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Tuberculose pulmonar AGENTE ETIOLÓGICO: Existem sete espécies, porém a que mais importa é a M. tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A ocorrência de M. bovis se dá mais em locais que consomem leite e derivados não pasteurizados ou não fervidos de rebanho bovino infectado, além de pessoas que residem em áreas rurais e em profissionais do campo (veterinários, ordenhadores, funcionários de matadouros). TRANSMISSÃO: A transmissão se dá por via área de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina os bacilos no ambiente por meio da exalação de aerossóis oriundos da tosse, da fala ou do espirro. Bacilífero é a pessoa que tem TB pulmonar ou laríngea com a baciloscopia positiva no escarro (esses casos têm maior potencial de transmissão, mas pacientes com outros exames positivos também podem transmitir). Fatores exógenos para infecção: infectividade do caso-fonte, duração do contato e o tipo de ambiente partilhado. Os pacientes com escarro positivo transmitem anualmente a TB para 10 ou 15 pessoas. A infecção prévia não confere imunidade e, por isso, recidivas podem acontecer. DIAGNÓSTICO DE TB: Sintomático respiratório = tosse por 3 semanas ou mais. Diagnóstico clínico • TB pulmonar: Sintomas clássicos como tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento. TB miliar se refere a um aspecto radiográfico específico que pode acontecer na forma primária ou secundária da TB. É uma forma grave da doença que costuma acometer mais imunodeprimidos • TB extrapulmonar: A sintomatologia depende do órgão acometido. A incidência aumenta em pacientes coinfectados com HIV. Existe a TB pleural, empiema pleural tuberculoso, TB ganglionar periférica; TB meningoencefálica; TB pericárdica; TB óssea. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Síndrome consumptiva, pneumonias de resolução lenta e casos de febre de origem indeterminada. Na forma pulmonar, os principais devem ser: silicose, infecções fúngicas, neoplasias, infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças autoimunes, embolia pulmonar. DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO: A pesquisa é importante tanto para o diagnóstico quanto para o controle de tratamento da TB. ➔ Baciloscopia direta: pesquisa do bacilo pelo método de Ziehl-Nielsen. o Coletar duas amostras, a primeira no primeiro contato, e a segunda no dia seguinte. ➔ Teste rápido molecular para TB: indicado mais para os casos em adultos e adolescentes. Utilizado para detectar DNA dos bacilos e triagem de cepas resistentes à rifampicina por PCR; necessita de apenas uma amostra do escarro. ➔ Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade: a cultura pode ser em meio sólido ou líquido; há demora no crescimento bacteriano, podendo alcançar até 8 semanas. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: 1) Radiografia de tórax = podem ser encontrados padrões radiológicos sugestivos de atividade da doença como cavidades, nódulos, consolidações, massas, processo intersticial miliar, derrame pleural e alargamento mediastinal. Deve ser solicitado para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. 2) TC de tórax = é útil na avaliação mais pormenorizada de alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos e está indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia está limpa e também na diferenciação com outras doenças torácicas. Outras alterações: foco primário ou nódulo de Ghon; necrose caseosa; granulomas DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: Avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia também pode ser usado nos casos de doença difusa e na forma extrapulmonar. Também busca identificar o granuloma com necrose de caseificação – compatível com o diagnóstico de TB. Se o granuloma não possui necrose de caseificação deve se ter cuidado (pode ser sarcoidose ou silicose, por exemplo). INFECÇÃO LATENTE – DIAGNÓSTICO: É quando uma pessoa saudável foi exposta mas não se infectou, apresentando imunidade parcial ao bacilo. Não apresentam sintoma e não transmitem a doença, mas são identificados por testes. Antes se afirmar que o individuo tem TB latente, deve-se excluir que a TB não esteja ativa. A prova tuberculínica é utilizada para diagnóstico de ILTB. TRATAMENTO: O tratamento é dividido em fases de ataque e de manutenção. Fase de ataque = 2 meses de RHZE e 4 meses de RH. Para crianças menores de 10 anos são 3 fármacos na fase de ataque RHZ e dois na fase de manutenção RH. Esquema para adultos e adolescentes: Esquema para crianças menores de 10 anos: Os medicamentos devem ser ingeridos diariamente e de uma única vez. No caso de nefropatia, deve-se conhecer o clearence da creatinina para iniciar o esquema e realizar o ajuste de dose. SEGUIMENTO: Acompanhamento mensal com monitoramento do peso, avaliação da evolução e regressão da doença. Realizar baciloscopia mensal nos casos de TB pulmonar (espera-se que negative a partir do final da segunda semana de tratamento). Baciloscopia positiva no final do segundo mês de tratamento = solicitar cultura para micobactéria com teste de sensibilidade e prolongar a fase de ataque por mais 30 dias. Reações adversos do esquema básico = mudança da coloração da urina, intolerância gástrica, alterações cutâneas, icterícia e dores articulares. TRATAMENTO DA INFECÇÃO LATENTE: Recém-nascidos expostos não devem receber a vacina BCG – a recomendação é usar isoniazida por três meses e após esse período fazer o PPD. Se for positivo (= ou > 5mm) manter por mais três meses (nesse caso ele não recebe a vacina da BCG). Caso o resultado seja negativo, suspende-se o tratamento e realiza a vacina. Regime com isoniazida = por 6 a 9 meses; adultos de 5 a 10mg/kg/dia e crianças < 10 anos 10mg/kg/dia (dose máxima de 300mg/dia). Regime com rifampicina = preferencial para pacientes com mais de 50 anos, crianças menores de 10 anos, hepatopatas. 4 meses de tratamento. Adultos 10mg/kg/dia e crianças < 10 anos 15mg/kg/dia (dose máxima de 600mg/dia).
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