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TRANSTORNOS RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS → Ao estudar os transtornos relacionados ao uso de substâncias é importante definir o tipo de substância em questão, o propósito (recreativo, medicamentoso, alimentar, religioso) e qual a problemática; → Existem os transtornos devido ao uso de substâncias e os transtornos que são induzidos por substâncias; o Transtornos por uso de substâncias: uso contínuo e recorrente de uma substância (que deve ser especificada no diagnóstico) mantido apesar de problemas significativos que dele decorrem; o Transtornos induzidos por substâncias: transtornos induzidos pela intoxicação e pela síndrome de abstinência da substância, além dos vários quadros psicopatológicos que podem ser induzidos pelo uso → devido efeitos fisiológicos da substância no cérebro TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA → Substitui no DSM-5, a noção mais restrita de “dependência química” → fenômeno farmacológico, podendo ou não estar rigorosamente presente nesses transtornos; → Essas substâncias produzem, de modo geral, sensações de prazer ou excitação (respostas de recompensa), cuja correspondência cerebral está vinculada às chamadas áreas e circuitos de recompensa do cérebro. As principais estruturas desses circuitos são o nucleus accumbens (NAc), a área tegmental ventral e a amígdala, e o principal neurotransmissor envolvido é a dopamina. → As bases neurobiológicas do uso de substâncias apontam para a importância de regiões corticais pré-frontais, por meio de sua ação de modulação comportamental e do processo de tomada de decisões. → Essas regiões interagem com estruturas subcorticais (como o sistema límbico e o sistema de recompensa, o NAc), que estão relacionadas a recompensas imediatas. A ativação do sistema de recompensa é modulada pelos níveis de dopamina não apenas durante a realização de atividades percebidas como prazerosas, mas também em sua antecipação. INÍCIO E DESENVOLVIMENTO → O início do uso de substâncias está relacionado aos seguintes fatores: o Curiosidade, convivência e pressão de pares ou companheiros(as) que já fazem uso da substância, tentativa de ser aceito pelo grupo, excitação por estar fazendo algo ilegal, secreto, expressão de hostilidade e independência em relação aos pais ou professores, tentativa de reduzir sensações desagradáveis (tensão, ansiedade, solidão, tristeza, sensação de impotência). → Diminuição da autoestima: ponto importante nos transtornos → redução dos interesses, deterioração dos cuidados consigo mesmo, perda de vínculos sociais; → Diminuição do autocuidado: alguns indivíduos, no curso do transtorno, descuidam do vestuário, da higiene e dos dentes, tornam-se desnutridos e podem vir a ter vida sexual promíscua → fator de risco para ISTs; ASPECTOS DIAGNÓSTICOS → Baixo controle: o Fissura (craving): forte desejo ou necessidade intensa de usar a droga → indivíduo direciona tempo e esforço para obter a substância; o Fracasso em relação as tentativas de redução de uso da droga; → Prejuízos psicossociais: o Dificuldade em cumprir obrigações nos estudos, trabalho ou lar; o Abandono de atividades: sociais, profissionais, estudantis, etc. o Afastamento/isolamento → ciclo de piora. → Riscos físicos e psicológicos – apesar dos riscos, o uso continua; → Tolerância e abstinência – fenômenos farmacológicos: o Tolerância: necessidade de doses acentuadamente maiores da substância para obter o efeito desejado, ou o efeito da substância nas mesmas doses é acentuadamente reduzido com o passar do tempo (ex: álcool, opioides e benzodiazepínicos); o Abstinência: quando a concentração da droga no organismo da pessoa diminui, e o indivíduo passa a apresentar sintomas como tremores, ansiedade, sudorese, insônia ou sonolência (os sintomas dependem muito do tipo específico de substância). ▪ Ocorre com frequência em relação a álcool, opioides, cafeína, tabaco, estimulantes (como cocaína e anfetamínicos) e sedativos (como benzodiazepínicos); ÁLCOOL → Absorção muito rápida: a maior parte do álcool é absorvido ainda no estômago – 70%; o E outra parte no jejuno → O álcool é fator de risco para diversas condições; → A prevalência de dependência de álcool na vida no Brasil situa-se entre 6 e 7%, e tal dependência tem implicações gravíssimas para a vida das pessoas e para a sociedade. EFEITO DO ÁLCOOL NO SNC - AGUDO → A excitação inicial do álcool é devido a ação no organismo para tentar reverter a inibição; → A inibição acarreta em sonolência e redução das funções mentais; → O álcool também age nas células de purkinje no cerebelo – altera equilíbrio, voz disartrofônica; COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS DO ABUSO DE ÁLCOOL → Deficiência nutricional: o Encefalopatia de Wernicke – estado de confusão aguda o Síndrome de Korsakoff – amnésia de longo prazo, demência irreversível ▪ Wernicke e Korsakoff são decorrentes da restrição de tiamina (vitamina B1); o Pelagra – dermatite, demência e diarreia (deficiência de B3) → Efeitos diretos do álcool: o Intoxicação aguda o Síndrome do álcoolica fetal – uma série de defeitos inatos à criança, que ocorre quando a mãe consome álcool durante a gestação. → Anormalidades eletrolíticas: o Mielinólise pontina/extrapontina → Retirada do álcool: o Crises epilépticas o Alucinações alcoólicas – alucinações audioverbais de vozes que, tipicamente, falam do paciente na terceira pessoa ou o humilham e desprezam. o Delirium tremens – quadro mais grave da retirada do álcool ▪ Sintomas clássicos do delirium, intensas manifestações autonômicas (como tremores, febre, sudorese profusa, entre outras), ilusões e alucinações visuais e táteis marcantes, principalmente com insetos e pequenos animais (zoopsias). ▪ Tratamento com benzodiazepínicos → Patogênese incerta o Neuropatia alcoólica o Miopatia alcoólica o Degeneração cerebelar o Doença de Marchiafava-Bignami – desmielinização rara do corpo caloso que ocorre em pacientes com alcoolismo, predominantemente homens DIAGNÓSTICO → Diagnóstico: pelo menos dois critérios do A (do 1 ao 11); → Os transtornos por uso ou devido ao álcool (DSM-5 e CID-11) revelam, de modo geral, um estado psíquico e físico resultante da ingestão repetitiva de álcool durante um período de pelo menos 12 meses. o O fenômeno de tolerância está frequentemente presente (mas não é obrigatório). → O tratamento é multiprofissional. Alguns municípios contam com o serviço de CAPS-AD.
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