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Cardiologia Complicação não supurativa, tardia e de caráter autoimune da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefild em indivíduos geneticamente pré- dispostos • Clínica: inicia com uma infecção da orofaringe pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A de Lancefild – período de latência de 3 semanas - Poliartrite – ocorre na maioria dos casos Dor, calor, edema, rubor e limitação do movimento das articulações. Acomete grandes articulações e poupa pequenas, é assimétrica, migratória, não cumulativa, evolução limitada, remissão espontânea, não deixa sequelas, responde bem ao AAS - Cardite – 40 a 70% dos casos Pancardite, pode ser leve (sinais discretos, taquicardia proporcional ao esforço), moderada (sinais de pericardite) ou grave (sinais e sintomas de ICC). Acomete mais o endocárdio. É a manifestação mais grave, deixa sequelas e pode matar - Coreia de Sydenham Insidiosa, tardia. Perda de coordenação motora, movimentos involuntários, aumentam com esforço ou estresse, diminuem com repouso, não deixa sequelas - Eritema marginado Lesões com bordos avermelhados e região central clara, sem prurido. Mais nos membros e tronco e poupa a face. Pode ser desencadeado pelo calor. É indolor - Nódulos subcutâneos São nódulos arredondados, firmes, móveis e de tamanho variável • Exames: não tem um específico. Faz para definir presença de infecção estreptococica recente (cultura de orofaringe – geralmente negativa, anticorpos antiestreptococos ASO/ASLO > 333UT), para definir processo inflamatório (VHS, PCR, mucoproteína, alfa 1 glicoproteína ácida), para definir comprometimento cardíaco e hemodinâmico (ECG – PR prolongado, ECO, RX, RM) • Diagnóstico: 2 maiores ou 1 maior + 2 menores - Maiores – poliartrite, cardite, Coreia de Sydenham, eritema marginado, nódulos subcutâneos - Menores – febre, artralgia, PCR, VHS, PR prolongado - 1° surto de DR/ Recorrência de DR sem doença cardíaca -> 2 maiores/1 maior + 2 menores + infecção estreptocócica recente - Recorrência de DR com doença cardíaca -> infecção recente + 2 menores - Pacientes com coreia/cardite reumática com início insidioso -> não precisa de outra manifestação menor ou infecção recente - Lesões valvares crônicas da Cardiopatia reumática crônica -> não precisa de outros critérios • Tratamento – repouso, erradicar foco estreptocócico (penicilina benzatina) - Para poliartrite -> AAS ou naproxeno. Para cardite -> corticoide na forma leve, corticoide + digital + diurético na moderada, corticoide + digital + diurético + vasodilatador + drogas vasoativas na forma grave - Para Coreia -> haloperidol/ácido valproico • Profilaxia - Primária – erradicar a infecção (penicilina) - Secundária – evitar que quem já teve, tenha de novo (penicilina/sulfadiazina/eritromicina a caça 21 dias). Sem danos ao coração, faz até os 21 anos ou por 5 anos. Danos leves faz até os 25 ou por 10 anos. Danos moderados ou graves faz até os 40 anos ou pra sempre. Cirurgia valvar faz penicilina pra sempre - Terciária – Para quem tem lesão valvar (corrigir distúrbios hemodinâmicos, valvulopatia percutânea, cirurgia) • Insuficiência mitral Doença reumática Valvopatias Kamile Ferreira - M42 - Etiologia – calcificação do anel mitral, dilatação do VE, alterações no folheto, rompimento das cordoalhas tendíneas, alterações nos músculos papilares - Clínica da aguda: emergência médica. Edema agudo do pulmão, choque cardiogênico - Clínica da crônica: leve a moderada -> assintomáticos (compensados). Grave (descompensado) -> dispneia aos esforços, ortopneia, DPN, turgência da jugular, hepatomegalia - Exame físico: sopro sistólico em FM em barra, irradia para axila e dorso, mascara B1 e pode mascarar B2 - ECG: leve a moderado -> pode ser normal. Grave -> sobrecargas esquerdas, se comprometer lado direito já tem HAP - RX: aguda -> normal + congestão pulmonar. Crônica -> cardiomegalia + congestão pulmonar - ECO: padrão ouro - Tratamento da aguda: estabilizar e cirurgia - Tratamento da crônica: assintomáticos com ventrículo normal -> profilaxia para endocardite infecciosa e doença reumática. Sintomáticos -> tratamento para ICC. Assintomáticos com complicadores (FE < 60%, diâmetro sistólico > 40%, FA) -> tratamento para ICC. Paciente com IC que descompensa devido IM -> intervém - Intervenção cirúrgica – plastia da mitral, troca de valva, mitralclip (clipa a mitral) • Estenose mitral - Etiologia – Doença reumática - Clínica – fadiga, sonolência, cansaço, tosse e hemoptise, edema pulmonar - Exame físico – fácies mitralis, hiperfonese de B1, sopro diastólico audível em FM, possui ruflar, irradia para axila e tem baixa intensidade - ECG – sobrecargas de AE, VD e AD, arritmias (FA) - RX – congestão pulmonar, brônquio esquerdo retificado (bailarina), duplo contorno e 4° arco - ECO – padrão ouro. Área normal é 4-6 cm², na leve 2-1,5 cm², na moderada 1,5-1 cm², na severa <1 cm². Gradiente médio < 5 é leve, entre 5 e 10 é moderado e maior que 10 é severo - Tratamento clínico – repouso, restrição de sal e água, anticoncepcionais, profilaxia para doença reumática e endocardite infecciosa. Medicamentos – betabloqueadores, digital, varfarina - Intervenção cirúrgica – em sintomáticos e assintomáticos com complicadores (FA ou HAP) – valvoplastia mitral por cateter balão, plastia ou prótese • Insuficiência aórtica - Etiologia – alterações do anel valvar, degeneração dos folhetos, aneurisma, dissecção da aorta, doenças que acometem a valva, envelhecimento, trauma torácico - Clínica da aguda: emergência médica. Edema agudo de pulmão, choque cardiogênico - Clínica da crônica: leve a moderada e alguns graves podem ser assintomáticos. Fase descompensada -> astenia, dispneia ao esforços, ortopneia, DPN - Exames físicos: paciente pulsa inteiro. Dança das artérias (carótidas pulsam), Sinal de Musset (cabeça balança de acordo com o coração), Sinal de Muller (úvula pulsa), Sinal de Minervine (base da língua pulsa), Sinal de Traube (pulsação forte na ausculta da região femoral), Pistol Shot (ausculta do pedioso). Sopro diastólico de refluxo, audível em FAO ou FAOA, irradia para ponta do coração. A pressão diastólica vai estar bem diminuída - ECG – na aguda pode tá normal, na crônica pode ter desvio para esquerda, sobrecarga de VE e AE - RX – na leve pode ter só congestão pulmonar, na crônica pode ter cardiomegalia e congestão pulmonar - ECO – padrão ouro. Fração regurgitante < 20% é mínima, 20% < FR < 40% é leve, 40% < FR < 60% é moderada, FR > 60% é grave - Tratamento da aguda – estabiliza e UTI, cirurgia - Tratamento da crônica – assintomáticos com coração funcionando normal -> acompanha e faz profilaxia. Assintomáticos com coração comprometido -> medicamento e acompanhamento a cada 6 meses (indicado cirurgia). Sintomático - > tratamento para ICC e cirurgia. Troca valvar • Estenose aórtica - Etiologias – congênita, reumática, degenerativa - Clínica: paciente pode ser assintomático em casos mais leves ou em alguns casos graves. Os sintomas aparecem quando descompensa -> dispneia aos esforços, síncope, angina e morte súbita - Exame físico: ictus tipo hipertrofia de VE, sopro sistólico de ejeção audível em FAO e FAOA, irradia para fúrcula esternal e carótidas - ECG – sobrecargas de VE e AE - RX – área cardíaca geralmente normal, pode ter calcificação e dilatação - ECO – padrão ouro. Gradiente médio < 25mmHg é leve, entre 25 e 40 é moderado e >= 40 é grave - Tratamento – para assintomáticos, acompanha e faz profilaxia para doença reumática e endocardite. Para sintomáticos, tem indicação de cirurgia. Troca valvar, TAVI, valvoplastia por balão • Geralmente são pacientes assintomáticos. • Anamnese: há quanto tempo é hipertenso, evolução e tratamento prévio, fatores de risco, doenças pregressas, estilo de vida, históriafamiliar, outros medicamentos (como anti- inflamatórios, imunossupressores) • Fatores de risco: tabagismo, sexo masculino, dislipidemias, DM, neuropatia, maiores de 60 anos, histórico familiar de doença cardiovascular, obesidade, hiperuricemia, sal, etilismo, sedentarismo, estresse • Exames complementares: glicemia, hemograma, ionograma, colesterol total e frações, ácido úrico, sumário de urina, função renal • Normotenso: PA < 120x80. Paciente limítrofe: 130-139/85-90 (indicar MRPA, MAPA). Estágio 1: 140-159/90-99 (indicar MRPA, MAPA). Estágio 2: 160-79/100-109 (indicar MRPA, MAPA). Estágio 3: > 180/110 (diagnóstico) • Emergência hipertensiva – presença de sintomas com PA elevada e risco de lesão de órgão alvo, tem que internar e tratar na UTI • Urgência médica – há sintomas, PA alta, mas sem risco de lesão de órgão alvo. Trata na emergência e pode liberar ou não para casa • Diagnóstico: 3 medidas com intervalo de 1 minuto, medir em ambos MMSS, posição sentada, deitada ou em pé, medir 2 vezes por visita em pelo menos 2 ocasiões diferentes • MAPA – medida ambulatorial. Utiliza tensiômetro por 24 horas. Valores anormais: PA de 24 horas > 130/80, vigília > 135/85, sono > 120/70 • MRPA – medida residencial, paciente registra as medidas durante 5/7 dias, 3 medidas de manhã, 3 de tarde e 3 de noite. Faz uma média, se > 130/85 o paciente é hipertenso • Risco cardiovascular - Paciente sem fator de risco -> PA normal não tem risco, estágio 1 tem risco baixo, estágio 2 tem risco moderado e estágio 3 tem risco alto - Paciente com 1 ou 2 fatores de risco -> PA normal tem risco baixo, estágio 1 tem risco moderado e estágio 2 e 3 tem risco alto -Paciente com 3 ou mais fatores de risco -> PA normal tem risco moderado e estágio 1, 2 e 3 tem risco alto - Paciente com LOA, DCV, DRC ou DM -> Todos são de alto risco • ECG (procurando hipertrofia ventricular), RX (suspeita de cardiomegalia), ECO, USG (suspeita de DRC), USG de carótidas, teste ergométrico, RNM do cérebro, fundoscopia • Hipertensão secundária – antes dos 30 anos ou depois dos 50, hipertensão incontrolável, outras doenças de base, apneia do sono • Tratamento – MEV, medicamentos (menores doses possíveis; se não der resultado em 4 semanas tem que mudar) - Estágios 1 com alto risco, 2 e 3 já devem começar com associação. Os outros podem começar com monoterapia (limítrofes e estágio 1 baixo risco pode começar com MEV) - IECA/BRA, se precisar adicionar mais 1 -> BCC ou DIU, se precisar de mais 1 -> IECA/BRA + BCC + DIU, se precisar de mais 1 -> espironolactona. Betabloqueadores para pacientes com ICC ou DAC HAS • Fatores de risco: sexo, idade (homens acima de 45 anos ou mulheres acima do 55), histórico familiar, dislipidemias, tabagismo, hipertensão, resistência à insulina, diabetes, obesidade, sedentarismo, estresse mental, estado de estrógeno, processos inflamatórios • Tratamento - Não medicamentoso – não é feito em todos, dieta, exercícios, controle do álcool e parar de fumar - Medicamentoso – estatinas (reduzir LDL, suspender se tiver aumento de ALT e AST ou dor muscular), ezetimiba (associado à estatina), colestiramina (gestantes), fibratos (hipertrigliceridemia), inibidores da PCSK-9 • Clínica: desconforto torácico, retroesternal, pode irradiar para MMSS esquerdo, mandíbula, pescoço e face dorsal do tórax, desencadeada pelo esforço ou estresse, duração de até 15 minutos que alivia com repouso ou uso de nitrato sublingual • Exame físico: geralmente normal • Classe 1 – só sente dor em exercícios intensos. Classe 2 – há pequenas limitações nas atividades. Classe 3 – bastante limitado. Classe 4 – pode ocorrer em repouso • Exames complementares - ECG de repouso – pode estar normal ou apresentar alterações de ST ou da onda T. se detectar alteração em paciente com dor típica, manda pro cateterismo, se não tiver alteração e o caso seja suspeito, segue investigando - ECG de esforço (teste ergométrico) – pode apresentar dor ou alteração no ECG, é contraindicado para pacientes com bloqueio de ramo, arritmias complexas e disfunção ventricular. Se for positivo faz cateterismo, se for negativo e o caso for suspeito, segue investigando - ECO – “olha” o coração - Cintilografia de perfusão miocárdica – faz um mapeamento das artérias do coração (mostra se tem alguma falha). Se for positivo faz cateterismo. É feito em quem não consegue fazer o ergométrico. Pode ser feito com o paciente na esteira ou injeta drogas que aumentem FC - Teste de estresse farmacológico – Para pacientes que não conseguem se exercitar - ECO de esforço – feito na esteira ou com medicamentos. Importante para mostrar se tem miocárdio viável - Angiotomografia coronariana – é novo e caro, é bom para acompanhamento - Cinecoronarioventriculografia / cineangiocoronariografia / cateterismo – indispensável para diagnóstico de DAC • Tratamento clínico – tratar doenças associadas, reduzir fatores de risco para DAC, MEV • Tratamento cirúrgico – angioplastia ou cirurgia de revascularização • Tratamento farmacológico - Drogas que diminuem a mortalidade – AAS (pode estar associado ao clopidogrel), IECA, estatina - Drogas antianginosas – betabloqueadores, BCC, nitratos (para dor), ivabradina, trimetadizina, ranolozina - Todo paciente sem contraindicação deve tomar AAS, betabloqueador e estatina • Angina instável (obstrução parcial) infarto com supra de ST (obstrução total) ou infarto sem supra de ST (obstrução parcial) • Clínica: precordialgia intensa e prolongada (por mais de 20 minutos), sudorese, ansiedade, calafrios, taquipneico, dor constritiva, e aperto, com ou sem irradiação • Faz ECG, acesso venoso, monitoriza e deixa o carrinho de parada próximo • ECG pode vir normal ou com alterações na onda T ou no ST • Enzimas cardíacas (troponina e mioglobina) – positivas em caso de infarto, negativas em caso de angina instável • Diagnóstico: dor + ECG + enzimas (não precisa dos 3) • Angina instável – transitória, dor precordial, fadiga, dispneia, mal estar. Tem infra de ST, enzimas cardíacas negativas Aterosclerose Angina estável Síndrome coronariana aguda • IAM sem supra de ST e IAM com supra – enzimas positivas. Clínica (dor precordial, irradia para mandíbula, pescoço, ombro, epigástrio) + alterações no ECG + enzimas positivas - Ausculta - B1 abafada, B2 desdobrada, B3 e B4, pode ter sopros • Tratamento: monitorização com ECG, terapêutica elétrica das arritmias graves, reperfusão (trombolíticos e angioplastia na com supra e angioplastia na angina e na sem supra) - Medicamentos – AAS, clopidogrel, morfina, oxigênio, nitratos (dor), heparina, betabloqueador. No IAM com supra acrescenta trombolíticos se não conseguir fazer a angioplastia logo. Contraindicações para trombólise – AVC hemorrágico prévio, outros eventos cerebrovasculares no último ano, neoplasia intracraniana, sangramento interno ativo, suspeita de dissecção da aorta. O tratamento fica igual ao da AE (AAS, betabloqueador e estatina) • Etiologias: miocardiopatias, valvulopatias, HAS, DM, obesidade, doença coronariana, etilismo, cardiotoxicidade, tabagismo, etc • Sintomas inespecíficos: fadiga, tontura, ganho de peso rápido, inapetência/anorexia, taquicardia • Sintomas de descompensação esquerda: dispneia de esforço, DPN, ortopneia, Cheyne Stokes, tosse seca, hemoptise, 3ª bulha, estertores e creptos pulmonares – não precisa ter todos • Sintomas de descompensação direita: estase de jugular, hepatomegalia, refluxo hepato-jugular, ascite, edema de MMII, dor abdominal, náuseas, anorexia, caquexia • Critérios de Framinghan: 2 maiores ou 1 maior + 2 menores – não fecham diagnóstico - Maiores – DPN, turgência de jugular, crepitações pulmonares, cardiomegalia ao RX, edema agudo de pulmão, 3ª bulha, aumento da PVC, refluxo hepato-jugular, perda de peso (>4,5Kg em 5 dias) - Menores – edema de tornozelosbilateral, tosse noturna, dispneia aos esforços, hepatomegalia, derrame pleural, diminuição da capacidade funcional em 1/3 da máxima registrada previamente, taquicardia • Diagnóstico: clínica + exames - ECG – não fecha diagnóstico. Sobrecargas atriais e ventriculares, bloqueios de ramo (BRD e BDASE sugerem Chagas), arritmias (FA) - RX – cardiomegalia (critério maior de Framinghan), alterações pulmonares (congestão, inversão da trama vascular – voltada para o ápice), edema intersticial, linha B de Kerley, congestão hilar - Bioquímica – ajuda a encontrar fatores de descompensação, fatores que pioram ICC (anemia, infecção, disfunção renal, distúrbios hidroeletrolíticos), hemograma, glicemia, função renal, ionograma, colesterol total e frações, função tireoidiana, BNP (se tiver baixo é improvável ser IC, se tiver alto em pacientes com IC é sinal de gravidade) - ECO – fecha diagnóstico. Indica causa, grau de sobrecarga, função sistólica e diastólica, grau de refluxo, indica prognóstico - Teste cardiopulmonar – Pacientes mais graves para avaliar dispneia aos esforços - Teste de 6 minutos – Pacientes que não toleram ou não têm esteira - Cateterismo – quando a causa da ICC é uma DAC - Ressonância nuclear – diferencia miocardiopatia restritiva de pericardite constritiva. Indicada quando o ECO não consegue definir • Clínica + ECG + RX -> suspeita -> pode pedir BNP, se estiver alto -> ECO -> se estiver normal afasta ICC e se estiver alterado pode ser ICC com FE reduzida (FE =< 40%), com FE intermediária (FE entre 41 e 49%) ou com FE preservada (FE >= 50%) - ICC com FE preservada -> as vezes o ECO não fecha diagnóstico, utiliza 2 scores: H2FPEF ou HFA- PEFF • Classificação da NYHA: 1 não tem limitação das atividades habituais, 2 tem limitação das atividades habituais, 3 tem sintomas com atividades menos intensas que as habituais, 4 tem dispneia ao repouso • Tratamento - Reduzem mortalidade – betabloqueadores (carvedilol, metoprolol e bisoprolol; começa com dose baixa e aumenta até a máxima), IECA/BRA, antagonistas de aldosterona (espironolactona), vasodilatadores (hidralazina e nitrato; pacientes Insuficiência Cardíaca negros ou com disfunção renal), entresto (entra no lugar do IECA/BRA; contraindicado em pacientes renais), ivabradina (contraindicada em ICC descompensada e problemas no nó sinusal; para pacientes com FE<35% apesar do tratamento em dose máxima, com FC>70 em repouso) e glifozina (pacientes sintomáticos com tratamento em dose máxima de betabloqueador, antagonista de aldosterona, IECA/BRA, entresto; contraindicada em dialíticos) - Reduzem sintomas – diuréticos (contraindicados em pacientes sem congestão) e digoxina - Marca-passo ressincronizador – pacientes com ICC + BRE que não melhoram com tratamento • Lesão característica: vegetação (micro- organismos + polimorfonucleados). Acometem mais o coração esquerdo. Usuários de drogas – lado direito, na tricúspide (mais por S. aureus) • Lesões: de alto risco (próteses cardíacas, endocardite prévia, cardiopatia congênita cianótica complexa, derivações cirúrgicas sistêmico-pulmonares, coarctação da aorta); de médio risco (doença reumática com refluxo, doença cardíaca degenerativa, cardiopatias congênitas, miocardiopatia hipertrófica, prolapso da valva mitral); de baixo risco (CIA, revascularização miocárdica prévia, sopros inocentes, prolapso valvar sem sopro, doença reumática sem disfunção valvar, marca passo/CDI) • Precisa ter bacteremia (procedimento dentário com risco de sangrar, broncoscopia, cistoscopia, biopsia de trato urinário e próstata, amigdalectomia, adenoidectomia, etc) • Forma aguda: mais comum por estafilococos aureus. Período de latência curto (2 semanas), clínica exuberante e complicações precoces, afeta válvulas normais. Febre alta, paciente mais prostrado • Forma subaguda: mais comum por estreptococos viridans. Evolui em semanas ou meses, menos chances de lesar órgãos, afeta válvulas lesadas • Clínica: abrupta na aguda e arrastada na subaguda. Febre e sopro (novo ou com alterações do antigo). Mal estar, anorexia, perda de peso, pode ter sinais de ICC ou embolias periféricas. Extracardíacas – hemorragias, manchas de Roth (na retina), lesão de Janeway (região palmar), nódulos de Osler (polpas dos dedos, dolorosos), esplenomegalia, se ausentes não descartam o diagnóstico • Complicações: ICC, embolização, neurológicas, aneurismas micóticos • Diagnóstico: hemograma da subaguda (anemia) ou aguda (leucocitose e plaquetopenia), pode ter VDRL e fator reumatoide falsamente positivos, RX (infiltrado pulmonar), ECG (prolongamento de PR), sumário de urina (proteinúria e hematúria) – não dá diagnóstico. Critérios de Duke – dá diagnóstico - Critérios de Duke – 2 maiores ou 1 maior e 3 menores ou 5 menores. Maiores: 2 hemoculturas positivas com germe típico, evidência de vegetação no ECO, novo sopro regurgitante. Menores: lesão cardíaca prévia, febre > 38°, fenômenos vasculares e imunológicos, hemocultura positiva sem germe típico, ECO sugestivo (incerto) - ECO transtorácico – feito 1º, pode dar falso negativo - ECO transesofágico – quando não consegue definir com o transtorácico • Tratamento: precisa internar. No mínimo 2 ATB sinérgicos, por 4 a 6 semanas. Paciente descompensado já trata empiricamente. - S. viridans/bovis e Enterococcus – penicilina cristalina ou ceftriaxona + gentamicina (depois de 15 dias tira a gentamicina). Alergia – vancomicina + gentamicina (tira genta após 15 dias) - Estafilococos – oxacilina + gentamicina (tira a genta após 15 dias). Alergia – cefazolina + gentamicina. Resistentes – vancomicina + gentamicina (em todos tira a genta após 15 dias) - Gram negativos ou grupo HACEK – ceftriaxona ou ampicilina + gentamicina - Cirurgia – após falha do tratamento clínico, abcessos, embolia, vegetações > 10mm, gram negativos, HACEK e fungos, aneurisma micótico, endocardite de prótese • Profilaxia – paciente (alto risco) + procedimento de alto risco de bacteremia. Usar amoxicilina (alérgicos – cefalexina; clindamicina; azitromicina; claritromicina) 1 hora antes do procedimento Endocardite • Trypanosoma Cruzi. Infecção direta, sanguínea, congênita, oral ou pelo aleitamento materno • Fase aguda - Sintomas – febre, astenia, perda de peso, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, parece uma virose. Chagoma de inoculação (pele) e sinal de Romanã (pálpebra). Meningoencefalite e convulsões (crianças de baixo peso e imunossuprimidos). Miocardite, taquicardia, pancardite - ECG – normal ou com taquicardia sinusal, prolongamento de QT, BAV 1º grau, bloqueio de ramo direito. Extrassístoles são raras - RX – depende do comprometimento, maioria normal. Aumento da silhueta cardíaca sugere derrame pericárdico - Diagnóstico – clínica + evolução com alterações neurológicas + miocardite - Pedir esfregaço e gota espessa de sangue - Tratamento – não tem um efetivo, maioria se resolve só • Fase indeterminada ou de latência – maioria - Paciente contaminado, mas sem clínica. Descobre pela sorologia. Exame físico, ECG e RX normais, esôfago e cólon sem alterações • Fase crônica - Exame de lâmina negativo, sorologia e xenodiagnóstico positivos - Forma dilatada – hipossistolia ventricular, ICC de vários graus (predomínio da direita). Estase jugular, hepatomegalia, edema de MMII, ascite RX – cardiomegalia ECG – BRD e BDASE, extrassístoles. BRE, FA e flutter são infrequentes ECO – quantifica o comprometimento do coração e serve para acompanhamento Tratamento – digitálicos, diuréticos, IECA/BRA, betabloqueadores e anticoagulantes - Forma arritmogênica – pode ter grandes comprometimentos do ritmo com área cardíaca normal. BAV de 1º, 2º, e 3º grau, extrassístoles são frequentes. FA e flutter são infrequentes. Área inativa em V1 e V2 -> lesão na ponta do coração. Extrassístoles + BAVT -> morte - Forma mista – manifestaçõesde ICC e arritmias. Precisam de marca-passo, são candidatos ao transplante • Diagnóstico da indeterminada e da crônica: no mínimo 2 exames diferentes (sorologia, reação de Machado Guerreiro, hemoaglutinação direta e indireta, imunofluorescência indireta e ELISA) • Exames pré-tratamento: pelo menos 2 sorologias positivas, hemograma, ECG, RX de tórax, esôfago e intestino grosso, ECO • Tratamento: para fase aguda, crônica em crianças, reativação da doença, contaminação acidental. Benzonidazol, Nifurtimox. Contraindicações – gestantes, pacientes com insuficiência renal grave, miocardiopatia chagásica, megaesôfago com disfagia • Avaliação de cura: fase aguda ou crônica recente – hemocultura, xenodiagnóstico e sorologia • Eficácia do tratamento: acompanhamento clínico e sorológico a cada 6/12 meses por 5 anos • Dilatada – disfunção sistólica - Diagnóstico: clínica + exames História clínica – dispneia aos esforços, ortopneia, DPN, tosse, palpitações, tontura, síncope, pode ter derrame pleural Exame físico – palidez, dispneia objetiva, estase de jugular, edema de MMII, ictus cordis desviado, taquicardia, B3 (ritmo de galope), sopro sistólico mitral ou tricúspide, abafamento das bulhas, extrassistolia, estertores subcrepitantes bilaterais, MV diminuída ou abolido nas bases, ascite e hepatomegalia ECG – inespecífico. Alterações da repolarização ventricular, BDASE, sobrecargas atriais e ventriculares, alterações em ST e onda T, arritmias (extrassístoles e FA em graves) RX – normal ou cardiomegalia, sinais de congestão pulmonar, edema intersticial ECO – padrão ouro. Dilatação dos ventrículos e átrios, hipocontratilidade ventricular, alteração da Doença de Chagas Cardiomiopatias espessura do ventrículo, regurgitação pela valva AV, identifica trombos intracavitários Cateterismo – se tiver suspeita de DAC Tratamento clínico: gerais (evitar ganho de peso, evitar sal, restrições hídricas, parar de beber, atividade física proporcional) e específicas (digitálicos, IECA/BRA, nitrato, hidralazina, BCC, betabloqueadores, diuréticos, anticoagulantes, entresto e forxiga) Tratamento cirúrgico: marca-passo de dupla câmara ou transplante • Hipertrófica – disfunção diastólica; hipertrofia do septo IV - Diagnóstico: clínica + exames Clínica – maioria assintomáticos. Tem histórico familiar. Tríade: dispneia, dor precordial e palpitações, pode ter síncope Exame físico – pulso venoso jugular com onda “a” elevada, B1 baixa e B2 com desdobramento paradoxal, B4, sopro sistólico (melhor audível em FM e sem irradiação para pescoço) ECG de repouso – ondas T grandes em parede anterior, não tem padrão característico, SVE com alteração ST-T Holter (obrigatório) – maioria apresenta arritmias ventriculares, pode ter supraventriculares RX – área cardíaca normal, aumento do átrio esquerdo e sinais de congestão pulmonar ECO – hipertrofia de VE, cavidade de VE normal ou diminuída, aumento de AE, valva mitral pode ser anormal, estreitamento da via de saída de VE, disfunção diastólica, fechamento precoce da valva aórtica Outros – estudo hemodinâmico (em DAC) e angiográfico, ressonância nuclear magnética em casos especiais Tratamento clínico: não fazer exercícios extenuantes, evitar desidratação e nifedipina, ter cuidado com diuréticos, manter ritmo sinusal. Betabloqueadores e amiodarona (trata arritmias) Tratamento cirúrgico: marca-passo de dupla câmara, indução do infarto do septo IV, miotomia ou miectomia do músculo ventricular hipertrofiado, introdução de cardioversor e desfibrilador implantável • Classificação funcional NYHA: classe 1 (sem limitações às atividades habituais), classe 2 (limitação leve), classe 3 (sintomas com qualquer atividade), classe 4 (incapacidade física) • Clínica: assintomáticos ou dispneia, taquicardia, angina, fadiga, síncope, congestão venosa, edema periférico, turgência de jugular, dor abdominal • Diagnóstico: exames + clínica - ECG – achados de SVD e SAD - ECO – distúrbio de comunicação entre as câmaras, átrio direito e tronco pulmonar aumentados, refluxo da tricúspide - RX – abaulamento do 2º arco da silhueta cardíaca (dilatação da artéria pulmonar direita + tronco pulmonar + campos pulmonares com poucos vasos na periferia) - TC – suspeita de doença intersticial pulmonar - Ecodopplercardiograma – medir pressão arterial pulmonar sistólica, se > 50mmHg tem alta probabilidade, se > 36mmHg é improvável. Medir refluxo tricúspide, se > 3,4 tem boa probabilidade, se < 2,8 é improvável - RMC e teste de gravidade - Cateterismo cardíaco direito – padrão ouro. Pressão média na artéria pulmonar > 25mmHg (fecha diagnóstico). Saber se é pré ou pós capilar: pressão de oclusão da artéria pulmonar < 15mmHg é pré pulmonar, se for > 15mmHg medir o gradiente transpulmonar (GTP): GTP = PMAP - POAP, se > 12mmHg existe remodelamento vascular pulmonar, se < 12mmHg a PMAP é passiva e depende da doença cardíaca • Tratamento: oxigênio, anticoagulação, digital, remover causa, análogos das prostaciclinas (epoprostenol, trepostinil, iloprost, beraprost), inibidores de fosfodiesterase 5 (sildenafril, tadalafil), inibidor do receptor da endotelina (bonsentan, sitaxsentan, ambisentran), BCC, terapia combinada, transplante • Conduta: limitar atividades físicas, evitar grandes altitudes e gravidez, remover causa Hipertensão arterial pulmonar
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