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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
2
Caroline Hatada De Lima
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
 PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Diretor Presidente Platos Soluções Educacionais S.A
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ 
Lima, Caroline Hatada De
L732p Proteção do meio ambiente / Caroline Hatada De 
 Lima. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 
 2021.
 200 p.
 ISBN 978-65-5356-024-6
 1.Desenho (Projetos). I. Título.
 
CDD 720
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB-8 10289
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Gerenciamento e técnicas aplicadas para riscos ambientais _ 05
Avaliação e gerenciamento de resíduos sólidos ______________ 19
Efluentes líquidos e poluição atmosférica ____________________ 34
Programas de Avaliação Ambiental __________________________ 48
Os Estudos Ambientais _______________________________________ 63
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
5
Gerenciamento e técnicas 
aplicadas para riscos ambientais
Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Conceituar a avaliação ambiental e os riscos 
ambientais.
• Apresentar o Programa de Prevenção do Meio 
Ambiente e as técnicas de preparação de estudo do 
meio ambiente.
• Estabelecer os critérios e técnicas de avaliação e 
controle dos poluentes.
6
1. Introdução
Nesta Leitura Digital, você poderá entender como as condições 
ambientais podem afetar a segurança do trabalho, e se familiarizará 
com o conceito de riscos ambientais e as avaliações ambientais mais 
comumente utilizadas no gerenciamento de riscos.
Ainda, será apresentado (a) ao conceito do Programa de Prevenção 
do Meio Ambiente e as técnicas de preparação de estudo do meio 
ambiente. Por fim, daremos início às técnicas de avaliação e controle dos 
poluentes, que serão aprofundados ao decorrer desta disciplina.
2. Meio ambiente, riscos ambientais e a 
avaliação ambiental
A Segurança do Trabalho se caracteriza pelo papel estratégico de 
educar os trabalhadores, no sentido de sensibilizar para que tenham 
atitudes conscientes durante sua jornada de trabalho. A sensibilização/ 
conscientização para o meio ambiente é também a de inserir atitudes 
e práticas ambientalmente corretas e de preservação no dia a dia dos 
trabalhadores. Quando falamos em segurança do trabalho e meio 
ambiente, estamos nos referindo à saúde individual e coletiva, não 
somente do colaborador da empresa, mas estendido às famílias, às 
gerações futuras, e à preservação do próprio meio ambiente natural. 
Os danos e perigos de atividades laborais não mapeadas e/ou mal 
gerenciadas, podem causar impactos indesejáveis e provocar perdas 
sociais futuras.
Tendo em vista que a empresa que melhor protege o trabalhador não 
é aquela que oferece os melhores meios de proteção, mas aquela 
que menos o expõe a riscos ou que menos oferece possibilidades de 
danos à sua saúde e integridade (BARBOSA FILHO, 2019, p.10), em 
7
atividades laborais onde o trabalhador é exposto e/ou está sujeito à 
riscos, a avaliação, mapeamento e controle desses riscos têm um papel 
fundamental.
Tradicionalmente, a avaliação de risco focava, principalmente, em 
acidentes após acontecerem, e a perspectiva em relação a este tema 
sofreu uma mudança drástica ao longo dos anos, principalmente, nos 
países desenvolvidos após o ataque terrorista de 11 de setembro, nos 
Estados Unidos. Isso levou os países a uma pesquisa séria e intensa em 
metodologias de avaliação de riscos em segurança, e ao conceito de 
prevenção de acidentes. O que antes era aplicado somente a acidentes 
de trabalho, também passou a ser considerado para incidentes e 
prevenção de acidentes ambientais.
Assim, cada dia mais, a segurança do trabalho baseada apenas no 
cumprimento mínimo das exigências legais, dissociada das questões 
ambientais e de sustentabilidade, tem se tornado ultrapassada. Muitas 
organizações, por competitividade de mercado, incorporaram esse novo 
paradigma em seus negócios, e foram pressionados a implantarem 
sistemas integrados, como, por exemplo, as normas certificadoras de 
qualidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho (SILVA et al., 
2019, p. 32).
O meio ambiente, definido pela Política Nacional de Meio Ambiente, 
por meio da Lei n. 6.938/81, é o conjunto de condições, leis, influências 
e interações, de ordem física, química, biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 1981). Podemos entender, 
então, que o meio ambiente abrange não somente o meio natural 
(água, solo, fauna, flora), mas também aquele produzido ou que tem 
interferência humana, como as cidades, edificações, ruas, entre outros. 
Pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), o artigo 25 destaca 
que:
8
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988, art. 25).
Compreende-se, então, que o meio ambiente contempla o ser humano 
e o contexto no qual está inserido, podendo ser social, econômico, 
político, entre outros. Esse conceito se assemelha ao da sustentabilidade 
ou desenvolvimento sustentável, que, muitas vezes, é ligado somente 
aos recursos naturais, mas que também envolve a parte social e 
econômica (SILVA et al., 2019, p.13). Diante disso, pode-se afirmar que 
a sustentabilidade está centrada no ser humano, que é o agente capaz 
de promover esse desenvolvimento. Portanto, a segurança do trabalho 
também está inserida neste contexto, pois busca promover a saúde, 
bem-estar e segurança ao trabalhador, assegurando o equilíbrio social e 
econômico em todo o ambiente à sua volta.
Tudo o que fazemos em nosso cotidiano, quando estamos em nossa 
casa, ou estamos exercendo a nossa atividade laboral, desde o 
ambiente, as ferramentas, o maquinário, e até a postura assumida 
durante o trabalho, nos colocam à mercê de oportunidades de danos a 
nossa integridade, saúde e ao meio ambiente (BARBOSA FILHO, 2019, p. 
5). Se estes realmente acontecerão, não podemos afirmar, mas podemos 
estimar com determinado grau de certeza, as chances com que cada 
um desses elementos do cotidiano do trabalho poderá contribuir 
para possíveis riscos e danos. A cada uma dessas oportunidades 
denominamos de riscos ambientais (SILVA et al., 2019, p. 32).
A necessidade de minimização dos riscos ao meio ambiente e à saúde 
do trabalhador, diante do desenvolvimento econômico e social, está 
cada vez mais presente em pesquisas e relatórios no mundo todo,mesmo sendo difícil quantificar a relação humana com o meio, e 
mensurar a proporção adequada entre a conservação do meio ambiente 
e o crescimento econômico (VIANA, 2010, p. 65). Para Viana (2010, p. 
9
1), a solução para esse dilema está na Avaliação de Riscos Ambientais, 
instrumento transparente e igualitário, que fornece as informações para 
a tomada de decisão e o equilíbrio para o desenvolvimento sustentável. 
Caberá, então, aos gestores desses ambientes executar um roteiro de 
atividades, que culminará na eliminação ou na minimização de tais 
possibilidades (BARBOSA FILHO, 2019, p.102).
3. Programa de Prevenção do Meio Ambiente e 
técnicas de preparação de estudo do meio 
ambiente
Buscando competitividade, crescimento econômico e atendimento às 
exigências do consumidor, as organizações vem assumindo papéis mais 
amplos e há, mais do que nunca, a associação de cuidados para evitar a 
degradação ambiental e o desperdício de recursos naturais, por meio de 
programas de prevenção e controle da poluição. Além da preocupação 
com a própria imagem da organização, também existe a relação entre 
o valor associado do produto ou serviço, e as questões ambientais. 
Da mesma forma que precisamos estabelecer projetos de expansão e 
desenvolvimento econômico dentro de uma organização, também é 
preciso atender a uma demanda para o bem da sociedade, atendendo 
à crescente expectativa do cidadão e suas exigências enquanto 
consumidor.
Para dar suporte à essas exigências, entende-se a necessidade do 
cumprimento das legislações nacionais e internacionais, e a discussão 
dos instrumentos necessários que busquem minimizar os impactos 
no ambiente, promovendo o desenvolvimento sustentável, como, por 
exemplo, por meio dos dezessete principais objetivos estabelecidos 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), na Agenda 2030, ou das 
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio 
da Organização Internacional de Normalização (ISO).
10
Buscar a estruturação das atividades da organização em conformidade 
com os requisitos das normas da série ABNT NBR ISO 14.000, é apenas 
uma das maneiras pelas quais a empresa deve orientar-se para exercer 
essa responsabilidade que lhe cabe no atendimento aos anseios dos 
consumidores. A própria empresa pode agir junto a seu mercado 
consumidor e influenciá-lo a mudar seus padrões de consumo. Poderá, 
ainda, contribuir adicionalmente, mudando seus padrões de produção, isto 
é, o uso de insumos como matérias-primas e energia, como também os 
níveis e os tipos de resíduos gerados por essa produção. (BARBOSA FILHO, 
2019, p. 443)
A ABNT NBR ISO 14.001 enfatiza que alcançar um equilíbrio entre o 
meio ambiente, sociedade e economia (desenvolvimento sustentável) é 
fundamental, e as expectativas da sociedade frente à transparência e a 
responsabilidade na prestação de conta pelas empresas tem evoluído 
com a legislação cada vez mais rigorosa, decorrente dos impactos 
ambientais causados pela poluição, gerenciamento inadequado de 
recursos naturais, mudanças climáticas, degradação dos ecossistemas e 
perda da biodiversidade (BRASIL, 2015).
Vale reforçar, nesse ponto, a diferença entre aspecto ambiental e 
impacto ambiental. Todas as interações entre o ser humano e o meio 
ambiente podem gerar resultados benéficos (impactos positivos) ou 
maléficos (impactos negativos). Dessa forma, o impacto ambiental é a 
consequência negativa do não gerenciamento ou do gerenciamento 
incorreto dessa interação. Já o aspecto ambiental são os elementos das 
atividades, produtos ou serviços de uma empresa. Resumidamente, 
enquanto o aspecto ambiental é a causa, o impacto ambiental é o efeito. 
Alguns exemplos podem ser encontrados no Quadro 1.
Quadro 1 – Aspectos e impactos ambientais
Aspecto ambiental Impacto ambiental
Consumo de energia 
não renovável.
- Esgotamento da fonte de energia.
- Poluição durante a extração.
11
Consumo de água. - Diminuição da disponibilidade hídrica.- Esgotamento desse recurso.
Descarte irregular de 
resíduos sólidos.
- Contaminação do solo e 
do lençol freático.
- Queima dos resíduos.
Emissões atmosféricas. - Poluição do ar.- Mudanças climáticas.
Fonte: elaborado pela autora.
De maneira geral, todas as atividades produtivas que possam causar 
impactos ambientais devem ser avaliadas segundo seus aspectos 
ambientais, e uma das formas de identificação desses aspectos e 
impactos é por meio da implementação de um Sistema de Gestão 
Ambiental (SGA), Estudo de Impacto Ambiental (AIA), Avaliação de 
Impacto Ambiental (AIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Plano 
de Controle Ambiental (PCA), Plano de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos (PGRS), entre outros previstos na legislação e normas técnicas.
No capítulo seguinte, serão apresentados estudos e técnicas para a 
avaliação de controle de poluentes. Utilizaremos como exemplo prático, 
uma indústria de reciclagem de materiais.
4. Estudos dos critérios e técnicas de avaliação 
e controle dos poluentes
Em um estudo de técnicas de avaliação de controle de poluentes, o 
principal objetivo é identificar os perigos/ riscos de uma atividade 
para os colaboradores, população que vive ao entorno ou ao meio 
ambiente. Viana (2010, p. 21) propõe que se faça uma estimativa dos 
riscos existentes e que se apresente propostas para seu gerenciamento, 
com medidas preventivas e emergenciais para diminuir ou sessar as 
adversidades (danos). De acordo com Viana (2010, p. 21), as principais 
etapas a serem executadas nos estudos para avaliação e controle dos 
poluentes são nãos seguinte, apresentados na Figura 1:
12
• Caracterização do empreendimento e da região.
• Identificação dos perigos.
• Consolidação das hipóteses acidentais.
• Estimativa dos efeitos físicos e avaliação de vulnerabilidade.
• Estimativa de frequências.
• Estimativa e avaliação de riscos.
• Gerenciamento de riscos.
Figura 1 – Etapas de um estudo para avaliação e controle de 
poluentes
Fonte: adaptado de Viana (2010).
13
Dessa forma, seguido o organograma apresentado na Figura 1, a gestão 
dos riscos ambientais pode ser mapeada, e pode auxiliar na tomada de 
decisão dos gestores dos setores onde atuar para promover a proteção 
do meio ambiente.
4.1 Caracterização do empreendimento e da região
Para Viana (2010, p. 21), o primeiro passo é caracterizar o 
empreendimento, incluindo todas as informações sobre as atividades 
desenvolvidas na organização. Essas informações podem ser a 
climatologia da região, bacias hidrográficas, áreas de litoral, fauna e flora 
existentes no local, distribuição populacional, além das informações 
sobre a própria empresa, como a planta baixa das instalações, fotos 
aéreas (inclusive da vizinhança), resíduos gerados em cada etapa 
produtiva, fluxograma dos processos, entre outros.
É necessário reunir o máximo possível de informações sobre as 
características do empreendimento e da região, pois só assim é possível 
entender as peculiaridades da localização, contemplando os aspectos 
construtivos e operacionais, sendo físicos ou geográficos.
Fazendo uso do nosso exemplo, em uma indústria de reciclagem de 
materiais, vamos supor que podemos caracterizar o empreendimento 
da seguinte forma:
• Empresa localizada em região urbana, com densidade populacional 
alta em seu entorno. População do município de 300.000 
habitantes.
• Clima do tipo cfa (tropical úmido), seguindo a classificação de 
Köppen-Geiger.
• Bacia hidrográfica do Rio Paraná. Ausência de litoral nas 
proximidades.
14
• Resíduos gerados: recicláveis (todo o empreendimento), rejeito 
(banheiros) e orgânicos (refeitório). Há geração de efluentes pela 
lavagem dos resíduos. Não há utilização de produtos químicos em 
nenhum setor da empresa.
É provável que estudos ambientais já realizados, como Estudo/Relatório 
de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), Plano de Controle Ambiental (PCA), 
SGA, entre outros, já contenham essas informações
4.2 Identificação dos perigos
Nesta etapa, Viana (2010, p. 22) sugere que se identifiquetodos 
os possíveis perigos existentes na organização, desde substâncias, 
falhas de operação, sequências de eventos que podem acarretar 
acidente, desastres naturais, entre outros. Deve-se também verificar a 
frequência que tais eventos danosos podem acontecer. Existem várias 
metodologias para esta identificação, a depender das particularidades 
de cada empresa, como a análise histórica de acidentes (levantamento 
bibliográfico de todos os incidentes ocorridos em empresas com 
atividades similares), o método What if..? (em cada etapa do fluxograma 
de processos, perguntas e se são respondidas, buscando a identificação 
de possíveis falhas ou erros), Análise Preliminar de Perigos (APP), 
que busca identificar precocemente situações indesejadas e eventos 
perigosos, seja falhas de componentes ou erros humanos, entre outros.
Para nosso exemplo, vamos fazer uso da metodologia APP, utilizando o 
Quadro 2.
Quadro 2 – Exemplo de planilha para a Avaliação Preliminar de 
Perigo (APP)
Análise Preliminar de Perigo.
Local: Sistema: Elaborado por: Aprovado por:
Referência: Data: Revisão:
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Exemplo: Armazenamento do efluente gerado na lavagem dos resíduos. 
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Fonte: adaptado de Viana (2010).
4.3 Consolidação das Hipóteses Acidentais
Após identificados os perigos, devem ser descritos, em detalhes, as 
hipóteses acidentais. Deve-se considerar o potencial danoso que pode 
acontecer, como leve, moderada, elevada, grave (VIANA, 2010, p. 26).
Ao final desta etapa, tem-se o conjunto de cenários que podem 
contribuir para o risco final e seus respectivos graus de importância.
Levando em consideração nosso exemplo, caso, na etapa anterior, seja 
feita a Identificação de Perigos por meio da APP, este item já consta na 
metodologia, em Categoria de Severidade.
16
4.4 Estimativa dos efeitos físicos e avaliação de 
vulnerabilidade
Devem ser por meio de modelos matemáticos que representam os 
possíveis cenários que podem causar acidentes. Esses modelos devem 
levar em consideração a tipologia acidental e o potencial poluidor das 
atividades da empresa (vazamentos, condições atmosféricas, topografia, 
rendimento da explosão) (VIANA, 2010, p .27).
No nosso exemplo, pode ser realizada uma tabela, contendo uma 
análise de taxa de vazamento, possível área de vazamento, e taxa de 
evaporação.
4.5 Estimativa de frequências
Com as estimativas dos efeitos físicos e avaliação de vulnerabilidade 
realizadas na etapa anterior, deve-se estimar as frequências que 
esses eventos podem ocorrer. Normalmente, esta frequência pode 
ser estimada por meio de registros históricos ou de referências 
bibliográficas, fazendo uso de valores médios. Pode também fazer uso 
de outras metodologias, como a árvore de eventos e de falha, redes 
bayesianas etc. Também deve-se levar em consideração o erro humano, 
além de falhas de equipamentos/ sistemas.
No nosso exemplo, caso a etapa de Identificação dos Perigos seja 
realizada por meio da APP, este item já consta na metodologia, em 
Categoria de Risco, ou seja, é a combinação de severidade e frequência.
4.6 Estimativa e avaliação de riscos
O risco, como vimos no início deste material, depende de uma série 
de variáveis e diferentes níveis de incerteza. A forma mais comum de 
apresentar os riscos é dividindo-os em risco social e risco individual 
17
(VIANA, 2010, p. 29). O risco social é o que associa a uma comunidade 
ou população, e o risco individual é a probabilidade de morte de uma 
pessoa alocada nas proximidades da organização. O risco social é 
comumente representado por uma curva FN, enquanto o individual, 
por contornos do iso-risco. A curva FN é um gráfico de frequência 
acumulada, usualmente, utilizada para apresentar os critérios de 
tolerabilidade para riscos sociais, e os contornos iso-risco mostram a 
distribuição geográfica dos locais potenciais de risco.
Levando em conta nosso exemplo, temos que levar em consideração 
que a área em que a indústria de reciclagem está instalada é urbana, 
com alta densidade populacional em seu entorno. Também considerar 
que a bacia hidrográfica do Rio Paraná é extensa, e caso haja algum tipo 
de contaminação, muito pode ser os efeitos nocivos ao meio ambiente.
4.7 Gerenciamento de riscos
A última etapa é a tomada de decisão que visa reduzir os riscos de 
acidentes. Esse gerenciamento pode ser feito por meio de um Programa 
de Gerenciamento de Riscos (PGR), assim como propõe a CETESB (2013).
O SGA, descrito no capítulo anterior, é uma das ferramentas possíveis 
para o PGR, pois este também visa a melhoria contínua. Além do SGA, 
o PGR para riscos ambientais, o Plano de Controle Ambiental (PCA) 
também podem ser utilizados, e serão vistos ao longo desta disciplina.
5. Conclusão
Diante do apresentado nesta Leitura Digital, percebe-se que a análise 
e gerenciamento de riscos é de extrema importância, não só para 
os trabalhadores e comunidade ao entorno, mas também ao meio 
ambiente. É necessário que as organizações tenham a consciência de 
18
que a prevenção é a melhor escolha, e que o gerenciamento de risco 
é uma poderosa ferramenta de mitigação da poluição ambiental, que 
visa, acima de tudo, alertar e informar a empresa e os trabalhadores 
dos riscos que sua atividade e seus processos têm, além do potencial 
poluidor da empresa. Se gerenciado de forma correta, esses riscos 
podem e devem ser controlados e monitorados, visando sempre a 
melhoria contínua.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001, de 6 de 
novembro de 2015. Rio de Janeiro, 2015.
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: 
Atlas, 2010.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Constituição da República (1988), de 5 de outubro de 1988. Brasília, 1988. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
Acesso em: 7 mar. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
n. 6938/81, de 31 de agosto de 1931. Brasília, 1931. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 7 mar. 2022.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL. Manual (P4.261) - 
Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos. São Paulo: 
CETESB, 2003.
SILVA, A. A.; REZENDE, M. E. T.; TAVEIRA, P. Segurança do trabalho e meio 
ambiente: o diferencial da dupla atuação. São Paulo: Érica, 2019.
VIANA, D. de B. Avaliação de riscos ambientais em áreas contaminadas: 
uma proposta metodológica. Dissertação (Mestrado), curso de Engenharia em 
Planejamento Energético. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
2010. Disponível em: http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/
mestrado/Daniel_de_Berredo.pdf. Acesso em: 7 mar. 2022.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Daniel_de_Berredo.pdf
http://www.ppe.ufrj.br/images/publica%C3%A7%C3%B5es/mestrado/Daniel_de_Berredo.pdf
19
Avaliação e gerenciamento de 
resíduos sólidos
Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Orientar sobre a importância do gerenciamento de 
resíduos para a proteção do meio ambiente.
• Conceituar a classificação dos resíduos sólidos.
• Estabelecer critérios de destinaçãofinal 
ambientalmente correta dos resíduos.
20
1. Introdução
Neste material, você poderá entender como o gerenciamento de 
resíduos sólidos é fundamental para o gerenciamento de risco e 
proteção do meio ambiente. A conceituação dos resíduos sólidos 
também será apresentada.
Ao final desta leitura, você poderá estar apto a compreender a 
importância de uma gestão de resíduos eficaz, e como o gerenciamento 
de resíduos pode afetar positivamente na proteção do meio ambiente 
pela organização.
2. A proteção do meio ambiente e o 
gerenciamento de resíduos sólidos
Sabe-se que toda a atividade laboral e produtiva pode gerar riscos 
ao trabalhador e ao meio ambiente. O que de fato se busca é 
evitar sua ocorrência e reduzir sua probabilidade, ou diminuir os 
impactos danosos. Para isso, é necessário introduzir, no dia a dia das 
organizações, uma série de boas práticas por meio do conhecimento 
de seus processos, causas e efeitos, visando a integridade, saúde e 
segurança dos colaboradores e do meio ambiente. A partir disso, é 
necessário estabelecer instrumentos e medidas eficazes para prevenção 
e controle (BARBOSA FILHO, 2010), como uma análise/ plano de 
gerenciamento de risco.
Quanto melhor estruturado e contendo a maior quantidade de 
informações for o plano de gerenciamento de risco, melhor preparada 
estará a organização para enfrentar as chances de ocorrência de 
perdas, e de como proceder em casos de emergência. O plano serve 
como guia e orientação, devendo estar sempre disponível para todos os 
colaboradores e setores da organização (BARBOSA FILHO, 2010). Para 
21
o meio ambiente natural, foco deste material, o gerenciamento de risco 
para a proteção ambiental é de extrema importância na prevenção de 
acidentes.
Toda e qualquer empresa que possui potencial poluidor ao meio 
ambiente deve cumprir uma série de exigências legais para continuar 
operando (BARBOSA FILHO, 2010). Essas exigências variam entre 
municípios, estados, e tipos de empresas. Entretanto, o que se tem em 
comum é que seus sistemas de gestão ambiental, que é uma forma para 
a gestão de riscos/ proteção ambiental, devem estar obedecendo as 
normas e legislações vigentes.
Por muitas vezes, o meio ambiente é considerado um obstáculo para o 
crescimento econômico, mas alcançar objetivos de melhorias no aspecto 
financeiro, tecnológico e cultural, deve estar sempre alinhado com a 
preservação do meio ambiente e suas medidas de prevenção, visando 
a redução ou reaproveitamento de recursos (BARBOSA; IBRAHIN, 2014). 
Uma das formas de prevenção de riscos, visando a proteção do meio 
ambiente, é por meio do gerenciamento de resíduos sólidos, visto que é 
um passivo gerado por toda e qualquer empresa.
3. Os resíduos sólidos e sua classificação
Considerada um dos pilares do saneamento básico, Lei n. 11.445/2007 
(BRASIL, 2007), a gestão de resíduos sólidos é evidenciada em prol 
da qualidade de vida da população, e está cada vez mais relacionada 
à saúde e proteção do meio ambiente. O não gerenciamento dos 
resíduos sólidos, ou se realizado incorretamente, pode acarretar em 
contaminação de solo, corpos hídricos, fauna, flora, além de afetar 
diretamente na saúde da população.
Recentemente, se percebe que a gestão de resíduos tem recebido mais 
atenção das instituições públicas por meio de recursos, programas 
22
e linhas de crédito para os municípios. Estes, por outro lado, devem 
promover o gerenciamento de resíduos não somente para a população, 
por meio de limpeza urbana e coleta seletiva, mas também exigir 
que as empresas privadas façam o mesmo. Existe, então, o conceito 
de Responsabilidade Compartilhada pelos resíduos sólidos gerados, 
definida Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei 
Federal n. 12.305/2010 (BRASIL, 2010). A responsabilidade compartilhada 
é o compromisso entre governo, empresa e população, de gerenciar os 
resíduos que geram ou que são responsáveis corretamente, desde a 
concepção do produto até o descarte final ambientalmente correto.
A PNRS é um marco na legislação sobre resíduos sólidos em nosso país. 
Estabelece os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativos à 
gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com 
a PNRS, os resíduos sólidos são:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades 
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe 
proceder ou está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, 
bem como gases contidos em recipientes e líquidos, cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em 
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010, [n.p.]).
Os resíduos sólidos podem ser classificados de diversas formas: pela 
sua origem (BRASIL, 2010), periculosidade (ABNT NBR 10.004), ou pelo 
ramo de atividade da empresa, por meio da Lista Brasileira de Resíduos 
Sólidos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA).
23
3.1 Quanto à origem
São classificados por meio da PNRS (BRASIL, 2010) como:
a. Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em 
residências urbanas.
b. Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de 
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.
c. Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas a e b.
d. Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de 
serviços: os gerados nessas atividades, executados os referidos 
nas alíneas b, e, g, h e j.
e. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados 
nessas atividades, excetuados os referidos na alínea c.
f. Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e 
instalações industriais.
g. Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, 
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas 
pelos órgãos competentes.
h. Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, 
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, 
incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos 
para obras civis.
i. Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades 
agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos 
utilizados nessas atividades.
j. Resíduos de serviço de transporte: os originários de postos, 
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e 
passagens de fronteira.
k. Resíduos de mineração: os gerados na atividade da pesquisa, 
extração ou beneficiamento de minérios.
24
3.2 Quanto sua periculosidade
A forma mais usual de classificação, e mais aceita em documentos 
ambientais, é através de sua periculosidade. Segundo a ABNT NBR 
10.004 (ABNT, 2004) são:
a. Resíduos Classe I, ou perigosos: aqueles que, em razão de suas 
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e 
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou 
à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma 
técnica.
b. Resíduo Classe II A, ou não inertes: aqueles que podem apresentar 
características de combustibilidade, biodegradabilidade ou 
solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao 
meio ambiente.
c. Resíduo Classe II B, ou inertes: são aqueles que, por suas 
características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio 
ambiente.
Segundo a classificação da ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004), a 
caracterização e classificação pode ser melhor exemplificada por meio 
da Figura 1.
25
Figura 1 – Caracterização e classificação de resíduos sólidos quanto 
à periculosidade
Fonte: adaptada de ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004).
26
Os anexos A e B da norma se referem a resíduos perigosos de fontes 
não específicas e de fontes específicas, respectivamente. O anexo B 
apresenta os padrões para o ensaio de solubilidade.
Alguns resíduos e suas respectivas classificaçõessão apresentadas no 
Quadro 1.
Quadro 1 – Exemplos de resíduos e suas classes
Classe I Classe II A Classe II B
Pilha. Orgânico. Borracha.
Lâmpada fluorescente.
Equipamento 
de proteção 
individual (EPI).
Entulho de demolição.
Óleo de motores. Gesso. Isopor.
Restos de tinta. Plástico. Vidro.
Estopa contaminada. Papel/ papelão. Madeira.
Telhas de amianto. Materiais têxteis. Sucatas de ferro e aço.
Fonte: elaborado pela autora.
Os resíduos Classe I, considerados perigosos, são os com maior 
potencial poluidor se não gerenciados de forma correta. Possuem 
características que, em função de suas propriedades físicas, químicas 
ou infectocontagiosas, podem apresentar riscos à saúde pública 
(mortalidade ou incidência e acentuação de doenças) e/ou ao meio 
ambiente (BRASIL, 2004). A ABNT NBR 10.004:2004 (ABNT, 2004) 
estabelece os critérios para que os resíduos tenham essa classificação, 
que devem ser obedecidos por todos os geradores dessa classe 
de resíduos. A instalação e o funcionamento de empreendimento 
ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos, somente 
pode ser autorizado ou licenciado pelas autoridades competentes 
se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e 
econômica, além de condição para prover os cuidados necessários ao 
gerenciamento desses resíduos.
Os resíduos Classe II A e II B são os mais comumente gerados no nosso 
dia a dia, e apresenta as maiores porcentagens de descarte. Possuem 
27
também menor potencial poluir do que os Classe I, porém, devido 
a quantidade gerada, o impacto pode ser grande se não gerenciado 
corretamente. Nessa classificação, se encontram os resíduos sólidos 
urbanos (gerados em nossas casas e cidades), a maioria dos gerados em 
comércios, serviços, setores administrativos das empresas etc.
Percebe-se que, em sua maioria, os resíduos Classe II A e Classe II B são 
aqueles recicláveis, ou seja, possíveis de retornar ao ciclo produtivo por 
meio da reciclagem. De acordo com a PNRS (BRASIL, 2010), a reciclagem 
é:
Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração 
de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à 
transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e 
os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes (BRASIL, 2010, [n. p.]).
Os orgânicos são os restos animais e/ou vegetais que têm origem 
doméstica, urbana, industrial, agrícola e de saneamento. Já os rejeitos, 
são aqueles que não possuem tratamento ou recuperação por 
processos tecnológicos e/ou economicamente viáveis, sendo possível 
somente a destinação final ambientalmente correta (BRASIL, 2010).
Dentro dos resíduos Classe II A e II B também se encontram os resíduos 
da construção civil (RCC). Possuem classificação própria, por meio da 
Resolução CONAMA 307 (BRASIL, 2002), que estabelece as diretrizes, 
critérios e procedimentos para esses tipos de resíduos. São classificados 
da seguinte forma:
• Classe A: aqueles recicláveis ou reutilizáveis, oriundos da 
construção, demolição, reformas, reparos ou de outras de 
estrutura, como os agregados, tijolos, blocos e telhas.
• Classe B: resíduos recicláveis, como o plástico, papelão, metais, 
vidros, embalagens vazias de tintas e gesso.
28
• Classe C: rejeitos.
• Classe D: aqueles perigosos, como restos de tintas, solventes, 
óleos, telhas de amianto entre outros.
Outro resíduo importante, para evidenciarmos aqui, são os resíduos 
industriais. A Norma Regulamentadora (NR) n. 25 (BRASIL, 2011) discorre 
sobre o tema, e define como sendo:
Aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida 
ou gasosa, ou combinação dessas, e que por suas características físicas, 
químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, 
como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, 
borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e 
emissões gasosas contaminantes atmosféricos (BRASIL, 2011, [n. p.]).
Sabe-se que o aumento do poder aquisitivo da população e o aumento 
de indústrias é diretamente proporcional à quantidade de resíduos 
gerados. Com a crescente geração, o gerenciamento desses resíduos e 
a destinação final ambientalmente adequada, deve ser prioridade, a fim 
de diminuir os riscos relacionados ao mal descarte.
4. O gerenciamento de resíduos sólidos
De acordo com a PNRS, os geradores de resíduos sólidos são pessoas 
físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos 
sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo (BRASIL, 
2010). Diante disso, sabemos que todos somos geradores de resíduos 
sólidos. Como pessoa física, geramos os resíduos em nosso dia a dia, 
seja na cozinha (orgânicos), no banheiro (rejeito) e/ou ao comprarmos 
alimentos que vem em alguma embalagem (recicláveis).
29
As organizações, apesar de gerarem também os mesmos tipos de 
resíduos em seus setores administrativos, refeitório, banheiros e 
produtos que vem em embalagens recicláveis, possuem alguns 
agravantes: a quantidade que geram (muito superior à que geramos em 
nossa casa), a possível presença de resíduos altamente contaminantes 
a depender do tipo de organização, e a necessidade de descarte 
ambientalmente correto pelo não recolhimento desses resíduos pelos 
órgãos municipais. Por isso, o gerenciamento dos resíduos gerados é 
tão importante e obrigatório, por meio da NR-25 (BRASIL, 2011). Deve-
se mapear quais resíduos a empresa gera, em quais setores, suas 
respectivas quantidades, o potencial poluidor de cada um deles, e como 
proceder com a destinação final ambientalmente adequada. Muitas 
vezes, o custo é alto, e deve ser incorporado ao custo final do produto 
(BARBOSA; IBRAHIN, 2014).
O gerenciamento de resíduos é o conjunto de ações que envolvem 
as etapas de coleta, transporte, tratamento e destinação final 
ambientalmente correta dos resíduos e rejeitos, que devem estar de 
acordo com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) 
estabelecido na PNRS (BRASIL, 2010). O PGRS pode ser considerado 
uma ferramenta para a gestão de riscos e proteção ao meio ambiente 
para os resíduos gerados, e sua implantação busca a minimização na 
geração, controle, manuseio e disposição final dos resíduos. Além disso, 
é parte integrante e um dos requisitos exigidos em um processo de 
Licenciamento Ambiental. O PGRS é necessário para as empresas que 
geram:
• Resíduos sólidos dos serviços públicos de saneamento básico.
• Resíduos industriais.
• Resíduos de serviço de saúde.
• Resíduos de mineração.
30
• Aqueles que gerem resíduos perigosos.
• Aquelas empresas que geram resíduos não equiparados aos 
domiciliares.
• As empresas de construção civil.
• Os de serviços de transporte, como portos, aeroportos, terminais 
rodoviários, ferroviários e de fronteiras.
• Empresas de atividades agrossilvopastoris.
O PGRS, em sua maioria, possui modelo específico na Secretaria de 
Meio Ambiente de cada município, devendo ser seguidas e observadas 
as particularidades de cada empreendimento e localização. Além disso, 
como o PGRS deve ser renovado, o conceito de melhoria contínua pode 
ser aplicado também, visando sempre a seguinte ordem de prioridade: 
não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos 
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
As diretrizes e ações a serem executadas no PGRS deverão estar 
perfeitamente integradas aos demais planos da organização, em 
comum acordo e devida ciência de todos os envolvidos. A complexidade 
da diversidade de resíduos gerados, a estocagem de materiais, 
muitas vezes, periculosos, e a baixa frequência na destinação final 
para minimização de custos, podem afetar o sucesso ao plano e o 
gerenciamento de risco (BARBOSA FILHO, 2010).
De maneira geral, a recomendação para o gerenciamento de resíduos e 
proteção do meio ambiente é, em cada etapa da produção, desenvolver 
ações de controle,de forma a evitar riscos à saúde do trabalhador, à 
comunidade e ao meio ambiente. É primordial que se busque a redução 
na geração dos resíduos como primeira opção. Uma vez reduzida ao 
máximo sua geração, é necessário buscar destino adequado para as 
diferentes classes de resíduos geradas pela organização. Os resíduos 
31
devem ser corretamente coletados, acondicionados, armazenados, 
transportados, tratados e encaminhados para a disposição final 
ambientalmente correta (BARBOSA; IBRAHIN, 2014).
Aqueles resíduos considerados de altas toxicidades e periculosidade 
devem estar dispostos com o conhecimento e o auxílio de entidades 
especializadas/ públicas, e os de risco biológico devem ser dispostos 
conforme legislação sanitária e ambiental (BARBOSA; IBRAHIN, 2014).
Ainda, os trabalhadores envolvidos nas atividades de coleta, 
manipulação, acondicionamento, armazenamento, transporte, 
tratamento e disposição de resíduos devem ser capacitados pela 
empresa, e de forma continuada, sobre os riscos envolvidos e as 
medidas de controle e eliminação adequadas.
De acordo com a Resolução CONAMA n. 313/2002 (BRASIL, 2002), 
algumas indústrias devem realizar o Inventário Nacional de Resíduos 
Industriais, um mecanismo de gerenciamento de resíduos que visa 
repassar informações sobre a geração, características, armazenamento, 
transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e 
disposição final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias. São elas: 
I) as de preparação e fabricação de artefatos de couro; II) fabricação 
de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e 
produção de álcool; III) fabricação de produtos químicos; IV) metalúrgica 
básica; V) fabricação de produtos de metal, excluindo máquinas 
e equipamentos; VI) fabricação de máquinas e equipamentos; VII) 
fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informativa; 
VIII) fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e 
carrocerias; IX) fabricação de outros equipamentos de transporte. O 
formulário necessário para o Inventário encontra-se no Anexo 1 da 
norma.
Sendo assim, é fundamental que a organização se atente à legislação 
que deve seguir, e que tenha uma equipe responsável pelo 
32
gerenciamento de seus resíduos. Ainda, percebe-se que a proteção 
do meio ambiente natural está intimamente relacionada com a gestão 
ambientalmente correta, prevendo, ao máximo possível, os riscos, 
verificando seus processos regularmente e estabelecendo critérios que 
visam a melhoria contínua da produção.
5. Conclusão
Buscando o desenvolvimento sustentável por meio dos Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, pela 
Agenda 2030, as organizações devem se preocupar, cada vez mais, com 
seu potencial poluidor e o risco ambiental relacionado à sua atividade 
produtiva. Essa preocupação deve estar presente e em comum acordo 
com toda a organização, gestores, setores administrativos, produtivos, 
acionistas, e durante todo o ciclo de vida de seus produtos, desde a 
aquisição das matérias primas, na escolha de seus fornecedores, na 
manutenção de seus maquinários, em suas embalagens, nas ações 
de educação/ sensibilização ambiental de seus funcionários. Somente 
assim, os objetivos da Agenda serão alcançados e o desenvolvimento 
sustentável fará parte da organização, que visa, além do crescimento, a 
proteção do meio ambiente.
Referências
BARBOSA, R. P.; IBRAHIN, F. I. D. Resíduos sólidos: impactos, manejo e gestão 
ambiental. São Paulo: Saraiva, 2014.
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: 
Atlas, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004. Resíduos sólidos–
Classificação. 2004. Disponível em: https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/
files/2014/07/Nbr-10004-2004-Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf. Acesso em: 30 
mar. 2022.
https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2014/07/Nbr-10004-2004-Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf
https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2014/07/Nbr-10004-2004-Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf
33
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 307, de 5 de julho de 2002. Brasília, 2002. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 313, de 29 de outubro de 2002. Brasília, 2002. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. 
Brasília, 2010. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=636. Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-25: Resíduos Industriais. 
Brasília, 2019. Portaria SIT n. 253, de 04 de agosto de 2011. Disponível em: https://
www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-25.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
n. 445, de 5 de janeiro de 2007. Brasília, 2007. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em: 8 mar. 2022.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307. 
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335. 
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636.
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
34
Efluentes líquidos e poluição 
atmosférica
Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Facilitar a compreensão da importância do 
gerenciamento de efluentes líquidos e poluentes 
atmosféricos.
• Apresentar os principais conceitos frente aos 
efluentes líquidos, poluição do ar e seus impactos ao 
meio ambiente.
• Estabelecer critérios para promover a proteção do 
meio ambiente.
35
1. Introdução
Do ponto de vista ambiental, toda atividade produtiva gera impactos 
ao meio ambiente, que, se não gerenciados de forma correta, podem 
acarretar sérios danos ao ambiente. O ideal, é que no início da atividade 
da empresa, sejam levados em consideração a matéria-prima, fontes 
de emissão de poluentes atmosféricos, escolha da embalagem, compra 
de materiais, transporte, destinação final ambientalmente adequada 
de seus resíduos (sólidos ou líquidos), entre outros. Tudo isso visando a 
proteção ao meio ambiente e aos recursos naturais.
A água, os efluentes e as emissões atmosféricas são os temas desta 
Leitura Digital, e, ao final, você poderá entender a importância 
do correto gerenciamento destes para a qualidade de vida, 
sustentabilidade, saúde e segurança da população e dos trabalhadores.
2. A água e os recursos hídricos
A partir da Revolução Industrial, o êxodo rural se tornou mais presente 
e a busca por melhores condições de vida, além do crescimento 
populacional de maneira desordenada, fez com que o governo 
precisasse combater a proliferação de doenças, começando a estruturar 
o saneamento ambiental nas cidades.
O saneamento ambiental é o conjunto de ações ou práticas que 
contribuem para a saúde e bem-estar da população. O mais comum é 
pensarmos que o saneamento se dá somente por meio do tratamento 
da água e do esgoto, porém,também está relacionado a qualidade 
da água e dos rios, o lançamento de esgotos em rede pública, e a 
coleta de resíduos e sua disposição ambientalmente adequada. O 
saneamento também promove que a água seja em quantidade e 
36
qualidade adequadas para o consumo humano, além do controle ou da 
erradicação de doenças.
A água é um recurso natural mais presente no nosso dia a dia. 
Utilizamos a água para beber, cozinhar, para a higiene pessoal, na 
fabricação de produtos, irrigação, lazer, e muitas outras atividades. 
A disponibilidade deste recurso vem sendo ameaçada devido ao 
crescimento populacional e crescente demanda para uso doméstico 
e industrial, que pode tanto reduzir a disponibilidade da água, quanto 
piorar sua qualidade. O volume de água nem aumenta nem diminui, 
porém, tem-se essa percepção por conta das variações climáticas 
(longos períodos de seca e calor), o aumento populacional e da demanda 
da água em diversas regiões do globo, a poluição dos mananciais, a 
alteração do regime de escoamento superficial e de realimentação de 
águas subterrâneas etc. Dessa forma, o gerenciamento dos recursos 
hídricos se faz essencial.
A Lei n. 9.433/97 (BRASIL, 1997) instituiu a Política Nacional de Recursos 
Hídricos. Essa lei cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos e valoriza a água, determinando que:
I – a água é um bem de domínio público; II – a água é um recurso natural 
ilimitado, dotado de valor econômico; III – em situações de escassez, o uso 
prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação 
de animais; IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar 
o uso múltiplo das águas; V – a bacia hidrográfica é a unidade territorial 
para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação 
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI – a gestão 
dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação 
do Poder Público, dos usuários e das comunidades. (BRASIL, 1997, [n. p.])
Muito se questiona sobre as prioridades no uso da água, uma vez que a 
disponibilidade deste recurso hídrico nem sempre é igual para todos. As 
regiões que sofrem com sua escassez, costumam ter conflitos entre seus 
usos para fins econômicos (indústrias, irrigação), sociais (abastecimento, 
37
lazer), culturais (manutenção de paisagens) e ambientais (equilíbrio da 
Terra). Dessa maneira, o grande desafio no gerenciamento deste recurso 
hídrico é no sentido de promover uma sociedade igualitária e inclusiva, 
otimizando a oferta e a demanda. Para isso, uma série de leis e normas 
foram estabelecidas neste sentido, assim como a Lei n. 9.433/97 (BRASIL, 
1997), que prioriza o uso de recursos hídricos para o abastecimento 
público e para a dessedentação de animais. De acordo com o Código das 
Águas, os principais usos deste recurso natural são:
• Abastecimento público: para fins domésticos (beber, preparar 
alimentos, higiene pessoal, limpeza, irrigação de jardins e 
pequenas hortaliças, criação de animais domésticos entre outros) 
e públicos (moradias, escolas, hospitais e demais estabelecimentos 
públicos, irrigação de parques e jardins, limpeza de ruas e 
logradouros, paisagismo, combate ao incêndio, navegação etc.).
• Industrial: matéria-prima para a produção de alimentos, bebidas e 
produtos farmacêuticos, além de seu uso para fins menos nobres, 
como refrigeração, metalurgia, lavagem de águas de produção de 
papel, tecido e fabricação à vapor, como caldeiraria.
• Agrícola e pecuária: irrigação para a produção de alimentos, 
tratamento de animais, lavagem de instalações, entre outros.
• Geração de energia elétrica: na produção de energia por meio da 
derivação das águas de seu curso natural.
• Saneamento: diluição (lançamento em corpos d’água) e tratamento 
de efluentes.
A depender de seu uso, a água tem padrões de exigência de qualidade, 
e manter essa qualidade dentro dos limites estabelecidos por lei é 
fundamental para manutenção da diversidade, saúde e segurança 
da população, além da proteção ao meio ambiente. Há vários fatores 
que alteram a qualidade da água. O Quadro 1 mostra a relação entre 
38
a atividade humana e as consequências que podem causar impactos 
ambientais nos ecossistemas aquáticos.
Quadro 1 – Relação entre os setores econômicos e os impactos da 
atividade humana no meio aquático
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Agricultura. X X X X X X X X
Uso urbano. X X X X X X X X X X
Silvicultura. X X X X
Geração 
de energia 
hidrelétrica 
e estocagem 
de água.
X X X X X
Mineração. X X X X X X X
Indústrias. X X X X X X X X X X
Fonte: adaptado de Finkler (2018).
Á água, após ser utilizada, passa a ter em sua composição substâncias 
oriundas do processo em que foi usada, sejam atividades domésticas 
ou industriais. Em termos gerais, a água, com as propriedades que 
adquiriu, sejam químicas, físicas ou biológicas, passa a ser denominada 
efluente ou água residuária. Quando lançadas sem tratamento em 
recursos hídricos (rios, oceanos, nascentes), os efluentes podem causar 
diversos danos ao meio ambiente, como a alteração na concentração de 
oxigênio dissolvido decorrente do lançamento de esgoto doméstico sem 
tratamento, e a contaminação dos corpos d’agua por metais pesados e 
demais poluentes advindos da indústria, podendo contaminar toda a 
cadeia trófica, causando distúrbios nos animais e até mesmo no homem.
39
3. O efluente líquido
Como visto anteriormente, o efluente líquido é considerado o resíduo 
na forma líquida proveniente dos processos produtivos, seja o esgoto 
doméstico ou o industrial. Assim como todo e qualquer resíduo, 
este também deve obedecer a legislação e normas técnicas para seu 
gerenciamento e controle, visando a proteção do meio ambiente e 
saúde da população (VON SPERLING, 2005).
A características dos efluentes líquidos, como dito anteriormente, 
dependem de sua origem e composição. Além disso, podem ser 
determinadas por meio de metodologias qualitativas ou quantitativas, 
por meio de coleta de amostras, análises físicas, químicas e biológicas 
(temperatura, pH, turbidez), interpretação dos resultados obtidos e 
comparação com as leis e normas de lançamento de efluentes em 
corpos hídricos (VON SPERLING, 2005). Após verificados os parâmetros 
do efluente, é estabelecido o tipo de tratamento a ser utilizado para que 
esteja em condição de ser lançado novamente nos corpos hídricos.
Com o intuito de promover a melhoria na qualidade do efluente e 
na oferta da água, são aplicadas técnicas de tratamento adequadas, 
alinhadas com a qualidade necessária para seu uso, e que estejam 
dentro dos requisitos legais. O principal objetivo de estabelecer os 
padrões numéricos para esse lançamento é resguardar a qualidade 
das águas do corpo receptor, facilitando a fiscalização dos poluidores 
e autuação dos responsáveis por possíveis degradações. Somente 
após tratamento adequado e atendimento aos parâmetros legais, esse 
efluente pode ser lançado de volta nos corpos hídricos.
A Resolução CONAMA n. 430/2011 (BRASIL, 2011) dispõe sobre os 
padrões de lançamento de efluentes, complementando a Resolução 
CONAMA n. 357/2005 (BRASIL, 2005). Os valores fixados para seu 
lançamento são determinados em função do uso da água e suas 
especificidades. Qualquer que seja a exigência de atendimento, o 
40
lançamento não pode comprometer o recurso hídrico, causando 
poluição e/ou limitando o seu uso. Por lei, os responsáveis pelas fontes 
poluidoras deverão realizar o automonitoramento para o controle 
dos lançamentos nos corpos receptores, de acordo comos critérios 
estabelecidos pelos órgãos competentes e suas licenças ambientais.
4. A poluição do ar
Nos últimos anos, a poluição do ar vem sendo muito discutida a nível 
mundial. A preocupação com a qualidade do ar nas cidades é assunto 
de diversos encontros internacionais, e protocolos governamentais. 
Liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU), esses encontros 
vêm sugerir que os países estabelecem metas na diminuição das 
emissões de gases e partículas antropogênicas prejudiciais à saúde e ao 
meio ambiente. Um dos dezenove objetivos da Agenda 2030, da ONU, 
é, até esta data, reduzir o impacto ambiental causado pela poluição do 
ar por meio de ações contra a mudança global do clima. As mudanças 
climáticas tornaram-se uma importante questão global, porém, nem 
sempre se viu a poluição do ar dessa forma.
As atividades antrópicas (realizadas pelos seres humanos) interferem há 
séculos no meio ambiente, utilizando os recursos naturais de diversas 
formas, seja na economia ou no lazer. Após a Revolução Industrial e a 
intensificação das ações humanas, a degradação ambiental se tornou 
ainda mais evidente. Somente em 1972, na Conferência de Estocolmo, 
que se estabeleceu uma orientação global para a preservação e 
melhoria do meio ambiente, e vinte anos após, a ECO-92 debateu os 
problemas ambientais mundiais, incluindo a poluição do ar. Após essa 
Conferência, ano após ano, a emissão de gases prejudiciais ao meio 
ambiente vem ganhando força e sendo debatida, além de leis que visam 
a proteção do meio ambiente frente a esta temática.
41
A poluição atmosférica é uma questão séria de saúde pública. Sabe-se 
que os sistemas públicos de saúde são mais exigidos quando existem 
altas concentrações de poluentes no local, e tem-se referências de 
uma série de doenças causadas por gases e partículas, entre eles, as 
cardiorrespiratórias, cardiovasculares, má formação de fetos e o câncer. 
Também podem causar perdas econômicas, por meio da corrosão de 
materiais, seu enfraquecimento, desgaste de estruturas, redução da 
visibilidade e danos à fauna e flora.
Os poluentes atmosféricos podem ser classificados de acordo com 
sua fonte e como primários e secundários, sendo exemplificados na 
Figura 1. A classificação de acordo com a fonte de emissão pode ser 
fixa ou móvel. As fontes fixas são, em geral, as industriais, onde já se 
sabe, geograficamente, os locais de lançamento de poluentes. As fontes 
fixas também podem ser difusas (emissões cotidianas) ou pontuais 
(com variações de acordo com o aumento e diminuição da produção 
ou vazamentos). A classificação de acordo com o tipo, podem ser 
primárias ou secundárias. As primárias são para os poluentes liberados 
diretamente na atmosfera, como é o caso do dióxido de enxofre (H2S), 
amônia (NH3), óxidos de nitrogênio (NOx), entre outros. As secundárias 
são aquelas formadas por meio de reações químicas, principalmente, 
entre os poluentes primários e compostos já presentes na atmosfera, 
como o peróxido de hidrogênio (H2O2), ácido nítrico (HNO3) e o ozônio 
(O3) (COELHO, 2020).
42
Figura 1 – Classificação dos poluentes atmosféricos
Fonte: adaptado de Coelho (2020).
Ainda, pode-se levar em consideração as escalas micro, meso e 
macro. Em ambientes internos (micro-escala), a poluição do ar pode 
ser identificada em um setor da organização, por exemplo, por meio 
de gases e partículas liberados em uma etapa da produção, e que 
não tiveram ventilação adequada (FINKLER, 2021). A meso-escala 
pode ser exemplificada por fontes poluidoras industriais e móveis 
que contribuem para a poluição atmosférica e contaminam o ar. Um 
exemplo de meso-escala é o não uso de filtro nas chaminés de empresas 
que lançam gases na atmosfera. Os efeitos da poluição atmosférica 
em escala global (macro-escala) se dão, principalmente, por meio de 
43
transportes de longa distância, onde os poluentes são capazes de alterar 
a atmosfera superior, como mostram a distribuição da camada e ozônio 
e o aquecimento global.
Apesar de muito se falar sobre as ações antrópicas e a deterioração 
da qualidade do ar, sabe-se que existem fontes naturais que também 
contribuem para as mudanças climáticas e a poluição atmosférica. Essas 
fontes estão relatadas no Quadro 2. As fontes naturais, que são em 
macro-escala, podem ser por meio de partículas de solo, spray marinho, 
erupções vulcânicas, incêndios florestais não antrópicos, entre outros. 
Entretanto, são as altas concentrações dos poluentes antropogênicos 
que causam os impactos mais significativos. Segundo o artigo 3 da Lei n. 
6.938/81 (BRASIL, 1981), poluição é o dano causado ao meio ambiente 
devido às ações antrópicas, não se considerando como tal as causas 
naturais. É por meio dos componentes do ar atmosférico que a vida na 
Terra se torna possível, logo, é fundamental sua preservação e proteção, 
buscando reduzir, ao máximo os efeitos antrópicos.
Quadro 2 – Fontes naturais e antrópicas que alteram a qualidade do 
ar
Fontes naturais Fontes antrópicas
Decomposição de matéria orgânica. Fábricas, usinas, incineradores, 
fornadas e demais queimadas de 
combustíveis fósseis ou madeira.
Poeira de áreas desérticas. Veículos movidos a combustível 
fóssil, como casos, motos, 
caminhões e aviões.
Metano emitido no processo 
de digestão dos animais.
Queimadas controladas 
na agricultura.
Monóxido de carbono emitido 
das queimas naturais.
Aerossóis, tinta, spray de 
cabelo e outros solventes.
Atividade vulcânica. Decomposição dos resíduos 
orgânicos que geram metano.
Atividade microbiológica 
dos oceanos.
Emissão de amônia pelo 
uso de fertilizantes.
Decaimento radioativo das rochas. Atividade de mineração.
 Fonte: adaptado de Finkler (2018).
44
As fontes de poluição atmosférica estão presentes nas zonas rurais e 
urbanas. Nas zonas urbanas, principalmente por meio da queima de 
combustíveis fósseis nas indústrias e nos carros movidos a diesel e 
gasolina, e nas rurais, por meio da queima de biomassa para limpeza 
do terreno, ou de resíduos. A deterioração da qualidade do ar acontece 
a partir do momento em que substâncias gasosas, como monóxido 
e o dióxido de carbono, ou as partículas, como a fuligem e o material 
particulado, são emitidas em grandes quantidades, sem tratamento 
ou filtro. Os agrotóxicos, incineradores e a queima a céu aberto de 
vegetação ou resíduos também são fontes de poluição do ar que lançam 
quantidades significativas de poluentes, podendo afetar a qualidade do 
ar em todas as escalas (micro, meso e macro) (FINKLER, 2018).
No Brasil, as maiores fontes de emissão de poluentes são por meio 
da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, óleo combustível, 
carvão e resíduos) nos setores de transporte e industriais, e por meio 
da queima de biomassa no setor agropecuário. Por mais que tenhamos 
programas para a utilização do etanol, considerado um combustível 
mais limpo, o transporte de carga, que utiliza o diesel, corresponde a 
12% das emissões.
A qualidade do ar medida, que mostra o nível de exposição da 
população à poluentes, passou a ser monitorada em 1987. No Brasil, 
o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) adotou padrões de 
qualidade desde 1990, tomando como base a legislação americana. 
No entanto, não são todos os estados brasileiros que estabelecem 
padrões estaduais e que monitoram a qualidade do ar nas cidades, 
o que dificulta qualquer programa de controle de poluição, e de 
estabelecimentos de medidas de mitigação e fiscalização. Segundo 
a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 90% da população 
mundial não respira ar de qualidade aceitável, estando muito sujeita a 
riscos e doenças.
45
A Lei Federal n. 6.938/81 (BRASIL, 1981) instituiu a Política Nacional do 
Meio Ambiente (PNMA), trazendo diretrizes gerais de suporte para o 
monitoramento da qualidade do ar, o desenvolvimento tecnológico e 
científico e a informação ambiental por meio da educação. Entretanto, 
somente em 1989 se estabeleceu o Programa Nacional de Controle 
de Qualidade do Ar (Pronar),cujo principal objetivo é promover e 
orientar população e empresas quanto aos padrões de emissão de 
poluente atmosféricos, implementação de políticas de prevenção e uma 
rede nacional de monitoramento da qualidade do ar, estabelecendo 
inventários de emissões de poluentes por setor. Estratégias estaduais 
também foram estipuladas, tendo que assinar temos de compromisso 
no envio de relatórios e na identificação e fiscalização de indústrias com 
potencial poluidor. A principal dificuldade encontrada pelos estados 
e municípios é a falta de equipe técnica e os recursos para compra de 
equipamentos de monitoramento da qualidade do ar.
Para o controle nas concentrações dos poluentes atmosféricos, não se 
deve aplicar somente ações punitivas, mas preventivas e corretivas, com 
a participação da sociedade e setores público-privados. De acordo com 
Coelho (2020), algumas das estratégias de controle são:
• Estabelecimento de limites e normas regulamentadoras.
• Licenciamento das fontes poluidoras.
• Incentivo e utilização de tecnologias limpas e fontes alternativas.
• Utilização de equipamentos modernos, que visam a redução nas 
emissões.
• Implementação de redes de monitoramento da qualidade do ar.
• Estabelecimento de planos de emergência para situações graves 
de poluição do ar.
46
• Criação de serviços de informação e auxílio à população afetada 
pela poluição atmosférica.
Alguns exemplos práticos adicionais do que se pode fazer para redução 
das emissões são: controle dos combustíveis e seu grau de pureza, 
criação de dispositivos de controle da poluição, vistoria nos automóveis 
para retirar de circulação aqueles que não apresentam condições 
mínimas para filtrar os gases resultantes da combustão, aplicação de 
rodízio de carros, melhorias no transporte coletivo, recolhimento de 
aparelhos de ar condicionado e geladeira que ainda utilizam o gás 
CFC, investimento em pesquisas nas fontes alternativas de energia, 
melhor planejamento urbano, maior fiscalização sobre desmatamento e 
incêndios em matas e florestas, entre outros (FINKLER, 2018).
Além da consciência da população em buscar fontes alternativas de 
energia e atividades relacionadas com a poluição do ar, também se 
faz necessária uma fiscalização rigorosa nas instalações industriais. 
A legislação deve obrigar as indústrias a utilizarem filtros em suas 
chaminés, tratar seus resíduos e utilizar processos menos poluentes. 
Também, deve-se aplicar punições severas para aquelas que não 
estiverem de acordo com a lei (FINKLER, 2018).
Atualmente, os níveis de concentração de poluentes atmosféricos, 
principalmente nas grandes metrópoles brasileiras, poderiam ser mais 
monitorados por meio de estações de monitoramento da qualidade 
do ar, e a fiscalização das indústrias também poderia se dar de forma 
mais eficaz e constante. Existe, então, a necessidade de entender 
melhor a relação entre níveis de exposição a qual a população está 
sujeita, e os poluentes atmosféricos, as fontes emissoras de poluentes 
e a mitigação de impactos, e as estratégias para controle de poluição 
atmosférica. Sabendo que fatores, como o crescimento da frota veicular 
e populacional, degradam a qualidade do ar, é necessário adotar 
medidas que estabeleçam padrões regulamentadores como estratégia 
47
para promover o menor impacto ambiental possível, além de medidas 
de fiscalização e controle.
Referências
BITTENCOURT, C.; PAULA, M. A. S. de. Tratamento de água e efluentes: 
fundamentos de saneamento ambiental e gestão de recursos hídricos. São Paulo: 
Saraiva, 2014.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 357, de 17 de março de 2005. Brasília, 2005. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 430, de 13 de maio de 2011. Brasília, 2011. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
n. 6938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Lei n. 9433, de 8 de janeiro de 1997. Brasília, 1989. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm. Acesso em: 8 mar. 2022.
COELHO, L. Gestão de Efluentes e Emissões. São Paulo: Senac, 2020.
FINKLER, R. et al. Fundamentos da Engenharia Ambiental. Porto Alegre: Sagah, 
2018.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de 
esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; 
Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
48
Programas de Avaliação 
Ambiental
Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Apresentar os Programas de Avaliação Ambiental e 
as metodologias para a gestão ambiental.
• Conceituar a NR-9, que trata da avaliação e controle 
das exposições ocupacionais a agentes físicos, 
químicos e biológicos.
• Conceituar a NR-18 referente às condições de 
segurança e saúde no trabalho na indústria da 
construção civil.
49
1. Introdução
Neste material, você se familiarizará com os conceitos de poluição 
ambiental e os impactos causados pelas organizações que podem 
contribuir negativamente na saúde e segurança do trabalhador e no 
meio ambiente.
Ainda, entenderá como as Normas Regulamentadoras (NR) n. 9 (BRASIL, 
2019a) e n. 18 (BRASIL, 2020b) auxiliam com as metodologias para 
análises de prevenção a riscos ambientais e condições de segurança e 
saúde no trabalho na indústria da construção civil.
2. A poluição e os impactos ao meio ambiente
Desde que o ser humano inseriu seu modo de vida na Terra, e 
com o crescimento urbano e êxodo rural, as ações antrópicas vem 
causando mudanças no meio ambiente natural. A busca por melhorias 
na economia, qualidade de vida, competitividade na indústria e 
comércio, e o consequente desenvolvimento desenfreado, nos levou a 
compreender os malefícios da ausência de uma gestão eficaz e falta de 
comprometimento com as questões ambientais.
Os impactos ambientais, fruto dessa evolução do ser humano em 
sociedade, ocasionam, principalmente, alterações antrópicas sob o 
meio ambiente natural, na biodiversidade, no clima, na paisagem, 
na fauna e flora. Essas alterações se fizeram necessárias, de certo 
modo, para que o ser humano conquistasse seus desejos materiais 
e sociais de crescimento econômico, porém, o grande problema se 
encontra em saber qual o limite para essas intervenções antrópicas 
não causarem, cada vez mais, um desequilíbrio ecológico (BARBOSA, 
2014). Um dos fundamentos principais do desenvolvimento 
sustentável (desenvolvimento capaz de suprir as demandas atuais 
50
sem comprometer as necessidades futuras) nos ensina que é possível 
alcançar um equilíbrio entre as partes social, econômica e ambiental, 
desde que esses limites sejam impostos para a exploração de recursos 
naturais e a preservação do meio ambiente (BARBOSA FILHO, 2010).
O termo impacto ambiental é definido pela Resolução Conama n. 001/86 
(BRASIL, 1986) como sendo:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam:
I – A saúde, segurança e o bem-estar da população;
II – As atividades sociais e econômicas;
III – A biota;
IV – As condições estéticas e sanitáriasdo meio ambiente;
V – A qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986, [n. p.])
Neste momento, também é necessário deixar claro que a poluição 
e a contaminação ambiental têm conceitos diferentes. Enquanto a 
poluição é qualquer alteração no sistema original (água, ar, solo etc.), a 
contaminação é a inserção de contaminantes patogênicos ou químicos 
neste sistema. Estes podem se dar de forma natural (por exemplo, 
uma erupção vulcânica que emite grandes quantidades de particulados 
e gases tóxicos no meio ambiente) ou de forma antrópica (lançar 
efluentes sem tratamento adequado nos corpos hídricos, por exemplo). 
No entanto, sabe-se, por meio de pesquisas, que a poluição antrópica 
supera a natural, e, dessa forma, a identificação dessas alterações é 
extremamente necessária.
Vale ressaltar que se a poluição/ contaminação se desse de forma 
natural, o próprio meio ambiente teria a capacidade de assimilação e 
51
recuperação, porém, a quantidade de poluentes antrópicos inseridos 
no meio é tão grande que a capacidade de recuperação é ultrapassada, 
ocorrendo modificações no meio ambiente e em seu desequilíbrio 
(BARBOSA FILHO, 2010). Se faz necessário, então, desprender esforços 
para implementar medidas de planejamento, aprimoramento, controle 
e melhoria contínua na busca da proteção do meio ambiente e recursos 
naturais. Um desses esforços podem se dar por meio de programas 
de avaliação ambiental e metodologias de gestão, que nos apresentam 
formas de redução dos impactos ambientais.
3. Forma de reduzir os impactos no meio 
ambiente
Como vimos anteriormente, o estabelecimento de metas e planos 
para a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais é essencial 
para diminuir e mitigar possíveis impactos causados pelo homem em 
suas atividades em sociedade. Devem ser adotadas então, medidas 
de controle (prevenção), mitigação, compensação, recuperação e 
monitoramento dos impactos de todas as atividades com potencial 
poluidor. A ordem de prioridade é apresentada na Figura 1.
Figura 1 – Ordem de prioridade para medidas de controle
Fonte: elaborada pela autora.
52
O primeiro passo, a prevenção de riscos, é a mais importante e a 
primeira a ser implantada. O principal objetivo é garantir que os 
possíveis impactos ambientais resultantes das atividades realizadas 
pelas organizações sejam mapeados e identificados antes que 
aconteçam. Por exemplo, ao se construir uma usina de energia solar, 
deve-se levar em consideração a área da construção e quais impactos 
ambientais poderiam causar na fauna e flora, se a capacidade de 
geração de energia compensaria o impacto, se é possível aproveitar a 
topografia local, como se dará o aumento do tráfego de veículos, como 
dar descarte ambientalmente correto para as placas fotovoltaicas que 
não são passíveis de manutenção ou reaproveitamento etc. Tudo isso 
visando identificar os pontos de atenção e possíveis impactos (BARBOSA 
FILHO, 2010).
O segundo passo são as medidas de mitigação (diminuir a intensidade 
de algo, tornar mais brando, mais suave). Sabemos que, mesmo 
prevenindo, é impossível que as atividades de uma organização 
ocorram sem qualquer impacto ambiental negativo, por menor que eles 
sejam. Dessa forma, as medidas de mitigação visam reverter danos e 
minimizar situações de risco por meio de identificação e intervenções 
em áreas vulneráveis e a implementação de programas operacionais 
que melhores situações críticas com base na gestão adaptativa. Segundo 
Barbosa Filho (2010), entre os principais planos de mitigação estão:
• Manter, em estado próximo ao natural, a maior parte das zonas 
degradadas.
• Condicionar as explorações agrícola e pecuária.
• Impedir a ocupação com habitação nas áreas delimitadas de 
proteção.
• Condicionar as instalações industriais.
• Desviar vias e transferir construções em zonas de risco.
53
• Limitar a construção de estradas marginais e a intensidade de 
tráfego.
• Controlar a ocupação de terras e extrações.
• Investir em tecnologias que visam o reuso de água.
Por fim, o último passo é a recuperação e/ou compensação. A 
compensação ambiental busca garantir um ressarcimento pelos 
danos causados ao meio ambiente pelas organizações. É uma forma 
de promover um benefício ambiental em prol do impacto gerado, não 
devendo ser visto como multa ou indenização. Vale ressaltar que a 
compensação deve ocorrer quando o impacto continua significativo 
mesmo quando tomadas todas as medidas de mitigação, e/ou quando 
não seja possível a recuperação. Essa compensação pode ser por meio 
do plantio e doação de mudas de árvores, de equipamentos de controle 
de poluição para órgãos ambientais, no paramento para entidades que 
investem na proteção de unidades de conservação etc.
Entretanto, de nada adianta estabelecer medidas de controle, mitigação, 
recuperação ou compensação se não há um monitoramento constante 
das atividades e um pensamento de melhoria contínua (BARBOSA, 
2014). O monitoramento, peça-chave para identificar a situação atual 
da empresa e traçar planos e metas para redução de impactos, é um 
processo que se dá por meio da coleta de informações (dados) da 
organização, com o objetivo principal de identificar e avaliar qualitativa e 
quantitativamente as variáveis ambientais, tanto as condições atuais da 
organização, quanto as tendências ao longo do tempo. O programa de 
monitoramento deve fomentar o acompanhamento e implementação de 
todas as medidas mitigatórias e compensatórias previstas, por meio de 
um cronograma pré-definido.
Todos esses planos de prevenção, mitigação, recuperação e 
compensação devem estar estabelecidos e definidos dentro dos estudos 
54
ambientais, onde se avalia a situação atual da empresa e seu potencial 
poluidor, e o que pode ser feito para minimização dos impactos e 
proteção do meio ambiente.
4. A avaliação e os estudos ambientais
A Resolução CONAMA n. 237, de 19 de dezembro de 1997 (BRASIL, 1997), 
define Estudos Ambientais como:
Todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados 
à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou 
empreendimento, apresentados como subsídio para a análise da licença 
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle 
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de 
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de 
risco. (BRASIL, 1997, Art. 1, [n. p.])
A partir desta definição, percebe-se que esses estudos ambientais 
podem dar subsídio ao processo de licenciamento ambiental por meio 
dos órgãos públicos, no qual apresentam um diagnóstico da situação 
real do empreendimento, sendo realizado por equipes multidisciplinares 
que adotam metodologias para o uso múltiplo dos recursos naturais. 
Tem-se, então, levantamentos com fontes de informações mais precisas 
para subsidiar planos de ação eficazes, além de analisar os impactos 
ambientais causados pelas organizações.
A análise de impactos tem por objetivo prever possíveis alterações no 
meio ambiente natural, desde o projeto de implantação, até o momento 
de pleno funcionamento da empresa. O ideal é que a análise de impacto 
e os estudos ambientais sejam feitos desde o início da concepção da 
organização, pois as informações obtidas ajudam a nortear as decisões 
no sentido de diminuir impactos. Se verificado desde o começo o 
potencial poluidor, as chances de sucesso nas medidas de prevenção, 
55
mitigação, recuperação e compensação são ainda maiores. Dessa forma, 
viabilizam-se ganhos ambientais e financeiros, além da administração 
ter plena consciência do que pode e deve ser feito.
Depois do início das atividades da organização, adotar um sistema de 
gestão ambiental (SGA) eficaz e que realmente mapeia os pontos de 
atenção é fundamental no sucesso ambiental de um empreendimento. 
A gestão ambiental é estabelecida por meio da série de normas ABNT 
NBR ISO 14.000 (BRASIL, 2015), e emprega conceitos de planejamento, 
identificação, controle, análise,minimização e monitoramento dos 
impactos ambientais a níveis previstos, além de apresentar soluções 
para proteção do meio ambiente. A partir da norma, existem uma série 
de documentos que podem ser implementados ao SGA da organização, 
visando o cumprimento de metas, soluções de problemas ambientais ou 
a minimização.
Para que isso seja possível, devem ser considerados os aspectos 
ambientais nas tomadas de decisão, além de uma atitude da alta 
administração voltada para a proteção do meio ambiente e da saúde 
e segurança do trabalhador, com o apoio e cooperação de todos os 
colaboradores. Assim, a elaboração e aplicação de programas e planos 
auxiliam na busca pelo controle das ações com base na mitigação de 
impactos negativos ao meio ambiente.
Neste contexto, algumas normativas foram criadas para regulamentar 
ações a serem executadas, entre elas, a NR-9 (BRASIL, 2020a), que 
discorre sobre a Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a 
Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, e a NR-18 (BRASIL, 2020b), sobre 
as Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, 
que leva em consideração o meio ambiente construído. Veremos ambas 
a seguir.
56
4.1 NR-9 – Avaliação e Controle das Exposições a Agentes 
Físicos, Químicos e Biológicos
A NR-9 (BRASIL, 2020b), estabelece os requisitos para a avaliação das 
exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, quando 
identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Com 
esta última atualização, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA) passa a não ser obrigatório, e a gestão dos riscos ambientais para 
a ser deve ser elaborado de acordo com cada segmento da empresa, 
sob responsabilidade do empregador, mas com a participação dos 
trabalhadores. Ele deve estar articulado com as demais documentações 
exigidas em outras NRs, em especial ao Programa de Controle Médico 
de Saúde Ocupacional (PCMSO) (BRASIL, 2020a).
Seguindo a mesma ordem, vista anteriormente, para impactos 
ambientais, o PGR deve, inicialmente, identificar ou reconhecer os 
riscos existentes em todos os postos de trabalho. Em seguida, avaliar os 
riscos encontrados e respectiva exposição dos trabalhadores. Por fim, 
implementar medidas de controle e verificação da eficácia. De acordo 
com a NR-9 (BRASIL, 2020b), deve-se avaliar os agentes físicos, químicos 
e biológicos, que são:
• Agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes.
• Agentes químicos: Substâncias e/ou compostos que possam 
penetrar por via respiratória, como poeiras, fumos, névoas, 
neblinas, gases ou vapores.
• Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus.
Neste ponto, vale ressaltar que, por meio da norma, deve ser 
realizada uma análise preliminar das atividades laborais e dos dados 
disponíveis relativos aos agentes citados acima, determinando se 
57
existe a necessidade de adotar medidas de prevenção ou de realização 
de avaliações qualitativas ou quantitativas. Por ordem de prioridade, 
primeiramente, devem ser executadas medidas coletivas (eliminação, 
redução ou minimização de riscos na fonte), medidas administrativas de 
organização do trabalho (rotatividade de tarefas e turnos, redução do 
tempo de exposição), treinamento para a formação de hábitos saudáveis 
e, como último recurso, uso de Equipamento de Proteção Individual 
(EPI).
De acordo com a NR-9 (BRASIL, 2020b), a identificação das exposições 
ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos devem 
considerar os itens que constam na Figura 2.
Figura 2 – Identificação das exposições ocupacionais
Fonte: adaptada de Brasil (2020b).
58
Para o reconhecimento dos riscos, a norma orienta que deve conter 
a identificação do risco, a determinação e localização das fontes 
geradoras, a identificação dos meios de propagação dos poluentes, o 
número de trabalhadores expostos e os possíveis danos à sua saúde, o 
comprometimento da organização na saúde do trabalhado e as medidas 
de controle que estão sendo tomadas (BRASIL, 2020b).
Os resultados dessas avaliações dos agentes físicos, químicos e 
biológicos, devem compor o inventário de risco do PGR, incorporados 
ao Plano de Ação que deve ser estabelecido pela organização e cumprir 
o programa como atividade permanente. Ainda, cabe ao trabalhador 
colaborar e participar na execução do PGR, seguir as orientações e 
informar ao seu superior sempre que julgar existir ocorrências de riscos 
à saúde e ao meio ambiente.
4.2 NR-18 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho 
na Indústria da Construção Civil
Assim, como a NR-9 (BRASIL, 2020b), a nova NR-18 (BRASIL, 2020c), 
atualizada em 2020, apresentou mudanças conceituais importantes, 
passando a ser uma norma de gestão ao invés de uma norma de 
aplicação. O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria e Construção Civil (PCMAT) passa a não existir mais, sendo 
substituído pelo Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
(PGR). Vale ressaltar que o PCMAT de obras ainda não finalizadas 
continua válido até sua conclusão. A elaboração deste programa 
contempla os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de 
prevenção.
Essa normativa, desde a versão antiga, leva em consideração a proteção 
do meio ambiente natural e construído, além da saúde e segurança 
do trabalhador. Discorre sobre as condições de segurança e saúde 
no trabalho e na indústria da construção civil, tem por objetivo o 
59
estabelecimento de diretrizes para a implementação e medidas de 
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, condições 
e no meio ambiente de trabalho na construção civil.
Além de estar sempre atualizado de acordo com a etapa da obra, o PGR 
deve propiciar o avanço tecnológico em segurança, higiene e saúde dos 
trabalhadores, objetivar a implementação de medidas de controle e 
de sistemas preventivos, e garantir a realização das tarefas laborais de 
forma segura e saudável (BARBOSA FILHO, 2015).
Barbosa Filho (2015) afirma que na elaboração de documentos, como 
PGR, devem ser levados em consideração desafios, entre eles:
• A seleção, deslocamento, permanência no canteiro do grande 
número de trabalhadores requeridos.
• O treinamento, a formação e a coordenação das mais diversas 
especialidades.
• O fornecimento de instalações para alimentação, higiene pessoal e 
repouso.
• O aprovisionamento de materiais de uso direto e indireto na obra, 
inclusive ferramental e equipamentos de proteção.
• O registro das atividades efetuadas pela maquinária, bem como a 
regularidade na sua manutenção, para assegurar a confiabilidade.
Os principais pontos de atenção e que devem ser levados em 
consideração no PGR estão dispostos na Figura 3. A figura não mostra, 
necessariamente, a ordem de importância dos pontos de atenção. Vale 
reforçar que a norma exemplifica cada um dos pontos, com as diretrizes 
e normas específicas, estabelecendo limites e critérios.
60
Figura 3 – Pontos de atenção no PGR para a NR-18
Fonte: adaptada de Brasil (2020c).
Nos anexos da norma, é apresentada a carga horária, periodicidade e 
conteúdo programático na capacitação dos trabalhadores. O PGR é um 
dos primeiros temas a serem abordados, e todos devem estar cientes 
das medidas de mitigação de acidentes do trabalho e ambientais.
61
A indústria da construção civil, em nosso país, é grandiosa em 
dimensões e números, implicando na importância para a economia 
nacional. Os números também correspondem aos índices mais altos 
para acidentes de trabalho. As quedas em altura são as principais, 
seguido pelos cortes e lacerações, lesão por esforços repetitivos, 
exposição a ruídos e picadas de insetos peçonhentos. Para isso, as NRS 
são importantes e devem ser seguidas à risca, bem como o uso de EPCs 
e IPIs, os diálogos sobre a segurança, a capacitação dos trabalhadores e 
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Dessa forma, e a partir dos dispostos nas NR-9(BRASIL, 2020b) e NR-
18 (BRASIL, 2020c), percebe-se que os estudos relacionados ao meio 
ambiente (natural e construído), bem como a saúde e segurança do 
trabalhador, são ferramentas de extrema importância e relevância 
para mapear os riscos, propor soluções, identificar pontos positivos 
e negativos e estar de acordo com as normas legais estabelecidas 
em nosso país. É necessário, ainda, além da participação e apoio da 
alta administração, o engajamento dos trabalhadores para que os 
Programas sejam efetivos e representem a realidade. Dessa forma, a 
capacitação dos funcionários para que entendam as metas e diretrizes, 
e a melhoria contínua de processos ajudam a promover a proteção do 
meio ambiente e a saúde e segurança do trabalhador.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015–Sistemas 
de gestão ambiental–Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2021.
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2014.
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental. São Paulo: 
Atlas, 2010.
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança no Trabalho na Construção Civil. São Paulo: 
Atlas, 2015.
62
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 001, de 23 de janeiro de 1986. Brasília, 1986. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 237, de 19 de dezembro de 1997. Brasília, 1997. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-09–Avaliação e controle 
das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. 
Brasília, 2020b. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/
composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-
saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2020.pdf. Acesso 
em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-18–Condições de 
segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Brasília, 2020c. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/
orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/
normas-regulamentadoras/nr-18-atualizada-2020.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-07–Programa de controle 
médico de saúde ocupacional. Brasília, 2020a. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-
07_atualizada_2020.pdf. Acesso em: 8 mar. 2022.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
63
Os Estudos Ambientais
Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Objetivos
• Orientar os leitores acerca da importância dos 
estudos ambientais para a prevenção de riscos.
• Apresentar exemplos de estudos ambientais.
• Estabelecer critérios os estudos ambientais e suas 
aplicações nas organizações.
64
1. Introdução
Neste material, você se familiarizará com a importância dos estudos 
ambientais para análises de riscos ao meio ambiente natural, além 
de poder entender mais a respeito de alguns dos estudos mais 
rotineiramente utilizados pelas organizações e órgãos governamentais.
Além disso, poderá entender como é necessário conhecer os riscos das 
atividades da organização, e como mapear os impactos ambientais é 
fundamental para a proteção do meio ambiente.
2. Os estudos ambientais
O ser humano, no decorrer de sua história evolutiva, vem extraindo 
os recursos naturais para seu crescimento e desenvolvimento, 
muitas vezes, sem planejamento urbano ou análises de riscos ao 
meio ambiente. Nos dias de hoje, o cenário vem se modificando, e a 
preocupação com as questões ambientais, seja para estar de acordo 
com a legislação vigente ou pela política ambiental da empresa, está 
cada vez mais em evidência (STEIN, 2018). Nas indústrias, construção 
civil, comércio, e demais atividades que gerem impacto ambiental, é 
fundamental que sejam realizados estudos para identificar quais danos 
esse empreendimento pode causar ao meio ambiente. Esses estudos 
servirão de base para que sejam tomadas medidas cabíveis no que 
diz respeito ao desenvolvimento da organização para as questões 
ambientais, como o local de instalação da empresa, a região ao 
entorno, os aspectos ecológicos, graus de risco, medidas de mitigação 
etc. Quanto antes a organização identificar seu potencial poluidor e 
tomar as medidas e precauções necessárias, melhor será para seu 
desenvolvimento, para a saúde e segurança do trabalhador, e para 
garantir um meio ambiente equilibrado (BARBOSA, 2014).
65
Entretanto, percebe-se, ainda, que existe uma grande relutância na 
elaboração de estudos ambientais pelas empresas, onde somente fazem 
quando existe uma obrigatoriedade por lei. Por meio da Agenda 2030, 
da Organização das Nações Unidas (ONU) para os ODSs (Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável), os bancos e outras financiadoras vêm 
atuando para restringir linhas de crédito e financiamento para empresas 
que não gerenciam seus passivos, não adotam medidas mitigatórias 
ou de prevenção. Qual o interesse dessas instituições bancárias para 
promover os ODSs? Eles mesmos precisam estar de acordo e cumprir 
com os objetivos da ONU, e veem, neste incentivo em condicionar 
financiamentos, uma forma de atingi-los
Dessa forma, as instituições públicas, privadas, o governo e o próprio 
cidadão, têm papel fundamental para o sucesso de planos e projetos 
relacionados ao meio ambiente. Todos devem trabalhar em conjunto, 
com transparência, imparcialidade, equidade e informação, dentro 
de uma participação legalizada, organizada e coerente, que leva em 
consideração os aspectos ambientais e socioeconômicos, buscando a 
melhoria contínua e a proteção do meio ambiente (STEIN, 2018).
Os requisitos mínimos de acordo com o artigo 5º, da Resolução CONAMA 
n. 01/86 (BRASIL, 1986), para o desenvolvimento de estudos ambientais, 
são:
I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto.
II–Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados 
nas fases de implantação e operação da atividade.
III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente 
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, 
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.
66
IV – Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em 
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Parágrafo Único – Ao determinar a execução doestudo de impacto 
ambiental, o órgão estadual competente, ou o IBAMA, ou, quando couber, 
o município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do 
projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias, 
inclusive os prazos. (BRASIL, 1986, [n. p.])
São exemplos de estudos ambientais: o Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA), Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA), Plano de Controle Ambiental (PCA), Sistema de Gestão 
Ambiental na empresa (SGA) e as normas da ABNT NBR ISO 14.001. 
Todos esses planos e projetos, veremos no decorrer deste material.
2.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
Os Estudos dos Impactos Ambientais (EIA) são uma das principais 
ferramentas para avaliar as atividades que podem impactar o meio 
ambiente em uma organização (STEIN, 2018). Este importante estudo 
contêm informações do empreendimento e as atividades exercidas por 
ele, que podem causar impacto ambiental, além de soluções para seu 
controle e mitigação.
De acordo com Barbosa (2014), o EIA deve ser desenvolvido 
estabelecendo uma ligação entre a situação atual da organização e o 
alcance de soluções concretas, levando em consideração os ambientes 
físicos, biológicos e sociais, por meio de análises quantitativas e 
qualitativas. Este estudo deve obedecer a uma sequência lógica, que 
permite seu desenvolvimento desde sua concepção até conclusão, para 
organizações produtivas ou empreendimentos que causem qualquer 
impacto negativo ao meio ambiente. Devem proporcionar suporte 
técnico e administrativo, que servirão de base para tomadas de decisão 
a favor da proteção do meio ambiente.
67
O formato padrão para o EIA pode variar de acordo com cada 
organização e seu potencial poluidor, podendo ser incluídos dados 
peculiares de cada região, por exemplo, desde que embasados por leis 
específicas (STEIN, 2018). No entanto, há um consenso em um roteiro 
mínimo básico que atende a legislação, apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Requisitos mínimos para o EIA
Fonte: elaborada pela autora.
68
Na Descrição do Empreendimento, são descritas as informações básicas 
da organização (nome, razão social, endereço, nome dos responsáveis), 
a localização (mapas), o fluxograma dos processos produtivos, os 
projetos setoriais já existentes, planos de expansão, entre outras 
informações relevantes.
A Área de Influência é o espaço que pode sofrer alterações devido a 
atividade laboral da organização. Essas alterações podem ser nos locais 
próximos ao local de instalação da empresa (Área Diretamente Afetada–
ADA) ou no seu entorno (Área de Influência Direta–AID). Também pode 
ser em áreas que transcendem a ADA ou AID, mas que podem sofrer 
com impactos indiretos (Área de Influência Indireta–AII).
O Diagnóstico dos Fatores Ambientais tem por principal objetivo 
caracterizar a área do empreendimento e o que pode ser feito antes 
de sua implantação para promover a proteção do meio ambiente, 
facilitando a identificação dos impactos nos meios físicos, biológicos e 
socioeconômicos. Nesta etapa, são planejadas e realizadas análises de 
riscos e detalhamento técnico na região de implantação.
A Análise dos Impactos Ambientais identifica, valora e interpreta os dados 
levantados na etapa anterior. Verifica, ainda, qual o potencial poluidor 
de cada setor da organização.
Na Proposição das Medidas Mitigatórias, são estabelecidos o que será 
feito para prevenir, corrigir, compensar e potencializar os impactos 
ambientais. Deve-se levar em consideração todas as fases do 
empreendimento, os custos envolvidos, a responsabilidade, prazo, 
cronogramas etc.
Os Programas Ambientais são os procedimentos para a prevenção 
ambiental. A alta administração deve executar, financiar e gerenciar 
programas para promover as medidas mitigatórias necessárias. Neste 
momento, a participação da comunidade local se faz importante.
69
Por fim, os Programas de Monitoramento devem ser estabelecidos para 
acompanhar os impactos durante todas as fases do empreendimento, 
devendo indicar as não conformidades e o que deve ser feito para seu 
acompanhamento. Nesta etapa, a melhoria contínua é fundamental.
Dessa forma, o EIA é um estudo que exemplifica de forma abrangente 
todo o potencial poluidor da organização, identificando os riscos da 
atividade laboral, gerenciando, além de propor soluções, e buscando o 
desenvolvimento sustentável.
2.2 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
Um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 
6.398/81 (BRASIL, 1981), a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem 
como objetivo principal a prevenção dos impactos ambientais negativos 
gerados pelas organizações. Por meio da AIA, é possível compreender 
a importância do gerenciamento de riscos das atividades produtivas e 
dos empreendimentos, por meio de suporte técnico, operacional e legal. 
Devido sua aceitação e objetivos, a AIA passou a ser um documento 
rotineiro e aplicado ao processo decisório em mais de 180 países, a 
partir dos anos 1970 (STEIN, 2018).
A AIA possui um conjunto de procedimentos legais, institucionais e 
técnico-científicos que buscam caracterizar e identificar previamente os 
impactos ao meio ambiente. É capaz de assegurar, desde a implantação, 
propostas e alternativas para a problemática, sempre bisando a 
proteção do meio ambiente e da população.
De modo geral, o AIA é um instrumento da PNMA na qual são 
descritos diretrizes, princípios e os objetivos a serem seguidos em uma 
organização. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) são seus principais instrumentos de aplicação. 
O AIA é mais abrangente, voltado para áreas específicas (empresas, 
biomas, ecossistemas), podendo ser desenvolvidas pelo poder público 
70
ou privado, enquanto o EIA é, usualmente, realizado por organizações de 
grande porte e alto potencial poluidor.
Portanto, como fundamentos básicos, a AIA deve prevenir, antecipar ou 
compensar o impacto gerado, seja positivo ou negativo, promovendo, 
assim, o desenvolvimento sustentável, o uso dos recursos naturais e a 
proteção do meio ambiente.
De acordo com Barbosa (2014), uma das formas de apresentação da 
AIA é por meio de checklists como uma forma preliminar de avaliação 
o impacto dos empreendimentos. Por sua praticidade e padronização, 
o checklist deve ser aplicado em todos os setores da organização e 
consiste em uma listagem dos dados de acordo com a identificação dos 
impactos. Os checklists podem ser:
• Descritivos: descreve as características dos fatores ambientais e 
seus parâmetros.
• Escalares: descreve os fatores por meio de uma escala quantitativa.
• Escalares ponderadas: descreve os fatores e impactos por meio de 
uma escala, graduando os dados de interesse.
A vantagem deste método é a objetividade, pois pode-se usar uma 
listagem específica para cada atividade setorial ou etapa, reduzindo o 
risco de que se omita um impacto pelo esquecimento. A desvantagem 
é que os resultados são subjetivos, ou seja, não consideram a causa do 
impacto e outros aspectos que exigem análises mais profundas.
2.3 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
A maior parte das bibliografias que tratam o tema, apresentam o 
conceito de EIA e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), interligados. 
Sendo assim, o EIA/RIMA é um estudo prévio, instrumento do 
71
planejamento que auxilia na tomada de decisão em uma organização. 
Tem como principal objetivo antecipar e apoiar decisões, fornecendo 
informação aos órgãos públicos para eliminar/ minimizar e gerenciar 
impactos (STEIN, 2018).
Em suma, o RIMA tem por finalidade tornar compreensível, para o 
público, o EIA, refletindo suas conclusões. Além disso, deve ser descrito 
de modo compreensível e menos técnico. A diferença entre o EIA e o 
RIMA está descrita no Quadro 1.
Quadro 1 – Principais diferenças entre o EIA e o RIMA
Aspectos EIA RIMA
Linguagem. Técnica. Acessível.
Disponibilidade. Apenas ao órgão ambiental. Público/ sociedade.
Necessidade de 
apresentaçãoem 
audiência pública.
Não. Sim.
Fonte: adaptado de Stein et al. (2018).
Portanto, o RIMA deve ser elaborado com o mesmo conteúdo do EIA, 
porém, de forma mais simplificada para que possa ser compreendido 
por leigos.
Para elaborar um RIMA, é necessário ter uma equipe multidisciplinar, 
capaz de observar todas as atividades da empresa e identificar seu 
potencial poluidor, além de fazer um levantamento dos aspectos e 
impactos ambientais da organização, a fim de que os resultados obtidos 
estejam apresentados de forma clara e objetiva.
2.4 Plano de Controle Ambiental (PCA)
O Plano de Controle Ambiental (PCA) é uma exigência complementar 
ao EIA/RIMA, usualmente, solicitado para requerimento de Licenças 
Ambientais.
72
A estrutura básica do PCA é apresentada a seguir:
• Identificação do empreendedor e da empresa consultora.
• Caracterização do empreendimento (objetivo do empreendimento, 
área total e construída, compatibilidade com o Plano Diretor 
Municipal, memorial descritivo das atividades, plantas 
arquitetônicas).
• Diagnóstico ambiental simplificado (áreas de influência direta e 
indireta com respectivas justificativas, diagnóstico apresentando a 
qualidade ambiental).
• Prognóstico ambiental (aspectos ambientais como odor, ruído, 
vibrações, resíduos, metodologias para análise dos impactos).
• Plano de educação ambiental para os trabalhadores.
• Cronograma.
• Considerações finais.
2.5 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) na empresa e a 
ABNT NBR ISO 14.001
De acordo com a ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015), as organizações 
de todo o mundo estão cada vez mais preocupadas com o desempenho 
ambiental e o controle de seus impactos, produtos e serviços sobre o 
meio ambiente. Diante disso, muitas organizações têm efetuado análises 
ou auditorias ambientais para autoavaliação, porém, estas podem não 
ser suficientes para proporcionar garantias que seu desempenho atenda 
ou continue a atender requisitos legais (BRASIL, 2004). Para garantir 
eficácia, são necessários procedimentos de avaliação dentro de um 
sistema de gestão estruturado, assim como a normativa da ABNT NBR 
ISO 14.001 (BRASIL, 2015).
73
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) tem por principal objetivo o 
gerenciamento dos aspectos ambientais em uma organização, identifica 
os meios necessários para a redução de impactos, abrangendo desde a 
cadeia de produção até os fornecedores. Além de treinar e conscientizar 
os colaboradores envolvidos em cada etapa da produção em uma 
organização, o SGA também visa assegurar a sustentabilidade em todo o 
ciclo produtivo. O SGA também pode ser estabelecido a partir do RIMA.
A gestão ambiental em si, estuda e administra as atividades de uma 
organização de forma responsável e criteriosa, visando a proteção do 
meio ambiente e a verificação de impactos ambientais. De acordo com 
Stein et al. (2018), os principais benefícios e objetivos que podem ser 
realizados por meio da gestão ambiental, podem ser:
• Técnicas para a recuperação de áreas degradadas (solo 
improdutivo, por exemplo).
• Técnicas de reflorestamento.
• Métodos para a exploração sustentável de recursos naturais.
• Estudo de riscos e impactos ambientais de novos 
empreendimentos.
• Reaproveitamento de resíduos inservíveis, como pneus, pilhas, 
baterias, entulhos etc.
• Estudo de novas tecnologias que venham de alguma forma 
contribuir para a melhoria da gestão.
Dessa forma, a gestão ambiental deve ser introduzida no dia a dia da 
organização como cumprimento das normas legais, para a minimização 
de custos indiretos (multas, sanções) e diretos (desperdício de matéria-
prima e recursos naturais) e como forma de marketing ecológico e 
74
certificações ambientais. Uma dessas formas de certificação é por meio 
da ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015).
A ABNT NBR ISO 14001 (BRASIL, 2015) é o modelo mais conhecido 
de gestão ambiental e mais adotado no mundo corporativo. É uma 
normativa internacional, e faz parte da série de normas da ISO 
14.000, cuja finalidade é o gerenciamento dos recursos naturais nos 
meios produtivos e de serviços. Sua certificação beneficia, além da 
proteção ambiental, o marketing positivo devido ao envolvimento das 
organizações com a causa ambiental, preservação do meio ambiente por 
meio do controle de impactos, redução de custos e riscos, promover o 
desenvolvimento sustentável, e fomentar auditorias ambientais.
A ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015) é baseada no ciclo PDCA, do 
inglês plan-do-check-act, que significa planejar, fazer, checar e agir. 
Essa metodologia é a base da melhoria contínua, onde, de acordo 
com as etapas, é necessário realizar um planejamento das ações da 
organização, realizar as medidas estipuladas no planejamento, checar o 
que foi realizado e agir conforme a melhoria contínua.
A ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015) afirma que a adoção e 
implementação sistemática de técnicas de SGA podem ajudar e muito 
em seus processos e na identificação de pontos de melhoria. Os 
principais pontos de atenção e requisitos para o SGA são:
• Requisitos gerais: a organização deve estabelecer, documentar, 
implementar, manter e melhorar o SGA por meio de um escopo 
pré-definido.
• Política ambiental: a alta administração deve definir sua 
política ambiental que inclua um comprometimento com a 
melhoria contínua e com o atendimento a requisitos legais, que 
forneça estrutura para análises e metas ambientais, que seja 
documentada, implementada e mantida, que seja comunicada a 
toda a organização e esteja disponível para o público.
75
• Planejamento: manter planejamento por meio dos aspectos 
ambientais, requisitos legais, objetivos, metas e programas.
• Implementação e operação: por meio de recursos para 
manutenção e melhoria do SGA, o estabelecimento de 
responsabilidades, competências, treinamentos, conscientização 
dos colaboradores, comunicação, controle de documentação e 
operacional.
• Verificação: por meio de monitoramento e medição, avaliação do 
atendimento a requisitos legais, verificação de não conformidades, 
ações corretivas e preventivas e auditoria interna.
• Análise pela administração: apresentando os resultados das 
auditorias internas, situação das ações corretivas e preventivas, 
ações a serem executadas etc.
Por fim, o SGA é uma excelente ferramenta de gestão para organizações 
que desejam ser mais competitivas por meio de uma certificação 
ambiental reconhecida mundialmente. Por meio da ABNT NBR ISO 
14.001 (BRASIL, 2015), a organização passa a ter seus riscos bem 
estabelecidos e monitorados, promovendo a proteção do meio ambiente 
e da saúde e segurança dos seus colaboradores.
3. Conclusão
Dessa forma, percebe-se que há uma série de estudos, documentos e 
relatórios que podem auxiliar no gerenciamento de riscos ambientais 
e na proteção do meio ambiente. Mais do que o atendimento legal, 
as organizações devem se preocupar com a necessidade crescente 
de se atentar às questões ambientais e ao potencial poluidor de suas 
atividades. A partir dessas documentações, é possível mapear os riscos 
existentes em cada atividade laboral e traçar planos para eliminação, 
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mitigação e compensação. Somente assim se alcançará o verdadeiro 
desenvolvimento sustentável, alinhando o meio ambiente, economia e a 
parte social assim como estabelecido nos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável na Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015–Sistemas 
de gestão ambiental–Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2021.
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2014.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA). Resolução Conama n. 001, de 23 de janeiro de 1986. Brasília, 1986. 
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. 
Acesso em: 8 mar. 2022.
STEIN, R. et al. Avaliação de Impactos Ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=45977
BONS ESTUDOS!
	Sumário
	Gerenciamento e técnicas aplicadas para riscos ambientais
	Objetivos
	1. Introdução 
	2. Meio ambiente, riscos ambientais e a avaliação ambiental
	3. Programa de Prevenção do Meio Ambiente e técnicas de preparação de estudo do meio ambiente
	4. Estudos dos critérios e técnicas de avaliação e controle dos poluentes
	5. Conclusão 
	Referências 
	Avaliação e gerenciamento de resíduos sólidos
	Objetivos
	1. Introdução 
	2. A proteção do meio ambiente e o gerenciamento de resíduos sólidos
	3. Os resíduos sólidos e sua classificação 
	4. O gerenciamento de resíduos sólidos 
	5. Conclusão 
	Referências 
	Efluentes líquidos e poluição atmosférica
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. A água e os recursos hídricos 
	3. O efluente líquido 
	4. A poluição do ar 
	Referências 
	Programas de Avaliação Ambiental
	Objetivos
	1. Introdução
	2. A poluição e os impactos ao meio ambiente
	3. Forma de reduzir os impactos no meio ambiente 
	4. A avaliação e os estudos ambientais 
	Referências 
	Os Estudos Ambientais 
	Objetivos
	1. Introdução 
	2. Os estudos ambientais 
	3. Conclusão 
	Referências

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