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CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS DISCIPLINA A EMPRESA E OS RECURSOS HUMANOS PROFESSOR INSTRUTOR WALLACES RIBEIRO Maio / 2023 Passos SUMÁRIO Palavra do Professor-autor 3 1. Os Primórdios das Empresas 4 1.1. A História das Organizações 4 1.2. A Empresa como Organização 6 1.2.1. Definição das Organizações 6 1.3. As Organizações como Sistemas Abertos 7 1.4. Ambiente Organizacional 8 2. Gestão de Recursos Humanos 10 2.1. A importância do Trabalho 10 2.1.1. Considerações sobre a natureza do trabalho 10 3. Recursos Humanos 12 3.1. A importância dos Recursos Humanos 12 3.1.2. A Equipe é o maior ativo 12 4. Referências Bibliográficas 14 Palavra do Professor-autor Prezado Aluno, “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” (Paulo Freire) É um enorme prazer poder estar com vocês em mais uma desafio, e melhor ainda é poder acompanhar vocês nessa intrigante jornada que é a aprendizagem. Meu desejo é que juntos possamos fazer dos nossos encontros momentos de muita aprendizagem, troca de experiências e conhecimentos. Já estive desse outro lado e sei o quanto é desafiador estudar a distância, o quanto requer de nós tempo, comprometimento e dedicação! Contem comigo e com toda a equipe de tutores para fazer com que esse percurso seja o mais prazeroso possível. Nossa jornada rumo ao aprendizado avança mais um pouco. Nesta semana vamos aprender sobre a Empresa e os Recursos Humanos. Inicialmente nossas discussões serão baseadas nos fatos históricos das empresas, desde o início após a Revolução Industrial até os dias atuais. Discutiremos ainda sobre o funcionamento de uma empresa como ambiente aberto, e como as interações que ela faz com o ambiente interno e externo traz impactos sobre ela. Por fim iremos discutir sobre a importância dos Recursos Humanos para as empresas, nosso maior patrimônio! As pessoas de uma organização são seu maior patrimônio. Nossa semana será repleta de aprendizados, e esperamos por vocês para tornar esse aprendizado ainda melhor! Abraços! Wallaces Ribeiro 1. Os Primórdios das Empresas 1.1. A História das Organizações A Revolução Industrial ocorrida em meados do século XVIII foi a responsável em trazer muitas mudanças e transformações que influenciaram de uma forma muito marcante as organizações, tanto em seu comportamento quanto na forma de sua administração. Esse período ficou marcado pelo surgimento das primeiras indústrias e da criação das primeiras máquinas. Ao longo dos anos, as empresas foram se modificando, passando por diversas transformações que podemos assim chamar de fases. Para Chiavenato (2004), essas fases estão compreendidas em seis etapas, a saber: fase artesanal, fase da transição do artesanato à industrialização, a fase do desenvolvimento industrial, a fase do gigantismo industrial, a fase moderna e a fase da globalização, conforme tabela abaixo. A primeira fase, que ficou conhecida como a fase artesanal, tem seu início na Antiguidade e se estende até aproximadamente 1780, período marcado pela Revolução Industrial. Como o próprio nome sugere, essa fase fundamentou-se no artesanato rudimentar das pequenas oficinas e na mão-de-obra intensiva e não qualificada e também na agricultura. A fase da transição ocorreu entre os anos de 1780 a 1860, onde o artesanato passou a dar lugar à industrialização. Essa transição deu-se principalmente pela abolição da escravatura, pois nesse momento os escravos deixaram de ser servos para serem também consumidores, e sendo assim, seria impossível produzir de maneira artesanal uma vez que o mercado estava crescendo de maneira potencial. Esse cenário corroborou para o movimento em direção à produção em massa. A terceira fase, que ficou marcada como Era Industrial, ou fase do desenvolvimento industrial ficou marcada pela intensa industrialização e mecanização das oficinas e da agricultura. Foi nesse período em que a máquina a vapor surgiu, e como consequência o surgimento do sistema fabril com máquinas que substituíram o esforço braçal do homem. Nesse mesmo período surgiram também os meios de transporte de navegação a vapor e também os transportes ferroviários. No mundo das comunicações, temos o surgimento do telégrafo elétrico e o selo postal. Os protagonistas desta fase são o aço e a eletricidade, substituindo o ferro e o vapor, na indústria e na produção de energia, respectivamente. Essa fase ficou marcada pelo início do desenvolvimento da indústria por meio dos avanços científicos, e devido à força do capitalismo, a ciência chega a uma fronteira jamais suspeitada. Surgem aqui as máquinas desenvolvidas por motor a explosão e o motor elétrico, o telégrafo sem fio, o telefone e o cinema. Tais mudanças fizeram com que o capitalismo industrial desse lugar ao capitalismo financeiro para o surgimento dos grandes bancos, e a partir de então, para crescerem, as empresas tornaram-se muito burocráticas. A quarta fase ( 1914 a 1945) ficou conhecida como a fase do gigantismo industrial. Surgiu a tecnologia para fins bélicos (guerras). Foi justamente nessa fase que tivemos a conhecida crise de 1929 e a crise mundial. Nesta fase as empresas assumiram novas identidades, tornando-se multinacionais, a ciência avança cada vez mais e aliada à tecnologia desenvolve materiais petroquímicos. Na área do transporte, surgem as navegações de grande porte, estradas de ferro e rodovias, o aprimoramento dos aviões e automóveis. Além do telégrafo, agora os meios de comunicação contam com o rádio, o telefone e a televisão. O mundo se torna menor e muito mais complexo. A quinta fase compreende entre os anos de 1945 a 1980 é conhecida como a fase moderna. Nessa fase o desenvolvimento tecnológico é intensificado para fins comerciais. Os avanços tecnológicos dão surgimento a materiais como o plástico, o alumínio, fibras têxteis sintéticas, e outros. A pesquisa e desenvolvimento agora são incorporados às empresas. Também é nessa fase, mais precisamente nos anos 80 é que o mundo começa a perceber os problemas de escassez de recursos, há uma grande inflação no mercado financeiro fazendo com que os juros fiquem altos com custos cada vez mais crescentes. A sexta e última fase é conhecida como a fase da globalização. Essa fase data da década de 1980 e compreende até os dias atuais. A globalização trouxe sem dúvidas muitos benefícios para a humanidade e também para as empresas. No entanto, o impacto causado pela ação do homem começa a trazer prejuízos nas diversas áreas, e coloca em risco sua própria existência. As preocupações das empresas agora são mais complexas, pois precisam se preocupar em se tornarem ativas e competitivas no mercado cada vez mais acirrado, ao mesmo tempo que precisam criar e desenvolver estratégias voltadas para a preservação e manutenção do meio ambiente. Também é nessa fase que houve uma revolução tecnológica, conhecida como Era da Informação. A internet tem mudado de forma muito significativa a vida das pessoas. Por ela e através dela, pessoas de todos os cantos se relacionam nas diversas modalidades, quer seja para fins empresariais, quer seja para fins sociais. 1.2. A Empresa como Organização 1.2.1. Definição das Organizações De acordo com ETZIONI (1984), a nossa sociedade é uma sociedade de organizações. Nascemos em organizações, somos educados por organizações, e quase todos nós passamos a vida a trabalhar para organizações. Podemos definir as Organizações como unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos. São consideradas organizações: os exércitos, as escolas, os hospitais, as igrejas, as prisões e etc. 1.3. As Organizações como Sistemas Abertos Um sistema aberto é formado pela interação e interdependência da organização com o ambiente que está inserida. Toda vez que o ambiente externo sofre uma mudança, a organização por sua vez transforma seus produtos, técnicas e estruturasaperfeiçoando-se a essas mudanças e assim garantir sua sobrevivência. Diante disso podemos afirmar que toda organização influencia e é influenciada pelo ambiente externo que está inserida, tornando-a assim parte de um sistema aberto. De uma forma geral, todas as organizações são consideradas como um sistema aberto, conforme mostra a figura abaixo; Figura 1: Ilustração por dehumanas.com.br Para Katz & Khan (1987) uma organização como sistema aberto tem como caraterísticas: ● Entropia negativa → Um sistema precisa absorver mais energia do que libera. Em resumo, as entradas (inputs) precisam necessariamente ser maiores que as saídas (outputs) no processo de transformação. ● Feedback → São os inputs de informação e proporcionam alertas à estrutura sobre o ambiente e do próprio funcionamento do sistema. ● Homeostase → É mais um equilíbrio dinâmico do que estático, pois os sistemas abertos não se acham em repouso, os inputs de energia para deter a entropia agem para manter certo equilíbrio no intercâmbio de energia, de modo que os sistemas sobrevivam. ● Diferenciação → Os sistemas abertos em constantes movimentos tendem a diferenciação devido tanto a própria dinâmica de seus subsistemas como a relação entre crescimento e sobrevivência. ● Equifinalidade → Um sistema pode alcançar mesmo estado final com origem em diferentes condições iniciais e através de caminhos diversos de desenvolvimento. 1.4. Ambiente Organizacional Cada organização é dotada de características próprias, e em alguns casos únicas no que tange ao seu estilo gerencial, relacionamento com seus colaboradores internos e externos, suas diretrizes e regras internas, dentre vários outros aspectos. Essas particularidades fazem com que cada organização seja única, e tenha um ambiente organizacional diferente umas das outras. Entende-se por ambiente organizacional, o conjunto de fatores externos e internos que estão diretamente relacionados à organização e que influenciam seu desempenho. Para Cunha (2015) a caracterização do ambiente externo é: o contexto no qual as organizações existem e operam, constituído por elementos que se encontram fora dos limites da organização. Também conhecido como macroambiente, o ambiente externo se caracteriza por aspectos que podem ser identificados por meio da Análise PEST, que envolve fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos. O ambiente interno ou microambiente por sua vez é composto por elementos que exercem influência direta nas atividades da organização e que estão dentro do âmbito da responsabilidade da diretoria e gerência da empresa, sua estrutura está assim dividida: ● Recursos Físicos → espaço físico da empresa, máquinas e produtos. ● Recursos Humanos → são os colaboradores. ● Recursos Financeiros → gestão dos recursos financeiros. ● Recursos Tecnológicos → tecnologia utilizada pela organização em produtos ou serviços. A figura abaixo, representa os aspectos do macro e microambiente das organizações: Figura 2: Níveis de Análise do Macroambiente e Microambiente. Fonte: Chiavenato (2005) 2. Gestão de Recursos Humanos 2.1. A importância do Trabalho 2.1.1. Considerações sobre a natureza do trabalho Para Lacombe (2008) o trabalho é o principal fator de produção de riqueza. Só se pode consumir o que se produz e o trabalho é o principal fator de produção. Existe uma premissa de que o trabalho é um fardo, de que o homem é obrigado a trabalhar para sobreviver, onde a maioria das discussões sobre o trabalho leva em conta os seguinte pressupostos: 1) O trabalho é parte essencial da vida do homem, ficando muitas vezes responsável em definir qual papel determinado indivíduo exercerá na sociedade; 2) Normalmente as pessoas tendem a gostar do seu trabalho ou procuram por trabalhos que lhe tragam satisfação, seja pessoal ou profissional; 3) o trabalho é uma atividade social; 4) o moral do trabalhador não tem relação com as condições materiais do trabalho. Itens como temperatura, iluminação, ruído e umidade afetam a saúde física e o conforto e não a motivação; 5) sob condições normais, o dinheiro é um dos incentivos menos importantes; 6) o desemprego é um poderoso incentivo negativo, porque elimina o homem de sua sociedade. (LACOMBE, 2008). Cada vez mais, estudos e pesquisas relacionados à qualidade de vida no trabalho estão ganhando espaço nas linhas de discussão dos diversos pesquisadores sobre o tema, assim como com a qualidade de vida. Às organizações, cabe o papel de oferecer aos trabalhadores um trabalho qualificado, e no lugar de tarefas, juntar novamente o trabalho ao indivíduo e à sua existência. Lacombe (2008), enumera seis dimensões da natureza do trabalho que são: dimensão fisiológica; dimensão psicológica; dimensão social; dimensão econômica; dimensão do poder e dimensão do poder econômico. O quadro abaixo, apresenta de forma sintetizada cada uma das dimensões. Dimensões do Trabalho Dimensão fisiológica: o ser humano como máquina O homem não é uma máquina; não é infalível, uma vez que tende a cometer erros, e não pode trabalhar sem ter períodos de descanso. Dimensão psicológica: o trabalho como maldição e bênção O trabalho no campo e na oficina era valorizado da mesma forma que as orações e o ensino; com a Revolução Industrial há uma mudança nos valores; as recompensas tornaram-se mais significativas porque as satisfações econômicas tornaram-se mais disponíveis. Dimensão social: o trabalho como vínculo social e comunitário O trabalho cria vínculos e determina o status que o indivíduo ocupa na sociedade. O trabalho é muitas vezes para algumas pessoas (jovens solteiros e para os mais velhos) o único vínculo fora da família. Dimensão econômica: o trabalho como meio de vida O trabalho é um meio de vida para o trabalhador, mas também produz o capital para a economia. Dimensão do poder Existe sempre uma relação de poder implícita quando se trabalha em grupo, principalmente em trabalhos dentro de uma organização. Dimensão do poder econômico Em todas as sociedades modernas o poder e a economia estão ligados, seja em uma empresa, agência do governo, universidade ou hospital. 3. Recursos Humanos 3.1. A importância dos Recursos Humanos Umas das responsabilidades mais importantes dos administradores, mais precisamente dos profissionais de Recursos Humanos é atrair, selecionar, desenvolver, treinar, integrar e manter um grupo de pessoas para trabalharem em uma empresa como uma verdadeira equipe, com objetivos definidos; cada um dos envolvidos conhecendo seu papel e cooperando com os demais. Completar todo esse processo de atração, desenvolvimento, integração e manutenção de pessoas pode demorar anos, e muitas vezes o candidato selecionado decide deixar a empresa antes mesmo de completarmos metade do processo, não dando chance sequer de sabermos os reais motivos que ocasionaram sua decisão, e não há seguro contra a perda desse ativo tão importante chamado pessoas. 3.1.2. A Equipe é o maior ativo Formar uma equipe que esteja totalmente alinhada com os objetivos estratégicos da organização não é tarefa fácil, no entanto, pode ser mais fácil formar e manter essa equipe quando a empresa adota políticas de gestão que valorizem seu principal ativo, os recursos humanos. Os administradores que almejam construir uma organização perene dão total prioridade ao desenvolvimento de pessoas. De acordo com Lacombe (2008): A sobrevivência e o progresso de uma grande empresa dependem, em grande parte, da sua capacidade de selecionar, treinar e posicionar corretamente, no presente, as pessoas com potencial para atuar, no futuro, na administração superior da empresa. (pág. 240) Diante de tal afirmação fica difícil entender por qual motivo as empresas dos dias atuais ainda não investem em recursos humanos. A resposta para o questionamento pode ser compreendida em parte, na insegurança que elas têm na sua capacidade de reter e manter os talentos. É paradoxal o fato de que a maioria das empresasgastam em torno de 50% a 70% do seu orçamento em salários, mas investem menos de 1% em treinamento e desenvolvimento de pessoas. A empresa pode atrair e selecionar os melhores talentos, no entanto, precisa cultivar o hábito de desenvolver e manter esses talentos. Pensar nisso é urgente! Começar a fazer isso é essencial para garantir sua sobrevivência. 4. Referências Bibliográficas A História das Organizações e seus novos horizontes. Gestão em Foco, 2022. Disponível em:<https://www.unisantacruz.edu.br/v4/download/gestao-em-foco/2013/a-historia-das-organi zacoes-e-seus-novos-horizontes.pdf>. Acesso em 17 de fevereiro de 2022. BARBARA, Ceane. A Evolução das Organizações. Administradores.com, 2009. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/a-evolucao-das-organizacoes>. Acesso em 17 de fevereiro de 2022. CHIAVENATTO, I. Introdução à Administração. 9ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014. CHIAVENATTO, I. Gestão de Recursos Humanos. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014. CHIAVENATTO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 10ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2015. ETZIONI, A. Organizações modernas. 7ª edição. São Paulo: Pioneira, 1989 FREITAS, Fátima Aparecida de, Gestão de Pessoas / Fátima Aparecida de Freitas, Gislene Magali da Silva Palmas: IFTO: UFMS, 2009. 78p.: il MARRAS, J.P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 15ª Ed. São Paulo: Futura, 2016. PEZZI, Cíntia Regina. Práticas de recursos humanos [ recurso eletrônico] / Cíntia Regina Pezzi, Priscila Aparecida de Figueiredo. Dados eletrônicos (1 arquivo: 6 megabytes).- Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013. ROTH, Claudio Weissheimer. Gestão de recursos / Claudio Weissheimer Roth. 3ª Ed. - Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Curso Técnico em Automação Industrial, 2011. 70p.: il.; 28 cm. Sustentabilidade e Responsabilidade Social. Fecomércio RS, 2022. Disponível em: <https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/sustentabilidade_e_responsabilidade_soci al/html/01_ambiente_organizacional/index.html>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2022. https://www.unisantacruz.edu.br/v4/download/gestao-em-foco/2013/a-historia-das-organizacoes-e-seus-novos-horizontes.pdf https://www.unisantacruz.edu.br/v4/download/gestao-em-foco/2013/a-historia-das-organizacoes-e-seus-novos-horizontes.pdf https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/sustentabilidade_e_responsabilidade_social/html/01_ambiente_organizacional/index.html https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/sustentabilidade_e_responsabilidade_social/html/01_ambiente_organizacional/index.html
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