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MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS NO ÂMBITO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS NO ÂMBITO DA 
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 
 
 
Jefferson Nóbrega Ferreira de Medeiros 1
Gabriel Araújo de Sales 2
Clésia Oliveira Pachú 3
 
Resumo 
 
A extensão universitária se apresenta como prática alternativa à jurisdição estatal para 
solucionar conflitos sociais. O presente estudo partiu da seguinte problemática: “Como a 
extensão universitária pode promover os meios alternativos de solução de conflitos a fim de 
buscar a paz social?”. Objetivou-se analisar ​o papel da Extensão Universitária como 
transformadora social quanto aos meios alternativos de solução de conflitos frente às 
comunidades. ​A metodologia utilizada incluiu revisão bibliográfica e análise documental. O 
referencial teórico desenvolvido se baseou, em especial, no pensamento Idiene Aparecida e 
Vitor Proença Pádua. ​Foi utilizado o método indutivo partindo da pesquisa bibliográfica. Foi 
possível observar a manutenção e incentivo do assistencialismo ofertado pelas universidades 
como imprescindíveis na redução do número de processos na jurisdição estatal, estabelecendo 
aproximação entre teoria e prática e fortalecendo o debate, favorecendo a criação de vínculos 
institucionais. 
 
Palavras-chave: Extensão universitária. Paz social. Assistencialismo. 
 
Introdução 
 
A Universidade se apresenta como ambiente para realização, concentração e 
dissipação de conhecimentos no meio social. Preceituada constitucionalmente e, 
fundamentada em três pontos correlacionados: Ensino, pesquisa e extensão. A extensão 
universitária como braço da universidade na execução de intervenções sociais, possibilita a 
produção e transformação do conhecimento, apresenta-se, a partir das necessidades, à 
comunidade local. 
Por possuir função social, a universidade a partir de suas atividades de extensão 
promove relação democrática, de igualdade de direitos e respeito à dignidade da pessoa 
humana. Não se pode esquecer também que a extensão universitária é um meio significativo 
para promoção das políticas públicas realizadas por meio de atividades indissociáveis e 
comunicáveis. A importância da extensão universitária na mudança da realidade social é 
notável, possuindo caráter de pacificadora social. 
Na demonstração desse caráter a extensão se utilizou dos meios alternativos de solução 
de conflitos para promover a pacificação. Universidades vêm adotando, ao longo dos anos, 
centros de conciliações e mediações. Essa prática extensiva da universidade permite o acesso 
pleno aos direitos constituídos, democratizando o acesso a todos e ao mesmo tempo 
1 ​Acadêmico em Direito,Universidade Estadual da Paraíba, ​jefferson.nobrega20@gmail.com 
2 Acadêmico em Direito, Universidade Estadual da Paraíba, ​gabriel13ar@gmail.com 
3 Professora Doutora, ​Universidade Estadual da Paraíba, clesiapachu@hotmail.com 
 
promovendo a desjudicialização dos conflitos. Ações como essas possibilita a comunidade 
conhecer novos meios para pacificação social. 
A motivação para presente pesquisa surgiu do aglomerado de conflitos existentes na 
sociedade. A preocupação existente quanto à necessidade da mediação para solução de 
conflitos, desde questões sociais e financeiras, perpassando pela formação do futuro 
profissional socialmente comprometido podendo ser sensibilizado por intermédio da extensão 
universitária. 
Tais questões se tornam importantes para serem percebidas e debatidas frente aos 
meios alternativos de conflitos, uma vez que a extensão universitária se apresenta como forma 
econômica e socialmente relevante para pacificação social. O objetivo da pesquisa foi analisar 
a extensão universitária como promotora de meios alternativos de solução de conflitos​. 
 
Metodologia 
 
A metodologia utilizada incluiu revisão bibliográfica e análise documental para 
verificação da utilização da extensão universitária nos meios alternativos de solução de 
conflitos. O referencial teórico desenvolvido se baseou principalmente no pensamento de 
Idiene Aparecida e Vitor Proença Pádua (2015). ​Para responder ao que foi proposto foi 
utilizado o método indutivo, em que partindo de casos individuais almeja alcançar soluções 
gerais, a partir da pesquisa bibliográfica. 
Como forma de abordagem da temática, utilizou-se a classificação apresentada por Gil 
(1999), no livro “Métodos e técnicas de pesquisa social”. Quanto aos métodos, a pesquisa irá 
utilizar como meio de investigação o método indutivo, em que partindo de casos particulares, 
analisando-se os periódicos da ​Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (CAPES).Para classificar a pesquisa, quanto aos fins e quanto aos meios será 
utilizada a classificação proposta por Vergara (2009), no livro “Projetos e relatórios de 
pesquisa em administração”. Quanto aos meios, constitui-se como pesquisa de bibliográfica. 
 
Breve relato sobre os meios alternativos de solução de conflitos adotados no Brasil e sua 
importância 
 
A noção da existência humana está intimamente atrelada ao fato de humanos 
possuírem a capacidade de viver em coletividade. Já acentuava Aristóteles que o cidadão não 
existe isoladamente, isso se dá pela necessidade do homem de se integrar socialmente. Essa 
relação social provoca conflitos que muitas das vezes precisam ser solucionados​, onde, por 
muito tempo, apenas o Estado foi o terceiro na solução de tais conflitos. 
A evolução da humanidade permitiu o surgimento de tratados e convenções visando à 
melhoria na duração dos litígios frente ao Poder Judiciário. O exemplo dessas convenções e 
tratados citamos a Declaração de Direitos Humanos e o Pacto de San José da Costa Rica. 
No caso do Brasil existe o comprometimento em buscar celeridade no meio judiciário, 
fato demarcado pela Emenda Constitucional 45/04 possibilitou acrescentar o inciso LXXVIII 
ao artigo 5º ​que diz em outras palavras que a todos são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade da sua tramitação. Os meios alternativos foram 
discutidos e pensados ao longo dos anos e recepcionadas pelo nosso Ordenamento jurídico a 
partir do inciso XXXV, artº 5 da Constituição Federal, Lei n. 9.307/1996 (também conhecida 
como Lei da arbitragem), Súmula 485 do STJ, Lei n.13.140/2015 e, em especial, pelo artº 3 
do Novo Código de Processo Civil. 
Esta nova regra processual vem assegurar um novo sistema multiportas na busca da 
pacificação dos conflitos a fim de que outros meios alternativos ao Poder Judiciário, como a 
mediação e a conciliação, sejam buscados pelos operadores do Direito, antes se instaurar 
demanda que verse sobre direitos transigíveis. Estes métodos se caracterizam, basicamente, 
por serem autocompositivos. 
Contudo, nossa realidade mostra que não são bem assim, as crises institucionais junto à 
alta demanda de processos que tramitam no Poder judiciário e também pela complexidade das 
composições de conflito, impossibilita a realização plena desse instituto. Nestes problemas, 
nota-se a tonificação do Estado-Jurisdição, transformando-se em instituição burocrática e 
lenta. 
Apesar da tardia utilização de institutos de solução de conflitos, o Brasil vem no 
sentido de reforçar a utilização mais frequente desses institutos. Pode-se citar queo Novo 
Código de Processo Civil de 2015 mostrou que os institutos da conciliação e mediação 
deverão ser incentivados como solucionadores de conflitos. Dessa forma, o novo modelo de 
solução deve-se fundar primeiramente em solução consensual. 
O Novo Código de Processo Civil (NCPC) permitiu novos paradigmas para prestação 
jurisdicional. Ao decorrer do tempo as práticas alternativas se tornaram um pouco mais 
habituais, o motivo dessa propagação também se deve ao fato das atividades extensivas dos 
centros de ensino. 
Vale ressaltar que o Brasil em 2017 obteve 80,1 milhões de processos em tramitação 
segundo a Justiça em números, com muita propriedade o ex-Ministro Joaquim Barbosa 
assentou que justiça que tarda não é justiça. É com base nesse panorama que surge a 
necessidade de aplicar os métodos alternativos para solução de conflitos. 
 
Extensão universitária como propagadora dos meios alternativos de solução de conflitos 
e a promoção dos Direitos Humanos 
 
As instituições universitárias possuem papel muito importante na sociedade, não é por 
acaso que elas são instituições transformadoras da realidade social. A instituição de ensino 
possibilita construir um processo de busca, de fortalecimento científico e de crítica aos 
conhecimentos produzidos. Por ter esse papel a universidade se torna importante instituição 
para a comunidade. 
Neste cenário, nota-se que as extensões universitária servem de elo entre a 
comunidade acadêmica e a sociedade, quando aquela age em prol de solucionar demandas 
sociais adquire conhecimento, concomitantemente, presta serviço. A comunidade acadêmica 
se utiliza das atividades extensionistas para proporcionar e auxiliar na pacificação de conflitos 
e, de forma indireta, assegurar a efetivação dos direitos humanos ao possibilitar ter processo 
mais célere. ​Assim, oportuniza a formação de futuros profissionais socialmente 
comprometidos. 
É bem verdade que sua atuação ainda não alcançou patamar desejável, porém já se tem 
grande impacto nas soluções de conflitos. A crise institucional juntamente com numerosas 
demandas no Poder Judiciário permitiu abrir novo caminho para atuação da extensão das 
universidades. Aos poucos esta atuação se tornou peça importante no recente instituto de 
meios alternativos de conflitos. 
Para reforçar as atuações da atividade intervencionista, viu-se na Política Nacional de 
Extensão Universitária uma peça fundamental. Justificável, porque alguns dos objetivos que 
se encontra no Plano Nacional, a contribuição da extensão universitária na solução dos 
grandes problemas sociais do país e priorização das práticas voltadas para atendimento de 
necessidades sociais, como o respeito aos Direitos Humanos e acesso à Justiça. É por esse fato 
que as instituições públicas viram a necessidade de se utilizar de sua capacidade para 
promover meios alternativos de solução de conflitos. 
Apesar da celeridade em que ocorrem as mediações, verifica-se também o direito ao 
acesso da justiça se realizando de fato, segundo Mayara Andressa Bonn (2012), em seu 
projeto de extensão de mediação familiar, esclareceu que além dos êxitos na relação 
extrajudicial ocorre também a difusão dos procedimentos em questão, transfigurando as 
relações humanas mais democráticas e favorecendo a pacificação social. 
Ao reforçar essa tese de que a extensão da universidade é um ótimo meio para 
disseminar essas práticas pacificadoras, Fernanda Serrer e Francieli Formentini (2016) 
demonstraram que o desconhecimento quanto aos procedimentos de resolução de conflitos 
não é obstáculo, tendo em vista que em sua pesquisa quantitativa evidenciou que a recusa aos 
métodos alternativos não se deram por questões de desconhecimentos desses novos métodos. 
Outro fato importante é o perfil das pessoas que submetem as sessões de mediações 
promovidas pela universidade, os autores, Idiene Aparecida e Vitor Proença Pádua (2015), 
traçam o retrato do público ofertado e constata que um determinado nível de escolaridade se 
sobressai aos demais. O nível de escolaridade de maior frequência são os que possuem o 
ensino fundamental, seguido por aqueles que possuem apenas o ensino médio, isso demonstra 
que as pessoas mais vulneráveis encontraram nas atividades extensionistas uma forma de 
exercer o seu direito de ter acesso à justiça. A presente pesquisa ratifica que há a necessidade 
maior da universidade se utilizar de um de seus tripés, a extensão, para promover que futuros 
profissionais atuem na prática de solução de conflitos. 
 
Resultados e Discussão 
 
Apesar do esforço que o Brasil está fazendo para consolidar as práticas alternativas de 
solução de conflitos, ainda há muito a ser realizado. A sociedade que se transforma a cada dia 
exige que o direito se molde a cada transformação. Nesse sentido, nota-se que as relações 
humanas estão se tornando dia após dia mais complexas, necessitando, ainda mais, da 
assistência jurídica para regulamentação dos conflitos internos que acontecem no interior do 
Estado. Entretanto, o Estado, representado por meio da ação de seus agentes, não é capaz de 
abranger no âmbito de seu domínio todos os tipos de conflitos. 
O resultado do Novo Código de Processo Civil responde a essa exigência. A sua 
reformulação permitiu não trazer apenas disposições principiológicas, mas também as formas 
consensuais de conflitos e com essa característica demonstrou importância, a existência das 
vias conciliadoras. A pesquisa demonstrou que o caminho escolhido para os métodos 
adotados na solução de conflitos foram os mais adequados, o modelo que vinha 
predominando não permitia uma resolução de conflito digna e em desacordo com o que 
disciplina os Direitos Humanos, a busca e necessidade por meios alternativos de solução é 
real e permite o desempenho pleno do exercício democrático de direito. 
Contudo, pode-se aferir que, a partir das mudanças recentes, possibilitou o surgimento 
de uma nova gestão judiciária a qual vem sendo consolidada pelo NCPC. Ocorre mudança de 
paradigma e da prática processual nunca antes sentida em nosso ordenamento jurídico. 
Todavia, a promoção e a prática dos meios alternativos devem ser expandidas de forma mais 
acentuada e que exista parceiros que promovam esse objetivo. Nesse sentido, infere-se que a 
extensão universitária pode ser importante instrumento para alcançar esse fim, que terá como 
consequência o estímulo a uma justiça menos burocrática e, necessariamente, mais rápida. 
O resultado da pesquisa foi satisfatória, a partir da literatura existente foi verificado 
que a extensão universitária pode, e deve, ser utilizada para promover a pacificação social. O 
judiciário possui um forte aliado para desjudicializar conflitos. Nesse sentido, nota-se que 
além do excelente progresso que se vem tendo com as práticas extensivas da universidade 
deve-se estimular ainda mais para que haja uma maior disseminação para todos os centros de 
ensino e permitindo a democratização dessas atividades. 
Além do mais, infere-se que apesar do tema ser relativamente novo, é imperioso de 
que ele seja cada vez mais divulgado com pesquisas e artigos científicos. Sóassim será 
possível a promoção de meios alternativos para pacificação de conflitos em âmbito 
universitário. Pois, além de promover a participação dos núcleos educacionais de nosso país 
irá reduzir de forma considerável a quantidade de processos incorporados em nosso sistema 
jurisdicional brasileiro, ocasionando dessa forma relevante economia financeira por parte do 
Estado e das partes em litígio. 
Ademais, é imprescindível afirmar que apesar dos entraves da falta de pesquisa 
relacionadas, o tema se mostra de enorme relevância diante tudo o que foi trazido à lume da 
discussão e perante um Poder Judiciário moroso, do crescimento exagerado de judicialização 
dos conflitos e da demora para resolução dos mesmos. 
 
Conclusão 
 
Diante da temática urge destacar, os meios alternativos de solução de conflitos 
surgidos em nosso Ordenamento Jurídico contribuem para viabilizar a pacificação social. 
Acresce-se ainda, a extensão universitária vem em sentido convergente a esse objetivo, sendo 
não o único, mas uma entidade a mais além daquelas já comumente conhecidas na prática 
jurídica processual. 
Igualmente, apenas se poderá expandir o conhecimento acerca do tema com a 
discussão em âmbito científico, por meio de artigos científicos, para que as conclusões 
alcançadas neste trabalho sejam expandidas para outros pesquisadores e estudiosos das 
ciências jurídicas. 
É importante afirmar, à luz dos direitos humanos alcançados por meio de diversas 
lutas aos longos dos anos e dos ideais defendidos pelos Estados de Bem-estar social, que os 
meios alternativos de solução de conflitos são importantes para se alcançar justiça efetiva e 
célere. As atividades extensivas promovidas pelos centros de ensino de nosso país, podem 
auxiliar a fim de maximizar a difusão desses meios. 
 
Referências 
 
APARECIDA, Idiene; PÁDUA, Vitor Proença. ​Acesso à Justiça em um Projeto de 
Extensão Universitária – Um Estudo da Conciliação Extrajudicial na Resolução de Conflitos 
e Mudança Cultural. Revista de Cultura e Extensão USP. São Paulo: USP, 2015. 
 
BONN, Mayara Andressa. ​Relato da implantação de um núcleo de mediação familiar em 
Frederico Westphalen​​. Revista Eletrônica do Curso de Direito. ​Santa Maria, ​v.7, n.2. 2012. 
 
GIL, Antônio Carlos. ​Métodos e técnicas de pesquisa social.​​ 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
SERRER, Fernanda; FORMENTINI, Francieli. ​Conflitos sociais e direitos humanos: 
alternativas adequadas de tratamento e resolução, um relato a partir da experiência do projeto 
de extensão do curso de Direito da UNIIJUÍ/RS. Revista de Formas Consensuais de Solução 
de Conflito. Curitiba, v.2, n.2. p. 131 – 147, 2016. 
 
VERGARA, Sylvia Constant. ​Projetos e relatórios de pesquisa em administração.​​ 11. ed. 
São Paulo: Atlas, 2009.

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