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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CAMPUS NOVA IGUAÇU CURSO DE PSICOLOGIA BEATRIZ DA CUNHA CORRÊA – 201908149027 Turma 3028 Atividade avaliativa para composição de nota da disciplina Técnicas Projetivas e Expressivas de Avaliação, do Curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá – UNESA. Professora: Erika Barbosa de Araújo Nova Iguaçu - RJ 2022 INTRODUÇÃO Um teste psicológico é considerado pelos pesquisadores como um instrumento de medida, um procedimento por meio do qual se busca medir um fenômeno psicológico que se deseja observar e investigar. Portanto, o teste psicológico é visto como uma medida padronizada e objetiva de uma amostra comportamental. Estes testes auxiliam na Avaliação Psicológica com dados úteis e confiáveis (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2004). Dentro da categoria intitulada “testes psicológicos” temos subcategorias, como por exemplo, os testes expressivos e os testes projetivos. As técnicas expressivas se configuram como situações nas quais há uma ampla liberdade, tanto de instruções quanto do material utilizado. Já as projetivas têm respostas livres, e material definido e padronizado, embora ambíguo. Não há dúvidas de que as técnicas projetivas geram dados sobre a estrutura e dinâmica da personalidade, sinalizando com detalhes a qualidade perceptiva do mundo interno e externo das pessoas (WEINER, 2000). A utilidade das técnicas projetivas está no fato de as tarefas solicitadas permitirem liberdade de respostas que abrem espaço para a fantasia, estimulando a projeção de conflitos, angústias e ansiedades de conteúdos internos que estão encobertos, latentes e/ou inconscientes (ANASTASI; URBINA, 2000). A maior vantagem das técnicas projetivas é o fato de possibilitarem a compreensão do funcionamento psíquico, único e singular, das pessoas, o que inclui compreender os recursos internos e defensivos que são utilizados frente a situações de difícil resolução. As técnicas projetivas apreendem sinais subjetivos e manifestações do inconsciente que não são observáveis diretamente no comportamento, tornando o papel das teorias que estudam a psicodinâmica indispensável durante o processo de interpretação dos dados. Embora esse termo tenha sido utilizado de modo claro na época em que foi introduzido, visto que expressava a ação de projetar conteúdos internos no mundo externo, hoje em dia muitos pesquisadores o consideram equivocado, já que os processos psicodinâmicos envolvidos vão além de uma compreensão centrada somente na projeção como um mecanismo de defesa do ego tal como postulava a psicanálise (ANASTASI; URBINA, 2000). E como toda técnica projetiva, ele “estimula a projeção de elementos da personalidade de áreas de conflito dentro da situação terapêutica” (Buck pg.1), permitindo assim que estes conflitos, interesses gerais dos indivíduos e aspectos específicos do ambiente que ele ache problemático sejam identificados. Os testes projetivos são eficientes para descobrir, conflitos existentes, seja e eles passados, presentes e futuros, em cada indivíduo que se encontra em situações de vulnerabilidades, que se queixam de problemas familiar, pessoal ou relacional. TESTES • TAT - Teste de Apercepção Temática O Teste de Apercepção Temática (TAT) é considerado uma técnica projetiva que consiste em apresentar ao sujeito uma série de pranchas selecionadas pelo examinador que retratam situações sociais e relações interpessoais, em que o examinando deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas apresentadas. As histórias obtidas com frequência revelam componentes importantes da personalidade, que são decorrentes de duas tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray: a primeira delas é a tendência das pessoas para interpretar uma situação humana ambígua baseando-se em suas experiências passadas e em seus anseios presentes; a segunda é a inclinação das pessoas que escrevem histórias para agir de igual maneira: utilizar o acervo de suas experiências e expressar seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes. • CAT-A - Teste de Apercepção Infantil - figuras de animais O teste CAT tem como objetivo investigar a dinâmica da personalidade da criança em sua singularidade, de modo a compreender o mundo vivencial da criança, sua estrutura afetiva, a dinâmica de suas reações diante dos problemas que enfrenta e a maneira como os enfrenta. A opção pelo uso de figuras de animais baseou-se nas expectativas, decorrentes da prática clínica, de que essas figuras, ao contrário das humanas, favoreceriam a identificação imediata das crianças e eliciariam material idiográfico com maior facilidade - hipótese corroborada por fábulas, contos de fadas, alta porcentagem de respostas de conteúdo animal dadas pelas crianças ao Rorschach, alta frequência de fobias de animais em crianças, papel dos animais nas culturas primitivas, identificação com animais nas brincadeiras infantis, popularidade dos animais nos programas de TV (Flipper e Lassie, entre outros). Além disso, as figuras de animais, comparadas às figuras humanas, oferecem vantagens como menor viés cultural e maior indefinição quanto ao gênero e à idade. Concluiu-se que as figuras de animais aumentariam o grau em que as atribuições de gênero e idade dos personagens das histórias se baseassem nas motivações da criança, e não nos fatores perceptuais de "demanda do estímulo", proporcionando, dessa forma, informações valiosas associadas às atitudes subjacentes da criança em relação a figuras adultas importantes. • CAT-H - Teste de Apercepção Infantil - figuras de animais O objetivo do CAT-H é o mesmo da CAT-A. No entanto, Após a criação do CAT- A, evidências indicaram que algumas crianças respondiam melhor a figuras de animais e outras a figuras humanas. Diante disso, Bellak e Bellak (1965) desenvolveram a versão do CAT com figuras humanas, acreditando que seria mais adequada para crianças mais velhas e de QI mais alto. O grande desafio para a criação do CAT-H foi assegurar algum grau de ambiguidade das figuras quanto ao gênero, à idade e aos atributos culturais - tarefa bem mais simples na versão com animais. Embora o grau de ambiguidade obtido não seja tão alto quanto o da versão animal, Bellak e Abrams (1997) consideram ser suficiente para estabelecê-lo como instrumento bastante útil para os fins a que se propõe. • Teste de Rorschach O Teste de Rorschach é um dos mais famosos testes psicológicos projetivos no mundo. Os psicólogos usam o Teste de Rorschach para examinar as características da personalidade e o funcionamento emocional do paciente. Esse teste é frequentemente empregado para detectar padrões de pensamento subjacentes e diferenciar as disposições psicóticas e não psicóticas no pensamento de uma pessoa. O Teste de Rorschach também é usado em casos forenses e de guarda de menores, bem como para avaliar o grau geral de adaptação de uma pessoa à sociedade. CASO (SIMULAÇÃO) Paciente: Criança de 5 anos, sexo feminino. Queixa: Ansiedade e agressividade. Contextualização: Na entrevista inicial a mãe relatou que a criança teve desenvolvimento cognitivo e psicomotor dentro do tempo esperado; mas que tem insegurança, ansiedade e medo; apresenta dificuldade na escola em relação às provas por não se sentir confiante em realizá-las. A mãe também afirmou que a paciente tem frequentes “explosões” que envolvem agressões a si própria ou gritos quando não consegue o que quer, ou quando se sente incomodada. Objetivo: Avaliar as características da personalidade da paciente, para traçar suas tendências emocionais e as características psicológicas que determinam seus padrões de pensamento, ação e sentimento. Teste requerido na situação: CAT-A. Esse teste foi escolhido tendo em vista o objetivo do teste, além da idade, características e demanda da paciente. Emborao teste CAT- H tenha os mesmos objetivos, Bellak e Hurvich (2005) destacam que o CAT-A deve ser considerado como primeira opção na prática clínica, sendo a exceção apenas para crianças na faixa de 7 ou mais, particularmente quando a idade mental for muito superior à idade cronológica, o CAT-H poderá ser mais útil. O teste nos auxilia no entendimento da estrutura de personalidade e a forma com que a criança reage e lida com as questões do seu desenvolvimento. REFERÊNCIAS ANASTASI, Anne; URBINA, Susana. Testagem psicológica. Artmed, 2000. BELLAK, L.; HURVICH, M. S. CAT-H: Children’s Apperception Test. 2005. BELLAK,L. & ABRAMS, D.M. CAT-A: Teste de apercepção infantil: figuras de animais. São Paulo: Vetor, 2010 (Coleção CAT-A; v.1; Tradução: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva) brasileira por Adele de Miguel... et al. ; tradução: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva) BELLAK,L.M. CAT-H: Teste de apercepção infantil: figuras humnas. 1.ed. São Paulo: Vetor, 2016. (Volume elaborado por Leopold M. Bellak e Marvin S. Hurvich; tradução: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva) BUCK, Jonh N. H-T-P: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e guia de interpretação / Jonh N. Buck; tradução de Renato Cury Tardivo; revisão de Iraí Cristina Buccato Alves. - - 1 ed. Vetor, 2003. EXNER, John E.; CLARK, Beth. The Rorschach. In: Clinical diagnosis of mental disorders. Springer, Boston, MA, 1978. p. 147-178. MURRAY, H.A. e colaboradores da Clínica Psicológica de Harvard. T.A.T. : Teste de Apercepção Temática. 3.ed. adaptado e ampl. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005 (Adaptação e padronização brasileira: Maria Cecília Vilhena M. Silva). WOOD, James M. et al. Limitations of the Rorschach as a diagnostic tool: A reply to Garfield (2000), Lerner (2000), and Weiner (2000). Journal of Clinical Psychology, v. 56, n. 3, p. 441-448, 2000.
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