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Curso Desvendando o PPP - Inicial Auxílio Doença Acidentário

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 	VARA CÍVEL DA COMARCA DE 	/MG
QUALIFICAR, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados (instrumento de mandato anexo), propor
AÇÃO EM RITO ORDINÁRIO DE TRANSFORMAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO EM ACIDENTÁRIO, C/C CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO E PAGAMENTO DE DIFERENÇAS
em	face	do	INSTITUTO	NACIONAL	DO
SEGURO SOCIAL - INSS, (QUALIFICAR, pelas seguintes razões de fato e de direito:
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
O demandante é transportador de carga e descarga, exerce seu ofício de forma extremamente extenuante, com sobrecarga de pesos acima de 50kg, vindo a adquirir moléstia profissional.
Atualmente o demandante é portador de Osteoartrose primária generalizada CID10 – M150 e Deslocamentos discais intervertebrais CID10 – M512, já estabelecidos na coluna vertebral como sequela. Ainda, sofre de Dor lombar, dentre outros.
O demandante está recebendo o benefício de auxílio doença previdenciário/ordinário, com data de cessação já marcada para o dia
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 (
Proibida qualquer forma de divulgação comercial desta petição, sendo propriedade intelectual do IDA Cursos
)
 	. Todavia, conforme se depreende dos documentos em anexo, trata-se de moléstias profissionais, adquiridas em razão da sua profissão de transportador de carga/descarga, motivo pelo qual, deveria estar recebendo benefício por doença acidentário.
É sabido que a profissão supracitada exige enorme esforço físico, prejudicando a vida profissional do obreiro. Essa doença profissional de natureza ortopédica foi desencadeada em função das condições de trabalho, se relacionando diretamente com este, o que poderá ser apurado mediante prova pericial médica.
pretensão, in verbis:
Destarte, a Lei 8.213/91 resguarda o direito da
“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.”
Ademais, a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais é pacífica em casos semelhantes, senão vejamos:
EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO - PREVIDENCIÁRIO - RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO - CONSTATADA A INCAPACIDADE DO SEGURADO DECORRENTE DO TRABALHO - TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO - DIA SUBSEQUENTE À CASSAÇÃO - DESCONTO
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DAS PARCELAS VENCIDAS DURANTE O PERÍODO EM QUE A SEGURADA EXERCEU ATIVIDADE REMUNERADA - APELAÇÃO PREJUDICADA.
· Deve ser concedido à Segurada o auxílio- doença acidentário se comprovada sua incapacidade temporária para o trabalho em decorrência de acidente de trabalho ou de doença	profissional.
· Consoante jurisprudência do STJ, o termo inicial para o restabelecimento do benefício de auxílio-doença acidentário corresponde ao dia imediatamente posterior ao da respectiva cassação.
· Devem ser descontadas das parcelas devidas, aquelas que venceram durante o período em que a Segurada exerceu atividade remunerada com vínculo empregatício. (TJMG - Apelação Cível 1.0145.11.028689-8/001, Relator(a): Des.(a) Aparecida Grossi , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/04/2016, publicação da súmula em 03/05/2016)
Ainda, há que se falar na necessidade ne posterior conversão em aposentadoria por invalidez decorrente e acidente do trabalho, tendo em vista as condições sociais do demandante, quais sejam: a idade avançada, a profissão de transportador de carga/descarga, baixo grau de escolaridade aliado a pouca chance de reinserção ao mercado de trabalho.
Nesse sentido, a jurisprudência também é pacífica, in
verbis:
ACIDENTE DE TRABALHO. LESÃO INCAPACITANTE	CONSIDERADAS	AS CONDIÇÕES PESSOAIS DO SEGURADO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEVIDA. TERMO INICIAL DA CONCESSÃO. - Faz jus à
aposentadoria por invalidez o obreiro acidentado durante período em que se encontrava prestando serviços a seu empregador, se do evento resultou lesão incapacitante para o exercício de suas funções habituais, consideradas as condições pessoais do segurado. - O termo 'a quo' da percepção de aposentadoria por invalidez é a
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data da juntada do laudo pericial aos autos, quando a incapacidade	não	for	reconhecida administrativamente. (Número do processo: 1.0470.03.011178-0/001(1) Númeração Única: 0111780-51.2003.8.13.0470 Relator: DUARTE DE
PAULA Data do Julgamento: 24/05/2006 Data da Publicação: 07/07/2006)
Consigna-se, ele está total e permanentemente incapaz para o labor, em face de sua profissão específica.
Ante a relação e nexo causal entre a atividade profissional do obreiro, faz-se necessário a conversão do benefício de auxílio-doença ordinário/previdenciário para o auxílio-doença acidentário.
Ademais, diante das lesões incapacitantes aliadas à extenuante atividade profissional e as condições sociais do obreiro, é necessária, posteriormente, a conversão em aposentadoria por invalidez decorrente de acidente do trabalho.
O demandante está incapaz para o exercício laboral, conforme perícia da própria autarquia previdenciária e laudo médico anexo, caracterizando a permanência da moléstia. A não concessão da aposentadoria por invalidez decorrente de acidente do trabalho está reduzindo a renda do autor.
DA INEXISTÊNCIA DE NECESSIDADE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, “IN CASU”
No que se refere ao requerimento administrativo, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em sede de repercussão geral (art. 543-B, CPC/1973 – art. 1.036, NCPC/2015), firmou o entendimento da necessidade de prévio requerimento administrativo à propositura de ação judicial em que se busca a concessão de benefício previdenciário. No entanto, excetuou essa exigência nas hipóteses de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, caso dos autos.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Meritíssimo(a), o demandante necessita dos benefícios da gratuidade de justiça, tendo em vista ser pobre na acepção jurídica do termo, bem como a insuficiência de recursos para pagar os preparos e despesas processuais, sem sacrifício do próprio sustento e de sua família.
Nesse sentido, o NCPC, Lei 13.105/2015, trás os
seguintes termos:
“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na
 (
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Proibida qualquer forma de divulgação comercial desta petição, sendo propriedade intelectual do IDA Cursos
)
petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.
§ 5o Na hipótese do § 4o, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade.§ 6o O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos.
§ 7o Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.”
Ante o exposto, diante da hipossuficiência e impossibilidade de arcar com os preparos processuais, o demandante merece a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça.
DO PEDIDO
Pelo exposto, o demandante requer o seguinte:
a) A antecipação dos efeitos da tutela quando da prolação da sentença, sem prejuízo de novo pedido no curso do processo, caso o benefício temporário do Autor seja cessado, para a transformação do auxílio doença previdenciário em acidentário, e sua manutenção ou concessão de aposentadoria por invalidez acidentário, consoante o resultado prático da perícia, e a livre convicção do Julgador;
b) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu Procurador Regional, para os termos da presente ação e para que, querendo, a conteste, no prazo legal, sob pena de revelia;
c) Que seja julgado também procedente o pedido de concessão de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho, retroagindo o pagamento desde a data da concessão do primeiro auxilio doença concedido no INSS, inclusive com o pagamento das diferenças de 9% dos valores apurados, referente a diferença da RMI do auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, conforme o resultado prático da perícia, com o pagamento das parcelas em atraso com juros e correção monetária.
d) A condenação do sucumbente nas custas e honorários de 20% fixados sobre o quantum apurado como parcelas tidas como vencidas e, ainda, sobre a anuidade de prestações vincendas, devendo as parcelas em atraso serem atualizadas na forma da lei.
e) Ao final, após o pedido ser julgado totalmente procedente, cf. pugnado nos subitens anteriores, ESTABELECER MULTA diária por eventual descumprimento da obrigação por parte da requerida, na base em que Vossa Excelência houver por bem fixar, nos exatos termos dos artigos 497/499 do NCPC;
f) Na lisonjeira hipótese da perícia médica judicial certificar que a incapacidade da autora não seja definitiva e sim provisória, que seja mantido o benefício de auxílio-doença acidentário, determinando que eventual suspensão do benefício somente possa se dar mediante autorização judicial.
g). A concessão dos benefícios da Gratuidade de Justiça, uma vez que não reúne condições financeiras de arcar com os preparos e despesas do processo, com fulcro no artigo 98 e seguintes do CPC;
DAS PROVAS E VALOR DA CAUSA.
Pretende e requer pela produção todas as provas úteis e necessárias ao julgamento do processo, principalmente pela realização da perícia-médica em ORTOPEDIA a ser determinada por este douto Julgador e dá à causa o valor de R$ 10.560,00 (dez mil quinhentos e sessenta reais), referente à doze meses no valor de uma prestação mensal do benefício em tela.
Por derradeiro, vem informar que o demandante tem interesse na audiência de conciliação, conforme disposto no Inciso VII do artigo 319 da lei 13.105/2015.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local e data advogados

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