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11 PEÇAS - PRATICA III

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CASO 1 
 
EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL, DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL 
FEDERAL DE BELO HORIZONTE SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS. 
 
 
 
Autos nº 
 
JONAS SILVA, brasileiro, casado, catador de papel, CPF, ID, residente na Rua, n0, 
Bairro, Cidade, UF, CEP, e-mail, vem respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado 
abaixo assinado, conforme procuração anexa, propor AÇÃO DE CONCESSÃO DE 
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA, COM PEDIDO DE 
TUTELA ANTECIPADA em face do INSS- INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO 
SOCIAL-, autarquia federal, CNPJ, com sede na Rua, n0, Bairro, Cidade, UF, CEP, e-mail, 
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
 
I. DOS FATOS 
 
O autor estava andando pelo centro de Belo Horizonte no dia 10/05/2019 quando, ao 
atravessar a avenida Paraná foi abruptamente atropelado por um ônibus, que lhe causou 
várias lesões, que culminaram na perda da visão do olho esquerdo e 95% da visão do olho 
direito, colocando-o na condição de deficiente visual, conforme laudo médico anexo. 
 
A unidade familiar do autor é composta por 07 (sete) indivíduos, esposa e 05 (cinco) 
filhos menores, cuja única renda para manutenção da família é auferida pela esposa, Maria 
Silva, em seu labor de empregada doméstica, no valor de R$ 1045,00 (mil e quarenta e cinco 
reais), quantia insuficiente para o custeio da despesa básica. 
 
O autor no dia 10/10/2019 efetivou junto à agência do INSS o requerimento 
administrativo para concessão do benefício assistencial de prestação continuada, tendo este 
indeferido seu pleito sob o argumento de não se enquadrar o autor no conceito legal de 
deficiente disciplinado pelo artigo 20, § 20 da Lei 8.742/93. 
 
Assim, o autor não teve alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para garantir 
seu direito constitucional ao recebimento do benefício assistencial de prestação continuada. 
 
II. DO DIREITO 
 
A Constituição Federal disciplina a concessão do benefício assistencial de prestação 
continuada ao idoso e/ou deficiente que não tiver condições de se sustentar ou que a família 
não consiga fazê-lo, disponibilizando o valor de um salário-mínimo mensal, conforme art. 
203, inciso V, o que foi regulamentado pela Lei 8742/93 em seu art. 20, §20 e §30, abaixo 
colacionados: 
 
Constituição Federal 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Lei 8742/93 
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo 
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais 
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la 
provida por sua família 
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se 
pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais 
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas 
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou 
idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário- 
mínimo. 
 
E M E N T A:PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. LOAS. BENEFÍCIO 
POR INCAPACIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO. ARTIGO 20, 
§4º, DA LEI N. 8.742/93. 
1. São necessários os seguintes requisitos para concessão do benefício de prestação 
continuada: ser a pessoa portadora de deficiência ou idosa; não receber benefício de 
espécie alguma e não estar vinculado a nenhum regime de previdência social; ter 
renda mensal familiar per capita inferior a ½ salário mínimo. 
2. No caso concreto o laudo socioeconômico afirma que a parte autora passou a 
receber pensão por morte rural, desde 27/10/2007, no valor de um salário mínimo. 
3. Nos termos do artigo 20, §4º da Lei nº 8.742/93 é incabível a cumulação de 
benefício de prestação continuada com qualquer outro benefício previsto no âmbito 
da seguridade social ou de outro regime. Desta forma, o reconhecimento e a 
concessão da aposentadoria por idade inviabiliza a percepção do amparo assistencial 
ao deficiente. 
4. Impossível, nas circunstâncias dos autos, o deferimento do benefício assistencial 
em testilha. 
5. Apelação não provida. 
 
( APELAÇÃO CÍVEL N. 0034907-59.2015.4.01.9199/MG 
Processo Orig.: 0019755-03.2014.8.13.0674 
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO NEVES DA CUNHA) 
 
 
O autor perdeu a visão esquerda e 95% da visão direita no acidente sofrido no dia 
10/05/2019, colocando-o na condição de deficiente visual, conforme laudo médico anexo, 
enquadrando-se, portanto, no conceito de deficiente ditado pelo art. 20, §20 da Lei 8742/93 
que define ser pessoa deficiente aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas. 
 
Portanto, não se sustenta o indeferimento administrativo efetivado pelo réu, pois 
conforme demonstrado acima o autor enquadra-se no conceito legal de deficiente. 
 
Nossos tribunais vêm decidindo pela concessão do benefício assistencial nos casos 
de deficiência visual, conforme acórdão abaixo transcrito: 
 
Quanto à renda per capita requisito exigido no art. 20, § 30 da Lei 8742/93, para 
concessão do benefício ora pleiteado, também está preenchido, pois a unidade familiar do 
autor é composta de 07 (sete) indivíduos, com renda total de R$ 1045,00 (mil e quarenta e 
cinco reais), totalizando a renda per capita de R$ 149,28 (cento e quarenta e nove reais e 
vinte e oito centavos), quantia inferior a ¼ do salário-mínimo. 
 
Portanto, preenchidos os requisitos que autorizam a concessão do benefício 
assistencial de prestação continuada, devendo o mesmo ser deferido ao autor. 
 
 
III. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA 
 
A norma processual civil, disciplina no art.300, a possibilidade de o magistrado 
deferir tutela provisória de urgência, antecipada ou cautelar, exigindo para tanto a 
demonstração no caso concreto da probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
 
No caso em comento, a probabilidade do direito está estampada na deficiência visual 
do autor, que no acidente denunciado acima, perdeu a visão esquerda e 95% da direita, 
conforme laudo médico anexo, bem como possui renda per capita inferior a ¼ do salário- 
mínimo, preenchendo, portanto, os requisitos exigidos para a concessão do benefício 
assistencial de prestação continuada, exigidos no art. 203, V da Constituição Federal e art. 20, 
§§ 2º e 3º da Lei 8.742/93. 
 
Já o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, restou demonstrado na 
fragilidade socioeconômica do núcleo familiar do autor, cuja a renda per capita de R$149,28 
(cento e quarenta e nove reais e vinte e oito centavos), impossibilita o custeio do mínimo, 
necessitando do deferimento imediato do benefício para subsistir. 
 
Portanto, presente os requisitos que autorizam a concessão do benefício assistencial 
de prestação continuada ao autor em sede de tutela antecipada. 
 
 
 
 
IV. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto requer a Vossa Excelência: 
 
a) Seja deferida tutela antecipada, initio litis, para determinar o réu a conceder o autor o 
benefício assistencial de prestação continuada,sob pena de multa diária para o caso de 
descumprimento da ordem, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência; 
 
b) Seja o réu citado para, querendo, no prazo legal, apresentar contestação, sob pena de 
revelia e confissão; 
 
c) Seja deferida a assistência judiciária gratuita ao autor nos termos do art. 98 do CPC; 
 
d) Seja designada a audiência de conciliação; 
 
e) Seja intimado o Ministério Público Federal para dar o seu parecer ministerial; 
 
f) Seja julgado procedente o pedido para condenar o réu a conceder ao autor o benefício 
assistencial de prestação continuada, desde a data do requerimento admirativo, ocorrido em 
10/10/2019, acrescido de juros legais e correção monetária, tornando definitiva a tutela 
antecipada porventura deferida; 
 
g) Seja o réu condenado no pagamento das custas e honorários advocatícios, caso o processo 
atinja a via recursal. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas no direito. 
 
Dá-se à causa o valor de R$17.765,00 (dezessete mil e setecentos e sessenta e cinto reais). 
 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Belo Horizonte, 20/08/2020. 
 
Advogada 
OAB 
CASO 2 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DO 
JUIZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE CÍVEL DE BELO 
HORIZONTE/MG 
 
 
 
 
 
Autos nº 
JOÃO GARDENAL, brasileiro, solteiro, menor impúbere, identidade, 
CPF, neste ato representado por sua genitora, MARIA GARDENAL, brasileira, viúva, 
pensionista, CI, CPF, ambos residentes e domiciliados à Rua, Bairro, Cidade, Estado, 
CEP, e-mail, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu 
procurador infra-assinado (conforme procuração anexa), propor 
 
AÇÃO COMINATÓRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE 
TUTELA ANTECIPADA 
 
 
Em face do ESTADO DE MINAS GERAIS, pessoa jurídica de direito 
público interno, CNPJ, com sede na Rua, Bairro, Cidade, Estado, CEP, e-mail, pelas 
razões fático-jurídicas doravante expedidas: 
 
I. DOS FATOS 
 
 
O Autor é uma criança de 9 (nove) anos, portadora de uma síndrome rara 
denominada de Bourneville, conforme laudo médico anexo, que lhe causa frequentes 
crises convulsivas de alto risco, somente estabilizadas mediante uso dos fármacos 
Trileptal 600 mg e Clorazepan 20 mg, que custam, respectivamente, R$ 800,00 
(oitocentos reais) e R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), totalizando o gasto mensal de 
R$ 950,00 (novecentos reais), pois faz o uso de 3 (três) doses diárias. 
 
 
II. DO DIREITO 
 
(...) 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente impõe ao Estado o dever de 
disponibilizar a saúde ao menor, inclusive com absoluta prioridade, mediante ações que 
possibilitem assistência integral, mediante fornecimento de medicamentos e outras 
ações que promovam a prevenção e a recuperação dos mesmos, conforme artigos 4º, 7º 
e 11, § 2º. 
No caso em comento, o Autor é uma criança de 9 (nove) anos, que sofre de 
uma síndrome rara denominada síndrome Bourneville, conforme laudo médico anexo, 
que lhe causa crises convulsivas de alto risco diárias, somente controladas mediante uso 
dos medicamentos Trileptal 600 mg e Clorazepan 20 mg, a um custo mensal de R$ 
950,00 (novecentos e cinquenta reais), que a mãe do Autor não tem condições 
financeiras para custear e, conforme legislação constitucional e infraconstitucional 
acima colacionadas, o direito à saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve ser 
compelido a disponibilizar os fármacos ao Autor. 
 
Sobre o direito à saúde, ensina Canotilho: 
 
O Estado, os poderes públicos, o legislador, estão vinculados a 
proteger o direito à vida, no domínio das prestações existenciais 
mínimas, escolhendo um meio (ou diversos meios) que tornem 
efectivo este direito, e, no caso de só existir um meio de dar 
efectividade prática, devem escolher precisamente esse meio. 
 
 
Nossos tribunais vêm decidindo pela obrigação do Estado, inclusive 
solidariamente, no fornecimento de medicamentos, cirurgias e afins, conforme acórdãos 
abaixo colacionados: 
 
Entendimento do TJMG: 
 
EMENTA: REMESSA NECESSÁRIA - APELAÇÃO CÍVEL - 
SAÚDE - PROCESSUAL CIVIL - PRELIMINAR - JUIZADO 
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA: (IN)COMPETÊNCIA - 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA - VARA INFÂNCIA E 
JUVENTUDE: IRDR. 1. Consoante o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) e as regras da Lei de Organização e Divisão 
Judiciárias do Estado de Minas Gerais, compete às varas de 
Infância e Juventude processar e julgar as causas nas quais se 
discutam direitos relacionados a crianças e adolescentes. 2. Em 
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), este 
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) firmou a 
tese de que "É absoluta a competência das Varas da Infância e da 
Juventude no que tange ao processamento e julgamento dos feitos 
em que se discute o fornecimento de medicamentos, insumos 
alimentares e outros tratamentos médicos necessários, inclusive 
cirúrgicos, às crianças e adolescentes independentemente da 
existência de situação de risco, eis que a Constituição da 
República reconheceu a criança e o adolescente como sujeitos de 
direitos, protegidos pelo Sistema de Proteção Integral, com 
prioridade absoluta". 
 
REMESSA NECESSÁRIA - APELAÇÃO CÍVEL - 
PROCESSUAL CIVIL - SAÚDE - MENOR: ECA - ENTE 
PÚBLICO: PRAZO EM DOBRO - INTEMPESTIVIDADE: 
AFASTADA - SISTEMÁTICA DO CPC - STJ: 
ENTENDIMENTO. Consoante entendimento firmado em julgado 
do Superior Tribula de Justiça (STJ), a contagem do prazo 
recursal se dará pela sistemática do Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) quando se cuidar de procedimento específico 
elencado entre os artigos 152 e 197 da lei, aplicando-se o Código 
de Processo Civil (CPC) para aqueloutros procedimentos comuns, 
embora afetos à Justiça da Infância e da Juventude (art. 198 do 
ECA). 
 
REMESSA NECESSÁRIA - PRELIMINAR: ILEGITIMIDADE 
PASSIVA - SOLIDARIEDADE - REPERCUSSÃO GERAL - 
TEMA 793 - DESCENTRALIZAÇÃO - HIERARQUIZAÇÃO - 
REGRAS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA: 
OBSERVÂNCIA. Em sede de embargos de declara ção (ED), o 
Supremo Tribunal Federal (STF) revisou a tese formada em 
sistema de repercussão geral no Tema 793, estabelecendo que "Os 
entes da federação, em decorrência da competência comum, são 
solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área 
da saúde, e diante dos critérios constitucionais de descentralização 
e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o 
cumprimento conforme as regras de repartição de competências e 
determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro". 
2. Embora haja solidariedade entre os entes federados nas ações 
de saúde, deve-se observar as regras de descentralização, 
hierarquização previstas na Constituição Federal (CF), além das 
regras de distribuição de competências previstas na legislação 
infraconstitucional. 
 
REMESSA NECESSÁRIA - APELAÇÃO CÍVEL - SAÚDE - 
INSUMOS - FRALDAS - ORGANIZAÇÃO DO SUS. 1. As 
questões de saúde encontram-se devidamente regulamentadas por 
lei, havendo fixação de competências que devem ser 
obrigatoriamente observadas sob pena de ingerência indevida do 
Poder Judiciário nas políticas públicas, conforme tese firmada em 
repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 2. O 
Sistema Único de Saúde (SUS) informa-se pelo princípio da 
descentralização político-administrativa, que importa a 
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. 3. A 
prescrição de medicamento ou insumo a ser fornecido pelo SUS 
deve ser feita por médico vinculado e em exercício junto à rede 
pública de saúde. 4. Nas ações de saúde distribuídas antes do 
julgamento do Tema 106 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
"é exigível o requisito que se encontrava sedimentado na 
jurisprudência do STJ: a demonstração da imprescindibilidade do 
medicamento." 5. Incumbe ao gestor municipaldo sistema 
fornecer insumos - alimentos e equipamentos - de atenção básica 
à saúde. 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - CRITÉRIO OBJETIVO - 
EQUIDADE: NÃO APLICAÇÃO - FAZENDA PÚBLICA: 
PARTE. 1. Os honorários são fixados em juízo d (TJMG - Ap 
Cível/Rem Necessária 1.0024.16.131335-8/001, Relator(a): 
Des.(a) Oliveira Firmo , 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
18/02/2020, publicação da súmula em 02/03/2020) 
 
Entendimento do STJ: 
 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRATAMENTO 
MÉDICO/FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. 
CRIANÇA. DOENÇA GRAVE. 
EXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SÚMULA 7 
DO STJ. AUSÊNCIA DE REGISTRO NA ANVISA. 
SITUAÇÃO EXCEPCIONAL DEVIDAMENTE 
JUSTIFICADA. 
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 
1. O Tribunal de origem consignou que "a autora é acompanhada 
por médico especialista, capacitado para escolher o melhor 
tratamento para o caso concreto, além de ter ficado comprovado 
que não há medicação existente no mercado nacional com os 
mesmos princípios ativos (fls.85)", bem como, "objetiva a 
presente medida, tão somente, o fornecimento de fármaco que, 
segundo médico especialista na matéria, mostra-se mais eficiente 
e adequado ao tratamento da infante, do que aqueles eleitos na 
lista padronizada pelo Sistema Único de Saúde - SUS". 
2. Como se observa, comprovadas a eficácia e a necessidade de 
uso do medicamento solicitado para o controle da doença e na 
ausência de alternativa terapêutica, é inafastável o 
reconhecimento do direito à tutela requerida, de forma que, para 
analisar o inconformismo nesse ponto, seria imprescindível o 
reexame das provas constantes dos autos, o que é defeso em 
Recurso Especial, ante o óbice previsto na Súmula 7/STJ. 
3. Com efeito, in casu, o fornecimento do fármaco não registrado 
na Anvisa foi autorizado pela Corte de origem em caráter 
excepcional e não para a comercialização, visando ao atendimento 
de necessidade de criança portadora de moléstia de natureza grave 
(Cistinose Nefropática, com insuficiência renal associada e 
doença renal crônica). 
4. Nesse contexto, devidamente comprovada a 
imprescindibilidade do fármaco pleiteado, esta Corte admite a 
condenação do Estado em fornecer medicamentos, ainda que não 
registados pela ANVISA. 
5. Agravo Interno não provido. 
(AgInt nos EDcl no AREsp 879.749/SP, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2017, DJe 
03/03/2017) 
 
 
 
II – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA 
A lei processual civil disciplina no artigo 300 a possibilidade de o 
magistrado deferir tutelas provisórias de urgência, antecipada ou cautelar, exigindo para 
tanto a demonstração no caso concreto da probabilidade do direito e o perigo de dano ou 
risco ao resultado útil do processo. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
A probabilidade do direito está estampada na gravidade da patologia sofrida 
pelo Autor, que requer o uso de medicamentos de alto custo que ele não possui 
condições de suportar, mas que a legislação constitucional e infraconstitucional impõe 
ao Réu lhe fornecê-la. Quanto ao perigo de dano ou risco de ao resultado útil do 
processo está evidenciado no fato de que não fornecido pelo Réu o medicamento, a 
ausência de seu uso, pode culminar no óbito do Autor. Portanto, presentes os requisitos 
autorizadores da concessão da tutela antecipada para determinar ao Réu a fornecimento 
dos referidos medicamentos. 
 
III – DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO 
 
O artigo 1.048, inciso II, do Código de Processo Civil prevê a prioridade de 
tramitação em algumas hipóteses, dentre elas, quando tratar-se da lei 8.069/90, Estatuto 
da Criança e do Adolescente, que por sua vez também faz essa previsão, determinando a 
absoluta prioridade nos seus feitos, afetando todos os atos e diligências, enquadrando na 
hipótese de descumprimento desta ordem, conforme artigo 152, §1º, benesse processual 
que deve ser aplicada no caso. 
 
 
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se 
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação 
processual pertinente. 
 
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade 
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos 
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências 
judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 
2009) Vigência 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
 
Ex positis, requer: 
 
a) Seja deferida tutela antecipada, inaudita altera par, para determinar o 
fornecimento dos medicamentos Trileptal 600 mg e Clorazepan 20 mg 
ao Autor, fixando multa diária para o caso de descumprimento da 
ordem, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência; 
 
b) Seja o réu citado, para, querendo, no prazo legal, apresentar contestação, 
sob pena de revelia e confissão; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art7
c) Seja deferida assistência judiciária ao Autor, nos termos do artigo 98 do 
Código de Processo Civil; 
 
d) Seja deferida a prioridade de tramitação prevista no artigo 1.048, inciso 
II, do CPC c/c artigo 152, §1º, do ECA – Estatuto da Criança e do 
Adolescente; 
 
e) Seja dispensada audiência de conciliação por tratar-se de direito 
indisponível do menor, conforme artigo 334, §4º, inciso II, do CPC; 
 
f) Seja intimado o Ministério Público de todos os atos e termos do 
processo; 
 
g) Seja julgado procedente o pedido para condenar o Réu a fornecer ao 
Autor os medicamentos Trileptal 600 mg e Clorazepan 20 mg, em 
quantidade e tempo necessários ao seu tratamento, inclusive outros 
fármacos que sejam necessários caso altere sua situação clínica, 
tornando definitiva a tutela antecipada porventura deferida; 
 
h) Seja o Réu condenado ao pagamento de custas e honorários 
advocatícios. 
 
Protesta provar o alegado por meio de todas as provas disponíveis em 
direito. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 11.400,00 (onze mil e quatrocentos reais). 
 
Belo Horizonte, 25 de agosto de 2020. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
ADVOGADA 
OAB 
CASO 03 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA 
FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE BELO 
HORIZONTE/MG 
 
 
 
 
 
ROBERTO CARLOS, nacionalidade, estado civil, 
radiologista, desempregado, residente e domiciliado na rua xxx, 
nº xxx, bairro xxx, cep xxx, cidade/Estado, CPF, RG, endereço 
eletrônico xxx, vem, respeitosamente, através de seu advogado 
infra-assinado, conforme procuração anexa, perante V. 
Excelência, propor AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO 
ADMINISTRATIVO COM PEDIDO DE TUTELA 
ANTECIPADA, contra o ESTADO DE MINAS GERAIS, 
pessoa jurídica de direito público interno , CNPJ xxx, com sede 
no endereço xxx, nº xxx, bairro xxx, cep xxx, cidade/Estado, 
pelos fatos de direito a seguir expostos: 
 
 
I- DOS FATOS 
O autor era servidor público do Estado de Minas Gerais, ocupando o cargo de 
radiologista no Hospital João XXIII, cujo horário de trabalho era das 22h às 7h de 
segunda a sexta-feira e remuneração de R$3.000,00 (três mil reais). 
No dia 01/05/2020, o autor precisou se ausentar ao trabalho e, servidor 
exemplar que é, solicitou ao colega de trabalho que o substituísse naquele dia, não 
trazendo qualquer prejuízo ao serviço público estadual. Contudo, neste dia o colega de 
trabalho do autor não compareceu no trabalho, pois se envolveu em um acidente com 
sua moto no trajeto, fato registrado pela ocorrência militar nº 22222/2020. 
No dia 05/06/2020 o autor foi surpreendido com a publicação de sua demissão, 
que sequer foi procedida do necessário processo administrativo disciplinar, tampouco 
lhe foi oportunizado o usoda ampla defesa e contraditório. 
Diante deste cenário, o autor se viu obrigado a buscar a tutela jurisdicional para 
reverter a sua demissão. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
Ab nitio, cumpre salientar que a CF federal prevê direitos fundamentais das 
quais decorrem a obrigatoriedade da observância do devido processo legal, bem como 
ao direito da ampla defesa e contraditório, nos processos judiciais e administrativos. 
Veja-se: 
“art. 5°. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes;” (BRASIL, 1998) 
 
A carta magna também disciplina as hipóteses demissionárias do servidor 
público efetivo, que somente podem ser demitidos mediante processo administrativos 
disciplinar, condenação em virtude de sentença transitada em julgada ou seja mal 
avaliado o seu processo de avaliação funcional. É o que se observa: 
 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores 
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma 
de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele 
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo 
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto 
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
(BRASIL, 1998) 
 
 
In casu, o autor foi sumariamente demitido sem que lhe fosse concedido o 
devido processo legal, o que contraria o disposto do artigo colacionado acima, 
considerando que é servidor público estável e, no ato de sua demissão, não foi 
instaurado o processo administrativo disciplinar. 
 
Portanto, presente esta irregularidade, certo é que o ato administrativo de 
demissão deve ser anulado. 
 
Nossos tribunais vêm decidindo pela anulação na hipótese de não observância 
do contraditório e ampla defesa, conforme acórdãos abaixo colacionados: 
 
SERVIDOR PÚBLICO EFETIVO. DEMISSÃO SUMÁRIA. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA 
DEFESA. NULIDADE DO ATO. PROCESSUAL CIVIL. PROVAS. 
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. 
O servidor efetivo e estável só pode ser demitido por sentença judicial ou 
processo administrativo onde lhe assegure ampla defesa consoante reza o art. 
41 § 1º da CR/88. 
É nulo de pleno direito o ato administrativo que exonera servidor efetivo e 
estável sem instauração prévia de processo administrativo, haja vista o 
flagrante acinte à norma contida no item LV do art. 5º da CR/88. 
Incensurável é a decisão que julga procedente ação anulatória por entender 
serem suficientes as provas carreadas aos autos, máxime por ser o magistrado 
o destinatário da prova e somente a ele compete aferir a necessidade ou não 
de sua produção. 
(TJMG - Ap Cível/Reex Necessário 1.0091.04.001911-8/001, Relator(a): 
Des.(a) Belizário de Lacerda , 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
06/12/2005, publicação da súmula em 16/12/2005) 
 
III - DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 
 
A Lei Processual Civil disciplina a possibilidade do magistrado proferir tutelas 
provisórias de urgência antecipada ou cautelar, exigindo para tanto, no caso concreto, da 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, 
conforme art. 300. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
 
No caso em tela, a probabilidade de direito restou demonstrada a ilegalidade do 
ato demissional, pois não foi observada o devido processo legal, não tendo o mesmo 
sido precedido o processo administrativo disciplinar, não tendo também oportunizado 
ao autor o exercício da ampla defesa e contraditório, além da demissão não se enquadrar 
nas hipóteses demissionárias, elencadas no art. 41, §1º, I a III da CF/88. 
 
O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo está no fato do autor, 
na condição de desempregado, não ter condições de sustentar a si e a sua família, pois 
está impossibilitado de pagar o aluguel, alimentação da família, plano de saúde, água, 
luz, comprometendo a subsistência da unidade familiar. 
 
Portanto, presente os requisitos que autorizam a concessão da tutela antecipada 
para compelir o réu a reintegrar o autor ao cargo de radiologista junto ao Hospital João 
XXIII. 
 
 
IV - DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência: 
 
1- Seja deferida a tutela antecipada do antecedente para determinar ao réu que 
reintegre o autor ao cargo de radiologista, junto ao Hospital João XXIII, pagando-lhe a 
respectiva remuneração e demais vantagens, fixando multa diária para o caso de 
descumprimento da ordem, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência; 
 
2- Seja o réu citado para, querendo, apresentar contestação, sob pena de 
revelia; 
 
3- Seja deferida a gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 CPC 
4- Seja designada audiência de conciliação; 
5- Seja intimado o Ministério Público de todos os atos e termos do processo; 
 
6- Seja julgado procedente o pedido para condenar o réu a reintegrar o autor ao 
cargo de radiologista, junto ao Hospital João XXIII, pagando-lhe a remuneração e 
demais vantagens, desde sua demissão, ocorrida em 05/06/2020, acrescida de juros de 
mora e correção, anulando ato ilegal e tornando definitiva a tutela antecipada porventura 
deferida; 
7- Seja o réu condenado no pagamento das custas e honorários advocatícios. 
Protesto provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito. 
Dá-se o valor da causa de R$ 39.000 (trinta e nove mil reais). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Belo Horizonte, 05 de setembro de 2020 
Advogado xxx 
OAB xxx 
CASO 04 
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAZENDA PÚBLICA 
ESTADUAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG 
 
CAMILA STHÉFANE DE OLIVEIRA MOURA, brasileira, 
solteira, advogada inscrita na OAB/MG nº XXX, com escritório 
na Rua XXX, n XXX, unidade federativa XXX, CEP XXX, e- 
mail XXX, CPF XXX, ID XXX, vem respeitosamente perante 
VªExª., advogando em causa própria impetrar MANDADO DE 
SEGURANÇA PREVENTIVO COM PEDIDO DE 
LIMINAR contra ameaça de ato ilegal a ser praticado pelo 
Diretor Geral da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas 
Gerais, nome do agente XXX, encontrado na R XXX, n XXX, 
bairro XXX, unidade federativa XXX, CEP XXX, e-mail XXX, 
vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública do 
Estado de Minas Gerais (SSP/MG), pelos fatos e fundamentos a 
seguir expostos: 
 
I – DOS FATOS 
No dia 02/07/20 foi publicado no Diário oficial o Edital nº 03/20 de Concurso 
Público de Provas e Títulos para o cargo de DELEGADO DE POLÍCIA I, inicial da 
Série de Classes do Quadro de Natureza Estritamente Policial Civil da Secretaria de 
Estado de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, ficando a inscrição aberta no 
período de 01/04/20 a 30/04/20. 
No edital está previsto, dentre outras condições e requisitos legais para o 
provimento no cargo de Delegado de Policia, o seguinte: 
“1.2. Ter o mínimo de 18 (dezoito) e o máximo de 32 (trinta e dois) anos de 
idade, a data da inscrição (Art. 37, I da Constituição Federal, ressalvados os casos de 
ocupantes, em caráter efetivo, de cargo público do Estado de Minas Gerais (art. 18 da 
Lei nº 869, de 05 de Julho de 1952); “ 
Todavia, a impetrante tem hoje 34 (trinta e quatro) anos e, por este motivo, não 
conseguiria efetivar sua inscrição para participar doconcurso, pois, o edital limita a 
idade a 32 anos, ressalvando o direito de “ocupantes, em caráter efetivo, de cargo 
público do Estado de Minas Gerais”, o que é discriminatório e fere o princípio 
constitucional da isonomia. 
II – DO DIREITO 
A CF, no capitulo dos direitos e garantias fundamentais, disciplina, entre outras 
garantias, a possibilidade do manejo do mandado de segurança para proteger direito 
liquido e certo de alguém não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra ato ou 
ameaça de ato ilegal de autoridade pública, fazendo a previsão na modalidade 
repressiva, em como a preventiva, que combate a ameaça de ato ilegal, conforme o que 
se vê da CF, o que foi também regulamentado pela lei 12016/09. Aludida lei conceitua o 
mandado de segurança, bem como explica como deve ser usado. 
 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; (BRASIL, 1988) 
 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer 
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de 
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a 
segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no 
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa 
jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, 
querendo, ingresse no feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante 
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à 
pessoa jurídica. 
 
No caso em comento, a impetrante, bacharela em direito, devidamente inscrita 
na OAB MG de nº ..., quer se inscrever no concurso para provimento do cargo de 
Delegado de Polícia, com concurso disciplinado pelo edital 03/20, que em seu item 1.2 
limita a idade de participação do certame em 32 anos, ressalvando este limite aos 
servidores efetivos do Estado. 
Sendo assim, certo é que houve violação ao principio da isonomia, pelo que a 
impetrante tem receio de ter a sua inscrição ser indeferida pela impetrada por possuir 34 
anos, motivo do presente mandado de segurança preventivo para viabilizar sua inscrição 
e participação no concurso em comento. 
III - DO ATO ILEGAL 
O item 1.2 do edital já mencionado determina limite de idade de 32 anos, 
fazendo a ressalva deste limite de idade aos servidores de cargo efetivo do Estado, que 
poderão se inscrever no concurso ainda qe maiores de 32 anos. 
Esta ressalva editalícia viola o princípio constitucional da isonomia, previsto 
no art. 5, caput, da CF, que proíbe qualquer discriminação e distinção, devendo o 
presente mandado de segurança preventivo viabilizar a participação da impetrante em 
igualdade de condições ao dos servidores efetivos, de forma que haja a extensão da 
benesse concedida a estes últimos. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
O doutrinador Pinto Ferreira assim conceitua isonomia: 
 
 
[...] deve ser entendida como igualdade diante da lei vigente e da lei a ser 
feita, deve ser interpretada como um impedimento à legislação de privilégios 
de classe deve ser entendida como igualdade diante dos administradores e 
dos juízes”; ou seja, igualdade esta, apenas diante da lei e da sociedade. [...] 
(FERREIRA, Luiz Pinto) 
 
Sobre o princípio da isonomia em concursos públicos, vêm decidindo o TJMG: 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. DELEGADO DE 
POLÍCIA. LIMITE DE IDADE. EXIGÊNCIA ILEGAL. RESSALVA 
QUANTO A SERVIDORES PÚBLICOS. ISONOMIA. VIOLAÇÃO. ART. 
5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPROVIMENTO DA APELAÇÃO. 
É ilegal a exigência de limite de idade para concurso público em Edital que 
traz a ressalva quanto a funcionários públicos ocupantes de cargo efetivo, por 
violação do princípio da isonomia contido no art. 5º da Constituição Federal. 
(TJMG - Apelação Cível 1.0000.00.279015-2/000, Relator(a): Des.(a) 
Fernando Bráulio , 8ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/03/2003, 
publicação da súmula em 30/04/2004) 
 
 
 
IV - DA NECESIDADE DE CONCESSÃO DA LIMINAR 
A lei 12016/09 disciplina em seu artigo 7, III, a possibilidade do magistrado 
deferir pedido de liminar, exigindo para tanto a demonstração no caso concreto da 
probabilidade do direito e do risco de dano ou resultado útil do processo. Veja-se: 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante 
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à 
pessoa jurídica. 
 
No caso concreto, a probabilidade do direito evidenciada na ilegalidade da 
ressalva contida no edital, esta que retira a exigencia do limite de idade aos servidores 
efetivos do Estado para se inscreverem no concurso e impossibilita a participação no 
concurso em igualdade de condiões, o que viola o princípio da isonomia. 
Quanto ao perigo de dano ou risco do resultado útil do processo, tal requisito 
restou demonstrado pela possibilidade de a impetrante não mais poder participar do 
concurso. 
Assim, preenchidos os requisitos que autorizam a concessão da tutela 
antecipada a fim de deferir de pronto a incrição pleiteada pela impetrante, 
independentemente de idade. 
 
V - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
 
 
A. Seja concedida de pronto a liminar, que possibilitará a inscrição da 
impetrante no concurso, fixando multa diária para o caso de descumprimento 
da ordem; 
B. que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a 
segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo 
de 10 (dez) dias, preste as informações; 
C. que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa 
jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, 
querendo, ingresse no feito; 
D. Seja intimado o Ministério Público Federal para seu parecer ministerial; 
E. Seja concedida a segurança para condenar a impetrada a inscrever a 
impetrante ao concurso, independentemente de idade, e, caso aprovada no concurso, a 
sua nomeação ao cargo, tornando definitiva a liminar eventualmente deferida. 
 
Dár-se à causa o valor de R$ 75,00 (sessenta e cinco reais) para efeitos 
meramente fiscais. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Belo Horizonte, 24 de setembro de 2020 
 
 
Advogado XXX 
OAB XXX 
CASO 5 
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA 
FEDERAL DE BELO HORIZONTE SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS 
 
 
SIMONE DUTRA, nacionalidade, estado civil, estudante, CPF, 
identidade, residente e domiciliada na Rua/Av. XXX, nº XXX, 
bairro XXX, Cidade XXX, CEP XXX, e-mail XXX vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado 
abaixo assinado, conforme procuração anexa, impetrar 
MANDADO DE SEGURANÇA COM LIMINAR contra ato 
ilegal do magnífico reitor da UFMG, LULA LIVRE, 
nacionalidade, estado civil, reitor, CPF, identidade, residente e 
domiciliado na Rua/Av.XXX, nº XXX, bairro XXX, Cidade 
XXX, CEP XXX, e-mail XXX, vinculado à UFMG, conforme 
os fatos e direito a seguir expostos: 
 
 
 
I. DOS FATOS 
A impetrante é bacharela em fisioterapia e mestre em engenharia de produção. 
Atualmente é aluna de graduação em engenharia mecânica na UFMG, curso noturno, 
com ingresso em 2018, mediante processo seletivo regular e vaga de ampla 
concorrência. No início deste ano, Simone se candidatou ao processo seletivo de 
doutorado em engenharia mecânica na UFMG, sendo aprovada no processo seletivo 
regular. Contudo, teve sua matrícula indeferida no referido curso de pós-graduação, em 
ato proferido pelo Magnífico Reitor da UFMG, Lula Livre, publicado no dia 20/09/20 
no Diário Oficial da União, sob o argumento de que o Regimento Geral da UFMG não 
permite a ocupação de dois curso na UFMG, referindo-se à Lei 12.089/09. 
Entretanto, a Lei 12.089/2009 proíbe que uma mesma pessoa ocupe 2 (duas) 
vagas simultaneamente no curso de graduação em instituições públicas de ensino 
superior. 
O curso de doutorado terá início no dia 01/10/20. 
II. DO DIREITO 
A constituição federal disciplina o capítulo dos direitos e garantias 
fundamentais, a possibilidade do manejo do mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo de alguém, não amparado por habeas corpus e habeas data contra ato 
ilegal ou ameaça de ato ilegal praticado por autoridade pública, conforme art.5º, inciso 
LXIX que foi regulamentado pela Lei 12,016/09, que trata do mandado de segurança 
individual e coletivo. 
 
 
CF 
Art., 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer 
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de 
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 
No caso em comento a impetrante curso o bacharelado em engenharia 
mecânica na UFMG, sendo aprovada no processo seletivo para o curso de pós- 
graduação de doutorado em engenharia mecânica da, também, UFMG, no início do ano, 
tendo a autoridade impetrada indeferido sua inscrição no curso de doutorado, sob o 
argumento de que o regimento geral da UFMG, não permite a ocupação de dois cursos 
simultâneos, referindo-se à lei 12.089/09, o que fere o direito líquido e certo da 
impetrante a se inscrever e cursas o referido doutorado, motivo do presente mandado de 
segurança. 
 
III. DO ATO ILEGAL 
 
 
O art.2º da lei 12.089 proíbe o estudante cursar, simultaneamente, dois cursos 
de bacharelado, em uma mesma instituição de ensino superior ou diversa, em todo o 
território nacional não vedando que o mesmo curse um bacharelado e outro curso de 
pós-graduação, valendo a máxima da hermenêutica: “onde o legislador não restringe 
não cabe ao interprete restringir”. 
 
Art. 2o É proibido uma mesma pessoa ocupar, na condição de estudante, 
simultaneamente, no curso de graduação, 2 (duas) vagas, no mesmo curso ou 
em cursos diferentes em uma ou mais de uma instituição pública de ensino 
superior em todo o território nacional. 
Portanto, a impetrante, que cursa o bacharelado em engenharia 
mecânica na UFMG e foi aprovada no curso de pós-graduação, doutorado, em 
engenharia mecânica na UFMG tem o direito de matricular-se e cursar o referido curso, 
não havendo qualquer vedação legal, sendo ilegal o ato da impetrada publicado no dia 
06.04.2020 que indeferiu sua inscrição, devendo o mesmo ser anulado. 
O judiciário já decidiu pela legalidade do estudante cursar, 
simultaneamente, curso de bacharelado e outro de pós-graduação em universidade 
federal, conforme acórdão abaixo colacionado: 
 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. 
ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA. CURSO DE GRADUAÇÃO E MESTRADO 
SIMULTÂNEOS. DIREITO ASSEGURADO POR FORÇA DE LIMINAR. 
SITUAÇÃO DE FATO CONSOLIDADA. DECURSO DO TEMPO. SENTENÇA 
CONFIRMADA. 1. Hipótese em que o impetrante postulou a manutenção de 
matrícula simultaneamente em curso de graduação e mestrado na UFPI, não obstante 
a existência da Resolução n. 189/2007-CEPEX, que veda aos alunos cursarem 
simultaneamente um programa de pós-graduação e um de graduação. 2. No caso, 
assegurado à parte autora, por força de liminar deferida, confirmada por sentença, o 
direito de permanecer matriculado no curso requerido, impõe-se a aplicação da 
teoria do fato consumado, haja vista que o decurso do tempo consolidou uma 
situação fática amparada por decisão judicial, cuja desconstituição não se mostra 
viável. 3. Sentença confirmada. 4. Apelação e remessa oficial, não providas. (TRF- 
1) 
 
IV. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA LIMINAR 
O art.7º, inciso III, da Lei 12.01609, disciplina a possibilidade do magistrado 
deferir liminar em sede de mandado de segurança, exigindo para tanto, a demonstração 
no caso concreto do fumus boni iuris e do periculum in mora. 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: III - que se suspenda o ato 
que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente 
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, 
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
O fumus boni iuris está demonstrado na ilegalidade do ato, pois o artigo 2º da 
lei 12089/09 veda em dois cursos simultâneos de graduação, não mencionando ser 
proibido cursar o bacharelado e outro curso de pós-graduação na UFMG, conforme é o 
caso. Já quanto ao periculum in mora está evidenciado no fato do curso de doutorado 
iniciar-se no dia 01.10.2020 e, senão deferida a liminar para inscrever a impetrante no 
curso, a mesma será prejudicada com a perda de aulas. 
Portanto, presentes os requisitos que autorizam a concessão da medida liminar 
para determinar à impetrada inscrever a impetrante no curso de doutorado em 
engenharia mecânica. 
 
V. DOS PEDIDOS 
Diante o exposto, requer a V. Exa.: 
 
 
a) Que seja condenada a liminar, initio litis, para determinar à impetrada a 
matricular a impetrante no curso de doutorado em engenharia mecânica na UFMG, 
viabilizando sua participação no curso, sob pena de multa diária pelo caso de 
descumprimento da ordem; 
b) Seja notificada a autoridade impetrada para, querendo, no prazo legal 
prestar informações, sob pena de confissão; 
c) Seja dado ciência ao órgão de representação judicial da impetrada para, 
querendo, ingresse no feito; 
d) Seja intimado o Ministério Público para dar o seu parecer ministerial; 
e) Seja concedida assistência judiciaria à impetrante, nos termos do art.98 
do CPC; 
f) Seja concedida a segurança para condenar a impetrada a matricular a 
impetrante no curso de doutorado em engenharia mecânica na UFMG, viabilizando a 
sua participação e, se aprovada, o direito à titularização do curso, tornando definitiva a 
liminar por ventura deferida, anulando o ato ilegal; 
g) Seja a impetrada condenada ao pagamento das custas processuais. 
 
 
Dar-se-á causa o valor de R$1.000,00 (mil reais), para feitos meramente 
fiscais. 
 
 
 
 
Local XXX, data XXX. 
Advogado 
OAB/UF XXX 
 
CASO 6 
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO ÓRGÃO 
ESPECIAL DO TJMG 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SEÇÃO 
MINAS GERAIS, autarquia federal especial, CNPJ..., com sede 
na Rua Albita, nº 250, Bairro Cruzeiro, Belo Horizonte/MG, 
CEP 30310-160, e-mail ..., vem respeitosamente perante V. Exª, 
por meio de seu advogado com procuração anexa, impetrar 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM 
PEDIDO LIMINAR contraato ilegal do diretor do Fórum de 
Belo Horizonte, fulano de tal, juiz de direito, encontrado na Rua 
XXX, Cidade XXX, CEP XXX, e-mail XXX, vinculado ao 
Tribunal de Justiça de Minas Gerais, pelos fatos e fundamentos 
a serem expostos. 
 
I – DOS FATOS 
No dia 25.09.2020 o Diretor do Fórum de Belo Horizontem publicou a Portaria 
nº 21 a qual proibiu a vista de autos fora do Cartório, mesmo no curso de prazo, assim 
contrariando os direitos dos advogados no exercício de sua profissão. 
Sendo assim, diante de tal descabimento da Portaria mencionada, a Ordem dos 
Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais, autarquia federal, plenamente legitimada, 
impetra o presente mandado de segurança, pelos argumentos a seguir expostos. 
 
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM 
A Constituição Federal prevê a defesa do direito líquido e certo de alguém não 
amparado pelo Habeas Corpus ou Habeas Data, contra ato ilegal de autoridade ou 
ameaça de ato ilegal, através do mandado de segurança individual e coletivo. O 
mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, por organização sindical, por entidade de classe 
ou associação legalmente constituída a mais de 1 ano, conforme art. 5º, LXX, alínea 
“b”, da CF, o que foi regulamentado pelo art. 21 da Lei 12.016/09. 
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: b) 
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída 
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados; 
 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido 
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus 
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou 
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de 
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais, é uma entidade de 
classe que criada em 1932 atua na defesa dos advogados mineiros inscritos no seu 
quadro, sendo pessoa legítima para propor o mandado de segurança coletivo para tutelar 
o direito líquido e certo dos advogados mineiros, conforme legislação acima 
colacionada. 
 
III – DO DIREITO 
O mandado de segurança, individual e coletivo, é o instrumento jurídico 
utilizado para proteger o direito líquido e certo de alguém, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, contra ato ilegal ou ameaça de ato ilegal de autoridade pública, 
vindo a modalidade coletiva delineada pelo art. 5º, inciso LXX, alínea “b”, e 
regulamento pelo art. 21 da Lei 12.016/09, indicando ambas as legislações como 
legitimados dentre outros a entidade classe. 
 
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX 
- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: b) organização 
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados; 
 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido 
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus 
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou 
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de 
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
A Portaria nº 21 publicada no dia 25.09.2020, pelo Diretor do Fórum de Belo 
Horizonte, proibiu a vista dos autos fora de cartório, mesmo no curso de prazo, o que 
viola os direitos e prerrogativas do advogado, previsto no Código de Processo Civil e 
Estatuto da Advocacia, prejudicando, inclusive, o jurisdicionado que tem o seu direito 
de petição prejudicado, motivo do presente mandado de segurança coletivo. 
 
IV – DA ILEGALIDADE DO ATO 
O Código de Processo Civil elenca no seu art. 107 incisos I e III, o direito de 
todos os advogados examinarem os autos em cartório, mesmo sem procuração, inclusive 
retirá-los de cartório, o que também está previsto no art. 7º, inciso XV da Lei 8.906/94, 
Estatuto da Advocacia, conforme abaixo transcritos: 
 
Art. 107. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e 
secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, 
independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e 
o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais 
apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; III - retirar os autos do 
cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar 
por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. 
 
Art. 7º São direitos do advogado: XV - ter vista dos processos judiciais ou 
administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição 
competente, ou retirá-los pelos prazos legais; 
 
No caso em comento, a Portaria nº 21 de 25.09.2020, publicada pela autoridade 
impetrada, é ilegal, pois contraria a legislação acima citada, impediu aos advogados de 
terem vista dos processos fora de cartório, ainda que esteja em curso os prazos ditados 
pela lei processual, violando as suas prerrogativas e inviabilizando o exercício da 
profissão, inclusive, prejudicando o direito do jurisdicionado por ele representado, 
porque também prejudica seu direito constitucional de petição, devendo ser anulada a 
mesma. 
 
IV - DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA MEDIDADE LIMINAR 
A Lei 12.016/09, que disciplina o mandado de segurança individual e coletivo, 
prevê a possibilidade do magistrado deferir medida liminar, exigindo para tanto a 
demonstração no caso concreto do fumus boni iuris e do periculum in mora, e na 
modalidade coletiva a liminar somente pode ser deferida após a audiência do 
representante judicial da impetrada, conforme artigo 7º, inciso III, c/c art. 22, §2º. 
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: III - que se suspenda o ato que 
deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente 
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, 
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada 
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo 
impetrante. §2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser 
concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de 
direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) 
horas. 
 
O fumus boni iuris está demonstrado na ilegalidade da Portaria nº 21 de 
15.04.2020 que proibiu a vista dos autos fora de cartório, inviabilizando o exercício da 
profissão e ferindo as prerrogativas do advogado previstas na lei processual civil e 
Estatuto da Advocacia, conforme acima demonstrado. 
Quanto ao periculum in mora este restou demonstrado nas consequências 
originárias da proibição de acesso aos autos pelo advogado, que não terá acesso às 
decisões nele praticadas, impossibilitando o manejo de manifestações e recursos, que 
pode causar prejuízo ao pleno exercício da advocacia, com repercussão econômica, 
inclusive, para o jurisdicionadooutorgante, a quem o advogado representa em juízo. 
Portanto, presentes os requisitos que autorizam a concessão de medida liminar 
para suspender a Portaria nº21. 
 
V – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto requer à V. Ex.ª: 
1. Seja deferida liminar, após exigência do art. 22, §2º da Lei 12.016/09, 
para suspender a Portaria nº21 de 25.09.2020, possibilitando o acesso 
aos autos pelo advogado, fixando multa diária para o caso de 
descumprimento da ordem; 
2. Seja notificada a autoridade impetrada para, querendo no prazo legal, 
apresentar informações sob pena de confissão; 
3. Seja dado ciência ao órgão de representação judicial da Impetrada para 
querendo ingresse no feito; 
4. Seja intimado o Ministério Público para dar seu parecer ministerial; 
5. Seja concedida a segurança para anular a Portaria nº 21 de 25.09.2020, 
reabrindo o prazo desde sua publicação, tornando definitiva a liminar 
por ventura deferida; 
6. Seja a Impetrada condenada ao pagamento das custas processuais. 
 
Dá-se à causa o valor de R$1.000,00 (mil reais) para efeitos meramente fiscais. 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
Belo Horizonte, 08 de outubro de 2020 
Advogado ... 
OAB ... 
CASO 7 
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAZENDA PÚBLICA 
MUNICIPAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG 
 
CÂNDIDO HONESTO, nacionalidade ..., estado civil ..., 
profissão ..., CPF nº ..., ID ..., título de eleitor nº..., zona ..., 
seção ..., cidadão em pleno gozo de seus direitos eleitorais, 
conforme atesta certidão anexa do TRE, com domicilio e 
residência ..., nº ..., bairro ..., cidade ..., CEP ..., e-mail ..., vem, 
respeitosamente, perante V.Exa., com seu advogado abaixo 
assinado, conforme procuração anexa, propor AÇÃO 
POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR contra o 
MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, pessoa jurídica de 
direito público interno, CNPJ ..., com sede ..., nº ..., bairro ..., 
cidade ..., CEP ..., e-mail ...; e PREFEITO DE BELO 
HORIZONTE MÁRCIO LACERDA, CPF ..., encontrado ..., 
nº ..., bairro ..., cidade ..., CEP ..., e-mail ...; e VIGILÂNCIA 
DIGITAL LIMITADA, sociedade empresária, CNPJ ..., com 
sede ..., nº ..., bairro ..., cidade ..., CEP ..., e-mail ..., pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos. 
 
I – DOS FATOS 
O Sr. Cândido Honesto narrou que o prefeito de Belo Horizonte – Dr. Márcio 
de Lacerda e a empresa Vigilância Digital Ltda, narrando-lhe que o município, através 
do prefeito, adquiriu várias câmeras para o monitoramento de bairros de Belo 
Horizonte, sem a devida e prévia licitação, com preços muito superiores aos praticados 
pelo mercado, não sendo a hipótese de dispensa ou inexigibilidade, já tendo sido paga a 
quantia de R$100.000,00 (cem mil reais), que corresponde a 10% do contrato de 
R$1.000.000,00 (um milhão de reais), restando 9 parcelas e igual valor. 
 
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM 
A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LXXIII, prevê a possibilidade do 
manejo da ação popular para proteger o patrimônio público, a moralidade 
administrativa, o meio ambiente, e o patrimônio histórico e cultural, de lesão, 
legitimando única e exclusivamente o cidadão para propô-la, cuja prova da cidadania se 
faz pelo título eleitoral ou documento correspondente, conforme art. 1º, §3º da Lei 
4.717/65. 
Art. 5º [...] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Art. 1º [...] § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com 
o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. 
 
O Autor é possuidor do título eleitoral nº ..., zona ..., seção ..., conforme 
documento anexo, cuja regularidade eleitoral é demonstrada pela certidão do TRE 
também anexa, sendo-o, portanto, pessoa legítima para propor a presente ação popular. 
 
III – DO DIREITO 
A Constituição Federal no Capítulo “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” 
prevê a tutela do patrimônio público, na moralidade administrativa, do meio ambiente, o 
patrimônio histórico e cultural, através da ação popular, que legitima como único e 
exclusivo autor o cidadão, conforme art. 5º, inciso LXXIII da CF, e o que foi 
regulamentado pela Lei 4.717/65, Lei de Ação Popular. 
 
Art. 5º [...] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a 
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito 
Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de 
sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades 
mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de 
empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou 
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou 
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, 
de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos 
Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades 
subvencionadas pelos cofres públicos. 
 
No caso em comento, o Município de Belo Horizonte, através do Prefeito 
Márcio Lacerda, contratou com a Empresa Vigilância Digital Ltda., a compra de 
câmeras para o monitoramento dos bairros de Belo Horizonte, cujo contrato tem o valor 
total de R$1.000.000,00 (um milhão de reais), dividido em 10 (dez) parcelas iguais, já 
tendo sido liquidada a primeira parcela, não tendo a contratação observado a 
necessidade legal de prévio procedimento licitatório, bem como tem valor muito 
superior ao praticado no mercado, conforme orçamentos anexos. 
Assim, a presente ação popular tem o objetivo de tutelar a defesa do patrimônio 
público e da moralidade administrativa, viabilizando a defesa de ambos. 
 
IV – DA ILEGALIDADE E LESIVIDADE DO CONTRATO 
A Constituição Federal determina a obrigatoriedade da administração pública 
realizar prévio procedimento licitatório para contratar, obras, serviços, compras, 
alienações, etc., excetuando dessa obrigatoriedade as hipóteses de dispensa ou 
inexigibilidade deste procedimento, conforme art. 37, inciso XXI da CF, o que foi 
regulamentado pela Lei de Licitação, Lei 8.666/93, no seu art. 2º. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados 
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a 
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o 
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, 
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando 
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, 
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os fins 
desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou 
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de 
vontades para a formaçãode vínculo e a estipulação de obrigações 
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. 
 
No caso sub judice, o contrato celebrado entre o município e a Empresa 
Vigilância Digital Ltda., não observou a legislação constitucional e infraconstitucional 
acima citada, pois não foi precedido da necessária licitação, o que o levou para a 
marginalidade, devendo sê-lo anulado. O referido contrato também tem valor superior 
ao praticado no mercado, conforme orçamentos anexos, evidenciando seu 
superfaturamento e, por consequência, lesão ao erário público municipal. 
Portanto, presente o binômio ilegalidade/lesividade que autoriza a tutela do 
patrimônio público e moralidade administrativa através da presente ação popular. 
Nossos tribunais vêm decidindo pela nulidade do contrato administrativo que 
não foi precedido do procedimento licitatório, conforme acórdãos abaixo transcritos: 
 
AÇÃO DE COBRANÇA - SERVIÇOS PRESTADOS À 
MUNICIPALIDADE - AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO E DE CONTRATO 
ADMINISTRATIVO - NULIDADE DO ATO - VEDAÇÃO DO 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA - VALOR DEVIDO. 
- Não obstante a nulidade do ato praticado pelo ente público, por ausência de 
processo licitatório e de contrato administrativo, uma vez demonstrado que o 
Município utilizou-se dos serviços prestados por empresa particular, sem, 
contudo, oferecer em troca a respectiva contraprestação pecuniária, impõe-se 
o pagamento do valor pleiteado na ação de cobrança, sob pena de 
enriquecimento ilícito, que é vedado pela lei, e de violação ao princípio da 
moralidade pública. (TJMG - Apelação Cível 1.0133.02.001379-2/001, 
Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
30/01/2007, publicação da súmula em 09/02/2007) 
 
EMBARGOS INFRINGENTES - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - CONVÊNIO 
ADMINISTRATIVO - MUNICÍPIO E INSTITUIÇÃO BANCÁRIA - 
POSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO DE LUCROS - VIABILIDADE DE 
COMPETIÇÃO - LICITAÇÃO - AUSÊNCIA - NULIDADE DO ATO 
ADMINISTRATIVO.- Tratando-se de Convênio firmado entre um ente 
público e uma instituição bancária, com possibilidade latente de obtenção de 
lucros, viável é a competição com outras empresas interessadas, razão pela 
qual a cooperação mútua não se sustenta como fator de diferenciação do 
tratamento jurídico do convênio em relação ao contrato. Assim, a ausência de 
licitação na hipótese dos autos viola o artigo 37, XXI, da Constituição 
Federal de 1988, o artigo 2º da Lei 8.666/93 e os princípios da isonomia, da 
impessoalidade e da legalidade, motivos suficientes para a anulação do ato 
administrativo. - Embargos infringentes acolhidos. (TJMG - Embargos 
Infringentes 1.0153.03.027625-4/007, Relator(a): Des.(a) Eduardo Andrade , 
1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 10/06/2008, publicação da súmula em 
01/07/2008) 
 
 
 
V – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
O art. 5º, §4º, da Lei 4.717/65, prevê a possibilidade do magistrado suspender o 
ato lesivo impugnado mediante concessão de medida liminar, exigindo para tanto a 
demonstração no caso concreto do fumus boni iures e periculum in mora. 
 
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da 
ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização 
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao 
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. § 4º Na defesa do patrimônio 
público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
 
O fumus boni iures está demonstrado na ilegalidade do contrato, que 
descumpriu o comando constitucional e infraconstitucional que determina prévia 
licitação antes de contratar. 
Já o periculum in mora está evidenciado no fato das parcelas contratuais 
estarem sendo pagas mensalmente e, senão obstado o pagamento das mesmas, a cada 
mês a lesão ao erário público municipal potencializada. 
Portanto, presentes os requisitos que autorização a concessão da medida 
liminar. 
VI – DO PEDIDOS 
Diante do exposto requer: 
1. Seja concedida a liminar, initio litis, para suspender o contrato 
administrativo celebrado entre Município de Belo Horizonte e a 
Empresa Vigilância Digital Ltda., bem como sobrestar pagamento de 
suas parcelas, fixando multa diária para o caso de descumprimento da 
ordem; 
2. Sejam os réus citados para, querendo, no prazo legal, apresentar 
contestação, sob pena de revelia e confissão; 
3. Seja dispensada a audiência de conciliação por tratar-se de direito 
indisponível, conforme art. 334, §4º, inciso II do CPC; 
4. Seja intimado o Ministério Público para dar seu parecer ministerial; 
5. Seja julgado procedente o pedido para anular o contrato administrativo 
celebrado entre o Município de Belo Horizonte e a Empresa Vigilância 
Digital Ltda., bem como condenar os réus, Prefeito de Belo Horizonte e 
Empresa Vigilância Digital Ltda., a devolverem as parcelas contratuais 
recebidas, acrescidas de juros e correção monetária, tornando definitiva 
a liminar por ventura deferida; 
6. Sejam os réus, Prefeito e Empresa Vigilância Digital Ltda., condenados 
ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas no direito. 
Dá-se à causa o valor de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
 
 
Belo Horizonte, 22 de outubro de 2020 
Advogado ... 
OAB ... 
CASO 8 
EXCELENTÍSSIMO JUÍZ DE DIREITO DA COMARCA DE SÃO JÃO DEL 
REY/MG 
 
 
 
 
Pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, com sede na R , 
nº..., bairro..., cidade …, CEP ..., e-mail ..., vem respeitosamente 
perante V.Exa. o seu procurador geral abaixo assinado, propor AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA em face da Mineradora Lisboa Ltda, CNPJ, com 
sede na R. ..., nº..., bairro..., cidade …, CEP ..., e-mail , pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos: 
 
 
I – DOS FATOS 
O prefeito do município de Tiradentes, José Pacu, alegou que a Mineradora 
Lisboa Ltda alterou o trajeto de seus caminhões que fazem o transporte de minério da 
mina, localizada no município, até o ponto de embarque na rede ferroviária, que agora 
estão passando pelas ruas do centro histórico da cidade. O trânsito pesado dos 
caminhões está danificando o patrimônio histórico, cultural e artístico, composto pelo 
pavimento de pedra das ruas, casas do centro histórico, Igrejas e suas obras de artes, 
edificações que foram construídas no século XVIII, a exemplo disso a Matriz de Santo 
Antônio, cujo interior fascina pela riqueza de detalhes em dourado, sobretudo na capela- 
mor e nos seis altares, todos revestidas por 482 Kg de ouro, que já apresenta várias 
rachaduras, dentre outras edificações que também apresentam grandes trincas, conforme 
fotos e laudo anexos, que aponta como causa dos danos o trânsito pesado de caminhões, 
bem como pela ocorrência policial nº 0180/2019, que registrou os danos e constatou o 
trânsito dos caminhões da Mineradora Lisboa Ltda no centro histórico da cidade. 
 
II - DA LEGITIMIDADE AD CAUSAM 
A Lei 7.347/85, que disciplina a ação civil pública que tutela os bens 
transindividuais responsabilizando aqueles que os lesionam por danos materiais e 
morais, legitima, dentre outros, o município para propor a ação civil pública, nessa 
hipótese, para proteção dos bens e direitos de valor artístico, histórico, estético, turístico 
e paisagístico, conforme art. 1º, inciso III e art. 5º, inciso III da Lei. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, 
as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: III – 
a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: III - 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
III – DO DIREITO 
A ação civil pública é a ação intentada pelos legitimados a propô-la para 
proteção do meio ambiente, consumidor, bens edireitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, por 
infração da ordem econômica, a ordem urbanística a honra e a dignidade de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos, e ao patrimônio público e social, responsabilizando 
aqueles que o lesaram por dano material e/ou moral, conforme art. 1º, inciso III, da Lei 
7.347/85. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, 
as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: III – 
a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
No caso em comento, a ré alterou o trajeto de seus caminhões, que fazem o 
transporte de mineiro da mina, que agora estão passando pelo centro histórico de 
Tiradentes, cujo trânsito pesado dos caminhões está danificando o patrimônio histórico, 
cultural, e artístico, composto pelo pavimento de pedra das ruas, casas antigas do centro 
histórico, igrejas e suas obras de artes, edificações que foram construídas no século 
XVIII, motivo da presente ação civil pública. 
 
IV – DA LESÃO AO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO, ESTÉTICO, 
HISTÓRICO, TURÍSTICO E PAISSAGÍSTICO 
O tráfego dos caminhões da ré, que estão passando pelocontro histórico de 
tiradentes danificou o pavimento de pedra das ruas, causou rachaduras nas edificações 
antigas, inclusive na Igreja de Santo Antônio, danificando o patrimonio hitórico, 
cultural e artistico da cidade, conforme fotos anexas e laudo, que apontou como causa 
dos danos o tráfego pesado de caminhões, o que também foi registrado pela ocorrência 
policial nº 0180/2020. 
A Constituição Federal define como patrimônio os bens de natureza material e 
imaterial, dentre eles, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagistico e 
artistico. Salienta-se que a proteção de aludido patrimônio é de competência comum dos 
entes federativos, e que os municípios devem atuar mediante Ação Civil Pública. Veja- 
se: 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios: 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de 
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
 
 
Quanto a responsabilidade civil pelos danos, o CC impõe a aquele que por ação 
ou omissão violar direito ou causar sano a outrem, ainda que somente moral, deve 
indenizá-lo, independentemente de culpa, por tratar-se de responsabilidade objetiva, 
tendo em vista que a ação da ré foi a causadora dos danos, conforme art. 186 e 927, 
§único, do CC, em valor a ser apurado em liquidação de sentença. 
 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
 
 
 
V – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
O art. 12, da Lei 7347, prevê a possibilidade do magistrado conceder medida 
liminar, exigindo para tanto a demonstração no caso concreto do fumus boni iures e 
periculum in mora. 
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação 
prévia, em decisão sujeita a agravo. 
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para 
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá 
o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo 
recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual 
caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a 
partir da publicação do ato. 
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito 
em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em 
que se houver configurado o descumprimento. 
 
O fumus boni iures está demonstrado na na legislação constitucional acima 
colacionada que impõe ao municipio a obrigação de proteger o patrimonio histórico, 
cultural e artistico contra os danos já descritos. 
Já o periculum in mora está evidenciado no fato de que os caminhões pesados 
da ré continuam transitando nas ruas da cidade, e se não impedido seu tráfego, não 
haverá nem pavimento de pedra ou edificações históricas para contar história, pois irão 
ruir. 
Portanto, presentes os requisitos que autorizam a concessão da medida liminar. 
 
 
VI – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto requer: 
1. Seja concedida a liminar, initio litis, para impedir o tráfego dos 
caminhões da ré no centro histórico, fixando multa diária para o caso de 
descumprimento da ordem; 
2. Seja a ré citada para, querendo, no prazo legal, apresentar contestação, 
sob pena de revelia e confissão; 
3. Seja dispensada a audiência de conciliação por tratar-se de direito 
indisponível, conforme art. 334, §4º, inciso II do CPC; 
4. Seja intimado o Ministério Público para todos os atos e termos do 
processo; 
5. Seja julgado procedente o pedido para condenar a ré pelos danos 
materiais causados ao patrimônio histórico, cultural e artístico em valor 
a ser apurado em liquidação de sentença, bem como condenar ao 
pagamento de danos morais a considerar a condição econômica da 
parte, em valor não inferior a R$1.000.000,00, tornando definitiva a 
liminar por ventura deferida; 
6. Sejam a ré condenada ao pagamento das custas e honorários 
advocatícios. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas no direito. 
Dá-se à causa o valor de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) 
Nestes termos, pede-se deferimento. 
 
 
Belo Horizonte, 29 de outubro de 2020 
Advogado ... 
OAB ... 
AO JUÍZO DA VARA ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DE BELO 
HORIZONTE/MG 
 
 
JOSÉ DA SILVA, nacionalidade..., estado civil ..., profissão ..., 
CPF ..., residente na R. ..., nº..., bairro..., cidade …, CEP ..., e- 
mail ..., vem respeitosamente perante V.Exa. o seu procurador 
geral abaixo assinado, propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
POR DANO MATERIAL face a Prefeitura de Belo 
Horizonte, Pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, 
com sede na R. ..., nº..., bairro..., cidade …, CEP ..., e-mail ..., 
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
I – DOS FATOS 
No dia 02/08/20 trafegava com seu veículo Fiat Pálio placa GPX-9503 pela 
Rodovia BR-381, sentido Sabará/BH, quando no Km 171, ainda no município de BH, o 
veículo Chevrolet S-10, placa GWA-8418, de propriedade do Município de Belo 
Horizonte e dirigido pelo servidor público municipal, ROBERTO GARDENAL que, 
vindo em sentido contrário, invadiu a contramão direcional abalroou a parte frontal e 
lateral esquerda de seu veículo. JOSÉ fez 03 orçamentos e, no local onde obteve o 
menor preço, mandou consertar o veículo, pagando a quantia de R$7.000,00 (sete mil 
reais), conforme nota fiscal apresentada. O acidente foi registrado pela ocorrência nº 
129/20 da Polícia Rodoviária Federal,

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