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AULA 5 - RESPOSTA INFLAMATORIA

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RESPOSTA INFLAMATÓRIA 
Quando pensamos em inflamação, temos 
que pensar que terá inicio pela presença de 
algum fator, que chamamos de indutor. 
Esses indutores que vão permitir que haja o 
estabelecimento do processo inflamatório 
vão precisar se ligar em receptores 
presentes na membrana de células 
relacionas à imunidade inata. Esses 
receptores podemos dizer que são 
sensores, ou seja, são fatores que vão 
permitir que haja uma mudança no 
comportamento de células frente a um 
indutor, frente a um estímulo diferente. 
Uma vez que há a presença de ativação 
desses sensores, isso gera a formação, liberação de mediadores. Esses mediadores vão transformar essa 
célula ou o ambiente onde está ocorrendo esse insulto e isso vai permitir com que haja a formação de 
mediadores efetores do processo inflamatório. 
Em relação aos indutores, podemos dizer que esses indutores, ou seja, que esses fatores que geram a 
inflamação, que eles são exógenos ou endógenos. De modo que a ideia de que uma inflamação só ocorre em 
função do contato do hospedeiro com um patógeno não é verdade. 
Esse fator exógeno pode ser de fato um patógeno, mas ele também pode ser algum fator não patogênico 
como os alérgenos, como outras substancias irritantes, qualquer outro corpo estranho ou compostos tóxicos. 
Esses fatores endógenos, ou seja, algo que seja produzido, que seja liberado em função de uma alteração no 
ambiente fisiológico normal. Pode ser por exemplo, coisas liberadas por células que estejam morrendo, 
tecidos que estejam sendo alterados (por exemplo, uma queimadura. Isso leva a exposição, por exemplo, de 
componentes da matriz extracelular ou o colágeno, são coisas derivadas do tecido que não estavam 
presentes antes e que passam só a ficar expostas mediante uma alteração do tecido normal.), derivados 
plasmáticos ou derivados da ECM (matriz extracelular). Normalmente esses fatores endógenos serão sinais 
que são liberados de estresse ou mal funcionamento de tecido ou células mortas, de tecido, então, 
danificados. Há presença também de cristais endógenos, ou seja, de fator de algum componente inerte 
também é capaz de gerar uma alteração, uma resposta inflamatória ou produtos da matriz extracelular que 
ficam expostos após uma ruptura da matriz tal como ela deve se encontrar fisiologicamente. 
Então, esses indutores sendo liberados, sabemos que vão se ligar nos seus sensores para que haja geração 
de alterações nos tecidos, nas células, vão permitir então que haja presença de células, de fatores (efetores) 
que vão permitir o estabelecimento desse processo inflamatório que será um mecanismo da resposta 
imunológica. 
Os micróbios (esses patógenos) possuem uma série de moléculas diferentes que são os PAMPs, que são 
moléculas que tem padrões moleculares que são comuns dentro de determinados grupos, por exemplo LPS 
que é de bactérias gram-negativas. 
Então, esses PAMPs de patógenos, de fatores de virulência serão capazes de se ligar nos seus receptores que 
são os PRRs (receptores que reconhecem esses PAMPs) e isso é capaz de levar justamente a liberação de 
mediadores e ao estabelecimento de efetores para que haja o início ao estabelecimento do quadro 
inflamatório. 
AULA 5 - IMUNOLOGIA TEÓRICA
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A inflamação tem como causa vários 
aspectos: injúria tecidual pode gerar um 
processo inflamatório da mesma forma 
que um estresse tecidual. Essa resposta 
imunológica que chamamos de 
inflamação terá resultados fisiológicos, 
que podem ser: mecanismos imunes do 
hospedeiro contra infecção, isso é o que 
se espera quando se tem um patógeno 
que se gera então os mecanismos 
necessários para eliminação desse 
patógeno. Quando se tem uma injúria 
tecidual o que espera é que esse 
processo inflamatório permita que haja 
uma resposta de reparação tecidual. 
Quando se faz um corte, espera que o tecido se recompõe e volte a ficar com a pele na mesma forma que 
estava antes do corte. Em relação ao mau funcionamento e estresse tecidual o que acontece como resultado 
fisiológico é uma adaptação ao estresse. 
Hoje em dia essa resposta inflamatória está sendo entendida como uma resposta do organismo na tentativa 
de se manter a homeostasia. Então, mais do que esses termos de defesa do sistema imune, ou seja, o 
patógeno atacou e o sistema imune defende. Agora, estamos entendendo o sistema imune dentro desse 
contexto como uma resposta que vai ocorrer para que a homeostasia volte a se estabelecer, ou seja, para 
que seu organismo volte a funcionar de forma adequada. Porque tem situações que, por exemplo, uma 
alteração fisiológica na diabete, vai gerar um estresse fisiológico e que se enquadra dentro de requisitos 
inflamatórios. Então, nesse caso de um problema de mau funcionamento tecidual, foge a essa noção de 
infecção ou de uma injúria como um corte ou uma queimadura. Então, temos alguma coisa que passou a 
funcionar de forma diferente. Esse funcionamento naturalmente de forma diferente vai levar a um estresse 
tecidual, uma alteração fisiológica e o que o organismo tenta fazer com a montagem quando ele monta uma 
resposta inflamatória é restabelecer um mecanismo, um funcionamento fisiológico que não gere mais 
distúrbios a esse organismo. Isso acontece na diabete, na obesidade. 
Hoje em dia entende algumas doenças como também um processo inflamatório, dentro desse contexto de 
processo inflamatório. Entende esse processo inflamatório que ocorre no mau funcionamento ou estresse 
tecidual como uma adaptação ao estresse e uma restauração da homeostasia. Por isso é difícil um obeso 
emagrecer e manter o peso, porque justamente houve uma adaptação a essa alteração fisiológica de modo 
que há uma mudança no ponto de controle. Então, agora o organismo se adaptou a esse ponto e para voltar 
a um estágio diferente disso fica mais difícil. Então, isso ocorre na obesidade e para outras doenças cuja o 
desenvolvimento da doença também entra nesse conceito de processo inflamatório. 
Então, o processo inflamatório pode ser visto como uma tentativa do organismo de se restabelecer a 
homeostasia. 
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Percebemos o processo inflamatório através de 
sinais cardinais. 
Esses sinais cardinais são: rubor, calor, tumor 
(edema), dor ou alteração da função tecidual, que 
pode ocorrer em alguns casos. Então, esses sinais 
cardinais, que é o que a gente percebe do 
processo inflamatório, será resultado da 
vasodilatação, do aumento na permeabilidade 
vascular, do acúmulo de plasma no tecido, do 
aumento no fluxo sanguíneo e da migração de 
leucócitos. Então, essas alterações fazem com 
que haja o aparecimento de vários aspectos 
fisiológicos e que são percebidos seja pela região ficar mais quente, pela região ficar mais vermelha, pela 
região ficam inchada. Então, esses sinais são resultados dessas alterações (efeitos) que ocorre para o 
estabelecimento do processo inflamatório. 
Isso é uma exemplificação. 
Então, o calor é a região que fica mais 
quente, o rubor vermelho, o edema é o 
inchaço, a dor sente-se algo em função 
dessa modificação fisiológica que pode ser 
local ou sistêmica e em alguns casos em 
função de todas essas alterações pode 
haver a perda de função. Tudo isso 
ocorrerá em função de alterações que 
serão resultados de eventos complexos. 
 
 
 
 
(slide abaixo) A inflamação é uma alteração vascular complexa que vai ocorrer pela atuação de diversos 
fatores, sejam celulares ou a partir de proteínas plasmáticas. 
Então, temos um conjunto de fatores que levam a alterações vasculares importante que culminam naquelas 
alterações (aumento de permeabilidade, alteração do fluxo sanguíneo...) que vão provocar essa formação 
desses sinais cardinais. Um exemplo de moléculas que atuam nesse processo são as proteases plasmáticas. 
As proteases plasmáticas são mediadores presentes na imunidade inata, ou sejam, estão no plasma, não há 
necessidade de nenhum fator muito especifico para que se tenha a produção desses fatoresde modo que 
pela própria presença do colágeno, membrana basal ou plaquetas ativadas, ou seja, alterações no tecido, 
alterações fisiológicas, aqui no caso evidenciadas pelas plaquetas ativadas, isso leva a ativação do fator XII 
que é esse fator de Hageman e ativação desse fator XII leva a formação da sua porção ativada, que até então 
ele circulava no seu formato inativo, e quando ele se torna o fator XIIa, ele está ativado e esse fator XIIa pode 
atuar no desencadeamento de uma cascata cinina como no desencadeamento da cascata de coagulação. 
No caso da cascata Cinina, o fator XIIa vai clivar Pré-Calicreina e Calicreina. A Calicreina vai atuar na clivagem 
desse zimogênio de alto peso molecular (CAPM) e a clivagem desse fator pela Calicreina que vai gerar a 
Bradicinina. Essa Bradicinina será um fator muito importante nesse estabelecimento do processo 
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inflamatório porque ele atua também na permeabilidade vascular e ela atua também na geração de dor. A 
dor é um processo fisiológico importante para contenção do indivíduo. No caso, essa dor faz com que o 
indivíduo fique mais quieto e ele ficando mais quieto o metabolismo dele pode ser direcionado para a 
resolução desse processo, ou seja, para que consiga mais rapidamente voltar a homeostasia. Essa Calicreina 
também atua no Sistema Fibrinolítico clivando o Plasminogênio em Plasmina. A Plasmina vai atuar na 
formação da Fibrina que será importante justamente no processo de contenção de pontos hemorrágicos. 
Então, para que não tenhamos hemorragias, para que os vasos não permitam o extravasamento de sangue, 
precisamos ter a participação da Fibrina. Isso por um lado e por outro teremos a cascata da coagulação. 
A cascata da coagulação vai ativar a formação de Trombina que vai clivar o Fibrinogênio em Fibrina e aí 
teremos da mesma forma a contenção desses pontos hemorrágicos. 
Junto a esses sistemas de proteases, também teremos a participação do sistema complemento. Então, temos 
a Plasmina que vai atuar na clivagem do C3 gerando C3a e o C3a faz parte de um produto oriundo do sistema 
complemento. Também é um sistema formado por diversas proteínas plasmáticas que tem algumas funções 
e uma das funções é também a atuação em um processo inflamatório. Então, esse C3a é capaz de se ligar em 
mastócito permitindo com que haja a liberação dos grânulos de mastócitos e dentro desses grânulos tem por 
exemplo histamina. Essa histamina ajuda nessa alteração vascular ajudando por tanto no estabelecimento 
da inflamação. 
 
 
 
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Outros fatores solúveis igualmente importantes para o estabelecimento do processo inflamatório são a 
geração dos eicosanoides, das prostaglandinas e também dos leucotrienos. 
Normalmente, a fosfolipase está presente no citoplasma da célula e quando há qualquer alteração na 
membrana, essa célula está sofrendo alguma injúria ou houve alguma ligação em receptor e aí uma 
sinalização, o que acontece é que essa fosfolipase vai para a membrana da célula e atua nos fosfolipídios da 
membrana celular. Havendo a liberação do ácido araquidônico dessa membrana celular, esse ácido 
araquidônico pode atuar nas enzimas que são as cicloxigenase ou na enzima 5-Lipoxigenase. Esse ácido 
araquidônico então será clivado, será modificado formando os leucotrienos ou as prostaglandinas. As 
prostaglandinas podem ser a PGD², PGE², PGF² alpha, sendo que a que mais ouvimos falar é a PGE². Podemos 
ter também a formação de Prostaciclina e de Tromboxano. No caso dos Leucotrienos teremos a formação 
também de alguns tipos diferentes como o E4, D4 e C4. Esses leucotrienos terão uma importância muito 
grande (C4 e D4 principalmente) na região de pulmão. Eles terão uma importância em vasodilatação, 
broncoespasmo e aumento da permeabilidade na região do trato respiratório. Os leucotrienos atuam 
também em outros locais. É um importante quimiotático para neutrófilos em processos infecciosos. 
No caso das prostaglandinas, elas vão atuar tanto na vasodilatação e na potencialização do edema. Os 
tromboxanos atuam principalmente em plaquetas e Prostaciclina em células endoteliais inibindo a agregação 
plaquetária e atuando também na vasodilatação, ou seja, elas ajudam para que haja esse aumento de 
permeabilidade vascular. Então, são chamados mediadores lipídicos. Esses mediadores que são formados a 
partir do ácido araquidônico. 
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Tem mediadores que serão produzidos 
mediante o reconhecimento de patógenos 
por PRRs que vão reconhecer as moléculas 
PAMPs que são esses padrões moleculares 
presentes dentro de grupos de patógenos. O 
LPS é exemplo de um PAMP. 
Essa imagem é o exemplo de um macrófago. 
O macrófago pode fazer esse 
reconhecimento. 
O roxo é o PRR do macrófago que está 
reconhecendo o PAMP de patógeno e aí esse 
fagócito fagocitando esse microrganismo, ele 
vai processar esse microrganismo e 
juntamente com esse processo, essa célula 
vai se tornar uma célula efetora, cuja 
alteração vai permitir que ela seja uma célula fagócito muito mais efetivo, vai permitir com que haja a 
liberação de mediadores que essa célula vem a produzir e vai permitir também que haja expressão de 
receptores diferentes. Então, juntamente com os mediadores solúveis já presentes, teremos que as células 
da imunidade inata e células de que uma forma é capaz de fagocitar terão também um protagonismo 
importante porque elas também serão capazes de secretar mediadores, ou seja, moléculas que juntamente 
com outras moléculas vão ajudar no estabelecimento desse processo inflamatório. 
Aqui são exemplos de ligação de 
bactérias gram-positivas e gram-
negativas com diversos receptores na 
superfície do patógeno. 
Na gram-positiva por exemplo o TLR2,6 
que é o exemplo de um PRR, os outros 
também são receptores de 
complemento. Então, vários exemplos 
de receptores PRRs serão capazes de 
atuar na indução do processo 
inflamatório mediante a participação 
desses fagócitos que vão se tornar 
células efetoras com produção de 
mediadores. 
 
6
 
Aqui um exemplo desses macrófagos que são ativados. Eles vão passar a expressar receptores que antes não 
expressavam. 
Só pra termos uma ideia de como era o perfil dele antes (primeiro quadro da vertical) e depois que ele entrou 
em contato com esse patógeno (quadro sozinho). Vai expressar as moléculas de MHC porque são as 
moléculas que permitem a ligação de moléculas antigênicas ainda dentro desse macrófago e com isso esse 
macrófago pode apresentar antígeno para linfócito T. 
O que acontece é que uma vez que há a ligação nesses receptores da imunidade inata (primeiro quadro da 
vertical) esse macrófago será capaz de secretar citocinas e quimiocinas (segundo quadro da vertical) e esse 
macrófago será um fagócito muito mais eficiente (terceiro quadro da vertical) além de poder, em função 
desses novos receptores que ele expressa, dele poder atuar na amplificação dessa resposta imunológica 
(quadro sozinho). 
Então, além dos mediadores proteases e mediadores lipídicos, podemos citar as citocinas e as quimiocinas 
que serão secretadas em um primeiro momento pelas células da imunidade inata que estão fazendo esse 
contato inicial com o patógeno e juntamente com todos esses mediadores solúveis, as citocinas e as 
quimiocinas vão atuar para que a inflamação realmente se estabeleça. 
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Aqui exemplo de citocinas 
produzidas. 
Então, temos a IL-1B 
ativando endotélio. Ela 
também será importante 
para ativar linfócitos. 
A TNF-a também atua nas 
células endoteliais. Serão 
importantes na migração das 
células para linfonodos. 
A IL-6 na ativação de 
linfócitos e também para 
produção das proteínas de 
fase aguda. 
O CXCL8 é uma quimiocina 
que será importante para 
recrutar mais células como neutrófilos, basófilos e células T para o sítio inflamatório. 
O processo inflamatório normalmente começa no tecido está tudo dentro do vaso. Essas células estão na 
circulação. Então, elas precisam chegar no tecido. Como elassaberão aonde elas têm que ir? Como elas vão 
conseguir se dirigir para esse local onde há a presença desse insumo? O que justamente faz com que haja 
esse direcionamento, essa migração de células são as quimiocinas que são produzidas e essas CXCL8 que é 
também conhecida com IL-8, é também importante nesse processo para que tenhamos células da imunidade 
inata chegando no local onde está ocorrendo, no sítio inflamatório. 
A IL-12 também para ativar as células NK que são células que chamamos de matadoras naturais, mas serão 
também importantes para que se tenha a diferenciação dos linfócitos T CD4. 
 
O próprio endotélio é capaz de secretar. Lembrando que células endoteliais são as células que formam os 
vasos. Então, eles não são células do sistema imune, mas são muito importantes para o estabelecimento de 
Essa daqui é uma tabela 
de quimiocinas. 
Na realidade, essas 
quimiocinas são 
separadas em quatro 
grupos de acordo com os 
resíduos de cisteínas. 
Então, CC são dois 
resíduos de cisteínas 
ligados, C é só um 
resíduo de cisteína, 
CXXXC são dois resíduos 
de cisteína separado por 
3 outros aminoácidos. 
Podemos ver que muitas 
células produzem: 
monócitos, linfócito T, 
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uma resposta imunológica. Eles atuam em conjunto com o sistema imunológico. Enfim, então aqui temos 
várias células com seus diferentes mediadores aqui produzidos. Os seus respectivos receptores e onde estão 
esses receptores? Nas células atraídas. Elas são atraídas porque elas têm os receptores específicos para essas 
quimiocinas. 
Esses mediadores serão importantíssimos 
para que tenhamos essa alteração vascular. 
O processo inflamatório é um processo que 
envolve uma alteração vascular importante 
e essa alteração vascular importante 
resultará nos sinais cardinais. 
Esses sinais cardinais ocorrerão em função 
da vasodilatação, do aumento da 
permeabilidade, da quimiotaxia e 
naturalmente isso será o resultado de uma 
alteração que permite que células cheguem 
ao local onde há essa injúria para que haja 
a resolução, ou seja, para que se chegue ao fundo desse processo inflamatório. 
Existem vários mediadores que atuam relaxando o endotélio. Esse endotélio antes tinha um tônus. Isso se 
perde, ele deixa de ter esse tônus, ele dilata. Essa dilatação também vai ser um pouco consequência da 
permeabilidade, ou seja, as células endoteliais é uma célula do lado da outra, não permitindo a saída de 
sangue e de nada do vaso e quando temos esse processo inflamatório há a formação desses espaços entre 
aa células endoteliais de modo que possa haver a saída de coisas de dentro do vaso. E que coisas vão poder 
sair? Células e também mediadores solúveis (representados por gotículas), ou seja, o que está sendo 
produzido pelas células dentro do vaso e que vão conseguir sair desses vasos e ir para os tecidos em função 
do aumento da permeabilidade. Então, em função dessa alteração vascular, o fluxo sanguíneo que antes 
tinha uma determinada velocidade perde essa velocidade. Em muitos casos chega até a ser uma estase 
sanguínea, ou seja, quando o sangue para em um determinado ponto. 
Qual é a importância da mudança nesse fluxo? Justamente porque uma das lógicas desse processo é permitir 
que células que estão dentro do vaso consigam atravessar o endotélio para ir para o tecido. Com o fluxo 
sanguíneo intenso ficaria difícil dessas células conseguirem se prender ao endotélio para fazer essa migração 
que é o que chamamos de diapedese. Mas agora com esse fluxo mais lento ou estacionário, essas células 
conseguem então passar muito calmamente por esse endotélio, ocorre também uma marginação dessas 
células. Então, em vez delas ficarem mais para o centro dos vasos, elas conseguem ficar na região marginal, 
ou seja, mais em contato com o endotélio e aí essas células vão conseguir fazer essa passagem. Isso vai 
permitir que células atravessem o endotélio para chegar na região do tecido. 
Então, porque temos o calor? Porque o sangue naturalmente é quente e se ele está ficando mais concentrado 
porque o fluxo deixou de estar intenso, essas hemácias, esse sangue quentinho acumulado, a gente vai 
perceber que a região vai ficar mais quente. 
Porque o rubor? Porque naturalmente o sangue é vermelho e ele está ficando concentrado em um ponto. 
Essa região fica também avermelhada. 
A formação do edema vai ocorrer porque com o aumento da permeabilidade vascular, ocorre a saída de 
plasma e também de células de dentro do vaso para a região do tecido. Então, essa região vai ficar com o 
acúmulo de coisas, então ela vai ficar inchada. 
A dor será também em função dos mediadores produzidos. 
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que essas células se liguem a vasos e consigam fazer esse deslocamento. 
 
Analisando as moléculas de 
adesão percebemos que as 
selectinas são as moléculas 
que normalmente iniciam esse 
processo, ou seja, são as 
primeiras moléculas que 
permitem que haja essa 
adesão ao endotélio. Então, 
ela está justamente presente 
no endotélio ativado e 
plaquetas. 
As integrinas são as que 
permitem a adesão firme ao 
endotélio. Ela está presente 
em diversos tipos celulares, 
como macrófagos, linfócitos T, 
neutrófilos, células 
dendríticas, ou seja, 
justamente nas células do 
sistema imune, nas células que 
estão dentro dos vasos e que 
precisam passar para região de 
tecido. Essas integrinas tem como ligante justamente as moléculas da superfamília de imunoglobulinas que 
são as ICAMs: ICAM-1, ICAM-2, ICAM-3, VCAM-1 e PECAM. Então, essas são as principais moléculas 
envolvidas nesse processo de adesão e de diapedese das células de dentro do vaso para as regiões do tecido. 
Como essas células conseguem se ligar 
a essa parede do endotélio para fazer 
essa passagem para o local onde tem a 
injúria? Esse processo envolve a 
participação de moléculas de adesão 
que estão representadas na imagem ao 
lado: integrinas, caderinas, as 
moléculas da família das 
imunoglobulinas e as selectinas. Essas 
são as representantes dessas 
moléculas de adesão que permitem 
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Inicialmente temos o que chamamos de adesão fraca. Então, precisa haver uma captura dessa célula. O fluxo 
sanguíneo diminui. Os leucócitos começam a passar mais encostado no endotélio e esse contato permite 
essa adesão fraca, ou seja, uma adesão que ainda permite esse leucócito se solte. Esse leucócito rola por 
esse endotélio e esse processo envolve também a possibilidade de expressão, de ativação desse endotélio, 
até que a ativação das integrinas, ou seja, em que elas se expressem e isso possibilita uma adesão firme, uma 
adesão forte que nada mais é que uma adesão estável. Essa adesão estável permite que esse leucócito 
permaneça um tempo suficiente no endotélio para que ele possa fazer a diapedese que é o fato dessa célula 
atravessar esse endotélio. 
De acordo com o aparecimento das células, inicialmente são as selectinas: CD62P, CD62E e aí depois começa 
a ter a expressão das outras moléculas que serão importantes para que se tenha realmente esse processo de 
diapedese. 
 
Temos outras moléculas que serão expressas durante o processo de ativação dos leucócitos junto a essa 
etapa de adesão ao endotélio. 
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Mais uma vez, incialmente as selectinas, depois as integrinas. Esse rolamento é a transmigração, diapedese 
e é claro que auxiliando esse processo, temos também no tecido a presença das quimiocinas que são esses 
quimiotrativos e que ajudam para que essas células passem para o tecido e consigam chegar realmente até 
o local onde há presença dessa injúria. 
 
O neutrófilo, o endotélio e as moléculas 
envolvidas. Aqui representando uma adesão 
firme. 
Como esse neutrófilo já com as integrinas 
firmemente preso ao endotélio para que ele 
possa fazer a diapedese. 
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Aqui só pra ressaltar a importância do sistema complemento, representado pela C3a, C5a e C4a ajudando 
também no estabelecimento da inflamação, justamente porque elas atuam tambémno aumento a 
permeabilidade vascular, ajudando para que células então cheguem até o ponto onde há a presença do 
antígeno. 
Só pra ter uma noção de que 
a inflação é um processo 
dinâmico que envolve fatores 
diversos da imunidade inata, 
ainda nesse momento inicial 
para que se culmine nessas 
alterações fisiológicas 
complexas que vão permitir 
realmente a montagem da 
resposta imunológica. 
No primeiro quadro temos os 
neutrófilos também se 
ligando ao endotélio e 
conseguindo chegar até a 
região dos tecidos. 
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No segundo quadro vemos a adesão por rolamento, união forte, diapedese e por fim essa migração para que 
eles cheguem no ponto onde há a injúria. 
 
Quando há a entrada de um espinho, naturalmente o espinho está sujo e tem bactérias que são introduzidas 
e essa própria lesão já por si só estimula a ativação daquelas cascatas de proteases que estão normalmente 
presentes na circulação e depois a ativação de células da imunidade inata. Isso começa a dar o imput inicial 
para que se tenha montagem da resposta inflamatória, ou seja, uma série de células se concentrando nesse 
local justamente para que seja removida essas bactérias que foram introduzidas juntas pelo espinho para 
que seja reparado esse tecido e de modo que a homeostase possa ser restabelecida. 
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Aqui mostrando mais uma vez esses vários 
fatores. 
Junto a esses processos de ativação, temos 
também a cascata de coagulação que 
também é um fator importante porque 
justamente vai reparar vasos. 
Impedir que haja pontos de hemorragia em 
que os vasos sejam restabelecidos. 
Isso aqui só para mostrar essa outra linha do 
processo da inflamação. 
 
 
 
Nesse processo inflamatório teremos alterações nos capilares. 
Na primeira imagem temos um sistema vascular normal. Na outra imagem o sistema vascular inflamado. 
Então, como há um aumento da permeabilidade, diminui o fluxo, há uma concentração nesse local do 
sangue, por isso que os vasos estão mais gordinhos justamente para mostrar esse acúmulo de sangue no 
local e todos esses pontinhos são as células que estão saindo justamente dos vasos e indo para a região do 
tecido. No processo de inflamação aguda é isso que acontece. 
 
 
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Claro que caso não haja a resolução que é a retirada desse estímulo de injúria do organismo com a 
restauração da função normal e do tecido de uma forma geral, quando isso então não ocorre, temos o 
estabelecimento de um processo inflamatório mais prevalente que continua por um tempo maior e isso pode 
resultar em alterações importantes no tecido que vão levar por exemplo a não reposição do tecido pelo 
tecido anterior, pelo tecido que antes era o responsável pela fisiologia normal. Então, pode haver a reposição 
no momento da restauração de tecido pela substituição por um tecido fibroso e que isso pode resultar na 
perda de função. o indivíduo com pneumonia pela insistência da inflamação pode resultar em pontos que 
ficam fibrosados, aí o pulmão deixa de funcionar da forma que deveria. Essa perda de função será uma 
consequência dos processos inflamatórios que chamamos de processo inflamatório crônico. Quando a fase 
da inflamação aguda não consegue se resolver e a persistência da injúria, por exemplo, uma doença 
autoimune faz com essa inflamação persista e naturalmente temos consequências desse processo. 
Normalmente, a inflamação é um fenômeno importante, um fenômeno que precisa ocorrer para que seja 
feita a vontade da resposta imune. Mas uma vez que ela persista temos o inicio de um processo de 
substituição, o que chamamos de fase aguda para uma inflamação crônica que naturalmente pode levar a 
consequências ruins para o organismo. 
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É claro que temos várias citocinas como TNF que serão importantes localmente quando pensamos na 
inflamação aguda, mas elas também podem ser prejudiciais quando temos processos inflamatórios, por 
exemplos sistêmicos. Então, quando temos a presença de patógeno, uma super estimulação do organismo 
do hospedeiro e há uma intensa produção de TNF-a que é uma citocina. Isso então que acontece localmente 
em um quadro sistêmico que é assepsie pode ser visto em todo o organismo. Então, você tem todo esse 
edema, todos esses sinais cardinais ocorrendo em todo o corpo. Naturalmente, isso gera um desequilíbrio 
em termos de circulação, de funcionamento cardíaco que pode levar a parada de vários órgãos e podem 
culminar com a desse paciente. 
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Na realidade, o que ocorre é uma 
grande integração de diversos 
órgãos do organismo e essa 
integração será dada por esses 
mediadores solúveis que existe 
aqui a representação de algumas 
dessas citocinas que serão 
importante para ligar o local onde 
está ocorrendo essa inflamação 
aguda com esses diferentes 
pontos que vão ser importantes 
para a produção de mais células 
de leucócitos que vão atender a 
essa demanda dessa resposta do 
sistema imune da mesma forma 
para que seja produzida as outras 
proteínas importantes daqueles 
sistemas já falado, também para o 
estabelecimento da inflamação bem como a indução, por exemplo de febre. 
 
Esse comportamento doentio que é bruto que ocorre em resposta ao estímulo inflamatório faz parte dessa 
resposta e é importante. 
A febre, por exemplo, vai ser importante para diminuir crescimento microbiano e melhorar a ação de 
macrófagos. Esse comportamento observado, seja de anorexia, caquexia e de aumento de temperatura, 
serão também consequência desses mediadores importante para que se tenha uma eficiência desse 
processo, um foco para que ocorra essa resolução no tempo mais rápido possível. 
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É importante ressaltar que na realidade durante o curso da resposta inflamatória, é importante que se tenha 
um balanço de mediadores pró-inflamatórios e que são produzidos, mas são necessários que esse balanço 
seja feito pela produção também no curso da resposta de mediadores anti-inflamatórios. O que se observa 
é que para que tenhamos uma resolução final, mais saudável para o organismo com a resolução da 
inflamação sem alteração de tecido, sem perda de função, precisa ocorrer tanto a produção de mediadores 
pró-inflamatórias quanto no decorrer do processo a liberação de mediadores anti-inflamatórias que vão frear 
toda essa resposta para que não haja então o desenvolvimento de uma inflamação crônica ou uma destruição 
tecidual que pode ocorrer pela própria ativação das células do sistema imune. Então, se ocorrer esse balanço 
dessas citocinas que chamamos de cross-talk, uma conversa entre esses mediadores que um puxa para um 
lado e o outro puxa para outro. Então, esse balanço que permite que tenhamos uma resposta inflamatória 
que realmente vai resultar na eliminação do patógeno e no restabelecimento da homeostasia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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