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Prévia do material em texto

LÍNGUA 
PORTUGUESA
CADERNO DO PROFESSOR
E N S I N O M É D I O
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a 
reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do País, desde 
que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* 
deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos 
artigos da Lei no 9.610/98. 
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que 
não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são 
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos 
apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram 
verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria 
de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados 
permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material.
Língua Portuguesa : caderno do professor. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, 
Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI) : Secretaria da Educação (SEE), 2015. 
il. - - (Educação de Jovens e Adultos (EJA) : Mundo do Trabalho modalidade semipresencial, v. único)
Conteúdo: v. único. Ensino Médio.
ISBN: 978-85-8312-154-1 (Impresso)
 978-85-8312-132-9 (Digital)
1. Língua Portuguesa – Estudo e ensino. 2. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio. 
3. Modalidade Semipresencial. I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e 
Inovação. II. Secretaria da Educação. III. Título.
 CDD: 372.5
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
Geraldo Alckmin
Governador
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, 
Ciência, Tecnologia e Inovação
Márcio Luiz França Gomes
Secretário
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Marco Antonio da Silva
Coordenador de Ensino Técnico, 
Tecnológico e Profissionalizante
Secretaria da Educação
Herman Voorwald
Secretário
Cleide Bauab Eid Bochixio
Secretária-Adjunta
Fernando Padula Novaes
Chefe de Gabinete
Ghisleine Trigo Silveira
Coordenadora de Gestão da Educação Básica
Mertila Larcher de Moraes
Diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos 
Adriana Aparecida de Oliveira, Adriana dos Santos 
Cunha, Durcilene Maria de Araujo Rodrigues, 
Gisele Fernandes Silveira Farisco, Luiz Carlos Tozetto, 
Raul Ravanelli Neto, Sabrina Moreira Rocha, 
Virginia Nunes de Oliveira Mendes
Técnicos do Centro de Educação de Jovens e Adultos
Concepção do Programa e elaboração de conteúdos 
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Coordenação Geral do Projeto
Ernesto Mascellani Neto
Equipe Técnica
Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Mauro de Mesquita Spínola
Presidente da Diretoria Executiva
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-Presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias em Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e 
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes 
Equipe de Produção
Editorial: Carolina Grego Donadio e Paulo Mendes
Equipe Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas 
de Araújo, Alícia Toffani, Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. 
Bezerra, Andressa Serena de Oliveira, Bárbara Odria Vieira, 
Carolina H. Mestriner, Caroline Domingos de Souza, Cíntia 
Leitão, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David dos Santos 
Silva, Eloiza Mendes Lopes, Érika Domingues do Nascimento, 
Fernanda Brito Bincoletto, Flávia Beraldo Ferrare, Jean Kleber 
Silva, Leonardo Gonçalves, Lorena Vita Ferreira, Lucas Puntel 
Carrasco, Luiza Thebas, Mainã Greeb Vicente, Marcus Ecclissi, 
Maria Inez de Souza, Mariana Padoan, Natália Kessuani Bego 
Maurício, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pedro 
Carvalho, Polyanna Costa, Priscila Risso, Raquel Benchimol 
Rosenthal, Tatiana F. Souza, Tatiana Pavanelli Valsi, Thaís Nori 
Cornetta, Thamires Carolline Balog de Mattos e Vanessa Bianco 
Felix de Oliveira
Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido 
Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix 
Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de 
Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov, Sandro 
Carrasco e Stella Mesquita
Apoio à produção: Aparecida Ferraz da Silva, Fernanda Queiroz, 
Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Natália 
S. Moreira e Valéria Aranha
Projeto gráfico-editorial e diagramação: R2 Editorial, Michelangelo 
Russo e Casa de Ideias
Wanderley Messias da Costa
Diretor Executivo
Márgara Raquel Cunha
Diretora Técnica de Formação Profissional
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Coordenação Técnica
Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri
Vídeos: Cristiane Ballerini
Equipe Técnica e Pedagógica
Ana Paula Alves de Lavos, Carlos Ricardo Bifi, Elen Cristina 
S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Hozokawa Dias, Fabiana 
de Cássia Rodrigues, Fernando Manzieri Heder, Herbert 
Rodrigues, Jonathan Nascimento, Laís Schalch, Liliane 
Bordignon de Souza, Maria Helena de Castro Lima, Paula 
Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Borghi 
Venco e Walkiria Rigolon
Autores
Arte: Roseli Ventrella e Terezinha Guerra; Biologia: José Manoel 
Martins, Marcos Egelstein, Maria Graciete Carramate Lopes 
e Vinicius Signorelli; Filosofia: Juliana Litvin de Almeida e 
Tiago Abreu Nogueira; Física: Gustavo Isaac Killner; Geografia: 
Roberto Giansanti e Silas Martins Junqueira; História: Denise 
Mendes e Márcia Juliana Santos; Inglês: Eduardo Portela; 
Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni, Giulia Murakami 
Mendonça e Kátia Lomba Brakling; Matemática: Antonio José 
Lopes; Química: Olímpio Salgado; Sociologia: Dilma Fabri Marão 
Pichoneri e Selma Borghi Venco
Gestão do processo de produção editorial 
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
É com muita satisfação que a Secretaria da Educação do Estado de São 
Paulo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, 
Ciência, Tecnologia e Inovação, apresenta o Caderno do Professor do Programa 
EJA – Mundo do Trabalho para os Centros Estaduais de Educação de Jovens 
e Adultos (CEEJAs), que atende a uma antiga demanda dos educadores e da 
sociedade: a de uma proposta pedagógica que reconheça as especificidades 
dessa modalidade de ensino.
Este material tem o objetivo de estabelecer um diálogo com você, professor, 
visando apoiar, subsidiar e ampliar as possibilidades de construção do conheci-
mento junto aos estudantes, e auxiliar na articulação dos conteúdos propostos 
em cada disciplina, tendo como eixo norteador o mundo do trabalho.
O intuito é colaborar na organização do processo tanto de ensino quanto de 
aprendizagem, ajudando a contextualizar as temáticas propostas. Os aponta-
mentos, as indicações e as orientações gerais aqui apresentados pretendem 
fomentar seu trabalho de orientação dos estudantes e de planejamento e reali-
zação das oficinas, podendo ser aprimorados e complementados. 
Desejamos que este Caderno do Professor contribua com seu trabalho!
Secretaria da Educação
Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) professor(a)
7 
Apresentação 9
A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no Estado de São Paulo 11
Princípios e concepções do Programa 14
O mundo do trabalho como eixo integrador
Levantamento de conhecimentosprévios
Problematização e contextualização
Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos
Por que aprender a ler textos longos e difíceis?
Conhecendo o Caderno do Professor 20
Conhecendo o Caderno do Estudante 22
Os vídeos do Programa 29
Língua Portuguesa 31
Orientações gerais 32
Volume 1 36
Volume 2 66
Volume 3 112
Roteiros para exploração dos vídeos do Programa 138
sumário
9
Este Caderno do Professor compõe os materiais didáticos do Programa Educação de Jovens e Adul-
tos (EJA) – Mundo do Trabalho, produzidos especialmente para os Centros Estaduais de Educação de 
Jovens e Adultos (CEEJAs). Além dele, você está recebendo os materiais destinados aos estudantes: os 
três Volumes do Caderno do Estudante, os vídeos que complementam e problematizam os conteúdos 
abordados nos Cadernos e, também, os dois vídeos de Orientação de estudo.
Esses materiais foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de profes-
sores, estudantes e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os 
estudos desse segmento.
Afinal, você que atua nessa modalidade de ensino sabe que estudar na idade adulta demanda 
maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.), 
e que o ato de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a retomada dos 
estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e trabalho. Nesse contexto, os CEEJAs 
têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem 
frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível.
No entanto, propor um material didático para esse contexto é um desafio. Por isso, buscou-se 
estabelecer uma maior interlocução com os estudantes, favorecendo um diálogo mais claro e aces-
sível, a fim de provocá-los e, ao mesmo tempo, estimulá-los a estudar, sem banalizar os conteú-
dos desenvolvidos. Além disso, procurou-se favorecer um ensino emancipador, um dos principais 
objetivos do Programa. Para tanto, considerou-se necessário ampliar significativamente o grau de 
autonomia dos estudantes, de modo a contribuir com a formação de sujeitos críticos que leiam o 
mundo e nele ajam, transformando-o, como apontava Paulo Freire em Pedagogia do oprimido (1970).
Assim, para facilitar os momentos de estudo, os Cadernos são consumíveis, o que permitirá aos 
estudantes ter espaço para realização da maior parte das atividades – e também possibilitará a você um 
maior acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada estudante.
Os Cadernos foram organizados em Unidades, cada uma delas dividida em diferentes Temas. 
Foram também criadas seções para favorecer o autoestudo e, ao mesmo tempo, possibilitar a 
concretização dos princípios metodológicos do Programa, como levantamento de conhecimen-
tos prévios, contextualização, problematização e desenvolvimento de procedimentos de estudo, 
entre outros. 
Além disso, para ajudar os estudantes a compreender melhor alguns dos assuntos tratados nos 
Cadernos das diferentes disciplinas, todos os Volumes contam com vídeos produzidos especial-
mente para o Programa, que explicam, exemplificam e ampliam os conteúdos tratados no material 
impresso, sendo um importante recurso didático.
Este Caderno do Professor, por sua vez, foi planejado com o intuito de apoiar a organização 
do seu trabalho pedagógico no CEEJA. As orientações propostas visam contemplar os momen-
tos em que os estudantes procuram o CEEJA para esclarecer dúvidas ou participar de atividades 
programadas. Aqui, você encontrará orientações e sugestões específicas para cada um dos Volumes 
ApresentAção
10
do Caderno do Estudante, organizadas nas seguintes seções: Oficinas, Atividades complementares, 
Recursos para ampliar a compreensão dos temas e Roteiros para exploração dos vídeos do Programa. 
Além disso, é importante que você conheça os objetivos e os conteúdos desenvolvidos nos 
Cadernos do Estudante, bem como o teor dos vídeos que os acompanham, de modo a melhor pla-
nejar sua atuação.
O Programa EJA – Mundo do Trabalho conta ainda com um site exclusivo, que você poderá visitar 
sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre 
o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos de todas as 
disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Lá também estão 
disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante significativos para jovens e adultos; 
para encontrá-los, basta clicar na aba Conteúdo EJA. No site, você tem acesso ainda à Sala dos Pro-
fessores, um espaço virtual no qual pode postar comentários e dúvidas, além de compartilhar suas 
experiências com outros docentes desse segmento. 
Bom trabalho! 
11
Os dados relativos à escolarização no Brasil e no Estado de São Paulo mostram que ainda 
há muito por avançar no tocante à Educação de Jovens e Adultos (EJA). As Pesquisas nacionais 
por amostra de domicílio (PNAD, 1997, 2011, 2012) apontam que a taxa de analfabetismo entre 
pessoas de 15 anos ou mais no Brasil diminuiu entre 1997 e 2011 (de 14,7% para 8,4%, respecti-
vamente). No entanto, em 2012, essa taxa subiu para 8,5%, indicando um aumento de 300 mil 
novos analfabetos em relação à pesquisa de 2011.
No que diz respeito ao Estado de São Paulo, dados da PNAD 2012 – compilados pela Secreta-
ria de Planejamento e Desenvolvimento Regional e veiculados pela Fundação Sistema Estadual 
de Análise de Dados (Seade) – indicam que 3,81% da população com 15 anos ou mais ainda 
está em condições de analfabetismo, embora esse porcentual tenha sido reduzido em relação 
a 2007, quando a taxa encontrava-se em 4,61%. Em relação aos anos de escolaridade, 34,83% 
da população com 25 anos ou mais tem no máximo oito anos de estudo, e apenas 69,50% da 
população de 18 a 24 anos concluiu o Ensino Médio. 
Por que isso acontece? Antes de se abordar diretamente a questão da Educação, é impor-
tante falar da formação social do Brasil e de seus desdobramentos na construção de uma 
desigualdade social profunda. A síntese descrita por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala 
(1933) ilustra parcialmente a relação de subordinação que esteve presente em nossa história 
– posto que o autor acreditava haver uma relação afetiva entre senhor e escravo. A dimensão 
da escravidão é um elemento diferencial entre os povos e carrega, ao longo de sua história, 
desdobramentos que provocam diferenciações entre os iguais. Os dados do Censo nacional de 
1890, por exemplo, apontavam que 82,63% da população com mais de 5 anos era analfabeta e, 
em 1950, essa taxa ainda era de 57,2% (Paiva, 1990).
Professor, esse é um ponto de partida que auxilia a compreender as razões da ausência de 
escolarização para grande parte da população. Na história mais recente, tal aspecto é comba-
tido legalmente, garantindo-se o acesso à educação, embora a dívida educacional seja ainda 
expressiva quando se identifica o número de jovens e adultos com baixa escolaridade.
Partindo dessa compreensão, é possível apoiar-se em Álvaro Vieira Pinto (1983), que afirma ser 
equivocado considerar os estudantes jovens e adultos como pessoas sem capacidade, desinteres-
sados, maldotados ou preguiçosos, marginalizando-os cada vez mais. Ao contrário, é preciso reco-
nhecer esses estudantes como seres produtores e portadores de ideias e conhecimentos valiosos.
É fundamental, portanto, compreender que a EJA é, sobretudo, um resgate da dívida social 
que se tem com os excluídos do direito de estudar na idade adequada. Trata-se de um direito 
universal de todos os cidadãos brasileiros, assegurado pela Constituição Federal de 1988: 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse-gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
A escolarização de jovens e adultos no Brasil 
e no estado de são paulo
12
No entanto, ainda antes da consolidação da Constituição Federal de 1988, nos anos 1970, 
com a Lei federal no 5.692/71, que instituiu o Ensino Supletivo no País, a possibilidade de um 
trabalho mais específico passou a ser desenhada para o público da EJA. Foi naquele momento 
histórico que se consolidou a criação dos Centros de Estudos Supletivos, ou Centros de Educa-
ção Supletiva, também denominados Núcleos Avançados de Estudos Supletivos. O Estado de 
São Paulo optou pela denominação Centro Estadual de Educação Supletiva (CEES).
Contudo, segundo Rita de Cássia Morete (2010), naquele período, pela demanda da mesma 
lei, enquanto o número de salas do Ensino Fundamental era ampliado, contraditoriamente, 
o ensino de adultos era reduzido drasticamente no que dizia respeito ao atendimento à 
demanda, uma vez que o ensino para o público da EJA poderia ser organizado de diversas for-
mas e em diferentes modalidades. Assim, na tentativa de atender as necessidades e expectati-
vas de um público que, por vezes, tem pressa – porque não obter a certificação de escolaridade 
em um curto período pode significar, para um trabalhador, a demissão ou, se desempregado, 
a dificuldade de concorrer a um posto de trabalho –, entre 1971 e 1976 ofereceram-se diversas 
modalidades a esse público, criando-se, inclusive, o Serviço de Ensino Supletivo em 1976. 
No que diz respeito ao Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), o projeto 
de implementação aconteceu também em 1976, sendo que as atividades iniciaram-se apenas 
em 1981, nas dependências do Centro Estadual de Educação Supletiva Dona Clara Mantelli, no 
município de São Paulo (Morete, 2010).
Nesses cinco anos – do estabelecimento do convênio entre o Ministério da Educação e Cul-
tura e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo ao início do funcionamento –, organi-
zou-se a infraestrutura e preparou-se a equipe profissional a fim de elaborar novas propostas 
curriculares e material didático autoinstrucional que atendessem às perspectivas e aos desa-
fios da EJA, proporcionando possibilidades de rompimento com uma escola tradicional. 
Na reorganização do sistema educativo, conferida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional (LDB – Lei federal no 9.394/96), a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade 
de ensino “destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino 
Fundamental e Médio na idade própria” (art. 37). Ainda segundo a LDB, em seu artigo 37, 
parágrafo primeiro: 
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderam efetuar 
os estudos na idade regular oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características 
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 
A LDB garante, portanto, uma modalidade de estudo organizada de forma modular, semi-
presencial e individualizada, tal como a proposta dos CEEJAs, uma vez que, em sua maioria, 
os estudantes que frequentam essa modalidade de ensino são de uma realidade diferenciada 
da vivida por aqueles que se mantiveram no ensino regular. Um dos elementos mais fortes de 
diferenciação é o fato de estarem inseridos, de alguma maneira, no mundo do trabalho – e, para 
grande parte deles, essa é a questão central que os pressiona e os desafia por diversas razões, 
das quais a mais objetiva é a sobrevivência, ainda que não seja a única: persistência por uma 
vida melhor e valorização da vida também perpassam a trajetória de cada estudante.
13
Em outras palavras, concebe-se neste Programa uma modalidade de ensino pautada no diá-
logo reflexivo e crítico, pelo respeito e pela valorização da cultura dos estudantes, assim como 
pelo reconhecimento deles como pessoas com capacidade intelectual e direito à educação for-
mal. Compreende-se, portanto, que cada estudante é sujeito de seu processo de aprendizagem. 
Nos momentos presenciais, será necessário dialogar com os estudantes e favorecer as condições 
necessárias para que eles possam construir o conhecimento de forma analítica e sistematizada.
A consolidação dessa modalidade de ensino proporcionou, ao trabalhador que não dispõe 
de tempo para frequentar a escola regular, a oportunidade de concluir os estudos nas etapas 
do Ensino Fundamental e Médio em qualquer época do ano.
Com a Resolução SE no 3/2010, foram estabelecidas normas para a organização dos cursos de 
EJA, confirmadas, posteriormente, pela nova LDB (2013). Os CEEJAs deveriam, a partir de então, 
adotar materiais didáticos que atendessem às Propostas Curriculares dos cursos de Ensino 
Fundamental e Médio da rede pública regular do Estado de São Paulo, garantindo o desenvol-
vimento efetivo do currículo oficial.
É nesse contexto, e tendo em vista a necessidade de oferecer material didático-pedagógico 
específico para os CEEJAs, que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parce-
ria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, estão 
oferecendo o Programa EJA – Mundo do Trabalho. Os Cadernos do Estudante, os Cadernos do 
Professor e os vídeos foram produzidos a partir de uma concepção que leva em conta os inte-
resses e as necessidades dos estudantes trabalhadores. Tal premissa se concretiza tanto pela 
seleção de temas relevantes para a formação desses jovens e adultos quanto pela organização 
dos conteúdos pautada em uma ação permanente de levantamento de conhecimentos prévios, 
problematização e contextualização da realidade.
Assim como para outros segmentos da Educação, é essencial saber quem são esses estu-
dantes, como vivem e quais seus conhecimentos, para que o planejamento possa considerar 
interesses e vivências, e para que eles próprios se conheçam e se reconheçam, construindo sua 
identidade individual e de grupo. No caso do CEEJA, esse mapeamento é necessário para que 
os estudantes possam identificar as próprias experiências e conhecimentos prévios, uma vez 
que o estudo deverá ser autoinstrutivo, estabelecendo estratégias de confronto entre os conhe-
cimentos já construídos e os novos, que farão mais sentido quando articulados ao cotidiano 
dos jovens e adultos.
Acredita-se, portanto, que este Programa possa contribuir para que os estudantes jovens e 
adultos valorizem e reexaminem sua vivência e seu olhar sobre a realidade, e também com-
partilhem sua cultura e origem, com abertura para romper preconceitos.
14
O mundo do trabalho como eixo integrador
É pelo trabalho, sobretudo, que os indivíduos se afirmam como sujeitos, contrapondo e 
tentando romper e enfrentar certa realidade, modificando, assim, o mundo e a si mesmos. Ao 
produzirem algo, os trabalhadores mudam não só a natureza sobre a qual atuam, mas também 
a própria maneira de vivenciar a realidade e percebê-la.
É por esses motivos que, sem negar a dinâmica das diversas áreas de conhecimento, 
mas procurando não encerrá-las em compartimentos separados, este Programa propõe o 
“mundo do trabalho” como eixo integrador dos conteúdos, a fim de facilitar a compreensão 
dos temas desenvolvidos e favorecer uma visão não estanque entre os conteúdos e a vida de 
cada estudante, como possibilidade de motivação e articulação que provoca novas relações 
entre diferentes dimensões e conhecimentos.
Nessa direção, o currículo do Programa, proposto originalmente para utilização na EJA pre-
sencial, conta inclusive com a disciplina Trabalho. Essa opção foi feita com o intuito de estreitar 
o diálogo entre Educação e trabalho, não em uma perspectiva pragmática e utilitarista, mas 
reflexiva e crítica. O objetivo central dessa escolha foi o de considerar as expectativas e os inte-
resses de jovens em busca do primeiro emprego ou de adultos que desejam encontrar um novo 
emprego, manter seu posto de trabalho oumesmo procurar uma recolocação profissional. Para 
tanto, os materiais abordam temas como direitos relacionados ao trabalho, previdência social, 
tecnologia e trabalho, inserção da mulher no mercado de trabalho, trabalho por conta própria, 
saúde e trabalho, assédio moral, sindicalismos e estratégias relativas à busca de um emprego, 
entre outras temáticas de extrema significância para se entender as transformações no mundo 
do trabalho e que permeiam o cotidiano dos estudantes da EJA.
Assim, embora a grade curricular para os CEEJAs não contemple tal disciplina, o conteúdo foi 
desenvolvido de forma interdisciplinar, considerando-se os vínculos e as convergências com os 
demais campos do conhecimento. Alguns temas, bem como a indicação de vídeos sobre trabalho, 
foram incluídos nas disciplinas que compõem o currículo dos CEEJAs. Além disso, os Cadernos e 
vídeos produzidos para a EJA presencial podem ser acessados na íntegra pelo site do Programa. 
A sugestão é que essas temáticas possam ser desenvolvidas, por exemplo, em oficinas 
ministradas por professores de diferentes disciplinas, o que pode motivar os estudantes a fre-
quentarem o CEEJA mais assiduamente.
Levantamento de conhecimentos prévios
Na vida cotidiana, as pessoas utilizam o que sabem no momento de construir novas 
aprendizagens, ou seja, acionam sempre os conhecimentos prévios para avançar. No caso 
dos estudantes dos CEEJAs – que não contam com sua intervenção direta, professor –, 
é necessário que eles se certifiquem de que, muitas vezes, já possuem alguns conhecimentos 
acerca do que vão estudar e, portanto, não estão partindo do zero, pois assim podem se sentir, 
inclusive, mais seguros nos momentos do estudo. 
princípios e concepções do programa
15
Para você, professor, o acesso a esse conhecimento permite orientar e ajustar adequa-
damente sua intervenção pedagógica, tanto no que diz respeito à seleção de conteúdos e 
atividades como à proposição de grupos de trabalho em que os estudantes possam também 
aprender uns com os outros – quando se realiza uma oficina no CEEJA ou mesmo nos momen-
tos em que os estudantes o procuram para sanar dúvidas. Conhecer o que já sabem antes de 
se propor uma atividade complementar propiciará boas situações de aprendizagem para que 
eles avancem.
Os estudantes da EJA, de modo geral, desconhecem o quanto já sabem, em razão dos inúme-
ros percalços vividos nas trajetórias escolar e pessoal; por isso, é fundamental legitimar as expe-
riências e os conhecimentos construídos pelos estudantes jovens e adultos ao longo da vida. A 
legitimação dos conhecimentos ocorre na medida em que esses são considerados, respeitados e 
valorizados em sala de aula, de forma intencional e sistemática. Por isso a importância da seção 
O que você já sabe?, que inicia cada um dos Temas do Caderno do Estudante. 
Problematização e contextualização
A problematização e a contextualização são princípios essenciais de todo e qualquer pro-
cesso de ensino e aprendizagem. Pelo fato de os estudantes dos CEEJAs não poderem contar 
com seu apoio direto, professor, faz-se ainda mais necessário que o próprio material procure 
favorecer a construção de novos sentidos e motivar esses estudantes. Por essa razão, o mate-
rial produzido busca dialogar com a realidade e as necessidades desses jovens e adultos, para 
que eles se percebam como sujeitos autônomos nesse processo, estabelecendo relações entre 
a vida cotidiana e o que estão estudando.
A problematização dos conteúdos tem papel fundamental na relação entre teoria e prática, bem 
como no diálogo com a visão de mundo e com os interesses dos estudantes. O cotidiano, muitas 
vezes percebido apenas como recurso para ilustrar uma informação, é objeto de estudo fundamen-
tal, porque somente com base em uma reflexão sobre a realidade é possível transformá-la.
A contextualização, por sua vez, tem relação direta com a problematização, visto não ser 
possível problematizar nenhum conteúdo sem que ele seja contextualizado. O tratamento con-
textualizado do conhecimento é uma opção metodológica importante para que os estudantes 
possam ter um papel verdadeiramente ativo em seu processo de aprendizagem.
Professor, sempre que possível, tanto nas oficinas como nos encontros presenciais, procure 
propiciar momentos específicos nos quais os estudantes possam expressar conhecimentos, opi-
niões, dúvidas e experiências, de modo que a problematização e a contextualização realizadas 
por você possam fomentar o interesse dos estudantes. Nessa perspectiva, é importante que eles 
se sintam acolhidos e à vontade nos momentos em que forem ao CEEJA, para que percebam que, 
no espaço escolar, eles têm vez e voz, e que são reconhecidos como cidadãos plenos. 
Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos
O Programa EJA – Mundo do Trabalho tem por objetivo não somente possibilitar aos estu-
dantes a conclusão do Ensino Médio, mas também favorecer a continuidade da sua trajetória 
de formação. Assegurar o direito à educação é também garantir condições para que os jovens 
16
e adultos dos CEEJAs se apropriem de instrumentos essenciais para a construção de conhe-
cimentos que ampliem seu grau de autonomia. Essas aprendizagens que envolvem o ato de 
estudar são importantes nessa direção.
Para tanto, é fundamental ao processo educativo levar em conta as especificidades dos estudan-
tes dessa modalidade de ensino, conhecendo e considerando a trajetória de vida desses jovens e 
adultos – e compreendendo-as no contexto de desigualdades que marca a formação social do Brasil.
Compreender esse histórico, e suas repercussões ao longo do processo de ensino e aprendi-
zagem, permite a você encontrar saídas para um desafio. Se, por um lado, cabe a você auxiliar 
na sedimentação da autonomia dos estudantes, por meio da construção de conhecimentos, 
por outro, é preciso considerar que esses jovens e adultos não tiveram oportunidade de se 
apropriar de diferentes estratégias e procedimentos de estudo, também cabendo a você, então, 
criar as condições para que isso se torne possível.
Para auxiliá-lo nessa tarefa, o material produzido para os estudantes dos CEEJAs optou por 
garantir momentos específicos em todas as disciplinas para a realização de ações que envolvam 
o ato de estudar, que contribuirão também para a vida profissional desses jovens e adultos. 
Nos Cadernos do Estudante, a seção Orientação de estudo busca ajudar os estudantes a se apro-
priarem do ato de estudar, por meio da exploração de diferentes procedimentos: identificar a ideia 
central de um texto; grifar aspectos mais relevantes em função dos objetivos de leitura; produzir 
anotações com base nas leituras; organizar esquemas, resumos, fichamentos; realizar pesquisas 
na biblioteca e na internet etc.
Vale salientar, ainda, que se incentiva neste material a prática de registros (Mills, 2009) que aju-
dem na organização e seleção de informações, tais como a produção de relatórios, comentários e 
fichamentos, para que os estudantes historiem e compartilhem suas novas aprendizagens.
Foram também produzidos dois vídeos específicos sobre a importância do ato de estudar. 
Esses vídeos enfocam a relevância de se desenvolver o hábito de estudo, mostrando aos estu-
dantes que estudar também se aprende, e contemplam alguns procedimentos de estudo pro-
postos no Caderno do Estudante, como grifo, anotação, resumo, esquema e listas, entre outros. 
Sugere-se que esses vídeos sejam utilizados até mesmo em oficinas interdisciplinares, com 
foco, por exemplo, no desenvolvimento de pesquisas.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que os estudantes se apropriam dos conteúdos de diferentes 
campos do conhecimento, eles poderão desenvolver maior grau de autonomia em relação ao estudo. 
Por que aprender a ler textos longos e difíceis?
Muitas vezes, com a intenção de facilitar o processo de aprendizagem, considera-se que 
simplificar os textos a serem lidos pelos estudantes, a fim de torná-los menos complexos 
e/ou maiscurtos, é a melhor alternativa para que aprendam. Contudo, é preciso questionar o 
efeito de tal opção: oferecer aos estudantes da EJA apenas textos curtos e simples os preparará 
para a leitura e a compreensão de textos mais complexos futuramente? Cabe considerar que a 
proposição de textos mais difíceis os tornará aptos para se defrontarem com aspectos textuais 
e conceituais que geralmente não constam em textos simplificados. 
17
Evitar ou sonegar a leitura de textos mais longos e elaborados (como textos literários, expo-
sitivos de diferentes campos do conhecimento e/ou artigos científicos, entre outros) pode 
tornar-se um impedimento ao próprio avanço dos estudantes na construção de novos conhe-
cimentos, bem como na ampliação de sua autonomia leitora e escritora.
Sobre textos curtos, é ainda importante destacar outro aspecto: ao simplificar e sintetizar 
demasiadamente os textos, intencionando facilitar a “compreensão” dos estudantes, acaba-
-se, muitas vezes, provocando efeito contrário. Isso porque um texto muito simplificado pode 
dificultar o entendimento e causar distorções no conhecimento – visto que, para reduzi-lo, 
muitas informações, exemplos, descrições e explicações essenciais à compreensão são excluí-
dos, inclusive com risco de banalização dos conteúdos abordados. Além disso, nem sempre um 
texto curto é, necessariamente, mais fácil de compreender.
Aprender a ler criticamente exige contato com textos diversos, de boa qualidade, de dife-
rentes gêneros textuais, que possibilitem ampliar o universo textual dos estudantes, insti-
gando sua criticidade. O material didático do Programa EJA – Mundo do Trabalho porta essa 
dimensão, qual seja: a de favorecer um diálogo com textos mais elaborados, essencial a todo 
processo de aprendizagem. E isso não se dá apenas por meio dos textos apresentados, mas por 
questões em que os estudantes são convidados a recuperar ideias que favoreçam a criação de 
hipóteses interpretativas, acionar conhecimentos prévios, estabelecer comparações e relações 
com textos de outras disciplinas, bem como organizar registros das observações pessoais que 
propiciam novos aprofundamentos. 
Ao ler textos mais complexos, os estudantes se deparam com novas indagações e lacunas a 
serem preenchidas, que estimulam sua curiosidade crítica e sua capacidade leitora. Tais desa-
fios precisam ser propostos. Contudo, antes de mais nada, os jovens e adultos da EJA precisam 
se sentir legitimados e valorizados por seus professores como sujeitos capazes de aprender.
O quadro heterogêneo de turmas da EJA, conforme demonstra a vivência em sala de aula, 
constitui-se num desafio para os profissionais da escola. O ritmo particular de cada estudante 
e o histórico distanciamento de materiais didáticos específicos para esse público exigem a pro-
posição de estratégias de estudo diversificadas, que contemplem vários graus de complexidade 
e diferentes modos de leitura. Localizar e recuperar informações do texto, ler para aprender, 
ler para se encantar, ler para seguir instruções são alguns dos modos de leitura presentes nas 
atividades propostas, visando justamente aprimorar essa capacidade. O objetivo é, portanto, 
proporcionar aos estudantes a oportunidade de experimentar distintos modos de ler, para que 
possam praticar estratégias de leitura diversificada e delas se apropriar. 
Nessa perspectiva, a intencionalidade do Programa é contribuir para que os estudantes 
possam retomar sua escolaridade formal, dando inclusive continuidade aos estudos no Ensino 
Superior. Para tanto, é de extrema relevância favorecer a eles um contato intenso e crescente 
com os mais diversos textos, progressivamente mais complexos, pois esse ato pedagógico con-
tribuirá positivamente para seu avanço, tanto pessoal quanto acadêmico.
Assim, os textos apresentados nas diferentes disciplinas, apesar de contarem com uma 
linguagem mais acessível, visam não banalizar os conteúdos e temas que tratam, podendo 
se tornar objetos privilegiados para desenvolver a leitura de textos mais complexos. Com a 
sua mediação, podem possibilitar aos estudantes o acionamento de conhecimentos prévios, 
a recuperação do contexto de produção do texto estudado, a criação de inferências, hipóteses 
18
e interpretações sobre o tema, como também o compartilhamento de impressões que podem 
contribuir sobremaneira para a superação de possíveis dificuldades encontradas por eles ao se 
confrontarem com os textos. 
Desta forma, sempre que possível, é interessante compartilhar com os estudantes o objetivo da 
leitura proposta, como também contextualizar e problematizar o tema a ser abordado, de modo 
que eles criem expectativas acerca do que encontrarão no texto. Essas estratégias pedagógicas 
favorecem aos estudantes acionar os conhecimentos e as experiências já construídos, facilitando 
o estabelecimento de relações que ajudam a tornar mais significativas as leituras propostas. Ao 
trabalhar com textos que considere mais “difíceis”, é importante você planejar as intervenções 
pedagógicas das quais lançará mão, a fim de que os estudantes possam avançar em sua capaci-
dade leitora e também escritora – visto que ler e compreender textos mais complexos também 
desenvolve a escrita e refina o senso crítico.
No caso de uma leitura colaborativa ou compartilhada para estudo do texto, você pode tam-
bém oferecer informações adicionais, a fim de apresentar o autor e o contexto de produção do 
texto, e tecer outros comentários que possam provocar uma inquietação crítica, tão necessária 
a todo processo de aprendizagem. 
A leitura praticada na escola, sobretudo na EJA, precisa ocupar um espaço privilegiado que 
legitime seu papel no processo de aprendizagem. Afinal, para muitos jovens e adultos, a escola 
pode ser o único espaço em que eles têm maior contato com a leitura. Então, mais do que res-
postas prontas, sempre valem novos questionamentos: Como os estudantes da EJA poderão 
aprender a ler textos difíceis se tiverem contato apenas com produções fáceis? Como poderão 
ampliar seu grau de autonomia sem se aventurarem pelos caminhos da leitura? Como se tor-
narão cidadãos de direito se não forem reconhecidos como tal?
Referências bibliográficas
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19
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. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional; Fundação SEADE. Perfil do 
Estado de São Paulo. Educação. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil_
estado/>. Acesso em: 19 ago. 2014.
oFiCinAs
Essa seção é destinada à sugestão de atividades a 
serem realizadas em datas previamente agendadas com 
os estudantes, estimulando-os a frequentar o CEEJA não 
somente para esclarecer dúvidas ou realizar avaliações. 
As oficinas apresentam uma sequência didática rela-
cionada a determinada Unidade ou Tema desenvolvido 
no Caderno do Estudante. Em geral, nelas são enfatiza-
dos os conteúdos que demandam uma intervenção peda-
gógica maior de sua parte, professor, com o intuito de 
favorecer o avanço das aprendizagens dos estudantes. 
A sugestão de algumas atividades em dupla ou em grupo 
nas oficinas se justifica por se considerar importante que 
os estudantes tenham a oportunidade de interagir não 
só com você, mas entre eles. Esse compartilhamento de 
experiências e de dúvidas, como também a realização de 
um trabalho coletivo, é de grande valia para todo o pro-
cesso de aprendizagem, especialmente para esses jovens 
e adultos que estudam sozinhos a maior parte do tempo.
O Caderno do Professor do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado com o 
objetivo de apoiar seu trabalho pedagógico junto aos estudantes jovens e adultos. Para tanto, 
oferece orientações e sugestões para o desenvolvimento de atividades diversas no CEEJA, orga-
nizadas de acordo com os Volumes dos Cadernos do Estudante. Em cada Volume, são apresen-
tadas diferentes seções.
AtiViDADes CompLementAres
Essa seção sugere atividades que podem 
ser oferecidas aos estudantes nos momentos 
presenciais com você, professor, quando eles 
precisarem esclarecer dúvidas ou mostrarem 
não ter compreendido adequadamente deter-
minado conteúdo. Você pode fazer os ajustes 
necessários, tendo em vista as especificidades 
de cada estudante.
Note que, em alguns casos, foram incluídos 
gabaritos.
Conhecendo o Caderno do professor
20
Ao final deste Caderno, essa seção oferece as 
sinopses dos vídeos produzidos especialmente 
para o Programa e sugeridos no Caderno do 
Estudante, bem como sugestões e dicas de como 
explorar o seu conteúdo com os estudantes. 
Tais vídeos foram produzidos para ajudar os 
estudantes a se apropriarem dos conteúdos pro-
postos em todas as disciplinas, motivo pelo qual 
é importante que você os conheça. Eles podem 
ser utilizados por você em diversas situações: 
durante as oficinas, como atividade comple-
mentar, para contextualizar ou problematizar 
conteúdos e mesmo para sistematizá-los, por 
exemplo. Além disso, os estudantes podem que-
rer também tirar dúvidas com você a respeito 
desses vídeos quando forem ao CEEJA. 
Cabe lembrar que os vídeos da disciplina 
Trabalho, disponíveis no site do Programa, são 
interdisciplinares e abordam temas extrema-
mente significativos para jovens e adultos. Vale 
a pena você conferir o conteúdo desses vídeos, 
pois eles podem ser utilizados para contextua-
lizar ou problematizar questões relativas ao 
mundo do trabalho de modo articulado aos con-
teúdos trabalhados na sua disciplina.
roteiros pArA eXpLorAção Dos 
VÍDeos Do proGrAmA
reCursos pArA AmpLiAr A 
Compreensão Dos temAs 
Essa seção apresenta sugestões de referen-
cial bibliográfico e de documentários, filmes 
e canções, entre outros recursos que possam 
apoiar seu trabalho pedagógico e/ou ser indica-
dos aos estudantes.
21
O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para faci-
litar os momentos de estudo e aprendizagem, tanto fora da escola como quando os estudantes 
forem participar das atividades ou se encontrar com você, professor do CEEJA, ao mesmo tempo 
em que busca concretizar os princípios já explicitados, como levantamento de conhecimentos 
prévios, contextualização e problematização. O material é consumível, para que os estudantes 
possam registrar todo o processo de estudo e identificar as dúvidas que tiverem.
Os Cadernos têm a seguinte organização: Língua Portuguesa e Matemática contam com 5 
Unidades em cada Volume, e Arte, Biologia, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Química 
e Sociologia têm 4 Unidades por Volume.
As uniDADes
Para orientar os estudantes, o início 
de cada Unidade apresenta uma breve 
introdução, destacando os objetivos e 
os conteúdos gerais trabalhados, além 
de uma lista com os Temas propostos.
o sumário
O Sumário apresenta a lista das Unidades e seus res-
pectivos Temas – cuja quantidade pode variar. 
Os Temas são sequências didáticas que buscam criar con-
dições favoráveis para que os estudantes se apropriem dos 
conteúdos propostos no tempo, por vezes restrito, de que 
dispõem para se dedicar ao estudo (em casa, no trabalho, no 
CEEJA etc.). Por isso, essas sequências didáticas propõem um 
conjunto de atividades com o objetivo de focalizar os con-
teúdos de forma mais específica e sistematizada (com prin-
cípio, meio e fim), de modo que os estudantes tenham mais 
condições de iniciar e concluir um Tema inteiro no tempo 
disponível, registrando as dúvidas que precisam apresentar 
para você quando forem ao CEEJA. 
Cada Unidade é identificada por uma cor, o que vai aju-
dar no manuseio do material. Além disso, para organizar 
melhor o processo de estudo e facilitar a localização do 
que os estudantes gostariam de discutir com você, quando 
forem ao CEEJA, eles podem indicar, no Sumário, os Temas 
que já estudaram e aqueles sobre os quais têm dúvida.
Conhecendo o Caderno do estudante
22
os temAs
A abertura de cada Tema é visualmente 
identificada no Caderno. Além do título e da 
cor da Unidade, o número de caixas pinta-
das no alto da página indica o Tema, o que 
permite, localizar cada um deles, em cada 
Unidade, até mesmo com o Caderno fechado, 
facilitando, assim, o manuseio do material.
Na sequência da abertura do Tema, há um 
pequeno texto de apresentação.
As seções e os boxes
Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar a aprendizagem. Cada 
uma delas tem um objetivo, e é importante conhecê-lo, para que possa orientar melhor os 
estudantes.
Algumas seções estão presentes em todos os Temas!
o que VoCê já sABe?
Essa seção sempre aparece no início de cada Tema e tem o objetivo de 
favorecer o levantamento dos conhecimentos prévios, estabelecendo um 
diálogo inicial com os estudantes, para que eles possam reconhecer o que 
já sabem do conteúdo a ser estudado, seja por estudos anteriores, seja por 
vivênciapessoal. 
Conforme dito anteriormente, as pes-
soas o tempo todo utilizam conhecimen-
tos e experi ências já obtidos para construir 
novas aprendizagens. Ao estudar, acontece 
o mesmo, pois os estudantes lembram do 
que já sabem para aprofundar o que já 
conheciam. Esse é sempre um processo 
de descoberta essencial à aprendizagem, e 
que não pode ser menosprezado.
Essa seção pode ser composta por 
algumas perguntas ou um pequeno texto 
que ajudem os estudantes a buscar na 
memória o que já conhecem a respeito do 
assunto abordado.
23
textos
Os textos apresentam os conteúdos e 
conceitos a serem estudados em cada Tema. 
Eles foram produzidos, em geral, procurando 
dialogar com os estudantes, a partir de uma 
linguagem clara e acessível.
Imagens também foram utilizadas para 
ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão 
do conteúdo abordado.
Sempre que necessário, boxes diversos 
ainda podem aparecer articulados a esses 
textos, visando repertoriar os estudantes 
para que eles possam dar prosseguimento 
ao estudo.
As atividades antecipam, retomam 
e ampliam os conteúdos abordados 
nos textos, para que os estudantes 
possam perceber o quanto já apren-
deram. Nelas, são apresentados 
textos de outros autores, mapas, grá-
ficos e imagens, de modo a ampliar 
a compreensão a respeito do que foi 
apresentado nos textos.
Para facilitar os estudos, assim 
como os encontros no plantão de dúvi-
das, muitas dessas atividades podem 
ser realizadas no próprio Caderno do 
Estudante.
AtiViDADe
24
Essa seção apresenta respostas e expli-
cações para todas as atividades propostas 
no Tema. Para facilitar sua localização no 
material, ela tem um fundo amarelo, que 
pode ser identificado na margem lateral 
externa do Caderno. É nela que os estudan-
tes vão conferir o resultado do que fizeram e 
tirar suas dúvidas, além de ser também uma 
nova oportunidade de estudo. É fundamental 
você orientá-los para que leiam as explica-
ções após a realização das atividades e que 
as comparem com as respostas que produ-
ziram, analisando se as informações são 
semelhantes e se esclarecem as dúvidas que 
porventura tenham, ou se ainda é neces-
sário completar alguns dos registros feitos 
enquanto estudavam. 
É importante que você leia os registros dos 
estudantes, de modo a melhor orientá-los em 
seus estudos.
Essa seção é proposta ao final de cada Tema, para que 
os estudantes registrem as dúvidas que tiveram enquanto 
estudavam ou teçam comentários sobre o que aprenderam.
Registrar o que se está estudando é uma forma de apren-
der cada vez mais. Nesse ato, relembram-se os conteúdos 
– construindo-se, assim, novas aprendizagens – e reflete-se 
sobre os novos conhecimentos e sobre as dúvidas que even-
tualmente se tem em determinado assunto. 
Ler essas sistematizações feitas pelos estudantes com 
relação ao que aprenderam e às dúvidas que encontraram 
é uma ferramenta importante para você acompanhar com 
detalhes o que e como eles estudaram. Assim, você pode 
orientá-los mais adequadamente no prosseguimento de 
seus estudos da disciplina.
Por isso, é essencial estimular os estudantes a utiliza-
rem o espaço reservado dessa seção ao concluir o estudo 
de cada Tema. Assim, eles também não correm o risco de 
esquecer seus comentários e suas dúvidas até o dia de vol-
tar ao CEEJA.
HorA DA CHeCAGem
reGistro De 
DÚViDAs e 
Comentários
25
Essa seção é proposta sempre que houver 
a oportunidade de problematizar algum con-
teúdo desenvolvido, por meio de questões 
que fomentem a reflexão dos estudantes a 
respeito dos aspectos abordados no Tema.
pense soBre...
Para que os estudantes se tornem cada 
vez mais autônomos para estudar, essa 
seção enfoca, de modo mais sistematizado, 
diferentes procedimentos de estudo, im-
portantes para a leitura e a compreensão 
dos textos e a realização das atividades, 
como grifar, anotar, listar, fichar, esquema-
tizar e resumir, entre outros. Esses proce-
dimentos também são abordados nos dois 
vídeos de Orientação de estudo.
Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades, 
mas complementam os assuntos abordados! 
orientAção De estuDo
Essa seção apresenta questões 
de concursos públicos ou de provas 
oficiais (como Saresp, Enem, entre 
outras) que são relacionadas ao con-
teúdo abordado no Tema. Assim, 
os estudantes terão a oportunidade 
de conhecer como são construí-
das as provas em diferentes locais 
e a importância do que vem sendo 
aprendido no material. As respostas 
também estão disponíveis na seção 
Hora da checagem.
DesAFio
26
Essa seção apresenta textos e 
atividades que têm como objeti-
vo complementar o assunto estu-
dado e que podem ampliar e/ou 
aprofundar alguns dos aspectos 
apresentados ao longo do Tema.
Essa seção aborda assuntos que têm 
relação com o conteúdo abordado e que 
também dialogam com interesses da so-
ciedade em geral. Ela informa sobre leis, 
direitos humanos, fatos históricos etc., 
que ajudarão os estudantes a aprofunda-
rem seus conhecimentos sobre a noção 
de cidadania.
GLossário
Esse boxe apresenta verbetes com 
explicações sobre o significado de palavras 
e/ou expressões que aparecem nos textos, 
com o objetivo de facilitar a compreensão 
dos estudantes.
momento CiDADAniA
pArA sABer mAis
Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca 
do texto e facilita sua identificação!
27
VoCê sABiA?
Esse boxe apresenta curiosidades relacio-
nadas ao assunto abordado, de modo a com-
plementar o conhecimento dos estudantes.
FiCA A DiCA!
Nesse boxe, os estudantes encontrarão 
sugestões diversas para saber mais sobre o 
conteúdo estudado no Tema: assistir a um 
filme ou documentário, ouvir uma música, 
ler um livro, apreciar uma obra de arte etc. 
Esses outros materiais os ajudarão a ampliar 
seus conhecimentos.
É importante que você também conheça as 
dicas propostas, pois elas podem ser utilizadas 
em alguma oficina ou mesmo para o planeja-
mento de atividades complementares.
AssistA!
Esse boxe indica os vídeos do Programa, que 
os estudantes podem assistir para complemen-
tar os conteúdos apresentados no Caderno. 
São indicados tanto os vídeos que compõem 
os DVDs entregues com os Cadernos quanto 
outros, disponíveis no site do Programa. Para 
facilitar a identificação, há dois ícones usados 
nessa seção.
BioGrAFiA
Esse boxe aborda aspectos 
da vida e da obra de autores ou 
artistas trabalhados no material, 
para ampliar a compreensão dos 
estudantes a respeito do texto ou 
da imagem que estão estudando.
28
29
os vídeos do programa
Arte
VOLUME 1
Linguagens da arte
A construção da sonoridade
VOLUME 2
Semana de Arte Moderna
Dança: corpo e movimento
VOLUME 3
Arte contemporânea 1
Arte contemporânea 2
FÍsiCA
VOLUME 1
Por dentro dos movimentos
Dinâmica dos movimentos
VOLUME 2
Energia: movimento e transformação
Princípios da luz
VOLUME 3
Eletrização: que raio é isso?
Eletricidade: por dentro do gerador
BioLoGiA
VOLUME 1
Efeito estufa
A bioquímica dos alimentos
VOLUME 2
Especiação
Evidências da evolução
VOLUME 3
DNA, molécula da vida
Aconselhamento genético
FiLosoFiA
VOLUME 1
O que é Filosofia?
A caverna de Platão
VOLUME 2
Público e privado
Hobbes e Rousseau: a sociedade em debate
VOLUME 3
Banalidade do mal
Bioética
GeoGrAFiA
VOLUME 1
O mundo da cartografia
Primavera Árabe 
Desmatamento e preservação
VOLUME 2
Agricultura familiar
Caminhos da mobilidade 
A água que nos resta
VOLUME 3
América Latina 
A África do Sul de Mandela
HistÓriA
VOLUME 1
Escravidão na Antiguidade
O Renascimento
VOLUME 2
Os bandeirantes
Legados da Revolução Francesa
VOLUME 3
O trabalho em tempos de ditadura
O Brasil e a nova ordem econômica
inGLês
VOLUME 1
English: a global language?
A little bit of England in Brazil
VOLUME 2
The history of cinema
Cinema and work
Stereotypes in movies
VOLUME 3
Volunteers 
First job
Jobs of the future
30
LÍnGuA portuGuesA
VOLUME 1
Linguagens e contextos
O mundo da leitura
Literatura em prosa e verso
Mil e uma histórias
Uma língua, muitas línguas
VOLUME 2
Crônica, um gênerobrasileiro
Escrever é preciso
Pontuação, coerência e coesão
Canções de Noel Rosa
Poder de síntese
VOLUME 3
Os textos conversam?
Machado de Assis, um clássico
Relatar, uma arte
Redação: provas e concursos
Contos fantásticos
soCioLoGiA
VOLUME 1
Surgimento da Sociologia
Autores clássicos da Sociologia
VOLUME 2
Desigualdade social
Faces da violência
VOLUME 3
Trabalho precário e terceirização
Organização do trabalho
Força feminina
Sindicalismo: uma história
mAtemátiCA
VOLUME 1
Conjuntos numéricos no dia a dia
Relações entre grandezas
Funções de 1o grau
Equações e funções quadráticas
Relações geométricas
VOLUME 2
Sequências numéricas 
Logaritmo tem história
Para que serve o logaritmo?
Matrizes no cotidiano
O mundo em três dimensões
Objetos tridimensionais
VOLUME 3
Áreas e volumes
Geometria analítica
Análise combinatória
Probabilidade
Introdução à trigonometria
quÍmiCA
VOLUME 1
Controle da qualidade dos combustíveis
Fermentação
VOLUME 2
Ligações químicas
Por dentro da pilha
VOLUME 3
Reações químicas
A importância do pH
orientAção De estuDo
Por dentro do EJA – Mundo do Trabalho
Estudar também se aprende
LEMBRE-SE
Todos os vídeos produzidos para o EJA – Mundo 
do Trabalho estão disponíveis no site do Programa 
<http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>.
ENSINO FUNDAMENTAL
A N O S F I N A I S
E N S I N O M É D I O
ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
Estudar também se aprende
31 
Caro(a) professor(a),
O trabalho com a língua portuguesa no Programa de Educação de Jovens 
e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho tem como objetivo central garantir aos 
jovens e adultos o desenvolvimento da linguagem em sua modalidade escrita, 
como forma de os estudantes desenvolverem sua capacidade discursiva e lin-
guística e terem uma participação social mais cidadã.
É importante levar em conta que a maioria dos estudantes que retomam seus 
estudos por meio do CEEJA já está inserida no mundo do trabalho e tem expec-
tativas bem determinadas em relação aos estudos que realizam e aos objetivos 
que desejam alcançar.
Em Língua Portuguesa, é fundamental ensinar aos estudantes maneiras de 
interagir com textos. Todo texto se manifesta em um ou outro gênero e é um 
modo de dizer próprio de determinada atividade social. Por isso, em todos os 
Volumes que compõem este material, as práticas de leitura e escrita em gêne-
ros de diferentes esferas discursivas são convertidas em objeto privilegiado de 
estudo.
Bom trabalho!
LíngUA PORtUgUESA
32 
orientações gerais
As abordagens propostas nas Unidades dos três Volumes de Língua Portuguesa do Ensino 
Médio procuram fazer que os estudantes construam sentidos, descobrindo as pistas linguís-
ticas que os autores deixam nos textos e refletindo sobre elas. Aprendendo a rastrear marcas 
linguísticas e a relacioná-las com as próprias ideias e informações, o exercício da leitura torna-
-se mais consistente e significativo. 
Ler não é apenas decifrar palavras. É diálogo constante entre autor e leitor. O exercício da 
leitura deve encantar e, ao mesmo tempo, propor desafios aos estudantes, que, para vencê-los, 
precisam ter possibilidades de ativar de forma autônoma conhecimentos linguísticos, textuais 
e do mundo. Como se sabe, sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor, o texto lido 
não pode ser compreendido. Por isso, nos Cadernos de Língua Portuguesa, há exercícios que 
procuram estabelecer diálogo entre os conhecimentos dos estudantes adquiridos ao longo da 
vida e as impressões provocadas pelo texto; atividades que propõem a eles a recuperação de 
informações, a interpretação e a avaliação crítica do que foi lido. 
No ensino de leitura, é necessário trabalhar para que os estudantes aprendam diferentes 
estratégias de abordagem que favoreçam a compreensão e a construção dos sentidos dos tex-
tos. Dessa forma, é importante considerar que o diálogo entre o leitor e o texto começa ante-
riormente ao início da leitura. Antes de ler, é fundamental fazer antecipações, construindo 
hipóteses de sentido, refletindo sobre o título e os possíveis subtítulos. Quanto mais ideias os 
estudantes anteciparem sobre o assunto que vai ser abordado no texto, quanto mais claros 
forem os objetivos de leitura, mais significativo será o ato de ler.
Depois da leitura, o diálogo com o texto pode continuar por meio de questões que recupe-
ram ideias e que ajudam os estudantes a formular hipóteses interpretativas, de comparações 
com outros textos, de observações pessoais e de exercícios de produção que propiciam novos 
aprofundamentos.
Sabe-se que a inserção dos estudantes de EJA no mundo letrado é muito variada. É comum 
que estudantes de uma mesma série apresentem graus de letramento diferentes e busquem 
formação escolar com propósitos diversos. Numa mesma série, há os que têm pouca familia-
ridade com a linguagem escrita e os que escrevem e leem com certa facilidade; num mesmo 
grupo, adolescentes recém-evadidos da escola convivem com homens e mulheres adultos que, 
depois de muitos anos afastados dos bancos escolares, voltam a estudar para realizar o antigo 
sonho de completar os estudos.
Esse panorama heterogêneo constitui um grande desafio para o professor e a equipe peda-
gógica. O ritmo diferente dos estudantes e sua pouca familiaridade com materiais didáticos 
exigem estratégias de estudo diversificadas, que contemplem vários graus de complexidade e 
distintos modos de leitura. Localizar e recuperar informações em textos, ler para aprender, ler 
para se encantar, são alguns modos de leitura presentes nas atividades propostas. O objetivo é 
33 
proporcionar aos estudantes a possibilidade de experimentar diferentes modos de ler e, assim, 
praticar estratégias de leitura variadas, delas se apropriando. 
Por que trabalhar com gêneros textuais?
De acordo com Mikhail Bakhtin (1895-1975), língua e ações da vida humana são indissociá-
veis. Para esse estudioso, as ações humanas são sempre realizadas em esferas mais ou menos 
especializadas: cotidiana, jornalística, científica, publicitária, religiosa, artística etc. 
A expressão gêneros do discurso, de acordo com Bakhtin, refere-se às formas relativamente 
estáveis que a língua assume conforme a situação de comunicação em que é usada (quem fala, 
para quem, com qual finalidade...). O gênero reflete essa situação. Por exemplo, uma notícia 
de jornal – um gênero típico da esfera jornalística – é elaborada por um jornalista, que, em 
geral, é funcionário de uma empresa jornalística, a qual tem uma linha editorial determinada. 
O jornalista escreve, em seu local de trabalho, para o público leitor daquele jornal, tendo como 
objetivo informá-lo sobre fatos considerados relevantes pelos editores. Para atender a essa 
necessidade humana – a de informar sobre fatos acontecidos ou que vão acontecer –, a notícia 
possui alguns elementos estáveis, como os que respondem às questões típicas da apresentação 
de um fato de interesse geral: o que houve, com quem, quando, onde, como e por quê; organi-
zar-se na forma de um relato no qual as informações são organizadas a partir de um critério 
de relevância (o que resulta no fato de que o que é mais importante da notícia aparece logo no 
primeiro parágrafo e, à medida que se vai lendo, mais detalhes vão sendo apresentados).
Os gêneros se prestam não somente à comunicação em geral, mas também à comunicação 
nas escolas, bem como em outras instituições sociais, isto é, às situações de interlocução entre 
as pessoas que atuam na escola. Quando a língua ocupa o lugar de conteúdo e torna-se objeto 
de ensino/estudo, trabalhar na perspectiva dos gêneros discursivos, ensinando língua e lingua-
gem por meio de seus elementos mais constantes e concretos, favorece a aprendizagem. Dito 
de outra forma, consideram-se os gêneros ferramentas privilegiadas para o ensino de língua na 
escola, já que são a língua viva, em sua existência real, e não teorizações sobre ela.
Trabalhar com gêneros é uma oportunidade de lidar com a língua em seusmais diversos 
usos diários. A escola sempre restringiu seus ensinamentos a aspectos estruturais e formais 
dos textos. Ao estudar um gênero, é importante ir além desses aspectos. 
Segundo a teoria bakhtiniana, produzir linguagem é produzir discursos, é linguagem posta 
em ação entre parceiros. Textos dizem algo a alguém, de determinada forma, em determinado 
contexto histórico, em determinada circunstância de interlocução.
Por isso, gêneros não são conteúdos estáticos, são ferramentas que possibilitam acesso ao 
conhecimento.
Os aspectos sociocomunicativos e funcionais são caracterizados pela situação de produção e 
de recepção dos textos. Assim, em cada esfera (espaço de circulação do discurso) de atividade 
social, um tipo de linguagem é utilizado de acordo com o gênero do discurso, com regras que 
foram construídas socialmente ao longo da história e incorporadas por todos.
34 
Essas formas-padrão, “modelos de texto”, “maneiras de ser dos textos” ou simplesmente 
gêneros discursivos são caracterizados pelo conteúdo temático (o que pode ser dizível em cada 
um), pela construção composicional ou estrutural (sua forma de ser, sua organização geral, que 
não é inventada cada vez que alguém se comunica, mas está disponível em circulação social) e 
pela marca linguística (seleção de recursos disponibilizados pela língua e orientada pela posi-
ção enunciativa do produtor do texto). 
Um dos principais desafios em um trabalho que prioriza gêneros é selecionar aqueles que 
serão objeto de aprendizagem com vistas ao domínio de outros gêneros. 
Quanto maior o domínio sobre esses modelos comunicativos, os gêneros, maior a facili-
dade para compreender e produzir textos. Poema, conto, crônica, canção, carta de leitor, notí-
cia, artigo de opinião, artigo de divulgação científica são ações sociodiscursivas que contam o 
mundo e agem sobre ele. Esses gêneros, entre outros, têm de estar presentes na escola, pois 
funcionam como meio de articulação entre as práticas sociais e os objetos escolares. Portanto, 
os gêneros citados são trabalhados nos três Volumes que compõem o material do Ensino Médio.
Produção escrita
Em relação à produção escrita, os estudantes aprendem a organizar e a transmitir conheci-
mentos e a se constituir como sujeitos que têm algo a dizer, que têm opinião, que comunicam 
aos outros sua visão de mundo. A priori, o exercício de autoria – a busca do para quê, o quê e 
como dizer – é determinante para consolidar a autonomia de pensamento e auxiliar na apro-
priação do conhecimento dos estudantes, que trazem para a escola muitas experiências de 
vida e uma enorme vontade de expressá-las e compartilhá-las. 
Nas diferentes situações em que são solicitados a escrever, os estudantes colocam em prá-
tica uma série de negociações entre o que sabem e o que é pedido a eles. Há necessidade de 
tomar decisões quanto às condições de produção textual: a finalidade, o conteúdo temático, 
a natureza da produção solicitada, ou seja, o gênero textual que será produzido, sua posição 
como autor e o leitor a quem vai dirigir o texto. 
Análise linguística
Análise linguística é mais do que estudar gramática. As reflexões produzidas pelos estudos 
gramaticais se detêm na frase, e não no texto, e a intenção não é essa. Ao colocar o gênero tex-
tual em foco, como objeto de estudo propriamente dito, uma série de aspectos relacionados a 
seus contextos de produção assume relevância. Quem é o autor? Que posição social ele ocupa? 
Que ideologias coloca diante dos olhos e em circulação? Em que situação escreve? Em que veí-
culo ou instituição? Com qual intencionalidade? Como trata os temas? Que estratégias usa para 
persuadir o leitor? Além desses aspectos, consideram-se os gêneros em suas relações com os 
suportes em que circulam.
Se a análise linguística está subordinada e atrelada aos sentidos dos textos, é preciso traba-
lhar tópicos da linguagem necessários para enriquecer a compreensão do que se lê. Por isso, o 
ensino da língua materna não pode se reduzir à transmissão de um conjunto de informações 
sobre a língua.
35 
Em lugar de esperar que o conhecimento conceitual de gramática da língua leve os estudan-
tes a dominar ou aperfeiçoar as práticas de leitura ou de produção textual, pretende-se que 
essas práticas, uma vez convertidas em objeto privilegiado do trabalho em sala de aula, permi-
tam que eles aprendam a gramática subjacente a partir das sequências didáticas elaboradas, 
indo além dos aspectos meramente estruturais e formais dos textos já citados.
Por isso, é interessante que as atividades de análise linguística promovam reflexões a res-
peito do funcionamento da linguagem dos textos, envolvendo, além de questões gramaticais, 
conteúdos como o contexto de produção do discurso, as características dos diferentes gêneros, 
as propriedades dos suportes em que circulam. 
Vídeos
Acompanha o Caderno do Estudante de Língua Portuguesa do Ensino Médio uma série de 
vídeos produzidos especialmente para as aulas, a fim de aprofundar os conteúdos propostos. 
Esses vídeos, quando usados nas oficinas, garantem um trabalho com gêneros orais em con-
junto com o que foi, é ou será estudado nas Unidades que compõem cada Volume. 
É fundamental que você possa planejar estratégias e abordagens didáticas para as oficinas 
em que os estudantes assistirão aos vídeos, bem como prepará-los, criando expectativa quanto 
ao que será visto, fazendo-lhes perguntas que antecipem o tema a ser abordado. Depois da 
exibição, pode ser interessante elaborar sínteses coletivas do que foi apresentado, sem deixar 
de lado as impressões dos estudantes e, em seguida, refletir sobre passagens do vídeo que 
reforçam conteúdos da Unidade e das atividades que serão propostas. É importante que os 
estudantes escrevam comentários pessoais sobre o que viram.
Oficinas, Atividades complementares e 
Recursos para ampliar a compreensão dos temas
As Oficinas têm como objetivos: 
 • acompanhar o aprendizado dos estudantes em relação aos conteúdos priorizados em cada 
Unidade; 
 • oferecer a você instrumentos para identificar o que foi efetivamente apropriado pelos estu-
dantes e o que lhes falta, ainda, compreender; 
 • disponibilizar recursos para dirimir eventuais dúvidas na direção da compreensão dos aspec-
tos fundamentais trabalhados nas atividades.
As Atividades complementares constituem mais um espaço de reflexão sobre aspectos consi-
derados contundentes de determinado tema em estudo, de modo a consolidar aprendizagens 
ou efetivá-las.
A seção Recursos para ampliar a compreensão dos temas, que acompanha todas as oficinas e 
atividades, complementa, apresenta sugestões de textos, filmes e outros recursos que podem 
ampliar e aprofundar as discussões em foco.
36 VoLume 1
Unidade 1 ‒ Linguagens e interação humana 39
Tema 1 – Linguagens em toda parte
Tema 2 – Gêneros: Que texto é esse?
Unidade 2 ‒ Mídias e representações do mundo 42
Tema 1 – A construção de nossa visão de mundo: 
mídias e jornal impresso
Tema 2 – Crônicas: o olhar do cronista sobre o mundo
Unidade 3 ‒ A beleza está nos olhos de quem a vê 49
Tema 1 – Textos literários: a arte da literatura
Tema 2 – Como abordar textos literários?
Unidade 4 ‒ As mil e uma histórias... 54
Tema 1 – Contos orais, contos escritos
Tema 2 – Lendo contos
Unidade 5 ‒ Quem fala português, sabe português... 60
Tema 1 – Variedades da língua
Tema 2 – Falar e escrever
VoLume 1
37VoLume 1
objetivos e conteúdos 
O quadro a seguir apresenta os objetivos de cada uma das Unidades do Volume 1, assim 
como os conteúdos selecionados para trabalho.
oBjetiVos ConteÚDos 
Unidade 1 – Linguagens e interação humana
Possibilitar que o estudante:
• reflita sobre os usos da linguagem nas ativi-
dades humanas;
• observe as diferentes linguagens, verbal e 
não verbal, nos textos presentes no cotidiano;
• analise diferentes situações de interação pela 
linguagem, observando o papel dos interlocu-
tores, os signos,os suportes e as intenções 
comunicativas;
• compreenda o conceito de gênero textual, 
lendo e analisando alguns deles de modo a 
identificar suas características distintivas e 
finalidades.
• Conceito de linguagem e sua relação com as 
diversas atividades humanas.
• Características da linguagem verbal e não 
verbal; linguagens combinadas.
• Conceito de texto e os fatores envolvidos na 
produção e leitura: contextos social e cultural; 
momento histórico; relação entre os interlo-
cutores; suporte; objetivo e tema da interação.
• Conceito de gênero textual e critérios de 
classificação: forma, tema e estilo.
• Definição dos gêneros: canção, horóscopo, 
verbete, anúncio de classificados. 
Unidade 2 – Mídias e representações do mundo
Favorecer que o estudante apreenda:
• que o jornal impresso é um meio de comu-
nicação de massa;
• que o jornal impresso é uma fonte de conhe-
cimento, rica pela diversidade de assuntos 
que aborda;
• que o jornal não é uma fonte neutra de infor-
mação, mas enquadra fatos e os transforma 
em matéria jornalística de acordo com os inte-
resses de quem o publica e de quem o lê;
• os elementos que compõem a primeira 
página de um jornal – títulos, chamadas, fotos, 
legendas – e os modos como se organizam;
• a diversidade de gêneros que compõem as 
páginas do jornal e o que caracteriza alguns 
deles;
• as características da crônica, aspectos de 
forma, tema e estilo, além de breve histórico 
do gênero.
• Características das linguagens que atuam 
nos meios de comunicação de massa em 
um de seus veículos mais antigos: o jornal 
impresso.
• Aspectos básicos do trabalho dos jornalis-
tas e outros profissionais envolvidos na pro-
dução do jornal impresso, na elaboração do 
conteúdo que será veiculado (do fato à notí-
cia).
• Componentes comuns da primeira página 
de um jornal e seu modo de organização.
• Definição dos gêneros jornalísticos: notícia, 
editorial, carta do leitor, crônica. E alguns 
elementos, como chamada e legenda.
• Diferenciação de dado, fato e opinião.
• Breve histórico do gênero crônica e suas 
características estruturais, temáticas e de 
estilo.
38 VoLume 1
oBjetiVos ConteÚDos 
Unidade 3 – A beleza está nos olhos de quem a vê
Contribuir para que o estudante:
• conheça algumas definições de literatura;
• analise e interprete textos literários em verso;
• analise e interprete textos literários em prosa. 
• Definições de literatura e historiografia lite-
rária.
• Verso, estrofe, encadeamento.
• Tema, conotação.
Unidade 4 – As mil e uma histórias...
Possibilitar que o estudante:
• reflita sobre as características do conto oral 
e do conto escrito;
• leia e interprete contos da tradição oral;
• leia e interprete contos de autores brasileiros.
• Elementos estruturais da narrativa: narra-
dor, personagens, tempo e espaço.
• Partes do enredo: exposição, complicação, 
clímax, desfecho.
• Verossimilhança.
Unidade 5 – Quem fala português, sabe português...
Contribuir para que o estudante compreenda:
• a diversidade da língua portuguesa em dife-
rentes situações sociais de que participa, 
quando fala ou escreve, observando suas 
variações;
• as diferentes modalidades da língua: a fala 
e a escrita. 
• Diferentes variedades da língua.
• Ortografia, pontuação, procedimentos de 
revisão.
39VoLume 1
uniDADe 1 Linguagens e interação humana
Deixe seu recado após o sinal temA 1
Os objetivos desta oficina são:
 • perceber a relação entre diferentes usos da linguagem 
e o contexto em que os textos são produzidos;
 • produzir e observar textos orais a fim de relacio-
nar o grau de formalidade entre os interlocutores 
aos papéis sociais e perfis que assumem em cada cir-
cunstância específica;
 • analisar os recados gravados nas caixas postais telefônicas e suas marcas linguísticas, 
considerando a adequação da linguagem à situação de comunicação e às intenções de quem 
os produz.
Professor, a sugestão é que você comece a oficina comentando brevemente com os estudan-
tes o Tema 1 – Linguagens em toda parte (Volume 1, Unidade 1), levantando com eles algumas 
hipóteses sobre o conteúdo do vídeo que será exibido, com base em seu título: Linguagens e 
contextos. Para isso, eles escreverão no caderno o que pensam sobre: O que são linguagens? O 
que são contextos? Como as linguagens estão presentes na vida das pessoas? Por que esses 
assuntos fazem parte dos estudos de Língua Portuguesa?
Depois, a ideia é mostrar o vídeo na íntegra, sem interrupções. É fundamental que você, 
professor, assista com antecedência e possa fazer uma seleção prévia de trechos que poderão 
ganhar destaque no momento da oficina.
Após a exibição, é importante perguntar aos estudantes se o vídeo trouxe alguma informa-
ção que complementa ou contradiz as ideias que tinham sobre a linguagem e, então, solicitar 
que leiam o que escreveram, auxiliando-os a aprimorar as anotações iniciais. 
Em seguida, sugere-se a exibição apenas dos trechos finais do vídeo, nos quais os temas do 
contexto e da adequação são enfatizados. Você pode conversar com os estudantes a respeito da 
fala da especialista Maria José Nóbrega e do ocorrido com o e-mail que o jovem de óculos escu-
ros enviou para o chefe, relatado na última parte. Também é interessante pedir-lhes que relatem 
situações em que viveram problemas semelhantes, quando foram mal entendidos por causa da 
linguagem usada. Depois, a proposta é que realizem um exercício de produção de texto.
Em duplas ou trios, os estudantes preparam a gravação de um recado a ser deixado na 
caixa postal telefônica de alguém, imaginando uma situação específica de comunicação. Eles 
 • Vídeo Linguagens e contextos (Língua 
Portuguesa – Volume 1) 
 • Gravador ou celular que grave áudio
reCursos neCessários
40 VoLume 1
 mesmos podem formular coletivamente as situações, reproduzindo aquelas que são comuns 
no dia a dia e outras mais raras, reunindo circunstâncias que apresentem diferentes graus 
de formalidade entre os interlocutores e, portanto, usos diferentes da linguagem. É preferível 
trabalhar com as ideias dos estudantes, mas, se achar necessário, você pode sugerir algumas 
situações, como:
 • Uma mãe avisa ao filho que não voltará para almoçar, conforme o combinado, porque está 
presa no trânsito.
 • Uma funcionária informa a seu gerente que não chegará no horário naquele dia porque teve 
de socorrer um familiar em uma situação de emergência.
 • Um amigo diz a outro que não irá ao almoço, previamente combinado, por causa de algum 
imprevisto que o impede de comparecer.
 • Um atendente de loja avisa à cliente que o produto encomendado não será entregue porque 
está em falta, portanto, será preciso aguardar a reposição do estoque.
 • Uma funcionária do departamento de recursos humanos de uma empresa solicita a entrega 
de documentos em atraso para outro funcionário da mesma empresa.
 • Um locutor de rádio comunica ao ouvinte que ele foi sorteado em uma promoção e receberá 
um prêmio.
Cada grupo vai elaborar o texto de acordo com a situação imaginada, definindo quem deixa 
o recado, para quem, o que diz e como diz. Você pode orientar os estudantes a registrar esses 
dados por escrito a fim de ajudá-los na hora de produzir o texto. Antes de gravarem no grava-
dor ou no celular, é interessante que improvisem, ensaiem e burilem o texto para que tenham 
condições de refletir e fazer escolhas em relação à forma e às palavras que usarão no recado 
telefônico.
Depois, todos os estudantes ouvirão as gravações, procurando identificar o contexto, o tipo 
de relação entre os interlocutores e as marcas linguísticas que lhe são próprias. Você pode 
incentivar que façam comparações entre as gravações, observem se os registros estão ade-
quados à situação e se cumprem a finalidade comunicativa planejada. Também valerá dar 
espaço para comentários sobre aspectos ligados ao texto oral, como clareza na articulação das 
palavras, entonações, sotaques e outros fatores que ganham relevo na análise

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