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RESPOSTA INFLAMATÓRIA Quando pensamos em inflamação, temos que pensar que terá inicio pela presença de algum fator, que chamamos de indutor. Esses indutores que vão permitir que haja o estabelecimento do processo inflamatório vão precisar se ligar em receptores presentes na membrana de células relacionas à imunidade inata. Esses receptores podemos dizer que são sensores, ou seja, são fatores que vão permitir que haja uma mudança no comportamento de células frente a um indutor, frente a um estímulo diferente. Uma vez que há a presença de ativação desses sensores, isso gera a formação, liberação de mediadores. Esses mediadores vão transformar essa célula ou o ambiente onde está ocorrendo esse insulto e isso vai permitir com que haja a formação de mediadores efetores do processo inflamatório. Em relação aos indutores, podemos dizer que esses indutores, ou seja, que esses fatores que geram a inflamação, que eles são exógenos ou endógenos. De modo que a ideia de que uma inflamação só ocorre em função do contato do hospedeiro com um patógeno não é verdade. Esse fator exógeno pode ser de fato um patógeno, mas ele também pode ser algum fator não patogênico como os alérgenos, como outras substancias irritantes, qualquer outro corpo estranho ou compostos tóxicos. Esses fatores endógenos, ou seja, algo que seja produzido, que seja liberado em função de uma alteração no ambiente fisiológico normal. Pode ser por exemplo, coisas liberadas por células que estejam morrendo, tecidos que estejam sendo alterados (por exemplo, uma queimadura. Isso leva a exposição, por exemplo, de componentes da matriz extracelular ou o colágeno, são coisas derivadas do tecido que não estavam presentes antes e que passam só a ficar expostas mediante uma alteração do tecido normal.), derivados plasmáticos ou derivados da ECM (matriz extracelular). Normalmente esses fatores endógenos serão sinais que são liberados de estresse ou mal funcionamento de tecido ou células mortas, de tecido, então, danificados. Há presença também de cristais endógenos, ou seja, de fator de algum componente inerte também é capaz de gerar uma alteração, uma resposta inflamatória ou produtos da matriz extracelular que ficam expostos após uma ruptura da matriz tal como ela deve se encontrar fisiologicamente. Então, esses indutores sendo liberados, sabemos que vão se ligar nos seus sensores para que haja geração de alterações nos tecidos, nas células, vão permitir então que haja presença de células, de fatores (efetores) que vão permitir o estabelecimento desse processo inflamatório que será um mecanismo da resposta imunológica. Os micróbios (esses patógenos) possuem uma série de moléculas diferentes que são os PAMPs, que são moléculas que tem padrões moleculares que são comuns dentro de determinados grupos, por exemplo LPS que é de bactérias gram-negativas. Então, esses PAMPs de patógenos, de fatores de virulência serão capazes de se ligar nos seus receptores que são os PRRs (receptores que reconhecem esses PAMPs) e isso é capaz de levar justamente a liberação de mediadores e ao estabelecimento de efetores para que haja o início ao estabelecimento do quadro inflamatório. AULA 5 - IMUNOLOGIA TEÓRICA 1 A inflamação tem como causa vários aspectos: injúria tecidual pode gerar um processo inflamatório da mesma forma que um estresse tecidual. Essa resposta imunológica que chamamos de inflamação terá resultados fisiológicos, que podem ser: mecanismos imunes do hospedeiro contra infecção, isso é o que se espera quando se tem um patógeno que se gera então os mecanismos necessários para eliminação desse patógeno. Quando se tem uma injúria tecidual o que espera é que esse processo inflamatório permita que haja uma resposta de reparação tecidual. Quando se faz um corte, espera que o tecido se recompõe e volte a ficar com a pele na mesma forma que estava antes do corte. Em relação ao mau funcionamento e estresse tecidual o que acontece como resultado fisiológico é uma adaptação ao estresse. Hoje em dia essa resposta inflamatória está sendo entendida como uma resposta do organismo na tentativa de se manter a homeostasia. Então, mais do que esses termos de defesa do sistema imune, ou seja, o patógeno atacou e o sistema imune defende. Agora, estamos entendendo o sistema imune dentro desse contexto como uma resposta que vai ocorrer para que a homeostasia volte a se estabelecer, ou seja, para que seu organismo volte a funcionar de forma adequada. Porque tem situações que, por exemplo, uma alteração fisiológica na diabete, vai gerar um estresse fisiológico e que se enquadra dentro de requisitos inflamatórios. Então, nesse caso de um problema de mau funcionamento tecidual, foge a essa noção de infecção ou de uma injúria como um corte ou uma queimadura. Então, temos alguma coisa que passou a funcionar de forma diferente. Esse funcionamento naturalmente de forma diferente vai levar a um estresse tecidual, uma alteração fisiológica e o que o organismo tenta fazer com a montagem quando ele monta uma resposta inflamatória é restabelecer um mecanismo, um funcionamento fisiológico que não gere mais distúrbios a esse organismo. Isso acontece na diabete, na obesidade. Hoje em dia entende algumas doenças como também um processo inflamatório, dentro desse contexto de processo inflamatório. Entende esse processo inflamatório que ocorre no mau funcionamento ou estresse tecidual como uma adaptação ao estresse e uma restauração da homeostasia. Por isso é difícil um obeso emagrecer e manter o peso, porque justamente houve uma adaptação a essa alteração fisiológica de modo que há uma mudança no ponto de controle. Então, agora o organismo se adaptou a esse ponto e para voltar a um estágio diferente disso fica mais difícil. Então, isso ocorre na obesidade e para outras doenças cuja o desenvolvimento da doença também entra nesse conceito de processo inflamatório. Então, o processo inflamatório pode ser visto como uma tentativa do organismo de se restabelecer a homeostasia. 2 Percebemos o processo inflamatório através de sinais cardinais. Esses sinais cardinais são: rubor, calor, tumor (edema), dor ou alteração da função tecidual, que pode ocorrer em alguns casos. Então, esses sinais cardinais, que é o que a gente percebe do processo inflamatório, será resultado da vasodilatação, do aumento na permeabilidade vascular, do acúmulo de plasma no tecido, do aumento no fluxo sanguíneo e da migração de leucócitos. Então, essas alterações fazem com que haja o aparecimento de vários aspectos fisiológicos e que são percebidos seja pela região ficar mais quente, pela região ficar mais vermelha, pela região ficam inchada. Então, esses sinais são resultados dessas alterações (efeitos) que ocorre para o estabelecimento do processo inflamatório. Isso é uma exemplificação. Então, o calor é a região que fica mais quente, o rubor vermelho, o edema é o inchaço, a dor sente-se algo em função dessa modificação fisiológica que pode ser local ou sistêmica e em alguns casos em função de todas essas alterações pode haver a perda de função. Tudo isso ocorrerá em função de alterações que serão resultados de eventos complexos. (slide abaixo) A inflamação é uma alteração vascular complexa que vai ocorrer pela atuação de diversos fatores, sejam celulares ou a partir de proteínas plasmáticas. Então, temos um conjunto de fatores que levam a alterações vasculares importante que culminam naquelas alterações (aumento de permeabilidade, alteração do fluxo sanguíneo...) que vão provocar essa formação desses sinais cardinais. Um exemplo de moléculas que atuam nesse processo são as proteases plasmáticas. As proteases plasmáticas são mediadores presentes na imunidade inata, ou sejam, estão no plasma, não há necessidade de nenhum fator muito especifico para que se tenha a produção desses fatoresde modo que pela própria presença do colágeno, membrana basal ou plaquetas ativadas, ou seja, alterações no tecido, alterações fisiológicas, aqui no caso evidenciadas pelas plaquetas ativadas, isso leva a ativação do fator XII que é esse fator de Hageman e ativação desse fator XII leva a formação da sua porção ativada, que até então ele circulava no seu formato inativo, e quando ele se torna o fator XIIa, ele está ativado e esse fator XIIa pode atuar no desencadeamento de uma cascata cinina como no desencadeamento da cascata de coagulação. No caso da cascata Cinina, o fator XIIa vai clivar Pré-Calicreina e Calicreina. A Calicreina vai atuar na clivagem desse zimogênio de alto peso molecular (CAPM) e a clivagem desse fator pela Calicreina que vai gerar a Bradicinina. Essa Bradicinina será um fator muito importante nesse estabelecimento do processo 3 inflamatório porque ele atua também na permeabilidade vascular e ela atua também na geração de dor. A dor é um processo fisiológico importante para contenção do indivíduo. No caso, essa dor faz com que o indivíduo fique mais quieto e ele ficando mais quieto o metabolismo dele pode ser direcionado para a resolução desse processo, ou seja, para que consiga mais rapidamente voltar a homeostasia. Essa Calicreina também atua no Sistema Fibrinolítico clivando o Plasminogênio em Plasmina. A Plasmina vai atuar na formação da Fibrina que será importante justamente no processo de contenção de pontos hemorrágicos. Então, para que não tenhamos hemorragias, para que os vasos não permitam o extravasamento de sangue, precisamos ter a participação da Fibrina. Isso por um lado e por outro teremos a cascata da coagulação. A cascata da coagulação vai ativar a formação de Trombina que vai clivar o Fibrinogênio em Fibrina e aí teremos da mesma forma a contenção desses pontos hemorrágicos. Junto a esses sistemas de proteases, também teremos a participação do sistema complemento. Então, temos a Plasmina que vai atuar na clivagem do C3 gerando C3a e o C3a faz parte de um produto oriundo do sistema complemento. Também é um sistema formado por diversas proteínas plasmáticas que tem algumas funções e uma das funções é também a atuação em um processo inflamatório. Então, esse C3a é capaz de se ligar em mastócito permitindo com que haja a liberação dos grânulos de mastócitos e dentro desses grânulos tem por exemplo histamina. Essa histamina ajuda nessa alteração vascular ajudando por tanto no estabelecimento da inflamação. 4 Outros fatores solúveis igualmente importantes para o estabelecimento do processo inflamatório são a geração dos eicosanoides, das prostaglandinas e também dos leucotrienos. Normalmente, a fosfolipase está presente no citoplasma da célula e quando há qualquer alteração na membrana, essa célula está sofrendo alguma injúria ou houve alguma ligação em receptor e aí uma sinalização, o que acontece é que essa fosfolipase vai para a membrana da célula e atua nos fosfolipídios da membrana celular. Havendo a liberação do ácido araquidônico dessa membrana celular, esse ácido araquidônico pode atuar nas enzimas que são as cicloxigenase ou na enzima 5-Lipoxigenase. Esse ácido araquidônico então será clivado, será modificado formando os leucotrienos ou as prostaglandinas. As prostaglandinas podem ser a PGD², PGE², PGF² alpha, sendo que a que mais ouvimos falar é a PGE². Podemos ter também a formação de Prostaciclina e de Tromboxano. No caso dos Leucotrienos teremos a formação também de alguns tipos diferentes como o E4, D4 e C4. Esses leucotrienos terão uma importância muito grande (C4 e D4 principalmente) na região de pulmão. Eles terão uma importância em vasodilatação, broncoespasmo e aumento da permeabilidade na região do trato respiratório. Os leucotrienos atuam também em outros locais. É um importante quimiotático para neutrófilos em processos infecciosos. No caso das prostaglandinas, elas vão atuar tanto na vasodilatação e na potencialização do edema. Os tromboxanos atuam principalmente em plaquetas e Prostaciclina em células endoteliais inibindo a agregação plaquetária e atuando também na vasodilatação, ou seja, elas ajudam para que haja esse aumento de permeabilidade vascular. Então, são chamados mediadores lipídicos. Esses mediadores que são formados a partir do ácido araquidônico. 5 Tem mediadores que serão produzidos mediante o reconhecimento de patógenos por PRRs que vão reconhecer as moléculas PAMPs que são esses padrões moleculares presentes dentro de grupos de patógenos. O LPS é exemplo de um PAMP. Essa imagem é o exemplo de um macrófago. O macrófago pode fazer esse reconhecimento. O roxo é o PRR do macrófago que está reconhecendo o PAMP de patógeno e aí esse fagócito fagocitando esse microrganismo, ele vai processar esse microrganismo e juntamente com esse processo, essa célula vai se tornar uma célula efetora, cuja alteração vai permitir que ela seja uma célula fagócito muito mais efetivo, vai permitir com que haja a liberação de mediadores que essa célula vem a produzir e vai permitir também que haja expressão de receptores diferentes. Então, juntamente com os mediadores solúveis já presentes, teremos que as células da imunidade inata e células de que uma forma é capaz de fagocitar terão também um protagonismo importante porque elas também serão capazes de secretar mediadores, ou seja, moléculas que juntamente com outras moléculas vão ajudar no estabelecimento desse processo inflamatório. Aqui são exemplos de ligação de bactérias gram-positivas e gram- negativas com diversos receptores na superfície do patógeno. Na gram-positiva por exemplo o TLR2,6 que é o exemplo de um PRR, os outros também são receptores de complemento. Então, vários exemplos de receptores PRRs serão capazes de atuar na indução do processo inflamatório mediante a participação desses fagócitos que vão se tornar células efetoras com produção de mediadores. 6 Aqui um exemplo desses macrófagos que são ativados. Eles vão passar a expressar receptores que antes não expressavam. Só pra termos uma ideia de como era o perfil dele antes (primeiro quadro da vertical) e depois que ele entrou em contato com esse patógeno (quadro sozinho). Vai expressar as moléculas de MHC porque são as moléculas que permitem a ligação de moléculas antigênicas ainda dentro desse macrófago e com isso esse macrófago pode apresentar antígeno para linfócito T. O que acontece é que uma vez que há a ligação nesses receptores da imunidade inata (primeiro quadro da vertical) esse macrófago será capaz de secretar citocinas e quimiocinas (segundo quadro da vertical) e esse macrófago será um fagócito muito mais eficiente (terceiro quadro da vertical) além de poder, em função desses novos receptores que ele expressa, dele poder atuar na amplificação dessa resposta imunológica (quadro sozinho). Então, além dos mediadores proteases e mediadores lipídicos, podemos citar as citocinas e as quimiocinas que serão secretadas em um primeiro momento pelas células da imunidade inata que estão fazendo esse contato inicial com o patógeno e juntamente com todos esses mediadores solúveis, as citocinas e as quimiocinas vão atuar para que a inflamação realmente se estabeleça. 7 Aqui exemplo de citocinas produzidas. Então, temos a IL-1B ativando endotélio. Ela também será importante para ativar linfócitos. A TNF-a também atua nas células endoteliais. Serão importantes na migração das células para linfonodos. A IL-6 na ativação de linfócitos e também para produção das proteínas de fase aguda. O CXCL8 é uma quimiocina que será importante para recrutar mais células como neutrófilos, basófilos e células T para o sítio inflamatório. O processo inflamatório normalmente começa no tecido está tudo dentro do vaso. Essas células estão na circulação. Então, elas precisam chegar no tecido. Como elassaberão aonde elas têm que ir? Como elas vão conseguir se dirigir para esse local onde há a presença desse insumo? O que justamente faz com que haja esse direcionamento, essa migração de células são as quimiocinas que são produzidas e essas CXCL8 que é também conhecida com IL-8, é também importante nesse processo para que tenhamos células da imunidade inata chegando no local onde está ocorrendo, no sítio inflamatório. A IL-12 também para ativar as células NK que são células que chamamos de matadoras naturais, mas serão também importantes para que se tenha a diferenciação dos linfócitos T CD4. O próprio endotélio é capaz de secretar. Lembrando que células endoteliais são as células que formam os vasos. Então, eles não são células do sistema imune, mas são muito importantes para o estabelecimento de Essa daqui é uma tabela de quimiocinas. Na realidade, essas quimiocinas são separadas em quatro grupos de acordo com os resíduos de cisteínas. Então, CC são dois resíduos de cisteínas ligados, C é só um resíduo de cisteína, CXXXC são dois resíduos de cisteína separado por 3 outros aminoácidos. Podemos ver que muitas células produzem: monócitos, linfócito T, 8 uma resposta imunológica. Eles atuam em conjunto com o sistema imunológico. Enfim, então aqui temos várias células com seus diferentes mediadores aqui produzidos. Os seus respectivos receptores e onde estão esses receptores? Nas células atraídas. Elas são atraídas porque elas têm os receptores específicos para essas quimiocinas. Esses mediadores serão importantíssimos para que tenhamos essa alteração vascular. O processo inflamatório é um processo que envolve uma alteração vascular importante e essa alteração vascular importante resultará nos sinais cardinais. Esses sinais cardinais ocorrerão em função da vasodilatação, do aumento da permeabilidade, da quimiotaxia e naturalmente isso será o resultado de uma alteração que permite que células cheguem ao local onde há essa injúria para que haja a resolução, ou seja, para que se chegue ao fundo desse processo inflamatório. Existem vários mediadores que atuam relaxando o endotélio. Esse endotélio antes tinha um tônus. Isso se perde, ele deixa de ter esse tônus, ele dilata. Essa dilatação também vai ser um pouco consequência da permeabilidade, ou seja, as células endoteliais é uma célula do lado da outra, não permitindo a saída de sangue e de nada do vaso e quando temos esse processo inflamatório há a formação desses espaços entre aa células endoteliais de modo que possa haver a saída de coisas de dentro do vaso. E que coisas vão poder sair? Células e também mediadores solúveis (representados por gotículas), ou seja, o que está sendo produzido pelas células dentro do vaso e que vão conseguir sair desses vasos e ir para os tecidos em função do aumento da permeabilidade. Então, em função dessa alteração vascular, o fluxo sanguíneo que antes tinha uma determinada velocidade perde essa velocidade. Em muitos casos chega até a ser uma estase sanguínea, ou seja, quando o sangue para em um determinado ponto. Qual é a importância da mudança nesse fluxo? Justamente porque uma das lógicas desse processo é permitir que células que estão dentro do vaso consigam atravessar o endotélio para ir para o tecido. Com o fluxo sanguíneo intenso ficaria difícil dessas células conseguirem se prender ao endotélio para fazer essa migração que é o que chamamos de diapedese. Mas agora com esse fluxo mais lento ou estacionário, essas células conseguem então passar muito calmamente por esse endotélio, ocorre também uma marginação dessas células. Então, em vez delas ficarem mais para o centro dos vasos, elas conseguem ficar na região marginal, ou seja, mais em contato com o endotélio e aí essas células vão conseguir fazer essa passagem. Isso vai permitir que células atravessem o endotélio para chegar na região do tecido. Então, porque temos o calor? Porque o sangue naturalmente é quente e se ele está ficando mais concentrado porque o fluxo deixou de estar intenso, essas hemácias, esse sangue quentinho acumulado, a gente vai perceber que a região vai ficar mais quente. Porque o rubor? Porque naturalmente o sangue é vermelho e ele está ficando concentrado em um ponto. Essa região fica também avermelhada. A formação do edema vai ocorrer porque com o aumento da permeabilidade vascular, ocorre a saída de plasma e também de células de dentro do vaso para a região do tecido. Então, essa região vai ficar com o acúmulo de coisas, então ela vai ficar inchada. A dor será também em função dos mediadores produzidos. 9 que essas células se liguem a vasos e consigam fazer esse deslocamento. Analisando as moléculas de adesão percebemos que as selectinas são as moléculas que normalmente iniciam esse processo, ou seja, são as primeiras moléculas que permitem que haja essa adesão ao endotélio. Então, ela está justamente presente no endotélio ativado e plaquetas. As integrinas são as que permitem a adesão firme ao endotélio. Ela está presente em diversos tipos celulares, como macrófagos, linfócitos T, neutrófilos, células dendríticas, ou seja, justamente nas células do sistema imune, nas células que estão dentro dos vasos e que precisam passar para região de tecido. Essas integrinas tem como ligante justamente as moléculas da superfamília de imunoglobulinas que são as ICAMs: ICAM-1, ICAM-2, ICAM-3, VCAM-1 e PECAM. Então, essas são as principais moléculas envolvidas nesse processo de adesão e de diapedese das células de dentro do vaso para as regiões do tecido. Como essas células conseguem se ligar a essa parede do endotélio para fazer essa passagem para o local onde tem a injúria? Esse processo envolve a participação de moléculas de adesão que estão representadas na imagem ao lado: integrinas, caderinas, as moléculas da família das imunoglobulinas e as selectinas. Essas são as representantes dessas moléculas de adesão que permitem 10 Inicialmente temos o que chamamos de adesão fraca. Então, precisa haver uma captura dessa célula. O fluxo sanguíneo diminui. Os leucócitos começam a passar mais encostado no endotélio e esse contato permite essa adesão fraca, ou seja, uma adesão que ainda permite esse leucócito se solte. Esse leucócito rola por esse endotélio e esse processo envolve também a possibilidade de expressão, de ativação desse endotélio, até que a ativação das integrinas, ou seja, em que elas se expressem e isso possibilita uma adesão firme, uma adesão forte que nada mais é que uma adesão estável. Essa adesão estável permite que esse leucócito permaneça um tempo suficiente no endotélio para que ele possa fazer a diapedese que é o fato dessa célula atravessar esse endotélio. De acordo com o aparecimento das células, inicialmente são as selectinas: CD62P, CD62E e aí depois começa a ter a expressão das outras moléculas que serão importantes para que se tenha realmente esse processo de diapedese. Temos outras moléculas que serão expressas durante o processo de ativação dos leucócitos junto a essa etapa de adesão ao endotélio. 11 Mais uma vez, incialmente as selectinas, depois as integrinas. Esse rolamento é a transmigração, diapedese e é claro que auxiliando esse processo, temos também no tecido a presença das quimiocinas que são esses quimiotrativos e que ajudam para que essas células passem para o tecido e consigam chegar realmente até o local onde há presença dessa injúria. O neutrófilo, o endotélio e as moléculas envolvidas. Aqui representando uma adesão firme. Como esse neutrófilo já com as integrinas firmemente preso ao endotélio para que ele possa fazer a diapedese. 12 Aqui só pra ressaltar a importância do sistema complemento, representado pela C3a, C5a e C4a ajudando também no estabelecimento da inflamação, justamente porque elas atuam tambémno aumento a permeabilidade vascular, ajudando para que células então cheguem até o ponto onde há a presença do antígeno. Só pra ter uma noção de que a inflação é um processo dinâmico que envolve fatores diversos da imunidade inata, ainda nesse momento inicial para que se culmine nessas alterações fisiológicas complexas que vão permitir realmente a montagem da resposta imunológica. No primeiro quadro temos os neutrófilos também se ligando ao endotélio e conseguindo chegar até a região dos tecidos. 13 No segundo quadro vemos a adesão por rolamento, união forte, diapedese e por fim essa migração para que eles cheguem no ponto onde há a injúria. Quando há a entrada de um espinho, naturalmente o espinho está sujo e tem bactérias que são introduzidas e essa própria lesão já por si só estimula a ativação daquelas cascatas de proteases que estão normalmente presentes na circulação e depois a ativação de células da imunidade inata. Isso começa a dar o imput inicial para que se tenha montagem da resposta inflamatória, ou seja, uma série de células se concentrando nesse local justamente para que seja removida essas bactérias que foram introduzidas juntas pelo espinho para que seja reparado esse tecido e de modo que a homeostase possa ser restabelecida. 14 Aqui mostrando mais uma vez esses vários fatores. Junto a esses processos de ativação, temos também a cascata de coagulação que também é um fator importante porque justamente vai reparar vasos. Impedir que haja pontos de hemorragia em que os vasos sejam restabelecidos. Isso aqui só para mostrar essa outra linha do processo da inflamação. Nesse processo inflamatório teremos alterações nos capilares. Na primeira imagem temos um sistema vascular normal. Na outra imagem o sistema vascular inflamado. Então, como há um aumento da permeabilidade, diminui o fluxo, há uma concentração nesse local do sangue, por isso que os vasos estão mais gordinhos justamente para mostrar esse acúmulo de sangue no local e todos esses pontinhos são as células que estão saindo justamente dos vasos e indo para a região do tecido. No processo de inflamação aguda é isso que acontece. 15 Claro que caso não haja a resolução que é a retirada desse estímulo de injúria do organismo com a restauração da função normal e do tecido de uma forma geral, quando isso então não ocorre, temos o estabelecimento de um processo inflamatório mais prevalente que continua por um tempo maior e isso pode resultar em alterações importantes no tecido que vão levar por exemplo a não reposição do tecido pelo tecido anterior, pelo tecido que antes era o responsável pela fisiologia normal. Então, pode haver a reposição no momento da restauração de tecido pela substituição por um tecido fibroso e que isso pode resultar na perda de função. o indivíduo com pneumonia pela insistência da inflamação pode resultar em pontos que ficam fibrosados, aí o pulmão deixa de funcionar da forma que deveria. Essa perda de função será uma consequência dos processos inflamatórios que chamamos de processo inflamatório crônico. Quando a fase da inflamação aguda não consegue se resolver e a persistência da injúria, por exemplo, uma doença autoimune faz com essa inflamação persista e naturalmente temos consequências desse processo. Normalmente, a inflamação é um fenômeno importante, um fenômeno que precisa ocorrer para que seja feita a vontade da resposta imune. Mas uma vez que ela persista temos o inicio de um processo de substituição, o que chamamos de fase aguda para uma inflamação crônica que naturalmente pode levar a consequências ruins para o organismo. 16 É claro que temos várias citocinas como TNF que serão importantes localmente quando pensamos na inflamação aguda, mas elas também podem ser prejudiciais quando temos processos inflamatórios, por exemplos sistêmicos. Então, quando temos a presença de patógeno, uma super estimulação do organismo do hospedeiro e há uma intensa produção de TNF-a que é uma citocina. Isso então que acontece localmente em um quadro sistêmico que é assepsie pode ser visto em todo o organismo. Então, você tem todo esse edema, todos esses sinais cardinais ocorrendo em todo o corpo. Naturalmente, isso gera um desequilíbrio em termos de circulação, de funcionamento cardíaco que pode levar a parada de vários órgãos e podem culminar com a desse paciente. 17 Na realidade, o que ocorre é uma grande integração de diversos órgãos do organismo e essa integração será dada por esses mediadores solúveis que existe aqui a representação de algumas dessas citocinas que serão importante para ligar o local onde está ocorrendo essa inflamação aguda com esses diferentes pontos que vão ser importantes para a produção de mais células de leucócitos que vão atender a essa demanda dessa resposta do sistema imune da mesma forma para que seja produzida as outras proteínas importantes daqueles sistemas já falado, também para o estabelecimento da inflamação bem como a indução, por exemplo de febre. Esse comportamento doentio que é bruto que ocorre em resposta ao estímulo inflamatório faz parte dessa resposta e é importante. A febre, por exemplo, vai ser importante para diminuir crescimento microbiano e melhorar a ação de macrófagos. Esse comportamento observado, seja de anorexia, caquexia e de aumento de temperatura, serão também consequência desses mediadores importante para que se tenha uma eficiência desse processo, um foco para que ocorra essa resolução no tempo mais rápido possível. 18 É importante ressaltar que na realidade durante o curso da resposta inflamatória, é importante que se tenha um balanço de mediadores pró-inflamatórios e que são produzidos, mas são necessários que esse balanço seja feito pela produção também no curso da resposta de mediadores anti-inflamatórios. O que se observa é que para que tenhamos uma resolução final, mais saudável para o organismo com a resolução da inflamação sem alteração de tecido, sem perda de função, precisa ocorrer tanto a produção de mediadores pró-inflamatórias quanto no decorrer do processo a liberação de mediadores anti-inflamatórias que vão frear toda essa resposta para que não haja então o desenvolvimento de uma inflamação crônica ou uma destruição tecidual que pode ocorrer pela própria ativação das células do sistema imune. Então, se ocorrer esse balanço dessas citocinas que chamamos de cross-talk, uma conversa entre esses mediadores que um puxa para um lado e o outro puxa para outro. Então, esse balanço que permite que tenhamos uma resposta inflamatória que realmente vai resultar na eliminação do patógeno e no restabelecimento da homeostasia. 19
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