Buscar

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - VALDEJE DA SILVA-corrigida DP

Prévia do material em texto

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 7º JUIZADO ESPECIAL DA CAPITAL DE MACEIÓ ALAGOAS 
IVAN GONZAGA DA SILVA, brasileiro, solteiro, auxiliar controle operacional, portadora do RG. n. 1586180/SSP-AL e inscrita no CPF sob o n. 007.558.044-65, residente e domiciliada na Av. Gal Luiz de França Albuquerque, nº 11, Riacho Doce, CEP 57.039-230, Maceió-AL, com contato telefônico de nº 98830-9262 e 99158-7690, pobre na forma da lei, conforme Declaração de Situação de Vulnerabilidade anexa, através do NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA CÍVEL DADEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO, com sede no Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes, situado na Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Bairro Cruz das Almas, nesta cidade, neste ato por conduto do Defensor Público adiante firmado, vêm, perante Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS 
em face do BANCO BRADESCO S.A., inscrita no CNPJ n. 60.746.948/0001-12, instalado em Nuc Cidade de Deus, S/N – Vila Yara, Osasco - SP, CEP 06.029-900, Telefone: (11) 3684-5122, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. 
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
Inicialmente, ao autor pede a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, preceituada pelo art. 98, do Novo Código de processo Civil em consonância com a Lei nº 1.060/50, por ser pobre na forma da lei, não dispondo de condições econômicas suficientes para arcar com os encargos processuais e 
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. 
2. DOS FATOS 
O promovente em meados de 2012, foi contratado pela empresa de supermercados GBarbosa, onde foi instruído pela empresa a abrir uma conta-salário no banco Bradesco para poder receber seus proventos.
Ocorre que durante vários anos, sem perceber, foram feitas diversos abatimento mensais, referente a serviços bancários identificados como “TARIFA BANCÁRIA CESTA B EXPRESSO2” no valor em média de R$39,00 (trinta e nove reais), tarifa esta que o promovente desconhece, pois não foi solicitado, ou se quer instruído sobre essa cobrança.
Após perceber em seus extratos bancários, que a viera tais cobranças, o promovente entrou em contato com a empresa promovida, para que fosse efetuado o cancelamento dessas taxas cobradas, e ser restituído pelos valores pagos indevidamente. No entanto, logrou-se êxito no cancelamento das tarifas, mas não teve o dinheiro pago indevidamente restituído.
Visto que seu pedido de restituição dos valores pagos ilegalmente não foi atendido, o reclamante buscou solução no PROCON, onde, também, lhe foi negado seu direito.
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
Desta feita, verifica-se que apesar das tentativas extrajudiciais, o conflito prosperou e não logrou êxito a solução da lide, de maneira que só se prolonga a não resolução do problema. Sendo assim, vem o promovente perante este juizado ingressar com a presente ação a fim de obter a tutela jurisdicional. 
3. DO DIREITO 
É inegável a violação do art. 39, inciso III, da Lei nº 8.078/90 do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe: 
 É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou o fornecer qualquer serviço;
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
Dessa forma a promovida não poderia ter cobrado do promovente o serviço que na formalização do contrato não lhe estivesse oferecido e o mesmo estivesse aceito, tornando assim, ilegal as cobranças durante esse longo tempo. E uma vez sendo ilegal a cobrança, cabe ao fornecedor se retratar da cobrança indevida, mediante a restituição dos valores cobrados, bem como ser restituído por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, além de correção monetária e juros legais. (art. 42, parágrafo único, CDC).
Ademais, seguindo a mesma linha de raciocínio, invadir o patrimônio do seu cliente e realizar descontos indevidos, sem avisar o mesmo recai sobre a mesma prática abusiva já discutida, não podendo o banco, retirar qualquer que seja a quantia de dinheiro sem informar e ter consentimento do consumidor. 
Dito isto, em caso de inadimplemento a única maneira de debitar o valor de dívidas diretamente da conta de um usuário da instituição financeira privada é se fizer uma autorização por escrito, caso contrário não é permitido. Bem como, em situações em que há um contrato entre o banco e o correntista, eventualmente, poderá acontecer os descontos na conta, desde que o procedimento seja de conhecimento do titular da conta e o procedimento não seja realizado de forma automática. 
De acordo com o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, dispõe que é responsabilidade do fornecedor responder, independentemente da existência de culpa, reparar por danos causados aos consumidores pelos serviços prestados.
Anota-se, por fim, que diante dos argumentos expostos, que a legislação consumerista veda expressamente a conduta que a promovida está empregando para com a parte promovente, considerando tal prática como cláusula abusiva, que deve ser repelida, a fim de não prejudicar os consumidores, tendo por sansão a indenização por danos morais.
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
3.3 DOS DANOS MORAIS 
Há de se destacar que a Autora, diante do problema, tentou o saneamento de forma conciliadora, buscando da parte Ré o que lhe é de direito.
Deste modo a indenização por danos morais surge como forma de reparar o dano causado à sua esfera íntima, tendo como base seu caráter sancionador e pedagógico, que devem nortear o arbitramento do dano moral, bem como considerando o poder econômico da promovida, na tentativa de evitar que tais situações voltem a ocorrer, sendo, portanto, considerado um caso de dano in re ipsa, o qual não se perfaz a apresentação de provas para que demonstre a ofensa moral da pessoa ofendida, vez que o próprio caso já se configura um dano. 
Nesse sentido merece destaque a definição quanto aos danos morais, podendo ser visualizada nas palavras do Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, o Professor Carlos Alberto Bittar: 
“[...] lesões sofridas pelas pessoas, físicas ou jurídicas, em certosaspectos de sua personalidade. Em razão de investidas injustas de outrem. São aquelas que atingem a moralidade e a afetividade da pessoa, causando-lhe constrangimentos, vexames, dores, enfim, sentimentos e sensações negativas.” 
Além disto, buscamos guarida na Constituição Federal de 1988 para justificar a indenização por danos morais a qual o promovente faz jus, esculpida em seu art. 5º, inciso X, que assim dispõe: 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Ressalta-se que houve OFENSA À MORAL, diante de tantos aborrecimentos e situação vexatória, vez que a promovente teve que se deslocar por várias vezes durante estes meses, não conseguindo resolver o problema de forma pacífica, além da gravidade do ocorrido que o deixou por considerável lapso temporal sem uma quantia que faz toda a diferença em suas finanças . Sendo assim, vem o Promovente a este órgão jurisdicional requerer, ex positis:
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
4. DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, demonstrada a conduta irregular, abusiva e irresponsável das Rés, requer-se de Vossa Excelência: 
a) Que seja concedido o benefício da assistência judiciária gratuita, nos moldes do art. 98, do Novo Código de Processo Civil e a Lei 1.060/50, tendo em vista que o autor não pode arcar com as custas da presente ação sem prejuízo do sustento próprio e familiar; 
b) A citação dos demandados para comparecer à audiência de conciliação e, não havendo acordo, para responder à ação no prazo legal, sob pena de revelia e confissão; 
c) Que presente ação seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, condenando as promovidas, SOLIDARIAMENTE ao pagamento de R$8.424,00 (Oito mil, quatrocentos e vinte e quatro reais), referente ao valor das taxas outrora subtraídas, bem como, o valor em dobro, sem o prejuízo de eventuais juros e correções monetárias, a título de danos materiais, conforme preconiza o art. 42, paragrafo único, do CDC; 
e) Além disto, que as promovidas sejam condenadas ao pagamento, a título de danos morais, em decorrência do enorme transtorno e constrangimento gerado à pessoa da promovente, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), considerando o caráter sancionador e pedagógico que deve nortear o arbitramento do dano moral, baseando-se no próprio dano e abalo causados à honra subjetiva da promovente, diante da impossibilidade de solução pacífica e para que empresas não mantenham essa prática de forma recorrente; 
f) A condenação dos réus em custas e honorários advocatícios, estes a serem revertidos ao FUNDEPAL. 
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138 
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
Autorizada pela Portaria Ministerial nº 795 de 11/09/2014 Núcleo de Prática Jurídica - NPJ.UNIT 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, especialmente prova pericial e testemunhal. 
Dá-se o valor da causa em R$ 28.424,00(vinte e oito mil, quatrocentos e vinte e quatro reais) 
Nestes termos, pede deferimento 
Maceió, 28 de setembro de 2022. 
DANIEL COÊLHO ALCOFORADO COSTA 
Defensor Público 
Núcleo de Assistência Cível e Núcleo de Assistência ao Preso da Defensoria Pública do Estado de Alagoas. Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário Tiradentes – NPJ.UNIT. 
Rua A, Loteamento Santo Onofre, S/N, Cruz das Almas, Maceió/AL. 
CEP: 57.038-000 – Tel.: (82) 3311-3138

Continue navegando