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Neuroarquitetura aplicada ao ambiente escolar - TCC SOUSA

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1
Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Trabalho de Conclusão de Curso
Neuroarquitetura aplicada ao ambiente escolar
Gama-DF
2022
Poliana da Silva Souza
Neuroarquitetura aplicada ao ambiente escolar
Fundamentação Teórica apresentada 
como requisito para conclusão do cur-
so de Arquitetura e Urbanismo do Cen-
tro Universitário do Planalto Central 
Apparecido dos Santos – Uniceplac.
Orientadora: Profa. Me. Nicole Ferrer
Gama-DF
2022
Banca Examinadora
Prof. Me. Nicole Ferrer
Examinador
Dedico esse trabalho primeiramente a 
Deus, pois sempre me sustentou duran-
te toda a graduação, aos meus pais, por 
sempre me incentivaram, me apoiaram, 
serem meu porto seguro durante a gra-
duação, minha família e meus amigos que 
sempre acreditaram e confiaram em mim.
AGRADECIMENTOS
 
 Durante todo o percurso da graduação, em especial ao trabalho final, sem dúvi-
das foi uma etapa difícil, com muitos desafios, um momento de altos e baixos onde vi a mi-
nha melhor e a minha pior versão, com muitas lutas, mas também de muitos aprendiza-
dos. Me sinto feliz, grata e realizada por vencer, crescer e conseguir concluir essa trajetória.
 Em primeiro lugar gostaria de agradecer e honrar a Deus que meu fortaleceu em todos os momentos, 
pois nunca me deixou faltar fé, confiança, criatividade, inspiração e calma para prosseguir. Em segundo lugar 
a minha família, principalmente a Marlene, minha mãe, ao meu pai, Evilásio e a minha irmã Talita que sem-
pre estiveram ao meu lado me incentivando, apoiando, motivando, acalmando e me fazendo perseverar. 
 Aos meus amigos e colegas, em especial a Ana Carolina, que foi uma amiga du-
rante a graduação, sempre tão criativa e inspiradora e ao Tarcísio, que sempre acredi-
tou, apoiou e me incentivou a ser uma aluna, estagiária e uma profissional melhor.
 Muito obrigada aos professores que me ensinaram, ajudaram, orientaram, au-
xiliaram nesse percurso, mas principalmente a Nicole, minha orientadora desse tra-
balho, pois esteve me ajudando nessa etapa da graduação. Sou grata por todos os 
que de alguma forma passaram pelo meu caminho e me ajudaram a chegar até aqui. 
RESUMO
 Levando em consideração que a sociedade moderna passa grande parte do tempo em am-
bientes construídos, o presente trabalho de graduação buscou implementar a Neuroarquitetu-
ra como resposta para uma melhora na educação, analisando a importância de entender os es-
paços e como isso impacta diretamente na vida das pessoas no contexto da pandemia. Durante 
a pandemia isso trouxe impactos negativos em relação a educação como falta de concentra-
ção, aprendizado, desenvolvimento de habilidades e de comunicação. Feito uma análise nas ci-
dades do Distrito Federal, foi observado a existência de somente 1 escola no Varjão cujo atende 
somente ao ensino fundamental 1. Por isso o trabalho foi desenvolvido na cidade do Varjão bus-
cando atender a demanda de novas instituições educacionais e aplicar a Neuroarquitetura.
Palavras-chave: Neuroarquitetura; Escola; Educação Infantil; Pandemia; Varjão; Aprendizado. 
ABSTRACT
 Taking into account that modern society spends much of its time in built environments, the 
present undergraduate work sought to implement neuroarchitecture as a response to an improve-
ment in education, analyzing the importance of understanding spaces and how this directly affects 
people’s lives in the context of the pandemic. During the pandemic, this had negative impacts on 
education such as lack of concentration, learning, skills development and communication. Made 
an analysis in the cities of the Federal District, it was observed the existence of only one school in 
Vajra, which only attends to elementary school 1. Therefore, the work was developed in the city of 
Vajra seeking to meet the demand of new educational institutions and apply neuroarchitecture.
Keywords: Neuroarchitecture; School; Child education; Pandemic; Varjão; Apprenticeship.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 AMBIENTE ESCOLAR 
2.1.1 Metodologia da ponte
2.2 BREVE HISTÓRICO DA PANDEMIA
2.3 PANDEMIA E OS IMPACTOS NO APRENDIZADO E NO ESPAÇO ESCOLAR
2.3.1 Educação no isolamento social 
2.3.2 Evasão escolar
2.3.3 Fome
2.3.4 Saúde mental dos estudantes
2.3.4.1 Ansiedade e depressão
2.3.5 Volta às aulas 
2.3.5.1 Violência
2.4 NEUROCIÊNCIA 
2.4.1 Neuroarquitetura
2.4. 2 Neuroarquitetura aplicada ao espaço escolar
3. ESTUDOS DE CASO
3.1 ESTUDO DE CASO 1 
3.2 ESTUDO DE CASO 2 
3.3 ESTUDO DE CASO 3
4. ANÁLISES URBANAS 
4.1 LOCALIZAÇÃO 
4.2 JUSTIFICATIVA DE INTERVENÇÃO/ ESCOLHA DO SÍTIO 
4.3 CONDICIONANTES LEGAIS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS
S
U
M
Á
R
I
O
1. INTRODUÇÃO
1 .1 TEMA
1.2 OBJETIVOS GERAIS 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1.4 JUSTIFICATIVA
1.5 ÉTICA PROFISSIONAL E LEGISLAÇÃO APLICADAS AO TEMA 
6. ESTUDOS DE PROJETO 
6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES 
6.2 FLUXOGRAMA 
6.3 CONCEITO 
6.4 EVOLUÇÃO DA FORMA 
6.5 FORMA 
6.7 IMPLANTAÇÃO 
6.8 CORTE ESQUEMÁTICO
6.9 PARTIDO ARQUITETÔNICO
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.REFERÊNCIAS
S
U
M
Á
R
I
O
5.ASPECTOS AMBIENTAIS
5.1 ANÁLISE DA HIERARQUIA VIÁRIA 
5.2 ANÁLISE DA MOBILIDADE URBANA 
5.3 ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO 
5.4 ANÁLISE DO GABARITO 
5.5 ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS 
5.6 ANÁLISE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS 
5.7 ANÁLISE COPRESENCIAL 
5.8 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA 
5.9 ANÁLISE TOPOGRAFIA 
5.10 ANÁLISE ÁREAS VERDES 
01
INTRODUÇÃO
11
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
 Este projeto de fundamentação teórica tem 
como intenção entender como a neuroarquitetura 
pode ajudar na aprendizagem dos alunos da rede 
pública de ensino no retorno das aulas presen-
ciais. Dadas as complicações da pandemia, os es-
tudos estavam de forma remota, o que influenciou 
no aumento da evasão escolar, por falta de recur-
sos financeiros, acesso à internet, equipamentos 
tecnológicos e aumento nos conflitos familiares. 
 A escola tem o papel de ensinar, fazer 
com que o aluno saiba se relacionar com ou-
tras pessoas, desenvolver valores, desenvol-
ver habilidades, acesso à cultura e preparo 
para o mercado de trabalho. Por esse motivo, 
o projeto busca desenvolver uma escola públi-
ca com o intuito de atender os alunos do ensi-
no fundamental, do 6° ao 9° ano do Varjão. 
 O objetivo é analisar o espaço esco-
lar, propondo melhorias com o intuito de tor-
nar-se um ambiente mais adequado, auxi-
liando no desempenho dos estudos e aplicar 
qualidade na arquitetura escolar pública.
• Entender a importância do espaço no apren-
dizado;
• Desenvolver espaços adequados para os alu-
nos;
• Desenvolver ambientes pensados na saúde 
mental e física;
• Despertar interesse nos estudos por meio da 
neuroarquitetura;
• Desenvolver estratégias para melhorar o ensi-
no público por meio da neurociência aplicada 
ao espaço escolar pós ensino remoto; 
• Desenvolver ambientes adequados para todo 
os funcionários.
1 .1 TEMA
1.2 OBJETIVOS GERAIS 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 A escola é o espaço em que passamos 
boa parte das nossas vidas, da infância e até a 
adolescência. Ela tem um papel importante pois 
molda o aluno, ampliando sua visão de mundo, 
valores, cidadania e qualificação para o traba-
lho. Durante o acesso à educação básica (ensi-
no fundamental e médio), me senti desmotiva-
da, não pertencente àquele espaço, por falta de 
ambientes adequados e atividades monótonas. 
Não tinha nada que despertasse interesse ou 
prazer em estudar e frequentar o espaço escolar. 
 Estudar em um ambiente que estimule a 
criatividade, a interação e a comunicação com 
outros estudantes é importante e possibilita uma 
experiência boa ao aluno, pois marca sua vida de 
forma positiva. Com a pandemia, durante os anos 
de 2020-2021, muitos estudantes não tiveram 
essa experiência, pois as aulas da rede pública 
do DF estavam em modo remoto, o que dificultou 
bastante o aprendizado, gerando experiências 
tristes e frustrantes. Enquanto o aluno da escola 
privada tinha acesso à internet, computador, es-
paço adequado para estudar e o estudo como sua 
únicapreocupação. O aluno da escola pública não 
tinha a mesma realidade, muito menos acesso à 
educação e muitos tendo que abandonar os estu-
dos para trazer auxílio financeiro para a família. 
 O arquiteto ou arquiteta é responsável por 
1.4 JUSTIFICATIVA
12
 O trabalho de fundamentação teórica tem 
o intuito de desenvolver uma arquitetura esco-
lar pública que se encaixa no código 1.1.1, pois 
irá exercer atividades intelectuais com interes-
se público. Segundo o art. 205 e a LDB é cons-
tituído que a educação gratuita e de qualidade 
é direito de todos, o que está incluso nos itens 
1.1.5 e 2.1.1, garantindo que os direitos fun-
damentais como o acesso a uma edificação de 
ensino de qualidade estão sendo defendido, o 
que além disso gera qualidade para a cidade.
 Neste estudo que será utilizado a neu-
roarquitetura como estratégia de melhoria do 
espaço arquitetônico, os itens 2.1.2 o arquite-
to e urbanista deve defender o direito à Arquite-
tura e Urbanismo, às políticas urbanas e ao de-
senvolvimento urbano, à promoção da justiça e 
inclusão social nas cidades, à solução de confli-
tos fundiários, à moradia, à mobilidade, à paisa-
gem, ao ambiente sadio, à memória arquitetôni-
ca e urbanística e à identidade cultural e 2.3.3 o 
arquiteto e urbanista deve envidar esforços para 
assegurar o atendimento das necessidades hu-
manas referentes à funcionalidade, à economi-
cidade, à durabilidade, ao conforto, à higiene e 
à acessibilidade dos ambientes construídos, se 
encaixa no contexto do trabalho, pois tem a fi-
nalidade de defender o direito à arquitetura e 
urbanismo e em assegurar o atendimento das 
necessidades do usuário, referentes a funciona-
lidade do espaço e ao conforto físico e mental.
1.5 ÉTICA PROFISSIONAL E LEGISLAÇÃO APLICADAS AO TEMA 
planejar, organizar, pensar e desenvolver, da me-
lhor forma, espaços adequados para os usuá-
rios. A educação tem um papel fundamental, pois 
é através dela que os alunos vão adquirindo co-
nhecimento, para o desenvolvimento de uma so-
ciedade melhor. Não existe escola sem pensar 
nos alunos, nos professores e funcionários, na 
funcionalidade, nos mobiliários e no espaço, pois 
todos são necessários e precisam andar juntos. 
Segundo o art. 205 da constituição e a LDB, o es-
tudo gratuito e de qualidade é direito de todos. 
Um ensino de qualidade inclui professores capa-
citados e um espaço apropriado para sua função 
e seus usuários. Antes de 2020 a arquitetura es-
colar pública do DF não atendia as necessidades 
dos estudantes e durante a pandemia, o déficit e 
a desigualdade educacional ficaram ainda mais 
evidentes, em diversos quesitos. Houve aumen-
to nos casos de depressão, ansiedade, dificulda-
de em aprender e outros problemas. Com o retor-
no das aulas presenciais, as escolas necessitam 
mais do que simples reformas para atender às 
novas demandas, precisam desenvolver espaços 
que utilizem da neuroarquitetura como respos-
ta para uma melhora no aprendizado, dispondo 
de espaços acolhedores, que estimulem o apren-
dizado, a criatividade, habilidades e ambientes 
pensados na saúde física e mental do estudante. 
02
REVISÃO DE LITERATURA
14
 As construções escolares no Brasil co-
meçaram no final do século 19 a 1920. Predo-
minaram edifícios com características arquite-
tônicas neoclássicas, destacando-se elementos 
como pé direito alto, eixos simétricos e escada-
rias monumentais. Naquela época a escola não 
tinha um prédio sob os cuidados da instituição 
de ensino porque isso era responsabilidade da 
igreja. Durante este período, foram feitas tentati-
vas para construir edifícios escolares exclusivos. 
 Na época, contava-se que não havia um 
único projeto escolar sobre a responsabilida-
de de uma instituição de ensino, pois as facha-
das e pátios de todas as escolas eram seme-
lhantes. Durante a primeira república, o objetivo 
da escola era servir aos ricos. A escola consis-
te apenas em salas de aula e administração.
 A realização da Semana de Arte Moderna 
de 1922 e a Revolução de 1930 influenciaram os 
prédios escolares de 1921 a 1950, em edifícios 
mais compactos, resultando em pilotis no térreo, 
produzindo espaço livre. Até então, a educação 
era voltada apenas para as classes abastadas da 
sociedade, mas em 1932 lançaram o manifesto 
da Nova Vanguarda da Educação, cuja pauta era 
defender as escolas públicas. As construções dei-
xaram de ser coisas espiritualmente relaciona-
das, mas passaram a ser um reflexo das esferas 
política, social e econômica do país, progredindo 
de forma diferente a cada vez, pois deixaram de 
seguir referências arquitetônicas que referencia-
vam estilos históricos. Entre 1949 e 1954, a es-
cola passou a ter prédios modernos. 
 Entre os períodos de 1960 a 1990, a ar-
quitetura escolar exigia a nova concepção. A es-
trutura do edifício era de concreto independen-
te, com pilotis e pátios de recreação e cobertura 
de telhas de fibrocimento. Em 1976 a Conasp 
(Companhia de construções de São Paulo) foi 
criada para auxiliar o projetista com as nor-
mas necessárias para a elaboração do edifício. 
 No período de 1990 a 2010, no estado de 
São Paulo, a arquitetura estava padronizada, blo-
cos monolíticos de três pavimentos. Há quatro ti-
pologias construtivas predominantes (Kowaltows-
ki, 2011): escolas compactadas, verticais; escolas 
horizontais com quadra no centro, escolas dispos-
tas em mais de um volume e escolas longitudinais. 
 A arquitetura por si só não basta, é ne-
cessário ter uma metodologia de ensino, ou seja, 
qual a ferramenta vai ser utilizada para passar o 
conhecimento para os alunos. Tem a metodologia 
tradicional, que trabalha com séries, e sua forma 
de avaliação é por meio de provas e trabalhos, que 
no caso está focado no raciocínio logico e a memo-
rização. Hoje tem diversas metodologias inovado-
ras, que o objetivo é o desenvolvimento, aspectos 
emocionais, comportamentais, sociais, artísticos, 
despertar a curiosidade, e o desejo por estudar. 
A metodologia que vai ser trabalhada e desenvol-
vida nesse trabalho é a metodologia da ponte.
 Essa metodologia é original de Portu-
gal, sendo fundada em 1976 na cidade de Por-
to, de ensino público. Nessa escola não traba-
lham por série, provas e somente 1 professor 
(a), o seu intuito é incluir as habilidades e com-
petência dos estudantes. Os alunos são acom-
panhados por um grupo de orientadores, que in-
tercalam conforme o projeto e a necessidade. 
 Durante sua trajetória na escola, o alu-
no ou a aluna escolhe um tutor (é quem vai 
orientar esse estudante durantes suas ativida-
des), podendo ser um professor, os funcioná-
rios, os próprios pais ou alguém da comunidade. 
 A escola da Ponte define esse nome 
pois o intuito é “fazer a ponte” com o aprendi-
zado e formar indivíduos solidários, comprome-
tidos com o coletivo, com a melhoria das pes-
soas, das cidades e principalmente responsável. 
 Eles utilizam de toda a escola, todos os 
espaços para aprender, então nessa escola as 
salas não são como na metodologia tradicional, 
com fileiras de carteiras, mas vão ter salas com 
uma configuração espacial diferente. Onde tenha 
a possibilidade de atender a grupos de alunos. 
 Essa metodologia trabalha com 2 tipos de 
currículo. O 1° currículo determinará o desenvol-
vimento pessoal, pois passa por 3 etapas, sen-
do elas a iniciação (é ensinado sobre as regras 
de convivência pessoal e social, desenvolvimen-
to da leitura, escrita, conhecimentos lógico-mate-
máticos, nessa etapa o aluno, a aluna tem mais 
contato com o tutor), a consolidação (o contato 
com o tutor diminui, pois ele adquiriu ambiência 
2.1 AMBIENTE ESCOLAR 
2.1.1 Metodologia da ponte
15
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F1.Relação do professor na metodologia da Ponte
Fonte:TFG Arquitetura Escolar e a metodologia fazer a ponte. P.14
 A forma de ensinar e trabalhar é dife-
rente, mas está dentro do currículo do MEC. 
 Essa metodologia se encaixa na proposta 
do trabalho, de desenvolver uma escola para os 
alunos do ensino fundamental2, nesse retorno as 
aulas presenciais, pois como veremos no capítu-
lo 2.3 a pandemia trouxe impactos para a educa-
ção, então o ideal é desenvolver um ambiente es-
colar que trabalha com esses alunos, de forma a 
acolhe-los, ajuda-los a desenvolver aquilo que foi 
prejudicado por conta da covid-19, sendo um es-
paço de interação entre os alunos, preparo para o 
mercado de trabalho realizadas por meio de ofici-
nas com os próprios tutores ou com a comunida-
de. Tendo em vista que a participação dos pais é 
fundamental para um desempenho melhor, então 
a intenção é aproveitar a metodologia que permi-
te os pais serem tutores, para estarem mais perto 
de seus filhos, envolvidos com a educação deles. 
 Essa metodologia tem chegado em algu-
mas escolas do nosso país. Ganhando destaque 
o projeto Âncora, que foi fundada em 1995, na re-
gião de São Paulo, cidade de Cotia, que tinha por 
objetivo de melhorar o ensino e a realidade de vá-
rios adolescentes e crianças. Nós temos essa mes-
ma metodologia implantada em uma escola públi-
ca do Paranoá – DF, fundada em 2018, também 
com o intuito de fazer uma educação significativa, 
que transforma a vida dos alunos e das alunas. 
com o espaço, colegas e desenvolveu com res-
ponsabilidade e domínio do currículo nacional) 
e por último a etapa de aprofundamento (os es-
tudantes já possuem certa independência sobre 
seu comportamento, a rotina, os estudos, das ati-
vidades no coletivo e assim podem assumir o 2° 
ciclo de ensino, que fazem parte do 2° currícu-
lo) . Já o 2° currículo visa a realização pessoal 
do estudante pois tem sua referência é o currícu-
lo de Portugal, que atende 6 dimensões essen-
ciais como, linguística, lógico-matemática, na-
turalista, identitária e artística, pessoal e social.
 Essa figura representa como é a atua-
ção do tutor, tutora dentro da metodolo-
gia da ponte, em que ele circula no espaço e 
não fica preso somente em uma sala de aula.
16
2.2 BREVE HISTÓRICO DA PANDEMIA 
 Em 31 de dezembro de 2019, vários ca-
sos de pneumonia surgiram em Wuhan, na Chi-
na, deixando a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) em alerta. Descobriu-se que esses casos 
de pneumonia nada mais eram do que uma nova 
cepa de coronavírus conhecida como COVID-19. 
 Uma semana depois, em 7 de janei-
ro de 2020, as autoridades chinesas confir-
maram a descoberta de um novo tipo de co-
ronavírus. Eles são a segunda causa mais 
comum do resfriado, e até as últimas déca-
das raramente causavam doenças mais gra-
ves do que o resfriado comum em humanos. 
 Em 26 de fevereiro de 2020, tivemos nos-
so primeiro caso confirmado no Brasil, o que auto-
maticamente levou a medidas de precaução como 
uso de máscaras, álcool em gel, isolamento para 
evitar a propagação do vírus e fechamento de vá-
rios estabelecimentos de serviços não essenciais. 
Inicialmente os serviços considerados essen-
ciais, estão relacionados à produção de assistên-
cia e atendimento hospitalar e médico, serviços 
funerários, transportes coletivos, medicamentos 
e abastecimento de alimentos, gás, luz, água e 
combustíveis. Com o decorrer da situação foram 
liberando abrir alguns estabelecimentos como 
restaurantes, igrejas e bares, porém as escolas 
continuaram fechadas pelo seu alto nível de con-
tágio e consideradas como serviço não essencial. 
 Conforme o site G1 (2021), o Brasil tem 
um dos maiores fechamentos de escolas do país 
e, ainda hoje, 18 estados continuam ensinando 
apenas remotamente, enquanto outros tentam 
equilibrar um formato híbrido entre presencial e 
ensino à distância. “Isso tem um impacto muito 
profundo nas crianças e nos jovens”, disse Flo-
rence Ball, representante do (UNICEF) no Brasil.
 Segundo o site Senado (20211), na câ-
mara foi aprovado a PL 5.595/2020, projeto de 
lei que proíbe a paralisação do ensino presencial 
durante pandemias e tornando a educação um 
serviço essencial. Sobre a volta as aulas presen-
ciais é um divisor de águas, alguns acham fun-
damental, um dever social, porém não é o mo-
mento de voltar. Pôr as escolas não estarem 
seguras e prontas em relação a sua infraestru-
tura como espaços ventilados, que comportem 
o distanciamento; mas outros são a favor de as 
escolas voltarem ao funcionamento presencial, 
por se tratar de que nem todos tem acesso à in-
ternet, prejudicando no desenvolvimento dos 
estudantes e do país, pois se a educação está 
ruim se tornará um reflexo da nossa sociedade.
 Com essa pesquisa realizada pela funda-
ção Lemann podemos observar o quanto é preo-
cupante que o Brasil tenha sido um dos países 
que ficou mais tempo com as escolas fechadas. Se 
considerarmos que a escola ensina, prepara para 
o mercado de trabalho e é responsável pelo desen-
volvimento dos alunos, isso traz um impacto mui-
to grande, pois a escola é uma das responsáveis 
pela formação da nossa sociedade. Certamente 
no presente e principalmente no futuro os estu-
dantes e a sociedade vão sentir um impacto muito 
grande no mercado de trabalho e em outras áreas. 
F2.Brasil em 2° lugar com mais tempo de escolas fechadas
Fonte: fundacaolemann
17
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
 Quando falamos de pandemia, não, é 
algo novo dizer que trouxe impactos para todos 
e tudo, como na área da saúde física e mental, 
da economia, da construção, e principalmen-
te da educação. Para entendermos sobre es-
ses impactos gerados no aprendizado, precisa-
mos aprofundar sobre esse assunto, portanto, 
esse tópico abordará sobre a educação durante 
o isolamento e o retorno das aulas presenciais. 
2.3 PANDEMIA E OS IMPACTOS NO APRENDIZADO E NO ESPAÇO ESCOLAR 
F3.Brasil em 5° lugar com mais tempo de escolas fechadas
Fonte: fundacaolemann
 Com a chegada do novo coronavírus, o 1° 
caso foi em 26 fevereiro de 2020 no Brasil e sua 
facilidade de transmissão, foi necessário que vá-
rios estabelecimentos e instituições fechassem 
as portas, incluindo as escolas para garantir a se-
gurança dos estudantes, o que causou o aumen-
to no déficit de desigualdade na educação, sen-
do uma das mais afetadas durante a pandemia. 
 Com as instituições fechadas, foi ade-
rida o ensino remoto como solução para dimi-
nuir os impactos do isolamento social. A estra-
tégia tinha como objetivo, ter aulas online no 
mesmo horário das presenciais, cujo o aluno 
não estando presente levava falta. Infelizmente 
esse método não foi eficaz, pois os alunos ne-
cessitavam de aparelhos tecnológicos (celular, 
computador de mesa, notebook e outros), uma 
boa rede wi-fi para se conectar, ter um espaço 
adequado para estudar e grande parte dos es-
tudantes da rede pública não tinham esse aces-
so, muitos tinham que utilizar o celular dos pais 
para acessar as aulas, somente sendo possí-
vel quando os responsáveis chegavam do tra-
balho, fora quando tinham que dividir o celu-
lar com o irmão (ã) ou precisavam cuidar deles. 
 A pesquisa realizada pela fundação Car-
los Chagas, mostrado na figura a seguir, tinha 
como objetivo entender como estava a adaptação 
dos alunos em relação a metodologia aplicada. 
2.3.1 Educação no isolamento social 
F4.Estratégias educacionais utilizadas
Fonte: Fundação Carlos Chagas
18
F5.Estudantes sem internet em casa
Fonte: Sinprodf
 Esses dados mostram que a grande maio-
ria tem acesso à internet, mas consta uma mino-
ria sem acesso a conexão de rede, onde precisam 
das atividades impressas para acompanhar os es-
tudos, gerando uma desigualdade na educação. 
 Para a grande maioria, o ensino remo-
to ao invés de ajudar prejudicou o aprendizado 
e principalmente os estudantes, pois muitas es-
colas não têm acesso à internet, computadores 
e uma plataforma digital para receber os alunos. 
 A adaptação para essa nova didática 
foi uma surpresa, pois os professores não esta-
vam preparados para essa digitalização, mui-
tos estavam despreparados para migrar para 
o mundo digital, dado a falta de computado-
res para trabalhar e domínio das ferramentas.
 Os impactos da pandemia na educação, en-
volvem a desigualdade educacional, dificuldades 
noaprendizado, abandono escolar, agravamen-
to na ansiedade e depressão, violência e fome. 
 Nos parágrafos anteriores podemos ter um 
resumo sobre o impacto da pandemia na educa-
ção de forma geral no Brasil, mas é necessário co-
nhecermos como isso impactou o ensino nas es-
colas do Distrito Federal. O GDF aderiu a proposta 
do EAD, desconsiderando a situação de diversos 
alunos e professores. Tendo em vista as dificulda-
des enfrentadas, em 2020 o SINPRO – DF (Sindi-
cato dos professores do Distrito Federal), entre os 
dias 21 e 31 de maio realizou uma pesquisa com 
os pais, mães, responsáveis, coordenadores e 
professores, sobre a Covid – 19 e a volta às aulas. 
 Essa pesquisa aponta que de 460 mil estu-
dantes das escolas públicas do DF, 27,71%, ou seja, 
127 mil alunos não têm conexão à rede para realizar 
as atividades escolares, como mostra na figura 4. 
 Essa porcentagem de 27,71% é me-
nos de 50% dos estudantes do DF e se olhar-
mos em questão de numeração é a minoria, po-
rém se olharmos para a vida de cada um(a) e 
observarmos como são afetados (as) e impe-
didos (as) de continuar os estudos, são muitos 
alunos sem acesso ao aprendizado, conexão 
com os colegas e ao desenvolvimento, geran-
do abandono nos estudos. É uma porcentagem 
preocupante, pois se refletirá no futuro em pes-
soas sem o ensino completo e desempregadas.
19
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F6.Cidades sem acesso à internet
Fonte: Sinprodf
 O SINPRO – DF realizou um levantamento 
dos alunos sem acesso à internet por cidades. Re-
giões administrativas como Paranoá 40,07%, São 
Sebastião 37,45%, Recanto da Emas 36,70%, 
Planaltina 31,36%, Samambaia 30,88%, Ceilân-
dia 30,51% e Gama 30,26% se destacam por se-
rem as mais prejudicas com o ensino EAD, por 
mais de 30% dos alunos não terem acesso à in-
ternet, ocasionando em abandono escolar, en-
sino básico incompleto e profissionais cada vez 
mais desqualificados para o mercado de trabalho. 
F7.Professores que possuem computador
Fonte: Sinprodf
20
 Ainda sobre essa pesquisa foi constata-
da o total de 35 mil professores da rede de en-
sino público, porém foi apontado que 21,97%, 
atuam nas salas de aula, ou seja, 5 mil profes-
sores não têm computadores em casa, invia-
bilizando o planejamento, a execução, a dinâ-
mica e a didática das atividades pedagógicas. 
 Essas porcentagens tanto dos estudan-
tes como dos professores demonstram como 
a educação não está adequada para os avan-
ços tecnológicos e como falta investimento em 
educação de qualidade, tanto em escolas com 
computadores, introduzindo a interação com 
os meios tecnológicos com os alunos e cur-
sos de aperfeiçoamento para os profissionais. 
 Pelo fato de as aulas ficarem remotas isso 
agravou na evasão escolar, algo que já era pre-
sente na educação. A evasão escolar é caracteri-
zada quando o aluno deixa de frequentar à escola. 
 Na tabela abaixo mostra a quantidade de 
alunos que não completaram o ensino básico, 
isso em 2019. Situação bem preocupante, pois 
o lugar dessas crianças e adolescentes deve ser 
dentro das escolas, aprendendo, se desenvolven-
do e se preparando para o mercado de trabalho. 
2.3.2 Evasão escolar
 Se em 2019 com o ensino presencial 
e sem covid-19, a população com o ensino in-
completo estava bem alta, com o isolamento 
e as aulas remotas é mais preocupante ainda, 
pois como garantir a igualdade de ensino se vá-
rias famílias enfrentaram vulnerabilidade social. 
F8.Educação básica em 2019
Fonte: Unicef
F9.Educação básica em 2020
Fonte: Unicef
21
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
 O mais preocupante é que os (as) es-
tudantes de 6 a 10 anos são os que mais tem 
estado fora das escolas. Até os 17 anos é fun-
damental que todas as crianças e adolescen-
tes estejam estudando, porém as fases iniciais 
é uma das mais importantes pois é nessa etapa 
que se aprende a ler, a escrever, a se comunicar, 
a se desenvolver. É preocupante saber que o en-
sino infantil e o fundamental 1 tem apresentado 
mais abandono, gerando atraso no aprendizado. 
 Muitos motivos influenciaram no abando-
no aos estudos durante a pandemia. Os principais 
motivos foram a busca pro trabalho, ocasionando 
em interrupção nos estudos por não conseguirem 
conciliar a rotina, a dificuldade em aprender e a ne-
cessidade por cuidar dos irmãos ou filhos (as). Si-
tuação bem preocupante, pois o lugar dessas crian-
ças e adolescentes deve ser dentro das escolas. 
 A questão financeira teve impacto 
maior em homens de 25 a 29 anos. Em rela-
ção aos jovens de 15 a 17 anos, foi mais per-
ceptível a falta de organização sendo 20% 
e a dificuldade de aprendizado sendo 18%. 
F10.Motivos para evasão
Fonte: Atlasdasjuventudes
 Muitos estudantes enfrentam a realida-
de de terem somente a merenda que a esco-
la oferece e devido a covid-19 muitas pessoas 
ficaram desempregadas, perdendo o susten-
to de suas famílias, gerando fome por falta de 
alimentos e abandono da escola por urgência 
em ajudar os pais nas finanças. Muitos alu-
nos perderam seus responsáveis, passando a 
morar com parente ou serem órfãos, levando-
-os a se autossustentarem, ou seja, procuran-
do emprego para poder trazer alimento para 
casa, ocasionando em abandono dos estudos. 
 A questão de a escola ser esse suporte ali-
mentar para os estudantes não é nada novo, porém 
com a pandemia essa situação ficou ainda mais gra-
ve, desenvolvendo alguns casos no Rio de Janeiro.
 Segundo o site da BBC News Brasil (2021), 
uma professora da rede municipal do Rio de Janei-
ro relatou sobre uma aluna de apenas 8 anos o se-
guinte: “Ela sentou e abaixou a cabeça na mesa. 
Eu a estranhei e chamei à minha mesa. Ela veio e 
eu perguntei se ela estava bem. Ela fez com a ca-
beça que estava, mas com aquele olhinho de que 
não estava. Perguntei se ela tinha comido naque-
le dia, ela disse que não. Fui pegar algo para ela 
na minha mochila — porque eu sempre levo um 
biscoitinho ou uma fruta para mim mesma. Mas 
não deu tempo. Ela desmaiou em sala de aula.”
 O que era fonte de esperança e refeição 
para muitos alunos, virou desesperança pois as 
escolas que serviam merenda estavam com as 
portas fechadas. Outro caso de fome que cha-
ma atenção, segundo o site da BBC News Bra-
sil (2021), um conselheiro da Zona Oeste do Rio 
de Janeiro relatou sobre uma aluna de apenas 7 
anos o seguinte: “Ela havia agredido uma colega, 
depois desafiou a professora e, por fim, acabou 
tentando agredir a direção. A escola nos chamou 
para conversar com essa criança e sua família, 
para saber se tratava de uma reprodução de vio-
2.3.3 Fome
22
lência (quando uma criança agredida reproduz 
a violência que sofre). Mas, conversando com 
essa criança, ela nos relata vontade de comer.”
 Fica evidente como a escola tem um pa-
pel fundamental, pois vai além de somente en-
sinar, mas auxiliar no desenvolvimento da socie-
dade de forma mental e principalmente física. 
Para que as escolas tenham um ensino de qua-
lidade são importantes diversos itens, mas cer-
tamente ter uma alimentação saudável e equi-
librada é um deles e influencia bastante pois 
quando os alunos estão com fome não con-
seguem se concentrar e se distraem facil-
mente prejudicando na qualidade do ensino. 
 A ansiedade não é algo que aconteceu de-
vido à covid-19, pois o ser humano sente ansie-
dade, o que é normal para o corpo humano, sen-
tir aquele frio na barriga, faz parte. Por exemplo, 
se sentir ansioso(a) por ter prova no dia seguinte, 
ter que apresentar um trabalho, visitar um lugar 
novo, o que não é normal nesse caso é ficar suan-
do e tremendo após apresentar um trabalho. 
 Desde a pandemia houve um cres-
cente agravamento em doenças psiquiátri-
cas, impactando a saúde mental de diver-
sas pessoas, desde idosos, mães, pais, jovens, 
adolescentes, crianças, mas convenhamos 
que com toda essa situação que todos passa-
mos é compreensível os aumentos nos casos. 
 A saúde mental das pessoas, foi algo bas-
tante afetada, principalmente quando estavam 
todos dentro decasa. Essa situação se dá pelo 
fato do isolamento gerar a falta de contato físi-
co, a socialização, a comunicação e a interação 
com as pessoas e com o mundo, sendo o conta-
to com outras pessoas algo fundamental, geran-
do a falta de perspectiva e esperança sobre a si-
tuação atual; excesso de conexão com a internet, 
com o trabalho e estudos, enquanto estavam co-
nectados com as pessoas, estavam distantes de-
las; sobrecarga de trabalho e de afazeres dentro 
de casa, por exemplo, a rotina das mães triplicou 
a carga, pois era necessário atender as deman-
das da casa, dos filhos e do trabalho em home 
office. Todas essas situações levaram ao esgo-
tamento mental, consequentemente a uma an-
siedade, transtorno de ansiedade, depressão, 
agressividade, pensamentos suicidas e outros. 
 Essa questão não é algo exclusivo dos alu-
nos, mas foi algo que cresceu, desenvolveu em 
muitas pessoas. Segundo o relatório do atlas da 
juventude, foi feita uma pesquisa sobre a pande-
mia e seus impactos na educação e saúde mental.
2.3.4 Saúde mental dos estudantes 
F11.Efeitos da pandemia sobre a saúde dos jovens-
Fonte: Atlasdasjuventudes
 Nessa pesquisa fica evidente como es- sas doenças psiquiátricas afetam a vida das 
23
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
pessoas. Foi levantado que houve aumen-
to da ansiedade em várias idades, mas prin-
cipalmente em mulheres de 25 a 29 anos. 
 Pelo fato de estarem com medo, de-
sesperançosos, rotina bagunçada, muitos pro-
curam as redes sociais para aliviarem o mo-
mento, a questão não é usar as redes sociais, 
procurar interagir com os amigos e familiares 
no período do isolamento, mas o que prejudi-
ca é o uso exagerado das redes sociais. A pes-
quisa aponta que 56% usaram as redes so-
ciais em excesso o que aumenta a ansiedade. 
 Algo que chama bastante atenção nesses 
dados é a questão da automutilação em jovens 
de 15 a 17 anos. Esses dados são bem preocu-
pantes, pois acaba afetando a rotina das pessoas 
e principalmente o desempenho dos estudantes. 
 Para ajudar a controlar essas doen-
ças existem certas coisas que podem auxiliar, 
como a prática de exercício físico, consultas mé-
dicas de rotinas, terapias, aulas de músicas, 
pinturas, costurar e muitas outras. Foi identi-
ficado que 51% fez algum tipo de atividade fí-
sica, o que auxiliou no controle da ansiedade.
F12.Autocuidado durante a pandemia
Fonte: Atlasdasjuventudes
 A questão das doenças psiquiátricas 
não é consequência da pandemia, já existiam 
ansiedade, violência e desanimo com os es-
tudos antes da covid-19. Porém depois das 
escolas fecharem, essas questões foram agra-
vadas. Dentro desse item iremos abordar so-
bre a saúde mental e como influenciou no 
aprendizado e na socialização de cada um. 
Ao retornarem as aulas presenciais, após passa-
rem praticamente 2 anos estudando somente em 
casa, sem contato com outros estudantes, a con-
vivência com a sala de aula e a rotina do dia-a-dia, 
permitiu o aumento da depressão e ansiedade, 
pois foi uma mudança brusca em relação a rotina 
e também por medo de serem contaminados. A 
solução emergencial para a pandemia foi o isola-
mento, ocasionando em algumas consequências 
e podemos perceber o quanto esse afastamento 
das escolas foi prejudicial para a saúde mental 
por parte dos alunos, professores e funcionários.
Na imagem abaixo mostra a pesquisa realizada pela 
Fundação Carlos Chagas, trazendo em porcenta-
gem o quanto os estudantes aprenderam, quantos 
desenvolveram aumento na ansiedade/depressão 
e quantas pessoas realizaram as tarefas pedidas. 
2.3.4.1 Ansiedade e depressão
24
F13.Efeitos da suspensão das aulas presenciais para os alunos
Fonte: Fundaçãocarloschagas
 Se levarmos em consideração o aumento 
dos sintomas de ansiedade e depressão, isso se 
reflete em diversas áreas, mas principalmente no 
desânimo do estudo, muitos não tinham condi-
ções, animo ou interesse de continuar estudando 
por meio da internet, refletindo em desistência no 
meio do ano letivo, como mostra a figura a seguir.
F14.Situações dos estudos em 2021
Fonte: Senado
 No retorno as aulas presenciais do 1 se-
mestre de 2022, os alunos têm demostra-
do reações como estresse, ansiedade, insegu-
rança, isolamento, imaturidade e entre outros.
 Em Recife, na escola de Ensino Médio 
(Erem) Ageu Magalhães, localizado na zona nor-
te, aconteceu um caso que trouxe alerta a to-
dos. Durante a aplicação de uma prova, 26 
alunos tiveram uma crise coletiva, uma espé-
cie de taquicardia e foram parar no hospital.
 Pelo fato de ficarem praticamente 2 anos 
presos em casa, a habilidade de se conectarem 
com os outros foi ficando defasada o que agravou 
em várias emoções novas, em que os adolescen-
tes não sabem como lidar e nem identificar o que 
está acontecendo, ou seja, gerando agressividade 
e violência nesse retorno das aulas presenciais. 
 Segundo G1 2022 "Existe uma cadeia aí, a 
gente viveu um momento de crise muito grande, 
de crise social, na humanidade. [...] Aumento do 
desemprego, a crise econômica que a gente está 
vivendo, tudo isso faz com que a gente tenha a 
vida afetada, além da pandemia, com a morte de 
pessoas próximas. Nós ficamos dois anos com a 
sombra da morte junto da gente. Tudo isso não ti-
nha como não promover um desequilíbrio emocio-
nal. Um episódio desse [como o da escola] para 
a gente é um sinal", disse Ana Paula a psicóloga. 
25
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
 Com a volta às aulas presenciais, é neces-
sário a criação de espaços acolhedores, que fa-
çam os alunos se sentirem integrados ao espa-
ço, pois devido as incertezas sobre o futuro e a 
falta do contato físico houve o aumento de an-
siedade, depressão, síndrome do pânico, alu-
nos mais violentos, isolados e sem perspecti-
va de futuro. A falta de relações traz um impacto 
negativo na vida do estudante, pois as crianças 
e adolescentes precisam brincar, ter a presen-
ça de outros no ambiente, conversar e socializar 
tendo em vista que faz diferença no desenvolvi-
mento, aprendizado, experiências e habilidades. 
 No início do isolamento, os adultos que tem 
mais maturidade, domínio sobre seus sentimen-
tos, trabalhavam, iam a faculdade, tinham uma 
rotina mais agitada, tendo maior entendimento 
de mundo e de suas emoções, desenvolveram 
doenças psiquiátricas apresentadas no decor-
rer desse tópico. Com as crianças e adolescentes 
não é diferente e com toda certeza trouxe um im-
pacto bem maior em suas vidas, pois ainda estão 
em fase de desenvolvimento de suas emoções, 
mas o fato de ter uma pandemia, ocasionou em 
um amadurecimento bastante apressado ou atra-
sado, tendo em vista tantas mudanças e notícias.
 Pelo que temos conhecimento sobre 
a pandemia, trouxe vários impactos em mui-
tos campos, mas principalmente no desenvol-
vimento do aprendizado e na interação do alu-
no com os (as) colegas, os (as) professores 
(as) e especialmente com o espaço escolar. 
2.3.5 Volta às aulas 
F15.Expectativa em relação ao aprendizado dos alunos
Fonte: Institutopeninsula
 Na imagem à cima mostra que mes-
mo com o retorno das aulas presenciais, 
mais da metade dos professores acreditam 
que os alunos terão um desempenho me-
nor do que o esperado para o ano letivo. 
F16.Percepção dos alunos em relação as aulas presenciais
Fonte: Institutopeninsula
26
 Segundo essa pesquisa feita pelo Ins-
tituto Peninsula, a percepção que os professo-
res tem sobre os alunos é de que 79% estão fe-
lizes por retornarem as aulas presenciais, mas 
que 69% dos estudantes se sentem desprepara-
dos para o aprendizado dentro do ambiente es-
colar. Eles passaram quase 2 anos aprendendo 
de forma remota, então a qualidade do ensi-
no caiu, o que logo gerou uma sensação de des-
preparo no aprendizado, pois não tiveram uma 
preparação para voltarem ao presencial, as au-
las sem o uso da tecnologia, a rotina da escola. 
F17.Estratégias para às aulas presenciais
Fonte: Institutopeninsula
 Para esse retorno às aulas presen-
ciais, não é somente liberar a volta as esco-las, mas é necessário pensar em diversas al-
ternativas e soluções para essa volta. Uma 
das soluções levantadas é de que a famí-
lia deve ter um envolvimento maior no ensino 
e oferta de espaços de escuta e acolhimento. 
 Segundo Doris p 47: 
“Os pais têm um papel fundamental em relação ao 
desenvolvimento das crianças em uma socieda-
de. O papel dos pais pode ser substituído pela co-
munidade onde está a escola, porém, na maioria 
das culturas, a família é vista como o elemento de 
maior influência sobre o desenvolvimento da crian-
ça. A família, sua integridade e seu clima psicoló-
gico são considerados da maior importância para 
apoiar o crescimento sadio das novas gerações.”
 É de extrema necessidade que esses 
alunos recebam o apoio, o incentivo e a par-
ticipação dos pais para que eles tenham âni-
mo para se dedicarem e voltarem a estudar.
F18.Ações para retomar
Fonte: Institutopeninsula
27
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F19.Conteúdos relevantes
Fonte: Institutopeninsula
F20.Modelos para a educação agora e depois da pandemia
Fonte: Institutopeninsula
 Para a volta as aulas são necessárias mais 
do que somente abrir as escolas e garantir os pa-
drões de medidas sanitárias, mas é necessário 
pensar em estratégias para cativar esses alunos, 
trazer novamente aqueles estudantes que aban-
donaram o ensino, ter espaços acolhedores que 
atendam as demandas dos alunos, que inspirem, 
que não faça da escola uma prisão para o estudan-
te, mas que seja um espaço agradável para eles. 
 Nas figuras 18, 19 e 20 abordam so-
bre estratégias para melhorar o aprendizado na 
volta às aulas presencias. Fica claro que não 
basta voltar da mesma forma, na mesma es-
trutura escolar. Deve ser pensado na edifica-
ção escolar, como trabalhar com esses alunos, 
como envolver a família nesse processo de volta. 
2.3.5.1 Violência
 Uma outra consequência agravada pela 
pandemia e que tem chamado muita atenção 
em relação à volta as aulas é a violência. Duran-
te o período que passamos frequentando a es-
cola, sempre ouvimos ou vimos casos de violên-
cia acontecendo no ambiente escolar, então essa 
questão dentro da sala de aula não é novidade 
para ninguém, especialmente por parte dos alu-
nos (as), professores (as), funcionários (as) e pais. 
 A fase da infância e principalmente da ado-
lescência é o período de conhecimento, de des-
coberta tanto emocional como do mundo. Pelo 
fato de o adolescente ter essa fase de descober-
tas, eles ainda não sabem muito bem como lidar 
28
com seus sentimentos. Durante o isolamento foi 
um tempo bastante complicado para eles, pois ti-
veram que lidar com a pandemia, afastamento 
das pessoas, luto pelos parentes e amigos e mui-
tos com a violência doméstica. Nesses momen-
tos difíceis eles precisam de apoio, ajuda para 
gerenciarem suas emoções, porém sabemos que 
no contexto familiar muitas vezes falta esse au-
xílio, ocasionando em adolescentes reprimidos 
e agressivos, que reflete no ambiente escolar. 
 Segundo a reportagem apresentada pelo 
G1, casos de violência ocorreram em todo o Bra-
sil na volta às aulas durante o ano de 2022. Em 
São Paulo, Colégio Floresta 22 de março, acon-
teceu um caso de violência de um adolescente 
de 13 anos que deu facadas na Anna, uma co-
lega de 12 anos. O ocorrido aconteceu na hora 
do intervalo, em que a Anna estava na sala de 
aula e esse colega chegou por trás dando 8 faca-
das, logo em seguida foi levada ao hospital pelo 
professor para ser socorrida. Segundo o pai do 
aluno, disse que sempre foi uma criança normal, 
mas que no último ano passou a ter comporta-
mento mais “adulto” e que está extremamente 
perturbado com todo o ocorrido. O aluno alega 
que “a menina e outros colegas estavam me per-
turbando a um bom tempo e por isso coloquei a 
faca na bolsa... O professor via e não fazia nada.”
 Os episódios se multiplicaram nos últi-
mos dias no Distrito Federal. Em uma escola, 
alunos trocaram socos, até um deles cair e ba-
ter a cabeça no chão. Uma outra estudante agre-
diu a colega e puxou a menina pelos cabelos. 
Alunas de uma outra escola trocaram tapas, so-
cos, puxões de cabelo, e uma delas bate a ca-
beça da outra contra o muro. Desde o início de 
2022, sete menores de idade foram apreendi-
dos por causa de crimes no ambiente escolar. 
Essa onda de violência nas escolas de Brasília 
assustou os pais, alunos e também autoridades 
de segurança pública e educação. Desde a vol-
ta as aulas no Distrito Federal, foram 43 dias le-
tivos até o último caso mais grave. E, nesse pe-
ríodo, 121 ocorrências foram registradas. A 
média é de quase três atos infracionais por dia.
 De acordo com o Correio Braziliense 
(2022), duas ocorrências de violência entre estu-
dantes foram registradas em centros de ensino do 
Paranoá, nesta quarta-feira (24/3). No Centro de 
Ensino Fundamental (CEF) 2, duas meninas saí-
ram no tapa. Em outra escola, um menino foi es-
pancado por um grupo de estudantes da escola. 
A causa das brigas não foi divulgada ou apresen-
tada nas postagens. Segundo a pasta, as ocor-
rências foram fora da escola e o batalhão esco-
lar foi acionado pela direção. Os casos se somam 
às ocorrências registradas nos últimas dias em 
escolas públicas da capital. Ao menos quatro es-
tudantes da educação básica foram alvos de gra-
ves ocorrências de violência em escolas públicas 
da cidade. Na semana passada, um adolescente 
foi esfaqueado no Centro de Ensino Médio 3 de 
Ceilândia. No caso mais recente, uma jovem, 14 
anos, levou quatro facadas nas costas e uma no 
braço, na sala de aula do CEF do Bosque, em São 
Sebastião. A agressão ocorreu nesta quarta-feira 
(23/3) e partiu de um colega da vítima, um aluno 
de 15 anos que estudava no colégio desde feve-
reiro e será transferido em breve, segundo a SEDF.
 Todos passamos pelo isolamento so-
cial, pois a Covid-19 atingiu o mundo e deixou 
sequelas em todos, seja físico ou mental ou a 
perda de um ente querido(a). Mas quando fa-
lamos de educação, esses casos são bastan-
tes preocupantes pois estamos falando de es-
tudantes que no futuro vão estar onde estamos, 
ocupando lugares de influência, sendo necessá-
rio tomar medidas no momento presente. É im-
portante pensar em soluções para ajudar es-
ses adolescentes, no seu desenvolvimento e na 
questão mental que é uma das mais afetadas.
 Essa geração passou algo que as outras 
jamais viveram, os estudantes passaram a con-
viver somente dentro de casa, sem contato com 
o mundo externo, o que é extremamente impor-
tante para o convívio em sociedade. Com es-
ses casos relatados no decorrer desse tópico, 
observa-se que é necessário refletir em estra-
tégias para combater essas questões, como a 
violência, a interação com as pessoas, a ansie-
dade, a paz e pensar em espaços escolares mais 
acolhedores e adequados para os estudantes. 
2.4 NEUROCIÊNCIA 
Durante muito tempo entender a nossa mente, 
saber como o nosso cérebro funcionava era algo 
bastante desconhecido, mas com o desenvolvi-
mento dos seres humanos, da ciência, da tecnolo-
gia e dos profissionais que trabalham nessa área 
passamos a ter mais conhecimento sobre esse 
29
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
assunto, ou melhor dizendo sobre a neurociência. 
 Mesmo com todo o conhecimento, estudos 
e pesquisas realizadas, na atualidade, não se sabe 
de tudo sobre essa área, pois é um campo bastan-
te abrangente e ainda são necessários vários es-
tudos, mas o que temos hoje é um conhecimento 
bastante aprofundado sobre essa área que é bem 
curiosa, interessante e fundamental para as nos-
sas vidas chamada de neurociência, que é o estu-
do do nosso sistema nervoso e como ele funciona. 
 A neurociência é o estudo científico do sis-
tema nervoso, composto em 2 partes, o SNC- sis-
tema nervoso central e o SNP - sistema nervoso 
periférico. O SNC é composto pelo encéfalo e a 
medula espinhal. O SNP é composto pelos ner-
vos e as células nervosas. É fundamental a co-
municação do SNC com o SNP, pois são eles os 
responsáveis por fazer o nosso corpofuncionar. 
Para entendermos melhor como nosso corpo fun-
ciona, é necessário aprofundarmos no assunto. 
 De acordo com Krebs (2015, p.23):
 “O encéfalo ocupa-se de funções muito 
diversas, como pensamento, linguagem, apren-
dizagem e memória, imaginação, criativida-
de, atenção, cons-ciência, experiências emo-
cionais e sono. Além disso, regula ou modula 
funções endócrinas, viscerais e somáticas”.
 O nosso encéfalo é fantástico pois ele é 
responsável por vários sentidos, emoções, sen-
sações, reações, atitudes, lembranças, cada mo-
vimento, nosso controle motor e muitos outros 
são gerados a partir disso. Tendo em vista que 
entender que as coisas acontecem de determi-
nada forma no nosso cérebro e isso direciona 
o nosso corpo, como aprendemos, como guar-
damos memórias, se ficamos em pé ou corre-
mos e que o simples fato de cada área se conec-
tar e se comunicar é simplesmente encantador. 
 Até aqui podemos observar pela escri-
ta de Krebs que o encéfalo é algo realmen-
te importante para o corpo humano. Mas caro 
leitor, se você assim como eu ao iniciar essa 
pesquisa não sabe o que é um encéfalo e está 
se perguntando o que seja, vamos entender o 
seu significado, sua função e sua importância. 
 Geralmente confundimos o encéfalo com o 
cérebro, pois temos a ideia de que o nosso cérebro 
seja toda a nossa massa encefálica. Normalmen-
te confundimos o encéfalo com o cérebro, pois te-
mos a ideia de que seja essa a região responsável 
pela inteligência, emoções, comportamento emo-
cional e memória. Pesa 1,4 kg e tem como prin-
cipal função processar e integrar as informações 
neurais do corpo, pois são emitidos comandos 
como respostas, estímulos, movimentos muscula-
res, secreções de substâncias e comportamentos 
que de alguma forma contribuem para a sobrevi-
vência do indivíduo. Cada área do encéfalo tem 
uma função diferente, mas precisa trabalhar com 
outras áreas para garantir o bom funcionamen-
to do organismo e a sobrevivência do indivíduo. 
O encéfalo é a nossa massa encefálica e se sub-
divide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
 Segundo Cosenza, Ramon, 
M. e Leonor B. Guerra (2011, p.10):
“O cérebro, como sabemos, é a parte mais im-
portante do nosso sistema nervoso, pois é atra-
vés dele que tomamos consciência das infor-
mações que chegam pelos órgãos dos sentidos 
e processamos essas informações, comparan-
do-as com nossas vivencias e expectativas. É 
dele também que emanam as respostas volun-
tárias ou involuntárias, que fazem com que o 
corpo, eventualmente, atue sobre o ambiente.”
 Falando um pouco sobre o nosso cérebro, 
ele localiza-se na parte superior do encéfalo, com-
pondo o telencéfalo responsável pelos dois hemis-
férios cerebrais e o diencéfalo responsável pela 
sensibilidade, motricidade, comportamento e con-
trole emocional, estado de alerta, atividade visce-
ral, circuito motor e a função endócrina. Este órgão 
compõe a maioria do cérebro e representa cerca 
de 80% da massa total da estrutura. 
 O cérebro está relacionado à inteligência, 
linguagem, consciência, memória e muito mais. 
Além disso, consegue processar informações dos 
sentidos e de outras estruturas cerebrais, inician-
do movimentos e influenciando o comportamen-
to emocional. É um órgão do sistema nervoso 
central que é muito importante para o funcio-
namento do corpo. Para Villarouco et al. (2021, 
p.34) o cérebro é considerado como o nosso 
computador central: ele é o responsável pelo 
que pensamos, sentimos e fazemos. Uma parte 
fundamental, pois, é ele quem conecta todas as in-
formações, ocasionando em tomada de decisões. 
 Logo após o cérebro localiza-se o cere-
belo sendo considerado um “minicérebro”, por 
suas extensas funções. Ele é quem faz a co-
municação entre o cérebro e o tronco ence-
fálico. O cerebelo é de extrema importância 
para o sistema nervoso pois é ele o responsá-
vel pelo nosso equilíbrio, postura corporal, coor-
denação motora como caminhar, correr, andar 
de patins e pela nossa aprendizagem motora. 
 A última parte que compõe o encéfalo é o 
30
tronco encefálico, que faz a conexão entre as par-
tes superiores do encéfalo (cérebro e cerebelo) 
com a medula espinal. Essa estrutura é compos-
ta pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. O bulbo é res-
ponsável pelo nosso centro respiratório, batimen-
tos cardíacos, pressão sanguínea e pelo centro do 
vômito. A ponte é a responsável por gerar comuni-
cação do cérebro com o cerebelo. E o mesencéfalo 
é responsável pelos nossos movimentos oculares. 
 Após entendermos de forma resumida so-
bre o nosso encéfalo, podemos nos atentar que 
existe uma infinidade de funções, conexões e 
como o seu funcionamento é fundamental. O que 
acontece no ambiente externo nos afeta sendo de 
forma positiva ou negativa e isso tem um impac-
to muito grande em como vamos reagir em cada 
situação. Isso acontece pois o nosso SNC é com-
posto de milhares de células, mais conhecidas 
como neurônios responsáveis por receber e con-
duzir informações para o nosso sistema nervoso, 
sendo eles os agentes que geram as atividades 
do nosso corpo. Através de uma informação cap-
tada pelo encéfalo gera uma mensagem que che-
ga até o corpo, resultando em comportamentos. 
F21 .Estrutura de um neurônio
Fonte: Livro Neurociência e educação
 A figura a esquerda A é uma célula e à di-
reita B um neurônio e como é a sua estrutura. As 
informações são recebidas pelos dendritos que 
passam para o corpo celular até chegar no axô-
nio, que envia impulsos para a próxima célula. A 
transferência de informação de um neurônio ao 
outro, passa por uma região chamada de sinap-
se sendo no final do axônio com o início de um 
novo neurônio pelos dendritos. Na figura 5 po-
demos entender como é essa transferência de 
informações na sinapse. Para que essa comu-
nicação aconteça é necessária que as substân-
cias químicas, conhecidas como neurotransmis-
sores sejam liberadas, para as outras células. 
 Essas substâncias químicas são res-
ponsáveis por equilibrar, transportar e estimu-
lar as células do nosso corpo. Alguns exem-
plos de neurotransmissores, a adrenalina (fuga 
ou medo), noradrenalina (concentração e aler-
ta), dopamina (prazer), ocitocina (amor), gaba 
(calma), acetilcolina (aprendizado), glutama-
to (memória e aprendizado), endorfina (dor 
e euforia) e serotonina (bem estar e humor). 
31
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F22 .Sinapse
Fonte: Mundoeducação
 No tópico anterior foi abordado so-
bre a neurociência, o estudo do sistema ner-
voso, para entendermos como que nos funcio-
namos. Cada movimento que fazemos, está 
ligado diretamente ao encéfalo. Nesse tópi-
co iremos tratar sobre a neuroarquitetura. 
 A neuroarquitetura é a junção da neuro-
ciência + a arquitetura, com o intuito de desen-
volver qualidade de vida para os seres humanos. 
“Criar essa “ponte” entre ciência e experiên-
cia vem a ser o objetivo da neurociência aplica-
da à arquitetura.” Villarouco et al. (2021, p.21). 
Ou seja, desenvolver melhores experiências para 
os usuários, não que isso já não fosse realiza-
do pelas (os) arquitetas (os), pois esse sempre 
foi o intuito, projetar espaços agradáveis, visan-
do o conforto, tudo isso não é novidade dentro 
da arquitetura, mas o objetivo da neuroarqui-
tetura é avaliar como é o desempenho dos am-
bientes construídos do ponto de vista neural. 
 Segundo a Academy of Neu-
roscience for Architecture (ANFA): 
 “A Neuroarquitetura é um campo inter-
disciplinar que consiste na aplicação da neuro-
ciência aos espaços construídos, visando maior 
compreensão dos impactos da arquitetura so-
bre o cérebro e os comportamentos humano.”
 A neuroarquitetura é utilizada para tra-
zer melhoras e benefícios nas decisões de pro-
jetos, com pretensão em entender o com-
portamento humano dentro do espaço. 
 De acordo com Villarouco et al. (2021, p.30):
 “A vida na sociedade contemporâ-
nea é principalmente a vida dentro de edi-
fícios. Então, se quisermos projetar es-
ses espaços considerando as reações que 
podemos instigar no corpohumano, parece ló-
gico entender como esse organismo funciona.”
 Se pararmos para analisar, grande par-
te das nossas vidas e a forma como usamos o 
nosso tempo e passamos o nosso dia-a-dia, 
é dentro de ambientes construídos, seja o lo-
cal de trabalho, sua casa ou o local de aprendi-
zado, tudo sempre está relacionado a um edifí-
cio ou a um espaço com elementos construtivos. 
Ao ocuparmos esses espaços queremos nos 
sentir bem, confortáveis, de forma que nos es-
timule a permanecer nesse ambiente, sendo 
assim necessário pensar em espaços agradá-
veis, priorizando o bem-estar físico e mental. 
 Para desenvolver e pensar em espaços 
mais adequados para os usuários, é impres-
cindível estudar e compreender o corpo huma-
no e a mente, buscando entender qual o impac-
to do espaço construído na vida das pessoas e 
como o nosso sistema nervoso central reage. 
 Para Villarouco et al. (2021, p.34) o nos-
so cérebro é rico em diversos quesitos, pois cada 
parte é responsável por um sentimento, uma 
emoção, uma reação, uma atividade motora e 
muito mais, ou seja, é o órgão principal do sis-
tema nervoso, tanto que é considerado o “com-
2.4.1 Neuroarquitetura
32
putador central”, pois é ele quem reúne as in-
formações, nos conduzindo a pensar, observar, 
reagir às diversas situações e tomar iniciativas.
 A neurociência aplicada à arquitetu-
ra é uma área bem ampla, que nos permi-
te entender como nosso corpo reage ao am-
biente construído, se sente medo, ansiedade, 
tranquilidade, atenção, raciocínio e entre outros. 
De acordo com Villarouco et al. (2021, p.143):
 “o campo da neuroarquitetura traz uma 
nova perspectiva para os efeitos do ambiente 
construído sobre o indivíduo ao utilizar ferramen-
tas neurocientíficas… Do ponto de vista da neuro-
ciência, a percepção espacial é a capacidade do 
indivíduo de perceber as relações no ambiente.”
 Pela neurociência ser uma área bem pro-
funda, ampla e abrangente é complexo entender 
a sua funcionalidade e todo seu potencial, tendo 
em vista que tem vínculo com as demais áreas, 
o que nos possibilita entender a área da saúde, 
da psicologia, do marketing e da arquitetura. A 
neuroarquitetura é usada no ambiente construí-
do com o intuito de melhorar a relação do cliente 
com o espaço, sendo de forma mais intencional 
em atender às suas necessidades, buscando sem-
pre despertar emoções, conforto físico e mental. 
 Sendo o ambiente construído e os elemen-
tos como tamanho, temperatura, ventilação, ilumi-
nação e cores os que causam impacto, tanto positi-
vo como negativo, podendo aumentar ou diminuir 
as sensações e emoções. Sendo necessário proje-
tar ambientes que estejam em completa conexão 
e diálogo entre si. “o objetivo profissional de ar-
quitetos e arquitetas deve ir além de meramente 
fazer um projeto, um edifício. Os elementos cons-
truídos, externos e internos, funcionam como um 
filtro constante entre a mente humana e o mundo 
que nos engloba.” Villarouco et al. (2021, p.154). 
 “No entanto, a arquitetura deve ser utili-
zada além de observada, o que cria uma dimen-
são técnica do espaço, que será vivenciado, ex-
perienciado.” Villarouco et al. (2021, p.141). A 
arquitetura não pode ser somente funcional ou 
somente atraente, precisa ser desenvolvida com 
o objetivo de ser utilizada, então é necessário que 
seja um espaço estimulante para os usuários. 
2.4.2 Neuroarquitetura aplicada ao espaço escolar 
 O objetivo dessa pesquisa é apli-
car a neuroarquitetura ao ambiente esco-
lar e se tratando da escola, os espaços de-
vem ser convidativos, interessantes e que 
sejam adequados para a sua funcionalidade, 
sua estética e principalmente ao seu público. 
 Sabemos que a grande maioria das es-
colas públicas não tem infraestrutura apropria-
da para atender aos estudantes, o que atra-
palha no desempenho. A sala de aula deve ser 
um espaço adequado para aprender e obter co-
nhecimento, pois o ambiente é um dos respon-
sáveis que influencia no aprendizado dos alu-
nos, seja pela estética, pelos mobiliários e 
também pelos recursos didáticos. De acor-
do com Villarouco et al. (2021, p.152 e 153):
 “à arquitetura tem o potencial de ensinar as 
pessoas, de contar uma história. A arquitetura aca-
ba sendo um instrumento de educação que ensina 
as pessoas a enxergarem determinadas relações 
entre coisas, sejam elas físicas, sejam sociais.” 
 Por falta de ambientes adequados que 
usem a neuroarquitetura, a sensação gerada nos 
alunos é de desconforto, falta de pertencimento e 
atividades monótonas que não desenvolvem ha-
bilidades e criatividade. “Nossos sentidos afetam 
uns aos outros simultaneamente.” Villarouco et 
al. (2021, p.218). A escassez em espaços criados 
conforme o uso, gera desânimo e desinteresse por 
permanência na escola, ocasionando em evasão 
escolar, pois nós somos atraídos pelo que vemos. 
03
ESTUDOS DE CASO
34
 Este projeto é bem diferente de todas as 
escolas que estamos acostumados a ver, a come-
çar por sua forma que é completamente fora dos 
padrões, podemos observar 3 tamanhos diferen-
tes em sua volumetria pois essa escola foi proje-
tada dessa forma, com o intuito de acompanhar e 
crescer juntamente com os alunos tendo em vis-
ta que atende a creche e o ensino fundamental.
 Por se tratar de um edifício público, o de-
sejo era de que fosse convidativo e é possível 
ver como são amplos os ambientes, com bas-
tante cor demonstrando vida ao espaço, sen-
do possível a permanência nesses espaços, ten-
do em vista que são agradáveis e encantadoras. 
 Por se tratar de um edifício público, o de-
sejo era de que fosse convidativo e é possível 
ver como são amplos os ambientes, com bas-
tante cor demonstrando vida ao espaço, sen-
do possível a permanência nesses espaços, ten-
do em vista que são agradáveis e encantadoras. 
F23 .Escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F24 .Escola Kalasatama forma
Fonte: Archdaily
Nome: Escola Kalasatama 
Local: Finlândia
Ano: 2016
Metragem: 8460m2
3.1ESTUDO DE CASO 1
35
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F25 .Corredor externo escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F26 .Sala
Fonte: Archdaily
36
F28 .Cantina
Fonte: Archdaily
F27 .Área dos armários
Fonte: Archdaily
37
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
A escola chama bastante atenção em sua 
forma e principalmente nas cores. A for-
ma como ela interage com o usuário desper-
ta e incentiva o desenvolvimento do estudante.
F29 .Área de convivência escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F30 .Corredor interno escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
38
F31 .Material construtivo escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F32 .Fachada escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
 Nesse estudo de caso o que chamou a 
atenção foi a simplicidade dos materiais e como 
usa as cores, usa concreto e placa de fibrocimen-
to, mas de uma forma que não fica aquela coisa 
chapadona, sem cor e sem vida. Um ambiente com 
cores e usada da forma certa é bastante intuitiva. 
39
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
Pela planta baixa pode ser observado a distribui-
ção dos ambientes e como ele dá suporte e in-
centivo para a interatividade e criatividade dos 
alunos. Os mobiliários foram pensados de forma 
a gerar uma conexão entre o professor e o aluno. 
F33 .Planta baixa térreo escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F34 .Planta baixa primeiro pavimento escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F35 .Planta baixa segundo pavimento escola Kalasatama
Fonte: Archdaily
40
Nome: Escola Pública Ultimo
Local: Austrália 
Ano: 2021
Metragem: 11000m2
 Esse projeto priorizou a conexão sensorial 
com as crianças, utilizando da natureza para co-
nectar e ensina-las. Tem ambientes que estimulam 
novas interações e , é bem flexível ao aprendizado. 
 Percebe-se que a conexão e integração 
é algo presente tanto do lado externo quando 
no interno, pois vendo essas imagens observa 
essa interação. No interior do edifício observa-
-se um espaço bem amplo o que influencia no 
relacionamento e socialização dos estudantes. 
3.2 ESTUDO DE CASO 2
F37 .Corredor externoescola Kalasatama
Fonte: Archdaily
F36 .Escola Pública Ultimo
Fonte: Archdaily
41
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F38 .Sala
Fonte: Archdaily
 O que fez esse projeto se diferenciar dos 
demais analisados é a forma que o projeto se 
adequa ao terreno, criando pátios e espaços de 
convivências entre os alunos e incentivando o 
contato com a natureza. Pelo fato de ter um ter-
reno bem íngreme isso possibilitou a criação 
de pátios, gerando espaços de lazer e conexão.
F39 .Planta baixa térreo
Fonte: Archdaily
42
F40 .Planta baixa primeiro pavimento
Fonte: Archdaily
F41 .Planta baixa segundo pavimento
Fonte: Archdaily
43
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR F42 .Planta baixa terceiro pavimento
Fonte: Archdaily
F43 .Planta baixa quarto pavimento
Fonte: Archdaily
44
Nome: Colégio Kalasatama
Local: Espanha
Ano: 2019
 A arquitetura foi desenvolvida com o intui-
to de priorizar o conforto visual, ambiente e ilumi-
nação e diversificar os usos. Por meio desse hall 
e desses corredores coloridos podemos observar 
que é uma arquitetura intuitiva, pois por meio das 
cores indica o andar e a sala que você quer chegar. 
3.3 ESTUDO DE CASO 3
F44.Escola Elgording
Fonte: Archdaily
F45.Ambiente interno
Fonte: Archdaily
45
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
 Na sala de aula é 
notório o mobiliário con-
fortável e um ambien-
te com flexibilidade em 
seu uso podendo ser 
uma sala de aula, sala 
de reunião, sala criati-
va e entre outras varie-
dades em sua utilização.
F46.Andar verde
Fonte: Archdaily
F47.Corredor azul
Fonte: Archdaily
46
 O edifício foi implantado da seguinte for-
ma com o intuito de priorizar a orientação so-
lar para favorecer o clima para a arquitetura. 
 
F48.Sala de aula
Fonte: Archdaily
F49.Planta baixa
Fonte: Archdaily
04
ANÁLISES URBANAS
48
 A atual cidade que hoje é regularizada, 
nem sempre foi assim pois anteriormente era 
uma invasão. Em meados de 1970 quando mui-
tas famílias já tinham vindo para Brasília, al-
gumas pessoas que tinham posso das terras 
que eram do GDF resolveram distribuir peda-
ços de terra para os conhecidos como familia-
res e empregados, totalmente de forma irregular. 
 Sendo nesse momento que novas di-
visões completamente irregulares acontece-
ram. Em 1991 o decreto liberado para criar 
a vila Varjão foi assinado. Em 1997 um pla-
no urbanístico para melhorar a vizinhança 
foi criado. Somente em 06, de maio de 2003 
foi criada a Região Administrativa do Varjão. 
 O terreno se localiza na cidade do Varjão, 
próximo ao Plano Piloto e ao Lago Norte. Próxi-
mo a cidade do varjão observa-se há existência 
da BIOTIC, um polo de ciência, tecnologia e ino-
vação, o que pode trazer diversos benefícios para 
a população e para a escola a ser desenvolvida. 
Podemos observar que o lote de estudo está pró-
ximo ao terminal de ônibus, alguns aparelhos 
de ginástica, quadras poliesportivas e ao pec. 
4.1 LOCALIZAÇÃO
F50.Localização macro
Fonte: Da autora, 2022.
F51.Localização meso
Fonte: Da autora, 2022.
F52.Localização micro
Fonte: Da autora, 2022.
49
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
4.2 JUSTIFICATIVA DE INTERVENÇÃO/ ESCOLHA DO SÍTIO
 A escolha do lote se constitui na premis-
sa de que na cidade do Varjão, existe somente 1 
escola pública que atende apenas aos estudan-
tes do 1° ao 5° ano, o que ocasiona em abando-
no na continuidade do ensino básico, tendo em 
vista a distância das outras instituições. O Lago 
Norte é muito perto da cidade o que facilita na 
migração dos estudantes do ensino fundamental 
2 e ensino médio para uma escola nova, porém 
essa questão não anula a inexistência de esco-
las adequadas para todo seu público, pois é com-
preensível que os alunos mais velhos se deslo-
quem sozinhos até o ambiente escolar por terem 
mais autonomia e serem mais independentes, 
mas para as crianças menores que dependem 
dos pais para se locomoverem, inviabiliza todo o 
deslocamento. A educação básica e de qualida-
de é direito de todos, isso inclui ofertar o ensi-
no fundamental todo, do 1° ao 9° ano, mas não 
existe a oferta de novas turmas na instituição 
atual. A proposta arquitetônica para uso do ter-
reno é desenvolver uma escola, para atender as 
demandas atuais e gerar espaços de qualidade.
 Segundo o PDAD 2018 (Pesqui-
sa Distrital por amostra de domicílios), 
40,3% da população com 25 anos ou mais 
não tem o ensino fundamental completo.
 
F53.Localização micro
Fonte: Dados PDAD 2018, CODEPLAN
F54.Distribuição onde a escola em que estudam está
Fonte: Dados PDAD 2018, CODEPLAN
Segundo o PDAD 2018 (Pesquisa Distrital 
por amostra de domicílios), 36,5% dos estu-
dantes frequentam a escola no Lago Norte.
50
 Pelo fato de o Varjão ter surgido de uma 
invasão, não houve planejamento de espa-
ços destinados a novas escolas, porém obser-
va-se a existência de uma área já regulamen-
tada, o que está sendo então utilizado para a 
realização desse trabalho. Esse lote caracteriza-
-se como uso institucional equipamento público. 
 O lote é 100x120 totalizando 12.000m2. 
Sendo sua taxa de ocupação de 50% do terreno. 
O C.A é 1 e o C.M é 4,5. Geralmente os lotes pos-
suem um rico potencial no c.a, porém em uso ins-
titucional costuma ser bem baixo. A altura máxi-
ma é de 12,00m aproximadamente 4 pavimentos. 
Sendo necessário ter 20% de permeabilidade. 
4.3 CONDICIONANTES LEGAIS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS
F55.Condicionantes legais
Fonte: Da autora, 2022.
F56.C.A, Gabarito e permeabilidade
Fonte: Da autora, 2022.
05
ASPECTOS AMBIENTAIS
52
5.1 ANÁLISE DA HIERARQUIA VIÁRIA
 Nota-se que no varjão, a cidade tem 
um fluxo agitado, porém não tanto, tendo e vis-
ta que as vias são caracterizadas por cole-
toras, locais e vias não pavimentadas. A via 
na frente do lote é a que liga a cidade com 
as áreas de chácaras ao redor do terreno. 
5.2 ANÁLISE DA MOBILIDADE URBANA
 O terreno é privilegiado em relação ao 
transporte coletivo pois está próximo ao termi-
nal dos ônibus, embora sejam pontos de ônibus 
e não paradas, nota-se a facilidade no desloca-
mento dos estudantes até o lote. Na vizinhan-
ça temos calçadas em muitas ruas, mas são in-
constantes dificultando a vida do pedestre pois 
alguns trechos não têm calçada ou quando tem, 
encontra-se em estado inapropriado. No en-
torno infelizmente não encontramos ciclovia.
F56.Hierarquia viária
Fonte: Da autora, 2022.
F57.Mobilidade Urbana
Fonte: Da autora, 2022.
5.3 ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO 
 O entorno do lote é composto por lo-
tes de uso misto, contendo residências e co-
mércio, o que é bom para a futura implantação, 
pois é uma região que não traz muito ruído pre-
judicando o aprendizado dos estudantes e por 
ser uma área mais afastada do centro é bom 
ter lotes de uso misto que facilita no comércio.
F58.Uso e ocupação
Fonte: Da autora, 2022.
53
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
5.4 ANÁLISE DO GABARITO
 No gabarito previsto em lei, a LUOS pre-
viu edificações com até 9,5 m de altura, possibi-
litando diversos pavimentos para as residências, 
com padronização nos tamanhos das edificações. 
 No gabarito existente é possível notar 
uma variedade nas alturas das casas, sendo de 
2 pavimentos a que mais se destaca no bairro. 
Dessa forma gerando diversidades na cidade.
F59.Gabarito permitido por lei
Fonte: Da autora, 2022.
F60.Gabarito Existente
Fonte: Da autora, 2022.
F61.Cheios e vazios
Fonte: Da autora, 2022.
5.5 ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS
 Observa-se que as partes cheias estão re-
lacionadas as construções e o grande vazio pre-
dominante se dá pelas vias, calçadas e principal-
mente a vegetação no entorno do terreno que 
se caracteriza por arbustos e massas arbóreas. 
54
5.6 ANÁLISE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS
 Nesse mapa é notório a falta de equipa-
mento público próximo ao terreno, se destacando 
somente o a academia comunitária. A implanta-
ção da escola nessa área trará mais diversidade 
de usos para a região, com novos equipamentos.
5.7 ANÁLISE COPRESENCIAL
 As áreas que maistem fluxo, conexões, 
circulação de pessoas se concentra nas áreas 
em vermelho. Por se tratar de uma área residen-
cial e quase nenhum equipamento público, a re-
gião predominante de atividades é a que tem 
um fluxo por questão do transporte público o 
que acaba gerando interação com as pessoas.
F62.Equipamentos públicos
Fonte: Da autora, 2022.
F63.Copresença
Fonte: Da autora, 2022.
F64.Bioclimático
Fonte: Da autora, 2022.
5.8 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA
 Através da análise bioclimática po-
demos observar que as fachadas noroeste 
e sudoeste recebem as maiores incidências 
solares, sendo as mais quentes e que neces-
sitaram tratamentos para melhorar a qualida-
de dos ambientes. As fachadas leste e noroes-
te são as que permitem a ventilação entrar e 
sair do ambiente. Pelo fato de estar próximo 
a uma via que tem conexão direta com termi-
nal rodoviário, gera ruídos por ter transpor-
te coletivo passando com bastante frequência. 
55
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
F65.Curvas de nível
Fonte: Da autora, 2022.
5.9 ANÁLISE TOPOGRAFIA
 Pela presença de 12 curvas de ní-
vel, observa-se que o terreno é íngre-
me. O terreno tem 6,66% de inclinação.
F66.Corte topográfico
Fonte: Da autora, 2022.
F67.Áreas verdes
Fonte: Da autora, 2022.
5.10 ANÁLISE ÁREAS VERDES
 Ao observar a concentração de vege-
tação, sendo arbustos, árvores isoladas, mas-
sa arbórea e área de interesse ambiental. A 
implantação do projeto arquitetônico nessa 
região vai auxiliar no clima tornando um am-
biente mais agradável, auxiliando no conta-
to dos alunos com a natureza e uma cons-
cientização em preservar o meio ambiente. 
06
ESTUDOS DE PROJETO
57
NEUROARQUITETURA APLICADA AO ABIENTE ESCOLAR 
6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES
 A proposta de uma escola utilizando da 
neuroarquitetura é elaborar uma nova tipolo-
gia de instituição educacional visando atender 
as necessidades dos usuários, com base nisso 
foi desenvolvido o programa de necessidades. 
 Foi pensado em 5 setores, como adminis-
trativo (para atender ao professores, ou seja o cor-
po docente), pedagógico (foco nas áreas de ensino 
como salas de aula), vivência (pensado nas áreas 
de convivência e interação entre os alunos, como 
biblioteca, quadra, pátios e refeitório), serviço (es-
paços que envolvem o trabalho dos funcionários da 
cozinha, limpeza e demais) e estacionamento (vol-
tado para as vagas de estacionamento para pro-
fessores, visitantes, carga e descarga e demais). 
GSEducationalVersion
TÉRREO
N°
02
08
08
09
10
11
11
14
15
16
17
18
19
20
21
AMBIENTES
Entrada
WC Masculino
WC. Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
Hall
Depósito
Sala de Aula C.3
Sala de Informática
Sala de Uso Múltiplo
Enfermaria
Sala de psicologia
Biblioteca
Sala de Estudo
Área Medida
173,18
14,75
14,79
9,22
30,56
75,87
34,15
19,97
175,75
29,74
63,65
16,89
15,26
144,61
14,10
832,49 m²
SUBSOLO
N°
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
AMBIENTES
Auditório
Labaratório
Sala de Música
Sala de Dança
Sala de Artes
Depósito de Educação Física
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
Oficina
Área Medida
596,95
30,10
29,73
30,06
29,73
22,41
27,91
4,60
28,40
108,10
140,50
1.048,49 m²
2° PAVIMENTO
N°
08
09
10
16
17
17
33
34
35
36
AMBIENTE
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Sala de Informática
Sala de Uso Multiplo
Sala de Uso Múltiplo
Sala de Aula C. 1
Vestiário Feminino
Vestiário Masculino
Apoio funcionários
Área Medida
14,21
4,28
14,21
38,75
111,86
61,19
188,80
27,58
28,36
18,18
507,42 m²
1° PAVIMENTO
N°
03
03
03
08
08
08
09
10
11
16
17
18
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
AMBIENTE
Corredor
Corredor
Laboratório
Escada
WC Masculino
WC. Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Sala de Reunião
Diretória
Recepção
Coordenação Pedagógica
Sala dos Professores
Lavanderia
Cozinha
Jardim
Refeitório
Sala de Jardinagem
Sala de Aula C.2
Área Medida
37,40
103,72
26,81
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1.079,34 m²
GSEducationalVersion
TÉRREO
N°
02
08
08
09
10
11
11
14
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16
17
18
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20
21
AMBIENTES
Entrada
WC Masculino
WC. Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
Hall
Depósito
Sala de Aula C.3
Sala de Informática
Sala de Uso Múltiplo
Enfermaria
Sala de psicologia
Biblioteca
Sala de Estudo
Área Medida
173,18
14,75
14,79
9,22
30,56
75,87
34,15
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63,65
16,89
15,26
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14,10
832,49 m²
SUBSOLO
N°
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
AMBIENTES
Auditório
Labaratório
Sala de Música
Sala de Dança
Sala de Artes
Depósito de Educação Física
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
Oficina
Área Medida
596,95
30,10
29,73
30,06
29,73
22,41
27,91
4,60
28,40
108,10
140,50
1.048,49 m²
2° PAVIMENTO
N°
08
09
10
16
17
17
33
34
35
36
AMBIENTE
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Sala de Informática
Sala de Uso Multiplo
Sala de Uso Múltiplo
Sala de Aula C. 1
Vestiário Feminino
Vestiário Masculino
Apoio funcionários
Área Medida
14,21
4,28
14,21
38,75
111,86
61,19
188,80
27,58
28,36
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507,42 m²
1° PAVIMENTO
N°
03
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08
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30
31
32
AMBIENTE
Corredor
Corredor
Laboratório
Escada
WC Masculino
WC. Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
WC Masculino
WC PNE
WC Feminino
Sala de Reunião
Diretória
Recepção
Coordenação Pedagógica
Sala dos Professores
Lavanderia
Cozinha
Jardim
Refeitório
Sala de Jardinagem
Sala de Aula C.2
Área Medida
37,40
103,72
26,81
19,45
14,22
14,79
8,91
29,45
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GSEducationalVersion
TÉRREO
N°
02
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AMBIENTES
Entrada
WC Masculino
WC. Masculino
WC PNE
WC Feminino
Hall
Hall
Depósito
Sala de Aula C.3
Sala de Informática
Sala de Uso Múltiplo
Enfermaria
Sala de psicologia
Biblioteca
Sala de Estudo
Área Medida
173,18
14,75
14,79
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14,10
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SUBSOLO
N°
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Labaratório
Sala de Música
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Sala de Uso Multiplo
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WC Masculino
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WC Masculino
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Sala de Reunião
Diretória
Recepção
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Sala dos Professores
Lavanderia
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Refeitório
Sala de Jardinagem
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Entrada
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WC PNE
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Depósito
Sala de Aula C.3
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Área Medida
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