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Prévia do material em texto

INSTITUTO MACAPAENSE DO MELHOR ENSINO SUPERIOR 
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
CARLISON AMORAS DE SOUZA MARTEL 
GABRIEL LIMA BORGES COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
BULLYING E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ - AP 
2020 
 
 
 
CARLISON AMORAS DE SOUZA MARTEL 
GABRIEL LIMA BORGES COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BULLYING E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso 
de Bacharelado em Psicologia do Instituto Macapaense 
do Melhor Ensino superior, como requisito avaliativo final 
da disciplina de Seminário em Pesquisa 2, ministrada pelo 
Prof. Ms. Diego Saimon. 
 Orientador: Prof.º Esp. Ednaldo Façanha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ - AP 
2020 
 
 
CARLISON AMORAS DE SOUZA MARTEL 
GABRIEL LIMA BORGES COSTA 
 
 
 
 
 
BULLYING E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso 
de Bacharelado em Psicologia do Instituto Macapaense 
do Melhor Ensino Superior, como requisito final para 
obtenção do grau de bacharel e formação de Psicólogo. 
 
 
 
Data da avaliação: ___26__/__02___/___2021___ 
 
BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICAÇÃO 
 
Prof. Esp. Ednaldo Façanha – Orientador (IMMES) 
___________________________________________ 
Dra. Leila do Socorro Rodrigues Feio (IMMES) 
___________________________________________ 
Prof. Andressa da Silva de Jesus (IMMES) 
___________________________________________ 
 
Psi. Marlucia Milhomem da Silva 
___________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ - AP 
2020 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................5 
CAPITULO 1: BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR ......................................................... 7 
1.1 AMBIENTE ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................. 7 
1.2 VIOLÊNCIA ESCOLAR .................................................................................................... 8 
1.3 BULLYING ESCOLAR ................................................................................................... 10 
1.4 PERSONAGENS DO BULLYING ESCOLAR ................................................................. 13 
1.4.1 VÍTIMAS ....................................................................................................................................... 13 
1.4.2 AGRESSORES .............................................................................................................................. 14 
1.4.3 EXPECTADORES OU TESTEMUNHAS .......................................................................................... 14 
1.6 CYBERBULLYING ............................................................................................................................ 17 
1.7 CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING ESCOLAR COM OS ENVOLVIDOS .............................................. 18 
CAPITULO 2: Atuação do Psicólogo no Contexto de Bullying Escolar ......................... 21 
2.1 O Psicólogo Escolar ....................................................................................................... 21 
2.2 Prevenção ao Bullying e Promoção a Saúde mental no Ambiente Escolar .................... 25 
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 28 
3.1 Caracterização do Estudo .............................................................................................. 28 
3.2 Universo e Amostragem ................................................................................................. 29 
3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão .................................................................................... 29 
3.4 Coleta, analise e Interpretação de Dados ...................................................................... 29 
3.5 CRONOGRAMA ............................................................................................................ 32 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 33 
4.1 Consequências do Bullying Escolar ............................................................................... 33 
4.2 Atuação do Psicólogo no Ambiente Escolar: BULLYING ............................................... 37 
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
O psicólogo considerado como o profissional da saúde mental que possui as 
competências e habilidades para atuar em diversas áreas, sendo uma delas o 
ambiente escolar, que se apresenta como um local de aprendizagem e interações 
diversas, porém por ser um ambiente coletivo abre portas para outros processos como 
dificuldades de aprendizagem e manifestações de violência escolar, sendo assim, a 
suma importância que este profissional se encontre presente e atuante neste 
ambiente. 
 Valle (2003) frisa o papel deste tipo de profissional como um investigador e 
pesquisador do ambiente em que atua, compreendendo a realidade escolar e 5 
interações, suas formas de intervir e direcionar a instituição para a conscientização e 
qualidade de relações. Ainda atuando diretamente na prevenção contra as diversas 
formas de violência no sentindo de promover atividade programas voltadas à saúde 
mental. 
O Bullying escolar se apresenta como um fenômeno muito presente nos 
ambientes educacionais, e em todos os seus níveis, educação básica ou ensino 
superior, sendo a violência um objeto de caráter continuo podendo ser praticado entre 
os alunos e até mesmo contra seus professores. Além de condicionar suas variantes 
como o Cyberbullying, numa forma de violência praticada através de plataformas 
digitais, e a usufruir, o agressor no caso do anonimato. 
Assim está pesquisa evidencia a problemática envolto a atuação do psicólogo 
no fenômeno de Bullying no ambiente escolar. Em foco o Bullying como sendo uma 
das formas de violência mais presente no ambiente escolar, onde os envolvidos, 
vítima e agressor, neste fenômeno vivenciam atos de violência envolvidos quanto ao 
ato físico e ao psicológico de forma repetitiva e devastadora, tanto na posição de 
oprimido quanto de opressor e suas consequências perduram não somente na 
vivencia escolar, mas também por toda a sua vivencia social (ANTUNES; ZUIN, 2008). 
Enfatizou está a hipótese quanto que a atuação do psicólogo escolar no contexto de 
Bullying se processa através de um trabalho em conjunto com a instituição escolar, 
desenvolvendo programas de conscientização e prevenção a violência, ambientes de 
reflexão, prezando a inclusão não somente dos alunos, mas também de todos os 
profissionais ali atuantes. 
6 
 
Esta investigação teve por objetivo geral descrever a atuação do psicólogo 
escolar mediante contexto de Bullying escolar e em relevância seus objetivos 
específicos pautaram-se em caracterizar o Bullying no ambiente escolar, ainda em 
analisar as consequências do Bullying escolar com os envolvidos e identificar as 
práticas de atuação do psicólogo no Bullying escolar. 
A intenção justificou-se em desenvolver a partir de leituras sobre o bullying 
escolar e a atuação do psicólogo no espaço educacional como sendo um profissional 
de grande importância para a promoção a prevenção aos fenômenos escolares. Em 
consequência de a justificativa social apontar o bullying escolar em uma visão de 
violência que se demonstra com consequências degradantes tanto à vítima quanto os 
opressores. Em consideração a importância e a conscientização da sociedade através 
da escola. E consequentementea leitura cientifica para o profissional que deseja atuar 
nesta área e a compreender de maneira mais especifica essa atuação profissional do 
psicólogo em combate ao bullying. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
CAPITULO 1: Bullying no Ambiente Escolar 
 
Neste capitulo descreve-se algumas compreensões teóricas sobre Bullying no 
ambiente escolar, como uma modalidade de violência presente nos espaços 
escolares, e que possui diversas facetas e formas de ser praticada, os desafio 
enfrentados pelos profissionais da área e a lidar com esse fenômeno, suas 
consequências, causas e ainda alguns conceitos sobre a violência escolar, Bullying, 
além de suas variações, personagens, diferenças de gênero e por fim suas 
consequências para com os envolvidos, no sentido de poder proporcionar um melhor 
entendimento acerca desse fenômeno. 
1.1 AMBIENTE ESCOLAR: Algumas Considerações 
 
O ambiente escolar desdobra-se como creditado como um dos principais 
agentes de socialização dos sujeitos, não apenas pela construção de conhecimento, 
mas também pela transmissão e construção de valores. Ao pensarmos em ambiente 
escolar, devemos ir além da educação por conteúdos lecionados, mas também em 
uma educação que envolva atitudes e comportamentos, atuando também de forma 
não verbal e não limitada a um espaço físico (ELALI, 2003). 
Silva e Ferreira (2014) pontuam o ambiente escolar como uma proporcionadora 
da cidadania, lugar onde os sujeitos ampliam suas vivencias para além do contexto 
familiar, integrando-se em numa comunidade mais ampla e que não está ligada por 
vínculos de parentesco ou afinidade, mas pelo dever de conviver com as diferenças, 
em outras palavras, a escola trabalha em cima do conceito de coabitação de seres 
diferentes, mas convivendo e aprendendo sobre uma mesma ordem. 
Ribeiro et al (2012) revela que além de um ensino de qualidade torna-se 
necessário que se trabalhe a inclusão de todos, o ambiente escolar tem o objetivo de 
interferir de forma positiva na vida dos indivíduos, mas interferências negativas fazem 
parte do processo de vivência integrada dos seres humanos, pois o ambiente escolar 
também é um espaço de relações sociais que se desenvolvem dentro e fora do 
ambiente, dessa forma, deve-se prezar pela qualidade do mesmo. 
Para Moreira e Candau (2003) ampliam o ambiente escolar, não apenas como 
um espaço da construção do saber cientifico, mas também relacionado a cultura, 
como um fator importante da vida dos indivíduos, através dela se obtém outros 
8 
 
conhecimentos sobre outras culturas, ideologias de um lugar, grupo ou da própria 
sociedade, o que auxilia no processo de respeito as “diferenças” uns dos outros, 
repugnando qualquer tipo de pensamento preconceituoso. 
Porém Vieira et al (2017) propõem que identificar o ambiente escolar 
institucional como um espaço de inserção social e o direito a educação do sujeito, e 
deve ser universal, sendo assim, este ambiente torna-se um lugar onde não devemos 
possuir qualquer tipo de descriminação ou preconceito e sim torna-lo um ambiente 
que possa incluir a todos, independentemente de classes sócias, etnias, religiões, 
gêneros entre outros. 
Dessa forma, a entender que o ambiente escolar como um espaço que se 
transforma além do físico, a proporcionar vivencias e aprendizagens em relações 
sociais, fazendo o uso do exercício da cidadania para com o indivíduo, capaz de 
ensinar a viver sobre normas institucionais e respeitando as diferenças, sempre 
aprendendo de forma gradativa. 
1.2 Violência Escolar 
 
A palavra violência está associada ao verbo violare do latim que significa violar, 
profanar, transgredir ou tratar com violência. Conceito este que sempre esteve 
presente na história da humanidade e até mesmo associado como parte da essência 
dos indivíduos, sempre foi alvo de estudos ao longo da história, por suas diversas 
manifestações e formas de ser praticada (SACRAMENTO; REZENDE, 2006). 
Minayo (2005) conceitua a violência em seu sentido geral como o uso da força 
ou superioridade física e constrangimento, ainda colocando o uso de comportamentos 
violentos como afirmações autoritárias, lutas, poder, vontade domínio ou 
aniquilamento para com o outro ou seus bens. Suas variadas manifestações podem 
ou não ser aprovadas socialmente, licitas ou ilícitas, de acordo com os aparelhos de 
manutenção social, como legislações e regras de convivência. 
Os fatores associados ao surgimento de comportamentos violentos podem ser 
os mais variados, desde condições econômicas, fatores culturais, condições sociais 
ou políticas, a violência está estritamente relacionada a fatores subjetivos dos 
indivíduos, questões internas que não puderam ser melhor desenvolvidas ao longo da 
vivencia ou não puderam ser sanadas por algum outro fator interno ou externo do 
ambiente (DALBERGH; KRUG, 2006). 
9 
 
Dessa forma, pode-se compreender que a violência está atrelada a ampla 
gama de comportamentos humanos de cunho agressivo, no qual os indivíduos 
precisam recorrer a atos violentos para obter resultados pessoais ou não, como dito 
anteriormente seus fatores de surgimento também podem ser os mais variados. 
Porém a violência possui suas facetas que surgem em outros pontos da sociedade, 
como a violência escolar onde o próprio nome já diz, é característica do âmbito escolar 
e adaptada a esse universo, porém não se resume apenas ao espaço físico escolar, 
possuindo aspectos internos e externos. 
A violência escolar cresceu nos últimos anos, os diversos casos de 
comportamentos violentos no ambiente escolar chamam a atenção das redes e mídias 
de informação, devido aos atos praticados que em sua maioria causam 
consequências físicas e psicológicas para com todos os envolvidos, docentes, 
discentes, familiares e funcionários de apoio. A violência escolar ganhas proporções 
cada vez maiores causando uma alteração significativa no aprendizado e convivência 
dos indivíduos na escola (ANDRADE, 2014). 
Outra característica marcante da violência escolar é o fato dela não ser 
específica do espaço físico escolar, mas de seus espaços, tanto interno quanto 
externo, em seu trajeto, como as relações familiares, relações sociais fora da escola, 
o próprio percurso de casa-escola e vice versa, pode ocasionar fatores que 
desenvolvam comportamentos violentos na escola, faz-se necessário que os 
profissionais que atuam neste âmbito estejam atentos a esses fatores, que em sua 
maioria são de cunho investigativo por parte do profissional (STELKO-PEREIRA; 
WILLIANS, 2010). 
Ainda sobre aspectos que influenciam a violência escolar o teórico Massing 
(2017) discorre sobre fatores que devem ser levados em consideração, como a 
televisão e a internet como instrumentos de influência, a remeter comportamentos e 
atitudes do indivíduo, a facilidade com que ambas transmitem informações que muitas 
vezes são de cunho agressivo, como notícias de morte ou atos de violência. As 
reverberações sociais acerca de alguma temática em evidencia da própria sociedade, 
extremismo social e outras informações perigosas transmitidas ou que se pode obter 
por acesso rápido e fácil. Quanto as influências externas se tornam quase ilimitadas, 
e muitas informações para serem absorvidas, acabam ocasionando uma cascata de 
influências negativas para o sujeito acometido de agressão. 
10 
 
Nesta vertente compreende-se que a violência escolar não é determinada por 
um comportamento atrelado a um ambiente em particular, um espaço físico, como 
objetiva e subjetiva a violência escolar e suas marcas podem ser manifestadas em 
qualquer ambiente fora da escola, desde que esse ambiente seja favorável para 
conflitos, influencias negativas, família e outros fatores sociais de cunho hostil, as 
mídias sociais e digitais são porta de entrada para muitas dessas influencias, como a 
facilidade do acesso, que proporciona todos os tipos de informações. 
O objetivo destetópico deu-se em decorrência de apresentar algumas 
conceituações e fundamentações teóricas acerca da violência escolar, no intuito de 
demonstrar entendimento sobre a violência e seus aspectos. A de se compreender 
que a violência escolar também possui suas facetas como o conceito tradicional de 
violência, e uma dessas faces contém o Bullying escolar, como uma das formas de 
violência escolar mais conhecidas e divulgadas pela mídia, e que também não se 
prende a um espaço físico institucional, mesmo que acarrete consequências severas 
aos envolvidos e em muitos casos até mesmo atitudes derradeiras, sendo assim, no 
capitulo a seguir se esbouçará uma descrição e conceituação do Bullying escolar, 
seus personagens, consequências e suas variações. 
 
1.3 Bullying Escolar 
 
Tendo em vista o exposto sobre algumas considerações acerca da violência e 
por já mencionado mais especificamente o bullying escolar, neste tópico descreve-se 
a conceituação teórica do Bullying assim como seu processo no ambiente escolar 
contemporâneo. 
A palavra Bullying origina-se da língua inglesa derivada da palavra Bully, sendo 
que para esta palavra não existe uma tradução específica para a língua portuguesa, 
para tanto, aos pesquisadores da área de psicologia, define-se da forma mais comum 
aos termos “Valentão”, “Tirano” ou mesmo o “uso da força excessiva”, “tentativa de 
demonstrar superioridade para intimidar alguém”, possuindo diversas definições 
bastante amplas, sendo que em todas elas relaciona-se diretamente à violência 
(FERNANDES; YUNES, 2015). 
Os estudos acerca dessa temática tiveram início com o pesquisador Dan 
Olweus na Europa, especificadamente na Noruega no início dos anos 1980, onde 
11 
 
detectou-se a necessidade de realizar pesquisas a respeito das variações de 
violências que ocorriam no ambiente escolar. A perceber que haviam distúrbios em 
relação as sucessivas e súbitas ações de ataques com recorrência de um aluno que 
chamaram de (agressor/dominador), em oposição a outro aluno que denominaram 
como (vitimizado). Diante disso o autor delimitou em suas observações apenas 
agressões físicas e verbais como denominada de Bullying, a ressaltar que o autor 
estava apenas no início de sua pesquisa, a considerar as formas diretas e primárias 
do Bullying (RISTUM, 2010). 
À medida que estes comportamentos eram observados, os pesquisadores 
puderam perceber que a prática de Bullying escolar, era mais vistosa e complexa, indo 
muito além de “ataques diretos” as vítimas. Havia outras formas de agressão que não 
seriam explicitamente praticadas ou até mesmo mediadas por terceiros. Assim, 
demonstrou-se a necessidade e a relevância na ampliação dos estudos, uma vez que 
em decorrência de possíveis punições institucionais, os agressores tornavam as 
práticas não tão evidentes, pois realizavam praticas violentas distantes dos olhares 
“institucionais”, para assim terem mais liberdade em relação às agressões (RISTUM, 
2010). 
Compreende-se que os estudos sobre comportamento escolar violento já 
mostravam potencial para o desenvolvimento mais aprofundado de estudos não 
apenas sobre o contexto de violência escolar e de sua complexidade do universo 
educacional, a questionar como essas práticas se tornavam tão ativas dentro desses 
ambientes, porém por ser um estudo pioneiro ainda encontravam dificuldades, em 
especial na identificação dos comportamentos. 
O fenômeno Bullying está presente na maioria dos ambientes escolares e 
apesar de suas práticas serem repudiadas por educadores e profissionais da área 
educacional, existe de fato uma ausência de iniciativas voltadas para a prevenção 
desse fenômeno, que materializam consequências trágicas para aqueles que sofrem 
ação diretamente, e que podem ser refletidas por toda a vivência escolar do indivíduo, 
mesmo fora do ambiente escolar (SLOBODZIAN; HUBNER, 2016). 
 Já para Fante (2005), a compreensão sobre bullying escolar está destacado 
como uma forma muito cruel de violência, uma vez que o indivíduo sofre agressão 
continua, a ocasionar um alto grau de ansiedade, podendo interferir diretamente de 
forma negativa em seus processos de aprendizagem e convívio social, devido a 
excessiva pressão emocional que sofre, com emoções que envolvem o medo, a 
12 
 
angustia, a raiva reprimida e outras, que ocasionalmente podem prolongar seu 
sofrimento psíquico. 
O bullying escolar abre muitas portas para eventos cada vez mais traumáticos 
para aqueles que o vivenciam em qualquer proporção de sua experiência, esses 
traumas podem ser manifestados de diversas formas. Pode-se exemplificar casos de 
tiroteios em ambientes escolares, e esses eventos recebem o nome de school 
shooting, na qual um indivíduo que é ou foi vítima de alguma forma bullying realiza um 
atentado a vida daqueles que se encontram na instituição alvo, na intenção que podem 
ferir a instituição ou até mesmo aos alunos que praticaram os atos de bullying com 
esse indivíduo (VIEIRA; MENDES; GUIMARAES, 2009). 
Os autores ainda ressaltam casos como a da universidade de Virginia Tech, 
onde um aluno coreano planejou e executou um atentado contra a instituição e seus 
alunos, a ceifar a vida de 33 pessoas incluindo a sua. Nas investigações sobre o 
ocorrido foi constatado que o atirador sofria Bullying de seus colegas por sua 
nacionalidade e cultura, o que causou um elevado grau de sofrimento e o fez executar 
tal ato (VIEIRA; MENDES; GUIMARAES, 2009). 
Dessa forma, analisa-se que o bullying escolar causa consequências que vão 
muito além de sofrimento interno e físico da vítima, o estresse elevado e a angustia 
reprimida que se origina dos constantes assédios violentos, proporciona que os 
vitimados realizem atos violentos como o citado, e que podem custar vidas até mesmo 
daquelas pessoas que não se encontram envolvidas em nenhum grau de violência 
escolar e a do atirador. 
Freire e Aires (2012) argumentam sobre o enfrentamento ao Bullying e a 
qualquer forma de violência que ocorre no ambiente escolar, e que esse 
enfrentamento não se deve partir de métodos e estratégias prontas e fechadas, como 
um tipo de receita única, não há um método exclusivo, pois cada ambiente escolar 
possui uma realidade diferente e uma diversidade de indivíduos e relações sociais 
muito amplas, não se deve avaliar e combater o bullying de um modo 
descontextualizado de seu universo. 
O Bullying escolar está apontado como um problema de saúde pública, 
conforme Marcolino et al (2018) o seu caráter multidimensional, complexo e relacional, 
requer constantes atualizações de estudos e estratégias cientificas e políticas, no 
intuito de caracterizar esta temática como um estudo intersetorial, uma vez que está 
problemática possui diversas manifestações e em todos os níveis e ensino. 
13 
 
Esse tipo de violência escolar mostra-se um fenômeno amplo por atingir todos 
os níveis de ensino, suas consequências já mostraram ser extremamente severas a 
todos os envolvidos, e também se mostra como um fenômeno complexo devido aos 
seus personagens, as motivações e as formas de violências que podem ser praticadas 
dentro desse contexto. Mas quem são esses personagens que compõem essa 
modalidade de violência? Quais são suas motivações e perfil? Como se caracteriza 
um personagem de bullying escolar? Esses questionamentos se apresentam no tópico 
a seguir. 
 
1.4 Personagens do Bullying Escolar 
 
No contexto de Bullying escolar, Silva (2015) em sua obra Bullying: Mentes 
Perigosas nas Escolas faz uma distinção sobre os personagens que compõe esse tipo 
de violência. E esses personagens são divididos em três tipos: “as vítimas, os 
agressores e os expectadores”. Esses indivíduos sofrem, praticam e presenciam 
comportamentos violentos e são passiveis de suas consequências independente de 
sua posição, assim neste tópico se fará uma breve apresentação sobre esses 
protagonistas participantes do Bullying escolar. 
 
 1.4.1Vítimas 
 
Caracteriza-se como uma vítima do Bullying escolar, o aluno que apresenta 
dificuldade de socialização, geralmente é um sujeito tímido e reservado e não 
consegue reagir mediante as provocações e agressões direcionadas a ele, esse aluno 
pode apresentar características físicas e psicológicas que podem o deixar vulnerável 
a esse tipo de violência, as características físicas podem ser o fato de ser acima do 
peso ou muito magro, deformidades físicas, cor da pele, entre outros motivos. Já as 
características psicológicas podem ser a falta de habilidade de socializar, insegurança 
emocional bem como outros traços, qualquer motivo que o deixe a mercê desse tipo 
de comportamento (SILVA, 2015). 
Lopes Neto (2005) ressalta que as vítimas de Bullying escolar, além das 
questões físicas, esses indivíduos podem apresentar uma pré-disposição a sofrerem 
esse tipo de comportamento, essa pré-disposição de acordo com o autor pode se 
14 
 
originar de padrões educacionais familiares como a superproteção, tratamento de 
forma infantilizada ou até mesmo colocando-o como um tipo de “bode expiatório” da 
família. 
 
1.4.2 Agressores 
 
Já os agressores, podem pertencer a ambos os gêneros, masculino e feminino, 
esses sujeitos geralmente apresentam comportamentos de desrespeito e 
perversidade, eles podem agir individualmente ou em grupo e assumem posições de 
liderança através da imponência física e psicológica. Os agressores apresentam 
desde muito cedo aversão a normas e autoridades o que os deixa vulneráveis a 
comportamentos delituosos e violentos no ambiente em que convive, esses indivíduos 
estabelecem um padrão de aceitação social e todos aqueles que não se adequem a 
ele ou não o respeitem tornam-se possíveis alvos de bullying por esses agressores 
(SILVA, 2015). 
A autora ainda discorre que esses comportamentos e falta de empatia para com 
o próximo quando se trata de um agressor de Bullying escolar, podem ser resultado 
de uma convivência social e familiar conflituosa, lares ou ambientes em que é 
estimulado de forma constante a agressividade, faz com que esses indivíduos se 
tornem desregulados em suas convivências sociais e se utilizem de métodos violentos 
para obter respeito e poder (SILVA, 2015). 
Sendo assim, compreende-se que os agressores são indivíduos que possuem 
determinada desregulação emocional que advém de diversos fatores como, lares 
conflituosos, desrespeito às normas e regras, afirmações e posições de poder, 
aceitação social entre outros. 
 
1.4.3 Expectadores ou Testemunhas 
 
Os expectadores ou testemunhas são indivíduos que presenciam toda a 
violência dirigida às vítimas pelos agressores, porém não tomam atitude alguma em 
relação aos atos violentos, tanto na defesa das vítimas, quanto se juntando os 
agressores, esses indivíduos assumem uma postura imparcial em situações de 
Bullying escolar, essa postura advém de diversos motivos, um deles e talvez um dos 
15 
 
principais seja por temerem se tornar as novas vítimas dos agressores, o que também 
ocasiona um posição de omissão em relação às agressões presenciadas (SILVA, 
2015). 
Os expectadores podem adquirir outros comportamentos além da passividade 
como forma de se esquivar de possíveis agressões, um desses comportamentos pode 
ser o ato de imitar os agressores, não de forma continua ou com o mesmo grau de 
perversidade, mas como uma forma de ganhar alguma popularidade ou poder, porém 
esse comportamento pode torná-lo um agressor em potencial (LISBOA; BRAGA; 
EBERT, 2009). 
Dessa forma, entende-se que o Bullying escolar além de seus característicos 
atos violentos e repetitivos, há também personagens que compõem e caracterizam 
esse fenômeno, vitima, agressor e expectador que possuem suas particularidades 
neste fenômeno, independente da sua posição no ambiente escolar estes 
personagens estão sujeitos a danos físicos e psíquicos em que se deve ter um olhar 
mais atento aos processos que ocorre com esses indivíduos, considerando seus 
aspectos internos e externos. 
Portanto, ao se falar de Bullying escolar, compreendemos que este fenômeno 
é uma modalidade de violência escolar que se manifesta de diversas formas, mas que 
está presente em grande parte dos ambientes escolares e em todos os níveis de 
formação, porém ainda se tratando de pesquisas teóricas acerca do tema, diversos 
autores fazem diferenciações de comportamentos violentos entre meninos e meninas, 
essas distinções se pautam em níveis de agressão, incidências de conflitos para 
ambos os sexos e dados percentuais de envolvimento de cada gênero, sendo assim, 
no tópico a seguir irá se analisar essas particularidades por sexo no Bullying escolar. 
 
1.5 Bullying Escolar: Distinção entre Meninos e Meninas 
 
O Bullying no ambiente escolar se caracteriza pelos atos de violência física e 
psicológica praticados por ambos os sexos masculino e feminino, sendo que estes 
ocorrem de forma contínua, intencional contra uma ou mais vítimas. Lisboa (2005) 
argumentam que as diferenças de gênero em relação a expressão de agressividade 
já é observada desde a infância, na qual os meninos são mais agressivos que as 
meninas e se envolvem com maior frequências em conflitos em que se precise usar a 
16 
 
força física, os autores ainda discorrem que mesmo consideradas menos agressivas, 
as meninas apresentam tendência a manifestar verbalmente hostilidades. 
 Mazzon (2009) em suas pesquisas sobre comportamento discriminatório no 
âmbito escolar, observou que os meninos apresentam atitudes preconceituosas e 
agressivas com maior frequência do que as meninas, o que permitiu compreender 
uma maior participação dos meninos em atos de bullying escolar. Neste cenário 
Mattos e Jaeger (2015) analisam que os meninos praticam mais atos de bullying pelo 
fato de não demonstrarem receio de ser repreendidos pelas suas práticas de 
violências. O que já não se enquadra para as meninas, uma vez que a maioria das 
meninas que afirmaram praticar ou terem praticado em algum momento o bullying 
sofrerem represálias familiares em função dos comportamentos. 
Bandeira e Hutz (2012) discorrem que cerca de 50% dos agressores são do 
sexo masculino, de forma que os ataques femininos são de 18,8%, no entanto, as 
mesmas atitudes ocasionadas por ambos os gêneros somam 31,2%. Dessa forma, a 
autora ainda afirma que o sexo feminino dispõe de uma sagacidade ainda mais cruel 
para ferir suas vítimas deixando-as deprimidas por estarem sendo acusadas de forma 
a denegrir a sua moral, bem como a sua dignidade, em relação ao sexo masculino 
sua reação é de completo descontrole tendo um instinto explosivo partindo para as 
agressões físicas e verbais liberando dessa forma toda a sua ira para com a vítima. 
A propensão há uma violência mais direta, com agressões verbais e físicas se 
encontra mais presente entre os meninos praticantes de Bullying, quanto às meninas 
a incidências de envolvimento maior estão nos comportamentos de exclusão social, 
dessa forma, compreende-se que os meninos são mais adeptos de uma violência 
mais clássica e as meninas de uma forma mais astuta, o que não exclui a violência 
verbal que está presente em ambos os sexos nesse contexto (SOUZA-FERREIRA; 
FERREIRA; MARTINS, 2014). 
Para tanto, há também distinção no que refere às reações de empatia em 
relação aos vitimados, pois as meninas são mais empáticas aos que sofreram com 
esse tipo de violência disponibilizado aporte moral e emocional, diferentemente dos 
homens que se retraem á aquele que sofreu bullying, proporcionando neste o 
sentimento de vitimização, agressividade e de igual modo a vingança sejam 
construídos em seu sofrimento (BANDEIRA, 2009). 
É importante para pesquisa pontuar essas diferenças de gênero no fenômeno 
de Bullying escolar por suas particularidades presentes na forma de como cada sexo 
17 
 
se comporta, pode-se ver que o sexo masculino possui propensão maior para 
violênciaescolar, já o sexo feminino também possui uma incidência, porém em um 
grau menor e com maiores chances de auto regulação. Dessa forma, pode-se ter uma 
exatidão maior acerca da análise do Bullying no ambiente escolar e suas 
manifestações, ainda sobre as suas formas de se manifestar também irá se abordar 
uma nova modalidade de assedio interligada com o Bullying, sendo essa modalidade 
o Cyberbullying onde se irá analisar algumas conceituações teóricas a respeito. 
 
1.6 Cyberbullying 
 
Na atual sociedade em que vivemos, um dos principais desafios dos 
profissionais da área escolar é o de desenvolver a educação atrelada às tecnologias 
presentes na sociedade e em grande da parte das instituições de ensino. Vivencia-se 
um momento em que as tecnologias, em especial, as de informações fazem parte do 
dia-a-dia dos indivíduos em casa, no ambiente de trabalho e no ambiente escolar, 
como parte essencial para construção e organização dos processos nesses 
ambientes (PEREIRA; ALVES, 2015). 
Assim como o termo Bullying, o conceito de Cyberbullying possui uma 
diversidade de conceituações teóricas, mas em grande parte dessas visões, o 
cyberbullying ou bullying virtual geralmente é caracterizado como a utilização de 
qualquer plataforma social digital com o objetivo de expressar conteúdos de 
difamação ou violência psicológica direcionados a um indivíduo ou a um grupo de 
forma continua (LOPES NETO, 2005). 
O advento das tecnologias da informação apesar de apresentar um mundo 
virtual livre de um certo convívio físico, também mostra uma faceta perigosa, que se 
dá através do anonimato, o que “protege” indivíduos com intenções não benéficas e 
com objetivo de proporcionar sofrimento à aqueles que se encontram sob seu julgo, 
dessa forma, abrindo portas para novos de tipos de violência, mas dessa vez, no 
âmbito virtual (WENDT; LISBOA, 2013). 
Dessa forma, entende-se o cyberbullying como uma faceta do bullying, no qual 
os autores se utilizam de plataformas de tecnologia da informação, como facebook, 
instagram, entre outras redes sociais conhecidas, até mesmo redes privadas que 
possuem alguma forma de compartilhamento de informações, imagens e diálogos. 
18 
 
Freire e Aires (2012) discorrem sobre o anonimato que o Cyberbullying proporciona 
ao agressor, no qual o indivíduo pode desferir ofensas contra o outro e manter-se em 
segredo, utilizando apelidos ou outras formas que dificultem a sua identificação. Um 
fator importante sobre o Cyberbullying é a sua facilidade de instalar-se no ambiente 
escolar moderno e de até extrapolar este ambiente, atravessando os muros da escola 
e aumentando ainda mais o sofrimento dos possíveis alvos. 
Existem algumas diferenças entre o Bullying direto e indireto, no bullying 
tradicional, a vítima sofre enquanto se encontra presente naquele ambiente em 
questão, no caso o ambiente escolar, e quando se ausenta deste ambiente a vítima 
fica em tese longe dessa violência, já no Cyberbullying é mais difícil a vítima se 
ausentar dessa situação, uma vez que por se utilizar das plataformas digitais e não 
físicas, o agressor amplia a sua atuação, no qual a repetição constante torna-se mais 
evidente e a vítima torna-se limitada a se esquivar desses atos (SCHREIBER; 
ANTUNES, 2015). 
Podemos então compreender o cyberbullying como uma manifestação indireta 
do bullying, por não precisar diretamente de um contato ou ambiente físico, sendo 
assim, o agressor se utiliza de um ambiente virtual para desferir suas ofensas e limitar 
o espaço de fuga do seu alvo, atormentando-o através do anonimato as sombras da 
virtualidade. A vítima por outro lado não tem muitas possibilidades de esquivar-se e 
acaba por vivenciar mesmo em sua zona de conforto agressões e outras formas de 
violência psicológica. 
 
1.7 Consequências do Bullying Escolar com os Envolvidos 
 
Todo e qualquer ato de violência praticado pode deixar suas sequelas, inclusive 
o Bullying, que se caracteriza por atos de violência física e psicológica de forma 
repetida e que deixa suas consequências não apenas para as vítimas, mas também 
para todos aqueles que se encontram envolvidos neste fenômeno. Para Fante (2005) 
são graves os efeitos para as vítimas dessa pratica, devido à constante pressão e 
violência a que são submetidos, esses indivíduos apresentam falta de interesse 
escolar, dificuldades em seu processo de aprendizagem e tentativas de evasão do 
ambiente de ensino, esses comportamentos podem abrir portas para transtornos 
19 
 
psíquicos, doenças psicossomáticas e até mesmo chegando a comportamentos 
suicidas. 
Além dos comportamentos supracitados acima, de acordo com Cunha (2009) 
os alunos ao sofrerem esse tipo de violência sentem-se inseguros em frequentar a 
escola, com medo de sofrerem bullying de seus colegas, e como alternativa imediata, 
evitam frequentar os locais de maior incidência desse ato, e quando não se pode evitar 
tais encontros, gera-se uma probabilidade considerável na aquisição de armas para 
defender-se. Nota-se que em ambas as reações, a vítima sofre de maneira tão forte 
ao ponto de degradar a sua saúde mental desorganizando o seu sistema psíquico. Ao 
perpetuar esses sintomas, o sujeito em sua vida adulta se tornará um indivíduo com 
baixa autoestima e mais propenso a sintomas de depressão ou ao uso de substancias 
psicoativas. 
Souza et al (2019) discorre que grande parte dos adolescentes que vivenciam 
bullying no ambiente escolar fizeram uso de substancias psicoativas, na condição de 
vítima são (33,4%), como autor são (26,4%) e como alvo/autor são 10,3%) o que 
demonstra uma realidade preocupante no não preparo emocional desses 
adolescentes bem como da instituição escolar nas políticas de enfrentamento no 
fenômeno Bullying. 
Compreende-se que o bullying pode ser um grande influenciador para que 
esses adolescentes venham a ingressar no uso de substancias psicoativas, 
transformando dessa forma a sua realidade tanto emocional quanto social. 
As consequências para os agressores dão-se devido o afastamento do 
processo de aprendizagem ou pela ausência de interesse pelos conteúdos escolares, 
desse modo, projeta na violência uma forma de buscar a popularidade e a 
demonstração de poder, a impunidade ou falta de direcionamento em muitos desses 
casos acarreta a possíveis comportamentos violentos em sua vida adulta (FANTE, 
2005). 
Ainda com os agressores é perceptível o distanciamento nas relações pessoais 
no ambiente escolar, falta de empatia e comportamentos impulsivos, o que contribui 
ainda mais para diminuição de produtividade desses indivíduos, e quanto mais se 
torna evidente as práticas violentas desses indivíduos mais severos esses 
comportamentos se tornam, podendo levar a um total negativo de produtividade 
escolar (SANTOS; PERKOSKI; KIENEN, 2015). 
20 
 
A probabilidade dos agressores ingressarem em crimes violentos e serem 
condenados ultrapassa os 50% dos casos, pois nos estudos já realizados, foi 
observado que esses alunos que praticaram bullying na escola, em sua maioria foram 
condenados por um ou mais crimes na vida adulta, o que pode advir de uma família 
desestruturada, mídias tendenciosas à violência e a inércia do ambiente escolar 
(CUNHA, 2009). 
Em meio a essa ótica, Cunha (2009) ainda menciona as vítimas agressoras, 
que surgem como uma resposta ao bullying sofrido, alterando a sua posição frente ao 
problema enfrentado, pois quando a vítima é extremamente exposta ao 
constrangimento mas toma a atitude de se defender e o faz com êxito, acaba por 
proporcionar uma forte confiança em si ao revidar o seu agressor, impondo-se com 
autoridade aquele que antes lhe causava dano. 
Albuquerque et al (2013) trazem uma problemática muito preocupante para 
com os espaços escolares em que temas como o bullying são poucos trabalhados, 
contudo, os alunos que nelas estão matriculados obtém pouca clareza sobre a 
problemática, tornando-se sujeitospropensos a cometer atos severos e persistentes 
aos seus pares, como no caso de Realengo no Rio de Janeiro, em que um ex-aluno 
entrou em sua antiga escola aonde sofria bullying, o mesmo matou 11 alunos e deixou 
13 feridos, em seguida tirou a sua própria vida. 
Diante dessas informações, entende-se que o não trabalhar desta temática no 
ambiente escolar é um terreno fértil para desenvolver sentimentos de vitimização, 
angustia, desamparo e o desejo de revidar que pode ser voltado tanto para a 
instituição quanto para com seus colegas. 
Em casos como estes Lopes Neto (2005) argumenta que as vítimas estão sofrendo 
de maneira tão intensa ao ponto de desejarem acabar com a sua dor, ferindo aquilo 
que lhe representa tanta indignação, dessa forma, este acaba cometendo os mais 
terríveis atos de violência chegando a ceifar a vida de outros, no entanto, a finalidade 
era de ferir a instituição escolar. 
Portanto, é observado que o papel do agressor e da vítima pode ser alterado, 
a vítima ocupa o papel de agressor enquanto aquele que agride se torna o vitimado, 
nessa nova configuração o agressor se torna mais voraz do que seu antecessor por 
estar mais propenso a sentimentos negativos de violência contra aquele que o feriu, 
ocasionando assim tragédias que podem marcar sua história e de seus familiares. 
21 
 
No entanto, Cunha (2009) argumenta a respeito dos expectadores que 
contribuem de forma significativa à posição de poder dos agressores, pois observam 
de forma tão omissa tais agressões para com as vítimas eximindo-se de qualquer 
oferta de auxilio em favor das mesmas. Vemos que para esse público torna-se 
conveniente não oferecer ajuda as vítimas por não desejar tornar-se a próxima, porém 
essa mesma atitude traz consigo um sentimento de solidão para as vítimas, pois elas 
veem as pessoas ao seu redor presenciando o ato de bullying, mas não tomam atitude 
alguma para evitar ou interromper a violência. 
Podemos compreender que os repetitivos atos de violência geram 
consequências físicas e psíquicas devastadoras para os indivíduos, mesmo aqueles 
que participam ou se encontram neste processo de forma indireta, o fenômeno 
Bullying afeta a todos do ambiente escolar, tais comportamentos adquiridos por via 
desses atos refletem por toda a vivencia do indivíduo e podem ser determinantes para 
seus comportamentos futuros, sendo assim, o Bullying escolar torna-se muito mais do 
que apenas um fenômeno escolar, mas sim um transformador social prejudicial. 
 
CAPITULO 2: Atuação do Psicólogo no Contexto de Bullying Escolar 
 
Como visto anteriormente, o Bullying é um fenômeno que tornou-se 
característico no ambiente escolar, muito difícil de se identificar devido se mostrar 
presente entre os alunos e por sua essência ser de hostilidade repetitiva para com o 
outro, consequências físicas e psíquicas e em muitos casos a inércia do ambiente 
escolar acaba por ser um desafio ao profissional de psicologia escolar. Porém a 
literatura acerca do tema é bem enfática sobre a atuação do psicólogo no contexto de 
Bullying escolar, desse modo, neste capitulo irá se identificar como se procede essa 
atuação com o intuito de elevar o arcabouço teórico e prático do psicólogo escolar. 
 
2.1 O Psicólogo Escolar 
 
Valle (2003) compreende a Psicologia Escolar como um dos campos de 
atuação do psicólogo, no qual o profissional faz a utilização de aspectos teóricos e 
práticos da psicologia no ambiente escolar, este trabalho tem por objetivo o 
22 
 
aperfeiçoamento do processo educativo dos sujeitos, considerando aspectos 
psíquicos, sociais, culturais, educacionais, institucionais dentre outros, o trabalho da 
psicologia escolar se faz dentro e fora do ambiente educacional. 
No princípio da construção da psicologia com a área educacional, o trabalho do 
psicólogo que ainda não era denominado de psicólogo escolar, atuava exclusivamente 
com testes psicológicos, assumindo a função de psicometrista no contexto escolar, no 
qual tinha o objetivo de quantificar fenômenos psíquicos presentes no processo de 
aprendizagem escolar, mensurando esses processos e intervindo de forma clínica e 
individual para com o aluno (DIAS; PATIAS; ABAID, 2014). 
Porém com o passar dos anos, das mudanças que ocorriam no universo 
escolar brasileiro e as discussões acerca da pratica, a atuação do psicólogo no 
ambiente escolar foram tomando novos ares. Houve uma insatisfação com os 
resultados obtidos que advinham somente da testagem psicológica, sem levar em 
consideração outros aspectos dos alunos e do ambiente escolar. No final da década 
de 1970 houve muitas reverberações acerca da pratica do psicólogo que até então 
assumia um caráter remediativo acerca dos problemas de aprendizagem escolar, isso 
causou uma certa insegurança acerca da atuação do psicólogo na escola, uma vez 
que seus instrumentos e analises já não diagnosticavam com exatidão determinados 
problemas escolares (BARBOSA; MARINHO-ARAUJO, 2010). 
Entre as discussões sobre a atuação do psicólogo na escola e seus fatores, 
viu-se a necessidade de analisar o aluno além do que era psicopatologizado pelo 
trabalho de psicometria e pelas influencias no modelo medico e tratamento individual, 
causando uma hipertrofia da psicologia no contexto educacional, sendo assim, viu-se 
a necessidade um olhar coletivo que hoje compreende-se como interdisciplinaridade, 
essa coletividade com outros profissionais do ambiente ampliava mais as reflexões 
acerca da atuação (ANTUNES, 2008). 
 Portanto, compreende-se que em um primeiro momento a atuação do 
psicólogo no ambiente escolar se dava de forma psicométrica e voltada a análise 
individual do sujeito escolar, psicopatologizando problemas de aprendizagem e 
comportamentos escolares, mas conforme as mudanças no ambiente escolar, esse 
modelo de atuação foi logo alvo de críticas e reformulações por especialistas da area 
, abrindo assim um espaço maior para outras formas de se conciliar a psicologia com 
a educação. 
23 
 
Dentre os objetivos da atuação do psicólogo escolar estão o incentivo aos 
educadores (incluindo os próprios psicólogos) na tomada e planejamento de decisões 
políticas-pedagógicas da instituição escolar, estimular a escolha deliberada e 
conscientemente assumida de uma atuação pautada em teorias psicológicas, cuja 
visão contemple o sujeito por completo, em suas múltiplas determinações e Histórico-
sociais, prestar acessória a instituição escolar no desenvolvimento de uma concepção 
de educação, na compreensão e amplitude do seu papel, limites e possibilidades, 
utilizando os saberes da psicologia e desenvolver um enfoque preventivo: trabalhar 
relações interpessoais na escola, com o objetivo de proporcionar a reflexão e 
conscientização de funções, papeis e responsabilidades dos envolvidos (CASSINS et 
al, 2007). 
Existem muitos outros objetivos a serem a atingidos pelo psicólogo escolar em 
sua área de atuação, porém se deu ênfase a esses objetivos citados por serem 
essenciais no trabalho da psicologia escolar, neste ambiente o trabalho do psicólogo 
se dá através de uma atuação que vise o individual e o coletivo, em conjunto com a 
instituição e suas estratégias e métodos educacionais. 
No cenário atual, o psicólogo escolar procura se especializar e dialogar com 
diversas áreas de atuação dentro universo educacional, desenvolvendo um trabalho 
que atenda tanto os educandos em todos os seus aspectos quanto a todos aqueles 
que participam ou influenciam no processo de educação, analisando o processo de 
ensino-aprendizagem levando em consideração o desenvolvimento motor, cognitivo, 
emocional e de convivência social, também estuda a estrutura curricular, espaços 
físicos necessários para influenciar o aprendizado e trabalha com professores e 
família, desde a educação infantil até o ensino superior (JOLY, 2000). 
Diante disso, entende-se que o trabalho do psicólogo escolar envolve uma 
atuação interdisciplinar,dialogando com todos os personagens do ambiente escolar, 
como os professores, coordenação pedagógica, serviços gerais e merendeiras, onde 
se promoverá um melhor ambiente de ensino-aprendizagem e relações interpessoais 
para com os discentes. 
Para Andrada (2005) o psicólogo escolar em seu trabalho com a instituição 
educacional deve estar consciente de suas práticas de atuação e precisa colher dados 
concretos sobre a instituição e suas políticas de ensino, que podem ser realizada 
através de um diálogo inicial com a equipe pedagógica, não deixando de frisar o papel 
do psicólogo e como se dá a sua visão de sujeito, como compreende os processos de 
24 
 
aprendizagem e estratégias que atendam tanto as demandas individuais quanto 
coletivas dos personagens escolares. 
A família vem como um fator determinante para a progressão escolar e vivência 
dos sujeitos, considerado como um fator extraescolar por se processar fora do 
ambiente escolar, mas que acarreta consequências para o mesmo, é importante que 
desenvolva um trabalho informativo e educativo com os familiares dos alunos, 
proporcionando a visão de importância que a família possui neste processo 
(MOREIRA; OLIVEIRA, 2016). 
O Psicólogo escolar ao traçar o seu diagnostico em investigação aos 
comportamentos violentos de Bullying se utiliza de diversas estratégias com validação 
cientifica, essas estratégias podem ser desde a observação direta do universo escolar 
e suas áreas, como também a utilização de instrumentos de avaliação psicológica 
como questionários e escalas, sendo aplicadas tanto individualmente quanto 
coletivamente, possibilitando uma avaliação objetiva em curto período de tempo e com 
baixo custo (ALCKMIN-CARVALHO et al, 2014). 
Através desses resultados, torna-se possível que a escola juntamente com o 
psicólogo possa trazer reflexões acerca de comportamentos violentos e convivência 
escolar, o desenvolvimento de estratégias de prevenção fazem parte desse trabalho. 
Outro ponto apontado em estratégias de prevenção e combate a violência seria 
transformar a temática da violência escolar, o Bullying como parte da matriz curricular 
dos educandos, através de revisão bibliográfica o educador pode lecionar sobre a 
violência escolar e seus fenômenos (CÔRTES et al, 2011, GOMES; SOUZA, 2011). 
Em algumas instituições que não desenvolvem políticas de intervenção na 
saúde mental escolar, por vezes não dão a devida atenção aos problemas de 
convivência escolar ou possuem uma visão superficial acerca da temática, sendo 
assim, limitando a atuação dos profissionais especializados em lidar com essas 
situações, colocando a responsabilidade apenas no educador em sala, devendo ele 
elabora estratégias de convívio escolar saudável e resolução de conflitos 
(ZUCOLOTO et al, 2019). 
A família como elemento de extrema importância na vida do educando e das 
vítimas e agressores de Bullying, devido aos muitos comportamentos positivos e 
negativos se nela se originam, torna-se importante investigar para compreender a 
dinâmica familiar dos educandos envolvidos em violência escolar, as características 
familiares permanecem pôr a vivencia do indivíduo, sendo assim, o psicólogo e a 
25 
 
equipe escolar devem desenvolver um ambiente de acolhimento e compartilhamento 
de educandos com os profissionais (TEIXEIRA, 2018). 
Em seu diálogo com a família, o psicólogo escolar deve realizar um trabalho de 
escuta com os familiares, coletando informações sobre o educando assim como suas 
demandas psíquicas e sócias, analisando a sua relação familiar e conscientizando os 
familiares sobre a importância do seu papel na vida do educando, dessa forma, 
realizando um trabalho que vai além dos muros da escola (LOURENÇO; SENRA, 
2012). 
Portanto, percebe-se que a atuação do psicólogo escolar em conjunto com a 
família se dá de uma forma mais direta, uma vez que este profissional entra em 
contato com os familiares, realizando uma coleta de informações sobre o contexto 
familiar do aluno e através desse processo, elabora estratégias de intervenção e 
prevenção de possíveis comportamentos que venham a interferir em seu processo de 
ensino. Porém a atuação do psicólogo escolar no contexto de violência escolar se dá 
através da prevenção e promoção a saúde mental neste ambiente, no qual veremos 
como se desenvolve no tópico a seguir. 
 
2.2 Prevenção ao Bullying e Promoção a Saúde mental no Ambiente Escolar 
 
Para Fante (2005) a temática da violência tornou-se prioridade na maioria das 
instituições educacionais no Brasil, são desenvolvidos inúmeros projetos e programas 
que tem por objetivo diminuir a incidência da violência escolar, no entanto, a escassez 
de notícias e resultados desses programas deixam ainda a deriva planejamentos e 
estratégias mais eficazes no combate ao Bullying escolar. 
Em se tratando de prevenção ao Bullying escolar, Freire e Aires (2012) 
discorrem que é preciso compreender o bullying como um fenômeno social, dessa 
forma, as estratégias de prevenção a esse tipo de violência devem estar em plena 
comunhão com a realidade onde ela ocorre, englobando medidas institucionais, 
pedagógicas e preventivas levando em consideração questões sociais, psicológicas, 
econômicas e outros fatores que possam influenciar esses comportamentos, 
procurando evitar medidas como punições e outras formas de tradicionais de 
enfrentamento. 
Dessa forma, compreende-se que as estratégias de prevenção a violência 
escolar, mais especificamente ao Bullying se dão em consonância com a realidade 
26 
 
institucional em que este profissional atua, através de programas e projetos de 
intervenção que visem a prevenção e conscientização dessa modalidade de violência 
escolar e suas consequências. 
O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente definiu garantias e medidas de 
proteção, com o objetivo de resguardar o desenvolvimento saudável das crianças e 
adolescentes. É considerada por muitos especialistas como uma lei de parâmetros 
avançados, não apenas pela garantia de direitos desse público, mas também pela 
proteção integral garantida que seu art. 1° dispõe (ISHIDA, 2013). 
Ainda no contexto de proteção integral, a criança e o adolescente deverão 
receber atenção prioritária da família, sociedade e do estado, com tratamento em 
absoluta prioridade, com o intuito de se desenvolverem adequadamente, livres de 
qualquer tipo de agressão, dessa forma, de acordo com o ECA os interesses da 
criança e do adolescente devem preceder a qualquer outro, sendo tratados em 
primeiro lugar (DIGIÁCOMO; DIGIÁCOMO, 2017). 
Com base nesses princípios do ECA, Paranahiba (2013) afirma que o Bullying 
escolar não pode ser negligenciado, levando em consideração os danos físicos e 
psíquicos que esse comportamento ocasiona não apenas na fase escolar, mas na 
vivencia adulta do sujeito, deixando inúmeras sequelas, a autora ainda pontua 
princípios constitucionais, como a constituição federal que veda a pratica de qualquer 
tipo de violência tanto no âmbito familiar, ambiente de trabalho e outros ambientes, 
como dito anteriormente, se o Bullying for negligenciado suas consequências refletirão 
por toda a vida do indivíduo. 
Ainda sobre legislação, em 2015 o Congresso Nacional aprovou a Lei n° 
13.185/2015 que dispõe sobre os comportamentos de bullying, definindo-o como uma 
intimidação sistêmica no qual compõe agressões físicas e psicológicas e outros tipos 
de descriminação, caracterizando o cyberbullying e ditando formas de prevenção e 
combate a esta modalidade de violência (CAMPOS et al, 2019). 
Diante do exposto, os direitos de proteção de integridade da criança e do 
adolescente são garantidos por lei, dessa forma, garantindo que esses direitos não 
sejam negligenciados no ambiente escolar, pois tal negligencia acarreta 
consequências em todo processo escolar e vivencia dos indivíduos após esse 
processo. 
O trabalho desenvolvido pelo psicólogo escolar juntamentecom outros 
profissionais da educação transforma a escola em local referência na prevenção a 
27 
 
doenças e a determinados comportamentos que se manifestam durante o período de 
convivência escolar, é preciso que o psicólogo escolar desenvolva uma relação cada 
vez mais conjunta com a educação e seus fatores, podendo assim intervir tanto de 
forma direta quanto indireta (ANTUNES, 2007). 
Senra (2012) Defende a importância da aplicação de projetos de intervenção 
no contexto de prevenção a violência escolar, destacando que esses programas 
devem ser bem planejados e acentuados, tanto em âmbito institucional quanto no 
familiar, pois dessa forma a intervenção dota um maior alcance em suas atividades e 
tornando-se mais eficaz em sua prevenção e promoção a saúde mental no ambiente 
escolar. 
Pesquisas internacionais sobre programas de combate ao Bullying mostram 
resultados mais positivos quando focalizam suas estratégias no âmbito da prevenção, 
ao proporcionarem a discussão sobre o assunto na escola, proporcionando a 
autorreflexão dos alunos e seus comportamentos, assim como auxilia na identificação 
dos personagens que compõe essa modalidade de violência (MARTINS; FAUST, 
2018). 
Rodrigues et al (2008) afirma que a promoção a saúde mental deve ser uma 
estratégia fundamental no ambiente escolar, buscando o desenvolvimento global de 
seus sujeitos, que vise a estimulação de competências e a integração com a 
comunidade, dessa forma, as atividades de promoção a saúde na escola almejam 
diminuir a incidências de problemas futuros e também possibilita a proteção a vida 
desses indivíduos. 
O período escolar é muito importante na promoção a saúde, desenvolvendo 
ações para a prevenção de doenças e no fortalecimento dos fatores de proteção, 
sendo assim, compreende-se o ambiente escolar como um aliado importante na 
deliberação de ações de promoção a saúde mental, no fortalecimento das 
capacidades dos indivíduos, tendo uma participação ativa em um ambiente que possa 
promover qualidade de vida e o respeito ao próximo, construindo uma cultura de saúde 
escolar (MINISTERIO DA SAUDE, 2002). 
No ambiente escolar, os profissionais precisam de uma orientação para 
identificar, diagnosticar e encaminhar os casos de forma correta, compreendendo que 
o ambiente escolar participa de forma constante no desenvolvimento da personalidade 
dos alunos e que atos violentos podem causar interferências negativas no processo 
28 
 
de vivencia escolar, portanto, o profissional da saúde mental deve planejar estratégias 
de prevenção juntamente com a comunidade escolar (SANTOS; GONÇALVES, 2016). 
Portanto, analisa-se que a promoção a saúde mental no ambiente escolar é um 
trabalho desenvolvido em conjunto com todos no organismo escolar, no qual se tem 
por objetivo promover uma qualidade de vida dos educandos e dos profissionais. 
Neste processo o psicólogo escolar torna-se de fundamental importância, pois através 
de seu trabalho investigativo detecta e elabora planos para o combate ao bullying, 
promovendo assim uma melhor qualidade de ensino e convivência com os alunos e 
os profissionais que ali se encontram, como também para as relações que se 
encontram fora do ambiente escolar. 
 
3. METODOLOGIA 
 
3.1 Caracterização do Estudo 
 
A pesquisa em psicologia possui uma grande importância no processo de 
formação acadêmica, pois o pesquisador/acadêmico tem a possibilidade de estudar 
uma realidade fora da sala de aula, e a desenvolver questionamentos e pontos 
discursivos sobre o material produzido acerca de seu objeto de pesquisa, dessa 
forma, ampliando seus conhecimentos e práticas e a desenvolvendo a pratica da 
pesquisa que se mostra recorrente na pratica profissional (ZANELLA; SAIS, 2008). 
O método de Pesquisa Bibliográfica foi caracterizado pela elaboração de 
pesquisas com materiais secundários, como livros, monografias e artigos científicos, 
teve como principal finalidade colocar o pesquisador em contato com tudo que foi 
produzido e escrito sobre seu objeto de estudo, concedendo acesso as variedades de 
pensamentos e formulações de outros pesquisadores (MARCONI; LAKATOS, 2007). 
Dessa forma, ao se delimitar o objeto de pesquisa, o pesquisador reuniu o 
máximo de arcabouço teórico possível acerca da temática, a analisar todo o material 
produzido acerca de sua temática alvo, uma vez que a pesquisa de revisão 
bibliográfica tem por principal característica ser uma pesquisa de cunho qualitativo, 
sendo assim, o pesquisador ganha acesso a uma grande quantidade de material 
teórico produzido. 
 
29 
 
3.2 Universo e Amostragem 
 
Foram utilizadas 59 obras para a construção dessa pesquisa incluindo artigos 
científicos e livros atrelados a temática da psicologia escolar e o Bullying no universo 
escolar, conceituando as teorias e vinculando com a sua importância na sociedade 
como um todo, visto que a pesquisa em psicologia escolar engloba fatores coletivos e 
educacionais a realidade social. 
 
3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão 
 
• As fontes de pesquisas utilizadas foram: artigos científicos, livros e publicações 
em universidades públicas e privadas nacionais, dessa forma, proporcionando 
uma maior estrutura teórica e mais adequado a realidade nacional. 
• As publicações em universidades foram monografias de graduação e pós-
graduação, dissertações de mestrado e/ou teses de mestrado, doutorado e 
pós-doutorado. 
• Os artigos encontrados pertencem as redes científicas: Pepsic, Scielo, MEC. 
• Os artigos apresentaram as seguintes palavras chaves: Psicologia escolar, 
Violência escolar, Bullying no ambiente escolar, cyberbullying, consequências 
do Bullying Escolar, Saúde mental no ambiente escolar, atuação do psicólogo 
no ambiente escolar. 
• Todas as fontes foram prioritariamente da psicologia, pois a temática alvo da 
pesquisa se norteia pelos aspectos teóricos da psicologia escolar. 
• As obras pesquisadas foram delimitadas entre os anos 1990 a 2019, pois de 
acordo com as pesquisas e leituras realizadas, as publicações com maior 
profundidade e relevância no conteúdo nacional da pesquisa foram lançadas 
dentro deste limite temporal (VIEIRA et al, 2019). 
• Foram descartadas todas as fontes bibliográficas que não atenderam aos 
critérios anteriormente citados. 
 
3.4 Coleta, analise e Interpretação de Dados 
 
30 
 
O método utilizado para a execução desta pesquisa, foi a metodologia de 
análise de conteúdo do autor Joseph Bardin (2016) que se definem a partir de três 
fases: 
• Pré-analise: 
Se caracteriza como a fase inicial, a de organização do material de pesquisa, 
neste caso serão pesquisados e analisados os artigos, livros, textos em psicologia 
escolar com procedimentos já bem definidos, entretanto flexíveis. Esta primeira fase, 
já envolve o procedimento que é chamado de leitura flutuante, que é o primeiro 
contanto com as fontes e que são submetidas a análise, escolhas e formações de 
hipóteses e objetivos. Neste sentido, inicia-se a pesquisa escolhendo o material que 
será analisado. (BARDIN, 2016). 
Dentro desta fase, existem quatro objetivos que foram concluídos para a 
realização da pesquisa, sendo eles a leitura flutuante, seleção de documentos, 
formulação de hipóteses e objetivos, identificação de indicadores da pesquisa e a 
preparação do material selecionado. 
- Leitura Flutuante: É o contato inicial com o material da pesquisa na qual foi 
a primeira atividade desenvolvida pelos pesquisadores, consistiu em realizar uma 
leitura livre sobre a temática alvo da pesquisa, buscando ter uma familiaridade com o 
tema e seus conceitos, discussões e aplicações teóricas. 
- Formulação de Hipóteses e Objetivos: Esta etapa se caracterizou pelo 
desenvolvimento das hipóteses que são possíveis respostas a problemática da 
pesquisa e a formulação de objetivos que irão nortear a pesquisa, dessa forma, aqui 
os pesquisadores desenvolveramafirmações provisórias acerca da temática, sobre o 
que possivelmente responde a sua problemática de pesquisa, já os objetivos traçados 
foram metas a serem atingidas na pesquisa, nos quais foram construídas a partir das 
primeiras atividades dos pesquisadores para nortear o trabalho. 
- Identificação de Indicadores da Pesquisa: Nesta fase é selecionado os 
indicadores que filtrarão a busca pela pesquisa, sendo assim, os pesquisadores 
selecionaram as palavras chaves como Bullying Escolar, Ambiente escolar, Atuação 
do Psicólogo escolar e saúde mental no ambiente no ambiente escolar. 
- Preparação do Material: Nesta última etapa da fase de Pré análise, uma vez 
que se entrou em contato com o material de pesquisa e através de sua seleção, a 
preparação do material consistiu na reunião de todo o material pesquisado e 
31 
 
selecionado para a edição final dos pesquisadores, onde foi dado os primeiros passos 
para escrita do novo material. 
• Fase de exploração do Material: 
Na segunda parte, de acordo com Bardin (2016), consistiu nas escolhas de 
fontes levando em consideração as quantidades, o recorte, as seleções, como, quais 
se tornam cruciais para o desenvolvimento da pesquisa. Nesta etapa, tornou-se 
importante estabelecer um procedimento eficaz de exploração de material, no que 
tange obras relacionadas a temática precisou-se de uma atenção redobrada para que 
a exploração do material selecionado esteja condizente com a temática alvo. 
• Fase de Tratamento de Dados: 
Esta fase, se relaciona com a inferência e a interpretação. As análises 
provenientes da psicologia escolar aqui, devem ser calcados em resultados brutos, 
segundo Bardin (2016), a terceira fase se caracterizou em tornar os resultados 
significativos e válidos. Tal interpretação para os pesquisadores foi além do conteúdo 
pesquisado, deve estar visível o conteúdo latente, isto é, o que se encontrou em mais 
significativo do que será apresentado, no qual o pesquisador irá aplicar a sua 
interpretação acerca do material selecionado e tratado. 
Sendo assim, através dos procedimentos citados acima foi possível realizar 
uma pesquisa de forma mais refinada acerca da temática escolhida, uma vez que tais 
procedimentos são muito categóricos no tratamento da pesquisa. A pré-analise como 
o contato inicial com a temática, procurando reunir a maior quantidade de arcabouço 
teórico possível, logo após com a fase de seleção do material reunido de forma bem 
seletiva com recortes e seleções cruciais para o desenvolvimento da pesquisa e por 
último e mais importante o Tratamento de Dados, onde os pesquisadores puderam 
realizar suas análises acerca do material selecionado, com interpretação dos temas e 
produção teórica. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3.5 CRONOGRAMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
JUL AGOS SET OUT NOV DEZ JAN FEV 
Leituras de artigos científicos, 
publicações de universidades e 
livros 
 
 
Encontros com orientador da 
pesquisa 
 
 
Preparo da fundamentação 
teórica da pesquisa 
 
 
Coleta de dados 
 
 
Tabulação e análise dos dados 
 
 
Escrita da apresentação de 
resultados 
 
 
Discussão dos resultados 
 
 
Preparo para defesa da pesquisa 
 
 
Defesa da pesquisa 
 
 
33 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Neste tópico, serão apresentados, as análises e discussões, dos resultados 
referentes a temática da pesquisa, no qual, se elucidará a atuação do psicólogo no 
ambiente escolar, e no combate ao Bullying, bem como, a categorização do estudo, 
através da tabulação dos números de obras contidas neste trabalho, associada a 
temática e palavras chaves. 
No estudo sobre a atuação do psicólogo no ambiente escola, e no combate ao 
Bullying, foram lidas 75 obras, das quais 59 atendiam aos critérios de inclusão, e 
exclusão da metodologia da pesquisa. No capítulo 1, sobre o Bullying no ambiente 
escolar, foram utilizadas 39 obras, enquanto no capitulo 2, sobre a atuação do 
psicólogo no ambiente escolar, e na prevenção ao Bullying, foram utilizadas 18 obras. 
A hipótese da pesquisa, que pautava a atuação do psicólogo no contexto de 
Bullying escolar de forma preventiva, e em conjunto com a equipe do ambiente 
escolar, desenvolvendo programas de prevenção a violência, e promoção a saúde 
mental, foi comprovada. Pois, através da coleta de dados, e interpretações na 
pesquisa, chegou-se à conclusão que, essa atuação no ambiente escolar, se 
desenvolve em prol de estratégias de prevenção a violência escolar, e promoção a 
saúde mental, dentro ou fora do ambiente escolar. 
Mediante a isso, iremos apresentar as informações teóricas colhidas sobre a 
atuação do psicólogo no ambiente escolar e no contexto de Bullying. Com o intuito de 
facilitar a compreensão acerca do material, apresenta-se, o quadro 1 com a 
organização dessas obras, sendo este primeiro referente as obras relacionadas ao 
Bullying escolar. 
 
4.1 Consequências do Bullying Escolar 
 
O Bullying presente em grande parte dos ambientes escolares, possui diversas 
formas de ser praticada, e com inúmeras consequências físicas, e psicológicas, sendo 
vivenciada por todos os seus personagens. Neste tópico, irá se apresentar, 
informações acerca das consequências desse tipo de violência escolar. Notadamente, 
aqui, organizou-se a categorização dos referenciais teóricos, por ano de publicação. 
34 
 
N° Plataforma Titulo Autor Ano 
01 Scielo Bullying: Comportamento agressivo 
entre estudantes 
Lopes Neto 2005 
02 Verus Editora Fenômeno Bullying: Como prevenir 
a violência nas escolas e educar 
para a paz 
Cléo Fante 2005 
03 Scielo Violência interpessoal nas escolas 
do Brasil: Características e 
correlatos 
Cunha 2009 
04 Scielo De Columbine a Virgínia tech: 
Reflexões com base empírica 
sobre um fenômeno em expansão 
Vieira; Mendes e 
Guimarães 
2009 
05 MEC Bullying escolar: discriminação e 
questões de gênero 
Mazzon 2009 
06 Scielo Contribuições da Psicologia escolar 
no enfrentamento ao Bullying 
Freire e Aires 2012 
07 Pepsic Bullying: Prevalência, Implicações 
e Diferenças entre gêneros 
Bandeira e Hutz 2012 
08 Revista 
PsiLogos 
Bullying nas escolas: Tipologias de 
bullying e diferenças entre gêneros 
Souza-Ferreira 2014 
09 UFRGS Bullying e as relações de gênero 
presentes nas escolas 
Mattos e Jaeger 2015 
10 Pepsic Cyberbullying: do virtual ao 
psicológico 
Schreiber e 
Antunes 
2015 
11 Revista de 
Psicologia 
Psicologia Educacional: A 
importância do psicólogo nas 
escolas 
Santos e 
Gonçalves 
2016 
12 Ciência et práxis Impactos do Bullying na saúde 
mental do adolescente 
Vieira et al 2020 
 
Em relação ao Bullying escolar presente entre meninos e meninas, nota-se, que 
há uma diferença na prevalência da pratica, sendo que, as meninas se encontram 
com maior frequência na posição de vítimas, e os meninos na posição de agressores. 
Essa diferença, decorre devido a imagem construída a partir dos gêneros, dos quais, 
se normalizam papeis pré-estabelecidos a meninos e meninas. Já os meninos, têm 
por característica, violência física, e comportamentos preconceituosos, tanto racial 
quanto por gênero. Os autores ainda pontuam que, mesmo com esses traços 
marcantes por gênero, ainda é muito difícil identificar esses comportamentos em um 
primeiro momento (MAZZON, 2009, MATTOS; JAEGER, 2015). 
Bandeira e Hutz (2012) discorrem sobre a prevalência, e frequência de Bullying 
escolar, sendo que 50% dos agressores são do sexo masculino, e um pouco mais de 
18% representam o sexo feminino, percebe-se a diferença gritante entre os gêneros. 
Em relação ao tipo de violência praticada, os meninos possuem uma propensão maior 
a uma violência mais direta, voltada a agressões verbais, e físicas. já as meninas, se 
caracterizam por comportamentos de exclusão social, e agressões indiretas, com o 
35 
 
objetivo de ocasionar mais danos psicológicos.Dessa forma, compreende-se que, 
ambos os sexos se dividem em agressões diretas e indiretas, com características 
peculiares (SOUZA-FERREIRA; FERREIRA; MARTINS, 2014). 
Bandeira (2009), pontua outra distinção em relação as agressões praticadas 
por ambos os sexos, sendo que, as meninas possuem uma relação empática maior 
para aqueles que também são vítimas de bullying, podendo até disponibilizar um 
aporte moral, e emocional. Já os meninos, são mais retraídos, menos envolvidos 
emocionalmente para com as vítimas, abrindo espaço para uma construção de 
sentimentos negativos, relacionados a exclusão social, e vingança para com seus 
agressores. 
Diante do exposto, compreende-se que, existem diferenças entre gênero no 
bullying, como também nos papeis exercidos nesse fenômeno, essas diferenças se 
dão na forma de como são praticados os atos violentos. Sendo os meninos praticantes 
de agressões mais físicas, e injuria racial, já as meninas, se caracterizam por 
agressões no âmbito mais psicológico, como comportamentos de exclusão, e 
agressões indiretas, ocasionando mais danos psíquicos as vítimas, do que físicos. 
Ainda como consequência dos atos de Bullying escolar vivenciados, o uso de 
substancias psicoativas torna-se frequente no cotidiano desses indivíduos como 
pontua Souza et al (2019), a quantidade de usuários de substancias psicoativas na 
condição de vítima são (33,4%), como autor são (26,4%) e como alvo/autor são 
10,3%). Cunha (2009), também discorre que, além do uso de substancias ilícitas, a 
probabilidade que indivíduos personagens de Bullying escolar cometam crimes são 
mais de 50%, em especial, aos vitimados, por serem mais agredidos nesse processo. 
A vista disso, analisa-se que, existe uma porcentagem alta de uso de 
substancias psicoativas, com personagens de bullying escolar, sendo que, as vítimas, 
são uma parte considerável dos que fazem uso de alguma dessas substancias, e que 
possuem propensão maior a cometerem crimes no ambiente escolar. 
O Cyberbullying como uma violência virtual que, também se desenvolve dentro 
e fora do ambiente escolar. Freire e Aires (2012,) discorrem sobre o anonimato, como 
principal característica do Cyberbullying, esse anonimato protege os agressores, que 
uma vez não identificados podem tornar as agressões ainda mais hostis, em relação 
a vítima. Schreiber e Antunes (2015), classificam esse tipo de violência como indireta, 
uma vez que, as agressões se dão em âmbito virtual, e não físico. O que por sua vez 
36 
 
dificulta eventuais esquivas dessas agressões, o ambiente virtual pode estar presente 
dentro e fora da escola, e está muito presente em nosso cotidiano. 
Essa intimidação sistêmica, prejudica drasticamente o processo de 
aprendizagem daqueles envolvidos na violência do Bullying escolar, esses 
personagens, tanto agressores, quanto vítimas, perdem o interesse pelos conteúdos 
lecionados, as vítimas não mais frequentam o espaço escolar devido as agressões 
que são impostas, e agressores tornam-se cada vez mais improdutivos, e rebelados 
as autoridades escolares (SANTOS; GONÇALVES, 2016). 
Por conta desse anonimato proporcionado pelo universo virtual, os agressores 
possuem maior liberdade para cometer esses tipos de violência, como mencionado 
acima. Sendo a agressão indireta como principal marca dessa modalidade de bullying. 
Como consequência as vítimas perdem o interesse em conteúdos e atividades 
escolares, dentro e fora da escola. 
As consequências do bullying escolar, como compreendido, são severas para 
todos os envolvidos. Eventos hostis que ocorreram dentro do espaço escolar, 
conhecidos como “School Shooting”, esses eventos são, caracterizados por atos de 
violência com armas de fogo, no qual possíveis vítimas de violência sistêmica se 
organizam e invadem escolas procurando fazer o máximo de vítimas possíveis, como 
forma de represália pela violência sofrida. Há um histórico grande desses eventos ao 
redor mundo. O massacre de Columbine, em 1997, Realengo no Brasil, em 2011 e o 
mais atual em Suzano, no ano 2019, são exemplos desses eventos (VIEIRA; 
MENDES; GUIMARAES, 2009, GUIMARÃES SALES, 2020). 
Na maioria dos casos, as vítimas vivenciam de forma tão intensa os ataques 
de violência, que passam a desejar qualquer forma de amortização desses efeitos, 
que vão desde a não participação nas atividades escolares e em casos ainda mais 
severos, praticam eventos como tiroteios na escola, com o objetivo de ferir os 
agressores ou a instituição, pelo possível desamparo por parte da mesma, assim 
demonstrando que, o Bullying escolar não depende apenas de conscientização, mas 
também de acompanhamento desses indivíduos, dentro e fora da escola, se possível 
(LOPES NETO, 2005). 
Portanto, compreende-se que, as consequências do Bullying escolar, são 
devastadoras, independente da instancia onde são praticadas, virtual ou física, 
podendo gerar consequências cada vez mais severas, como no exposto, onde as 
37 
 
vítimas de bullying realizam atentados contra a instituição, e seus personagens, com 
intuito de vingança ou amortização do sofrimento proporcionado naquele ambiente. 
 
4.2 Atuação do Psicólogo no Ambiente Escolar: BULLYING 
 
Neste tópico apresenta-se discussões acerca da atuação do psicólogo no 
ambiente escolar em relação ao contexto de Bullying escolar, as discussões 
apresentadas são amparadas através de referencial teórico voltado a temática da 
pesquisa, dessa forma, reuniu-se o arcabouço teórico suficiente para o embasamento 
cientifico da pesquisa. 
Ainda sobre o exposto, chegou-se à comprovação da hipótese da pesquisa que 
versava sobre a atuação do psicólogo no ambiente escolar em contexto de Bullying 
de forma preventiva a esse tipo de violência escolar e atuando com todos neste 
universo e na promoção a saúde mental de seus personagens, diante disso, 
confirmou-se que esta atuação se desenvolve em caráter de prevenção não apenas 
em estratégias do psicólogo, mas em um trabalho que envolve a instituição por 
completo, dessa forma, o trabalho de prevenção e promoção a saúde mental tem a 
possibilidade de alcançar todas as instancias educacionais da instituição. 
Para a fundamentação da hipótese, na tabela a seguir apresenta-se um 
compilado de todas as obras utilizadas para evidenciar a resposta ao problema da 
pesquisa, a tabela foi categorizada por ordem de publicação, sendo iniciada pela 
publicação mais antiga até a mais atual, com o propósito de facilitar a compreensão 
da escalada teórica das pesquisas sobre a temática. 
 
N° Plataforma Titulo Autor Ano 
01 Editora Alínea Habilidades envolvidas na atuação do 
psicólogo escolar/educacional 
Del-Prette 1996 
02 Scielo Formação do Psicólogo escolar e a 
educação no Terceiro Milênio 
Joly 2000 
03 Unesco Estratégias educativas para a 
prevenção da Violência 
Ortega e Del-Rey 2002 
04 Unesco Violência nas escolas Abramovay e 
Rua 
2002 
05 Scielo Atuação do Psicólogo escolar: 
multirreferencialidade, implicação e 
escuta clinica 
Martins 2003 
06 Scielo Novos paradigmas na pratica do 
psicólogo escolar 
Andrada 2005 
38 
 
07 Verus Editora Fenômeno Bullying: Como prevenir a 
violência nas escolas e educar para a 
paz 
Cleo Fante 2005 
08 CRP-PR Manual de Psicologia Escolar Cassins et al 2007 
09 Editora Alínea Formação em Psicologia Escolar: 
Realidades e Perspectivas 
Marinho-Araújo 2007 
10 Faculdade 
Alfredo Nasser 
Violências nas escolas: Causas e 
Consequências 
Mirian Souza 2008 
11 Scielo Psicologia Escolar e possibilidades na 
Atuação do Psicólogo 
Barbosa e 
Martinho-Araújo 
2010 
12 Scielo Educação, psicologia escolar e inclusão Gomes e Souza 2011 
13 Scielo Contribuições da Psicologia escolar no 
enfrentamento ao Bullying 
Freire e Aires 2012 
14 ATLAS ECA – Doutrina e Jurisprudência Ishida 2013 
15 Ministério 
Público do 
Paraná 
ECA – Anotado e Interpretado Digiácomo e 
Digiácomo 
2013 
16 Ministério

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