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BULLYING E O IMPACTO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PEDAGOGIA – EAD.
	
 
Larissa de Oliveira Longo RA: 1778126
Bullying E O IMPACTO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Campus Bauru
2022
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PEDAGOGIA – EAD.
Larissa de Oliveira Longo RA: 1778126
Bullying E O IMPACTO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Trabalho monográfico – Curso de graduação – Licenciatura em pedagogia, apresentado à comissão organizadora da UNIP EAD sob orientação do Prof° Dr° Tadeu dos Santos. 
Campus Bauru
2022
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é identificar e descrever a ocorrência do Bullying em no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. O bullying é um fator presente no ambiente escolar que se manifesta através de atos de violências sejam elas de forma física ou verbal, de forma rotineira e repetitiva, tornando-se um pesadelo na vida e no processo educacional de muitas crianças e adolescentes. Esta ação, apesar de percorrer anos ganhando espaço no meio escolar, contribui para que esses futuros jovens e adultos venham enfrentar não somente a dificuldade na aprendizagem, devido emocional em desequilíbrio resultante das ações de bullying,mas também traumas que percorrerão sua juventude, vida adulta e âmbitos de aspirações pessoais e profissionais. 
Palavras-chave: bullying; aprendizagem, escola, prevenção.
SUMÁRIO
1. COMPREENSÃO SOBRE O BULLYING ...............................................................3
 1.1 O bullying ........................................................................................................3
 1.2 O papel dos educadores em intermediar as ações de bullying ...................8
2. O AMBIENTE ESCOLAR E O BULLYING ...........................................................10
 2.1 As Formas do Bullying .................................................................................10
 2.2 O bullying no ambiente escolar ...................................................................13
 2.3 O bullying nas escolas públicas e privadas ...............................................16
3. AS IMPLICAÇÕES DO BULLYING E AÇÕES......................................................20
 3.1 O bullying no ambiente escolar ...................................................................20
 3.2 As ações da educação, fundamentais contra o bullying ..........................28
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................33
5. REFERENCIAS ..................................................................................................35
INTRODUÇÃO 
Falar sobre bullying é falar sobre violência, sobre uma ação repetitiva desta, que ocasiona danos severos e significativo na vida de crianças, que perpetuam esses traços na fase de desenvolvimento, levando como herança traumas para adolescência e demais fases. Para Fante (2005) é inquestionável o poder que a violência carrega na vida de tantos que, sob a mira do medo, pavor e insegurança, apresentam na realidade em que vivem, não apenas os estigmas traçados por uma vulnerabilidade social evidente, como também panoramas influenciados pela cultura e pela forma como a sociedade trabalha as suas relações sociais. Dentro dessa perspectiva, a violência escolar, conhecida como bullying, ganha destaque, configurando como fenômeno social de escala mundial capaz de atingir diariamente inúmeros indivíduos.
O objetivo desta pesquisa é identificar e descrever a ocorrência do Bullying em no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. O bullying é um fator presente no ambiente escolar que se manifesta através de atos de violências sejam elas de forma física ou verbal, de forma rotineira e repetitiva, tornando-se um pesadelo na vida e no processo educacional de muitas crianças e adolescentes. Esta ação, apesar de percorrer anos ganhando espaço no meio escolar, contribui para que esses futuros adultos venham enfrentar não somente a dificuldade na aprendizagem, devido emocional em desequilíbrio resultante das ações de bullying, mas também traumas que percorrerão sua juventude, vida adulta e âmbitos de aspirações pessoais e profissionais. 
Além disso através desta pratica muitos outros problemas sociais encontram espaço para pauta e ramificação, tendo como efeito gerador o desrespeito, o preconceito com o próximo, onde se traz como consequência a dificuldade na aprendizagem do aluno, em que além de sérios problemas psicológicos, podem ocasionar até mesmo físicos devido ao bullying. 
Nos últimos anos muitos autores e pesquisadores de solo nacional, tem voltado sua atenção a esse objeto de pesquisa, refletindo inclusive através da perspectiva de transtornos gerados por consequências da vivencias e de traumas ocasionados por esse fenômeno. Este alerta faz com que a necessidade de continuar investigando e refletindo criticamente, significativamente sobre esta temática, contribui para a geração de saber, despertar sobre pontos de atenção e desenvolvimento frente a este cenário e identificar lacunas de oportunidades para viabilizar projetos e investimentos nas ações em práxis, que contribuam para o enfrentamento do bullying e suas consequências.
Dessa forma pretende-se neste estudo, investigar através de referenciais teóricos, as consequências do bullying no contexto escolar, a forma com que ele afeta o processo de ensino-aprendizagem e convidar os interlocutores a refletirem sobre tais práticas e como através da educação podemos encontrar meios de prevenção e combate neste novo cenário que construiremos pós pandemia.
1. COMPREENSÃO SOBRE O BULLYING
O bullying
Na tradução literal da língua inglesa para o português o termo bullying tem como significado – assédio moral. Na versão do dicionário Michaelis encontramos a seguinte definição “substantivo masculino agressão violenta, verbal ou física, feita com a intenção de intimidar, ameaçar, tiranizar, oprimir, humilhar ou maltratar alguém, sendo essa pessoa alvo constante e persistente dessa agressão. ” E no senso comum, quando escutamos o soar da palavra, ainda que de forma subjetiva, grande parcela das pessoas ligadas ao ambiente escolar, evocam a violência como termo ligado a conduta de quem o pratica e de quem se torna vítima. 
Para Da Silva (2021) A palavra bullying é a derivação do termo, bully, de origem inglesa que significa valentão, tirano que ao ser sintetizado do verbo, brutalizar, tiranizar e amedrontar podem fielmente definir o seu real sentido. 
O bullying surge como uma modalidade da violência na escola e distingue-se a esta, pois diz respeito à afirmação de poder interpessoal por meio da agressão/violência. O termo bullying é de origem inglesa e remete a ações de agredir, intimidar, maltratar e atacar o outro, pautadas em uma relação desigual de poder, visando inferiorizar a vítima produzindo exclusão social (SILVA,2018) 
Para que possamos aprofundar nesta temática, torna-se valida estudar suas raízes, buscando uma compreensão das partes para que se decifre o todo, que se externa através do bullying. Para Almeida, Calvancante e Silva (2008) os termos mobbing, bullying, assédio moral, assédio psicológico ou terror psicológico no trabalho são fenômenos para definir a violência pessoal, moral e psicológica, vertical (ascendente ou descendente) ou horizontal no ambiente de trabalho. O termo mobbing refere-se a adultos no contexto ocupacional, sendo esta uma forma de violência psicológica, já o termo bullying deve se referir a crianças e adolescentes no contexto escolar, sendo preferencialmente uma forma de violência.
Como apontado, este fenômeno é um tipo de violência sendo por sua vez, segundo Barros, Pereira e Carvalho (2009) uma ação ou comportamento que vai causar dano a outra pessoa ou ser vivo. Nega ao outro a autonomia, a integridadefísica ou psicológica e até mesmo o direito à vida. Também pode ser entendida como o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde a violência constitui-se na utilização intencional da força ou poder físico, por ameaça ou de fato, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulta em ou tem alta probabilidade de resultar em ferimentos, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação.
Outro ponto focal do fenômeno é o ambiente onde ele se manifesta, sendo a instituição escolar, o local em que os pares através da violência determinam que a ação do bullying seja efetivada, onde os primeiros índices de violência, aparecem através da indisciplina. Para Pereira, Barros e Carvalho (2009) a indisciplina é susceptível de múltiplas interpretações. Podendo ser o “indisciplinado” a princípio alguém que possui um comportamento desviante em relação a uma norma explícita ou implícita, sancionada em termos escolares e sociais 
O bullying em sua estrutura, é uma temática quem se externa no ambiente escolar há muito tempo, onde teóricos já apontavam a preocupação de tal fenômeno, como por exemplo a contribuição dos estudos de Fante (2005) apud Manzini e Branco (2012, p 171) que apontam por definição universal, bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro (s), causando dor, angustia, sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos. 
Já Ferreira e Tavares (2009) aponta que o comportamento bullyinista frequentemente começa quando a criança ou adolescente não quer aceitar uma diferença, podendo envolver religião, raça, estatura física, peso, cor dos cabelos, deficiências visuais, auditivas e vocais; ou uma diferença de ordem psicológica, social, sexual e física; ou relacionado à força, coragem e habilidades. 
Diante das colocações, detona-se que o fenômeno supracitado é uma forma de violência que ocorre no ambiente escolar, advindo de uma estrutura social em que tal temática se mantém presente nas relações interpessoais e são reproduzidas em um ambiente que é sinônimo de desenvolvimento, crescimento e aprendizagem, tornando a experiência que deveria ser frutífera em um cenário traumatizante para muitos alunos.
Para que o fenômeno denominado bullying se concretize, existe uma dinâmica relacional, em que papeis são assumidos, sendo os praticantes – Agressores e os que são submetidos ás atitudes de violência física, emocional, psicologia e vexatória – as vítimas. 
Para Duboc et al (2021) O agressor é alguém que impõe autoridade por meio de ações coercitivas, combinadas à força física e/ou psicológica, demonstrando a necessidade de poder e dominação. E para o mesmo os que estão no papel de vítima nesta situação são aquelas com baixo escore na popularidade e na preferência entre pares. Silva et al (2018) postula que o fenômeno se dá por meio do uso ofensivo do poder sobre o outro de maneira sutil, intencional, repetitiva e por período prolongado de tempo.
Desse modo, constata-se que o bullying, além de assumir o comportamento de perseguição e intimidação ao indivíduo, associa-se, geralmente, a características individuais como idade, tamanho, porte físico, traços de personalidade, desenvolvimento emocional e formação de grupos de estudantes. 
Temos ainda nessa relação as testemunhas em que são os telespectadores dos episódios de bullying: as testemunhas presenciam as situações Conforme Lopes Neto (2005), as testemunhas podem ser classificadas como auxiliares (quando estas participam ativamente da agressão), incentivadoras (quando estimulam o agressor), observadoras (apenas observam as agressões ou se distanciam) ou defensoras (defendem a vítima).
Deste modo surge uma relação de dominância e desejo de poder sobre o outro pela autoridade expressa por violência, evocando o desejo de humilhar, expor e diminuir o outro frente aos demais colegas do contexto escolar. Duboc et al (2021) salienta ainda a preocupação das formas como se pode manifestar a relação do bullying, podendo ocorrer de forma direta ou indireta. A primeira forma se caracteriza como um conjunto de ações explícitas, tais como agressões físicas e verbais e a segunda através de comportamentos não explícitos e quase imperceptíveis, por exemplo, excluir intencionalmente ou espalhar rumores.
Um grande ponto de atenção é que nesta dinâmica, Sentimento de agressão, podem acabar fazendo com que a vítima torne-se assim um agressor e, com isso, começa a agredir outro ser mais fraco que ela, ou que, após um tempo, vire um agressor radicalista por vingança, em que cansada de apenas receber estes maus atos, a vítima começa também a praticá-lo com outras pessoas, normalmente com os menores que ele, e também considerados “diferentes”, fazendo assim exatamente o que já fazem com ela, pois a mesma neste momento já não possui mais o discernimento que a distingue de seu agressor, tornando assim esta nova prática como a sua única saída ou até mesmo uma demonstração real pela que vem passando há um determinado tempo.
Segundo Moreira (2016) a gravidade da questão se confirma por meio estudos recentes como Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do MEC onde apontou 69,7% dos estudantes declararam ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola. 
A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.
Encontra-se atualmente, em cenário pós pandêmicos a necessidade avançar nos debates e reflexões a frente da temática, visto que tais atos podem se configurar de novas formas, ramificando outros tipos de agressões. A pesquisa desenvolvida por Granado et al (2021) aponta essa preocupação, onde evidencia que No Brasil existem poucos estudos que investigam as consequências do bullying entre adolescentes levando em consideração os diferentes papéis (agressores exclusivos, vítimas exclusivas e agressores/vítimas).
Assim, faz-se necessário abordar e debater sobre reflexões que sejam pertinentes a forma de compreensão e de novos enfrentamentos frente ao fenômeno social do bullying e as formas como ele se manifesta e principalmente como ele pode inferir e impactar o processo de aprendizagem e desempenho escolas de crianças e adolescentes. Para Silva et al (2018) este cenário configura-se como problema de Saúde Pública, complexo, multidimensional e relacional entre pares que requer investimentos científicos e políticos para a ampliação do foco sobre a questão, tendo em vista se caracterizar como um objeto de investigação intersetorial permeado por uma diversidade de formas de manifestação. 
As vítimas desse fenômeno podem sofrer danos psíquicos difíceis de reparar, e eventualmente desenvolvem quadros depressivos, apresentam dificuldades em relacionar-se com outras pessoas, passam a ter dificuldades no aprendizado, podendo inclusive assumir a posição de agressores em novas situações de bullying (Neto, 2005).
O papel dos educadores em intermediar as ações de bullying
A violência em sua estrutura sócio estrutural e presente nas relações, torna-se um fator que atinge todos os que estão ao seu redor, seja de forma direta ou indiretamente, o que não se diferente quando no contexto do bullying, outros papeis ganham protagonismo perante o fenômeno, como: os próprios aluno, mas também professores, funcionários, pais e a própria administração das instituições escolares. Nesta perspectiva, os alunos que externam a manifestação do bullying, passamgrande parte de seu tempo cotidiano, na presença dos educadores / professores, e estes por sua vez, possuem um papel fundamental neste cenário.
Alguns professores, de acordo com Nogueira (2005), acreditam que a responsabilidade sobre o ato do bullying entre as crianças, podem vir diretamente do contexto escola, da educação familiar, os valores éticos e morais passados às crianças ou do meio em que se vive e da sociedade que as cerca. Outros profissionais dizem que o bullying realizado não diz a respeito à escola, mas sim ao aluno pelas suas próprias ações. Entretanto, dentro do ambiente escolar, afirmam ter a responsabilidade de cultivar a boa convivência entre os alunos, e impedir toda e qualquer forma de agressão verbal ou física. A escola tem papel inerente neste processo, mediadora da educação e com papel de instrumentalizar criticamente e conscientemente crianças e adolescentes para a emancipação social e democrática, cabe a este espaço também promover, repensar e criar relações sadias de relacionamento (JÓFILI, 2002). 
No estudo realizado por Santos, Perkoski e Kienen (2015) ainda que os aspectos individuais dos alunos sejam admitidos como decisivos para a ocorrência de bullying, características do ambiente escolar também podem contribuir para a manutenção do fenômeno. Fatores como o tamanho, estrutura física, regras e normas da escola, políticas administrativas, atitudes e práticas educacionais de professores são fatores que, quando inadequados, podem contribuir para a incidência de comportamentos agressivos dos alunos ou, no mínimo, podem diminuir a eficácia das tentativas de resolução desse problema.
Como ponto focal e de mediação, os professores possuem um papel essencial na mediação dos casos e nas tratativas relacionadas ao mesmo. Ainda que haja uma série de fatores a serem apontados, o mestre, educador e orientador, através de técnicas pedagógicas que serão abordadas neste tema, tem o dever de desenvolver habilidades sociais, com o apoio da administração escolar, atuando diretamente não somente no caso consumado, mas desenvolvendo e atuando preventivamente frente ao fenômeno. Diante de tais reflexões surge a prerrogativa, como realizar tal mediação, diante dos desafios já encontrados em sala de aula, como a multiplicação do saber e conhecimento?
No tocante ao que cerne á interrogação acima, vale ressaltar que antes de quaisquer técnicas e ferramentas, cabe nesta reflexão o ponto de atenção frente a formação e preparação dos professores frente ao tema. Silva e Rosa (2017) postulam que, neste debate identificamos uma posição segundo a qual se deve dar prioridade à educação para os direitos humanos e um segundo a qual os professores precisam ser capazes de identificar ocorrências que caracterizam o bullying para que possam intervir de modo mais eficaz diante do problema. Diante de tal apontamento, as autoras abordam algumas formas de conduzir tal mediação: 
Das propostas de intervenção apresentadas podemos inferir que tanto professores experientes quanto estudantes de licenciatura entendem que o bullying é um fenômeno que deve ser resolvido mediante o estabelecimento de uma relação de autoridade – de professor, de pai/ mãe, de diretor da escola, de polícia, de conselheiro tutelar. A autoridade, nesses casos, instaura-se mais pelo diálogo e pela repreensão verbal, e somente em casos mais extremos, com medidas repressivas. Nas falas aparecem tanto propostas de intervenção mais pontual, numa abordagem direta dos agressores, quanto formas de envolvimento do grupo/classe. Em ambos os casos, a estratégia central é “dar lição”, ou seja, o educador concentrar-se na capacidade argumentativa, sem que outros modos de envolvimento dos estudantes sejam apresentados. (SILVA E ROSA ,2013).
2. O AMBIENTE ESCOLAR E O BULLYING
As Formas do Bullying
Como abordado no decorrer desta pesquisa, a manifestação do fenômeno supracitado poder emergir de várias formas, sendo estas de forma direta ou indireta e através de algumas ações que caracterizam de forma marcantes tais ações. Duboc (2021) relata que o bullying é um fenômeno que compreende um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas sem motivação evidente, realizadas a alvos que se submetem a tais agressões, trazendo consequências negativas para os envolvidos. São exemplos de atos agressivos diretos: pôr apelidos desagradáveis, insultar, fazer comentários racistas, homofônico, gordofóbico, de cunho preconceituoso, entre outros, já o indireto caracteriza-se por excluir de grupos, segregar, espalhar boatos destrutivos da reputação, manipular e difamar (ANTUNES E ZUIN, 2008; FANTE, 2005).
Para Neto (2005) a definição, bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro (s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Na pesquisa realizada por Silva et al (2018), foram denominadas formas do fenômeno e definiram as seguintes variáveis: bullying verbal e físico, bullying psicológico, bullying material, bullying virtual. Bullying moral.
Bullying verbal - ocorre através de insultos, xingamentos de forma sempre repetitiva, criando-se apelidos que humilham a vítima diante dos demais, em que pode ser melhor compreendido quando uma pessoa ou um grupo está constantemente colocando apelidos na outra
O bullying físico pode ser definido através de ações diretas do agressor contra o colega o atingindo e causando danos físicos como: empurrões, socos, chutes e agressões com objetos e danos materiais. Já no âmbito verbal, é explicitado através de xingamentos, apelidos, ofensa e palavras de intimidação.
Em relação ao bullying psicológico, este por sua vez, diferente do anterior, consiste basicamente em perseguir, amedrontar, aterrorizar, manipular, intimidar, dominar e/ou chantagear o outro, o que por sua vez, atinge diretamente a autoestima do indivíduo. Desta forma, ele utiliza apelidos e fofocas para perseguir a vítima, ressaltando que nem sempre elas são tão explícitas.
No caso do bullying material, - é representado através de furtos, roubos ou até mesmo a destruição dos pertences da vítima, em que, para provocar a pessoa, o agressor ao invés de intimidá-lo como nas outras maneiras possíveis citadas anteriormente, ele age através de roubo dos pertences da vítima, como por exemplo, os furtos de matérias básicos escolares como lápis, canetas, borracha, dinheiro e entre outros. 
No caso do bullying moral pode ser representado normalmente através da difamação, calúnia ou disseminação de boatos que envolvam e ridicularizam aquela pessoa como, por exemplo, o espalho de boatos sobre alguém, cuja única finalidade é afastá-la e ridicularizá-la na frente dos demais, colocando-a então em situações constrangedoras.
Já o bullying virtual, também apontado e conhecido como ciberbullying, para Araujo e Caldeira (2018) representa, inquestionavelmente, uma forma mais complexa de bullying e, em muitos casos, pode surgir como a continuação de bullying presencial. Neste caso, a fronteira entre o espaço físico e o virtual torna-se muito difícil de delimitar, sendo complexo reconhecer e comprovar a identidade do agressor. Ao contrário do bullying presencial, que ocorre em tempo real e a vítima pode identificar o agressor, no cyberbullying a agressão atinge a vítima a qualquer hora, de forma indireta e, na maioria das vezes, escondida cobardemente atrás do anonimato, facto que produz uma enorme ansiedade na mesma, uma vez que não se pode defender diretamente. Além disso, o número de espetadores pode tornar-se quase ilimitado, uma vez que tudo o que é publicado na Internet se transforma num fenómeno viral nas redes. 
Dessa maneira vemos como as ramificações do fenômeno podem se multiplicar e se externar através de divergentes maneiras, as facetas sempre aparecem através da violência, na relação de poder, seja através do insulto direto, ou de forma indireta como exclusão e segregação de alunos, por motivos subjetivos e individuais,atingindo-o de forma física, emocional e até mesmo psicológica.
 O autor supracitado em seu estudo realizado sobre a temática, coloca que “ Considera-se alvo o aluno exposto, de forma repetida e durante algum tempo, às ações negativas perpetradas por um ou mais alunos. Entende-se por ações negativas as situações em que alguém, de forma intencional e repetida, causa dano, fere ou incomoda outra pessoa”. (NETO,2005)
O bullying no ambiente escolar 
Quando se escuta a palavra escola, os primeiros sinônimos que permeiam o campo da imaginação, é um ambiente de conhecimento, saber, aprendizagem, desenvolvimento e crescimento. É na escola onde ocorre o processo de alfabetização, onde as normas sociais passam a ser incorporados e onde as relações e coletividades interagem de forma onde se constitui a cultura, os valores e os primeiros passos do ser humano enquanto cidadão. 
Para Neto (2005) todos desejamos que as escolas sejam ambientes seguros e saudáveis, onde crianças e adolescentes possam desenvolver, ao máximo, os seus potenciais intelectuais e sociais. Portanto, não se pode admitir que sofram violências que lhes tragam danos físicos e/ou psicológicos, que testemunhem tais fatos e se calem para que não sejam também agredidos e acabem por achá-los banais ou, pior ainda, que diante da omissão e tolerância dos adultos, adotem comportamentos agressivos (NETO,2005).
Todavia neste mesmo ambiente, emergem vários fatores e fenômenos advindos do meio externo pelos alunos e administrar essa diversidade, não se torna somente um desafio, mas uma missão aos professores. Koenigkam, Gonçalves e Crahim (2022) apontam que Diante de tantas mudanças ao redor de todo o mundo é comprovado que a escola é um dos principais ambientes dos quais sofre grandes reflexos desse cenário mundial, independentemente de onde se localiza, classe social ou modalidades.
Nesta perspectiva para Bernardini (2010) ante da abrangência do problema e do papel da escola em nossa sociedade – muitas vezes sendo o principal espaço para o encontro das famílias e para a conscientização da importância da função desta como base de nossa sociedade – a instituição escolar precisa chamar para si a responsabilidade pela conscientização e o combate a este tipo de conflitos. A escola trabalhando em consonância com as famílias, discutindo o problema e estabelecendo parcerias que promovam a integração entre os diferentes grupos que formam a comunidade escolar, poderá colaborar efetivamente para a minimização das situações de bullying
A vida escolar tem encontrado dificuldades referentes ao convívio dos alunos em sala de aula. De Souza (2020), alerta que debruçar sobre a violência na escola, mais precisamente sobre o bullying, não se traduz em tarefa simples. Em cada período histórico, a cultura existente na sociedade, inevitavelmente, adentrou à instituição escolar e, dentro dela, moldou comportamentos de maneira a reproduzir conceitos pré-existentes, como se naturais fossem. 
Dentre tais fatores, a violência ganha espaço nas relações interpessoais dos alunos, na busca por preencher lacunas culturais externas, através da intimidação ao outro, surgindo assim, o bullying, uma forma de violência no ambiente escolar, entre alunos.
A escola é vista, tradicionalmente, como um local de aprendizado, avaliando-se o desempenho dos alunos com base nas notas dos testes de conhecimento e no cumprimento de tarefas acadêmicas. No entanto, três documentos legais formam a base de entendimento com relação ao desenvolvimento e educação de crianças e adolescentes: a Constituição da República Federativa do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. Em todos esses documentos, estão previstos os direitos ao respeito e à dignidade, sendo a educação entendida como um meio de prover o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania (NETO,2005).
Nesta perspectiva Duboc (2021) explicita que tratar do bullying é uma questão importante e urgente, sobretudo na escola por ser este um dos espaços mais importantes para a socialização das crianças e dos jovens e o segundo ambiente de convívio depois do familiar. 
Da Silva (2021) coloca que sendo o bullying um fenômeno social que se propaga no ambiente escolar cabe à escola por sua vez, buscar conhecer o aluno e o contexto no qual o indivíduo está inserido; para que meios internos sejam desenvolvidos, buscando a formação social e que esta equipare com a formação intelectual. Lembrando que isso implica na valorização das vivências adquiridas no ambiente familiar e na comunidade a qual o praticante e ou a vítima do bullying faz parte. 
Voltoline e Barros (2015) apontam a reflexão que no recreio os alunos costumam ter uma menor supervisão de adultos por ser um momento de brincadeiras livres, logo aproveitam o momento para todo tipo de “brincadeira” inclusive utilizar crianças menores ou tímidas como “objetos de diversão. A própria vítima com o passar do tempo para descontar as maldades que tem sofrido e tentar ser aceita pelo grupo, pode acabar escolhendo vítimas ainda mais frágeis e começar a agredi-las. Pode-se entender então que a frequência de bullying continua sendo significativa nos dias de hoje pela falta de conhecimento e preparo de educadores e alunos para lidar com esse fenômeno.
Visto que nas escolas são onde se afunilam os vínculos e se estabelecem as habilidades sociais e interpessoais, centra-se o papel da instituição como protagonista nas ações de combate, reflexões e principalmente dos modelos de gestão frente a temática na prevenção e preparação de docentes e funcionários a frente deste cenário. As anomalias sociais oriundas da ineficiência da qualidade das relações humanas estão gerando urgentes necessidades de atenção pelos pesquisadores e profissionais, que têm dispendido um olhar mais sensível aos assuntos ligados aos processos de desenvolvimento humano. (KOENIGKAM, GONÇALVES e CRAHIM,2022).
O bullying no ambiente de escolas públicas e privadas
A pesquisa realizada por Moreno et al (2012) que teve como objetivo comparar os resultados relativos ao perfil de adolescentes vítimas de bullying de escolas públicas e privadas. Foi realizado a partir do banco de dados da pesquisa “Transtornos do comportamento alimentar em escolares da cidade do Recife-PE” de Cavalcanti (2010) na qual foram avaliados 1.507 estudantes da rede pública e privada daquela cidade, com idade entre 10 e 14 anos e coleta de dados de agosto a dezembro de 2007. 
Neste estudo, foram avaliados os estudantes que se auto declararam vítimas de violência verbal, tendo uma amostra de 558 escolares. O bullying foi mais representativo no sexo feminino das duas instituições, porém a repetência mostrou-se mais presente nos estudantes de escola pública, e a dificuldade em fazer amigos, nos de escola privada. Dos alunos vítimas de violência verbal (N=558), 414 (74,2%) pertenciam a rede pública de ensino e 144 (25,8%) a particular. Correspondendo a proporção de 37,6% para a primeira e 35% para a segunda, não havendo diferença significativa para a incidência do bullying entre as instituições de ensino públicas e privadas.
Moreno (2012) aponta que mesmo com as diferenças e considerando as limitações impostas aos estudos transversais, que nos oferecem apenas uma percepção pontual da realidade, pode ainda observar-se neste, de base populacional, a vulnerabilidade nos dois grupos estudados, seja na escola pública ou particular, apontando a necessidade de ações profissionais nas áreas de educação em saúde, com suporte para a saúde mental. 
Desta forma, é relevante considerar que as ações educativas sejam realizadas dentro de uma lógica problematizadora, horizontalizada e interdisciplinar para possibilitar às vítimas um espaço concreto de confiança interpessoal, uma vez que as maiores dificuldades de abordagem às vítimas bullying são refletidas pelo silêncio (MORENO,2012).
Segundo Moreira (2016) a gravidade da questão do bullying se confirma por meio estudos.De acordo as pesquisas do autor, os estudantes declaram já terem presenciado situações de violência e agressão por conta de bullying dentro da escola. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes já se sentiram ofendidos ou humilhados com a situação do bullying, 19,8% disseram que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas. Ou seja, esse assunto se torna muito comum no ambiente escolar, tanto do agressor, quanto ao que recebe a agressão física ou verbal.
Vê-se que a escola precisa ser responsável por uma educação estruturada em valores e moral, e também a responsabilidade da família é de suma importância, pois é no âmbito familiar que a formação da moral da criança acontece. É necessário um envolvimento maior entre família e escola buscando juntas soluções para enfrentamento do bullying. 
E diante desses argumentos o melhor método a ser praticado entre escolas públicas e privadas, são as ações voltadas à conscientização, prevenção e enfrentamento do bullying.
Já um estudo demográfico realizado por Alves (2016) com 412 alunos de escolas públicas e privadas, através do questionário de Bullying de Olweus (QBO)2 - versão vítima e versão agressor, aponta que dos 412 alunos, sendo 210(51%) meninos, com média de idade (desvio padrão) de 12,4(1,51) anos. 
Entre os alunos, 180(43,7%) eram da escola privada e 232(56,3%) da escola pública. Em relação ao comportamento de bullying, 215(52,2%) dos alunos estavam envolvidos, sendo que a prevalência significativamente maior foi encontrada na escola pública com 151(70,2%) de alunos. Considerando os tipos de bullying, o de maior ocorrência foi o de vítima-agressor com 107(26%), sendo significativamente maior nas escolas públicas, como demonstrado na tabela demonstrativa abaixo:
Pamela Franciele Oliveira Alves (2016).
Nesta perspectiva a autora chegou à conclusão que os resultados apontam que há diferença em relação às características dos alunos de escola pública e privada e o envolvimento com bullying entre as escolas. Os conhecimentos das diferenças poderão contribuir para a elaboração e a implementação de estratégias para prevenção do bullying.
3. AS IMPLICAÇÕES DO BULLYING E AÇÕES
O bullying e suas influências
Como postulado, o mecanismo substancial para que haja a ocorrência do bullying são as relações sociais, ou seja, é neste contrato relacional que estabelecemos nossos conceitos e manifestamos nossos preconceitos. Manzini e Branco (2012) postulam que para que o bullying se efetive na prática é necessário que haja um locutor e um interlocutor, em que ambos conflitarão em papéis sociais de passividade e atividade, atrelado ao fator da violência presente e mediadora dessa relação, resultando os papéis de vítimas e agressores. 
Desta maneira, influi-se que o comportamento humano pode ser resultante de aprendizado e falhas neste processo. Atualmente, a humanidade tem vivenciado um turbilhão de novidades advindos do mundo inteiro. A globalização das comunicações estreitou as relações e de uma maneira mais objetiva, atingiu sem restrição todas as camadas sociais e os efeitos dos novos eventos têm gerado sérios problemas no comportamento das pessoas, nas diversas faixas etárias (KOENIGKAM, GONÇALVES e CRAHIM,2022).
Dessa forma, com a constante mudança no âmbito social e cultural o bullying encontra espaço para ramificar-se e se manifestar de forma cada vez mais crescente em diferentes espaços de distintas formas. Para Pereira Barros e Carvalho (2009) os impactos do bullying tornam-se amplos para todos os envolvidos, dependendo da situação em que se encontrem ou do papel que estejam assumindo. Conforme a grande maioria dos pesquisadores da área, os quais admitem que o bullying envolve aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos e individuais. 
Os individuais fazem referência ao desenvolvimento da personalidade no ambiente em que o sujeito está inserido, os culturais à sociedade que limita o desenvolvimento dos sujeitos envolvidos em uma direção específica ou a condições objetivas desta violência de uma pessoa com a outra. De acordo com referencial teórico aqui abordado, aponta-se uma questão em que as influências do bullying advém das relações humanos, se manifestando através da relação de poder por meio da violência e autarquia comportamental. 
“Todavia, os contextos contemporâneos de violência propõem a questão de que o Bullying é um fenômeno comportamental intimamente ligado às emoções de medo, angústia e raiva reprimida. Tais emoções, na maioria das vezes, advêm dos problemas familiares, comprometendo a própria parentela; que é considerada uma das principais responsáveis pelo comportamento violento dos alunos, embora sem aparentes evidências. ” (KOENIGKAM, GONÇALVES e CRAHIM,2022).
Outro ponto a se destacar nesta temática, são as influencias que o bullying pode ocasionar sobre o desenvolvimento e mais especificamente como apresentado neste projeto, sobre o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. Nesta relação em que os papéis se relacionam de forma hierarquizada através da violência, os danos podem afetar ambas as partes, sendo o agressor, a vítima e até mesmos as testemunhas/ telespectadores que correspondem aos demais alunos que presenciam tais atos. 
Silva et al (2018) aponta que além do impacto macrossocial, o bullying tem efeito direto nas dimensões emocionais, psicológicas, físicas e sociais. As vítimas caracterizam-se, na maioria, como indefesas, inseguras e com baixa autoestima, principalmente, por apresentar alguma característica socialmente discriminada, tornando- -a alvo do agressor de bullying. 
Essa perseguição produz reflexos severos na saúde dos escolares vitimados. Os mesmos desenvolvem instabilidade emocional, tendência a transtornos psíquicos, depressão, suicídio; tristeza relacionada ao ambiente escolar desencadeando baixo rendimento de aprendizagem e até abandono, com consequente, redução da qualidade de vida desses adolescentes. 
Na tendência aos transtornos psíquicos cabe aqui, um ponto de atenção severo, sobre a depressão, doença essa que tem aparecido com cada vez mais frequente e impactado significativamente vida de crianças e adolescentes. Para Costa et al (2021) essa doença pode ser definida como um transtorno mental que se caracteriza pela falta de interesse pelas atividades comuns do dia a dia e por uma tristeza incessante, ela pode ocorrer em qualquer fase da vida, principalmente na adolescência, período de constantes descobertas e mudanças. Entre os fatores de risco que podem desencadear um quadro depressivo, o fator ambiental relacionado à exposição contínua à violência, negligência, abuso ou pobreza, podem tornar algumas pessoas mais vulneráveis ao aparecimento da depressão.
Em meio a esse cenário no qual bullying e depressão no contexto escolar caminham lado a lado, estudar e entender esses fenômenos, assim como o ciclo de violência e de vulnerabilidade social que eles abarcam, é de extrema relevância para uma sociedade que cada vez mais está atenta e disposta a r romper de vez com a cultura do silêncio em meio a tantas tragédias, posturas e comportamentos existentes dentro de uma dinâmica de violência capaz de amedrontar e transformar, de forma significativa, a vida de todos ao seu redor ( COSTA et al, 2021).
Para que tal tese, conforme apontada por Costa et al (2021) alcançasse maiores exitos e veracidade nos fatos, os autores em conjunto, realizaram uma pesquisa demográfica, identificando pontos situacionais que conectavam o bullying como gatilho perante o transtorno depressivo. 
Neste cenário, por iniciativa própria, os pesquisadores desenvolveram um esquema de palavras utilizadas por portadores do transtorno depressivo, e nas entrevistas com os alunos, buscaram identificar se as mesmas apareciam e qual a recorrência, denominando este esquema como analise de similitude “ Para complementar a análise hierárquica descendente, realizou- se a análise de similitude (Figura 2).
Na similitude, é possível identificar tanto as palavras de maior recorrência,assim como as que têm conexidade entre si. Ressalta-se que 639 palavras fizeram parte dessa análise com ocorrência mínima de 4. (COSTA et al, 2021). Abaixo segue a forma didática com que encontraram as similaridades entre as palavras:
Autores: Fabrycianne Gonçalves Costa, Maria da Penha de Lima Coutinho, aqueline Gomes Cavalcanti, Márcio de Lima Coutinho, Aline Arruda Rodrigues da Fonseca (2021).
Já a outra ferramenta denominada “nuvem de palavras”, é explicada pelos pesquisadores como Complemento dos resultados da análise de similitude. A nuvem de palavras traz estruturas do conteúdo acerca do bullying e da depressão, que esteve ligada a elementos voltados para a prática do bullying e suas consequências, tais como exemplificados pelas objetivações “cortar”, “só”, “agressão”. No nível mais superficial, observa - se o destaque das palavras depressão, muito, bullying e em segundo plano as palavras medo, causa, sintoma, sofrer, o que correlacionam com o sofrimento psíquico expressado por meio das falas. (COSTA et al, 2021). 
Abaixo, apresenta-se em forma de “nuvem” as palavras expressadas e a forma com que elas foram externadas em suas tonalidades afetivas, quando questionadas aos alunos. Segue modelo desenvolvido:
Autores: Fabrycianne Gonçalves Costa, Maria da Penha de Lima Coutinho, aqueline Gomes Cavalcanti, Márcio de Lima Coutinho, Aline Arruda Rodrigues da Fonseca (2021).
Dessa forma, em relação ao tópico do envolvimento do bullying na depressão, os resultados encontrados pelos autores, foram que os adolescentes descreveram o bullying como algo ruim que envolve não apenas o ato de bater, como também, xingar, apelidar, provocar humilhações, rejeição e violência com o intuito de sentir poder e querer fazer mal ao outro. Não obstante, esses mesmos participantes delineiam esse fenômeno com naturalidade enquanto sinônimo de brincadeira. Como pode ser considerado uma brincadeira, se os próprios atores sociais reconhecem que o bullying é algo danoso à saúde mental, podendo levar a depressão.
O processo de desenvolvimento e aprendizagem ocorre de forma conjunta, através da construção dos saberes do mundo cotidiano, em que maior parte são moldados e formados na instituição social da escola; todavia quando esses pilares fundamentais na formação ética e da posição cidadã do ser humano são afetados, as consequências futuras torna-se previsíveis, nas quais são matérias de estudos atuais, alertando sobre a importância em se olhar e refletir sobre a temática e suas influências. 
Da Silva (2021) alerta que outra análise importante para observar este fenômeno social corresponde às pessoas que estão envolvidas que abrangem em sua maior quantidade os adolescentes desencadeando problemas físicos e até psicológicos, exemplo: anorexia e depressão. Já no convívio familiar poderá despertar o isolamento, assim como a perca de apetite, contribuindo para a queda de rendimento escolar e que em alguns casos tem se consumado no ato mais deplorável que é o suicídio.
O bullying pode ocasionar danos muito sérios e que podem se prolongar por outras fases do ciclo vital, comprometendo o funcionamento pessoal e social tanto da vítima quanto dos agressores e testemunhas, na fase adulta da vida. Dentre as consequências que podemos identificar, estão estas: prejudica o desenvolvimento na infância e na adolescência, provoca desinteresse pela escola, déficit de concentração e aprendizagem, queda do rendimento, absenteísmo, evasão escolar, insegurança, raiva, depressão, fobias sociais (FANTE, 2005)
No tocante aos demais impactos Silva (2017) salienta em sua pesquisa sobre a temática que Mesmo que nem todas as consequências de bullying resultem em tragédias, como estas, elas ainda resultam em muito sofrimento, o que, por sua 16 vez, interfere então drasticamente nos processos de aprendizagem e socialização, deixando sequelas emocionais que merecem então atenção não só de uma, mas de todas as pessoas, já que estas marcas influenciarão e trarão consequências futuras para estas pessoas que poderão se tornar deprimidas, ter baixa autoestima, baixa capacidade de auto relação e resistência à frustação, baixa capacidade de autoafirmação e auto expressão, entre outras doenças que poderão afetá-lo gravemente.
A psicologia da educação e teóricos da área apontam que o método de aprendizagem ocorre de forma conjunta e compartilhada. Como postulado, o mecanismo substancial para que haja a ocorrência do bullying são as relações sociais, ou seja, é neste contrato relacional que estabelecemos nossos conceitos e manifestamos nossos preconceitos. Manzini e Branco (2012) postulam que para que o bullying se efetive na prática é necessário que haja um locutor e um interlocutor, em que ambos conflitarão em papéis sociais de passividade e atividade, atrelado ao fator da violência presente e mediadora dessa relação, resultando os papéis de vítimas e agressores. 
Desta maneira, influi-se que o comportamento humano pode ser resultante de aprendizado e falhas neste processo e a perspectiva Sócio-Histórica de Vygotsky contribui para essa análise, atribuindo a esse homem uma construção social, cultural e histórica. 
Esta propõe que para que haja a compreensão de tais fenômenos, torna-se necessário investigar não somente o que se manifesta, mas as estruturas que compõe o fenômeno, como por exemplo, o meio social que o permeia, pois são onde relações se desenvolvem. A competitividade, as desigualdades e o construto, influem familiar influem diretamente na visão de mundo de um indivíduo. 
No entanto, o âmbito escolar segundo Jófili (2002) articula que no trabalho de Vygotsky a mudança é clara, as atividades em sala de aula são influenciadas pela sociedade, mas ao mesmo tempo também podem influenciá-las. Na escola encontramos o ambiente compartilhado, onde se propaga a produção do conhecimento e multiplicação de ação entre os pares. Dessa forma então aponta-se o ponto de reflexão deste trabalho, onde os impactos podem inferir diretamente sobre o processo de aprendizagem e suas consequências.
 
Dificuldade de aprendizagem, que se apresenta como o resultado de não conseguir aprender e, com isso, acaba também se isolando para não ser vista como a única que não sabe, ou até mesmo a falta de interesse em aprender, pois não acredita que aquilo possa lhe fazer algum bem ou ajudá-la naquele momento, utilizando também outras estratégias como, por exemplo: não estar bem naquele momento, com alguma dor ou mal estar, somente para ir para a casa, fazer algo que mude o foco da aprendizagem, para que o professor se distraia naquele momento, e não perceba sua insegurança e/ou dificuldade, o deixando apenas “irritado” por não conseguir dar aquela aula, ou seja, desviar a atenção do professor do real problema. (SILVA,2017)
As ações da educação, fundamentais contra o bullying.
Como postulava Paulo Freire “ A educação não muda o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo. ” Nesta perspectiva, temos como preposto que a educação pautada na criticidade e no processo de reflexão emancipatório, pode ser uma aliada na prevenção não somente contra o bullying, mas também contra a prevenção de violência presente e futura que pode vir a ser fruto de projeções de tais atos. 
Fante (2005) argumenta que o bullying propicia uma vida de sofrimento para uns e de conformismo para outros. Para ela, não é um episódio esporádico ou brincadeiras próprias de crianças, mas um fenômeno violento que se dá em todas as escolas. Os danos físicos, morais e materiais, os insultos, os apelidos cruéis e as gozações que magoam profundamente, as ameaças, as acusações injustas, a atuação de grupos que hostilizam a vida de muitos alunos são, portanto, exemplos de bullying.
Dos Santos, de lima e Nardi (2018), apontam que, no entanto, educar sob essa perspectiva presume o desenvolvimento de uma consciência crítica e reflexiva sobre as formas de preconceito existentes na sociedade e como seguimos reproduzindo-os, implica no desenvolvimento de mais projetos que valorizem a diversidadeque forma a sociedade brasileira, para que haja um melhor desenvolvimento do aluno. 
De Souza (2020), postula que se faz necessário, portanto, planejamento e reestruturação das formas de agir na educação, em que os conteúdos sejam readequados à realidade vivenciada pelos alunos. Ferreira e Tavares (2009), contribuem com esta perspectiva ao investigar que a escola deve buscar de forma contextualizada alcançar seus objetivos determinados nos casos de prática de bullying visando a realidade e o cotidiano do aluno agressor ou a vítima, a fim de estabelecer ideais de comportamentos positivos, observando-se a realidade cultural e social do educando.
Outro ponto a se destacar é a importância da atuação multidisciplinar no processo de identificar o fenômeno. Almeida, Cavalcante e Silva (2008), contribuem com uma reflexão, apontando a presença do médico pediatra neste cenário, poia frequentemente eles se deparam com pais queixando de dificuldades escolares, já referidas pelo professor. 
Contudo os pediatras nem sempre estão habilitados a resolver o problema, quer seja por falta de formação, desconhecimento do assunto ou falta de costume de resolver problemas interagindo com equipe multiprofissional e interdisciplinar; A identificação da ocorrência do bullying pelo pediatra é transcendental, em virtude das consequências imediatas e em longo prazo das alterações patológicas. 
Durante a consulta de uma criança com dificuldades escolares, na anamnese o médico deve pormenorizar a vida da criança, ter dados da dinâmica, condições familiares, situação socioeconômica e cultural. Fazer perguntas de origem psicológica como timidez, agressividade, ansiedade, fobias, é importante. (ALMEIDA, CAVALCANTE E SILVA ,2008).
Além disso, que os objetivos de formação venham ao encontro da necessidade de formar sujeitos capazes de entender e viver num mundo marcado pela diversidade, rompendo com as questões de violência existentes entre os alunos. Para que tal fato ocorra Silva e Rosa (2013), contribuem colocando que o debate sobre o bullying e suas formas de intervenção, uma vez presente nos espaços formativos, tanto na formação inicial quanto na continuada, pode contribuir, enfim, para que se construa outro tipo de sociabilidade no espaço escolar, pautado por valores de solidariedade e de convivência respeitosa com as diferenças. Ferreira e Tavares (2009) colocam que este estímulo e a construção desse respeito, passa a reavivar a memória destas crianças para a não agressão. 
Mezzarila, Fernandes e Santos (2021) desenvolveram um projeto recentemente para abordar desafios e estratégias da psicologia escolar no enfrentamento do bullying através de três oficinas, onde forma construtiva e compartilhada mapearam as dificuldades e apontaram as problemáticas e três tópicos sendo:
Oficina 1: Identificando a concepção de bullying no cotidiano escolar. Esta oficina teve como objetivo apresentar o projeto e escutar as demandas e as opiniões de docentes sobre o bullying. Para isso, organizamos uma roda de conversa que foi norteada por algumas questões centrais: (a). Vocês têm interesse em dialogar sobre bullying? (b). Quais são os motivos que impulsionam a ter interesse ou não nessa temática? (c). Como são as intervenções diante de situações de bullying em contexto escolar? Em geral, os profissionais mostraram-se entusiasmados em dialogar criticamente sobre o assunto em virtude da ausência formativa voltada ao tema proposto. (MEZZALIRA, FERNANDES E SANTOS, 2021).
Já o segundo pilar O que as pesquisas acadêmicas têm falado sobre o Bullying? Nesse encontro, o objetivo principal foi compartilhar com as/os docentes os estudos e as pesquisas acadêmicas advindas de especialistas das áreas que envolviam a temática bullying. Com o intuito de refletir sobre o bullying a partir de uma perspectiva psicossocial, promovemos uma atividade pensada a partir da leitura. Para a realização dessa atividade colocamos sobre a mesa várias imagens relacionadas ao tema. 
Posteriormente solicitaram aos docentes a identificação de imagens que se configuravam como bullying e/ou preconceito. Nessa atividade, ficou evidente a dificuldade para classificar as situações ilustradas nas imagens como um ou outro fenômeno, o que oportunizou a discussão acerca da construção social do preconceito e sua implicação no fenômeno do bullying. Essa atividade com os/as educadores/as gerou o seguinte questionamento: haveria bullying em uma sociedade em que não houvesse preconceito? (MEZZALIRA, FERNANDES E SANTOS, 2021).
Como pilar de sustentação a oficina 3: Como combater a dinâmica do bullying em contexto escolar? - A proposta desta oficina foi discutir com o grupo formas de enfrentamento dialogando acerca de situações que ocorrem no cotidiano escolar e considerando a seguinte questão: como enfrentamos o bullying? Para tanto, primeiramente, apresentamos para as/os docentes diversas gravuras relacionadas à vivência do bullying. Espontaneamente, os professores escolheram a sua imagem e pensaram em uma forma de enfrentamento para as situações ilustradas. As ações de enfrentamento trazidas pelos professores pautaram-se no diálogo, no respeito ao próximo e às diferenças e nas instâncias judiciais como forma de encaminhamento para casos considerados “extremos” (MEZZALIRA, FERNANDES E SANTOS, 2021).
Por último utilizaram como dinâmica na oficina 4: “Construindo coletivamente ações de enfrentamento ao bullying”. Nesta atividade explicaram que a proposta final do projeto extensionista era a realização de uma ação coletiva que problematizasse a dinâmica do bullying envolvendo a comunidade escolar. Desse modo, em conjunto, ficou acertado que cada professor/a e um membro da equipe extensionista ficariam responsáveis por desenvolver a atividade na sala de aula. Essa atividade contava com três procedimentos básicos: (1) apresentar o conceito de bullying; (2) dialogar sobre cenas de bullying na escola; e (3) pensar coletivamente sobre formas de enfrentar o bullying.
Na continuidade da dinâmica, nos pequenos grupos, os participantes receberam um balão cheio contendo uma imagem ilustrativa que poderia remeter a situações de bullying na escola. Quando estouravam o balão, os grupos compartilhavam a imagem e pensavam coletivamente sobre formas de enfrentamento. Após essa exposição, a turma construiu cartazes contendo reflexões, sugestões e desafios que se apresentam em situações de bullying. Esses cartazes foram espalhados nos corredores da escola, permitindo que todos os estudantes e professores/as tivessem acesso ao que foi produzido nas salas de aulas. (MEZZALIRA, FERNANDES E SANTOS, 2021).
Assim, destaca-se uma ação efetiva dos educadores no tratamento destes alunos com integridade, demonstrando que as interações reproduzem respeito e transformam-se em experiências vividas necessárias e importantes para toda a vida. Diante disso, é possível perceber que a escola tem a tarefa histórica de gerar um pensamento e uma ação crítica e reflexiva sobre o processo da sociedade e da violência, principalmente no ambiente escolar, se antecipando moral e pedagogicamente a fim de ajudar na construção e valorização do homem como cidadão do seu tempo (FERREIRA E TAVARES, 2009).
 Torna-se inerente também, os processos de educação que venham envolver o núcleo familiar nesta dinâmica, tende a alcançar resultados compartilhados e construtivos no que tange a solução, é necessário que ações conjuntas sejam desenvolvidas, principalmente que envolva a família e a escola. A escolar, pois esta é base para os princípios científicos que se perpassa pela humanização, assim como pela família, sendo esta a instituição matriz do ser humano. (SILVA,2021). 
 
E por fim, se faz necessário apoiar-se nas bases fundamentais que complementar e moldas as figuram comportamentais do ser humano, como a instituição da família. “Imediatamente, cabe à instituição escolar estimular o acompanhamento das famílias na escola, pois, a questão do bullying ultrapassa as barreiras institucionais e reflete uma estrutura psicológica e formativaque está além do ambiente escolar” (FERREIRA E TAVARES, 2009)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo tem como objetivo compreender a dinâmica da violência escolas, através do fenômeno do bullying, desde sua conceituação, aprofundando em analises críticas e reflexivas sobre os papeis, pilares, consequências e influencias sobre uma perspectiva global do desenvolvimento humano, mas especificamente nos processos de ensino e aprendizagem de crianças e adolescentes. Nos estudos, entende-se este fenômeno como uma forma de agressão violenta, verbal ou física, feita com a intenção de intimidar, ameaçar, tiranizar, oprimir, humilhar ou maltratar alguém, sendo essa pessoa alvo constante e persistente dessa agressão
 De forma recorrente, com o passar dos anos o bullying tem ganhado espaço, tornando-se um fator de estudo e até mesmo de saúde pública, visto que os impactos que o mesmo ocasiona, geram consequências além dos processos de aprendizagem, envolvendo a saúde física e comprometendo a sustentabilidade emocional e psicologia das vítimas, dos agressores e até mesmo refletindo nos alunos que testemunham tais atos. 
Como visto na reflexão deste trabalho essa forma de violência produz reflexos severos na saúde dos escolares agressores e vitimados. Os mesmos desenvolvem instabilidade emocional, tendência a transtornos psíquicos, depressão, suicídio; tristeza relacionada ao ambiente escolar desencadeando baixo rendimento de aprendizagem e até abandono, com consequente, redução da qualidade de vida desses adolescentes
Assim se faz necessário que haja um comprometimento efetivo entre a instituição escolar de forma global, assim como a família, na busca de estratégias compartilhadas que visem a promoção e manutenção de práticas sustentáveis no combate a violência e na prevenção do bullying, promovendo assim um espaço efetivo para a construção do saber e formação cidadã. 
Pode-se observar que, apesar de existirem pesquisas que abordam a temática bullying no Brasil, poucos estudos investigaram especificamente suas consequências, contrastando-as com relação às várias formas de envolvimento. 
Portanto, torna-se urgente a realização de campanhas de informação e de sensibilização nas escolas e para as famílias. A escola, local de excelência para a aprendizagem, formal e informal, deve desenvolver nos jovens os valores humanistas da amizade, da cooperação, tolerância e paz, contribuindo para formar cidadãos críticos e responsáveis, capazes de contribuir para um mundo melhor. É importante, também, formar para o uso consciente e responsável das ferramentas digitais e desenvolver a consciência cívica e o pensamento crítico dos adolescentes. (ARAUJO e CALDEIRA ,2018).
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