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Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 hanseníase • Notificação compulsória • Doença infectocontagiosa crônica • ↑ Infectividade; ↓ Patogenicidade • ↓ Mortalidade e Letalidade; ↑ Morbidade • Afeta SNP e Pele AGENTE CAUSADOR • Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) • Parasita intracelular obrigatório • Parasita macrófagos e Células de Schwann • Não é cultivado in vitro • Prefere ambientes com ↓ temperaturas • Longo período de incubação (2 a 7 anos) • Apresenta PGL-1 na sua cápsula IMUNOLOGIA A apresentação clínica e evolução dependem do sistema imunológico ! 1. Imunidade Celular (Th1) • Cura espontânea da doença ou resposta localizada • Linfócitos T (citocinas – IL12, IL2, TNF𝛼, IFN𝛾) Macrófagos (histiócitos) M. Leprae • Eficaz contra agentes intracelulares 2. Imunidade Humoral (Th2) • Doença disseminada • Linfócitos B (citocinas – IL4, IL10) Anticorpos M. Leprae • Pouco eficaz contra agentes intracelulares A Hanseníase é uma doença espectral, ou seja, se o paciente tiver .... Mycobacterium Leprae (M. Leprae) Exclusiva do M. Leprae Facilita a entrada do bacilo Única bactéria neurotrópica Formando granuloma Predomínio da imunidade celular Predomínio da imunidade humoral Hanseníase Tuberculoide Hanseníase Virchowiana Dimorfos Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Como saber qual é o perfil imunológico do paciente? Teste de Mitsuda Positivo ≥ 5mm Boa resposta celular Negativo < 5mm Valor prognóstico e não diagnóstico! TRANSMISSÃO • Principalmente indivíduos bacilíferos são transmissíveis (ou seja, principalmente os multibacilares) • Vias de contágio: VAS (principalmente), pele e mucosas • Forma de contágio: inter-humana CLÍNICA Lesão de pele + Alteração de sensibilidade C (Calor): Primeiro o pct perde a sensibilidade térmica (teste: tubo de ensaio) D (Dor): Depois o pct perde a sensibilidade dolorosa (teste: agulha) T (Tato): Por último o paciente perde a sensibilidade tátil (teste: algodão) 1. Hanseníase Indeterminada • Forma inicial da doença • Pode evoluir com cura espontânea 1) Injeção intradérmica do antígeno de Mitsuda (antígeno do M. Leprae) 2) 2 a 28 dias depois ... Se pápula ou nódulo ... Mácula hipocrômica com bordas imprecisas Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Lesão: mácula hipocrômica com bordas mal delimitadas ou imprecisas, com distúrbio de sensibilidade (térmica) e sem espessamento neural e deformidades. Pode haver alopecia nas máculas. • Mitsuda se + : tende a evoluir p/o polo Tuberculoide se – : tende a evoluir p/o polo Virchowiano • Baciloscopia: negativa • Histopatologia: indeterminada • Diagnóstico diferencial: ptiríase versicolor, eczemátide (ptiríase alba), nevo acrômico, dermatose solar hipocromiante, vitiligo. 2. Hanseníase Tuberculóide • Polo de imunidade celular Doença localizada • Lesão: placa eritematosa, bem delimitada, com contornos regulares ou irregulares, formando lesões anulares, circulares ou geográficas. Pode haver crescimento centrífugo da lesão (centro mais claro que as bordas) e alopecia nas placas. • Acometimento neural Assimétrico Espessamento do nervo Deformidades: mão em benção (n. mediano), mão em garra (n. ulnar), punho caído (n. radial). • Mitsuda: positivo (imunidade celular) • Baciloscopia: negativa • Histopatologia: formação de granulomas envolvendo os filetes nervosos 3. Hanseníase Virchowiana Placa anular, com bordas bem delimitadas e irregulares, eritematosas, elevadas e centro claro Pele espessada e infiltrada, com a presença de pápulas e nódulos eritematosos e acastanhados. Madarose parcial. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Polo de imunidade humoral Doença disseminada • Lesão: inicialmente há múltiplas manchas hipocrômicas com limites imprecisos, que insidiosa e progressivamente se tornam eritematosas, ferruginosas (acastanhadas) e infiltradas. Com o agravamento do quadro, podem surgir lesões polimórficas, com placas, pápulas e nódulos distribuídos por toda a pele, a qual vai se tornando espessada e infiltrada. • Infiltração de face (fascies leonina) e pavilhão auricular. • Madarose no terço distal • Acometimento neural: Simétrico (ex: nervo radial espessado dos dois lados) Anestesia em bota e luva • Mitsuda: negativo (imunidade humoral) • Baciloscopia: positiva (multibacilar) • Histopatologia: presença de infiltrado de BAAR (M. Leprae), sem a formação de granulomas. 4. Hanseníase Dimorfa • Principais causadores de reação hansênica (instabilidade do quadro) • Tipos (Ridley-Jopling) 4.1 Dimorfa-Tuberculoide o Lesão: placas grandes, com bordas irregulares e lesões satélites Infiltração e nódulo no pavilhão auricular. Placa anular, com bordas eritematosas irregulares e centro claro e lesão satélite Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 o Acometimento de vários troncos nervosos o Mitsuda: positivo (resposta celular) o Baciloscopia: negativa o Histopatológico: presença de granulomas malformados 4.2 Dimorfa-Dimorfa o Lesão: queijo-suíço (placas eritematosas, com limites mal definidos e centro claro) o Mitsuda: negativo (resposta humoral) o Baciloscopia: positiva (multibacilar) 4.3 Dimorfa-Virchowiana o Lesão: polimórfica, mal delimitada e sem infiltração cutânea-difusa. o Acometimento de vários troncos nervosos o Mitsuda: negativo (resposta humoral) o Baciloscopia: positiva (multibacilar) o Histopatológico: múltiplos bacilos EXAME DERMATONEUROLÓGICO 1. Para avaliar alteração de sensibilidade • Sensibilidade térmica: tubo de ensaio • Sensibilidade dolorosa: agulha • Sensibilidade tátil: algodão ou monofilamentos de Semmes-Weistein (exercem sobre a pele pesos diferentes) Placas com bordas eritematosas de limites mal definidos e centro claro (queijo-suíço) Organização Mundial da Saúde (OMS) Paucibacilar: até 5 lesões Multibacilar: mais de 5 lesões Baciloscopia positiva: multibacilar Dois ou mais nervos acometidos: multibacilar Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 2. Avaliação dos troncos nervosos Primeiro: procura-se por espessamento neural • Cabeça e pescoço: trigêmeo, facial, auricular • MMSS: radial, ulnar, mediano • MMII: Tibial, fibular comum Se for encontrada alguma alteração, realizar teste de sensibilidade na região correspondente ao nervo afetado Segundo: avaliar força muscular referente ao nervo afetado • Grau 0: força e sensibilidade dos olhos, mãos e/ou pés normais • Grau 2: deficiências visíveis em olhos, mãos e/ou pés EXAMES COMPLEMENTARES 1. Baciloscopia • Quando positivo o paciente realmente tem a doença • Quando negativo não se pode excluir o diagnóstico de Hanseníase • Não é obrigatório para o diagnóstico! • Raspado dérmico (4 a 5 regiões): lóbulos auriculares direito e esquerdo, cotovelo (s) e lesão (ões) • Coloração de Ziehl-Neelsen: BAAR (M.Leprae) ficam lilás 2. Histopatologia • Bom para formas PB 3. Sorologia • Anticorpo IgM anti PGL-1: específico para o diagnóstico de Hanseníase, mas está presente apenas em pacientes do polo Virchowiano (imunidade humoral) 4. Eletroneuromiografia • Utilizada para a forma neural pura Hanseníase neural pura pode ser definida como uma infecção crônica causadapelo M. Leprae caracterizada pela perda sensitiva em área correspondente a um nervo Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 espessado, com ou sem comprometimento motor, na ausência de lesão de pele. DIAGNÓSTICO É preciso haver um dos três • Lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil • Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas • Presença de bacilos M. Leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia de pele TRATAMENTO Primeiro é preciso definir se o paciente é paucibacilar ou multibacilar segundo a OMS É importante lembrar que o tratamento para a Hanseníase NUNCA deve ser feito com monoterapia com o intuito de evitar a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre comumente quando somente uma droga é administrada ! 1. Paciente paucibacilar 6 blisters em 6 a 9 meses Paucibacilar: até 5 lesões, baciloscopia negativa e 1 tronco nervoso espessado Multibacilar: mais de 5 lesões, baciloscopia positiva e 2 ou mais troncos nervosos espessados Dose mensal supervisionada Dose diária autoadministrada Dapsona (100 mg) Rifampicina (600 mg) Dapsona (100 mg) Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 2, Paciente multibacilar 12 blisters em 12 a 18 meses Baciloscopia no paciente multibacilar • Se Índice baciloscópico (IB) >= 2, deve-se realizar teste de resistência primária. Caso o paciente tenha resistência, realizar tratamento de segunda linha. • Se índice baciloscópico (IB) < 2, deve-se manter o tratamento padrão. Gestação e amamentação não alteram o tratamento do paciente com Hanseníase ! 3. Efeitos colaterais Dapsona • Anemia hemolítica • Metahemoglobinemia • Agranulocitose • DRESS (drug reaction with eosinofilia and systemic symptoms). Clofazimina • Coloração da pele cinza-azulada (melhora com a suspensão da droga). Dose mensal supervisionada Dose diária autoadministrada Dapsona (100 mg) Rifampicina (600 mg) Dapsona (100 mg) Clofazimina (300 mg) Clofazimina (50 mg) CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO • A cura do paciente é baseada somente na conclusão do tratamento dentro do prazo. • A baciloscopia pode permanecer positiva por anos • A resolução histopatológica das lesões ocorre meses ou anos após o tratamento • Os episódios reacionais podem persistir e até mesmo surgir após o término do tratamento. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Pele com aspecto ictiosiforme. • Dores abdominais, náuseas, vômitos, obstrução intestinal (relacionada com depósito de cristais do medicamento na parede do intestino delgado). Rifampicina • Síndrome gripal (febre, coriza, dor no corpo, insuficiência respiratória e insuficiência renal). • Reduz atividade de contraceptivos orais. • Urina avermelhada. • Rash acneiforme. ESTADOS REACIONAIS • Quadro de Hanseníase de surgimento agudo/subagudo (dias/semanas) • Podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento • O tratamento da Hanseníase deve ser mantido mesmo se houver estado reacional • Se houver reação hansênica após o tratamento da hanseníase, não há necessidade de repetir PQT As reações hansênicas surgem devido à exacerbação aguda da imunidade celular (reação do tipo I) ou formação acentuada de imunocomplexos (reação do tipo II) ESTADO REACIONAL REAÇÃO DO TIPO I (REAÇÃO REVERSA) REAÇÃO DO TIPO II (ERITEMA NODOSO HANSÊNICO) IMUNIDADE Imunidade celular Imunidade humoral CITOCINAS IL12, IL6, IL17, INFγ, TNFα TNF-α, IL6, IL17 TIPO DE HANSENÍASE Paucibacilares e Instáveis Multibacilares LESÕES Piora de lesões antigas e surgimento de algumas novas lesões. Piora dos sinais neurológicos (neurite intensa). Edema de mãos e pés. Surgimento de nódulos eritematosos, dolorosos, difusamente pelo corpo. Tais nódulos podem ulcerar. Edema de mãos e pés. ACOMETIMENTO NEURAL Neurite intensa: intumescimento neural, dor, exacerbação da sensibilidade local, comprometimento sensitivo- motor e perda de função, paralisia súbita. Acometimento neural possível, mas menos frequente. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 SINTOMAS SISTÊMICOS Ausente Sintomas sistêmicos presentes (febre, astenia, artralgia). Leucocitose presente. ENVOLVIMENTO DE OUTROS ÓRGÃOS Ausente Envolvimento de outros órgãos como olhos, rins, fígado e testículos. DROGA DE ESCOLHA Prednisona Talidomida 1. Reação do tipo I (Reação reversa) • Tratamento o Sem lesão neural: 40 mg de Prednisona/dia. Se não melhorar após 7 dias – aumentar para 1mg/kg/dia. o Com lesão neural: 1 a 2mg/kg/dia de Prednisona o Fármacos alternativos: Azatiopina e Ciclosporina 2. Reação do tipo II (Eritema Nodoso Hansênico) • Tratamento: o Sem lesão neural: Talidomida (100 a 400 mg/dia) Homens: 1 método contraceptivo até um mês após a droga Mulheres: 2 métodos contraceptivos até um mês após a droga o Com lesão neural: Talidomida (100 a 400 mg/dia) + Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) o Fármacos alternativos: AINE, Clofazimina, Metotrexate, Azatioprina, Ciclosporina . Questões-2021-uece 1) Assinale a afirmativa INCORRETA: a) A transmissão do M. Leprae ocorre pelas vias aéreas superiores e mucosas, principalmente de pacientes multibacilares não tratados. Reação tipo I: piora de lesões antigas e surgimento de novas e intensa neurite Reação tipo II: sintomas sistêmicos e nódulos eritematosos difusos Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 b) As manifestações clinicas da hanseníase estão relacionadas a diferentes cepas do Mycobacterium Leprae, sendo as cepas dos pacientes virchowianos mais agressivas que as dos pacientes Tuberculoides. c) Variações genéticas individuais do hospedeiro influenciam a resposta imunológica ao bacilo e o consequente risco de adoecimento. d) O adoecimento de crianças com Hanseníase está relacionado à provável existência de um contato intradomiciliar com doença multibacilar não tratada. 2) Na Hanseníase paucibacilar, é CORRETO AFIRMAR que: a) Na hanseníase tuberculoide o padrão de resposta imune celular é do tipo Th1 b) Não há necessidade de exame dos familiares, pois se trata de Hanseníase não contagiante c) O comprometimento neurológico inexiste quando se considera o componente da inervação motora d) Não há recidiva dos casos identificados e tratados como Paucibacilares 3) Em relação ao estado reacional da Hanseníase é CORRETO AFIRMAR que: a) A reação tipo 2 ocorre em pacientes portadores da forma virchowiana e dimorfos virchowianos b) A reação tipo 1 ocorre na fase inicial da doença na forma indeterminada c) A reação tipo 1 ocorre em pacientes que não possuem nenhum grau de imunidade celular d) A reação tipo 2 caracteriza-se pela exacerbação das lesões pré-existentes. 4) A respeito da hanseníase, assinale a opção CORRETA: a) A histopatologia é o exame padrão ouro para o diagnóstico de hanseníase, sendo indispensável em todos os casos b) Mulheres gestantes portadoras de hanseníase não devem receber poliquimioterapia específica para MH Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 c) As reações adversas mais frequentes ao tratamento do mal de Hansen estão associadas à rifampicina, como a síndrome pseudogripal (Dapsona > Clofazimina > Rifampicina) d) O esquema de poliquimioterapia é eficaz, sendo o risco de recidiva pequeno. 5) Acerca da hanseníase e de suas manifestações cutâneas, assinale a alternativa CORRETA. a) A diminuição ou queda de pelos, em especial nas sobrancelhas, pode ser uma manifestação clínica da hanseníase. b) O M. leprae é facilmente cultivável in vitro c) Menosde 5% da população possui defesas naturais contra o M. leprae d) A forma congênita da hanseníase é sempre fatal. 6) Com relação à imunologia da Hanseníase, assinale a alternativa CORRETA: a) Os pacientes com a forma tuberculoide desenvolvem vigorosa resposta imune-celular do tipo Th 1 b) Os pacientes com a forma virchowiana desenvolvem resposta imune do tipo Th1 c) Os pacientes com formas multibacilares apresentam menor soropositividade de anticorpos anti-PGL-1 que os pacientes paucibacilares d) Na reação tipo1 ocorre exacerbação da resposta Imune do tipo Th2, capaz de produzir danos irreversíveis aos nervos periféricos Questões-2020-uece 7) Com relação à epidemiologia clínica da hanseníase, assinale a afirmativa INCORRETA: a) O período de incubação pode ser de dois a cinco anos para os casos paucibacilares e de cinco a dez anos para os casos de multibacilares. b) O tempo de multiplicação dos bacilos é de quarenta a quarenta e cinco dias, sendo que após sete dias cerca de 10% destes pode permanecer viável no meio ambiente. c) A transmissão do M leprae ocorre exclusivamente do homem para o homem, mas existem estudos visando a possibilidade de transmissão do tatu para o homem Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 d) O risco de adoecer, em relação à população geral, e de duas a três vezes maior entre os comunicantes de pacientes paucibacilares e de cinco a dez vezes maior entre os comunicantes de pacientes multibacilares. 8) Na imunologia da hanseníase, assinale a afirmativa INCORRETA: a) Os pacientes com a forma Virchowiana desenvolvem resposta imune celular do tipo Th2, com produção, das citocinas IL-4, IL-10, TGF-β, e TNF-α (?) b) Os pacientes com a forma Tuberculóide desenvolvem resposta imune do tipo Th1, com importante produção das citocinas IFN-ϒ, IL-12 eTNF-α. c) Os pacientes com formas multibacilares apresentam maior soropositividade de anticorpos anti-PGL-1 que os pacientes paucibacilares. d) Na reação tipo 1, ocorre exacerbação da resposta imune do tipo Th2, capaz de produzir danos irreversíveis aos nervos periféricos. 9) Correlacione as colunas das características apresentadas com as colunas das respectivas formas clínicas da hanseníase, e marque a OPÇÃO CORRETA: 1- Hanseníase Indeterminada A) Lesões em placas ou anulares com bordas papulosas, eritematosas ou hipocrômicas, com alteração de sensibilidade. 2 - Hanseníase Tuberculóide B) Máculas hipocrômicas, com diminuição da sudorese e alteração da sensibilidade térmica variável 3 - Hanseníase Borderline ou Dimorfa C) Pápulas, nódulos, infiltrações difusas, distribuição simétrica 4 - Hanseníase Virchowiana D) Placas, lesões foveolares, distribuição assimétrica a) 1A, 2B, 3C, 4D b) 1B, 2A, 3D, 4C c) 1B, 2D, 3A, 4B d) 1D, 2A, 3D, 4B Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 10) Paciente do sexo feminino, procedente de Quixadá, 28 anos de idade, com diagnóstico de hanseníase forma virchowiana, Índice Baciloscópico – IB de 4,0, em tratamento poliquimioterápico para multibacilar (PQT/MB) na sexta dose, começou a apresentar nódulos dolorosos disseminados no tronco, membros e face. Apresentava ainda, espessamento de nervos ulnares e fibulares, dolorosos à palpação, pés com alteração de sensibilidade. Nesse caso, a conduta da Unidade Básica de Saúde é: a) administrar talidomida e prednisona. b) suspender PQT/MB e administrar corticoide sistêmico. c) manter PQT/MB e iniciar o tratamento com corticoide na dose de 1mg/kg/dia. d) Iniciar esquema alternativo por não estar respondendo ao esquema terapêutico 11) Nas reações hansênicas é INCORRETO afirmar que: a) Na reação tipo 1 predomina a resposta imunológica do tipo TH1 b) A reação tipo 1 pode ocorrer em doentes das formas clinicas tuberculóide, Virchowiana, Borderline tuberculóide, Borderline Borderline e Borderline Virchowiana. c) A principal manifestação cutânea da reação tipo 2 é o eritema nodoso hansênico, sendo mais comum nos pacientes paucibacilares. d) Na reação tipo 2 o paciente pode apresentar febre. Laboratorialmente, pode-se encontrar elevação de proteína C reativa, leucocitose com neutrofilia. 12) Na neuropatia hansênica, é INCORRETO afirmar: a) Na forma tuberculóide, a lesão neural cursa com reação granulomatosa e, em alguns casos, necrose dos nervos superficiais e profundos. b) Na Reação tipo 1 vários troncos nervosos podem ser afetados, com maior incidência de mononeuropatias múltiplas. c) Na forma indeterminada, os ramos superficiais dos nervos não estão comprometidos, sendo afetados apenas os troncos neurais. d) As formas dimorfas ou borderline apresentam maior incidência de acometimento neural Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 13) Para o correto diagnóstico da hanseníase neural, pode-se utilizar associação de vários métodos propedêuticos. Com relação a essas associações, assinale a opção INCORRETA: a) Palpação de troncos neurais e teste de sensibilidade térmica, nas áreas de inervação correspondentes aos troncos. b) Palpação e Ultrassonografia de troncos neurais. c) Palpação de troncos neurais e eletroneuromiografia. d) Sorologia anti-PGL, baciloscopia em linfa e biópsia de nervo motor. 14) Em pacientes portadores AIDS, que são acometidos por hanseníase, é de se esperar os seguintes achados: a) Maior incidência de hanseníase tuberculóide. b) Maior incidência de hanseníase virchowiana. c) Formas clínicas da hanseníase com incidências semelhantes àquelas encontradas em pacientes não portadores de AIDS. d) Resposta ao tratamento poliquimioterápico insatisfatória Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 LEISHMANIOSE A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa crônica, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania. Transmissão e ciclo de vida O PARASITA O protozoário possui duas formas de vida: promastigota e amastigota. O VETOR A Leishmaniose é transmitida por mosquitos flebotomíneos (“mosquito-palha”, “birigui”, “tatuquira”) dos gêneros Lutzomya e Psychodopygus. CICLO DE VIDA O vetor adquire o protozoário (na forma amastigota) quando pica animais infectados. No mosquito, a Leishmania se transforma na forma promastigota e se multiplica. Quando há inoculação do protozoário no hospedeiro, ele é fagocitado por macrófagos e lá se transforma em amastigota. Os amastigotas se multiplicam até causarem o rompimento do macrófago, ficando livres até serem fagocitados por outro macrófago ou disseminarem para outros pontos. O ciclo se encerra quando a fêmea do flebotomíneo pica o homem. • O protozoário é inoculado no hospedeiro na forma promastigota ! • O mosquito adquire o protozoário na forma amastigota ! TRANSMISSÃO A transmissão é pela picada !!! Não há transmissão pessoa a pessoa ! Não é uma doença contagiosa !!! São divididos em dois subgêneros: Leishmania, que compreende a espécie Leishmania (L) amazonensis, e a Viannia, que compreende as espécies Leishmania (V) braziliensis e Leishmania (V) guyanensis. Essas são as espécies mais comuns no Brasil. Flagelada Extracelular Vive no tubo digestivo do vetor Sem flagelo Intracelular Vive dentro dos macrófagos do hospedeiro Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 IMUNOLOGIA • Doença localizada ou remissão espontânea: em indivíduos com predomínio da imunidade celular (Th1). • Doença disseminada: em indivíduos com predomínio da imunidade humoral (Th2). Formas clínicas LEISHMANIOSE CUTÂNEA Imunologia Relacionada à boa imunidade celular (Th1) Epidemiologia É a forma clássica de LTA É a forma mais comum Agente L. (V) braziliensis (principalmente) Clínica Inicialmente surge uma pápula eritematosa arredondada, queulcera e passa a ter um crescimento centrífugo. Lesão ulcerada com borda elevada e bem delimitada (“em moldura de quadro”), eritematosa e infiltrada. O centro é eritematoso e sem secreção purulenta. O quadro é INDOLOR !!! LEISHMANIOSE MUCOSA A forma mucosa da Leishmaniose é uma “continuação da forma cutânea”. Como assim? Ela surge um tempo depois da lesão cutânea primária, a qual ou não foi tratada ou cicatrizou espontaneamente. Agente L. (V) braziliensis Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Clínica O Nariz é o local mais acometido, mas pode afetar lábio superior, palato duro, palato mole, úvula e gengivas. Inicialmente há eritema e edema no local da lesão, que posteriormente ulcera. No nariz, pode causar desabamento do septo. Lesão ulcerativa com aumento de volume do nariz e presença de eritema e infiltrado no lábio superior. LEISHMANIOSE DIFUSA Imunologia Associada a paciente com predomínio da resposta humoral (Th2) Agente L. (L) amazonensis Clínica O quadro começa com uma pápula ou nódulo único que lentamente dissemina para grandes áreas cutâneas. Lesões queloidianas múltiplas, placas infiltradas e nódulos não ulcerados. Recidivas são comuns. Diagnóstico Reação de Montenegro: negativo LEISHMANIOSE DISSEMINADA Agente L. (V) braziliensis Clínica Múltiplas lesões acneiformes em pelo menos duas regiões corporais. Com o tempo, as lesões aumentam em número e evoluem para pápulas, nódulos e ulcerações que coexistem. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Sintomas gerais: calafrios, febre, mialgia durante a fase de disseminação. Diagnóstico É ideal a confirmação laboratorial para o diagnóstico. DEMONSTRAÇÃO DIRETA • Exame direto: é ideal em casos de úlcera. Realiza-se a raspagem da borda da lesão para análise microscópica em busca de amastigotas. A coloração utilizada é Giemsa ou Leishman. É quase sempre positivo para lesões recentes e raramente positivo em lesões tardias. • Histopatológico: presença de dermatite granulomatosa (histiócitos organizados). • Cultura: pouco utilizado pois ou meio de cultura pra Leishmaniose é pouco disponível. Na cultura a forma promastigota é visualizada. É mais utilizada em pesquisas. DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO • Sorologia: Imunofluorescência indireta ou ELISA. • Teste de Montenegro: injeção intradérmica com promastigotas mortas. Se após 48-72h houver pápula ou área infiltrada ≥ 5mm, o teste é positivo, logo o indivíduo tem boa resposta celular. Caso contrário, o indivíduo tem boa resposta humoral. Reflete a resposta de hipersensibilidade tardia. O mais adequado é fazer a combinação de métodos, sendo um deles um exame de demonstração direta. Tratamento EV N-metil-glucamina (Primeira linha) • 15mg kg/dia por 20 dias para formas cutâneas • 20mg kg/dia por 30 dias para formas muucosas • A dose máxima é de 3 ampolas (1275mg/dia) • Colaterais: cardiotoxicidade (não administrar em cardiopatas, nefropatas, hepatopatas, gestantes, doenças de chagas) Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Precauções: evitar ingesta de álcool, evitar uso concomitnte de outras drogas Anfotericina B (Segunda linha) • Inicia-se com 0,25 mg/kg/dose, aumentando gradualmente até atingir 1mg/kg em dias alternados. • Altamente eficaz. • Bastante tóxica • Complicações: hiper ou hipocalemia, febre, anorexia, náuseas e vômitos. • Não administrar em gestantes, cardio, nefro e hepatopatas. Pentamidina • 4 mg/kg/dose IM/EV de 2 em 2 dias. • Eficácia contra as formas guyanensis e braziliensis Anfotericina B lipossomal • Menos efeitos colaterais • Maior eficácia VO Miltefosina • 2,5 mg/kg/dia durante 28 dias. • Alta eficácia as formas guyanensis e braziliensis • Reservada para casos em que não há resposta ao tratamento convencional leishmaniose-Questões-2021-uece 01) Com relação à leishmaniose tegumentar difusa, assinale a alternativa INCORRETA. a) O número de parasitas nas lesões é abundante b) Tem como diagnóstico diferencial a hanseníase virchowiana c) A intradermorreação de Montenegro é negativa d) Seu principal agente etiológico é Leishmania braziliensis 02) Sobre o diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar americana (LTA), assinale a alternativa CORRETA. a) O exame parasitológico direto pode alcançar até 100% de positividade nas formas mucosas com até 6 meses de evolução recentes. b) A intradermoreação de Montenegro apresenta sensibilidade de 85% a 90%, principalmente a partir do segundo a terceiro mês de evolução da doença. Pode ainda ser falso positiva em pessoas que vivem em área endêmica, e falso negativa em casos de leishmaniose cutânea difusa. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 c) A cultura para leishmania é o exame de escolha para o diagnóstico de casos com lesão mucosa, podendo ainda ser positiva em casos com lesão cutânea iniciada há longa data d) A histopatologia, é sempre patognomônica para LTA, sendo o exame de padrão ouro para diagnóstico da doença em qualquer fase da mesma 03) Na abordagem terapêutica da leishmaniose tegumentar americana, assinale a afirmativa CORRETA: a) O antimoniato de N – metilglucamina é ainda hoje a droga de escolha no tratamento de todas as formas da LTA, principalmente pela ausência de efeitos adversos relacionados à cardiotoxicidade b) A eficácia do tratamento com antimonial pode ser otimizada com associação do mesmo aos inibidores de TNF – α, tais como pentoxifilina, talidomida, alopurinol e GM- CSF (?) c) A anfotericina B lipossomal está indicada para as formas clínicas resistentes aos antimoniais, tendo maior eficácia pelo fato de a droga ser internalizada no macrófago, onde se encontram os parasitas d) As melhores eficácias para tratamento da leishmaniose cutânea causada pela leishmania guyanensis se dão com fluconazol, superando as taxas de cura obtidas com antimonial e pentamidina 04) Considere o seguinte caso clínico: paciente do sexo masculino, de 40 anos de idade, procedente da região do maciço de Baturité no estado do Ceará, com lesão ulcerada, circular, com fundo vermelho e borda elevada, localizada no membro inferior direito, em evolução há um mês. Considerando, de acordo com os critérios clínico- epidemiológicos, a mais provável hipótese diagnóstica, assinale a alternativa que contempla os dois exames complementares mais adequados para a elucidação diagnóstica: a) Pesquisa direta para leishmania e histopatológico. b) Intradermorreação de Montenegro e histopatológico c) Cultura para fungos e histopatológico. d) PPD e histopatológico. 05) Com relação à epidemiologia da leishmaniose tegumentar Americana (LTA), é INCORRETO afirmar: a) A forma anérgica difusa da LTA ocorre na Amazônia brasileira, sendo causada pelas espécies Leishmania amazonensis e Leishmania braziliensis b) Devido ao seu caráter ocupacional, a LTA acomete mais indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 40 anos. c) São três os perfis epidemiológicos da LTA: LTA silvestre (áreas de desmatamento recente); LTA silvestre modificado (áreas de desmatamento antigo); LTA periurbana d) A leishmaniose cutânea localizada é causada, no Brasil, na maioria das regiões, pela Leishmania braziliensis; podendo também ser causada, na região norte, pela Leishmania guyanensis, Leishmania amazonensis e outras de menor importância. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 leishmaniose-Questões-2020-uece 06) Com relação à epidemiologia da leishmaniose tegumentar Americana (LTA), é CORRETO afirmar: a) A forma anérgica difusa da LTA ocorre na Amazônia brasileira, sendo causada pela espécie Leishmania (Viannia) braziliensis b) Os principais vetor e reservatórioda Leishmania (Viannia) braziliensis são, respectivamente, a Lutzomia umbratilis e os marsupiais c) Os dois principais perfis epidemiológicos de transmissão da LTA são: LTA silvestre (áreas de desmatamento recente) e LTA periurbana. d) A leishmaniose cutânea, no Brasil, é causada na maioria das regiões pela Leishmania (Viannia) braziliensis; podendo também ser causada,na região norte, pela Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Leishmania) amazonensis e outras de menor importância. 07) Analise o caso clínico a seguir. Considere um paciente, sexo masculino, 40 anos de idade, trabalhador na extração do látex no estado do Amazonas, com lesão ulcerada, circular, de fundo vermelho e borda elevada, localizada no membro inferior direito, em evolução há um mês. Considerando a mais provável hipótese diagnóstica, de acordo com os critérios clinico-epidemiológicos, assinale a alternativa que contempla os dois exames complementares mais adequados para a elucidação diagnóstica. a) Pesquisa direta para leishmania e histopatológico. b) Intradermorreação de Montenegro e histopatológico. c) Cultura para fungos e histopatológico. d) Intradermorreação de Frei e histopatológico 08) No diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar americana (LTA), assinale a afirmativa INCORRETA: a) A intradermoreação de montenegro apresenta sensibilidade de 85 a 90%, principalmente a partir do terceiro mês de evolução da doença. Pode ainda ser falso positiva em doentes que vivem em área endêmica, e falso negativa em casos de leishmaniose cutânea difusa. b) A reação em cadeia de polimerase para LTA é ultil para o diagnóstico de casos com lesão mucosa, podendo ainda ser positiva em casos com lesão cutânea com mais de 6 meses de evolução. c) A histopatologia da LTA é útil como método complementar aliado a intradermoreação de Montenegro, principalmente nos casos com mais de 6 meses de evolução. Nas fases iniciais da doença pode confirmar o diagnostico pela presença de formas amastigotas da leishmania no interior dos macrófagos. d) O exame parasitológico direto pode alcançar até 80%.de positividade nas formas mucosas com 6 meses ou mais de evolução. 09) Sobre o diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar americana (LTA), assinale a alternativa INCORRETA: a) O exame parasitológico direto pode alcançar até 100% de positividade nas formas mucosas com até 6 meses de evolução recentes. b) A intradermoreação de Montenegro apresenta sensibilidade de 85% a 90%, principalmente a partir do segundo mês de evolução da doença. Pode ainda ser falso Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 positiva em pessoas que vivem em área endêmica, e falso negativa em casos de leishmaniose cutânea difusa. c) A reação em cadeia de polimerase é útil para o diagnóstico de casos com lesão mucosa, podendo ainda ser positiva em casos com lesão cutânea iniciada há longa data. d) A histopatologia, embora nem sempre seja patognomônica para LTA, pode auxiliar no diagnóstico quando correlacionada com a clínica, epidemiologia, métodos de pesquisa direta e reação de Montenegro Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 psoríase A psoríase é uma doença inflamatória sistêmica, poligênica, que acomete igualmente ambos os sexos e que pode ocorrer em qualquer idade, mas apresenta distribuição bimodal, com picos entre 20-30 anos e 50-60 anos. É uma doença crônica, autoimune, não contagiosa e de caráter cíclico (os sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente). Fisiopatologia A fisiopatologia da psoríase é marcada por um ciclo evolutivo mais rápido das células da epiderme. Esse quadro resulta da interação entre os linfócitos T e os queratinócitos. Assim, ocorre hiperativação do polo Th1 e Th17, o que leva à produção de citocinas, que são responsáveis pelo recrutamento de células inflamatórias. Estas levam à hiperproliferação dos queratinócitos e, assim, o tempo que essa célula leva para percorrer da camada basal para a camada córnea é encurtado. • Citocinas pró-inflamatórias → Ativa células dentríticas mieloides → Produz: IL-12 e IL-23 • TH1 → ativado pela IL-12 → produz: TNF, IFN-gama e IL-2 • TH17→ ativado pela IL-23 → produz: IL-17, IL22, IL-21 e TNF • TNF é a principal citocina envolvida na patogênese da doença Fatores desencadeantes • Traumas mecânicos • Infecções (especialmente estreptocócicas → Psoríase Gutata) • Estresse • Alcoolismo • Fármacos (lítio, glicocorticoides sistêmicos, betabloqueadores) • Queimadura solar Formas clínicas Eritema + Espessamento + Escamas Psoríase em Placas (Vulgar) Epidemiologia • É a forma mais comum de psoríase (90%) Clínica • Lesão: placas eritemato-escamosas de limites bem definidos e tamanhos variados, infiltradas, com escamas Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 prateadas aderidas e estratificadas. Algumas pode ter halo claro ao redor (Halo de Woronoff). • Distribuição simétrica. • Locais afetados: Couro cabeludo, cotovelos, joelhos, região sacral, periumbilical e palmoplantar. Psoríase Gutata (em gotas) Epidemiologia • Típica da infância (surgem após infecção estreptocócica) Clínica • Lesão: pápulas eritemato-descamativas que surgem abruptamente. • Precedida por infecção por streptococcus B-hemolítico (ITRS) 2-3s. • Pode durar cerca de 3 meses e melhorar espontaneamente, mas há risco de se transformar em psoríase em placas. • Principais local afetado: Tronco Psoríase Invertida Clínica • Lesão: placas eritemato-escamosas de limites bem definidos, acometendo áreas flexurais. • As escamas são menos evidentes devido à umidade e maceração local. Psoríase Palmo-Plantar Epidemiologia • Comum em adultos Regiões de atrito / áreas de extensão Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Clínica • Lesão: placas hiperceratósicas com ou sem fissuras localizadas na palma da mão ou na planta do pé. Psoríase Eritrodérmica Clínica • Forma mais grave de psoríase (pode gerar hipotermia, bacteremia, septicemia, aumento de perda de água transepidérmica). • Acomete > 80% do tegumento. • Lesão: eritema intenso e com fina descamação difusa. • Pode ocorrer como evolução da psoríase ou de forma abrupta precipitada por múltiplos fatores (ex: interrupção abrupta de corticoide sistêmico). Psoríase Ungueal Clínica • Acometimento dos quirodáctilos é mais comum que o dos pododáctilos. • Lesão da matriz ungueal: Pitting ungueal, Leuconóquia (manchas brancas nas unhas) e distrofia ungueal. Tem forte relação com a artrite psoriásica ! • Lesão do leito ungueal: Mancha em óleo, Hiperceratose subungueal e Hemorragias em lasca. Artrite Psoriásica Clínica • Doença Articular acompanhada de Lesão psoriásica (geralmente ungueal e vulgar). Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Geralmente as lesões de pele precedem o quadro articular. • Quase todas as formas de psoríase podem cursar com artrite. • VHS aumentado (aumento de ptns inflamatórias de fase aguda), FAN – e FR -. diagnóstico • Clínico !! → Curetagem de Brocq • Pode ser realizado histopatológico para confirmação diagnóstica. o Acantose: espessamento da camada espinhosa. o Papilomatose: palilas dérmicas elevam a epiderme. o Hipogranulose: redução da camada granulosa. o Paraceratose: núcleos de queratinócitos na camada córnea (processo incompleto de queratinização). tratamento Objetivo: controle da doença !! Psoríase não tem cura !! • Fototerapia: UVB ou Posoraleno + UVA • Tratamento tópico com corticóides: loções para o couro cabeludo, cremes para a face e áreas intertriginosas e pomadas para tronco e membros. Potênciado corticóide: Pomada > Creme > Gel > Solução • Tratamento sistêmico: o Acitretina : teratogênico (mulher em idade fértil não pode usar) o Metotrexato: 7,5-20mg/semana 3x 12/12h o Ciclosporina : 3-5mg/kg/dia o Imunobiológicos: Adalimumabe, Etanercepte (ambos são anti TNF-alfa) Sinal da Vela Sinal do orvalho sangrante (Auspitz) Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 PSORÍASE-Questões-2021-uece 01) As manifestações clínicas da psoríase variam de acordo com os seus subtipos. A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA. a) A psoríase em placas ou vulgar pode ser observada em até 90% dos doentes b) Na psoríase rupiácea, as escamas são finas e pouco aderentes, e é observada mais frequentemente na infância c) A psoríase em gotas é mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens, podendo ser precedida por infecção estreptocócica d) A psoríase dos idosos ocorre principalmente nos membros inferiores e no couro cabeludo, de forma leve a moderada 02) Com relação à psoríase, assinale a alternativa CORRETA. a) Em pacientes com psoríase vulgar, após a melhora da sintomatologia com o uso de corticoides sistêmicos, aconselha-se a retirada imediata sem redução progressiva da dose para prevenir o desencadeamento da forma eritrodérmica. b) O sinal de Auspitz e o sinal da vela são considerados clássicos na doença c) A localização mais comum é em dobras com aspecto de assadura (eritema e maceração) d) A ausência de artropatia concomitantemente com as lesões de pele exclui o diagnóstico de psoríase. 03) Na etiopatogenia e evolução clínica da psoríase, assinale a afirmativa INCORRETA. a) Ocorre em pacientes com predisposição genética, associada a fatores desencadeantes tais com tabagismo e etilismo b) A doença pode agravar-se com a presença de comorbidades, tais como: Hipertensão arterial, obesidade e diabetes. c) Em pacientes sem predisposição genética, a doença pode ser desencadeada, por ativação da via TH2 da imunidade, e grande produção de IL-4. TNF, IL-17 e Il-23, são importantes citocinas na etiopatogenia da psoríase, e alvos fundamentais para a ação dos medicamentos biológicos. d) TNF, IL-17 e Il-23, são importantes citocinas na etiopatogenia da psoríase, e alvos fundamentais para a ação dos medicamentos biológicos. 04) Considerando a principal hipótese diagnóstica do caso abaixo, marque a alternativa INCORRETA quanto às alternativas terapêuticas para o referido caso: Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 a) Acitretin + Fototerapia. b) Metotrexato + Fototerapia. c) Medicamento biológico Anti-TNF. d) Corticóide tópico. 05) Paciente de 15 anos apresentou faringite e, após 3 semanas, desenvolveu as lesões representadas abaixo, distribuídas no tronco, membros. Considerando o provável diagnóstico, escolha o INCORRETO a) A maioria dos casos evolui para psoríase em placas b) Está associada a infecção orofaríngea por estreptococos do grupo A c) É menos comum acometimento da face, pavilhão auricular e couro cabeludo d) As lesões são lenticulares e acometem principalmente tronco e região proximal de membros PSORÍASE-Questões-2020-uece 06) O tratamento de casos graves de psoríase pode ser feito com os seguintes medicamentos, EXCETO: a) Metotrexato b) Anti-inflamatórios não hormonais c) Acitretina d) Ciclosporina A 07) Na psoríase, as lesões clínicas são decorrentes de alterações imunológicas caracterizadas por: a) Ativação de Linfócitos Th17 por IL-12 e Th1 por IL-23. b) Ativação de Th2 por IL-4 e Th17 por IL-23. c) Ativação de Th17 por IL-23 e Th1 por IL-12. d) Ativação de Th1 por IL-12 e Th2 por IL-4 08) Paciente com 50 anos de idade, portador de psoríase, na forma eritrodérmica: a) A lesão típica é substituída por eritema e descamação generalizados, que acomete em geral mais de 75% da superfície corporal b) Sempre existe história prévia de psoríase c) Corticosteróides sistêmicos são o tratamento de escolha d) Frequentemente representa a evolução final de um quadro de psoríase de longa evolução Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Tumores cutâneos Carcinoma basocelular (CBC) O CBC é considerado o câncer mais comum em humanos e, como o próprio nome já diz, tem origem na camada basal da epiderme (...basocelular...). O risco de metástase é muito baixo, sendo considerado o câncer “mais benigno entre os malignos”. Quando há metástase, esta costuma ser local, ou seja, invade tecidos subjacentes, inclusive ossos. Costuma afetar os 2/3 superiores da face, principalmente o nariz. Não ocorre em palmas, plantas e mucosas. ORIGEM DO CBC O CBC surge a partir de células epiteliais imaturas pluripotentes, que perderam a capacidade de diferenciação e ceratinização. FATORES DE RISCO • > 50 anos (exposição solar cumulativa) • Pele clara • Exposição à radiação solar: queimaduras na infância, exposição solar intermitente • Fatores genéticos • Imunossuprimidos • História pessoal ou familiar de CBC TIPOS DE CBC Nodular • Lesão: nódulo eritematoso com brilho perláceo e telangiectasias na superfície. Costuma ter ulceração central. • É o tipo mais frequente de CBC. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Pigmentar • Lesão: nódulo-ulcerativo com pigmentação melânica. • Diagnóstico diferencial: melanoma maligno. Superficial • Lesão: múltiplas placas eritemato-escamosas, discretamente infiltradas, emolduradas por bordas irregulares e ligeiramente elevadas. • Diagnóstico diferencial: psoríase • Geralmente localiza-se no tronco (“V do decote”) • Boa resposta terapêutica. Esclerodermiforme • Lesão: placa hipocrômicas/branco-amarelada; com bordas mal definidas, semelhante a uma cicatriz. Às vezes com telangiectasias. • Lembra esclerodermia. • Evolução lenta. • Raramente ulcera. • Tipo mais agressivo de CBC. DIAGNÓSTICO • Clínico + Histopatológico TRATAMENTO O tratamento depende da localização, tamanho e profundidade do tumor. Opções terapêuticas: Imiquimod , 5-fluoracil, Fototerapia dinâmica, Radioterapia, curetagem, eletrocoagulação, cirurgia convencional, cirurgia micrográfica de Mohrs, criocirurgia. Existem vários padrões histológicos para o CBC, mas a característica fundamental é a presença de massas de células basalioides que se dispõem perifericamente, em paliçada. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Para tumores ... É indicado... De até 1,5cm em face e tronco (fora da zona H da face, por ser zona de risco) • Curetagem e eletrocoagulação Maiores que 1,5 cm e nos membros (especialmente dorso das mãos) • Excisão e sutura com margem de segurança de 0,5 cm CBC superficial ou em áreas de cartilagem • Cirurgia com nitrogênio líquido (criocirurgia) • Em CBC nódulo-ulcerativa o nitrogênio líquido deve ser aplicado após prévia curetagem. Formas recidivantes e CBC esclerodermiformes • Cirurgia micrográfica de Mohs: técnica que permite o controle microscópico completo do tecido a ser removido. Assim, a remoção do tumor é rigorosamente controlada, conferindo segurança quanto a sua retirada completa e possibilitando maior preservação do tecido normal. Formas extensas em idosos, na impossibilidade de realizar outros procedimentos • Radioterapia (pouco utilizada atualmente). Formas superficiais de CBC • Imiquimod, 5-fluoracil (cremes tópicos) • Fototerapia dinâmica PROGNÓSTICO • Com o tratamento adequado, o prognóstico é excelente. • Tem recidiva em casos de retirada incompleta (1-10%). • Recorrência alta (36-50%). Carcinoma espinocelular (CeC) O CEC é o segundo câncer cutâneo mais comum e tem origem a partir da proliferação atípica de células da camada espinhosa. Possui caráterinvasor, podendo dar origem a metástases. Costuma se localizar no lábio inferior, orelha, face, dorso da mão, mucosa e genitália externa. E, por fim, frequentemente deriva de uma lesão pré-maligna. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Fatores de risco • > 40 anos • Exposição à radiação UV, radiação ionizante • Úlceras crônicas • Imunossupressão (transplantados) • HPV 6, 11 e 16 (carcinomas genitais) • Gonodermatoses • Trauma de lábio inferior • Arsênico Lesões pré-malignas • Queratose actínica: mancha escamosa e áspera na pele causada por anos de exposição ao sol (costuma ser mais palpável do que visível). • Queilite actínica: lesão de lábio inferior devido à exposição excessiva ao sol (é uma variante da queratose actínica). • Leucoplasia: manchas brancas e espessas dentro da boca. • Corno cutâneo • Úlceras crônicas • Cicatrizes de queimaduras Clínica • Inicialmente se forma uma placa hiperceratósica infiltrada e dura ou nodular que, posteriormente, aumenta de tamanho gradativamente e se ulcera. • No lábio inferior, ocorre em área de leucoplasia que se infiltra ou é lesão nodular. Diagnóstico • Clínico + Histopatológico Células espinhosas atípicas e células diferenciadas que formam centros córneos. A partir da histopatologia o tumor é classificado em graus I, II, III e IV (Classificação de Broders) Tratamento • Lesões < 1 cm: Eletrocoagulação e curetagem. • Lesões > 1 cm: Cirurgia Micrográfica de Mohs (também feito em casos em que há invasão de estruturas). Prognóstico • Taxa de recorrência em 5 anos de 8%. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Metástases (5%) Melanoma maligno (mm) O MM é considerado o mais maligno dos tumores cutâneos, uma vez que tem caráter agressivo e possui alto risco de metástase. Em 30% dos casos, tem origem de nevo melanocítico juncional ou composto. Além disso, costuma afetar principalmente indivíduos entre 30 e 60 anos (mais jovem que o CBC e o CEC). Fatores de risco • Nevo melanocítico • Exposição solar intermitente • Fototipo baixo (pele clara, olhos claros, ruivo) • História familiar ou pessoal de melanoma • Imunossupressão • Xeroderma pigmentoso Subtipos Extensivo superficial (70%) • É o subtipo mais frequente e costuma estar associado a lesões nevicas precursoras. • Em homens = mais tronco e dorso. • Em mulheres = mais nos MMII. • Lesão: placa elevada de contorno denteado irregular, arciforme e com coloração variável. Nodular (15-30%) • É o segundo subtipo mais frequente. • Lesão: nódulo ou placa de coloração negro-azulada. • Evolução rápida. • Em homens = mais no tronco • Em mulheres = mais nos MMII • Histopatologia: rápido crescimento vertical. Neoplasia cutânea benigna que se caracteriza por proliferação localizada de melanócitos da pele. São máculas hipercrômicas planas ou elevadas. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Lentigo maligno-melanoma (15%) • Exclusivo de áreas fotoexpostas • Mais comum em idosos de pele clara • Evolução lenta (3 a 15 anos) • Lesão: placa acastanhada assimétrica de crescimento lento. Letiginoso acral (5%) • Forma de melanoma mais comum em negros e asiáticos (raro na pele branca) • Mais comum em idosos • Ocorre exclusivamente nas regiões palmares, plantares e subungueais. • Histopatologia: crescimento horizontal seguido de fase vertical, com grande potencial de metastatização. • Sinal de Hutchinson Pigmentação longitudinal da unha (melanoníquia estriada; seta azul) e hiperpigmentação que se estende da lúnula até a prega ungueal proximal (sinal de Hutchinson; seta vermelha) no dedo médio com lesão pigmentada arredondada na unha do polegar. Esse paciente foi diagnosticado com melanoma lentiginoso acral. Diagnóstico Regra do ABCDE A. Assimetria B. Bordas irregulares C. Cores diferentes D. Diâmetro > 0,6cm E. Evolução: mudança de tamanho, cor, forma ou aparência da lesão. Dermatoscopia Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Histopatológico • Realiza biópsia excisional com margem de 1 a 3 mm, ou seja, realiza-se a remoção total da lesão (diagnóstico e tratamento no mesmo procedimento). • Biópsia incisional em casos excepcionais. Avaliação linfonodal Tratamento • Cirurgia: é o único tratamento efetivo para o melanoma maligno e o seu sucesso depende da fase em que o tumor foi retirado e da excisão com margem de segurança adequada. Na profundidade, a exérese deve incluir toda a hipoderme. • Radioterapia • Quimioterapia tumores-Questões-2021-uece 01) Paciente de 85 anos de idade, apresenta a lesão abaixo em região para-nasal direita, medindo 3,5 cm. O tratamento de escolha é: a) crioterapia b) cirurgia micrografica de Mohs c) excisão d) imiquimod 2) Queratoses actinicas são lesões pré-malignas precursoras de: a) carcinoma basocelular b) carcinoma espinocelular Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 c) melanoma d) tricoepitelioma 3) A localização mais comum do carcinoma basocelular é: a) orelha b) palpebra inferior c) nariz d) dorso 4) A curetagem e eletrocoagulação em carcinoma basocelular na face de um homem de 42 anos é contraindicada nas seguintes situações, EXCETO: (?) a) Tumores localizados na pálpebra inferior, de qualquer tamanho b) Tumores infiltrativos e micronodulares na asa nasal. com até 1 cm de diâmetro c) Tumores esclerodermiformes, em qualquer localização d) Tumores nódulo-ulcerativos, com menos de 1 cm de diâmetro tumores-Questões-2020-uece 5) Qual a CORRETA em relação ao papel da radiação UV na indução de neoplasia de pele? a) inibe a liberação de fatores imunossupressores b) reduz o número de células apresentadoras de antígenos na pele c) causa mutações ativadoras nos proto-oncogenes nos queratinócitos d) aumenta a habilidade das células de Langerhans de apresentar antígenos 6) Em relação ao carcinoma basocelular (CBC), marque a opção CORRETA. a) Embora seja a neoplasia cutânea mais freqüente, não é observada em pacientes de pele negra. b) A crioterapia e a curetagem com eletrocoagulação podem ser utilizados em lesões pequenas fora da zona “H” da face. a) A terapia fotodinâmica e imiquimod são contra-indicados nas formas superficiais. c) A cirurgia micrográfica de Mohs é a opção preferencial de tratamento em todos os casos de CBC 7) Em relação ao carcinoma espinocelular (CEC), assinale a alternativa CORRETA. a) Pacientes imunodeprimidos apresentam um maior risco de desenvolvimento de CEC. b) A cirurgia micrográfica de Mohs só é indicada em lesões muito extensas de CEC. c) Novas opções de tratamento, como a terapia fotodinâmica, podem ser utilizadas nas diversas formas de CEC. d) As formas verrucosas do carcinoma espinocelular tem um prognóstico pior pelo fato de serem mais indiferenciadas 8) Sobre o melanoma maligno é INCORRETO afirmar: a) O melanoma extensivo superficial é a forma mais freqüente e as localizações mais comuns são o tronco nos homens e os membros inferiores nas mulheres Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 b) O melanoma lentiginoso acral é raro em pessoas de pele negra c) O índice de Breslow é o fator mais importante para conduta terapêutica e risco de recidiva d) Lesões assimétricas, com bordas irregulares e coloração heterogênea são suspeitas de transformação em melanoma 9) Os cânceres cutâneos não melanoma são tipos comuns de tumores malignos que o ser humano adquire no curso de sua vida. O mais comum e responsável por aproximadamente 70% dos casos é o: a) carcinoma espinocelular. b) carcinoma basocelular. c) melanoma extensivo superficial d) melanoma nodularAndressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Dermatoviroses molusco contagioso O molusco contagioso corresponde a uma dermatovirose causada por um vírus da família Poxvírus. Existem quatro subtipos, sendo os principais o subtipo I e o subtipo II. Epidemiologia • Afeta ambos os sexos na mesma proporção. • Mais comum em climas quentes. • Mais comum em crianças em idade escolar. • Mais frequente em atópicos. História natural • Período de Incubação: 14 dias a 6 meses. • Crescimento lento da lesão: 5 a 10 mm em 6-12 semanas. • Resolução em até 4 anos de evolução (maioria: 6-9 meses). Quadro clínico • Quadro assintomático. • Lesão: pápulas normocrômicas ou eritematosas, umbilicadas, firmes, brilhantes. Em atópicos pode ser encontrada área de eczematização ao redor da pápula. Surgem em qualquer local. Causa mais de 90% das infecções, sendo mais frequente em menores de 10 anos. Tem associação com o HIV. É mais frequente em adultos, podendo ser considerada uma IST. Molusco contagioso Verrugas virais Herpes Poxvírus HPV HSV-1/HSV-2 Varicela-Zóster Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Transmissão • Contato direto Diagnóstico • Clínico!!! Mas pode ser lançado mão de dermatoscopia e histopatologia em alguns casos. Tratamento 1. Resolução espontânea Apesar da resolução espontânea da lesão, não é recomendado aguardar esse processo, uma vez que há tratamento eficaz, tem risco de transmitir para outros e não tem como prever a durabilidade da infecção. 2. Curetagem Consiste na eliminação das lesões com a cureta de Brocq, mas antes da remoção deve-se utilizar um anestésico tópico (lidocaína) 1 a 2 horas antes. Após o procedimento é recomendado aplicar tintura de iodo e curativo compressivo nas lesões. As cicatrizes são raras. 3. Crioterapia Consiste na eliminação das lesões a partir do uso de nitrogênio líquido diretamente sobre a pápula por 5 a 10 segundos. Costuma apresentar efeitos adversos como dor, bolhas, edema e hipopigmentação. 4. Hidróxido de Potássio Utilizado com o intuito de causar irritação local e assim fazer com que o próprio corpo elimine o vírus. Deve ser aplicado diretamente sobre a lesão 1x/dia até que seja evidenciado irritação. Resolução em uma média de 30 dias. 5. Ácido Tricloroacético 6. Imiquimod Usado em casos resistentes e recidivantes, especialmente em imunodeprimidos. Aplicar à noite por 4 semanas. Os resultados costumam surgir em cerca de 3 meses. É bom para pápulas pequenas e em área anogenital. Verrugas As verrugas virais são causadas pelo HPV, vírus que tem tropismo por células epiteliais, pele e mucosas, causando lesões nessas regiões. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Epidemiologia • Afetam indivíduos de qualquer idade, mas principalmente crianças em idade escolar (pico entre 12-16 anos). • Não tem preferência por sexo ou etnia. História natural • Período de incubação: 3 semanas a 8 meses. • Geralmente tem regressão espontânea. Transmissão • Contato direto ou indireto, por meio de fômites. Tipos 1. Verruga vulgar/comum • Tipo mais comum. • Lesão: pápula (<1cm) ou nódulo (>1cm), firme, de consistência endurecida, hiperqueratótica, com superfície áspera, podendo ter pontos hiperpigmentados (são os capilares da verruga). • Assintomáticas. • Mais comum no dorso das mãos e dedos (nas unhas: subungueal ou periungueal). 2. Verruga plantar • Verruga em olho de peixe. • São pouco salientes devido à pressão. • Possuem crescimento endofítico (para dentro), o que faz com que a verruga invada a derme, causando bastante dor e dificuldade para deambular. • Se for profunda: mirmécia. • Se for superficial: verruga em mosaico. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 3. Verruga plana • Lesão: pápulas planas, normocrômicas ou pigmentadas (acastanhadas, amareladas), arredondadas ou poligonais. • Fenômeno de Koebner: distribuição linear por inoculação em escoriações. • Mais comum no dorso das mãos, antebraço e face (principalmente). • Acomete principalmente crianças e adolescentes (verruga plana juvenil). • Regressão espontânea após inflamação. 4. Verruga filiforme • Lesão: projeções digitiformes, pedunculadas ou espiculadas; de crescimento perpendicular ou oblíquo. • Mais comum na face e no pescoço. 5. Verruga pigmentada • Coloração cinza a castanho-enegrecida. • Corpos de inclusão citoplasmáticos homogêneos específicos. Diagnóstico • Clínico!!! Mas pode ser feito histopatologia em alguns casos. Tratamento 1. Ácidos • Tricloroacético e Nítrico: uso exclusivo em consultório. • Salicílico e Lático: autoadministrados. 2. Crioterapia • Doloroso. • Cicatrização demorada, formação de bolhas. 3. Imiquimod (3x/sem por 6 semanas) • Para lesões resistentes. • Estimula o organismo a destruir a verruga. 4. Eletrocoagulação • Promove a destruição da verruga através do uso de corrente elétrica de alta frequência. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 herpes simples São infecções muito comuns causadas pelos vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) e herpes simples tipo 2 (HSV-2). Transmissão • Contato direto com saliva contaminada ou via sexual. • A transmissão pode acontecer mesmo que o indivíduo esteja assintomático. • Pode ocorrer transmissão na ausência de lesão clínica. • Período de transmissibilidade: 4 a 12 dias após o surgimento dos primeiros sintomas. • O vírus se aloja nos gânglios das raízes dorsais/sensitivas, onde entram em latência por longos períodos. Quando reativado, migra pelo nervo periférico e retorna para a pele ou mucosa. Gengivoestomatite herpética primária • Comum em crianças, principalmente entre 6 meses e 5 anos. • Geralmente relacionada ao HSV-1. • Período de incubação: 3 a 10 dias. • Duração: os sintomas desaparecem em 2 semanas, mas a saliva continua contaminante por pelo menos 3 semanas. • Em quadros leves: Lesões vesico-erosivas e subfebril. • Em quadros graves: Erupção vesiculosa com febre alta, adenopatias e queda do EG. • Quadro: dificuldade de se alimentar, ingerir líquidos, febre, astenia, mialgia, irritabilidade e linfadenopatia. Costumam se romper e formar úlceras rasas dolorosas (exulcerações), que logo são recobertas por placas esbranquiçadas Geralmente relacionado à infecção genital Geralmente relacionado à infecção oral Após a adolescência < 10 anos Como dói muito, a criança não consegue comer, ingerir líquidos. É como se fosse múltiplas aftas, que se rompem, causam muita dor e podem estar em toda VO. Aqui é na primoinfecção herpética. O quadro costuma ser mais exorbitante, já que é a primeira vez que o indivíduo teve contato com o vírus. Aqui é na recidiva herpética. O quadro costuma ser mais brando, já que o indivíduo desenvolveu alguma imunidade contra o vírus. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Queratoconjuntivite herpética • Lesão: vesículas e erosões na conjuntiva e córnea • As recidivas podem causar ulceração profunda levando à cegueira. • Duração: 2 a 6 semanas. Panarício herpético • Infecção recidivante dos dedos. • Comum em profissionais da saúde e crianças com hábito de sucção dos quirodáctilos e onicofagia. • Lesão: vesículas agrupadas, com base eritematosa e edema no dedo. As vesículas podem coalescer, formando uma única bolha, com adenopatia e febre. Herpes simples recidivante Como o próprio nome já diz, é recidivante. Ou seja, o indivíduo já teve contato com o vírus, que ficou latente por determinado períodoe, por alguma razão (trauma, menstruação, estresse), recidivou. 1. Forma não genital • Ocorre a ativação do vírus localizado no gânglio sensitivo trigeminal, causando lesões do tipo vesículas agrupadas (em cacho de uva) sobre base eritematosa na região orolabial. Essas vesículas podem se transformar em pústulas, que se rompem e formam uma crosta, a qual pode regredir totalmente. • Causam intenso prurido, queimação e dor. • É mais comum em adultos. • Geralmente está relacionada ao HSV-1. Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 2. Forma genital • Ocorre a ativação viral, causando lesões do tipo vesículas agrupadas (em cacho de uva) sobre base eritematosa na região genital. Essas vesículas podem exulcerar. • Causam intenso prurido, queimação e dor. • É mais comum em adultos. • Geralmente está relacionada ao HSV-2. • Não apresenta sintomas gerais. • Complicações: infecção bacteriana secundária, herpes neonatal, eritema multiforme, cegueira (ceratoconjuntivite herpética), eczema herpético, paralisia de Bell, meningite, encefalite. O eczema é uma inflamação na pele que pode ser causada pelo contato com algum agente agressor ou ser consequência de uso de algum medicamento. O eczema herpético consiste no aparecimento súbito e disseminado de vesículas, que rapidamente se transformam em pústulas e depois crostas. Costuma estar associado a sintomas sistêmicos. Diagnóstico • Em geral, o diagnóstico é clínico, mas pode ser necessário a realização de esfregaço de Tzanck, histopatologia, sorologia ou PCR. Para que serve o Esfregaço de Tzanck ? Para ver se tem o vírus do herpes na lesão É coletado um esfregaço do conteúdo de uma vesícula e corado com Giemsa, Leishman ou HE (bom pois diferencia o núcleo do citoplasma) Positivo: presença de células gigantes multinucleadas Deve ser colhida duas amostras com 15 dias de intervalo Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Tratamento Primoinfecção Recidivas Droga Dose Tempo Dose Tempo Aciclovir 200mg 5x/d, 4/4h (sem a dose noturna) 7-10 dias 200mg 5x/d 5 dias Valaciclovir 1000mg 2x/d 7-10 dias 500mg 2x/d 5 dias Fanciclovir 250mg 2x/d 5-10 dias 125mg 2x/d 5 dias Tratamento profilático • Aciclovir 400mg 1-2x/d, até desaparecimento das recidivas por pelo menos 6 meses. Herpes zóster É uma infecção recidivante causada pelo vírus varicela-zóster, também responsável por causar a varicela (primoinfecção). Quadro clínico • Lesão: vesículas agrupadas em base eritematosa seguindo o trajeto do dermátomo sensorial. São unilaterais (não costumam atravessar a linha média) e podem acometer qualquer local da pele, mas são mais comuns no tronco. • Dor em queimação na região do dermátomo antecedendo a lesão. • Pode haver parestesias, prurido local, febre, cefaleia, mal-estar. Complicações • Neuralgia pós-herpética: complicação mais comum. Consiste na persistência da dor, formigamento, prurido, após 90 dias do quadro. O tratamento é feito com amitriptilina e carbamazepina. • Sindrome de Ransay-Hunt: alteração do paladar, anormalidades auditivas e vertigem (TRÍADE !!!). • Ataxia cerebelar (benigna e autolimitada) Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Paralisia de Bell • Infecção bacteriana secundária das lesões • Pneumonia • Encefalite (mais grave) • Primeiro trimestre de gravidez: microftalmia, catarata, atrofia óptica, atrofia do SNC. Diagnóstico • Clínico + Esfregaço de Tzanck !!! Tratamento Droga Dose Tempo Aciclovir 800mg 5x/d, 4/4h, sem a dose noturna 7-10 dias Valaciclovir 1000mg 3 x/d 7-10 dias Fanciclovir 500mg 2 a 3x/d 7-10 dias Prevenção • Vacinação. • Isolamento dos contaminantes até a resolução das lesões (formação de crostas): o paciente deve cobrir o local das lesões e evitar contato com grupos de risco (imunossuprimidos, crianças e gestantes). • Imunoglobulina para imunodeprimidos ou gestantes expostas. . dermatoviroses-Questões-2021-uece 1) Paciente com lesões disseminadas de eczema atópico, subitamente apresenta febre elevada, vesículas sobre as áreas lesadas e sobre áreas de pele sã que evoluem para pústulas umbilicadas que, à dessecação, formam crostas. Essa complicação associa-se comumente à infecção secundária por: a) Varicela zoster b) Epstein- Barr c) Herpes simples d) Poxvirus Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 2) Em relação ao herpes zoster, é INCORRETO afirmar que: a) Vesículas na ponta do nariz indicam o envolvimento ocular presente ou iminente pela participação do nervo nasociliar b) Lesões crostosas, verrucosas e duradouras podem ocorrem em pacientes infectados pelo HIV c) A neuralgia pós-herpética é rara em crianças e aumenta em incidência e severidade com a idade d) Os sintomas motores, quando ocorrem, são devidos ao acometimento do corno posterior da medula espinhal 3) Paciente apresenta quadro de vesículas agrupadas sobre base eritematosa no corpo do pênis, surgidas há 1 dia. Refere ardor local. Relata que o ardor iniciou antes das lesões aparecerem e que este já é o sexto episódio que apresenta nos últimos 8 meses. Assinale a opção INCORRETA: a) O diagnóstico é feito por exame clínico, mas exames subsidiários são: sorologias (IgG e IgM) e citologia de Tzank. b) Há indicação de terapia crônica supressiva com aciclovir. c) Além dos exames descritos no item “a”, há indicação de sorologias para HIV, hepatites e VDRL. d) O quadro involui espontaneamente em cerca de 2 semanas, não havendo necessidade de tratamento. dermatoviroses-Questões-2020-uece 4) Criança com 5 anos de idade apresentando quadro agudo de lesões ulceradas, aftoides, dolorosas, múltiplas na mucosa oral e gengivas, acompanhadas de febre e adenomegalia. O diagnóstico mais provável é de: a) Gengivite descamativa. b) Eritema polimorfo. c) Candidose aguda. d) Primo-infecção herpética. 5) Em relação às infecções cutâneas causadas por vírus é CORRETO afirmar: a) O vírus do herpes simples (HSV) tipo 1 causa mais frequentemente lesões em genitália e o tipo 2 lesões na face e tronco b) O primeiro contato com HSV ocorre na infância e na maioria das vezes é assintomático c) Infecções genitais causadas pelo HVS-1 reativam aproximadamente 16x mais frequentemente que as infecções por HVS-2 (?) d) Em adultos, infecções oculares e eczemas herpéticos são mais frequentemente causados pelo HVS-2 6) As verrugas são infecções por vírus muito comuns em nosso meio, dessa forma é CORRETO afirmar: a) A única forma de transmissão se dá por contágio direto Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 b) A manifestação cutânea mais comum é a verruga palmo-plantar c) O surgimento de verrugas anogenitais em crianças deve despertar para a possibilidade de abuso sexual infantil d) As verrugas vulgares correspondem a 30% de todas as verrugas cutâneas 7) Marque a alternativa CORRETA sobre o vírus herpes tipo 3 a) Também chamado de vírus varicela zoster, o HSV 3 pode causar a varicela bem como o herpes zoster b) A varicela se caracteriza com pródromos de sintomas gerais, seguido de erupção polimórfica com pápulas, vesículas e crostas e a transmissão ocorre por via aérea c) O herpes zoster é uma recidiva do vírus da varicela que ocorre mais comumente em adultos após a 5ª década e acomete com mais freqüência troncos nervosos intercostais d) Todas as alternativas são verdadeiras 8) Quanto ao vírus varicela zoster, é CORRETO afirmar: a) Um paciente com herpes zoster pode infectar outra pessoa, e esta ter varicela, caso seja susceptível. b) A Síndrome de Ramsay-Hunt ocorre devido à reativação do vírus nos gânglios das cadeias paravertebraís torácicas. c) A vacina feita com vírus vivo atenuado(cepa de Oka) tem baixa taxa de soroconversão em crianças. d) Um indivíduo imunocomprometido, em contato com o fluido das vesículas de paciente com herpes zoster, tem alta possibilidade de desenvolver herpes zoster Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 MICOSES SUPERFICIAIS São infecções fúngicas que acometem as camadas superficiais da pele, pelos e unhas. DERMATOMICOSES São infecções causadas por fungos que não têm a capacidade de invadir tecidos queratinizados. Ou seja, são comensais que vivem sobre a pele, mas que penetram nela a partir de alguma lesão, passando a se alimentar de restos epiteliais ou produtos de excreção. PTIRÍASE VERSICOLOR Agente causador Malassezia sp. (Principal espécie: Malassezia furfur*) * Eventualmente pode estar associado os fungos M. pachydermatitis e M. sympodialis Epidemiologia Comum em adolescentes e adultos jovens (hiperoleosidade). Menos frequente em crianças e idosos. Comum em áreas de climas tropicais e subtropicais (áreas de clima quente e úmido) Quadro clínico Lesão: máculas hipocrômicas, eritematosas ou hipercrômicas; bem delimitadas, de variáveis formas e tamanhos, com descamação fina. Quadro assintomático. Zileri positivo: descamação à hiperextensão da pele. Predomínio das lesões em áreas seborreicas (ricas em gordura) - o fungo é lipofílico: dorso superior, pescoço, ombros e parte proximal dos MMSS. Diagnóstico Clínico !! → Zileri e Besnier (ou da unhada) Luz de Wood: cor róseo-dourada Exame micológico direto: leveduras e pequenas hifas (aspecto de “macarrão com almôndegas”) Tratamento Tópico Sulfeto de selênio 2,5 %, xampus de cetoconazol, imidazólicos spray Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 Sistêmico Azólicos: Itraconazol 200mg/dia por 7 dias, Fluconazol 450 mg dose única, Cetoconazol 200mg/dia por 10-20 dias. Recidivas Manter tópicos Sistêmicos: azólicos (Itrazonazol 400mg/mês por 6m, Fluconazol 450mg/mês por 6m, Cetoconazol 200mg 3dias, 1x ao mês por 6 meses. _________________________________________________________ A hipocromia persiste após cura clínica (=ausência de descamação fina), sendo recomendado para o paciente exposição ao sol por alguns minutos para repigmentação. Por que da hipopigmentação ? O fungo produz ácido azelaico (ácido dicarboxílico), que tem a propriedade de inibir a tirosinase, a qual atua na produção da melanina. O ácido azelaico é produzido a partir de lipídios existentes na pele. Além disso, o acúmulo de fungos na pele funciona como um anteparo físico (uma camada) mais clara. DERMATOFITOSES São infecções causadas por fungos filamentosos, com capacidade de invadir tecidos queratinizados do homem e de animais. Ou seja, são parasitos que usam a queratina como fonte de subsistência. Produzem enzimas que facilitam a adesão e invasão da ceratina ! Agente causador Microsporum, Trichophyton ou Epidermophyton Tipos Tínea capitis • Transmissão: contato direto ou fômites • Comum em crianças e rara em adultos • Tipos: tonsurantes (tricofítica e microspórica) e tínea favosa o Tricofítica: lesões múltiplas o Microspórica: lesão única Tricofítica Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • Lesão: áreas de alopecia com pelos tonsurados, podendo estar associado a eritema ou descamação. • Kerion celsi: inflamação aguda e intensa por tínea capitis que causa alopecia cicatricial. Tínea cruris • Lesão: placa anular com borda eritematosa e descamativa e clareamento central. Localizada na região crural. • Polpa a bolsa escrotal! (importante para diferenciar da candidíase) Tínea pedis • “Pé de atleta” • Transmissão: contato direto ou ambientes contaminados • Variantes: interdigital, escamosa e vesicobolhosa • Lesão: eritema, escamas ou vesículas na região plantar • Principal porta de entrada para bactérias: celulite e erisipela Tínea corporis • Transmissão: contato direto ou por fômites • Lesão: placa circinada, pruriginosa, eritematosa e descamativa com clareamento central. • Variantes clínicas o Granuloma de Majocchi: é uma infecção fúngica no cabelo, folículos pilosos e, muitas vezes, a derme circundante apresenta reação granulomatosa. Geralmente é causada pelo T. rubrum. Ocorre com mais frequência em mulheres que raspam suas pernas. o Tínea imbricada (ou chimberê): lesões escamosas que se Microspórica Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 imbricam e têm crescimento excêntrico. É causada pelo T. Concentricum. Onicomicose • Geralmente associada a Tínea pedis • Formas: distal e lateral, superficial branca, proximal subungueal, distrófica total. • Clínica: onicólise, hiperceratose ungueal Diagnóstico • Exame micológico direto • Cultura Tratamento Tópico • Imidazólicos: isoconazol, tioconazol, econazol, 1x a 2x/dia por 6 semanas. Sistêmico • Itraconazol 100 a 200mg/dia 7 a 14d • Fluconazol 150 a 300 mg/semana • Terbinafina 250 mg/d Tínea capitis: Griseofulvina 15 a 20mg/kg até 500 mg/dia por 6 semanas; Terbinafina 250 mg/dia Onicomicoses: Tratamento demorado e difícil. Se for 1 unha, tratar com esmalte antifúngico. Se for mais de 1 unha, tratamento sistêmico com Terbinafina, Itraconazol ou Fluconazol. Dermatofítides: reação de hipersensibilidade à presença de dermatofitose. Apresenta foco à distância. Capitis Cruris Pedis Corporis Onicomicose T. Rubrum x x x T. Mentagrophytes x x x T. Tonsuras X (Tonsurante) Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 T. Schonleinii X (Favosa) E. Floccosum x x M. Canis X (Tonsurante) x Candidíase Definição Infecção por fungos do gênero Cândida, que é uma levedura comensal, ou seja, é encontrada naturalmente na pele e mucosas. Contudo, devido a um desequilíbrio cândida-hospedeiro, há o desenvolvimento da doença, que afeta pele, mucosas, corrente sanguínea e cavidades. Agente causador Cândida Albicans Candidíase oral • Afeta principalmente crianças recém-nascidas, idosos com prótese dentária e imunossuprimidos. • Lesão: Placas cremosas e esbranquiçadas, isoladas ou confluentes, que podem afetar toda a boca. São facilmente removíveis com espátula. • Queilite angular: eritema, fissura e maceração nos ângulos da boca. • Glossite romboidal mediana: placa eritematosa e brilhante na região central da língua. Intertrigo por cândida • Candidíase em dobras cutâneas: inguinocrural, sulco interglúteo, interdigital, inframamária, axilas e dobras do abdome. • Lesão: erupção pruriginosa com placas eritematosas, úmidas, com pápulas e pústulas satélites. Paroníquia • Inflamação da pele ao redor das unhas (sobras periungueais) causando distrofia ungueal. A pressão é dolorosa e pode provocar a liberação de um líquido seropurulento. • Agente: C. Albicans + outros fungos e bactérias (Stafilo, Strepto, Pseudomonas aeruginosa, Proteus Mirabilis). Andressa Nogueira Cardoso – Medicina UECE 2025.1 • É causada pelo contato continuado com água, sabão e detergentes. Diagnóstico • Exame micológico direto • Cultura Tratamento • Controle de fatores predisponentes • Imidazólicos tópicos • Candidíase oral: bochechos com Nistatina. • Tratamento sistêmico: Itraconazol 100 a 200mg, Fluconazol 150 a 300mg/dia, Anfotericina B (em quadros graves) Micoses-superficiais-Questões-2021-uece 1) Em relação às micoses superficiais, assinale a opção CORRETA: a) Pitiríase versicolor atinge especialmente mulheres da raça negra, tendo maior prevalência na vida adulta. b) No tratamento sistêmico das dermatofitoses, dispensa-se o tratamento tópico c) O T. rubrum é quase sempre o agente das onicomicoses
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