109,20 26,24 3,93 21,53 13,82 13,82 28,41 28,37 57,62 11,01 39,77 82,15 151,47 57,62 179,63 1.079,34 m² GSEducationalVersion TÉRREO N° 02 08 08 09 10 11 11 14 15 16 17 18 19 20 21 AMBIENTES Entrada WC Masculino WC. Masculino WC PNE WC Feminino Hall Hall Depósito Sala de Aula C.3 Sala de Informática Sala de Uso Múltiplo Enfermaria Sala de psicologia Biblioteca Sala de Estudo Área Medida 173,18 14,75 14,79 9,22 30,56 75,87 34,15 19,97 175,75 29,74 63,65 16,89 15,26 144,61 14,10 832,49 m² SUBSOLO
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