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E-BOOK
MEIO AMBIENTE
Gestão ambiental: reciclagem e a questão 
dos lixos nas cidades
APRESENTAÇÃO
Pensar em formas de gestão de resíduos e em maneiras de diminuir o impacto do lixo produzido, 
por meio da aplicação de pesquisas e metodologias é atribuição do Engenheiro Ambiental. Do 
mesmo modo, esse profissional deve conhecer os aspectos específicos que caracterizam o lixo e 
os resíduos, além de ter domínio da legislação e de sua aplicabilidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá que o Engenheiro Ambiental deve saber detectar 
situações de má gestão do Resíduo Sólido Urbano (RSU) e os consequentes impactos — 
ambientais e sociais — manifestados na existência ou persistência dos lixões; ele também deve 
ser capaz de pensar maneiras de resolver esse problema. Você conhecerá as boas práticas na 
gestão e gerenciamento de resíduos nas cidades, bem como identificará e aplicará as novas 
tecnologias. Serão trabalhados, ainda, os principais conceitos envolvendo as definições de lixo, 
seus tipos e origens, e os conceitos estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS) .
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever como ocorre a gestão dos resíduos nas grandes cidades.•
Reconhecer os impactos ambientais e sociais dos lixões.•
Identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades.•
DESAFIO
É sabido que o Engenheiro Ambiental deve conhecer não só o que caracteriza o lixo, mas 
também toda a legislação que envolve a destinação correta dos resíduos, buscando menor 
impacto social e ambiental. A gestão correta do lixo auxilia na diminuição desses impactos, 
assim como o uso de tecnologias e iniciativas que busquem melhorar o destino do lixo.
Sabendo das habilidades e competências de um Engenheiro Ambiental, determinada empresa, 
que faz recolhimento e descarte de lixo, procura uma firma de engenharia, buscando assessoria.  
Com base nas expectativas do contratante e nos aspectos da personalidade profissional 
do Engenheiro Ambiental, elabore um plano de ação que relacione as ações a serem tomadas.
INFOGRÁFICO
O modelo de gestão de resíduos sólidos, adaptado às novas prioridades da política ambiental, 
mostra que o fluxo de material não é mais linear: entre a extração dos recursos naturais e a 
disposição final há uma reação de redução e estabilização entre esses dois pontos, bem como em 
relação ao consumo, pela adoção do consumo inteligente.
Todas as etapas são reativas, com seu fluxo regulado pela demanda da etapa seguinte, evitando 
acúmulo e desperdício. A reciclagem de embalagens e componentes oriundos da distribuição e 
consumo, seja pelo uso ou pela devolução, reflete diretamente na utilização de matéria-prima, da 
mesma forma que a reutilização. Além disso, o impacto ambiental e socioeconômico é reduzido, 
pois a organização para a coleta seletiva nas cadeias de retorno cria condições para a 
sustentabilidade.
Neste Infográfico, veja como funciona esse modelo de gestão e suas etapas, assim como os 
componentes que o formam. 
CONTEÚDO DO LIVRO
Conhecer as características do que é considerado lixo, assim como os modelos de gestão de 
resíduos passíveis de serem aplicados e o impacto que os lixões causam ao meio ambiente e aos 
seres humanos, é parte essencial do trabalho do Engenheiro Ambiental.
No capítulo Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades, da obra Meio 
ambiente, você verá os tipos existentes de lixo e suas origens, e como deveria ser a sua gestão 
nas grandes cidades. Serão analisadas as definições dadas pela Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS) e suas aplicações práticas.
Partindo de uma reflexão sobre a má gestão do lixo, serão caracterizados  os possíveis impactos 
ambientais e sociais dos lixões, verificando de que maneira esses impactos podem ser mitigados. 
O capítulo também foca em identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades, 
examinando tecnologias e iniciativas nesse sentido. 
MEIO AMBIENTE
Anderson Pires 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
 
CDU 502
Gestão ambiental: 
reciclagem e a questão 
dos lixos nas cidades
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever como ocorre a gestão dos resíduos nas grandes cidades.
 � Reconhecer os impactos ambientais e sociais dos lixões.
 � Identificar boas práticas na gestão de resíduos nas cidades.
Introdução
O engenheiro ambiental, por formação, deve ter conhecimentos pro-
fundos sobre o que chamamos de “lixo”: tipos, origens, tratamentos e 
destinação. Da mesma forma, esse profissional deve estar apto a desen-
volver pesquisas e experimentar novas metodologias, exercitando sua 
capacidade em gestão de projetos. 
Na primeira sessão deste capítulo, definiremos “lixo”, caracterizando 
os tipos existentes e suas origens. Trataremos, igualmente, de como deve 
ser sua gestão nas grandes cidades; para tanto, analisaremos a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na segunda parte, partindo de 
uma reflexão sobre a má gestão do lixo, vamos caracterizar os impactos 
ambientais e sociais dos lixões, discutindo as maneiras pelas quais podem 
ser mitigados. Finalmente, vamos identificar boas práticas na gestão de 
resíduos nas cidades, examinando diferentes tecnologias e iniciativas.
Gestão do lixo nas grandes cidades
Progressivamente, na medida em que a humanidade se tornou urbana, mais 
bens de consumo passaram a ser produzidos. Em consequência, aumentou 
também a produção de lixo. Mas, afinal, como poderíamos definir lixo? O 
artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, afirma 
que todo brasileiro tem direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado 
(BRASIL, 1988); a existência de lixo fora do local correto fere esse direito. 
Há uma confusão “semântica” entre resíduo e rejeito: muitas vezes o 
termo resíduo é utilizado como uma forma polida de chamar o lixo. Resíduo, 
de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS — Lei nº 
12.305/ 2010) é toda substância resultante fora do contexto ecológico, ou que 
não seja consumido, ou que crie uma desarmonia entre o fluxo dos elementos 
nos sistemas ecológicos (BRASIL, 2010a). Em outas palavras, é o “resto”, a 
“sobra”. Entretanto, ainda pode ser reaproveitado ou reciclado. Se resíduo 
possui sentido técnico, lixo tem um sentido comercial, e rejeito é o que não 
pode ser reciclado ou reaproveitado, seja por carência tecnológica ou custo. De 
qualquer maneira, o rejeito necessita de uma “disposição final ambientalmente 
adequada” (BRASIL, 2010a, documento on-line).
Outra confusão ocorre entre gestão e gerenciamento de resíduos entre os 
setores público e privado: gestão é integrada, um conjunto de ações e planeja-
mentos políticos, socioeconômicos, culturais e ambientais, de responsabilidade 
do município (conforme a PNRS); gerenciamento, por sua vez, é o conjunto de 
ações feitas pelo setor privado e pelas instituições com os resíduos gerados.
O artigo 3 da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei nº 6.938/81) 
traz o conceito de poluente, que é uma forma de matéria ou energia que conta-
mine o meio ambiente com algo que não lhe seja próprio (BRASIL, 1981); da 
forma em que se apresenta, é prejudicial. Esse conceito refere-se a substâncias 
sólidas, líquidas, gasosas, e o lixo está no meio disso. Popularmente, nos re-
ferimos ao lixo como resíduo sólido, ou quase, pois definimos resíduo sólido 
como lixo, refugo, lodo, lamas e borras resultantes de atividades humanas deorigem doméstica, profissional, agrícola, industrial, nuclear ou de serviço, 
ou seja, naturalmente já separamos lixo em uma categoria de resíduo sólido. 
Esse conceito, sendo analisado em conjunto com a NBR n. 10.004/2004 (AS-
SOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) nos informa 
que resíduos sólidos e semissólidos são originados das atividades industrial, 
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Conforme o artigo 13 da PNRS, os resíduos sólidos podem ser classificados 
quanto ao tipo, à origem e à periculosidade (BRASIL, 2010a). Os resíduos 
sólidos urbanos (RSU) podem ser orgânicos, como restos de alimentos, de 
podas de jardim, papel e madeira, ou inorgânicos, como plástico, vidro, me-
tal, borracha e outros. Os RSU, quanto à origem, englobam os domiciliares, 
originários de atividades domésticas em residências urbanas e os de limpeza 
urbana, da varrição, limpeza das vias públicas e outros serviços. Os resíduos 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades2
de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços englobam também 
os de limpeza urbana, dos serviços públicos de saneamento básico, de serviços 
de saúde, da construção civil e de serviços de transportes. Há ainda os resíduos 
industriais, resíduos agrossilvopastoris e os resíduos de mineração, gerados na 
atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. O foco deste 
capítulo são os RSU, os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores 
de serviços e os resíduos industriais, que são os mais impactantes nas cidades.
Quanto à periculosidade, temos, ainda, os resíduos perigosos, que de alguma 
forma apresentam risco significativo à saúde pública ou à qualidade ambiental, 
e os não perigosos. Após a publicação da PNRS, o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) publicou a 
Lista Brasileira de Resíduos Sólidos (Instrução Normativa IBAMA 13/2012), 
elencando os resíduos sólidos no Brasil (INSTITUTO BRASILEIRO DO 
MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS, 2012). 
A Lei do Saneamento Básico (11.445/2007) definiu melhor RSU (BRASIL, 
2007a), adicionando aos atuais resíduos domiciliares e resíduos de limpeza 
urbana, o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços 
que o gerador não é capaz de manejar — um conceito mais amplo.
Analisando os RSU sob o ponto de vista da periculosidade, importantes 
aspectos da vida na cidade chamam nossa atenção: colocamos no lixo me-
dicamentos vencidos, pilhas, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, 
restos de tintas, solventes, aerossóis, e outros materiais que contêm substâncias 
químicas nocivas ao meio ambiente. Esses resíduos têm normas específicas 
de descarte, desconhecidas da grande maioria da população. Outro ponto é 
interessante diz respeito ao lixo eletrônico. Apesar de o lixo urbano ainda 
ser, em maior proporção, composto por materiais orgânicos, a quantidade 
de papel e material de embalagem (metais, plásticos e papelão), pilhas, óleo 
lubrificante usado (OLU), restos de tinta e outros aumentou bastante, e tende a 
aumentar cada vez mais. A isso soma-se o que foi denominado o lixo eletrônico, 
composto por computadores, telefones celulares, televisores e monitores de 
computador que tomam um destino errado, ocupando espaço e contaminando 
o meio ambiente com metais pesados presentes nas peças e componentes 
desses produtos. Mercúrio, chumbo, cádmio e níquel são cumulativos nos 
tecidos vivos, e seus efeitos a longo prazo são desconhecidos, pois ainda não 
há “um longo prazo”. Os fatos já conhecidos nos mostram que devemos tomar 
medidas urgentes a respeito dessa realidade.
3Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
Embora os pneus usados sejam classificados como inertes, são resíduos indesejáveis, 
ambientalmente falando, devido a sua grande quantidade: cerca de 21 milhões de 
pneus de todos os tipos são descartados anualmente no Brasil, segundo a Associação 
Nacional da Indústria de Pneumáticos. Mecanicamente, nos lixões e pátios, os pneus 
acumulam água e funcionam como uma incubadora de mosquitos vetores da malária, 
da dengue, das febres amarela e chikungunya e da zyka. Acumulam-se também no 
fundo de rios e lagos, contribuindo para enchentes. Quando queimados, produzem 
fumaça muito tóxica por causa da presença de dioxinas e furanos.
Pelo que vimos, o problema maior diz respeito à gestão inadequada dos RSU, 
já que esta é a mais visível e volumosa. Se considerarmos o lixo com respeito 
ao estado físico, as emissões líquidas (inclusive as “pastosas”) e gasosas são 
de mais difícil detecção. Entretanto, há, para estas, medidas específicas a se 
tomar. Em se tratando de RSU, a PNRS (BRASIL, 2010a) propôs instrumentos 
de gestão significativos para o combate de problemas ambientais importantes, 
bem como seus reflexos sociais e econômicos.
A PNRS inseriu hábitos de consumo sustentável e ressignificou o termo 
“lixo”, com implementação da reciclagem e reuso dos RSU, subtraindo desse 
conceito negativo materiais que são matéria prima em potencial, além de 
pressionar para a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, come-
çando pela separação do lixo. Instituiu o que se chamou de “responsabilidade 
compartilhada” (BRASIL, 2010a, documento on-line) do gerador de RSU com 
a comunidade e o prestador de serviço de Logística Reversa dos resíduos e 
embalagens. Também criou metas para a eliminação dos lixões, problema que 
estudaremos na sessão seguinte, fornecendo instrumentos de planejamento 
e gestão para diversas esferas de governo. Por fim, tornou obrigatória para 
a iniciativa privada a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos (PGRS). A Lei modernizou os saberes da gestão de resíduos sólidos 
e trouxe novas ferramentas de gestão para a legislação ambiental. 
A gestão integrada dos resíduos sólidos de serviços de saúde, da construção 
civil, de mineração, de portos, aeroportos e fronteiras, industriais e agros-
silvopastoris, reúne as ações voltadas a encontrar soluções para os resíduos 
sólidos, com planos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais, 
municipais e de gerenciamento. Os planos de gestão dos governos federal, 
estaduais e municipais passaram a tratar de assuntos relativos à coleta seletiva, 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades4
reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil. A PNRS (BRA-
SIL, 2010a) instituiu a responsabilidade compartilhada de toda a sociedade 
na gestão de RSU, com o objetivo de reduzir a geração de resíduos sólidos, 
o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais, e incentivar o 
desenvolvimento de mercados e a produção e consumo de produtos derivados 
de materiais reciclados e recicláveis. Ademais, a logística reversa mobiliza a 
sociedade na responsabilização da destinação ambientalmente adequada dos 
RSU, estimulando o recolhimento de produtos e embalagens após seu consumo 
e o reaproveitamento, no mesmo ciclo produtivo ou em outros.
Com base nesses preceitos, o Ministério do Meio Ambiente criou a Agenda 
Ambiental na Administração Pública (A3P), um programa para estimular 
os órgãos públicos à sustentabilidade. A A3P visa à eficiência na atividade 
pública e à preservação do meio ambiente (MINISTÉRIO DO MEIO AM-
BIENTE, 2009). Estrutura-se segundo seis eixos: uso dos recursos naturais; 
qualidade de vida no ambiente de trabalho; sensibilização dos servidores para 
a sustentabilidade; compras sustentáveis; construções sustentáveis; e gestão de 
resíduos sólidos. Para auxiliar os órgãos a atingirem esses objetivos, conta com 
capacitações mais aprofundadas, mobilizações para apresentar os conceitos 
da A3P e exposições instrutivas.
A PNRS proibiu o descarte de rejeito em “lixões” e limitou a ação de 
catadores. Este movimento visou a preservação do meio ambiente e a inserção 
dos catadores na cadeia da reciclagem, para promover a cidadaniae inclusão 
social com geração de emprego e renda.
Engenheiro ambiental usa entulho como base em obras civis
A iniciativa de um engenheiro ambiental em Ribeirão Preto (SP) criou uma maneira 
vantajosa de usar o material reciclado proveniente da construção civil. Ele utilizou 
material proveniente da reciclagem de resíduos da construção civil, livre de impurezas, 
no lugar da brita, com dimensão máxima recomendada para esse tipo de aplicação, 
dentro das normas da ABNT vigentes.
O investimento foi feito em parceria com o proprietário de um aterro e um empresário. 
Já existem outros projetos com a utilização de material reciclado destinado a calçadas 
e estradas rurais (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS, 2015). Leia 
mais sobre a experiência acessando o link a seguir. 
https://goo.gl/Fq8F8Z
5Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
O impacto dos lixões
“Lixão” é um local legalizado, usado pelo poder público, geralmente Muni-
cipal, para depositar o RSU gerado pela comunidade. Entretanto, o descarte 
de materiais nesse local é feito de maneira não normatizada, sem condições 
sanitárias adequadas. Essa é uma definição pragmática, pois define o “depósito 
de lixo” para onde vai todo o RSU coletados pelo serviço de coleta pública 
sob responsabilidade do poder público. Salienta-se, contudo, que tanto o 
serviço de depósito e suas implicações, quanto os serviços de coleta podem 
ser concedidos à iniciativa privada.
O poder público parece ignorar a relevância do impacto causado pelos 
lixões, pois muitos municípios ainda mantêm esses espaços para disposição 
dos resíduos produzidos nas cidades. Esse fato motiva forte discussão nas 
esferas ambientais, sociais e econômicas. Muitos “lixões” são irregulares, pois 
não possuem licença ambiental nem acompanhamento ou gestão do que está 
sendo depositado em seu interior. Misturam resíduos domiciliares orgânicos e 
inorgânicos, resíduos de varrição de praças e logradouros, resíduos perigosos, 
resíduos hospitalares e resíduos da construção civil, entre outros. 
Oficialmente, não existem desde 2014, quando a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) determinou seu fechamento (BRASIL, 
2010a). Porém, muitos municípios brasileiros ainda contam com lixões ativos. 
Para entender o impacto dos lixões, é necessário estudar as mudanças ecológi-
cas, sociais, culturais e estéticas que ocorrem no local e em seu entorno, que 
são a área diretamente afetada (ADA), onde está implantado o empreendimento, 
a área de influência direta (AID), que é o entorno imediato, a vizinhança e a 
área de influência indireta (AII), que é a área que é afetada em menor grau. 
O impacto ambiental deve ser caracterizado, identificando o dano causado e 
seu autor, bem como a extensão e a efetividade. O maior prejuízo se dá em 
relação às características ambiental, social, sanitária e econômica. Ambiental-
mente, os lixões impactam descaracterizando totalmente a paisagem natural, 
contaminando as águas e o solo. Quanto a este, diminuem a qualidade, seja 
da impermeabilização ou da ação de microrganismos. Outro fator a ser con-
siderado é a supressão da vegetação e a atração de espécies exóticas.
Lixões são locais insalubres cuja farta oferta de matéria orgânica atrai 
todo o tipo de vetor, como ratos, baratas, mosquitos, bactérias e vírus, que são 
responsáveis pela transmissão de várias doenças como leptospirose, dengue, 
cólera, diarreia, febre tifoide e verminoses. Esse panorama agrava-se pela 
falta de renda e posses dos catadores, que vivem à margem da sociedade e 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades6
dos serviços de saúde. O problema social se amplia pela própria exclusão, 
pois catadores são rotulados como pessoas sem posses e que se alimentam 
do próprio lixo, o que, em muitas situações, é verdade.
Pela imensa quantidade de material descartado sem qualquer critério ou 
triagem, os lixões também caracterizam um sumidouro de materiais poten-
cialmente reutilizáveis, que gerariam uma economia de recursos ambientais, 
por assim dizer, e uma grande economia social, ou seja, uma possibilidade de 
renda para os desfavorecidos do local. Relativamente ao porte dos lixões, as 
áreas de influência podem se tornar imensas, atingindo municípios vizinhos 
com maus odores, fumaças resultantes da queima de resíduos, e lixiviados 
(chorumes). O impacto econômico de um lixão é complexo, composto por 
ocorrências diretas e indiretas impossíveis de rastrear, como o gasto com 
consultas e internações de cidadãos (custo direto) e a improdutividade nestes 
dias (custo indireto).
O Brasil tem cerca de 3 mil lixões ou aterros irregulares. Mesmo após a lei 
que visou a acabar com a prática de lixões, eles operam fortemente. Alguns 
funcionam, inclusive, com aval do serviço público, impactando a qualidade 
de vida de 77 milhões de brasileiros. As perguntas que devemos nos fazer são: 
Quando os lixões forem eliminados, como prevê o PNRS, todas as cidades 
vão apresentar planos de gestão integrada de resíduos? A taxa de reciclagem 
vai aumentar? Os catadores estarão incluídos no processo? 
A PNRS (BRASIL, 2010a) pune quem deposita produto ou substância 
tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente ou os usa, 
manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá 
destinação final de forma diversa da normatizada. A consequência da incerteza 
quanto ao que pode ser encontrado em um lixão é clara: o Brasil gasta cerca 
de R$ 800 milhões por ano em doenças relacionadas ao lixo. Obviamente, as 
principais vítimas são os catadores de materiais recicláveis e as populações 
vizinhas desses locais — principalmente as crianças.
A sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. As prefeituras recla-
mam que não possuem recursos para se adequar à lei, acabar com os lixões 
e implantar a coleta seletiva e as usinas de reciclagem e compostagem do 
material orgânico. O valor necessário é o mesmo que os municípios arrecadam. 
Entretanto, muitos não se organizam para usar os recursos destinados a isso 
pelo BNDES ou convênios internacionais. Pesquisas recentes indicam que 
pouco mais da metade dos municípios trata o lixo de alguma forma, mesmo 
que inadequada.
7Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
Como vimos, os resíduos são encaminhados para o lixão, que é um local a 
céu aberto, com materiais descartados de qualquer maneira e sem tratamento. 
Isso causa problemas ambientais como a poluição das águas subterrâneas e 
cursos d’água vizinhos, proliferação de animais parasitas e odores de fer-
mentação, que são a origem do chorume, concentrado em metais, bactérias e 
matéria orgânica. O chorume contamina o solo e a água subterrânea e super-
ficial. Necessita de grande volume de oxigênio para a decomposição, o que 
sequestra da fauna aquática, causando sua morte. Quando presente no lençol 
freático, o chorume causa forte impacto na saúde pública. Em suma, é muito 
mais danoso que o esgoto urbano, além de ser de mais difícil tratamento. Se 
fossem seguidas as normas específicas de disposição ambientalmente correta 
do lixo, teríamos aterros sanitários, onde se depositam RSU com controle da 
poluição e proteção ao meio ambiente. Aterros são equipados com tratores 
compactadores. Após a compactação, o lixo é coberto com areia, para diminuir 
odores, evitar incêndios e reduzir a população de insetos e roedores. Mesmo 
com a coleta e o tratamento do chorume, é importante que uma distância 
mínima de 400m de qualquer curso d’água seja mantida.
Uma questão relevante quanto ao lixo diz respeito ao desperdício que a 
má gestão acarreta. Se analisarmos cuidadosamente, nosso lixo doméstico 
é 2/3 biodegradável, sendo o restante papel, plástico, vidro e metal. Deste 
modo, o que não pode ser compostado, pode reentrar no ciclo produtivo. No 
cenário atual, principalmente no Brasil, é muito difícil garantir destinação 
adequada para osresíduos. Isso tem duas razões principais: a geração do 
lixo, que é incorreta, sem separação; a falta de locais adequados à sua des-
tinação, dada a situação dos lixões. Outra questão relevante é que esse 1/3 
de material não-biodegradável ocupa um grande espaço, sendo causador 
do problema “visível” do lixão: o tamanho, que se expande em grande 
velocidade. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 
de 2008 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 
2008), foram coletadas quase 260 mil toneladas de RSU por dia. Esses 
rejeitos, ademais, atraem populações em situação socialmente vulnerável, 
que acabam estabelecendo comunidades de catadores no entorno dos lixões, 
com as mazelas que discutimos anteriormente. 
O problema “invisível” é causado, em parte, pelos 2/3 de material com-
postável: por ser contaminado, esse material causa doenças debilitantes e até 
fatais, com impacto na saúde pública. Por se tratar de alimento, atrai animais 
conurbados — aqueles que vivem conosco, beneficiando-se do que lhes for-
necemos. Esses animais transmitem doenças e, novamente, geram impacto na 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades8
saúde pública. Ademais, eles acabam entrando em decomposição descontrolada 
ali mesmo, gerando o chorume que contamina águas subterrâneas e causa 
impacto na saúde pública.
Misturados a esses componentes, temos no lixão materiais que não deve-
riam estar ali — pilhas, termômetros, eletrônicos, medicamentos, etc. Eles 
contaminam o solo pelo contato ou pela lixiviação, usando o chorume como 
veículo. Essa geração deste tipo de lixo é proporcional ao desenvolvimento e 
ao crescimento do poder aquisitivo. Também é resultado da falta de educação, 
que ocasiona o descarte irregular e não separado de eletrônicos! A falta de 
educação causa cada vez mais distanciamento social e impactos socioeconô-
micos, pois se reflete na destinação social do solo, causadora da especulação 
imobiliária. Portanto, quanto menor for a educação, haverá menos separação 
e mais lixo, catadores, segregação social, gastos com saúde pública, crimina-
lidade e degradação ambiental. 
Sabemos que há uma tendência de crescimento populacional e de aumento da 
industrialização e produção. Haverá, portanto, aumento da geração de resíduos, com 
seu impacto ambiental concomitante. Sem uma atitude, poderemos colaborar com 
a inesgotabilidade do resíduo. Além disso, a degradação ambiental será irreversível 
se não houver uma conscientização. O engenheiro ambiental, por vocação, deve se 
colocar como um agente dessa transformação. 
A disposição inadequada dos RSU (Figura 1), pelo ponto de vista sanitário, 
é responsável pela proliferação de vetores e pela incubação das doenças nas 
comunidades vivas. Pelo ponto de vista ambiental, essa disposição é altamente 
impactante e causadora de degradação. Além do que já foi exposto, devemos 
destacar as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa, causados pela 
incineração espontânea e pelo metano gerado da decomposição não monitorada, 
vilão da degradação da camada de ozônio. 
Pelo ponto de vista social, os lixões são igualmente graves, pela segre-
gação causada, pelo impacto na saúde pública e pelas condições desumanas 
de vida. 
9Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
Figura 1. Caminhões descartando RSU em um “lixão”. Solução de grave impacto 
ambiental e socioeconômico. 
Fonte: Gorlov-KV/Shutterstock.com.
Você ouviu falar sobre o acidente nuclear de Goiânia (GO)?
Em setembro de 1987, um equipamento de radioterapia abandonado foi levado a um 
ferro-velho. Ao ser aberto, as pessoas foram expostas a um material brilhante e bonito! 
Só que esse material era Césio radioativo, o isótopo Ce137. Além das quatro pessoas que 
morreram por síndrome de radiação aguda, entre elas a menina Leide, sobrinha do 
dono do ferro-velho, mais de 40 famílias foram atingidas. Hoje, vizinhos e trabalhadores 
que atuaram no acidente também se tornaram vítimas, sendo que 1.100 pessoas foram 
atendidas no Centro de Assistência aos radioacidentados (CARA). Foram concedidas 
pelo governo 751 pensões, até agora. Foram 93 g de cloreto de césio que geraram 
3.500 m³ de resíduos, levados para uma unidade do CNEN em Abadia de Goiás (GO).
Essa tragédia poderia ter sido evitada por uma gestão de resíduos bem feita. Na 
situação atual do País, um acidente semelhante pode ocorrer a qualquer momento. Leia 
mais sobre essa notícia acessando o link a seguir (GUIMARÃES; BONALUME NETO, 2017).
https://goo.gl/48k7d2 
No link a seguir, veja o acompanhamento dado pelo Governo do Estado de Goiás 
(GOVERNO DE GOIÁS, [201?]): 
https://goo.gl/HjpGh5 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades10
Há gestão de resíduos acontecendo 
de maneira correta nas cidades?
Atualmente, estamos em desvantagem. Quando se fala no quadro institucional, 
observamos que muitas prefeituras municipais não agiram, alegando falta de 
recursos financeiros e técnicos. Existem várias causas para essa imobilidade, 
que não discutiremos. Entretanto, se considerarmos as Leis do Saneamento 
Básico (11.445/2007) (BRASIL, 2007a) e de Consórcios Públicos (11.107/2005) 
(BRASIL, 2005) e seus decretos de regulamentação (7217/2010 e 6.017/2007) 
(BRASIL, 2010b; 2007b), constatamos que há jurisprudência para achar solu-
ções, e que projetos existem. Portanto, estabelecer parcerias com segmentos 
interessados é possível e viável. Ainda assim, há a possibilidade de intercâmbio 
com outros estados e municípios, possibilidade pouco explorada. E muito se 
faz, por vontade política, sem planejamento; sem a ação de um profissional 
apto, como um engenheiro ambiental.
A PNRS (BRASIL, 2010a) define gerenciamento de resíduos sólidos como 
o conjunto de ações exercidas em todas as etapas desde a coleta até a disposi-
ção final ambientalmente adequada que sigam um plano municipal de gestão 
integrada de resíduos sólidos ou, pelo menos, um plano de gerenciamento 
de resíduos sólidos. Da mesma forma, define gestão integrada de resíduos 
sólidos como o conjunto de ações voltadas para resolver a situação dos RSU, 
considerando “as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social” 
(BRASIL, 2010a, documento on-line) e buscando o desenvolvimento susten-
tável. Além disso, o gerenciamento de resíduos sólidos tem forte componente 
na inovação tecnológica e na operacionalidade das etapas envolvidas. Deve se 
voltar a criação de condições de trabalho para os catadores dos “lixões”, em 
conjunto com municípios. Devemos buscar um modelo de gestão dos resíduos 
urbanos socialmente integrada, fundamentado também em alternativas de 
tratamento e valorização dos resíduos voltados a redução dos impactos sobre 
a saúde humana e o meio ambiente. Essas estratégias aplicadas ao desenvolvi-
mento de modelos de gestão de RSU devem estar fundamentadas na redução do 
consumo, no reuso e/ou na reciclagem, na compostagem e na disposição final 
ambientalmente adequada. Alternativamente, se pode discutir a incineração 
como alternativa à disposição de boa parte dos resíduos, antes de dispô-los 
em aterros sanitários, com o benefício da geração de energia.
Um exemplo aplicável é dado pelos órgãos públicos que adotaram a A3P 
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009) e o Decreto nº 5.940/2006 
(BRASIL, 2006), que permite formar “Comissões para a Coleta Seletiva” 
nos órgãos. Essas comissões possuem o objetivo de coordenar a separação e a 
11Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
destinação dos resíduos para catadores organizados em associações e coopera-
tivas. Esses órgãos públicos contribuem diretamente para a redução do envio 
de resíduos sólidos para o “lixo” e para a inclusão social dessas comunidades 
socialmente vulneráveis. Apresentam ao Comitê Interministerial da Inclusão 
Social de Catadores de Lixo (Decreto nº 7.405/2010) (BRASIL, 2010c) rela-
tórios semestrais de processo. Esse decreto, em particular,embasa a inclusão 
produtiva das pessoas por meio do projeto Coleta Seletiva Solidária (BRASIL, 
2010c), criando uma cultura institucional de gestão dos resíduos, parte da A3P. 
Outro ganho importante dessa iniciativa são as ações de capacitação, formação 
técnica e assessoria, incubação de cooperativas e de empreendimentos sociais, 
e incentivo a pesquisas voltados ao desenvolvimento de tecnologias de reci-
clagem (Figura 2). O motivo é claro: os catadores de materiais recicláveis só 
são um problema social e ambiental se desvalorizados e desprezados, pois, na 
realidade, são agentes de transformação ambiental cuja atuação tem impacto 
direto no volume de lixo coletado e destinado incorretamente, trazendo fôlego 
aterros sanitários. Da mesma forma, são parte importante da cadeia produtiva, 
pois geram bens e serviços. A atividade de reciclagem, quando organizada, 
é uma alternativa de inclusão social para os catadores, pois configura uma 
oportunidade de ingressar em um mercado formal de trabalho, até mesmo 
dentro dos moldes do empreendedorismo. Garantem, assim, a subsistência 
de profissionais, com a revenda e processamento do material reciclável. Em 
suma, o gerenciamento integrado do “lixo” significa uma abordagem social, 
técnica e operacional do sistema de limpeza urbana.
A população atua fortemente como agente transformador quando se fala na sanidade 
ambiental. No gerenciamento de resíduos sólidos, deve-se considerar não gerar lixo, ou 
pelo menos reduzir o lixo gerado. Isso implica na otimização dos processos produtivos, 
visando a levar às pessoas bens de consumo com o mínimo de oportunidades de gerar 
resíduos, ou seja, “buscar a meta de resíduo zero na produção”, como o faz a Alemanha, 
por exemplo. Isso significa, para o consumidor, a educação para o consumo consciente, 
com o objetivo de não gerar excedentes; para o governo, significa estimular a produção 
de bens com desmonte facilitado e dar incentivos fiscais a empresas recicladoras. O 
governo deve, ainda, agir nas escolas, nos níveis fundamental e médio, por meio de 
educação ambiental, buscando criar uma cultura do consumo consciente, da resis-
tência às técnicas de marketing que induzem ao consumo e do conhecimento sobre 
formação de preço e valor agregado; além, é claro, da propagação do conhecimento 
sobre redução de “lixo”, disposição correta e reciclagem/reuso. 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades12
Figura 2. Paiol de reciclagem organizado em Piracicaba (SP): organização da produtividade 
e resgate da dignidade do catador.
Fonte: Alf Ribeiro/Shutterstock.com.
Um conceito pronto para esse fim, que traz a vantagem da aceitação cole-
tiva e normalização das culturas, é a política dos cinco “R”, que educa para a 
redução do consumo, o reuso e a reciclagem: reduzir, repensar, reaproveitar, 
reciclar e recusar-se a consumir produtos que gerem impactos socioambientais 
significativos. Cada termo se autoexplica de forma inteligente. O objetivo 
explícito é induzir no cidadão a reflexão que leve à redução do consumo 
exagerado e do desperdício. Destaca-se que a reciclagem já é praticada por 
indústrias de papel, vidro, plástico ou metal de reuso, entre outros, em suas 
linhas de produção. Tais empresas ganham no marketing associado ao quinto 
“R”, pois podem usar símbolos padronizados para a rotulagem ambiental, que 
facilitem a identificação e a separação dos materiais, induzindo a preferência 
do consumidor. Com a política dos cinco “R”, ganha-se com a redução na 
extração de recursos naturais, dos resíduos nos aterros (aumentando da sua 
vida útil) e do custo de tratamento. Reduz-se, também, o uso de energia, e 
ainda se ganha com a intensificação da economia local de reciclagem.
13Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
Podemos identificar uma evolução no gerenciamento integrado de resíduos 
sólidos, em três etapas, que começaram nos países desenvolvidos e hoje se 
expandem para o resto do planeta. Até o final da década de 1960 e início da 
década seguinte, os RSU eram compostos majoritariamente por lixo orgânico, 
que era coletado e transportado até lixões, obedecendo a critérios pragmáticos 
como a localização — estar longe da cidade ou local de fácil aterramento. 
Não havia preocupação ambiental de qualquer tipo, como o esgotamento de 
recursos, do espaço nos lixões, do impacto ambiental — infelizmente, muitos 
municípios ainda seguem este modelo.
A segunda etapa da evolução dos modelos de gerenciamento integrado 
de resíduos sólidos urbanos começa com a Conferência das Nações Unidas 
de Estocolmo Sobre Meio Ambiente Humano, em 1972. Algumas nações se 
deram conta das ameaças do progresso descuidado, como a desertificação, 
a destruição da camada de ozônio, o efeito estufa e a redução da agua po-
tável. Além da água, veio a consciência de que outros recursos naturais são 
limitados. Concomitantemente, houve o despertar para um mundo empático, 
onde se valoriza a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento equitativo 
(oportunidades iguais para todos). Na metade da década de 1970, uma reunião 
da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
falou pela primeira vez em gerenciamento de resíduos sólidos com redução 
da geração de resíduos, reciclagem, incineração para geração de energia e, 
por último, disposição dos resíduos em aterros sanitários. 
No final da década de 1980, entramos na terceira e atual etapa do processo 
evolutivo, quando a preocupação com a redução do volume de resíduos se 
torna constante, permeando todo o processo produtivo.
Atualmente, podemos ver dois modelos de gestão/gerenciamento de resíduos 
sólidos: o convencional e o participativo, mais moderno. O modelo de gestão 
convencional é o adotado pela maioria dos municípios onde os serviços de 
limpeza urbana têm seu próprio modelo de gestão, com ou sem terceirização. 
O modelo de gestão participativa é caracterizado pela participação da comu-
nidade, organizada em conselhos, para a elaboração do orçamento anual ou 
plurianual, junto ao poder público. Esse modelo leva as sugestões em consi-
deração e as aplicam nos serviços de limpeza urbana, buscando solucionar 
os problemas apontados. 
Comumente, encontra-se nestes dois modelos um compartilhamento entre 
os municípios de etapa final da Gestão de Resíduos Sólidos, que se denomina 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades14
Compartilhada, onde, independente do modelo de gestão adotado, o envio 
ocorre para um local comum. Temos esse modelo no Rio Grande do Sul, onde 
o RSU é enviado pelos municípios para os aterros sanitários da Companhia 
Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), nas cidades de Giruá, Minas 
do Leão (o maior), Santa Maria, São Leopoldo e Victor Graeff. A CRVR foca 
na destinação final e geração de valor do RSU, oferecendo soluções integradas 
de tratamento por meio de práticas inovadoras, sustentáveis e ambientalmente 
seguras. Esses aterros sanitários possuem unidades de triagem que separam 
os resíduos recicláveis, para reaproveitamento e retorno ao ciclo produtivo. 
O efeito é a diminuição do volume destinado e aumento da vida útil. Cada 
aterro sanitário tem uma estação de tratamento de efluentes pelo método 
biológico, com filtros biológicos, lagoa aerada, lagoas facultativas e banhados 
construídos ou pelo método físico-químico com nanofiltração, osmose reserva 
e tratamento externo. O exemplo de que a inovação pode ser feita está na 
implantação de sistema de captura e oxidação térmica do biogás gerado na 
unidade de Minas do Leão/RS, tecnologia aprovada pela ONU, incluída no 
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. Lá, 
98% do metano do biogás é destruído, o que corresponde a 400 mil toneladas 
equivalentes de gás carbônico (CO
2
) por ano. O metano é 25 vezes danoso à 
camada de ozônio que o CO
2
. A queima do biogás ocorre em uma unidade 
de geração de energia com potência de 8,5 MW, atendendouma população 
de aproximadamente 100 mil habitantes. Atualmente, mais sistemas estão em 
desenvolvimento para a implantação de mais duas Unidades de Valorização 
Energética, nas Centrais de São Leopoldo e Santa Maria. 
Cidade lixo zero!
Em 2017, em relatório publicado pelo Serviço de Estatística da União Europeia (Eu-
rostat), constava a seguinte notícia: a Itália obteve a maior porcentagem de reciclagem 
da União Europeia. A marca alcançada foi 76,9%, o que demonstra que, com vontade 
pública, é possível atingir metas de reciclagem. 50% dos RSU do país são reciclados. 
A Itália adota um sistema porta a porta de coleta, usando saquinhos recicláveis que 
atraem a população para a prática. As multas também colaboram com essa adesão. 
Em Milão, que é uma metrópole, até o lixo de cozinha é reciclado. Isso é tão exemplar 
que outras cidades estão buscando esse modelo para aplicação, como Paris, Barcelona 
e Nova Iorque. 
15Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
1. A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, a Política Nacional do Meio 
Ambiente e a Lei do Saneamento 
Básico (junto com instruções 
normativas e decretos) definem 
lixo, resíduo, rejeito e resíduo sólido 
urbano (RSU). Analise as afirmações 
e assinale a alternativa correta.
a) Os resíduos sólidos, quando 
classificados como orgânicos, 
incluem material de origem 
biológica (p. ex., restos de 
alimentos, papel e madeira) 
ou de origem orgânica (p. 
ex., plástico e borracha).
b) Resíduo é o que não pode ser 
reciclado ou reaproveitado, seja 
por carência tecnológica ou 
custo, mas, de qualquer forma, 
necessita de uma “disposição 
final ambientalmente adequada”.
c) O lixo eletrônico se tornou um 
problema por conta do grande 
volume representado pelos 
equipamentos descartados ao 
serem substituídos por novas 
tecnologias. Porém, a grande 
velocidade com que são 
feitos (sendo, basicamente, de 
plástico e metal) não apresenta 
riscos à saúde humana.
d) A Lei do Saneamento Básico 
definiu RSU como o conjunto de 
resíduos domiciliares, resíduos 
de limpeza urbana, lixo originário 
de atividades comerciais, 
industriais e de serviços que o 
gerador não possa manejar.
e) Os pneus devem ter disposição 
adequada, pois podem causar 
graves incêndios; porém, por 
serem inertes, não interagem 
com os seres vivos.
2. Analise as afirmações e assinale 
a que condiz com a matéria da 
Política Nacional de Resíduos 
Sólidos (PNRS) e suas definições. 
a) A PNRS define o termo “lixo” 
e dá força de lei à reciclagem 
e ao reuso dos RSU, como 
fonte de matérias-primas, 
mas não versa sobre a 
destinação ambientalmente 
adequada dos rejeitos, uma 
vez que já era cumprida 
pela Lei do Saneamento 
Básico (nº 11.445/2007).
b) Os planos de gestão dos 
governos federal, estaduais 
e municipais passaram a 
tratar de assuntos relativos à 
coleta seletiva, reciclagem, 
inclusão social e participação 
da sociedade civil. 
c) O gerador é responsável 
pelo RSU originado por seus 
produtos até que estes repassem 
para o consumidor, sendo o 
serviço de logística reversa de 
resíduos e embalagens uma 
fonte estimulada de lucro. 
d) Planos de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos (PGRS) são 
ferramentas de gestão muito 
eficientes, principalmente 
como captadores de recursos 
financeiros, sendo facultativos 
para a iniciativa privada.
e) A logística reversa mobiliza a 
sociedade na responsabilização 
do consumo inteligente 
através da devolução do 
Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades16
produto excedente adquirido, 
sendo o fabricante obrigado 
a aceitar esse excedente.
3. Oficialmente, os lixões não deveriam 
existir, pois a PNRS determinou 
o fechamento até 2014. No entanto, 
muitos municípios brasileiros ainda 
têm lixões ativos. Sobre esse tema, 
suas definições e particularidades, 
escolha a alternativa correta. 
a) Para entender o impacto dos 
lixões, é necessário estudar as 
mudanças ecológicas, sociais, 
culturais e estéticas que estejam 
ocorrendo na área diretamente 
afetada (ADA) onde está 
implantado o empreendimento, 
pois não há dispersão de efeitos.
b) A área de influência direta 
(AID), que é a borda da pilha, é 
a área de maior impacto, pois 
recebe todo o chorume.
c) A presença do lixo 
orgânico agrava o impacto 
socioeconômico do lixão 
pela falta de renda e posses 
dos catadores, os quais vivem 
à margem da sociedade e 
dos serviços de saúde.
d) Área de influência indireta (AII) 
é a área afetada pelo impacto 
ambiental causado pelas 
comunidades em condições 
socioeconômicas precárias.
e) Os lixões são um benefício 
para as comunidades do 
entorno, pois lhes dão 
condições de subsistência.
4. Pesquisas recentes indicam que 
pouco mais da metade dos 
municípios trata o lixo de alguma 
forma, mesmo que inadequada, 
propiciando a formação clandestina 
de lixões, que aumentam sem 
controle e causam graves 
consequências. Sobre esses 
impactos, marque a opção correta.
a) Na água superficial, é necessário 
grande volume de oxigênio 
para a decomposição, que 
é sequestrado da fauna 
aquática, causando a morte.
b) O chorume é gerado pela 
lavagem do lixo pela chuva e 
é um agente poluidor 
silencioso, inodoro, que turva 
o abastecimento de água.
c) No lençol freático, causa forte 
impacto na saúde pública, mas 
não se compara ao impacto 
que o esgoto urbano causa.
d) O principal prejuízo 
econômico do lixão está 
no desperdício de material 
potencialmente reutilizável.
e) Devido ao forte sistema 
imunológico, os catadores e 
familiares sofrem menos com as 
doenças relacionadas à atividade 
do que o cidadão comum.
5. O problema do lixo urbano 
passa pela gestão correta e 
pelo gerenciamento eficiente, 
com metodologias que 
envolvem tecnologias clássicas 
e novos processos, bem como 
a inclusão socioeconômica 
das pessoas envolvidas. De 
acordo com as definições 
envolvidas nesse processo, 
assinale a alternativa correta.
a) Gerenciamento de resíduos 
sólidos é o conjunto de ações 
voltadas para resolver a situação 
dos RSU pelo poder público.
b) A gestão integrada de resíduos 
sólidos é a gestão feita 
pelo poder público com a 
17Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
participação da comunidade 
em assembleias organizadas 
pelos líderes comunitários.
c) A incineração de resíduos é uma 
prática nefasta, pois, quando 
descontrolada, causa incêndios 
e, sob controle, causa grave 
impacto com suas emissões.
d) “Comissões para a Coleta 
Seletiva” são organizações civis 
criadas para a divulgação da 
prática, estimulada pela PNMA. 
e) A atividade dos catadores 
é muito vantajosa e deve 
ser organizada, pois traz 
fôlego aos aterros sanitários 
e permite a recirculação 
do material reciclável.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos - 
classificação. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.vigilanciasanitaria.
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 . Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445, de 
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e dá outras providências. Brasília, DF, 21 jun. 2010b. Disponível em: <http://www.
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Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades18
 . Decreto nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010. Institui o Programa Pró-
-Catador... Brasília, DF, 23 dez. 2010c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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 . Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Brasília, DF, 31 ago. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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 . Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras pro-
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GUIMARÃES, C; BONALUME NETO, R. Trinta anos depois do acidente em Goiânia, 
vítimas do césio ainda sofrem. Folha de São Paulo, São Paulo, 11 set. 2017. Disponível 
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional de saneamento 
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dencia/noticias/imprensa/ppts/0000000105.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁ-
VEIS. Instrução normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, n. 245, seção 1, 20 dez. 2012. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/
phocadownload/emissoeseresiduos/residuos/ibama-lista-brasileira-de-residuos- 
solidos.xls>. Acesso em: 11 jul. 2018.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania 
Ambiental. Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental. Agenda 
ambiental na administração pública. 5. ed. rev. e atual. Brasília, DF, 2009. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf>. Acesso 
em: 12 jul. 2018.
19Gestão ambiental: reciclagem e a questão dos lixos nas cidades
 
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Ter um modelo de gestão dos resíduos que seja integrado e que esteja baseado em alternativas 
de tratamento e valorização dos resíduos é essencial para reduzir impactos para as pessoas e para 
o meio ambiente. As estratégias aplicadas devem ter como foco a redução do consumo, o reuso 
ou reciclagem, a compostagem e a disposição final ambientalmente adequada.
Na Dica do Professor, você estudará a respeito da cadeia de reciclagem e as regras de separação 
correta, além de ter um apanhado geral sobre como ocorre a separação do lixo seco e a política 
dos 5 Rs do Ministério do Meio Ambiente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Política Nacional do Meio Ambiente e a 
Lei do Saneamento Básico, juntamente com instruções normativas e decretos, 
definem lixo, resíduo, rejeito e Resíduo Sólido Urbano (RSU). Analise as afirmações a 
seguir e assinale a alternativa correta sobre o assunto.
A) Os resíduos sólidos, quando classificados como orgânicos, incluem material de origem 
biológica (como restos de alimentos, papel e madeira) ou de origem orgânica (como 
plástico e borracha). 
B) Resíduo é o que não pode ser reciclado ou reaproveitado, seja por carência tecnológica ou 
custo, mas de qualquer forma, necessita de uma “disposição final ambientalmente 
adequada”.
C) O lixo eletrônico se tornou um problema pelo excessivo volume, representado pelos 
equipamentos descartados ao serem substituídos por novas tecnologias a uma grande 
velocidade. Entretanto, como são feitos basicamente de plástico e metal, não apresentam 
riscos à saúde humana.
D) A Lei do Saneamento Básico definiu RSU como o conjunto de resíduos domiciliares e 
resíduos de limpeza urbana, o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de 
serviços que o gerador não possa manejar.
E) Os pneus devem ter disposição adequada, pois podem causar graves incêndios; porém, por 
serem inertes, não interagem com os seres vivos.
2) Analise as afirmações a seguir e assinale a que condiz com a matéria da Política 
Nacional de Resíduos Sólidos e suas definições.
A) A PNRS define lixo e dá força de lei à reciclagem e reuso dos RSU, como fonte de 
matérias-primas, mas não versa sobre a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, 
uma vez que já era cumprida pela Lei do Saneamento Básico (Lei n.o11.445/2007).
B) Os planos de gestão dos Governos Federal, Estaduais e Municipais passam a tratar de 
assuntos relativos à coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade 
civil. 
C) O gerador é responsável pelo RSU originado por seus produtos até que estes sejam 
repassados para o consumidor, sendo o serviço de logística reversa dos resíduos e 
embalagens uma fonte estimulada de lucro.
D) Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) são ferramentas de gestão muito 
eficientes, principalmente como captadores de recursos financeiros, sendo facultativos 
para a iniciativa privada.
E) A logística reversa mobiliza a sociedade na responsabilização do consumo inteligente, por 
meio da devolução do produto excedente adquirido, sendo o fabricante obrigado a aceitar 
esse excedente.
Oficialmente, os lixões não deveriam existir, pois a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos determinou o seu fechamento até 2014. Porém, muitos municípios brasileiros 
3) 
ainda têm lixões ativos. Sobre esse tema, suas definições e particularidades, escolha a 
alternativa correta:
A) Para entender o impacto dos lixões, é necessário estudar as mudanças ecológicas, sociais, 
culturais e estéticas que estejam ocorrendo na Área Diretamente Afetada (ADA), onde está 
implantado o empreendimento, pois não há dispersão de efeitos.
B) A Área de Influência Direta (AID), que é a borda da pilha, é a área de maior impacto, pois 
recebe todo o chorume.
C) A presença do lixo orgânico agrava o impacto socioeconômico do lixão, pela falta de 
renda e posses dos catadores, que vivem à margem da sociedade e dos serviços de saúde.
D) Área de Influência Indireta (AII) é a área afetada pelo impacto ambiental causado pelas 
comunidades em condiçõessocioeconômicas precárias.
E) Os lixões são um benefício para as comunidades do entorno, pois lhes dão condições de 
subsistência.
4) Pesquisas recentes indicam que pouco mais da metade dos municípios trata o lixo de 
alguma forma, mesmo que inadequada, propiciando a formação clandestina de 
lixões, que aumentam sem controle, trazendo graves consequências. Sobre esses 
impactos, é correto afirmar: 
A) Na água superficial, necessita de grande volume de oxigênio para a decomposição, que 
sequestra da fauna aquática, causando sua morte.
B) O chorume é gerado pela lavagem do lixo pela chuva, sendo um agente poluidor 
silencioso, inodoro, que turva o abastecimento de água.
No lençol freático, causa forte impacto na saúde pública, mas não se compara ao impacto C) 
que o esgoto urbano causa.
D) O principal prejuízo econômico do lixão está no desperdício de material potencialmente 
reutilizável.
E) Devido ao forte sistema imunológico, os catadores e familiares sofrem menos com as 
doenças relacionadas à atividade do que o cidadão comum.
5) O problema do lixo urbano passa pela gestão correta e pelo gerenciamento eficiente, 
com metodologias que envolvem tecnologias clássicas e novos processos, bem como a 
inclusão socioeconômica das pessoas envolvidas. De acordo com as definições 
envolvidas nesse processo, assinale a alternativa correta:
A) Gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações voltadas para resolver a situação 
dos RSU pelo poder público.
B) A gestão integrada de resíduos sólidos é a gestão feita pelo Poder Público com a 
participação da comunidade em assembleias organizadas pelos líderes comunitários.
C) A incineração de resíduos é uma prática nefasta, pois, descontrolada, causa incêndios e sob 
controle, grave impacto com suas emissões.
D) Comissões para a Coleta Seletiva são organizações civis criadas para a divulgação da 
prática, estimulada pela PNMA. 
E) A atividade dos catadores é muito vantajosa e deve ser organizada, pois traz fôlego aos 
aterros sanitários e permite a recirculação do material reciclável.
NA PRÁTICA
Sabe-se que uma das competências necessárias para o desempenho da função do Engenheiro 
Ambiental é conhecer a legislação e como ela se aplica. Um dos exemplos é a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos (PNRS). O profissional que detém esse conhecimento e também domina 
aspectos relacionados à gestão de projetos pode, ainda, desenvolver pesquisas buscando 
soluções para questões ambientais.
Veja como as habilidades e competências do Engenheiro Paulo são fundamentais para o 
desenvolvimento de ações na reorganização da comunidade de catadores, e a transformam em 
uma coopertaiva de catadores embrionária, para a satisfação da Prefeitura e benefício do 
Município.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O problema do lixo começa a chegar em nossa praia
Muitos animais morrem sufocados ou estrangulados por sacolas e outros artefatos feitos de 
plástico. A quantidade desses itens abandonados nas praias, e dispostos irregularmente, aumenta 
ano a ano. Leia, neste artigo, a respeito das campanhas e atitudes em prol da substituição do 
plástico por outros materiais.
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Gestão ambiental: técnicas de avaliação 
dos impactos ambientais
APRESENTAÇÃO
Os impactos das atividades humanas no meio ambiente vêm provocando consequências cada 
vez mais graves. Logo, a avaliação de impactos ambientais apresenta como principal objetivo 
evitar, reduzir, neutralizar ou compensar efeitos negativos que um determinado produto, 
processo/atividade ou empreendimento pode ocasionar no ambiente. Sendo assim, como se pode 
mensurar os impactos que as mais diversas atividades ou empreendimentos causam no meio 
ambiente? Por meio de métodos de avaliação de impactos ambientais, os quais são baseados em 
mapeamentos de campo, análises de laboratório, elaboração de mapas temáticos analíticos, 
visitas técnicas in loco, consulta em bibliografias, entre outros. Existem diferentes métodos para 
avaliar os impactos ambientais, e a escolha de um depende do tipo de impacto, do 
empreendimento, da quantidade de informações coletadas e do próprio ambiente, cabendo à 
equipe técnica escolher o melhor método a ser aplicado.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá alguns dos principais métodos usados na avaliação 
de impactos ambientais, assim como a diferença de aspecto e impacto ambiental. Além disso, 
estudará sobre as formas de minimizar e controlar impactos ambientais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar aspectos e impactos ambientais.•
Relacionar métodos de avaliação de impactos ambientais.•
Exemplificar técnicas de minimização e controle de impactos ambientais.•
DESAFIO
A avaliação de impacto ambiental (AIA) consiste em uma série de procedimentos legais, 
institucionais e técnico-científicos, com o objetivo de caracterizar e identificar impactos 
potenciais na instalação de um empreendimento, ou seja, prever a magnitude e a importância 
destes. 
Uma empresa de consultoria e licenciamento ambiental foi contratada para realizar a AIA que a 
construção de um novo posto de gasolina, com aproximadamente 700 m² de área construída, 
poderá ocasionar no meio ambiente.
Em relação ao método escolhido para analisar os impactos ambientais (para ambas as áreas), 
Segundo os técnicos, pelo fato de um posto de gasolina não apresentar riscos ambientais 
severos, os métodos escolhidos satisfazem plenamente a avaliação dos impactos ambientais.
Caso você fosse um dos técnicos responsáveis por essa avaliação, responda:
a) Qual das duas áreas você julga ser mais adequada para a instalação do posto de gasolina, 
baseado nas informações obtidas em campo?
b) É possível utilizar mais de um método para a AIA? Qual sua posição quanto a escolha dos 
métodos para a avaliação dos impactos ambientais?
c) Existe outro método que também poderia ser utilizado na AIA?
d) Segundo os técnicos, um posto de gasolina não apresenta riscos ambientais severos. Você 
concorda com essa afirmação?
INFOGRÁFICO
Existem diferentes métodos para avaliar os impactos ambientais, e a escolha de um depende do 
tipo de impacto, do empreendimento, da quantidade de informações coletadas e do próprio 
ambiente. Porém, não se pode dizer que determinado método é melhor que outro, tampouco que 
um único método é aplicado a qualquer estudo de impacto ambiental (EIA), em ração da 
diversidade de empreendimentos e seus impactos ambientais potenciais.
Cabe a equipe técnica decidir qual o melhor método a ser utilizado no respectivo EIA, para que 
ocorra a correta avaliação e a identificação dos impactos ambientais. Mas quais são os métodos 
mais usuais de avaliação de impactos ambientais e suas respectivas vantagens e desvantagens? 
Confira no Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Ao longo da história da humanidade, o desenvolvimento, tanto social quanto econômico, vêm 
sendo confundindo com um crescente domínio e transformação da natureza, em que os recursos 
naturais são vistos como ilimitados. Desta forma, para empresas/corporações que visam 
implantar um sistema de gestão ambiental (SGA), segundo a norma ISO 14001, um dos 
requisitos é estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar os aspectos e 
impactos ambientais decorrentes das atividades. Ou seja, os aspectos ambientais, como, por 
exemplo, o lançamento de resíduos e efluentes líquidos no solo e na água, desmatamento e 
queimadas, lançamento de poluentes na atmosfera, entre outros, provocaram severos impactos 
ambientais (principalmente negativos), como a perda de biodiversidade; a erosão dos solos; a 
contaminação da água, do solo e do ar; o assoreamento de recursos hídricos, etc.
Para saber mais sobre a importânciada identificação dos aspectos e impactos ambientais, leia o 
capítulo Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais, da obra Meio 
ambiente, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. 
Boa leitura.
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
 
CDU 502
Gestão ambiental: 
técnicas de avaliação dos 
impactos ambientais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar aspectos e impactos ambientais.
 � Relacionar métodos de avaliação de impactos ambientais.
 � Exemplificar técnicas de minimização e controle de impactos 
ambientais.
Introdução
Os impactos das atividades humanas no meio ambiente vêm provocando 
consequências cada vez mais graves e alarmantes. A avaliação de impactos 
ambientais tem como principal objetivo evitar, reduzir, neutralizar ou 
compensar efeitos negativos que um determinado produto, processo, 
atividade ou empreendimento pode ocasionar no ambiente.
Como se pode mensurar os impactos que as mais diversas atividades 
ou empreendimentos causam no meio ambiente? Por meio de méto-
dos de avaliação de impactos ambientais,  os quais são baseados em 
mapeamentos de campo, análises de laboratório, elaboração de mapas 
temáticos analíticos, visitas técnicas in loco, consulta em bibliografias, entre 
outros. Existem diferentes métodos para avaliar os impactos ambientais, 
e a escolha de um depende do tipo de impacto, do empreendimento, 
da quantidade de informações coletadas e do próprio ambiente. Cabe à 
equipe técnica escolher qual o melhor método a ser aplicado. 
Este capítulo visa a apresentar alguns dos principais métodos usados 
na avaliação de impactos ambientais, bem como a conceituar e apresentar 
a diferença entre aspecto e impacto ambiental. Também tem por objetivo 
indicar formas de minimizar e controlar impactos ambientais.
Diferença entre aspecto e impacto ambiental
Barsano, Barbosa e Viana (2014) afirmam que o desenvolvimento tecnoló-
gico industrial, a busca desenfreada por riquezas naturais e a falta de um 
planejamento de recuperação do meio ambiente são as principais origens de 
um apanhado de consequências negativas ao meio ambiente. Rosa, Fraceto 
e Moschini-Carlos (2012) mencionam que diversos problemas ambientais 
ocasionados por essa atuação antrópica irresponsável sobre o ambiente são 
computados diariamente, gerando poluição da agua e do ar, passivos ambientais, 
degradação da paisagem, problemas de saúde, doenças infectocontagiosas, 
entre outros. Desta forma, a gestão ambiental vem ganhando força nas últimas 
décadas, resultado da necessidade de adequação a essa nova forma de pensar 
em desenvolvimento e produção de bens de consumo circunscrita pela noção 
de desenvolvimento sustentável.
Para haver gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, deve-se analisar 
os aspectos e impactos ambientais que diferentes atividades podem ocasionar. 
De acordo com Ministério da Defesa ([200?]), o aspecto ambiental é um ele-
mento característico de determinada atividade, instalação, processo, produto 
ou serviço de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. 
Sánchez (2013) define aspecto ambiental como todo o mecanismo por meio 
do qual uma ação humana causa um impacto ambiental: toda a ação humana 
(atividades, produtos ou serviços) gera um aspecto ambiental, que por sua vez 
irá resultar em um impacto ambiental. 
Sánchez (2013) menciona ainda que o aspecto ambiental, de certo modo, 
está relacionado à gestão ambiental, pois foi a Norma ISO 14.001 que definiu 
o termo aspecto ambiental. Este termo era desconhecido pelos profissionais 
envolvidos em avaliação de impacto ambiental até então, ou era utilizado 
com outra conotação. 
O que realmente significa Aspecto Ambiental? Segundo NBR ISO14.001, 
aspecto ambiental diz respeito a “...elementos das atividades, produtos e servi-
ços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente” (CAGNA, 
2013, documento on-line). O aspecto pode ser uma máquina, equipamento 
ou mesmo uma atividade executada por um determinado empreendimento. 
Denomina-se “aspecto ambiental significativo” aquele aspecto que tem um 
impacto ambiental significativo. A Figura 1 apresenta a diferença entre aspecto 
e impacto ambiental.
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais2
Figura 1. Exemplos de um aspecto ambiental (lançamento de resíduo líquido em recursos 
hídricos) que ocasionam um impacto ambiental (mortandade de peixes).
Fonte: Oceloti/Shutterstock.com; Pretty Vectors/Shutterstock.com.
Impactos ambientais, alternativamente, são alterações no ambiente cau-
sadas pelo desenvolvimento das atividades humanas no espaço geográfico. 
Nesse sentido, eles podem ser positivos, quando resultam em melhorias para 
o ambiente, ou negativos, quando essas alterações causam algum risco para 
o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. Apesar de 
possuir essas duas classificações, o termo impacto ambiental é mais utilizado 
em referência aos aspectos negativos das atividades humanas sobre a natureza.
É fundamental compreender a diferença entre aspecto e impacto ambiental: 
Aspectos ambientais: mecanismos através dos quais uma ação humana causa um 
impacto ambiental: as ações humanas causam efeitos ambientais, que por sua vez 
produzem impactos ambientais.
Impactos ambientais: podem ser positivos ou negativos, e consistem em quaisquer 
modificações do meio ambiente, resultante ou não dos aspectos ambientais.
Todas as atividades exercidas pelo homem ocasionam impactos ambien-
tais, os quais podem ser positivos ou negativos. Por exemplo, supondo que 
uma indústria pretenda se instalar em determinado município, os seguintes 
impactos podem ocorrer:
3Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
 � Impactos positivos: geração de empregos, aumento da economia local, 
estímulo a novos mercados, entre outros.
 � Impactos negativos: geração de resíduos sólidos, emissões atmosféricas, 
impactos na fauna e na flora, lançamento de efluentes industriais em 
recursos hídricos, aumento/alteração no trânsito local, entre outros.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (1990), os impactos ambientais estão vinculados com a degradação 
do meio ambiente, sendo que esta ocorre quando se tem uma ou mais das 
seguintes situações:
 � a vegetação nativa e a fauna nativa são destruídas, removidas ou 
expulsas;
 � ocorre remoção da camada fértil do solo;
 � tem-se alterações na qualidade e regime de vazão do sistema hídrico. 
A fim de facilitar o entendimento, o Quadro 1 apresenta a diferença entre 
aspecto e impacto ambiental.
Fonte: Adaptado de Sánchez (2013, p. 295).
Atividade Aspecto ambiental Impacto ambiental
Lavagem de roupa Consumo de água Redução da 
disponibilidade hídrica
Lavagem de louça Lançamento de água 
com detergentes
Contaminação e 
eutrofização de 
mananciais
Transporte de carga Emissão de ruídos e 
aumento do tráfego
Incômodo aos vizinhos, 
maior frequência de 
congestionamentos e 
aumento da poluição 
atmosférica
Armazenamento 
de combustível
Risco de vazamento Contaminação do solo 
e água (superficial 
ou subterrânea)
Quadro 1. Exemplos de relações atividade-aspecto-impacto ambiental
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais4
Métodos de avaliação de impactos ambientais
Os métodos de avaliação de impactos ambientais consistem em instrumentos 
utilizados para coletar informações (tanto qualitativas e quantitativas) ori-
ginadas de uma determinada atividade que possaresultar em modificações 
ambientais. As técnicas incluem mapeamentos de campo, análises de labora-
tório e elaboração de mapas temáticos analíticos, sendo estes muito comuns 
na análise de dispersão de poluentes no ar ou na água. 
Existem distintos métodos que podem ser aplicados para o estudo dos impactos 
ambientais. Esses métodos não são estabelecidos pela legislação e, dessa forma, podem 
e devem ser modificados de acordo com o tipo de projeto que será desenvolvido. 
De acordo com a Resolução CONAMA 01/86 (BRASIL, 1986), a análise 
de impactos ambientais deve considerar alguns atributos:
 � Natureza — Os impactos são benéficos ou adversos; positivos ou 
negativos?
 � Duração — Os impactos são temporários ou permanentes?
 � Incidência — Os impactos são diretos (ocorrem na área onde estará o 
empreendimento) ou indiretos (podem afetar outras áreas)?
 � Reversibilidade — Os impactos são reversíveis ou irreversíveis?
 � Sinergia — Os impactos são cumulativos ou sinérgicos (acumulativos)? 
Os métodos de análise de impactos ambientais objetivam comparar, or-
ganizar e analisar informações sobre impactos ambientais de determinada 
atividade, incluindo formas de apresentação escrita e visual desses dados. 
Quanto aos métodos de avaliação de impactos e ponderação de atributos, os 
mais utilizados são:
5Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
Método AD HOC — Consiste na formação de grupos de trabalho (de 
diferentes áreas, como geólogos, biólogos e engenheiros), apresentando 
suas impressões baseadas na experiência para elaboração de um relatório 
que irá relacionar o projeto a ser implantado com seus possíveis impactos 
causados (CREMONEZ et al., 2014). Carvalho e Lima (2010) ressaltam que 
este método é indicado para situações com escassez de dados ou quando a 
avaliação deve ser disponibilizada em um curto espaço de tempo. Entre as 
vantagens, estão os gastos econômicos, os quais são menores em relação 
a outros métodos. 
Método check-list — Apresenta uma relação dos impactos mais relevantes, 
associando-os ou não ao respectivo aspecto ambiental (a causa do impacto) 
ou mesmo ao meio afetado (físico, biológico, socioeconômico). Além disso, o 
método permite avaliar os impactos por meio da atribuição de qualificações 
ou quantificação de atributos como magnitude, natureza, entre outros. A 
aplicação desse método também permite a elaboração e aplicação de ques-
tionários. Como vantagem, esse método pode ser considerado simples e de 
fácil visualização. No entanto, não permite caracterizar e discutir de forma 
mais minuciosa cada impacto.
Matrizes de interação (matriz de Leopold) — Técnica que relaciona 
ações com fatores ambientais. Embora possa incorporar parâmetros de 
avaliação, é um método basicamente de identificação. O princípio básico 
da matriz de interação consiste em, primeiramente, assinalar todas as pos-
síveis interações entre as ações e os fatores, para em seguida, estabelecer 
em uma escala variável a magnitude e a importância de cada impacto, 
identificando posteriormente se o mesmo é positivo ou negativo. Assim, 
calcula-se o índice global de impacto ambiental resultante do somatório de 
todos os fatores. Esse valor compõe uma célula. Na matriz de interação, 
faz-se e o cruzamento das ações do empreendimento com as variáveis 
do meio ambiente, gerando um conjunto de retículos que representa as 
possibilidades de ocorrência de impactos (SÁNCHEZ, 2013). O Quadro 
2 apresenta os fatores considerados na avaliação dos impactos ambientais 
na matriz de interação.
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais6
Fonte: Adaptado de Sánchez (2013, p. 339).
M – Magnitude Pequeno (P) – 1
Médio (M) – 2
Grande (G) – 3
A – Amplitude Local (L) – 1
Regional (R) – 2
Estratégico (E) – 3
P – Prazo de Efeito Curto Prazo (CP) – 1
Médio Prazo (MP) – 2
Longo Prazo (LP) – 3
T – Horizonte de Tempo Temporário (T) – 1
Cíclico (C) – 2
Permanente (P) – 3
Quadro 2. Fatores para avaliação dos impactos ambientais
O somatório de todos os fatores compõe uma célula, por exemplo:
(+/-) S
M A
P T
Sendo S o somatório de M + A + P + T.
Para compreender melhor como ocorre a montagem da Matriz de Intera-
ção, apresenta-se um exemplo da matriz preenchida, conforme indicado no 
Quadro 3.
7Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
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Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais8
Redes de interação — Buscam estabelecer relações de precedência entre 
ações de um empreendimento e os impactos por ele causados (sejam eles 
diretos ou indiretos). Ou seja, esta metodologia visa o estabelecimento de uma 
sequência de impactos ambientais provenientes de determinada intervenção, 
representando-os através de gráficos. As mesmas podem ainda ser utilizadas 
para orientar as medidas a serem propostas para a minimização dos impactos 
ambientais observados (CARVALHO; LIMA, 2010). 
Superposição de cartas — Consiste na confecção de uma série de car-
tas temáticas, uma para cada fator ambiental, onde se apresentam os dados 
organizados em categoria. Essas cartas são superpostas para reproduzir a 
síntese da situação ambiental de uma área geográfica. A superposição de 
cartas é útil para estudos que envolvam alternativas de localização e outras 
questões de dimensão espacial. Esse método vem sendo utilizado para AIA 
de projetos lineares (estradas de rodagens, linhas de transmissão, dutos, etc.), 
já que favorece bastante a representação visual e a identificação da extensão 
dos efeitos. A possibilidade de utilização de imagens de satélite é um recurso 
valioso para esse tipo de método, conforme Pimentel e Pires (1992).
Modelos de simulação — Constituídos por modelos matemáticos destina-
dos a representar a estrutura e o funcionamento dos sistemas ambientais por 
meio de relações complexas entre componentes quantitativos ou qualitativos, 
físicos, biológicos ou socioeconômicos, a partir de um conjunto de hipótese 
ou pressupostos (PIMENTEL; PIRES, 1992). Os modelos mais utilizados 
são aqueles feitos para estimar os impactos de emissões gasosas e os de lan-
çamento de efluentes no meio ambiente. Neles, são incorporados hipóteses 
e pressupostos sobre os processos e as relações entre seus fatores bióticos, 
físicos e culturais frente às alterações causadas palas atividades que devem 
ser avaliadas (MALHEIROS; NOCKO; GRAUER, 2009).
Além dos métodos descritos, existem as metodologias quantitativas e o sistema 
AMBITEC-AGRO. A seleção do método dependerá dos objetivos que se quer alcan-
çar, da disponibilidade de dados, das características do projeto e especificidades da 
localização, bem como do tempo e dos recursos financeiros e técnicos disponíveis 
(PIMENTEL; PIRES, 1992).
9Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
Formas de controlar os impactos ambientais
Visando a diminuir principalmente os impactos ambientais negativos, devem 
ser adotadas medidas de prevenção (controle), mitigação, compensação, recupe-
ração e monitoramento dos impactos que a implantação de um empreendimento 
ou atividade possa ocasionar. 
A ordem de prioridade no controle dos impactos ambientais negativos deve ser: 
1. prevenção; 
2. mitigação; 
3. recuperação; 
4. compensação. 
Portanto, encontrar formas de evitar impactos e prevenir riscos deve ser a primeira 
coisa a ser acatada, sendo de extrema importância compreender a diferença entre 
estestermos ambientais.
As medidas de prevenção devem ser as pioneiras a serem implantadas, 
tendo como objetivo evitar que as atividades relacionadas ao empreendimento 
resultem em impactos ambientais negativos antes que estes aconteçam. To-
mando como exemplo a construção de uma hidrelétrica, as principais medi-
das de prevenção dos impactos negativos desta obra estão relacionados com 
alternativas locacionais do empreendimento, que devem levar em conta a 
área de alagamento do reservatório, capacidade de geração, faixas e áreas 
propícias à preservação e a possibilidade de aproveitamento das estruturas e 
acessos já existentes no local. A escolha adequada do local pode evitar diversas 
consequências negativas, como a perda de espécies ameaçadas da fauna e 
da flora e a necessidade de realocação de famílias, além de consequências à 
economia financeira.
Entretanto, é impossível que uma atividade ocorra sem haver impactos 
ambientais negativos, por menores que estes sejam. Para esses impactos, são 
propostas as medidas de mitigação, que visam reduzir os efeitos adversos 
decorrentes da instalação e operação dos empreendimentos. Os planos de mi-
tigação, segundo Mercado em Foco ([2017]), buscam reverter danos parciais e 
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais10
minimizar situações de risco e de impactos ambientais, através da intervenção 
em áreas vulneráveis e da implementação de programas operacionais que 
permitam, a curto prazo, mitigar situações críticas com base na definição de 
prioridades. Eles devem ser implantados com base numa gestão adaptativa, 
fundamentada em mecanismos que levem em conta a dinâmica de determinadas 
zonas naturais. Entre os principais planos de mitigação, estão: manter, em 
estado próximo do natural, a maior parte das zonas degradadas; condicionar as 
explorações agrícola e pecuária; impedir a ocupação com habitação nas áreas 
de proteção delimitadas; condicionar as instalações industriais; desviar vias 
e transferir construções em zonas de risco; limitar a construção de estradas 
marginais e a intensidade de tráfego; controlar a ocupação de terras e extrações; 
investir em tecnologias que visam o reuso da água.
Por fim, as medidas de compensação ocorrem quando o impacto continua 
significativo mesmo com a mitigação. Ocorrem também quando não é possível 
realizá-la por falta de tecnologia disponível ou então quando não é possível 
a recuperação. Em outros casos, a compensação pode ocorrer por meio de 
investimentos em meio ambiente através da instalação de equipamentos de 
controle de poluição para os órgãos ambientais, por exemplo.
Segundo Struchel (2016), a Compensação Ambiental é um instrumento 
que procura garantir à sociedade um ressarcimento pelos danos causados à 
biodiversidade por empreendimentos de significativo impacto ambiental. 
Nesse contexto, pode ser considerada uma forma de atenuar a socialização 
das externalidades negativas destes empreendimentos. O objetivo principal 
dessa prática é promover um benefício ambiental em prol do impacto gerado, 
não devendo ser interpretada como multa ou indenização.
As medidas de recuperação ambiental são uma obrigação civil que 
poderão ou não vir acompanhadas de pena. Trata-se de fazer com que a área 
degradada seja recuperada e retorne na forma que estava antes da atividade 
ser iniciada, ou então, o mais próximo possível. A recuperação ambiental é 
definida como a restituição de uma área degradada e respectivo ecossistema a 
uma condição mais próxima possível de sua condição original, mas que pode 
ser diferente desta. Existem vários modelos e técnicas para a recuperação de 
uma área degradada, cuja escolha depende da situação de degradação da área 
e das condições de regeneração do ecossistema afetado. É por isso que há 
necessidade, para cada caso, de um Plano de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD) específico, conforme ressalta o ICMBIO (MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE, 2013).
11Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
Exemplos de técnicas para minimizar/conter 
os impactos ambientais
Em relação à minimização ou de controle dos impactos ambientais, existem 
diversas técnicas que podem ser utilizadas. Em se tratando da avaliação de 
impactos ambientais, não existe uma “receita de bolo”, pois uma técnica eficaz 
em determinada área pode não ser suficiente em outra. Isso porque, o tipo de 
solo, a vegetação, o clima e a direção dos ventos são diferentes, e cada um 
destes itens precisa ser analisado e estudado, antes de ser tomada uma decisão.
Em se tratando de áreas desmatadas ou que sofreram queimadas, é funda-
mental realizar a recuperação florestal, a fim de evitar a erosão do solo. Entre 
as técnicas de recuperação florestal, podem-se citar: 
1. condução de regeneração natural; 
2. plantio de mudas; 
3. recuperação com espécies pioneiras (plantas que possuem um cresci-
mento mais acelerado); 
4. formação de ilhas de diversidade;
5. plantio em linhas alternadas.
A erosão dos solos é um dos impactos ambientais negativos que mais 
trazem consequências para o ambiente, como perda de taludes (as margens 
de recursos hídricos) provocando assoreamento dos mesmos, perda de biodi-
versidade, entre outros. Dessa forma, em se tratando de erosão, Guimarães 
et al. (2012) descrevem que a bioengenharia é uma associação de alternativas 
que envolvem elementos biologicamente ativos (vegetação, microrganismos), 
visando a estabilização de solo e de sedimentos, junto com elementos inertes 
(pedras, concreto, madeira, metais, fibras sintéticas ou naturais, entre outros). 
Porém, quando a área é extremamente inclinada, Projar (2016) ressalta que 
a hidrossemeadura é a técnica mais indicada. Envolve o hidro-jateamento de 
sementes, visando a recuperar o estado vegetativo natural da área degradada. 
A Figura 2 apresenta uma ilustração tanto da técnica de bioengenharia como 
da hidrossemeadura em áreas erodidas.
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais12
Figura 2. Exemplo de uma obra de bioengenharia (a) e da técnica de hidrossemeadura (b).
Fonte: ThamKC/Shutterstock.com; Projar (2016). 
a) b)
1. Existem diferentes metodologias 
usadas nos Estudos de Impactos 
Ambientais (EIA). Esses métodos 
e técnicas são mecanismos 
estruturados para coletar, analisar, 
comparar e organizar informações e 
dados sobre os impactos ambientais 
que determinada atividade ou 
empreendimento pode ocasionar. 
Marque a alternativa correta em 
relação aos métodos de avaliação 
de impactos ambientais.
a) No checklist, os impactos 
são demonstrados na 
forma de matriz.
b) A metodologia fundamentada 
em redes de interação baseia-se 
na construção de redes de 
interação e fluxogramas para 
a indicação dos impactos 
ambientais causados somente na 
construção do empreendimento.
c) A sobreposição de cartas é uma 
metodologia que permite uma 
boa compreensão de relações 
espaciais. Sua adoção é indicada 
nos projetos de desenvolvimento 
regional e com configuração 
linear, como em estradas.
d) O método de matriz consiste na 
construção de redes de interação 
e fluxogramas para a indicação 
dos impactos ambientais.
e) Os modelos de simulação 
são indicados e utilizados 
em áreas que sofreram 
desmatamento e/ou 
erosão dos solos.
2. Existe diferença entre aspecto 
e impacto ambiental. Indique 
a opção que traz um exemplo 
de aspecto ambiental.
a) Contaminação de 
água superficiais.
b) Erosão do solo.
c) Redução da quantidade de 
peixes em um recurso hídrico.
d) Aquecimento global.
e) Emissão de poluentes 
para a atmosfera.
3. Para diminuir os impactos 
ambientais negativos, devem ser 
13Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
adotadas medidas de prevenção 
(controle), mitigação, compensação, 
recuperação e monitoramento dos 
impactos que a implantação de 
um empreendimento ou atividade 
possa ocasionar. Qual alternativa 
está correta em relação a formas de 
minimizar e controlar os impactosambientais em empresas?
a) As empresas devem obter 
o licenciamento ambiental 
para evitar possíveis 
impactos ambientais.
b) É essencial que as empresas 
tenham biólogos, geólogos, 
químicos e engenheiros em 
seu quadro de funcionários 
para evitar possíveis 
acidentes ambientais.
c) As empresas devem 
tomar cuidado durante a 
construção ou o aumento 
de suas instalações, pois os 
impactos ambientais ocorrem 
normalmente nessas fases.
d) Muitas vezes, através de medidas 
simples (como separar os 
resíduos, reutilizar água em fins 
menos nobres e conscientizar 
os colaboradores da empresa 
sobre questões ambientais) 
já é um grande passo para 
reduzir ou evitar algum 
impacto no meio ambiente. 
e) As empresas devem optar pelo 
melhor método para avaliação 
dos impactos ambientais, uma 
vez que existe grande diferença 
de preço entre os métodos.
4. É fundamental que os 
profissionais tenham o correto 
entendimento de conceitos como 
e de aspecto ambiental. Qual 
opção está correta em relação ao 
conceito de aspecto ambiental 
presente na norma ISO 14001/2014?
a) Elemento de atividades, 
produtos ou serviços de uma 
organização que pode interagir 
com o meio ambiente.
b) Modificação benéfica do 
meio ambiente, que resulte 
(no todo ou em parte) de 
atividades, produtos ou 
serviços de uma organização.
c) Introdução no meio ambiente 
de qualquer forma de matéria 
ou energia que possa afetar 
negativamente os seres vivos.
d) Atividade que compensa a perda 
de um bem ou função que 
será perdido em decorrência 
do projeto em análise.
e) Modificação adversa do meio 
ambiente que resulte (no todo ou 
em parte) de atividades, produtos 
ou serviços de uma organização.
5. A seleção do método de avaliação 
dos impactos ambientais dependerá 
dos objetivos que se quer alcançar, 
da disponibilidade de dados, 
das características do projeto e 
especificidades da localização, bem 
como do tempo e dos recursos 
financeiros e técnicos disponíveis. 
Assinale a alternativa correta 
sobre os método de avaliação 
dos impactos ambientais.
a) O método Ad Hoc é amplamente 
utilizado no Brasil e tem como 
vantagem os custos baixos, 
mas a avaliação dos impactos 
ambientais é demorada.
b) O método matriz de interação 
é um dos métodos mais 
utilizados no Brasil para 
avaliação dos impactos 
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais14
ambientais por conta de sua boa 
visualização e do baixo custo.
c) O método de superposição 
de cartas apresenta uma boa 
visualização dos impactos 
ambientais, sendo utilizado 
para obras/atividades que 
irão provocar desmatamento, 
erosão do solo ou contaminação 
de recursos hídricos.
d) Os modelos de simulação 
consistem em modelos 
matemáticos, apresentando 
como principal vantagem 
os baixos custos.
e) O método de redes de 
interação consiste em um 
representação gráfica dos 
impactos ambientais diretos e, 
por isso, não é muito utilizado 
no Brasil, pois os impactos 
indiretos não são avaliados.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho nacional do meio ambiente. Resolu-
ção CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 
fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.
html>. Acesso em: 19 jul. 2018.
CAGNA, C. E. O que é um SGA e qual a importância de implementá-lo em sua empresa. 
Portal eco hospedagem, mar. 2013. Disponível em: https://ecohospedagem.com/o-que-e- 
um-sga-e-qual-a-importancia-de-implementa-lo-em-sua-empresa/#ixzz4WJ45Z4LJ>. 
Acesso em: 19 jul. 2018.
CARVALHO, D. L.; LIMA, A. V. Metodologias para avaliação de impactos ambientais de 
aproveitamentos hidrelétricos. In: ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, 16., 2010, 
Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: AGB, 2010. p. 1-11.
CREMONEZ, F. E. et al. Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no Brasil. 
Revista Monografias Ambientais, v. 13, n. 5, p. 3821-3830, dez. 2014. Disponível em: <ht-
tps://periodicos.ufsm.br/remoa/article/download/14689/pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.
GUIMARÃES, J. C. C. et al. Abordagem de práticas conservacionistas na recuperação 
de voçorocas. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 8, n. 14, p. 977-989, 2012. Disponível em: 
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012a/ambientais/abordagem.pdf>. Acesso 
em: 19 jul. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Manual de recuperação de áreas degradadas pela mineração: técnicas de revegetação. 
15Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais
Brasília: IBAMA, 1990. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/livros/
ManualdeRecuperacaodeareasDegradadaspelaMineracao.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.
MALHEIROS, A. L.; NOCKO, H. R.; GRAUER, A. Estudo da dispersão atmosférica de poluen-
tes, utilizando o modelo ISCST3 (Industrial SourceComplex) para a usina termoelétrica de 
Agudos do Sul (município de Agudos do Sul/PR). Curitiba: Envex; Similar, 2009. Disponível 
em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/EIA_RIMA/USINA_TERMOELETRICA_KCC/
Estudo_de_Dispersao_Atmosferica_KCC_22102009.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.
MERCADO EM FOCO. Conheça as medidas de prevenção, mitigação e remediação 
ambiental. [S. l.], [2017]. Disponível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/conheca-as- 
medidas-de-prevencao-mitigacao-e-remediacao-ambiental/>. Acesso em: 19 jul. 2018.
MINISTÉRIO DA DEFESA. Marinha do Brasil. Levantamento de aspectos ambientais e 
impactos ambientais. Brasília, DF, [200?]. Disponível em: <https://www.marinha.mil.
br/bna/sites/www.marinha.mil.br.bna/files/manual-laia.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi-
versidade. Parque Nacional da Serra da Bocaina. Roteiro de apresentação para plano de 
recuperação de área degradada (PRAD) terrestre. Brasília: MMA; ICMBio, 2013. Disponível 
em: <http://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/images/stories/o_que_fazemos/
gestao_e_manejo/Roteiro_PRAD_versao_3.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.
PIMENTEL, G.; PIRES, S. H. Metodologia de avaliação de impacto ambiental: aplicações 
e seus limites. Revista Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 56-68, jan./
mar. 1992. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/
viewFile/8812/7568>. Acesso em: 19 jul. 2018.
PROJAR. O que é hidrossemeadura em taludes e para que serve? Campinas, 28 abr. 2016. 
Disponível em: <https://projar.com.br/o-que-e-hidrossemeadura-em-taludes-e-para- 
que-serve/>. Acesso em: 19 jul. 2018.
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. (Org.). Meio ambiente e sustentabilidade. 
Porto Alegre: Bookman, 2012.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: 
Oficina de Textos. 2013. Disponível em: <http://ofitexto.arquivos.s3.amazonaws.com/
Avaliacao-de-impacto-ambiental-2ed-DEG.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.
STRUCHEL, A. C. O. Licenciamento ambiental municipal. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão 
ambiental — Requisitos com orientações para uso. São Paulo, 2015. Disponível em: 
<http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345116>. Acesso em: 18 jul. 2018.
STOWE, R. S. Metodologias para identificar aspectos ambientais e impactos resultan-
tes. QSP, São Paulo, mar. 2002. Disponível em: <https://www.qsp.org.br/biblioteca/
metodologias.shtml>. Acesso em: 19 jul. 2018.
Gestão ambiental: técnicas de avaliação dos impactos ambientais16
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
O impacto ambiental consiste em uma transformação no meio ambiente, gerada por ações 
antrópicas (na grandemaioria dos casos). Este pode ter origem positiva ou negativa, sendo a 
negativa a de maior importância, uma vez que apresenta uma ruptura no equilíbrio ecológico, o 
qual gera sérios problemas ao meio ambiente.
Existem formas de evitar ou reduzir os impactos ambientais, por meio de medidas mitigadoras e 
compensatórias. Estas visam apresentar equipamentos ou procedimentos, de natureza 
preventiva, corretiva ou compensatória, os quais serão utilizados para mitigação, compensação 
ou redução da magnitude dos impactos negativos sobre os fatores físicos, bióticos e socio-
econômicos, em cada fase do empreendimento (instalação e operação).
Para saber mais sobre a diminuição dos impactos ambientais causados por empresas, confira a 
Dica do Professor a seguir.   
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Existem diferentes metodologias usadas nos estudos de impactos ambientais (EIA). 
Esses métodos e técnicas são mecanismos estruturados para coletar, analisar, 
comparar e organizar informações e dados sobre os impactos ambientais que 
determinada atividade ou empreendimento pode ocasionar. 
Marque a alternativa correta em relação aos métodos de avaliação de impactos 
ambientais. 
A) No checklist, os impactos são demonstrados na forma de matriz.
A metodologia fundamentada em redes de interação baseia-se na construção de redes de 
interação e fluxogramas para a indicação dos impactos ambientais causados somente na 
B) 
construção do empreendimento.
C) A sobreposição de cartas é uma metodologia que permite uma boa compreensão de 
relações espaciais. Sua adoção é indicada nos projetos de desenvolvimento regional e 
configuração linear, como em estradas, por exemplo.
D) O método de matriz consiste na construção de redes de interação e fluxogramas para a 
indicação dos impactos ambientais.
E) Os modelos de simulação são indicados e utilizados em áreas que sofreram desmatamento 
e/ou erosão dos solos.
2) Existe diferença entre aspecto e impacto ambiental. Indique a opção que traz um 
exemplo de aspecto ambiental. 
A) Contaminação de águas superficiais.
B) Erosão do solo.
C) Redução da quantidade de peixes em um recurso hídrico.
D) Aquecimento global.
E) Emissão de poluentes para a atmosfera.
3) Para diminuir os impactos ambientais negativos, devem ser adotadas medidas de 
prevenção (controle), mitigação, compensação, recuperação e monitoramento dos 
impactos que a implantação de um empreendimento ou atividade possa ocasionar. 
Qual alternativa está correta em relação a formas de minimizar e controlar os 
impactos ambientais em empresas? 
A) As empresas devem obter o licenciamento ambiental para evitar possíveis impactos 
ambientais.
B) É essencial que as empresas tenham biólogos, geólogos, químicos e engenheiros em seu 
quadro de funcionários, de modo a evitar possíveis acidentes ambientais.
C) As empresas devem tomar cuidado durante a construção ou aumento de suas instalações, 
pois os impactos ambientais ocorrem normalmente nessas fases.
D) Muitas vezes, por meio de medidas simples (como separar os resíduos, reutilizar água em 
fins menos nobres e conscientizar os colaboradores da empresa sobre questões ambientais) 
já é um grande passo para reduzir ou evitar algum impacto no meio ambiente.
E) As empresas devem optar pelo melhor método para a avaliação dos impactos ambientais, 
uma vez que existe grande diferença de preço entre os métodos.
4) É fundamental que os profissionais tenham o correto entendimento de conceitos de 
aspecto ambiental.
Qual opção está correta em relação ao conceito de aspecto ambiental presente na 
norma ISO 14001/2014?
A) Elemento de atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem interagir 
com o meio ambiente.
B) Modificação benéfica do meio ambiente, que resulte (no todo ou em parte) de atividades, 
produtos ou serviços de uma organização.
C) Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar 
negativamente os seres vivos. 
Atividade que compensa a perda de um bem ou função que será perdido em decorrência do D) 
projeto em análise. 
E) Modificação adversa do meio ambiente que resulte (no todo ou em parte) de atividades, 
produtos ou serviços de uma organização.
5) A seleção do método de avaliação dos impactos ambientais dependerá dos objetivos 
que se quer alcançar, da disponibilidade de dados, das características do projeto e 
especificidades da localização, bem como do tempo e dos recursos financeiros e 
técnicos disponíveis.
Assinale a alternativa correta sobre os métodos de avaliação dos impactos 
ambientais:
A) O método Ad Hoc é amplamente utilizado no Brasil e tem como vantagem os custos 
baixos, mas a avaliação dos impactos ambientais é demorada.
B) O método matriz de interação é um dos métodos mais utilizados no Brasil para avaliação 
dos impactos ambientais, por conta de sua boa visualização e do baixo custo.
C) O método de superposição de cartas apresenta uma boa visualização dos impactos 
ambientais, sendo utilizado para obras/atividades que irão provocar desmatamento, erosão 
do solo ou contaminação de recursos hídricos.
D) Os modelos de simulação consistem em modelos matemáticos, apresentando como 
principal vantagem os baixos custos.
E) O método de redes de interação consiste em uma representação gráfica dos impactos 
ambientais diretos e, por isso, não é muito utilizado no Brasil, pois os impactos indiretos 
não são avaliados.
NA PRÁTICA
O aspecto ambiental é definido como sendo o mecanismo por meio do qual uma ação humana 
causa um impacto ambiental. A identificação de aspectos e impactos ambientais que uma 
determinada empresa pode causar é umas das etapas mais importantes da implementação do 
sistema de gestão ambiental (SGA). Uma das maneiras de realizar essa identificação pode ser a 
construção de uma matriz que relacione os aspectos e impactos ambientais.
Imaginando que uma pedreira visa instalar um SGA, é fundamental identificar os aspectos e 
impactos ambientais nos diferentes setores.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Checklist ambiental
Veja o seguinte vídeo sobre uma ferramenta para a avaliação de impactos ambientais, a qual 
apresenta uma relação dos impactos mais relevantes, associando-os ou não ao respectivo aspecto 
ambiental.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Aspectos & impactos ambientais
No vídeo a seguir você vai entender quando uma empresa faz o levantamento dos aspectos e dos 
impactos ambientais que suas atividades geram ao meio ambiente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no Brasil
Neste artigo você vai estudar os diferentes métodos de avaliação de impacto ambiental (AIA) 
existentes, os quais, por excelência, se dedicam a fazer predições dos efeitos de um determinado 
empreendimento a curto, médio e longo prazo.
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Gestão ambiental: desenvolvimento 
sustentável, ong's e questão ambiental na 
empresa
APRESENTAÇÃO
A gestão ambiental é uma prática relativamente recente, mas que cada vez mais vem ganhando 
importância tanto nas instituições públicas como nas privadas. O objetivo geral da gestão 
ambiental em empresas é fazer com que elas obtenham lucros, porém sem causar impactos 
ambientais no meio ambiente, otimizando o uso de matérias-primas e reduzindo os resíduos 
gerados. Dessa forma, a empresa visa a promover o desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, para haver o desenvolvimento sustentável, deve-se, sim, obter crescimento 
econômico, porém sem comprometer a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento 
social, fazendo com que as gerações futuras tenham acesso a um ambiente equilibrado. O 
primeiro passo para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado é reconhecer que os 
recursos naturaissão finitos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, será descrita a importância da gestão ambiental, a qual 
consiste em uma excelente forma de promover o desenvolvimento sustentável. Além disso, 
serão apresentados conceitos, vantagens e etapas de implantação de um sistema de gestão 
ambiental (SGA) em empresas e como ONGs e instituições, por meio da gestão ambiental, 
buscam melhorar o ambiente e a vida da sociedade num modo geral.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a relação da gestão ambiental com o desenvolvimento sustentável.•
Caracterizar o sistema de gestão ambiental aplicado no segundo setor.•
Relacionar a aplicação da gestão ambiental no terceiro setor.•
DESAFIO
A gestão ambiental pode ser traduzida como a realização de atividades, visando a obter 
efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer minimizando ou eliminando os danos causados 
pela intervenção humana, quer evitando que eles ocorram, sempre numa óptica de melhoria 
contínua.
Uma empresa de fabricação de biscoitos tem como meta dobrar de tamanho em, no máximo, 5 
anos. Dessa forma, a diretoria decidiu implantar um sistema de gestão ambiental (SGA). Para 
isso, contratou uma equipe externa, especializada nesse tipo de serviço. Veja quais foram os 
resultados apresentados. 
INFOGRÁFICO
Para que uma empresa tenha sucesso em seus negócios, é de suma importância que a 
mesma realize um planejamento estratégico, o qual tem como objetivo traçar um caminho a ser 
percorrido, definindo o posicionamento, o mercado, os clientes e as operações da empresa. 
Um dos critérios que a empresa deve analisar/estudar é quanto ao meio ambiente, promovendo a 
gestão ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Confira, no infográfico a seguir, algumas dicas/ideias de promover a gestão ambiental em 
empresas, resultando em um desenvolvimento muito mais sustentável para as mesmas.
CONTEÚDO DO LIVRO
As ONGs — organizações não governamentais — pertencem ao chamado terceiro setor da 
economia. São exemplos desse tipo de instituição: o Greenpeace e o WWF — os quais 
têm como objetivos centrais desenvolver atividades ou ações de solidariedade, visando a 
promover melhorias sociais e ambientais, principalmente. Logo, muitas vezes, os profissionais 
da área ambiental encontram, nesse tipo de instituição, uma oportunidade de trabalho. 
Mas para que as mesmas possam realmente atingir seus objetivos e serem eficazes, é 
fundamental que elas busquem formas de promover um desenvolvimento mais sustentável. Não 
basta apenas proibir determinada atividade, pois, muitas vezes, esta pode ser o ganha-pão de 
uma comunidade. Logo, é necessário encontrar formas/maneiras de promover atividades 
econômicas, porém sem prejudicar o meio ambiente, e a gestão ambiental ganha força nesta 
prática.
Para saber mais a respeito de gestão ambiental, leia o capítulo Gestão ambiental e 
desenvolvimento sustentável, ONGs e questão ambiental na empresa, da obra Meio ambiente, 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem. 
Boa leitura.
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
 
CDU 502
Gestão ambiental: 
desenvolvimento 
sustentável, ONGs e 
a questão ambiental 
na empresa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a relação da gestão ambiental com o desenvolvimento 
sustentável.
 � Caracterizar o Sistema de Gestão Ambiental aplicado no segundo setor.
 � Relacionar a aplicação da gestão ambiental no terceiro setor.
Introdução
A gestão ambiental é uma prática relativamente recente, mas que ganha 
cada vez mais importância, tanto nas instituições públicas quanto nas 
privadas. O objetivo geral da gestão ambiental em empresas é fazer com 
que obtenham lucros sem causar impactos ao meio ambiente, otimizando 
o uso de matérias-primas e reduzindo os resíduos gerados. Dessa forma, 
a empresa visa a promover o desenvolvimento sustentável.
Para haver desenvolvimento sustentável, não se pode abdicar do 
crescimento econômico. É necessário um comprometimento com a 
preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social, permitindo 
às gerações futuras acesso a um ambiente equilibrado. O primeiro passo 
para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado é reconhecer 
que os recursos naturais são finitos.
Neste capítulo, será descrita a importância da gestão ambiental, que 
configura uma excelente forma de promover o desenvolvimento susten-
tável. Além disso, serão apresentados conceitos, vantagens e etapas de 
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em empresas. 
Será discutido como ONGs e instituições, por meio da gestão ambiental, 
buscam melhorar o ambiente e a vida da sociedade de modo geral.
Relação entre gestão ambiental e 
desenvolvimento sustentável
Antes de compreendermos qual a relação entre gestão ambiental e desen-
volvimento sustentável, é importante entender o que cada um destes termos 
representa/significa de modo separado. Em se tratando da definição de gestão 
ambiental, Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) apontam que existe certa 
confusão: muitos autores têm atribuído diferentes significados ao termo.
Segundo Philippi Júnior, Roméro e Bruna (2004), a gestão ambiental pode 
ser compreendida, de modo geral, como um processo de tomada de decisões 
que devem repercutir positivamente sobre a variável ambiental de um sistema. 
Dessa forma, a tomada de decisão consiste em escolher uma opção que apre-
sente o melhor desempenho, a melhor avaliação, ou ainda, a melhor aliança 
entre as expectativas daquele que tem o poder de decidir e sua disposição em 
adotar certas escolhas. 
Basicamente, gestão ambiental é o conjunto de atividades da função ge-
rencial que determina a política ambiental (seus objetivos e responsabilidades) 
e a coloca em prática por intermédio do sistema ambiental, do planejamento 
ambiental, do controle ambiental e da melhoria do gerenciamento ambiental. 
Dessa forma, a gestão ambiental é o gerenciamento eficaz do relacionamento 
entre as organizações e o meio ambiente (SHIGUNOV NETO; CAMPOS; 
SHIGUNOV, 2009).
A gestão ambiental é ampla, pois inclui a gestão ambiental industrial, a gestão am-
biental urbana, a gestão ambiental municipal e a sua interação com a gestão regional 
(SCHWANKE, 2013). Neste capítulo, serão apresentados os conceitos de gestão ambiental 
voltados para empresas/indústrias.
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa2
A gestão ambiental consiste na realização de atividades que visam a obter 
efeitos positivos sobre o meio ambiente, minimizando ou eliminando os danos 
causados pela intervenção humana, ou mesmo evitando que eles ocorram, 
sempre numa ótica de melhoria contínua. Os objetivos do Plano de Gestão 
Ambiental (PGA) de uma empresa podem ser:
 � definir diretrizes ambientais gerais, visando à contratação de serviços;
 � estabelecer mecanismos de controle e supervisão ambiental das obras, 
integrados aos procedimentos técnicos de engenharia, objetivando 
minimizar os impactos socioambientais;
 � estabelecer procedimentos técnico-gerenciais e mecanismos de acom-
panhamento para garantir a implementação dos programas ambientais;
 � estabelecer e controlar o fluxo de informações para os públicos internos 
e externos.
A gestão ambiental é o campo de estudo da administração do exercício 
de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os 
recursos naturais. Tem como objetivo primordial a sustentabilidade. Fazemparte do arcabouço de conhecimentos associados à gestão ambiental técni-
cas para a recuperação de áreas degradadas; técnicas de reflorestamento; 
métodos para a exploração sustentável de recursos naturais, de consumo e 
produção sustentáveis; planejamento participativo; e estudos de riscos e im-
pactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação 
de atividades produtivas. 
Durante séculos, o homem vem retirando do meio ambiente matérias-primas 
para seu sustento, devolvendo a ele, poluição e contaminação. Com isso, pro-
voca impactos ambientais gigantescos. Conforme ressalta Schwanke (2013), 
esse modelo, chamado sistema aberto, depende de um suprimento continuo 
e inesgotável de matéria e energia que, depois de utilizada, é devolvida ao 
meio ambiente. Para que tal modelo possa ter sucesso, as seguintes premissas 
teriam de ser verdadeiras: 
 � suprimento inesgotável de energia;
 � suprimento inesgotáveĺ de matéria-prima;
 � capacidade infinita do meio ambiente de reciclar matéria e absorver 
energia.
Schwanke (2013) ressalta ainda que a percepção de impacto ambiental 
se tornou uma realidade para os diversos setores da sociedade (indústrias, 
3Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
governos, população) que tomaram consciência de que o acúmulo de resíduos 
pode trazer consequências para a saúde e para a qualidade ambiental. No setor 
produtivo, esses valores foram gradativamente incorporados, por meio de ações 
no sentido da utilização racional dos recursos naturais e do controle dos impac-
tos negativos ao meio ambiente. Originou-se, portanto, uma nova percepção 
ambiental. Desta forma, surge o modelo de desenvolvimento sustentável, o 
qual foi conceituado em 1987 pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e 
Meio Ambiente, formada pela ONU em 1984. 
O termo sustentabilidade é usado para definir ações que visam a suprir as 
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer as condições de vida 
das próximas gerações. A sustentabilidade está diretamente relacionada ao 
desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os 
recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. 
A estratégia de desenvolvimento sustentável visa a promover a harmonia 
entre os seres humanos e a natureza. Para isso, a busca do desenvolvimento 
sustentável requer principalmente:
 � um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos 
no processo decisório;
 � um sistema econômico eficaz;
 � um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um de-
senvolvimento não equilibrado (diferença entre ricos e pobres);
 � um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base 
ecológica do desenvolvimento;
 � um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções 
(novas tecnologias);
 � um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio 
e financiamento;
 � um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável visa a atender três aspectos básicos: 
econômico, ambiental e social. Esses aspectos devem interagir profundamente para 
que a “sustentabilidade seja sustentável”.
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa4
A partir dos conceitos apresentados, percebe-se que na gestão ambiental 
está introduzida a ideia de desenvolvimento sustentável. Busca-se um bom 
planejamento de atividades para que uma estratégica ou unidade produtiva 
não comprometa o resultado das demais.
De acordo com Macedo (1994), a gestão ambiental pode ser dividida em 
quatro níveis de gestão: processos, resultados, sustentabilidade e plano am-
biental. Eles envolvem a avaliação permanente e sistemática da qualidade 
ambiental de todas as atividades e máquinas relacionadas a todos os tipos 
de produção, dos efeitos causados pela produção (odores, ruídos, efluentes 
líquidos) até a capacidade de resposta do ambiente a esses efeitos.
Sistema de Gestão Ambiental no segundo setor
Segundo setor refere-se ao mercado, ou seja, empresas e industriais privadas 
que atuam em benefício próprio e particular, com o objetivo de obter fins 
lucrativos. De acordo com Jabbour (2016), a gestão ambiental, quando im-
plantada em empresas, pode gerar vários benefícios econômicos, sociais e, 
principalmente, ambientais. 
Os principais objetivos de um SGA são:
 � fornecer ferramentas necessárias para alcançar metas ambientais e melhorar con-
tinuamente o desempenho de uma empresa;
 � buscar a qualidade ambiental;
 � avaliar a estratégia da empresa (fator de diferenciação no mercado);
 � adotar medidas de prevenção à poluição ambiental.
Quanto mais evoluída a gestão ambiental de uma organização, mais intensos 
e mais diversificados poderão ser os benefícios auferidos. Geralmente, essas 
vantagens estão associadas a dois tipos de benefícios: 
5Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
 � Benefícios internos: estão relacionados a melhorias observadas nas 
diversas dimensões do desempenho organizacional, tais como o de-
sempenho operacional, o desempenho em inovação e desempenho de 
mercado.
 � Benefícios externos: podem ser entendidos como contribuições que se 
estendem à sociedade de forma mais ampla, como a influência sobre as 
regulamentações ambientais, as contribuições para o desenvolvimento 
sustentável e as parcerias com outras organizações.
Quais são as diferenças entre Plano de Gestão Ambiental (PGA) e Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA)?
O PGA é o ato administrativo do uso dos recursos naturais de maneira ecologicamente 
correta, sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, tendo como objetivo 
maior a busca permanente da melhoria contínua no que tange à questão ambiental.
O SGA consiste na parte da gestão ambiental que inclui a estrutura organizacional de 
determinada entidade, ou seja, procedimentos, atividades e recursos para desenvolver, 
implementar e manter a política ambiental. 
Ao implementar um SGA em um empreendimento, as vantagens vão muito 
além do ganho de marketing, pois há uma redução de gastos associados ao 
uso de recursos e diminuição de multas e acidentes ambientais.
Um dos instrumentos utilizados pela gestão ambiental é a certificação 
ISO (International Organization for Standardization) da série 14000, lançada 
internacionalmente em 1996. Constitui um grupo de vinte e oito normas para 
a padronização da gestão ambiental. A ISO é dividida em dois grupos: aquele 
orientado para processos (organizações) e aquele orientado para produtos 
(TIBOR; FELDMAN, 1996; SCHWANKE, 2013), conforme indicado no 
Quadro 1.
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa6
Fonte: Schwanke (2013, p. 233).
Avaliação da organização Avaliação do produto
 � Sistema de gestão ambiental (ISO 
14001 e 14004)
 � Auditorias ambientais (ISO 14010 
e 1412)
 � Avaliação de desempenho 
ambiental (ISO 14031)
 � Rotulagem ambiental (ISO 14020 
e 14025)
 � Análise do ciclo de vida (ISO 14040 
a 14049)
Quadro 1. Normas ISO 14000
Schwanke (2013) menciona que uma organização poderá́ decidir sobre 
a adoção dos requisitos ISO 14001 para sua gestão interna, bem como para 
a certificação ambiental, obtida a partir de auditorias de organismos de cer-
tificação. Essas auditorias podem ser tanto internas, nas quais os próprios 
colaboradores da empresa verificam se as normas e procedimentos estão 
corretos e de acordo com o SGA proposto pela empresa, ou externas, nas quais 
profissionais capacitados verificam se o SGA realmente está condizentemente 
implementado.
Entre as vantagens de utilização de um sistema de SGA normalizado e 
adotado internacionalmente, podemos destacar:
 � cumprimento da legislação ambiental aplicável e redução dos riscos 
associados a seu descumprimento;
 � redução de custos com o aumento da eficiêncianos diversos processos 
da empresa, pelo menor consumo de insumos (água, energia, entre 
outros) e redução na geração de resíduos;
 � aumento da motivação e participação dos colaboradores na gestão 
interna;
 � maior conhecimento dos processos do empreendimento, o que propor-
ciona uma melhor capacidade de inovação;
 � melhoria da imagem da organização junto à sociedade e aos 
colaboradores;
 � ganhos de competitividade e melhor posicionamento no mercado, além 
de maior credibilidade com clientes e instituições financeiras. 
7Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
A finalidade da ISO 14001 é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição 
com as necessidades socioeconômicas. 
A norma contém requisitos de sistema de gestão baseados no processo 
dinâmico e cíclico de planejar, executar, verificar e agir, conhecido como 
PDCA. Esta é uma ferramenta de gestão muita utilizada, tendo como objetivo 
principal promover a melhoria contínua dos processos por meio de um cir-
cuito de quatro ações: planejar (plan), fazer (do), checar (check) e agir (act), 
conforme indicado pela Figura 1. O intuito é ajudar a entender não só como 
um problema surge, mas também como deve ser solucionado, focando nas 
causas, e não nas consequências. 
Figura 1. Subsistemas da Norma NBR ISSO 14001.
Fonte: Schwanke (2013, p. 235).
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa8
Braga et al. (2005), Mattos (2010) e Schwanke (2013) descrevem as etapas 
do ciclo PDCA como:
 � Planejar: busca-se a lógica construtiva e suas interfaces, gerando in-
formações de prazos e metas físicas. Basicamente, nesta etapa deve-se 
estudar o projeto/empreendimento, definir uma metodologia e gerar 
o cronograma e as programações, que consistem na coordenação de 
informações de modo a possibilitar ao empreendimento um cronograma 
racional e factível.
 � Desempenhar (ou implementar): está etapa representa a materialização 
do planejamento no campo. Tudo o que foi planejado na primeira etapa 
começa agora a tomar forma. Deve-se levar em conta dois cuidados: 
informar e motivar todos os envolvidos e tirar as dúvidas da equipe; 
cumprir efetivamente o que foi planejado.
 � Checar/verificar: esta é a etapa em que se manifesta o monitora-
mento e o controle do projeto de gestão ambiental. Para tanto, dois 
setores podem ser utilizados, o de aferir o realizado e o de comparar 
o previsto e o realizado. O primeiro consiste em levantar em campo 
o que foi executado no período de análise. O segundo visa a aferir o 
que efetivamente foi realizado e comparar com o que estava previsto 
no planejamento. Nesta etapa, podem ser detectados os desvios e os 
impactos que eles trazem, bem como os prazos de início e término das 
atividades em relação as datas planejadas.
 � Agir/analisar: ocorrem reuniões com todos os envolvidos na operação, 
a fim de coletar opiniões e sugestões, contribuindo para identificação 
de oportunidades de melhoria, aperfeiçoamento do método, detecção de 
focos de erro, mudança de estratégia, avaliação de medidas corretivas 
a serem tomadas, etc. 
Gestão ambiental no terceiro setor
Antes de começarmos a falar do processo e funcionamento da gestão ambiental 
no terceiro setor, é fundamental entendermos quem são os protagonistas dele. 
O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não gover-
namentais, que tem como objetivo principal gerar serviços de caráter público, 
ou seja, prestar serviços para a sociedade. Essas instituições são caracterizadas 
juridicamente como associações, fundações ou entidades religiosas e prestam 
9Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
serviços em diversas áreas como saúde, educação, defesa de direitos, entre 
outros (SILVA, 2008).
De acordo com Tachizawa (2010), o terceiro setor surgiu para preencher o espaço 
de atuação não ocupado nem pelo Estado (no caso o primeiro setor) nem pelas 
organizações privadas comerciais e industriais (segundo setor).
Algumas organizações sem fins lucrativos têm serviços ambientais como suas ativida-
des fins, como o Greenpeace, a Fundação Tamar e o World Wild Fund of Nature (WWF).
De acordo com Barbieri (2007), os serviços ambientais podem ser divididos 
em dois grupos distintos:
1. o correspondente a ciclos naturais, como por exemplo a reciclagem 
do solo, a produção de oxigênio pelas plantas, vertentes de água, etc.; 
2. as atividades humanas, que tem por objetivo impedir que problemas 
ambientais surjam e provoquem impactos.
Dessa forma, o presente capítulo irá focar sua atenção no segundo “grupo”, 
o qual se refere a entidades/ONGs que realizam a educação ambiental. São 
exemplos de atividades de educação ambiental: o recolhimento de resíduos 
doméstico e industriais e seu posterior tratamento; análises laboratoriais para 
identificar contaminações; sistemas de gestão ambiental implantados em 
organizações; reaproveitamento de matérias primas por meio de reutilização 
e reciclagem; treinamentos em educação ambiental.
A educação ambiental é um campo de conhecimento e de atividades peda-
gógicas, constituído internacionalmente ao longo das últimas décadas, com 
o objetivo de compreender e oferecer respostas a um conjunto de problemas 
decorrentes das relações que envolvem a sociedade, a educação e o meio 
ambiente (TRISTÃO; TRISTÃO, 2016). 
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa10
Com o conhecimento a respeito da gestão ambiental, alinhado com o com-
prometimento com o desenvolvimento sustentável, com a justiça ambiental e 
com a democracia, visa-se promover e facilitar o diálogo e a negociação com a 
sociedade civil. A participação da sociedade civil no planejamento e na gestão 
ambiental é um assunto que ganha cada vez mais destaque.
A possibilidade de alcançar um verdadeiro desenvolvimento sustentável é 
um enorme desafio político internacional, uma vez que as diferentes regiões 
do planeta não participam de maneira equitativa nem da produção nem da 
distribuição da riqueza gerada a partir dos recursos materiais e energéticos 
extraídos dos ecossistemas. Tampouco é equitativa a distribuição dos riscos 
e da vulnerabilidade aos efeitos do impacto ambiental.
Planejamento estratégico no terceiro setor
O planejamento estratégico consiste no processo de seleção dos objetivos de 
uma organização para um determinado período de tempo. Em outras pala-
vras, é a determinação das políticas e dos programas estratégicos focados na 
obtenção de objetivos específicos, pelo estabelecimento de métodos próprios 
(SCHWANKE, 2013).
Schwanke (2013) ressalta que, pelo planejamento estratégico, a organização 
se mobiliza para obter sucesso e construir seu futuro, com um comporta-
mento proativo que leva em consideração o ambiente atual e futuro. A seguir 
apresentam-se alguns processos importantes do planejamento estratégico:
 � O planejamento inicia dando resposta a alguns questionamentos básicos 
da organização, como: “qual o principal negócio de nossa organização?”; 
“quem atendemos e o que desejam de nós?”.
 � O planejamento, enquanto ferramenta gerencial, apresenta um quadro 
detalhado de referências para as decisões administrativas cotidianas.
 � No planejamento estratégico, a organização se compromete com a 
execução de atividades e a busca de objetivos em um prazo alongado, 
por vezes, maior que os demais planejamentos.
 � Quando bem estruturado, consegue dar um sentido de coordenação e 
coerência às decisões da organização.
 � O planejamento estratégico funciona apenas se contar com a cooperação 
e o compromisso dos diretores/responsáveis pela organização.
11Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
Para exemplificar, tomemos algumas organizações não governamentais (ONGs) na-
cionais e internacionais, que por meio de um planejamento estratégico obtiveramsucesso em seus trabalhos:
 � CIMA (Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente): consiste em uma 
entidade civil, sem fins lucrativos, localizada no Rio de Janeiro, a qual desenvolve 
ações nas áreas de cultura, educação e meio ambiente em parceria com instituições 
privadas, governamentais e multilaterais. Dentre as ações e os projetos desenvolvi-
dos, podemos citar o Programa de Educação para o Desenvolvimento Sustentável 
(denominado “A Natureza e a paisagem”); a implementação do “Programa Coca-Cola 
de Valorização do Jovem”, em escolas municipais e estaduais de diversos estados; 
“Gente é pra Brilhar”, que estimula ações de inclusão social, como a capacitação 
de adolescentes na área audiovisual e a produção de documentários com histórias 
de iniciativas que estão mudando a vida de jovens.
 � Greenpeace: organização sem fins lucrativos que surgiu na década de 1970 com 
o objetivo principal de frear a destruição do meio ambiente, inspirando as pessoas 
a mudarem atitudes e comportamentos.
 � WWF: sigla para o termo "World Wide Fund For Nature", ou “Fundo Mundial para a 
Natureza”, uma organização não governamental cujo objetivo central é promover 
a conservação da natureza, visando a um desenvolvimento sustentável. Busca 
conciliar as atividades humanas com a conservação do meio ambiente, a fim de 
que as gerações futuras possam usufruir de um ambiente equilibrado.
 � SOS Mata Atlântica: criada em 1986, tem como missão promover a conservação 
da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua 
influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável.
 � IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas): instituição dedicada à conservação da 
biodiversidade em bases científicas, atuando em pesquisas, formação de profissio-
nais, educação ambiental e programas de geração de renda e negócios sustentáveis 
que ampliem a responsabilidade socioambiental de comunidades, empresários e 
formadores de opinião.
 � Projeto Tamar: visa a oferecer apoio ao desenvolvimento das comunidades cos-
teiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizem a questão social, 
reduzindo a pressão humana sobre as tartarugas marinhas. Promove atividades 
voltadas à educação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à pesquisa e 
conservação.
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa12
1. A implementação de um sistema 
de gestão ambiental em empresas 
pode ser dividida em etapas. 
Assinale a alternativa correta.
a) No levantamento da situação 
atual do empreendimento, 
são analisados os prováveis 
profissionais que poderão 
auxiliar na gestão ambiental.
b) Devem fazer parte da 
equipe responsável pela 
execução do plano de gestão 
ambiental necessariamente 
colaboradores internos.
c) Na etapa de implementação e 
funcionamento, são definidos 
os objetivos e as metas do 
plano de gestão ambiental.
d) A auditoria ambiental ocorre 
na etapa de verificação e ações 
corretivas, sendo realizada por 
uma equipe interna da empresa.
e) Após a entidade certificadora 
assegurar que o sistema cumpre 
todos os requisitos definidos 
no plano de gestão ambiental, 
é fornecida a certificação, 
sendo a última etapa do 
plano de gestão ambiental.
2. O terceiro setor surgiu para 
preencher o espaço de atuação 
não ocupado nem pelo Estado (no 
caso o primeiro setor) nem pelas 
organizações privadas comerciais 
e industriais (segundo setor).
Qual alternativa representa 
um exemplo de entidade 
do terceiro setor?
a) IBAMA.
b) Petrobras.
c) SOS Mata Atlântica.
d) CONAMA.
e) Órgão Ambiental Estadual.
3. A metodologia PDCA é utilizada 
no planejamento ambiental 
em um Sistema de Gestão 
Ambiental estruturado pela 
NBR ISO 14001:2004.
A respeito da metodologia PDCA, 
assinale a alternativa correta.
a) na etapa de planejar, ocorre o 
estudo do projeto, o qual define 
uma metodologia e gerando 
cronograma e programações.
b) o intuito do ciclo PDCA é 
evitar que ocorram problemas. 
Caso estes ocorram, procurar 
quais as consequências
c) na etapa de desempenhar, 
ocorre a aferição de tudo 
que foi realizado, ou seja, 
ocorre o monitoramento 
e o controle do projeto.
d) na etapa de checar, ocorre o 
estudo do projeto, a fim de 
verificar se não foi esquecida 
nenhuma etapa. Em seguida, 
será definida uma metodologia 
e serão gerados o cronograma 
e as programações.
e) na etapa de agir, ocorre a 
aferição de tudo que foi 
realmente realizado.
13Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
4. O principal objetivo da gestão 
ambiental é obter efeitos positivos 
sobre o meio ambiente, seja por 
meio da redução ou da eliminação 
dos danos causados, ou mesmo 
evitando que estes surjam.
A eficácia da gestão ambiental 
requer a análise conjunta de:
a) Aspectos físicos do território 
e a relação destes com a 
flora, aliados ao histórico 
de exploração do solo 
pelo ser humano.
b) Interação entre solo, água 
e ar e elementos bióticos, 
aliada a aspectos sociais 
relacionados ao uso de recursos 
naturais pelo ser humano.
c) Interação entre as características 
do meio abiótico, aliadas 
às propriedades físicas e 
químicas de exploração da 
atmosfera e hidrosfera.
d) Desmatamento e exploração 
de minério provocados 
pelas atividades humanas, 
aliados à identificação das 
relações do meio biótico.
e) Histórico das atividades 
econômicas desenvolvidas 
pelo ser humano em dado 
local, aliado à qualidade do 
solo, da água e do ar.
5. O termo sustentabilidade é usado 
para definir ações que visam suprir 
as necessidades atuais dos seres 
humanos, sem comprometer o 
futuro das próximas gerações. Logo, 
a gestão ambiental engloba a ideia 
de desenvolvimento sustentável.
Qual alternativa está correta em 
relação à ideia de desenvolvimento 
sustentável e gestão ambiental 
no segundo setor?
a) A implantação de um SGA é uma 
exigência dos órgãos ambientais.
b) É fundamental que o SGA 
implantado foque em um 
desenvolvimento mais 
sustentável, reduzindo, 
principalmente, os 
prejuízos econômicos.
c) Para haver redução no consumo 
de insumos e na geração 
de resíduos, as empresas 
necessitam investir valores 
elevados, o que faz com que 
muitos empreendimentos 
desistam dessa prática.
d) A implantação de um SGA tem 
como objetivo principal reduzir 
impactos ambientais negativos, 
investindo em tecnologias 
que possam auxiliar nessa 
prática, porém, estas devem 
ser economicamente viáveis.
e) O foco da implantação de um 
SGA nas empresas é o aumento 
de lucros econômicos.
Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa14
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, métodos e instrumentos. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2007.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento 
sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
JABBOUR, A. B. L. S. Gestão ambiental nas organizações: fundamentos e tendências. 
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PHILIPPI JÚNIOR, A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. (Ed.). Curso de gestão ambiental. 
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Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12554/000630054.
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TRISTÃO, V. T. V.; TRISTÃO, J. A. M. A contribuição das ONGs para a educação ambiental: 
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v. 19, n. 3, p. 47-66, jul./set. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/asoc/v19n3/
pt_1809-4422-asoc-19-03-00047.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.
15Gestão ambiental: desenvolvimento sustentável, ONGs e a questão ambiental na empresa
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Além de necessitarem de grandes custos para sua remediação, passivos e danos ambientais 
podem ferir a imagem de uma empresa. Logo, as organizações estão cada vez mais 
estabelecendo a processos sistemáticos de verificação dos cuidados com o meio ambiente, como 
a auditoria ambiental, em suas matrizes e filiais.
De modo geral, a auditoria ambiental pode ser definida como um processo sistemático, por meio 
de uma equipe auditora (que pode ser interna ou externa à empresa), verificando se a conduta 
ambiental e/ou o desempenho ambiental de uma entidade auditada atendem a um conjunto de 
critérios especificados.
Ou seja, a auditoria ambiental é uma das etapas para que uma determinada empresa receba a 
certificação ambiental (como a ISO 14.000). Mas o objetivo de implantação de um sistema de 
gestão ambiental não é apenas obter uma certificação, e, sim, obter melhorias, principalmente 
ambientais. Para isso, uma série de etapas deve ser respeitada. 
Para saber quais são essas etapas, confira a videoaula a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) A implementação de um sistema de gestão ambiental em empresas pode ser dividido 
em etapas. Em relação a estas etapas, assinale a alternativa correta.
A) No levantamento da situação atual do empreendimento, são analisados os prováveis 
profissionais que poderão auxiliar na gestão ambiental.
B) Devem fazer parte da equipe responsável pela execução do plano de gestão ambiental 
necessariamente colaboradores internos à empresa.
C) Na etapa de implementação e funcionamento, são definidos os objetivos e as metas do 
plano de gestão ambiental.
D) A auditoria ambiental ocorre na etapa de verificação e ações corretivas, sendo realizada 
por uma equipe interna da empresa.
E) Após a entidade certificadora assegurar que o sistema cumpre todos os requisitos definidos 
no plano de gestão ambiental, é fornecida a certificação, sendo essa a última etapa do 
plano de gestão ambiental.
2) O terceiro setor surgiu para preencher o espaço de atuação não ocupado nem pelo 
Estado (no caso, o primeiro setor) nem pelas organizações privadas comerciais e 
industriais (segundo setor). Dentre as alternativas a seguir, qual representa um 
exemplo de entidade do terceiro setor?
A) IBAMA.
B) Petrobrás.
C) SOS Mata Atlântica.
D) CONAMA.
E) Orgão Ambiental Estadual.
3) A metodologia plan-do-check-act (PDCA) é utilizada no planejamento ambiental em 
um sistema de gestão ambiental estruturado pela NBR ISO 14001:2004. A respeito da 
metodologia PDCA, assinale a alternativa correta.
A) Na etapa de planejar, ocorre o estudo do projeto, definindo uma metodologia e gerando 
cronograma e programações. 
B) O intuito do ciclo PDCA é evitar que ocorram problemas. Caso estes ocorram, procurar 
quais as consequências.
C) Na etapa de desempenhar, ocorre a aferição de tudo que foi realizado, ou seja, ocorre o 
monitoramento e o controle do projeto. 
D) Na etapa de checar, ocorre o estudo do projeto, a fim de verificar se não foi esquecida 
nenhuma etapa. Em seguida, será definida uma metodologia e serão gerados o cronograma 
e as programações. 
E) Na etapa de agir, ocorre a aferição de tudo que foi realmente realizado. 
4) O principal objetivo da gestão ambiental é obter efeitos positivos sobre o meio 
ambiente, quer seja por meio da redução ou da eliminação dos danos causados, quer 
evitando que esses surjam. A eficácia da gestão ambiental requer a análise conjunta 
de:
A) aspectos físicos do território e relação destes com a flora, aliados ao histórico de 
exploração do solo pelo ser humano.
B) interação entre solo, água e ar e elementos bióticos, aliada a aspectos sociais relacionados 
ao uso de recursos naturais pelo ser humano.
C) interação entre as características do meio abiótico, aliadas às propriedades físicas e 
químicas de exploração da atmosfera e hidrosfera.
D) desmatamento e exploração de minério, provocados pelas atividades humanas, aliados à 
identificação das relações do meio biótico.
E) histórico das atividades econômicas desenvolvidas pelo ser humano em dado local, aliado 
à qualidade do solo, da água e do ar.
5) O termo sustentabilidade é usado para definir ações que visam a suprir as 
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas 
gerações. Logo, a gestão ambiental engloba a ideia de desenvolvimento sustentável. 
Entre as alternativas a seguir, qual está correta em relação à ideia de 
desenvolvimento sustentável e gestão ambiental no segundo setor?
A) A implantação de um SGA é uma exigência dos órgãos ambientais. 
B) É fundamental que o sistema de gestão ambiental implantado foque em um 
desenvolvimento mais sustentável, principalmente reduzindo os prejuízos econômicos.
C) Para haver redução no consumo de insumos e na geração de resíduos, as empresas 
necessitam investir valores elevados, o que faz com que muitos empreendimentos desistam 
dessa prática.
D) A implantação de um sistema de gestão ambiental tem como objetivo principal reduzir 
impactos ambientais negativos, investindo em tecnologias que possam auxiliar nesta 
prática, porém elas devem ser economicamente viáveis.
E) O foco da implantação de um sistema de gestão ambiental nas empresas é o aumento de 
lucros econômicos.
NA PRÁTICA
Uma organizac ̧ão e ́ um conjunto de pessoas e recursos, que tem por finalidade 
atingir um objetivo comum, inatingível pelo esforço de uma única pessoa. Existem 
organizações que visam a fins lucrativos (por exemplo, uma empresa) e organizações sem fins 
lucrativos (por exemplo, as ONGs), sendo que estas têm como objetivo central realizar ações 
que melhoram a vida da população e/ou do meio ambiente. Muitas ONGs são mantidas por 
doações da própria população. As organizações sem fins lucrativos podem apresentar ações 
internacionais ou nacionais.  
Mas como exatamente as ONGs podem ajudar na preservação e na gestão ambiental? Confira 
um exemplo prático a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Quer saber? SGA, o sistema de gestão ambiental
Para que serve um sistema de gestão ambiental (SGA)? Como este pode ajudar a diminuir os 
impactos ambientais? Para saber essas e outras respostas, assista ao vídeo a seguir.
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Videoaula ciclo PDCA
O ciclo PDCA é muito utilizado para implantar um plano de gestão ambiental em empresas. 
Para saber mais a respeito desse método, assista ao vídeo a seguir.
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Gestão ambiental e desenvolvimento sustentável
Neste artigo, você conhecerá uma revisão bibliográfica a respeito da importância da gestão 
ambiental em empresas, com enfoquena norma ISO 14001, e suas formas de contribuição para 
evolução e desenvolvimento de processos e produtos sustentáveis. A ampla exploração e 
escassez dos recursos naturais fez com que a questão ambiental nos últimos anos se tornasse 
uma das grandes preocupações da população.
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A contribuição das ONGs para a educação ambiental: uma avaliação da percepção dos 
stakeholders
Neste artigo, você entenderá a preocupação com a necessidade de se promover estratégias 
educativas voltadas à conservação do meio ambiente e, por extensão, melhorar as condições de 
vida no planeta. Uma das ferramentas para alcançar esse objetivo é por meio da educação 
ambiental, a qual é promovida por algumas ONGs.
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Epidemiologia ambiental: impactos 
ambientais pelos agrotóxicos;
APRESENTAÇÃO
Os agrotóxicos, como o próprio nome já remete, referem-se a produtos tóxicos, nocivos para a 
saúde humana. O brasileiro consome o equivalente a 7,3 litros de agrotóxicos por pessoa todo 
ano, o que torna o Brasil campeão mundial no uso desse tipo de defensivo, embora não seja o 
campeão mundial de produção agrícola. 
Agrotóxicos estão presentes em frutas, verduras, carnes, leite, bebidas, produtos industrializados 
e em quase tudo o que compramos nos supermercados. O uso desses produtos químicos 
contamina o solo, a água e o ar, além de ocasionar a mortandade de animais (principalmente 
insetos), o que acaba afetando toda a cadeia alimentar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá alguns dos principais tipos de agrotóxicos 
utilizados na agricultura e será capaz de descrever os principais riscos que tais produtos podem 
trazer, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os produtos potencialmente tóxicos utilizados pela agricultura.•
Relacionar os impactos ambientais do uso inadequado de agrotóxicos.•
Reconhecer os riscos dos agrotóxicos à saúde pública.•
DESAFIO
Agrotóxicos são produtos utilizados na agricultura para controlar insetos, doenças ou plantas 
que causam danos às plantações. Os agrotóxicos também podem ser chamados de defensivos 
agrícolas ou agroquímicos, mas, apesar dos diferentes nomes, carregam todos o mesmo 
significado. À medida que a população cresce e a agricultura começa a produzir em maior 
quantidade, os plantios começam a ficar mais densos e as plantas ficam cada vez mais próximas 
umas das outras. Do mesmo modo que as doenças se manifestam em maior intensidade onde há 
aglomerados de pessoas, as pragas e doenças agrícolas também se espalham mais facilmente em 
grandes aglomerados de plantas. Ainda que os agrotóxicos aumentem a produtividade, também 
apresentam enormes perigos quanto aos impactos ambientais.
Você é um dos técnicos da Secretaria Municipal da Agricultura de sua cidade e lhe foi solicitado 
que visitasse uma propriedade rural, a fim de verificar se a aplicabilidade dos agrotóxicos está 
ou não correta. Ao chegar no local, você constatou a seguinte situação:
- Os agrotóxicos são armazenados do lado de fora dos galpões. 
- Dentre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o produtor rural informou que usa 
máscaras na aplicação dos produtos. 
- As embalagens dos agrotóxicos, após o uso, são destinadas à coleta seletiva do município. 
- O produtor rural aplica os agrotóxicos em toda a sua lavoura, o que inclui as beiras de estradas 
públicas e divisas com vizinhos. 
- O proprietário aplica herbicidas nas margens de lagos, onde ocorre a produção de peixes.
As atitudes do produtor rural quanto ao uso de agrotóxicos são ou não adequadas? 
Justifique sua resposta com base nas observações levantadas em campo.
INFOGRÁFICO
Toda a população, em alguma fase da vida, será exposta a agrotóxicos, seja por meio do 
consumo ou durante o trabalho. Entre os grupos que mais sofrem com os efeitos dessa 
substância, destacam-se os trabalhadores rurais, que manuseiam frequentemente esse tipo de 
produto.
Geralmente utilizados para evitar algum tipo de praga em plantações, os agrotóxicos acabam 
sendo empregados inadequadamente, gerando riscos à saúde das pessoas. As mortes e 
intoxicações pelo uso desses produtos acabam se tornando um grande problema de saúde 
pública. Os riscos são grandes e podem ocasionar problemas em curto, médio e longo prazo, a 
depender da substância utilizada e do tempo de exposição ao produto.
Para saber mais sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde humana, confira o Infográfico a 
seguir.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Existem cerca de 200 tipos diferentes de agrotóxicos, cada um com aplicabilidades específicas, 
sendo o Brasil um dos principais consumidores. Muitos desses químicos agrícolas são proibidos 
em outros países, mas no Brasil são utilizados em larga escala, sem haver uma real preocupação 
em relação aos males que podem causar, tanto à saúde humana como ao meio ambiente.
A principal desvantagem do uso incorreto dos agrotóxicos é o desequilíbrio ambiental que 
eles podem causar na região ou no ecossistema em que são aplicados. 
No capítulo Epidemiologia ambiental: impactos ambientais pelos agrotóxicos, da obra Meio 
ambiente, você verá mais sobre os principais problemas ambientais causados pelos agrotóxicos 
e como esses químicos podem atingir organismos vivos (que não são prejudiciais à lavoura) e 
extinguir determinadas espécies fundamentais para o equilíbrio da região ambiental. 
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
 
Epidemiologia ambiental: 
impactos ambientais 
causados por agrotóxicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os produtos potencialmente tóxicos utilizados na agricultura.
 � Relacionar os impactos ambientais com a utilização inadequada de 
agrotóxicos.
 � Reconhecer os riscos do uso de agrotóxicos à saúde pública.
Introdução
Os agrotóxicos, como o próprio nome indica, são produtos tóxicos, no-
civos à saúde humana. O brasileiro consome o equivalente a 7,3 litros de 
agrotóxicos por pessoa a cada ano. O Brasil é campeão mundial de uso de 
agrotóxicos, embora não seja o campeão mundial de produção agrícola.
Agrotóxicos estão presentes em frutas, verduras, carnes, leite, bebidas, 
produtos industrializados e em quase tudo que compramos nos super-
mercados. Além disso, o uso desses produtos químicos contamina o 
solo, a água e o ar e ocasiona a mortandade de animais (principalmente 
insetos), o que acaba afetando toda a cadeia alimentar.
Neste capítulo, você estudará alguns dos principais tipos de agrotó-
xicos utilizados na agricultura, bem como os principais riscos que o uso 
destes produtos podem trazer, tanto para o meio ambiente como para 
a saúde humana. 
Principais produtos químicos utilizados 
na agricultura
A poluição ambiental sempre existiu. Entretanto, os efeitos eram tão pequenos 
que praticamente não havia consequências para o meio ambiente. Está situação 
começou a mudar após a Revolução Industrial, período no qual o homem dei-
xou de produzir produtos e alimentos unicamente para seu consumo próprio, 
passando a produzir em larga escala. Com o passar dos anos, a sociedade foi 
se modificando de acordo com o desenvolvimento tecnológico e científico, 
buscando melhorar a vida humana, bem como atender os objetivos individuais e 
coletivos de crescimento econômico (BARSANO, BARBOSA, VIANA, 2014).
A agricultura é um setor fundamental para a economia e para a sociedade, 
pois fornece alimentos a bilhões de pessoas diariamente. Porém, este também é 
um setor que contribui significativamente para a degradação do meio ambiente, 
por meio da contaminação do solo, da água (superficial e subterrânea) e do 
ar, pelo uso de defensivos agrícolas.
Londres (2011) menciona que, mesmo a agricultura sendo praticada pela 
humanidade há mais de dez milanos, o uso intensivo de agrotóxicos para 
o controle de pragas e doenças das lavouras existe há pouco mais de meio 
século. A prática teve origem após as grandes guerras mundiais, quando a 
indústria química, fabricante de venenos então usados como armas, encontrou 
na agricultura um novo mercado para os seus produtos. No Brasil, uso de 
agrotóxicos assumiu proporções assustadoras na última década. Entre 2001 
e 2008, a venda de venenos agrícolas no país saltou de pouco mais de US$ 2 
bilhões para mais US$ 7 bilhões, quando alcançamos a triste posição de maior 
consumidor mundial desses produtos.
Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados no controle 
de seres vivos considerados nocivos ao homem, suas criações e suas plantações. São 
também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários. 
Dentre esses termos, agrotóxico é a categoria utilizada pela legislação brasileira.
De acordo com Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012), nas regiões rurais, 
a falta de esgotamento sanitário adequado e o uso indiscriminado de pesticidas 
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos2
e fertilizantes é a principal fonte de contaminação dos solos. Os compostos 
presentes nos pesticidas e agrotóxicos, quando utilizados em demasia, pro-
vocam contaminações de grandes áreas, além de enorme risco à saúde dos 
trabalhados e moradores locais.
De modo geral, Silva e Costa (2012) comentam que o uso dos pesticidas tem 
por objetivo a eliminação de pestes ou pragas (Figura 1), os quais são consi-
derados organismos biológicos nocivos que interferem na atividade humana, 
competindo por alimentos, disseminando doenças ou prejudicando colheitas 
e ecossistemas urbanos. As pestes/pragas podem ser classificadas como:
 � Ervas daninhas: plantas que competem por água, sol e nutrientes 
com os cultivos.
 � Insetos: invertebrados capazes de proliferar em diversos climas.
 � Organismos patogênicos: fungos, vírus, bactérias e helmintos.
 � Vertebrados: animais que podem provocar perdas em culturas, como 
os roedores.
Figura 1. Pesticidas visam a eliminar pestes/pragas das lavouras agrícolas; apresentam, 
porém, enormes riscos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. 
Fonte: wong sze yuen/Shutterstock.com.
3Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
Santos e Daibert (2014) afirma que o solo possui em sua composição ar, 
água, matéria orgânica e mineral. Essa estrutura possibilita o desenvolvimento 
das mais diversas espécies de plantas que conhecemos. Por meio do solo, são 
cultivados direta ou indiretamente a maior parte dos alimentos consumidos 
pela humanidade. Se ele estiver contaminado, certamente nossa saúde estará́ 
em risco.
Principais produtos tóxicos usados na agricultura
Segundo Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012), os pesticidas podem ser 
classificados quanto:
 � ao grupo de organismos que controlam;
 � à toxicidade;
 � ao grupo químico ao qual pertencem.
Porém, Sanches et al. (2003) mencionam que, além dessas classificações, os 
pesticidas podem ser considerados ainda quanto à finalidade (aficida, ovicida, 
larvicida, raticida, formicida, acaricida, inseticida, entre outros) e quanto ao 
modo de ação (ingestão, contato, microbiano e fumegante), sendo possível o 
enquadramento em mais de uma classe. Quanto à origem, a divisão envolve 
os compostos inorgânicos (compostos de mercúrio, bário, enxofre e cobre), 
os pesticidas de origem vegetal, bacteriana e fúngica (piretrinos, antibióticos 
e fitocidas), além dos pesticidas orgânicos.
Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) afirmam que, em termos gerais, 
a classificação de pesticidas segundo duas categorias, iônicos e não iônicos, 
de modo que cada uma apresenta subdivisões. Dentre os pesticidas iônicos, 
encontram-se os catiônicos (diquat, paraquat, etc.), básicos (ametrina, atrazina, 
simazina, etc.), ácidos (dicamba, 2,4-D, 2,4,5-T, etc.), além de outros, como 
glifosato, bromacil, ácido cacodílico, etc. Dentre os pesticidas não iônicos, 
encontram-se os clorados (DDT, endrim, lindano, dieldrim, etc.), fosforados 
(dimetoato, paration, etion, etc.), dinitroanilinas (benefin, trifluoralina, nitra-
lina, etc.), carbanilatos (chlorprophan, bardan, etc.), tiocarbamatos (cycloste, 
metham, butilato, dialato, etc.), anilidas (alachlor, propanil, solan, etc.) ureias 
(norea, linuron, diuron, etc.) metilcarbamatos (carbaril, terbutol, zectran, etc.) e 
outros grupos menores, como benzonitrilas, ésteres, acetamidas e carbotioatos.
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos4
Os pesticidas iônicos apresentam capacidade de se unir à parte mineral do solo, 
enquanto os não iônicos possuem maior capacidade de serem influenciados pela 
matéria orgânica.
Silva e Costa (2012) apresentam os principais tipos de defensivos. São eles:
 � Herbicidas: produtos destinados a eliminar ou impedir o crescimento 
de ervas daninhas. Podem ser classificados de acordo com: sua atividade 
(de contato ou sistêmicos), uso (aplicados no solo, pré-emergentes ou 
pós-emergentes) e modo de ação sobre o mecanismo bioquímico da 
planta. Podem ser também segmentados em herbicidas não seletivos (que 
destroem todas as plantas) e seletivos (aqueles que atacam unicamente 
a praga, preservando a lavoura).
 � Inseticidas: são produtos à base de substâncias químicas ou agentes 
biológicos destinados a eliminar insetos. Há três grandes famílias de 
compostos químicos: os organossintéticos, os inorgânicos e os botânicos 
ou bioinseticidas.
 � Fungicidas: são agentes físicos, químicos ou biológicos destinados 
a combater os fungos. Também podem eliminar plantas parasíticas e 
outros organismos semelhantes.
 � Acaricidas: produtos químicos destinados a controlar ou eliminar 
ácaros, especialmente em frutas cítricas, como a laranja. 
 � Agentes biológicos de controle: organismos vivos que atuam por meio 
de uma ação biológica, como parasitismo ou competição com a praga. 
 � Defensivos à base de semioquímicos: armadilhas semelhantes aos 
feromônios naturais, que emanam pequenas doses de gases capazes de 
atrair e capturar insetos. São específicos para cada espécie de praga e 
agem em concentrações reduzidas e de baixo impacto ambiental. 
 � Produtos domissanitários: destinam-se às regiões urbanas. São dividi-
dos em: inseticidas domésticos, moluscicidas, rodenticidas e repelentes 
de insetos.
5Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
Os pesticidas estão divididos em quatro classes toxicológicas: 
 � I (rótulo vermelho): compostos considerados altamente tóxicos para seres 
humanos.
 � II (rótulo amarelo): mediamente tóxicos.
 � III (rótulo azul): pouco tóxicos.
 � IV (rótulo verde): compostos considerados praticamente não tóxicos para seres 
humanos.
Impactos ambientais causados pelos 
agrotóxicos
O agronegócio tem nos agrotóxicos um insumo básico, porque utiliza largas 
extensões de terras para implantação de monocultivos. Esses cultivos de um 
único produto destroem a biodiversidade do local e desequilibram o ambiente 
natural, tornando-o propício ao surgimento de elevadas populações de insetos 
e de doenças. Demandam, assim, o uso de produtos químicos para combater 
tais pragas.
Uma vez utilizados na agricultura, Burigo e Venâncio (2016) ressaltam 
que os pesticidas podem seguir diferentes rotas no ambiente. Menos de 10% 
dos agrotóxicos aplicados por pulverização atingem seu alvo. Os agrotóxicos 
são aplicados diretamente nas plantas ou no solo. Mesmo aqueles aplicados 
diretamente nas plantas têm como destino final o solo, sendo lavados das 
folhas através da ação da chuva ou da água de irrigação. Além disso, o uso de 
agrotóxicos contribui com o empobrecimento do solo, reduzindo a eficiência 
da fixação de nitrogênio realizada por microrganismos, o que faz com que o 
uso de fertilizantes seja cada vez mais necessário.
SegundoRosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012), a dinâmica dos pesticidas 
no solo envolve processos de retenção, transformação (degradação química 
e/ou microbiológica) e transporte (volatilização, lixiviação e escorrimento 
superficial), conforme indicado na Figura 2. Estes acabam por transformar 
completamente o composto inserido no solo. O destino final desses compostos 
depende de uma série de variáveis, que dizem respeito à estrutura e composição 
do solo (textura, estrutura, teor de matéria orgânica, pH, capacidade de troca 
catiônica (CTC), conteúdo de água, topografia, composição da população de 
microrganismos e equilíbrio nutricional), às condições climáticas (umidade 
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos6
relativa do ar, temperatura, luminosidade e vento), às propriedades físico-
-químicas dos herbicidas, à tecnologia de aplicação, à presença ou ausência 
de plantas e os tipos de manejos utilizados nas culturas.
Figura 2. Principais processos de degradação e transporte que ocorrem com pesticidas 
no solo. 
Fonte: Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012, p. 80).
Translocação
Fotodegradação
Difusão
Volatilização
Degradação
química
Degradação
biológica
Absorção
Lixiviação
Escoamento
superficial
Os lençóis freáticos subterrâneos podem ser contaminados por pesticidas 
por meio da lixiviação da água e da erosão dos solos. Essa contaminação 
também pode ocorrer superficialmente, devido à intercomunicabilidade dos 
sistemas hídricos, atingindo áreas distantes do local de aplicação do agrotó-
xico (VEIGA et al., 2006). Segundo Foster et al. (2006), as práticas agrícolas 
e a vulnerabilidade natural do aquífero podem representar um alto nível de 
impactos negativos, tornando a água imprópria para o consumo.
Além de tornar a água imprópria para o consumo humano (ou mesmo 
de animais), existem outros problemas ambientais causados pelo uso destes 
produtos tóxicos, como, por exemplo, os inseticidas do tipo organoclorados e 
organofosforados. Estes são bioacumulativos, o que significa que o composto 
permanece no corpo do inseto ou dos animais (como peixes) mesmo após sua 
7Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
morte. Caso algum outro animal se alimentar de um animal contaminado, 
também ficará intoxicado, e assim sucessivamente, aumentando o alcance do 
problema e afetando em toda a cadeia alimentar (Figura 3).
Figura 3. Muitos tipos de pesticidas são bioacumulativos, ou seja, acumulam-se em eleva-
das concentrações nos organismos de níveis tróficos mais baixos, afetando toda a cadeia 
alimentar.
Fonte: Adaptada de Pajtica/Shutterstock.com; Photografiero/Shutterstock.com; VICHAILAO/Shutterstock.
com; Old apple/Shutterstock.com; Sekar B/Shutterstock.com.
Um dos problemas associados ao uso de pesticidas é que alguns tipos de 
pragas acabam desenvolvendo resistência aos compostos químicos, tornando-
-se invulneráveis. Assim, os pesticidas favorecem o surgimento de pragas 
progressivamente mais fortes, por meio de um processo de “seleção natural”, 
em que os animais mais resistentes aos agrotóxicos tomam o lugar das espécies 
mais suscetíveis. Esse processo também acaba garantindo a manutenção da 
produção de agrotóxicos.
Os agrotóxicos são produtos químicos que eliminam insetos, fungos, ervas daninhas, 
bactérias e outras pragas prejudiciais à agricultura. Apesar disso, são um composto 
eficaz no combate a essas infestações, tornando a produção agrícola mais eficiente. 
Porém, nem todos os insetos são prejudiciais às lavouras, como é o caso das abelhas, 
que possuem, entre outras funções, a polinização de plantas e produção de mel. 
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos8
As indústrias fabricantes de agrotóxicos têm obrigação legal (segundo Lei 
nº 9.974, de 6 de junho de 2000) de recolher as embalagens vazias devolvidas 
pelos agricultores, dando um destino adequado a elas e, em colaboração com 
o poder público, implementando programas educativos de controle e estimulo 
à lavagem e à devolução. Porém, compete aos agricultores a responsabilidade 
de fazer a ‘tríplice lavagem’ das embalagens vazias e encaminhá-las, com as 
respectivas tampas, a uma unidade de recebimento dentro do prazo máximo 
de um ano a partir da data da compra do agrotóxico.
O processo de “tríplice lavagem” ou “lavagem sob pressão” é uma operação importante 
para o sucesso do programa e da implementação do conceito de “logística reversa” das 
embalagens vazias de agrotóxicos. Essa operação deve ser realizada pelos agricultores 
logo após o uso final do produto contido na embalagem, no próprio campo, e a água 
deve ser colocada nos equipamentos agrícolas, para posterior aplicação nas lavouras 
(PELISSARI, 1999).
Uma embalagem lavada três vezes reduz o risco de contaminação humana, dos 
animais domésticos e de criação e do meio ambiente. Cada lavagem reduz a quantidade 
de produto que permanece na embalagem a níveis cada vez mais seguros.
Agrotóxicos e saúde humana: principais riscos
Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) mencionam que a Organização Mun-
dial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente três milhões de pessoas 
são intoxicadas anualmente em decorrência da utilização de agrotóxicos. 
Dessas, 220 mil morrem e 750 mil adquirem doenças crônicas, devido à 
Lamentavelmente, o Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, 
e as abelhas estão sofrendo com isso. As moléculas de agrotóxico atuam diretamente 
no sistema nervoso das abelhas e, principalmente, no seu cérebro, causando um 
transtorno na comunicação das células nervosas. Com isso, as abelhas acabam tendo 
uma deficiência em sua comunicação, o que faz com que fiquem desorientadas, de 
forma a não conseguirem voltar à colmeia. Desse modo, acabam morrendo.
9Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
grande periculosidade dos pesticidas e agrotóxicos, que possuem alto potencial 
carcinogênico, mutagênico e teratogênico. Órgãos internacionais e nacionais 
têm estabelecido limites máximos de resíduos (LMR) permitidos para cada 
binômio pesticida/cultura.
Um dos maiores perigos representados pelos agrotóxicos diz respeito aos 
efeitos que eles podem provocar na saúde das pessoas, principalmente daque-
las que, no campo ou na indústria, ficam expostas ao contato direto com os 
venenos. Existem diversos casos de abortos, assim como de bebês que nascem 
com defeitos congênitos pelo fato de a mãe ou o pai terem tido contato com 
agrotóxicos em sua vida, ou mesmo durante a gravidez. 
Carneiro et al. (2015) mencionam que parte dos agrotóxicos possuem a ca-
pacidade de se dispersar no ambiente; outra parte, entretanto, pode se acumular 
no organismo humano, inclusive no leite materno. O leite contaminado, ao ser 
consumido pelos recém-nascidos, pode provocar agravos à saúde, pois estes 
são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, 
por suas características fisiológicas e por se alimentar quase exclusivamente 
com o leite materno até os seis meses de idade.
Há pessoas que desenvolvem doenças apenas porque moram próximo à 
plantações onde se usam muitos tóxicos; a contaminação chega pelo ar. Há 
outros casos em que o uso intensivo de venenos agrícolas atingiu a água que 
abastece as pessoas de toda uma região. Até mesmo alimentos com altas taxas 
de resíduos de agrotóxicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo 
prazo nos consumidores, que muitas vezes sequer já viram uma embalagem 
de veneno. Estes consumidores muito dificilmente saberão que as doenças que 
os afligem foram provocadas pelos agrotóxicos (LONDRES, 2011).
As pessoas mais expostas aos perigos da contaminação pelos agrotóxicos 
são aquelas que têm contato com eles no campo. Há os aplicadores, prepa-
radores de caldas e responsáveis por depósitos, que têm contato direto com 
os produtos; há também os trabalhadores que têm contato indireto com os 
venenos,ao realizar capinas, roçadas, colheitas, etc. Esse segundo grupo é, na 
verdade, o de maior risco, uma vez que o intervalo de reentrada nas lavouras 
não costuma ser respeitado, além do fato de que estes trabalhadores não usam 
proteção. Moradores de regiões de predomínio do agronegócio, onde maciças 
quantidades de agrotóxicos são usadas ao longo do ano, formam outro grupo 
de grande risco. Em várias regiões do país é comum a aplicação aérea de 
venenos (Figura 4). 
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos10
Figura 4. Aplicação aérea de pesticidas. 
Fonte: ChristopherH/Shutterstock.com.
O uso indiscriminado de agrotóxicos tem resultado em intoxicações, em 
diferentes graus, de agricultores e de consumidores, tornando-se um problema 
de saúde pública.
Tipos de intoxicação
Burigo e Venâncio (2016) alertam para os riscos de se ingerir agrotóxicos, 
afirmando que o consumo prolongado e em quantidades acima dos limites 
aceitáveis pode acarretar vários problemas de saúde. Uma exposição menor 
pode causar dores de cabeça, alergias e coceiras, enquanto uma exposição maior 
pode causar distúrbios do sistema nervoso central, malformação fetal e câncer.
Existem três tipos de intoxicação: 
 � Intoxicação aguda: é aquela cujos sintomas surgem rapidamente, 
algumas horas após a exposição ao veneno. Normalmente trata-se de 
exposição, por curto período, a doses elevadas de produtos muito tóxicos 
(os casos de intoxicação que chegam a ser notificados são, basicamente, 
deste tipo). Os efeitos podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos, 
11Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
dificuldades respiratórias, fraqueza, salivação, cólicas abdominais, 
tremores, confusão mental, convulsões, entre outros. A intoxicação 
aguda pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da 
quantidade de veneno absorvida. Em muitos casos pode levar à morte. 
 � Intoxicação subaguda ou sobreaguda: ocorre por exposição moderada 
ou pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos. Os efeitos podem 
aparecer em alguns dias ou semanas. Os sintomas podem incluir dores de 
cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago, sonolência, entre outros.
 � Intoxicação crônica (ou, mais precisamente, efeitos crônicos decor-
rentes de intoxicação): caracteriza-se pelo surgimento tardio. Aparecem 
apenas após meses ou anos da exposição pequena ou moderada a um ou 
vários produtos tóxicos. Os sintomas são normalmente subjetivos e po-
dem incluir perda de peso, fraqueza muscular, depressão, irritabilidade, 
insônia, anemia, dermatites, alterações hormonais, problemas imuno-
lógicos, efeitos na reprodução (infertilidade, malformações congênitas, 
abortos), doenças do fígado e dos rins, doenças respiratórias, efeitos no 
desenvolvimento da criança, entre outros. Normalmente o diagnóstico 
da intoxicação crônica é difícil de ser estabelecido. Os danos muitas 
vezes são irreversíveis, incluindo paralisias e vários tipos de câncer.
1. Um produtor rural, após colocar suas 
vacas na pastagem, percebeu que 
elas estavam com muitos carrapatos 
(também conhecidos como carraça). 
Qual o melhor tipo de pesticida para 
controlar esse tipo de parasita?
a) Herbicida.
b) Acaricida.
c) Fungicida.
d) Nematicida.
e) Formicida.
2. A inovação nas técnicas produtivas, 
a mecanização e a utilização 
de insumos para melhorar a 
produtividade e diminuir as perdas 
por causas naturais provocaram 
significativos impactos no 
meio ambiente. São impactos 
ambientais diretos decorrentes 
do uso de defensivos agrícolas:
a) desmatamento. 
b) assoreamento.
c) contaminação do solo.
d) erosão.
e) eutrofização de 
mananciais hídricos.
3. Defensivos agrícolas são produtos 
químicos, físicos ou biológicos 
usados no controle de seres vivos 
considerados nocivos ao homem, 
à sua criação e às suas plantações. 
São também conhecidos por 
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos12
agrotóxicos, pesticidas, praguicidas 
ou produtos fitossanitários. Dentre 
esses termos, a palavra “agrotóxico” 
é a mais utilizada pela legislação 
brasileira. A respeito dos agrotóxicos, 
assinale a alternativa correta. 
a) Os pesticidas matam todo e 
qualquer tipo de praga que 
possa ameaçar as lavouras.
b) É praticamente impossível 
produzir alimentos sem 
o uso de agrotóxicos. 
c) As indústrias fabricantes 
de agrotóxicos têm a 
obrigação legal de recolher as 
embalagens vazias devolvidas 
pelos agricultores.
d) Toda pessoa que tiver contato 
com agrotóxicos desenvolverá 
algum tipo de câncer. 
e) Os agrotóxicos podem 
provocar contaminação 
ambiental unicamente 
devido ao escoamento 
superficial e à absorção.
4. Visando a combater a fome no 
mundo, as sociedades humanas 
desenvolveram a capacidade 
de produzir mais alimentos, 
surgindo, assim, as indústrias de 
fertilizantes, adubos artificiais 
e agrotóxicos. Sobre a utilização 
dos agrotóxicos, marque 
a opção correta.
a) Estimulam o aumento da 
produção agrícola e diminuem o 
preço dos alimentos no mundo.
b) Atuam em parceria com 
os pequenos produtores 
rurais e seus sistemas 
tradicionais de uso da terra.
c) São as que menos poluem, pois 
localizam-se em áreas rurais, 
distantes das áreas urbanas.
d) Estimulam a competitividade, 
a concentração de terras e a 
migração campo-cidade.
e) Fixam os trabalhadores no 
campo e contribuem para 
a melhoria da qualidade 
de vida nas áreas rurais.
5. Existem diversos riscos na 
ingestão de agrotóxicos, sendo 
que o consumo prolongado 
e em quantidades acima dos 
limites aceitáveis pode acarretar 
vários problemas de saúde. 
Carlos, após trabalhar o dia inteiro na 
aplicação de um tipo de herbicida 
em sua lavoura, começou a se sentir 
mal no final do dia, apresentando 
fortes dores de cabeça. Pode-se 
dizer que o produtor rural apresenta:
a) Intoxicação aguda.
b) Intoxicação subaguda 
ou sobreaguda.
c) Desidratação.
d) Intoxicação crônica. 
e) Enxaqueca.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; VIANA, J. V. Poluição ambiental e saúde pública. São 
Paulo: Érica, 2014.
13Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos
BURIGO, A.; VENÂNCIO, J. Impacto dos agrotóxicos na alimentação, saúde e meio am-
biente. [S.l.]: Rede mobilizadores, 2016. Disponível em: <http://www.mobilizadores.org.
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CARNEIRO, F. F. et al. (Org.). Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotó-
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FOSTER, S. et al. Proteção da qualidade da água subterrânea: um guia para empresas 
de abastecimento de água, órgãos municipais e agências ambientais. São Paulo: 
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PELISSARI, A. et al. Tríplice lavagem e destinação das embalagens de defensivos agrícolas: 
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do meio ambiente. São Paulo: Érica, 2014.
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bitstream/1408/1513/1/A%20set.35_A%20ind%C3%BAstria%20de%20defensivos%20
agr%C3%ADcolas_P.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2018.
VEIGA, M. M. et al. Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos 
numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio 
de Janeiro, v. 22, n. 11, p. 2391-2399, nov. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006001100013>. Acesso em: 07 jul. 2018.
Leitura recomendada
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à química ambiental. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2009.
Epidemiologia ambiental: impactos ambientais causados por agrotóxicos14
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Insetos, fungos, bactérias, pequenos vermes, entre outros. Existe uma infinidade de pragas que 
atacam as lavouras e que são de diversos reinos biológicos, cada uma com uma bioquímica 
diferente. Por isso, há diversos agrotóxicos no mercado, cada um voltado a uma espécie 
diferente.
Os agrotóxicos são classificados, no Brasil, a partir de quatro classes, que vão de extremamente 
perigosos até muito pouco perigosos, sendo os pertencentes aos extremamente perigosos (classe 
I) proibidos ou estritamente controlados.
Para saber mais a respeito dos tipos de agrotóxicos mais utilizados, confira a Dica do Professor 
a seguir.
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EXERCÍCIOS
1) João, um produtor rural, após colocar suas vacas na pastagem, descobriu que elas 
estavam cheias de carrapatos (conhecidos também por carraça). Dessa forma, para 
controlar esse tipo de parasita, qual o melhor tipo de pesticida?
A) Herbicida.
B) Acaricida. 
C) Fungicida.
D) Nematicida.
E) Formicida.
2) A inovação nas técnicas produtivas, a mecanização e a utilização de insumos para 
melhorar a produtividade e diminuir as perdas por causas naturais provocaram 
significativos impactos no meio ambiente. 
Trata-se de um impacto ambiental direto, decorrente do uso de defensivos agrícolas:
A) Desmatamento.
B) Assoreamento.
C) Contaminação do solo.
D) Erosão.
E) Eutrofização de mananciais hídricos.
3) Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos utilizados no 
controle de seres vivos considerados nocivos ao homem, sua criação e suas plantações. 
São também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos 
fitossanitários. Dentre esses nomes, a palavra agrotóxico é a expressão mais utilizada 
pela legislação brasileira. 
A respeito dos agrotóxicos, assinale a alternativa correta.
A) Os pesticidas matam todo e qualquer tipo de praga que possa ameçar as lavouras.
B) É praticamente impossível produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos.
C) As indústrias fabricantes de agrotóxicos têm a obrigação legal de recolher as embalagens 
vazias devolvidas pelos agricultores. 
D) Toda pessoa que tiver contato com agrotóxicos irá desenvolver algum tipo de câncer.
E) Os agrotóxicos podem provocar contaminação ambiental, unicamente, devido ao 
escoamento superficial e à absorção.
4) Visando a combater a fome no mundo, as sociedades humanas desenvolveram a 
capacidade de produzir mais alimentos, surgindo, assim, as indústrias de 
fertilizantes, adubos artificiais e agrotóxicos. 
Sobre a utilização dos agrotóxicos, é correto afirmar:
A) Estimula o aumento da produção agrícola e barateia o preço dos alimentos no mundo.
B) Atua em parceria com os pequenos produtores rurais e seus sistemas tradicionais de uso da 
terra.
C) É o que menos polui, pois localiza-se em áreas rurais, distantes das áreas urbanas.
D) Estimula a competitividade, a concentração de terras e a migração campo-cidade.
E) Fixa os trabalhadores no campo e contribui para a melhoria da qualidade de vida nas áreas 
rurais.
5) Existem diversos riscos ao se ingerir agrotóxicos, podendo o consumo prolongado e 
em quantidades acima dos limites aceitáveis acarretar vários problemas de saúde. 
Carlos, após trabalhar o dia inteiro na aplicação de um tipo de herbicida em sua 
lavoura, começou a se sentir mal no final do dia, apresentando fortes dores de cabeça. 
Pode-se dizer que o produtor rural apresenta:
A) intoxicação aguda.
B) intoxicação subaguda ou sobreaguda.
C) desidratação.
D) intoxicação crônica.
E) enxaqueca.
NA PRÁTICA
Muito utilizados em lavouras e plantações por todo o mundo, os agrotóxicos são produtos 
químicos que eliminam insetos, fungos, ervas daninhas, bactérias e outras pragas prejudiciais à 
agricultura. Apesar de serem um composto eficaz no combate a essas infestações, tornando 
a produção agrícola mais eficiente, tais pesticidas trazem sérias consequências ao meio ambiente 
e aos seres humanos.
Os pequenos produtores rurais estão entre os maiores prejudicados pelo uso excessivo de 
agrotóxicos. Por conta desses problemas, associados ao uso e consumo destes, cada vez mais 
surgem iniciativas de conscientização em relação a tais substâncias. Procurar informações sobre 
como os alimentos são produzidos e incentivar a agricultura orgânica são algumas das atitudes 
que contribuem, não apenas para a nossa saúde, mas também para a do planeta.
Para saber mais sobre os agrotóxicos e formas de substituí-los, confira o material a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O perigo dos agrotóxicos para a saúde
Muitas plantações podem esconder um perigo à saúde: grandes quantidades de agrotóxicos. 
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa hoje a primeira posição no ranking 
mundial dos países consumidores de agrotóxicos. O excesso no uso desses produtos tornou-se 
um problema de saúde pública. Para saber mais a respeito do assunto, confira o vídeo a seguir.
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O impacto ambiental do uso de agrotóxicos no meio ambiente e na saúde dos 
trabalhadores rurais
Agrotóxicos são produtos químicos utilizados na agricultura, com o objetivo de combater pragas 
e organismos patógenos que possam comprometer a produção agrícola. No entanto, a utilização 
desses insumos não só é responsável pela contaminação ambiental, mas também é a causa de 
muitos problemas de saúde pública, pois quando aplicados inadequadamente prejudicam o meio 
ambiente e a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores. Para saber mais sobre os 
problemas, tanto ambientais quanto de saúde, causados pelos agrotóxicos, leia o artigo a seguir.
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Impacto dos agrotóxicos na alimentação, na saúde e no meio ambiente
Além dos perigos que os agrotóxicos representam para a saúde dos trabalhadores rurais e dos 
consumidores, sabe-se que os resíduos desses produtos no ambiente podem provocar diversos 
efeitos ecológicos indesejáveis. Mas, por que o Brasil se tornou o maior consumidor de 
agrotóxicos? Para saber a resposta e muito mais, confira o artigo a seguir.
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Gestão ambiental: planejamento 
territorial e ambiental
APRESENTAÇÃO
Por formação, o engenheiro ambiental (EA) é um profissional consciente da importância em 
preservar o meio ambiente pela prática de suas habilidades e competências, pois essa prática 
busca conciliar a preservação com a ocupação humana do ambiente natural de forma ordenada, 
por meio de projetos que cuidem para minimizar impactos negativos.
Portanto, esta Unidade de Aprendizagem é dedicado à aquisição de conhecimentos relativos à 
melhoria das condiçõesde vida da população, aplicando métodos e técnicas para ocupação de 
áreas e urbanização, por meio de projetos adequados e com maior preocupação com os impactos 
ambientais, cujos resultados trarão benefícios para o meio ambiente e para as gerações futuras.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre o planejamento urbano e ambiental, 
obrigatório na convivência entre o ambiente urbano e o natural. Também vai aprender sobre o 
Plano Diretor, que é peça essencial no controle e na organização da vida do município, e o 
Zoneamento Ambiental, que é um estudo importantíssimo, base de informação para um Plano 
Diretor eficiente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar o planejamento urbano e ambiental.•
Conceituar e caracterizar o Plano Diretor.•
Identificar a aplicação do Zoneamento Ambiental para planejamento urbano.•
DESAFIO
O Código Florestal, como é conhecida a Lei no 12.651/2012, considera protegidas 
permanentemente áreas de margem de cursos d’água, encostas com inclinação maior que 45°, 
biomas característicos sensíveis, como manguezais, e grandes biomas, como a Mata Atlântica, 
uma vez que alterações podem causar desequilíbrio ecológico e, consequentemente, seu 
desaparecimento.
O Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA) determina que o Zoneamento Ambiental é a 
divisão do território em áreas nas quais os usos são predeterminados, proibindo as atividades 
que não estejam previstas, e é um dos instrumentos do poder de polícia administrativa para a 
mediação de conflitos entre o direito de propriedade e a qualidade de vida da comunidade, 
limitando o direito dos cidadãos para garantir que a propriedade não seja utilizada da maneira 
desejada unicamente pelo proprietário. Da mesma forma, o Zoneamento Ambiental é um 
mecanismo obrigatório de desenvolvimento sustentável das cidades, representado na Agenda 21.
Uma determinada cidade, com cerca de 600 km2, situada em área de Mata Atlântica com áreas 
de mais de 50% de inclinação, ladeada por um rio em cujas margens existe um manguezal, está 
em franco processo de desenvolvimento, em razão da atratividade de sua política fiscal e de 
concessões feitas ao estabelecimento de novas indústrias. Já existem indústrias pequenas e não 
poluentes instaladas em uma área próxima à entrada da cidade, em distância segura do rio e das 
encostas. Entretanto, diversas indústrias maiores estão em consulta com a Prefeitura. Não há 
atividade rural ocorrendo nas imediações da cidade. Para que o meio ambiente não sofra com 
esse processo, é necessário que o Plano Diretor Municipal seja adaptado a essa demanda. Como 
prevenir a deterioração ambiental que pode ser causada pela industrialização desordenada?
INFOGRÁFICO
De acordo com as diretrizes básicas para a política urbana brasileira definidas nos arts. 182 e 
183 da Constituição Federal, os principais instrumentos de planejamento ambiental urbano são o 
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o Plano Diretor Municipal, o Plano de Bacia 
Hidrográfica, o Plano Ambiental Municipal, a Agenda 21 Local e o Plano de Gestão Integrada 
da Orla, além dos planos setoriais que influenciam a qualidade de vida urbana.
Então, antes de planejar uma área urbana, deve ser analisado o ambiente em que esta se insere, 
considerando características sociais, econômicas, ambientais e geográficas, ou seja, fatores que 
transcendem os limites do município e o colocam como integrante de uma unidade federativa e 
de uma nação.
Veja no Infográfico um resumo desses tipos de Zoneamentos Legais e em que situação 
influenciam.
CONTEÚDO DO LIVRO
 Engenheiro Ambiental (EA) é um profissional consciente da importância em preservar o meio 
ambiente pela prática de suas habilidades e competências, pois essa prática busca conciliar a 
preservação com a ocupação humana do ambiente natural de forma ordenada, por meio de 
projetos que cuidem para minimizar impactos negativos.
Neste capítulo, Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental, da obra Meio 
amabiente, você vai estudar sobre a melhoria das condições de vida da população aplicando 
métodos e técnicas para ocupação de áreas e urbanização, por meio de projetos adequados e com 
uma maior preocupação com os impactos ambientais, cujos resultados trarão benefícios para o 
meio ambiente e para as gerações futuras. Você vai ler sobre o planejamento urbano e 
ambiental, obrigatório na convivência entre o ambiente urbano e o natural. Também vai ler 
sobre o Plano Diretor, que é a peça essencial no controle e na organização da vida do município, 
e o Zoneamento Ambiental, que é um estudo importantíssimo, base de informação para um 
Plano Diretor eficiente.
Boa leitura.
MEIO AMBIENTE
Anderson Pires 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
 
CDU 502
Gestão ambiental: 
planejamento territorial 
e ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Caracterizar o planejamento urbano e ambiental.
 � Conceituar o Plano Diretor.
 � Identificar a aplicação do Zoneamento Ambiental para o planejamento 
urbano.
Introdução
Por formação, o engenheiro ambiental é um profissional consciente da 
importância em preservar o meio ambiente por meio de suas habilidades 
e competências. Essa prática busca conciliar a preservação com a ocu-
pação humana do ambiente natural de forma ordenada, com projetos 
que minimizem impactos negativos.
Este capítulo será dedicado à aquisição de conhecimentos relativos 
à melhoria das condições de vida da população. Discutem-se métodos 
e técnicas para ocupação de áreas e urbanização, por meio de projetos 
adequados e com preocupação com os impactos ambientais. 
Caracterização do Planejamento Urbano 
e Ambiental
A ação de um profissional do meio ambiente, como o engenheiro ambiental, 
é determinante face às contradições do desenvolvimento e busca de conforto 
pelas estruturas de produção e consumo atuais, que causam um desequilíbrio 
comprometedor na vida no planeta, com um modelo de vida que não mede as 
consequências de sua própria persistência. O desenvolvimento da sociedade 
urbana acontece sem planejamento, de forma desordenada. O consumo incon-
sequente de matéria-prima, a ocupação sem critérios da natureza e a poluição 
do meio ambiente são as causas de alterações, aquecimento global, escassez 
de água potável, extinção de espécies da fauna e da flora, e outros fenômenos 
negativos sem precedentes.
Por outro lado, uma parcela significativa da humanidade está lutando pelo 
surgimento de novos paradigmas, visando a uma adaptação ao meio ambiente, 
e não sua subjugação. Trata-se de uma visão holística e circular dos fenômenos, 
que busca compreendê-los segundo o contexto em que ocorrem. À medida 
que esse contexto se coloca cada vez mais em evidência, torna-se necessário 
um profissional que tenha habilidades adquiridas de formação para atuar na 
transição e conciliação de desenvolvimento e sustentabilidade, com melhoria 
de qualidade de vida e proteção ambiental. Esse Desenvolvimento Sustentável 
não é apenas uma questão de aplicação de técnicas e profissionais aptos a 
executá-las. O engenheiro ambiental é um dos profissionais com conhecimento 
técnico específico e aptidões para a tomada de decisões na caracterização 
do ambiente e execução das respectivas atividades, nos estudos de impactos 
ambientais, na pesquisa, desenvolvimento e inovação, no manejo dos recursos 
naturais e técnicas de controle específicas. Sua presença é obrigatória em 
vários níveis de gestão ambiental.É função do engenheiro ambiental elaborar e executar projetos de admi-
nistração e direcionamento do crescimento urbano, evitando e prevenindo o 
surgimento de problemas na interação da espécie humana com o meio ambiente. 
Também constituem suas atribuições projetos de gerenciamento de recursos 
hídricos, instalação e manutenção de fornecimento de água e drenagem urbana 
e gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), essenciais para uma 
cidade sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS — Lei 
12.305/2010) possibilitou que os municípios começassem a enfrentar o principal 
problema ambiental, social e econômico decorrente do manejo urbano inade-
quado, instalando o princípio da responsabilidade compartilhada (BRASIL, 
2010). Esse princípio tornou todos responsáveis pelos RSU, obrigando-os a 
contribuir para a disposição final ambientalmente adequada. Portanto, orde-
nar o ambiente urbano com foco na qualidade de vida das pessoas é planejar 
cidades sustentáveis, melhorando a mobilidade urbana, reduzindo a poluição 
sonora e atmosférica, organizando o descarte de RSU, atingindo a eficiência 
energética, economizando água, entre outras medidas. A população urbana 
e as cidades têm crescido, tornando-se necessária a criação de indicadores 
de qualidade ambiental urbana e seu monitoramento nos municípios. Esses 
indicadores são ferramentas ideais para a elaboração de diagnósticos e prog-
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental2
nósticos do desenvolvimento das áreas urbanas e de planejamento e avaliação 
para a política ambiental urbana. Seu acompanhamento embasa decisões e 
auxilia a estimular a participação da sociedade. Esse acompanhamento faci-
litará a adoção de parâmetros ambientais nos instrumentos de urbanização, 
tais como planos diretores, planos setoriais, leis de parcelamento do solo e 
zoneamentos urbanos.
O Estatuto da Cidade, como é denominada a Lei nº 10.257/2001 (BRASIL, 
2001), determina as diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano. É ca-
racterizado pela criação de políticas de gestão para cidades sustentáveis (uma 
especialização das cidades sustentáveis, as cidades inteligentes — smart cities, 
têm seu planejamento embasado nessas políticas) e pela maior preocupação 
com a regularização fundiária. Para uma política de incentivo econômico à 
preservação de áreas de interesse ambiental, temos instrumentos interessantes 
como a transferência do direito de construir, o “ICMS Ecológico”, repassado 
dos estados aos municípios, incentivados pela Secretaria de Recursos Hídricos 
e Ambiente Urbano (SRHU). 
Você ouve falar em Nottingham e lembra de Robin Wood? Acontece que essa cidade 
inglesa é palco de um cenário de ficção científica: é uma das seis cidades escolhidas 
para serem smart cities na União Europeia!
Lá, compra-se passagem de ônibus pelo celular. A maioria dos veículos é comparti-
lhado e elétrico, com infraestrutura de recarregamento espalhada por toda a cidade. 
Os edifícios têm isolamento térmico e são mais sustentáveis, compartilham água e ar 
quente e frio, bem como informações de como cada morador regula a temperatura 
do apartamento. Isso permite o gerenciamento comum inteligente de temperatura e 
energia das centrais de resfriamento e aquecimento (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2018).
Leia mais sobre isso no link a seguir. 
https://goo.gl/UWoiN2
Sobre esse tema, há o projeto “Estratégias de Articulação entre Instru-
mentos de Gestão Territorial Ambiental e Urbana” (BRASIL, 2012a), com 
recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) — uma iniciativa 
conjunta da SRHU com as Secretarias de Articulação Institucional e Cida-
dania Ambiental (SAIC) e de Extrativismo e Desenvolvimento Rural e Sus-
3Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
tentável (SEDR) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com a Secretaria 
Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (SNPU/MCid) e 
com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MPOG). O importante são 
a prevenção e a normatização dos impactos negativos da iniciativa pública e 
privada sobre o meio ambiente urbano, para prevenir a subutilização de áreas 
com investimento em infraestrutura e a degradação urbana, além de otimizar 
dinâmicas socioambientais de conservação do patrimônio ambiental urbano.
As diretrizes básicas para a política urbana brasileira, inclusive do plane-
jamento urbano e ambiental, são definidas nos artigos 182 e 183 da Consti-
tuição do Brasil (BRASIL, 1988). Além disso, há obrigatoriedade de aprovar 
o Plano Diretor da gestão municipal, que inclui a delimitação oficial da zona 
urbana onde os instrumentos de planejamento ambiental vão agir. Os prin-
cipais instrumentos de planejamento ambiental urbano são o Zoneamento 
Ecológico-Econômico (ZEE), o Plano Diretor Municipal, o Plano de Bacia 
Hidrográfica, o Plano Ambiental Municipal, a Agenda 21 Local, e o Plano 
de Gestão Integrada da Orla, além dos planos setoriais que influenciem a 
qualidade de vida urbana.
No que tange à política urbana, a Constituição de 1988 entrega à adminis-
tração municipal o controle, planejamento, gestão e desenvolvimento urbano. 
O objetivo do planejamento urbano é organizar, coordenar e infraestruturar o 
espaço racionalmente, planejando a malha urbana e o zoneamento de acordo 
com seus usos e funções, seguindo todas as fases de desenvolvimento técnico: 
levantamentos e diretrizes, projeto, execução e reanálise.
A visão do território municipal, com planejamento e gestão, em conjunto 
com a visão econômica, referente à criação de empregos, age ampliando as 
possibilidades de controle do espaço urbano, diminuindo segregação social, 
que viria acompanhada do crescimento desordenado da malha urbana, e 
reabilitando áreas urbanas consolidadas. Assim, o zoneamento urbano am-
biental pode ser direcionado à divisão da área municipal conforme vocações 
de uso e ocupação para melhoria qualidade de vida, barrando a degradação 
do ambiente urbano. O Zoneamento Ambiental foca na conservação de áreas 
de interesse ambiental já ocupadas para reduzir a degradação do ambiente 
urbano, por meio de uso inteligente, conforme as características geomorfo-
lógicas, hídricas e climáticas da área alvo. O risco à sustentabilidade, que 
pode inviabilizar o processo com degradação ambiental irremediável, dá-se 
quando há urbanização de ambientes naturais sem planejamento ou gestão, 
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental4
sem prevenção e/ou reparo dos danos. No capítulo 7 da Agenda 21 (BRASIL, 
2004), definida na Rio-92, dá-se prioridade para vários assuntos relativos 
aos assentamentos humanos, como a oferta democrática de habitação. Em 
particular, trata-se da necessidade de criação de Zona Especial de Interesse 
Social (ZEIS), o incentivo ao planejamento e gestão da ocupação do solo 
para assentamento humano sustentável, principalmente em áreas com risco 
de desastre, criando a necessidade de implementação de políticas públicas 
focadas no desenvolvimento urbano sustentável.
O planejamento urbano é obrigatório por que o equilíbrio do meio am-
biente influi diretamente na qualidade de vida. Deve haver, portanto, um 
planejamento ambiental aplicado, um conjunto de processos de definições e 
decisões referentes a todas atividades humanas que ocorram nos limites da 
área urbana. Pode haver uma interferência do Governo do Estado, por meio 
de programas e projetos específicos, para estabelecer continuidade aos outros 
planejamentos urbanos e ambientais de outros municípios. O planejamento 
ambiental é crucial para que o desenvolvimento econômico e social cause uma 
utilização e gestão da área urbana mais eficiente, cujas fases de levantamento 
histórico e sua análise ilustrem as potencialidades e fragilidades da unidade 
territorial. Portanto, o planejamento ambiental é a chave do desenvolvimento 
sustentável pregado na Agenda 21, ou seja, o encontro do desenvolvimento 
socioeconômico com a conservação do meio ambiente, ou seja, com utilização 
racional dos recursos naturais.O desafio para os projetos de planejamento urbano ambiental é justamente 
conectar o meio ambiente à vida urbana, aliando planejamento e conservação 
racional à melhoria da qualidade de vida da população. Poucas cidades, como 
Curitiba/PR, atingiram esse patamar, a grandes custos. Porém, sem as mu-
danças adequadas nos ambientes urbanos, na esfera pública, com prestação 
de serviços públicos com qualidade e continuidade para toda a sociedade, 
transgredindo o tempo entre as gestões municipais, não é possível conservar 
o meio ambiente, com qualidade de vida e sustentabilidade econômica e 
ambiental. Também deve-se levar em consideração que é um desafio ainda 
maior padronizar a sustentabilidade para todas as cidades. Desse modo, cada 
município deve montar suas próprias estratégias para atingir a sustentabilidade 
dentro de suas particularidades, pois cada um possui problemas urbanos 
particulares e precisa encontrar suas próprias soluções. 
5Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
Você sabia que o Brasil conta com vários municípios que estão assumindo o papel de 
protagonistas como cidades sustentáveis? Há vários cases de sucesso em planejamento 
urbano e ambiental. Na Rio+20, falou-se pela primeira vez do papel da cidade como 
protagonista do desenvolvimento urbano sustentável, que antes ficava a cargo do 
Governo Federal, que criava a distância os programas e projetos.
Nesse encontro surgiu o Fórum das 27 Secretarias de Meio Ambiente das Capitais 
Brasileiras (CB27).
Para saber mais sobre o CB27, acesse o link a seguir (RECIFE, 2016).
https://goo.gl/by3e8r 
Plano Diretor: caracterização e conceito
Ao regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição sobre política urbana, o Es-
tatuto da Cidade (EC, Lei 10.257/2001) municipalizou a definição e o cumprimento 
da função social da cidade e da propriedade urbana, por meio do Plano Diretor 
(BRASIL, 2001). Plano Diretor é um agrupamento de diretrizes de orientação 
aos diferentes atores envolvidos na construção, regulamentação e ocupação dos 
espaços urbanos municipais. Trata-se de um documento Participativo, que tem força 
de Lei, de modo a estabelecer obrigações que vão além do Poder Público. É uma 
visão contextualizada dos fatores econômicos, ambientais e sociais, cujo objetivo é 
mitigar problemas atuais e prevenir os futuros, bem como planejar racionalmente 
a expansão da comunidade, de forma equilibrada e inclusiva, embasando a gestão 
do espaço municipal. Cabe lembrar que, mesmo fazendo referência à área urbana 
das cidades, o Plano Diretor também refere-se às áreas rurais, que fazem parte do 
município, tanto quanto às áreas de conservação ambiental. 
O EC estabelece as normas de elaboração, conteúdo, metodologia de exe-
cução e acompanhamento, sendo obrigatório para municípios com mais de 20 
mil habitantes, regiões metropolitanas ou outros aglomerados urbanos, áreas 
de interesse turístico, áreas de risco de impacto ambiental, se ocupadas sem 
critérios e planejamento, e áreas privadas subutilizadas ou não utilizadas. 
Além dessa obrigatoriedade, deve-se cumprir a renovação decenal.
Conforme a Resolução 34/2005 do Conselho Nacional das Cidades (BRA-
SIL, 2005), o Plano Diretor deve, no mínimo, conter ações e medidas que 
assegurem o cumprimento das funções sociais do território urbano e rural da 
cidade e das propriedades urbanas públicas e privadas; objetivos, prioridades 
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental6
e metodologias para o desenvolvimento e reorganização contextualizados do 
município; os instrumentos da política urbana vinculados aos objetivos, priori-
dades e metodologias elencados no Plano Diretor. Para isso, devemos considerar 
que, se o município estiver cadastrado como área suscetível a deslizamentos 
e inundações, o Plano Diretor deve incluir critério de parcelamento, uso e 
ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e a contribuir 
para a geração de emprego e renda, mapeamento das áreas suscetíveis aos 
referidos acidentes. Deve igualmente desenvolver um planejamento preventivo, 
com medidas de drenagem urbana e de realocação de população em caso de 
desastre, política de regularização fundiária de possíveis assentamentos urbanos 
irregulares, previsão de áreas para habitação em áreas permitidas e diretrizes 
para a preservação e ocupação das áreas verdes municipais, quando for o caso, 
com vistas à redução da impermeabilização das cidades levando em conta as 
cartas geotécnicas. Deve-se dar atenção à compatibilidade do Plano Diretor 
com planos de recursos hídricos existentes. A Resolução Recomendada nº 164, 
de 2014 (BRASIL, 2014), adicionou a urgência destas medidas, destacando 
a necessidade do Plano Diretor ser elaborado, aprovado e encaminhado para 
aprovação pela Câmara Municipal no prazo de 5 anos, ou seja, até 2019, abrindo 
um campo de atuação para o Engenheiro Ambiental. Pelo disposto no artigo 
42-B do EC (BRASIL, 2001), no caso de expansão do perímetro urbano não 
prevista pelo Plano Diretor original, todo o processo deve ser repetido para a 
nova área e instituído por lei municipal, antes de sua execução.
O IPHAN — Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — reconheceu 
o Conjunto Histórico de Pelotas/RS como patrimônio cultural brasileiro no mês de 
maio de 2018.
O título vem ao encontro da característica do município de valorizar a arquitetura e 
o patrimônio histórico, pois o Plano Diretor previa a delimitação do entorno poligonal 
com a inserção do Conjunto Histórico nas Zonas de Preservação do Patrimônio Cultural. 
Além disso, a preservação da vizinhança e das áreas tombadas também está assegurada, 
de acordo com o Decreto-Lei nº 25/1937 (OLIVEIRA, 2018).
Leia mais no link a seguir.
https://goo.gl/S3r7oG
7Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
O EC define que, desde o processo de elaboração do Plano Diretor, faz-se 
necessário um diagnóstico sociopolítico que determine os pontos sensíveis de 
conflito no município, as forças envolvidas, grupos predominantes e excluídos, 
a fim de equalizar o controle e a autonomia da cidade. Esse diagnóstico deve 
iniciar, portanto, com a definição da temática a ser desenvolvida, a aprovação 
das propostas elaboradas na Câmara de Vereadores, o estabelecimento de um 
cronograma de execução e sucessivas revisões e ajustes, conforme seja neces-
sário com a implantação do plano. Cabe ao Engenheiro Ambiental fomentar 
a sua discussão em toda a comunidade, em assembleias e reuniões, associa-
ções de bairro, Câmaras de Industria e Comércio, Assembleias Legislativas 
Municipais, Câmaras de Vereadores e outros espaços democráticos, tendo 
preocupação extra com o local escolhido para essa tarefa. Ele é o elemento de 
ligação entre os atores e deve garantir a rápida socialização das informações. 
Tais informações compreendem os problemas a serem resolvidos e os recursos 
disponíveis, com ênfase nos fatores socioeconômicos, no meio ambiente, no 
uso e ocupação do solo, na infraestrutura e mobilidade e na circulação, mas 
não com uma visão isolada, uma vez que estes influenciam uns aos outros. 
Deve constar dessa etapa um amplo registro das informações e um ma-
peamento para dar uma visão espacial dessa interdependência. Por exemplo, 
uma ocupação irregular de APP em encosta de morro não tem apenas impacto 
ambiental negativo: a causa é socioeconômica e geralmente não há infraes-
trutura, regularização da ocupação do solo e saneamento básico. Ademais, o 
risco de desabamento é aumentado por inexistência de drenagem associada 
ao desmatamento. Deve-se examinar em conjunto a isso a legislação urbanís-
tica pertinente, que inclui a Legislação Municipal (leis ambientais, de uso e 
ocupação e parcelamento do solo urbano, de zoneamento, o código de obras 
e edificações, o código de posturas) ambiental Estadual e Federal e estudos 
preexistentes. Essas informações serão usadas na definição de prioridades e 
propostas, mediando conflitos — como o clássico embate entre preservaçãodo meio ambiente e regularização da ocupação irregular — e fazendo escolhas 
quanto a intervenção no problema, mantendo-se a premissa básica do foco no 
direito à individualidade cultural, na ocupação democrática dos espaços e na 
qualidade de vida. Um exemplo desse tipo de aplicação e participação popular 
são os Planos Diretores Cicloviários (PDC), pacíficos e pioneiros, como o de 
Porto Alegre/RS (Figura 1), ou geradores de polêmica entre a comunidade e 
o Poder Público, como o de São Paulo/SP. 
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental8
Figura 1. A ciclovia na orla do Lago Guaíba, em Porto Alegre/RS, alia urbanização, susten-
tabilidade, lazer e apreciação paisagística, em unanimidade entre Poder Público, iniciativa 
privada e população.
Fonte: Diego Grandi/Shutterstock.com. 
A partir dessas informações e seu mapeamento, deve-se escolher os ins-
trumentos de urbanização adequados, dentre os regulamentados pelo EC, 
que podem ser aplicados pelo Poder Público. Por exemplo, havendo demanda 
e infraestrutura, o Município pode lotear terrenos ou construir e/ou utilizar 
edificações subutilizadas de forma compulsória, por força do Plano Diretor. 
Também pode adquirir imóveis visando à regularização e construção de reserva 
fundiária, programas e projetos de interesse social, ordenamento da expansão 
urbana, construção de parques e praças e instalação de equipamentos públicos 
e comunitários, criação de UC e proteção de áreas de interesse histórico-
-cultural. Caso haja demanda e/ou necessidade para tal, o Plano Diretor autoriza 
o Município a liberar, mediante pagamento, a construção acima do índice 
de ocupação ou dar uso distinto ao está estabelecido no Plano Diretor — os 
recursos obtidos só podem ser utilizados para fins de utilidade ao município, 
como a proteção de áreas de interesse ambiental, histórico ou cultural, por 
exemplo. Outro instrumento útil é a formação de consórcio com os donos de 
algumas áreas, moradores, frequentadores e investidores da iniciativa privada 
para fazer alterações estruturais, sociais e/ou ambientais previstas pelo Plano 
Diretor. Essa ação consorciada pode gerar recursos, mas estes só podem ser 
9Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
aplicados pela Prefeitura na sustentabilidade da obra. O Poder Público pode 
realocar o direito de construir de um proprietário de imóvel para outro local, 
ou alienar o potencial construtivo previsto no Plano Diretor na legislação 
urbanística dele decorrente, se o referido imóvel for considerado necessário 
para a instalação de equipamentos urbanos e comunitários, para a preservação 
de patrimônio histórico, ambiental, social ou cultural, para programas de 
regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de 
baixa renda e/ou habitação de interesse social. 
Terminado o trabalho e elaborado o projeto de lei respectivo ao Plano 
Diretor, este vai à audiência pública com o povo, quando será formatado e 
encaminhado à câmara municipal, da forma estabelecida na Lei Orgânica 
Municipal (LOM). Plano Diretor é uma Lei, para tal elaborada e submetida para 
aprovação pela Câmara de Vereadores, devendo ser composto de epígrafe, com 
informações sobre o caráter de lei ordinária ou complementar, número, data, 
ementa (resumo do assunto a ser tratado), autoria, cláusula de promulgação e 
ordem de execução; corpo dividido em títulos, capítulos e seções, e estes com 
seus artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens, tratando dos Plano Diretor 
propriamente dito; e fecho com disposições finais e transitórias, cláusulas de 
vigência e de revogação e assinatura da autoridade. Esse projeto de lei deve 
respeitar o que foi deliberado nas reuniões, como as decisões e instrumentos 
de execução, de uma forma sistemática para que detalhes importa do plane-
jamento sejam esquecidos. É de muita importância a participação popular na 
discussão do Plano Diretor; sua ausência será considerada ato de improbidade 
administrativa.
Sugere-se, por tratar-se de um projeto de Lei, que após aprovação em todas as instâncias 
torne-se Lei Municipal, seguindo a forma do modelo a seguir: 
O Título I pode ser de “Objetivos e Princípios Fundamentais”, com Capítulo I contendo 
“Objetivos”, Capítulo II contendo “Princípios Fundamentais” e Capítulo III contendo 
“Definições”. O Título II pode ser sobre o “Desenvolvimento do Município e Política 
Urbana”, com um Capítulo I de “Proteção Ambiental”, Capítulo II, de “Ordenamento do 
Solo”, Capítulo III do “Uso Social da Propriedade”, Capítulo IV da “Habitação”, Capítulo 
V, da “Ação Social” e Capítulo VI, sobre “Infraestrutura e Serviços”. Título III, de “Plane-
jamento e Participação”, com um Capítulo I cujo assunto seja “Gestão Participativa”, 
Capítulo II de “Sistema de Informações” e Capítulo III sobre “Conselho de Política Urbana”.
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental10
A cidade de Bauru/SP leva a sério o Plano Diretor com a aplicação da Lei Municipal do 
IPTU Progressivo, criada em 2011. É uma medida muito útil, pois, de olho no cumpri-
mento da função social desses imóveis, já notificou 59 imóveis ociosos, a maioria no 
centro da cidade. Os imóveis notoriamente abandonados, sem registro de pagamento 
de IPTU por 3 anos, podem ser “arrecadados” pela Prefeitura, sem custos. Essa Lei 
Municipal de 2013 exige apenas que se notifique o proprietário. São imóveis em área 
residencial propositadamente ociosos para diminuir a oferta e elevar o preço geral 
dos aluguéis, o que configura especulação imobiliária. 
Zoneamento Ambiental para o 
planejamento urbano
A primeira menção na política pública referente a um Zoneamento Ambiental 
ocorreu no II Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico (PND). Este 
plano afirmava ser necessária uma política ambiental que tratasse do meio 
ambiente na área urbana, do levantamento e defesa do patrimônio de recursos 
de natureza e da defesa e promoção da saúde humana. A partir da Constituição 
de 1988, ficou claro, sobre Zoneamento Ambiental, que o direito adquirido 
não inclui um “direito adquirido de poluir”, pois o interesse da coletividade 
supera o interesse particular. Nesse conflito entre o Zoneamento Ambiental 
e o direito de propriedade deve ser lembrado, da PNMA, que o Zoneamento 
Ambiental é um dos instrumentos do poder de polícia administrativa para a 
qualidade de vida da comunidade. Mesmo limitando o direito dos cidadãos, 
garante que a propriedade não seja utilizada da maneira desejada unicamente 
pelo proprietário. Da mesma forma, o Zoneamento Ambiental é principalmente 
um mecanismo obrigatório de desenvolvimento sustentável das cidades, re-
presentado na Agenda 21.
Desse modo, o Zoneamento Ambiental é a divisão do território em áreas 
nas quais os usos são predeterminados, proibindo-se as atividades não pre-
vistas. Uma vez que a PNMA é conservadorista, subentende-se que alguns 
tipos de tipos ou níveis de degradação ambiental não sejam considerados 
graves, podendo-se perceber que não há uma “escala do dano”, de modo que 
a Administração Pública pode arbitrar o que seria um “significativo dano 
ambiental”. Entretanto, independentemente de escalas, a degradação ambiental 
é prejudicial per se, mas não é ilícita, desde que dentro dos padrões fixados na 
11Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
normatização do CONAMA e Agências e Entidades Estaduais e Municipais. 
Isto cria um “direito de poluir”, mesmo que dentro dos limites.
Mesmo com essa fragilidade, o Zoneamento Ambiental é fruto de estudos 
e investigações cuidadosas que levam ao conhecimento sistematizado de 
características, fragilidades e potencialidades do meio. É um estudo técnico 
que proporciona maior poder de decisão aos administradores municipais. Seu 
objetivo continua sendo o aproveitamento da área zoneada por meio de regras 
legais de uso da propriedade a fim de conservar ao máximo e até recuperar a 
qualidade ambiental e de vida da população. 
A permissividade que existe na legislação,que cria esse “direito de poluir”, 
desde que dentro dos limites, é fruto da não regularização do Zoneamento 
Ambiental, pois ele apenas é apontado por instrumento, tanto na PNMA quanto 
no EC. Entretanto, indiretamente, a regularização do Zoneamento Ambiental 
acontece com o Decreto nº 4.297/02 (BRASIL, 2002), que institui o Zoneamento 
Ecológico Econômico (ZEE). Mesmo que exista alguma diferença em relação 
ao ZEE, como ações, instrumentos de planejamento territorial, ou uma política 
de ordenamento territorial, o ZEE seria um equilibrador da conservação do 
meio ambiente, conciliando desenvolvimento e preservação, fundamental para 
a delimitação da localização das diferentes atividades econômicas, baseado 
no dogma do próprio conservadorismo ambiental: a exploração racional dos 
recursos naturais.
É evidente a influência da Mata Atlântica na qualidade de vida de cerca de 70% de 
brasileiros que vivem junto aos remanescentes florestais deste bioma, fonte de recursos 
e de matérias-primas essenciais para a economia do País. 
Com base nisso, a Secretaria do Meio Ambiente de uma pequena cidade catarinense 
assumiu um novo desafio: criar o PMMA — Plano Municipal de Conservação e Recu-
peração da Mata Atlântica de Itapoá. Este Projeto de Lei de Revisão do Zoneamento 
Ecológico Econômico Municipal (ZEE) é o principal instrumento para proteção e uso 
sustentável da floresta, apoiado pela ONU Meio Ambiente (PREFEITURA DE ITAPOÁ, 
2018).
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental12
O Artigo 2o do Decreto no 4.297/02 obriga seguir as medidas e padrões 
de proteção ambiental do ZEE na implantação de planos, obras e atividades 
públicas e privadas para garantir sustentabilidade e a melhoria das condições 
de vida da população (BRASIL, 2002), e consequentemente, a qualidade am-
biental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade. A 
finalidade fundamental do Zoneamento Ambiental é fundamentar as decisões 
dos agentes públicos e privados ligadas aos recursos naturais, permitindo ati-
vidades com respeito ao meio ambiente. Para ter eficiência, é preciso assimilar 
as premissas que consideram a importância ecológica da região, limitações 
e fragilidades dos ecossistemas locais, para fazer valer as normas de uso, 
ou recomendar a transferência das atividades que sejam conflitantes com as 
diretrizes previstas para aquela área. Desse modo, o Zoneamento Ambiental é 
consequência do planejamento preciso iniciado com estudo minucioso anterior 
à instalação das atividades, das características do meio ambiente, da economia 
e comunidade locais. Assim, faz-se cumprir o artigo 5o da Constituição Federal 
pela formatação do direito de propriedade e seu uso.
Apesar de ter sido regulamentado pelo Decreto 4.297/2002, de abrangência 
nacional, o Zoneamento Ambiental é ligado ao Plano Diretor, como refere o 
Estatuto da Cidade. Portanto, é realizado em âmbito municipal, ou seja, sua 
aplicação é local, quando o assunto é política urbana. Por isso deve-se prever 
a participação da sociedade civil na discussão do processo de elaboração, 
implantação e fiscalização desse processo. Isso é muito importante, uma vez 
que o corpo técnico vai elaborar o zoneamento com pleno conhecimento das 
ações desenvolvidas nas regiões abrangidas, o que é necessário para a popu-
lação, a direção da expansão da cidade, as novas tendências econômicas que 
podem surgir ou serem induzidas, entre outros acontecimentos, que compõe 
o mapa deste instrumento democrático do Plano Diretor. 
Da mesma forma que no Plano Diretor, o Zoneamento Ambiental baseia-se 
no amplo conhecimento das características históricas, ecológicas, geológicas 
e socioeconômicas, que são informações essenciais para se estabelecer os 
possíveis riscos de impacto ambiental por região em um município. Portanto, 
o Zoneamento Ambiental acaba sendo realmente caracterizado como instru-
mento do Plano Diretor. Esse fato é tão real que a maioria dos estudos sobre 
zoneamento destacam o caráter preventivo que um Zoneamento Ambiental 
completo tem em relação aos riscos de acidentes causados por intempéries, 
como inundações e deslizamentos de encostas e outros danos comunitários 
e econômicos que ocorrem em consequência da gestão ineficiente ou da 
ocupação irregular do solo. Curitiba, capital do estado do Paraná, conseguiu 
por meio de uma lei de zoneamento bem estruturada reorientar a expansão 
13Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
urbana da cidade, a fim de proteger setores de mananciais (Figura 2). O En-
genheiro Ambiental deve estar consciente da necessidade de lidar com uma 
equipe multidisciplinar eficiente para elaborar um estudo de Zoneamento 
Ambiental completo e inseri-lo no Plano Diretor. A razão disso é que o zo-
neamento restrito ao uso e ocupação do solo urbano não inclui a percepção 
do meio ambiente, privilegiando a propriedade privada e comprometendo os 
interesses da coletividade. Um Zoneamento Ambiental de boa qualidade, ou 
seja, com riqueza de informações e multidisciplinar, compromete-se com o 
caráter ambiental, protegendo os bens coletivos e servindo como referencial 
para o planejamento urbano.
Figura 2. Parque Barigui, em Curitiba/PR — Área de Conservação de manancial.
Fonte: Paulo Vilela/Shutterstock.com.
Temos ainda, de acordo com a Lei 6.803/80, três tipos de zonas (BRASIL, 
1980), a seguir elencadas: Zonas de Uso Estritamente Industrial, Predominan-
temente Industrial e Diversificado. A Zona de Uso Estritamente Industrial é 
onde ficam os estabelecimentos industriais que podem causar risco ambiental, 
à saúde ou à segurança da população. Necessitam de local que assimile o 
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental14
impacto causado, infraestrutura e serviços adequados a sua operação segura 
e que consigam cultivar anéis verdes de isolamento no entorno. A Zona de Uso 
Predominantemente Industrial tem uma vocação similar, mas seus impactos 
são controláveis, preferencialmente com uma Área de Proteção Ambiental 
implícita. Zona de Uso Diversificado é a zona onde podem se instalar industrias 
cujas atividades são compatíveis com o meio urbano ou rural, sem causar 
riscos à saúde, ao bem-estar e à segurança da comunidade (geralmente são 
indústrias de processamento da produção local).
A Lei nº 9.985/2000 (BRASIL, 2000), que estabelece o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), prevê ainda a categoria de 
Áreas de Preservação Ambiental (APA), que é uma Unidade de Conservação 
(UC) compatível com a propriedade privada, mas fortemente enraizada no 
conceito de sustentabilidade. Essa lei (BRASIL, 2000) a define como uma área 
extensa com recursos ecológicos e relativamente preservados, e com alguma 
ocupação humana. Suas características são únicas, pois é destinada ao uso 
sustentável, sendo criada pelo poder público com participação da comunidade, 
em áreas públicas, privadas ou ambas, e gerenciada por um conselho que tem 
características de fórum de debates.
Por suas características, a constituição de uma APA necessita de um Zonea-
mento Ambiental que institui as normas de uso de acordo com as características 
ecológicas, urbanísticas, socioeconômicas, culturais e produtivas. Também é 
necessário um Zoneamento Econômico Ecológico para que seja gerenciada.
Para o Plano de gestão de uma APA, são necessários um Quadro socioam-
biental/Diagnóstico, Quadro Lógico do Plano ou Matriz de Planejamento, Zo-
neamento Ambiental, Programas de Ação, Sistema de Gestão e Procedimentos 
de Monitoria e Avaliação. Então, nesse caso, temos o Zoneamento Ambiental 
em destaque por seu caráter preservacionista, enquanto num Zoneamento 
Econômico Ecológico verificamos um direcionamento mais econômico. 
Com base na falta de participação da comunidade, o Ministério Público de São Paulo 
interrompeu a discussão do projeto da Lei de Zoneamento e determinou o recomeço 
das discussões a partir da estaca zero.
Isso ocorreu porque havia “intensa interlocução” apenas com o setorimobiliário, 
deixando sem informações órgãos da própria Prefeitura, órgãos de controle, entidades, 
15Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
movimentos e associações ligados às questões urbana e ambiental, caracterizando 
flagrante conflito de interesses.
A Prefeitura defende que a produção imobiliária está impactada pela crise econômica, 
e que pretende recuperar o Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) com o uso 
da outorga onerosa. Defende também que, diminuindo a porcentagem mínima de 
construção de habitação de interesse social (HIS), vai aumentar a produção (CHIEESA; 
UNGARETTI, 2018).
Leia mais sobre esse assunto polêmico de aplicação dos conhecimentos adquiridos 
em:
https://goo.gl/mvYksP 
1. O planejamento ambiental é 
a chave do desenvolvimento 
sustentável pregado na Agenda 
21, ou seja, o encontro do 
desenvolvimento socioeconômico 
com a conservação do meio 
ambiente, com utilização racional 
dos recursos naturais. Sobre esse 
assunto, assinale a alternativa correta.
a) O Estatuto da Cidade estabelece 
tanto o planejamento urbano 
quanto o ambiental dentro 
do limite municipal e institui 
o planejamento urbano-
rural para municípios onde 
a área rural é significativa.
b) O desafio do planejamento 
ambiental é conectar o meio 
ambiente à vida urbana, aliando 
planejamento das cidades e 
suas zonas rurais, conservação 
racional do meio ambiente 
e melhoria da qualidade 
de vida da população.
c) O Estatuto da Cidade prevê 
o planejamento urbano em 
cidades com mais de 85% de 
urbanização, desde que o Plano 
Diretor preveja 15% de APA.
d) O planejamento econômico 
ecológico é um instrumento 
do Governo Estadual para ligar 
os planejamentos ambientais 
municipais, visando também 
o uso racional dos recursos 
ambientais pregado pelo PNMA.
e) O planejamento ambiental 
é específico para o 
planejamento urbano através 
da regulamentação de APAs.
2. A Lei nº 11.997/09 definiu a 
regularização fundiária como 
instrumento do Plano Diretor 
caracterizando-a como conjunto 
de medidas ambientais para 
regularização de assentamentos 
informais, portanto:
a) tem poder, como instrumento 
do Plano Diretor, de realizar 
transferências emergenciais de 
forma compulsória, ressaltando 
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental16
que essas devem ser tomadas 
em um prazo de 5 anos.
b) não tem poder de regularização 
de comunidades autoinstaladas 
dentro de áreas de APP. Para 
isso, precisa do Zoneamento 
Econômico Ecológico (ZEE).
c) tem forte reflexo na 
regularização fundiária e na 
instalação do saneamento básico 
de comunidades de baixa renda.
d) é uma medida municipal, 
cabendo ao poder público o 
poder decisório, aprovação 
de medidas e a execução sem 
interferência de terceiros.
e) não pode promover justiça 
social com assentamentos nas 
áreas urbanizadas — obriga a 
urbanizar em áreas livres, apenas.
3. Os instrumentos urbanísticos 
disponíveis para a execução do 
Plano Diretor têm por função a 
ordenação e o controle do uso 
do solo, evitando a retenção 
especulativa de imóvel urbano. 
Sobre esses instrumentos, 
marque a opção correta.
a) Os instrumentos, considerando 
a existência de infraestrutura 
e demanda para o uso 
de imóveis, previnem a 
subutilização ou não utilização.
b) O Município tem preferência na 
aquisição de terrenos, mas não 
pode agir de forma compulsória.
c) Ao exercer o direito de 
preempção, o Município 
pode especular com as 
propriedades adquiridas de 
maneira a valorizá-las.
d) O Plano Diretor dita uma 
grandeza chamada coeficiente 
básico de aproveitamento, 
que é constante e absoluto, ou 
seja, não pode ser mudado.
e) Por força da PNMA e da Política 
Agrícola Nacional, não se 
pode alterar o uso do solo.
4. O zoneamento ambiental, 
regulamentado pelo Decreto nº 
4.297/2002, instituiu o Zoneamento 
Ecológico Econômico (ZEE) e 
se baseia no conhecimento das 
informações essenciais para 
se estabelecer os possíveis 
riscos de impacto ambiental 
por região em um município. 
Sobre esses instrumentos, 
marque a opção correta.
a) O zoneamento ambiental é a 
divisão do território em áreas 
de preservação nas quais os 
usos são predeterminados, 
mas com flexibilidade na 
execução das atividades que 
não estejam previstas.
b) A Constituição de 1988 permite 
interpretações que criam um 
“direito adquirido de poluir” 
por empresas estatais, que são 
patrimônio público — nesse 
caso, o interesse da coletividade 
supera o interesse particular.
c) O objetivo do zoneamento 
ambiental é o aproveitamento 
econômico da área zoneada 
através de regras legais de uso 
da propriedade, para conservar 
a qualidade ambiental.
d) ZEE é um conjunto opcional 
de medidas e padrões de 
proteção ambiental para a 
implantação de planos, obras e 
atividades públicas e privadas no 
interesse da sustentabilidade.
e) Apesar de ter sido 
regulamentado pelo Decreto 
17Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
nº 4.297/2002, de abrangência 
nacional, o zoneamento 
ambiental é ligado ao Plano 
Diretor, como se refere o 
Estatuto da Cidade, portanto é 
realizado em âmbito municipal, 
ou seja, sua aplicação é local.
5. A Lei nº 9.985/2000 estabelece a 
categoria de Áreas de Preservação 
Ambiental (APA), uma Unidade 
de Conservação (UC) fortemente 
enraizada no conceito de 
sustentabilidade. Sobre esse 
conceito, assinale a opção correta.
a) A Resolução CONAMA 10/1988 
determina ser dispensável 
um Zoneamento Econômico 
Ecológico (ZEE) para que 
uma Área de Proteção 
Ambiental seja gerenciada.
b) Como foi criada pelo poder 
público, cabe à secretaria 
do meio Ambiente ou à 
Entidade substitutiva municipal 
seu gerenciamento.
c) Não é permitida a implantação 
de APA em áreas privadas, 
pois se trata de patrimônio 
ambiental de uso racional.
d) APA é uma UC compatível 
com a propriedade privada, já 
que a Lei que a define prevê 
a possibilidade de alguma 
ocupação humana, desde 
que não impactante.
e) Por ser um caso especial de 
APP, a Lei a define como uma 
área extensa com recursos 
ecológicos intocados.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
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Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento 
Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 11 jul. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 3 jul. 1980. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6803.htm>. Acesso em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I, 
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Con-
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental18
servação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
19 jul. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. 
Acesso em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da 
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 jul. 2001. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 16 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos; alteraa Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 ago. 2010. Disponível em:<http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 16 jul. 2018.
BRASIL. Ministério das Cidades. Conselho Nacional das Cidades. Resolução reco-
mendada nº 34 de 01 de julho de 2005 alterada pela resolução recomendada nº 
164 de 26 de março de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, seção 1, p. 89, 14 jul. 
2005. Disponível em: <http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosCidades/
ArquivosPDF/Resolucoes/resolucao-34-2005_alterada.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Ministério das Cidades. Conselho Nacional das Cidades. Resolução recomen-
dada nº 164, de 26 de março de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 202, seção 
1, p. 64, 20 out. 2014. Disponível em:<http://www.lex.com.br/legis_26081052_RE-
SOLUCAO_RECOMENDADA_N_164_DE_26_DE_MARCO_DE_2014.aspx>. Acesso 
em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira. Brasília, DF, 2004. Dispo-
nível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/
agenda-21-brasileira>. Acesso em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instrumentos de planejamento. Brasília, DF, 14 
maio 2012a. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/plane-
jamento-ambiental-urbano/itemlist/category/62-planejamento-ambiental-urbano>. 
Acesso em: 16 jul. 2018.
CHIEESA, M.; UNGARETTI, D. O que levou a revisão da Lei de Zoneamento ao judiciário 
paulista? Observa SP, São Paulo, 26 mar. 2018. Disponível em: <https://observasp.wor-
dpress.com/2018/03/26/o-que-levou-a-revisao-da-lei-de-zoneamento-ao-judiciario- 
paulista/>. Acesso em: 17 jul. 2018.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Cidades inteligentes saem da teoria para a prática na Europa. 
[S. l.], 12 jun. 2018. Disponível em: <http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/
noticia.php?artigo=cidades-comecam-ficar-inteligentes-europa&id=010125180612&
ebol=sim#.W01RiNVKjIW>. Acesso em: 16 jun. 2018.
MORAES, T. Prefeitura já notificou 59 imóveis ociosos na lei do IPTU progressivo. 
Jornal da Cidade, Bauru, 1 fev. 2018. Disponível em: <https://www.jcnet.com.br/Poli-
tica/2018/02/prefeitura-ja-notificou-59-imoveis-ociosos-na-lei-do-iptu-progressivo.
html>. Acesso em: 17 jul. 2018.
19Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental
OLIVEIRA, N. Pelotas (RS) tem novo patrimônio. Brasília in foco news, Brasília, 16 maio 
2018. Disponível em: <http://brasiliainfoconews.com.br/pelotas-rs-tem-novo-patri-
monio/>. Acesso em: 17 jul. 2018.
PREFEITURA DE ITAPOÁ. Prefeitura convida para as oficinas do Plano da Mata Atlântica 
e do Zoneamento Ecológico Econômico. Itapoá, 11 jun. 2018. Disponível em: <http://
www.itapoa.sc.gov.br/noticias/index/ver/codNoticia/487637/codMapaItem/18565>. 
Acesso em: 17 jul. 2018.
RECIFE. Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. CB27: casos de 
sucesso da gestão ambiental urbana no Brasil. Recife, 23 mar. 2016. Disponível em: 
<http://meioambiente.recife.pe.gov.br/sites/default/files/midia/arquivos/pagina- 
basica/casos_de_sucesso_da_gestao_ambiental_urbana_no_brasil.pdf>. Acesso 
em: 17 jul. 2018.
Gestão ambiental: planejamento territorial e ambiental20
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é um conceito diferenciado de povoamento que surge 
no capítulo 7 da Agenda 21, definida na Rio-92, tornando relevante a oferta democrática de 
habitação e o assentamento humano sustentável, com cuidado especial para áreas com risco de 
desastre. Reforça esse conceito o fato de essas áreas estarem sob proteção legal preexistente, 
pois o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), protege áreas de margem de cursos d’água, 
encostas com inclinação maior que 45°.
Portanto, uma ZEIS não é estudada e planejada, é caótica, e seu planejamento se dá de forma 
paliativa, pois a situação real é que esse tipo de plano sempre é criado após a invasão humana de 
APP, por força de sobrevivência. Ou seja, as ZEIS são mais que componentes urbanos, são 
instrumentos de resgate do bem-estar das pessoas e da preservação do meio ambiente.
São ferramentas importantes para a construção de cidades sustentáveis.
Veja nesta Dica do Professor uma dica de atuação do engenheiro ambiental. 
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EXERCÍCIOS
1) O planejamento ambiental é a chave do desenvolvimento sustentável pregado na 
Agenda 21, ou seja, o encontro do desenvolvimento socioeconômico com a 
conservação do meio ambiente, com utilização racional dos recursos naturais. Sobre 
esse assunto, assinale a alternativa correta.
A) O Estatuto da Cidade estabelece tanto o planejamento urbano quanto o ambiental dentro 
do limite municipal e institui o planejamento urbano-rural para aqueles municípios onde a 
área rural é significativa.
O desafio do planejamento ambiental é conectar o meio ambiente à vida urbana, aliando 
planejamento das cidades e suas zonas rurais e conservação racional do meio ambiente e 
B) 
melhoria da qualidade de vida da população.
C) O Estatuto da Cidade prevê o planejamento urbano em cidades com mais de 85% de 
urbanização, desde que o Plano Diretor preveja 15% de APA.
D) O Planejamento Econômico Ecológico é um instrumento do Governo Estadual para ligar 
os Planejamentos Ambientais Municipais, visando também ao uso racional dos recursos 
ambientais pregado pelo PNMA.
E) O planejamento ambiental é específico para o planejamento urbano por meio da 
regulamentação de APAs.
2) A Lei no 11.997/09 definiu a regularização fundiária como instrumento do Plano 
Diretor, caracterizando-a como conjunto de medidas ambientais para regularização 
de assentamentos informais, portanto:
A) tem poder, como instrumento do Plano Diretor, de realizar transferências emergenciais de 
forma compulsória, ressaltando que estas devem ser tomadas em um prazo de cinco anos.
 
B) não tem poder de regularização de comunidades autoinstaladas dentro de APP, para isso 
precisa do Zoneamento Econômico Ecológico.
C) tem forte reflexo na regularização fundiária e na instalação do saneamento básico de 
comunidades de baixa renda.
D) é uma medida municipal, então, cabe ao Poder Público o poder decisório, a aprovação de 
medidas e, após, a execução sem interferência de terceiros.
E) não pode promover justiça social com assentamentos nas áreas urbanizadas – obriga a 
urbanizar em áreas livres, apenas.
3) Os instrumentos urbanísticos disponíveis para a execução do Plano Diretor têm por 
função a ordenação e o controle do uso do solo, evitando a retenção especulativa de 
imóvel urbano. Sobre esses instrumentos, é correto afirmar que:
A) os instrumentos, considerando a existência de infraestrutura e demanda para o uso de 
imóveis, previnem a subutilização ou não utilização.
B) o município tem preferência na aquisição de terrenos, mas não pode agir de forma 
compulsória.
C) ao exercer o direito de preempção, o município pode especular com as propriedades 
adquiridas de maneira a valorizá-las.
D) o Plano Diretor dita uma grandeza chamada coeficiente básico de aproveitamento, que é 
constante e absoluto, ou seja, não pode ser mudado.
E) da mesma forma, por força da PNMA e da Política Agrícola Nacional, não se pode alterar 
o uso do solo.
4) O Zoneamento Ambiental, regulamentado pelo Decreto no 4.297/2002, o mesmo que 
instituiu o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), se baseia no conhecimento das 
informações essenciais para estabelecer os possíveis riscos de impacto ambiental por 
região em um município. Sobre esses instrumentos, é correto afirmar que:
A) o Zoneamento Ambiental é a divisão do território em áreas de preservação nas quais os 
usos são predeterminados, mas com flexibilidade na execução das atividades que não 
estejam previstas.B) a Constituição de 1988 permite interpretações que criam um “direito adquirido de poluir” 
por empresas estatais, que são patrimônio público e, nesse caso, o interesse da coletividade 
supera o interesse particular.
C) o objetivo do Zoneamento Ambiental é o aproveitamento econômico da área zoneada por 
meiode regras legais de uso da propriedade, para conservar a qualidade ambiental.
D) ZEE é um conjunto opcional de medidas e padrões de proteção ambiental para a 
implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas no interesse da 
sustentabilidade.
E) apesar de ter sido regulamentado pelo Decreto no 4.297/2002, de abrangência nacional, o 
Zoneamento Ambiental é ligado ao Plano Diretor, como se refere o Estatuto da Cidade, 
portanto, é realizado em âmbito municipal, ou seja, sua aplicação é local, quando o assunto 
é política urbana.
5) A Lei no 9.985/2000 estabelece a categoria de Áreas de Preservação Ambiental 
(APA), uma Unidade de Conservação (UC) fortemente enraizada no conceito de 
sustentabilidade. Sobre esse conceito, analise as afirmações a seguir e assinale a mais 
correta.
A) A Resolução CONAMA no 10/1988 determina ser dispensável um Zoneamento 
Econômico Ecológico (ZEE) para que uma Área de Proteção Ambiental seja gerenciada.
B) Como foi criada pelo Poder Público, cabe à Secretaria do Meio Ambiente ou à entidade 
substitutiva municipal seu gerenciamento.
C) Não é permitida a implantação de APA em áreas privadas, pois se trata de patrimônio 
ambiental de uso racional.
D) APA é uma UC compatível com a propriedade privada, já que a lei que a define prevê a 
possibilidade de alguma ocupação humana, desde que não impactante.
E) Por ser um caso especial de APP, a lei a define como uma área extensa com recursos 
ecológicos intocados.
NA PRÁTICA
O Estatuto da Cidade, no § 2º do art. 41, determina que seja elaborado um plano de transporte 
integrado, compatível com o Plano Diretor, ou nele inserido em cidades com mais de 500 mil 
habitantes, em preocupação com a ordenação e o desenvolvimento urbanos e a preservação 
ambiental. Qualquer alteração no Plano Diretor deve ser aprovada em conjunto com a 
comunidade.
O direito de preempção é o direito de preferência dado ao Poder Público na compra de imóveis, 
quando esses imóveis forem necessários para a realização de ações urbanísticas, ordenamento e 
direcionamento da expansão urbana, evitando a especulação imobiliária e possibilitando a 
reurbanização. A outorga onerosa do direito de construir é um instrumento do Plano Diretor que 
permite que se construa e negocie imóveis de vocação diferente do preestabelecido, 
possibilitando mudanças de áreas residenciais para comerciais, por exemplo.
Veja como o engenheiro Paulo, preocupado com as questões ambientais e urbanas de sua 
cidade, entra de cabeça no debate do Plano Diretor Participativo de sua cidade. Quais suas 
propostas? Como resolveu os problemas?
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Casos de sucesso da gestão ambiental urbana no Brasil.
Neste artigo, você saber que o Brasil tem vários municípios que estão assumindo seu papel de 
protagonistas como cidades sustentáveis? Isso mesmo, temos vários casos de sucesso em 
Planejamento Urbano e Ambiental. Na Rio+20, se falou a primeira vez do papel da cidade como 
protagonista do desenvolvimento urbano sustentável, que antes ficava a cargo do Governo 
Federal, que criava programas e projetos, mas não estava lá no dia a dia. Lá surgiu o Fórum das 
27 Secretarias de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras – CB27.
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Prefeitura já notificou 59 imóveis ociosos na lei do IPTU progressivo
Neste site, você vai conhecer porque a cidade de Bauru/SP leva a sério o Plano Diretor com a 
aplicação da Lei Municipal do IPTU Progressivo, criada em 2011, que só ano passado começou 
a ser aplicada. Porém, é uma medida muito útil, pois de olho no cumprimento da função social 
desses imóveis, já notificou 59 imóveis ociosos, a maioria no centro da cidade. Os imóveis 
notoriamente abandonados, sem registro de pagamento de IPTU por três anos, podem ser 
“arrecadados” pela Prefeitura, sem custos. Essa Lei Municipal de 2013 exige apenas que se 
notifique o proprietário. São imóveis em área residencial propositadamente ociosos para 
diminuir a oferta e elevar o preço geral dos aluguéis, o que é especulação imobiliária.
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O que levou à revisão da Lei de Zoneamento ao Judiciário paulista?
Com base na falta de participação da comunidade, afinal, o Plano Diretor é participativo, o 
Ministério Público São Paulo interrompeu a discussão do projeto da Lei de Zoneamento e 
mandou recomeçar do zero. O que aconteceu foi que havia “intensa interlocução” apenas com o 
setor imobiliário, deixando sem informações órgãos da própria Prefeitura, órgãos de controle, 
entidades, movimentos e associações ligados às questões urbana e ambiental, caracterizando 
flagrante conflito de interesses. A Prefeitura defende que a produção imobiliária está impactada 
pela crise econômica, que pretende recuperar o Fundo de Desenvolvimento Urbano 
(FUNDURB) com o uso da outorga onerosa, e que, diminuindo a porcentagem mínima de 
construção de habitação de interesse social (HIS), vai aumentar a produção.
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Risco e controle ambiental: saneamento e 
saúde pública
APRESENTAÇÃO
Saneamento básico pode ser entendido como um conjunto de serviços, infraestrutura e 
instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza e drenagem 
urbanas, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. A Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 
2007, conhecida como Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, ou simplesmente 
Lei do Saneamento Básico, reconhece os serviços que compõem o saneamento básico e as 
razões do atraso no Plano Nacional de Saneamento Básico, construindo alternativas para a 
correção da defasagem.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os principais aspectos que permeiam a tênue 
relação entre saneamento básico e saúde pública, além de entender como a falta de saneamento 
ou saneamento inadequado podem afetar a qualidade de vida da população e de que forma o 
engenheiro ambiental pode contribuir com essa questão.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os conceitos de saneamento básico e saúde pública.•
Relacionar os riscos da falta de saneamento básico para a saúde pública.•
Descrever métodos de controle ambiental vinculados ao saneamento e à saúde pública.•
DESAFIO
O saneamento básico tem um forte componente cultural e educacional, e sua ausência ou falta 
de qualidade golpeia diretamente o bem-estar social da comunidade. No Brasil, a falta ou 
ausência de qualidade de saneamento é o principal problema de saúde pública e ambiental. 
Devido às disparidades sociais, acompanhadas de diferenças na qualidade dos serviços de 
saneamento, o assunto também pode ser de interesse do terceiro setor, que, historicamente, vem 
direcionando suas ações de ajuda e preservação ao desenvolvimento de comunidades locais, de 
forma a estimular sua participação em campanhas de esclarecimento e educação ambiental.
Nesse contexto, você, que é um excelente engenheiro ambiental com vasta experiência em 
saneamento básico, recebeu a seguinte demanda.
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A partir da análise da situação da cidade, liste as ações que devem ser realizadas para resolver o 
problema de saneamento ambiental na cidade de Encrencorama.
INFOGRÁFICO
ETEs são uma das alternativas mais comuns para o tratamento da drenagem domissanitária de 
uma cidade. São diversas etapas de filtragem, que incluem peneiras,substratos granulosos, 
como areia, e até mesmo tratamento químico e biológico.
A coleta e o tratamento da drenagem urbana, uma das medidas primordiais do saneamento 
básico, traz melhorias diretas na saúde pública, pois evita o contato das pessoas com agentes 
infecciosos causadores das doenças de veiculação hídrica. 
Veja, no infográfico a segui as etapas dessa metodologia.
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CONTEÚDO DO LIVRO
Há uma tênue relação entre saneamento básico e saúde pública. A falta de saneamento ou 
saneamento inadequado pode afetar a qualidade de vida da população. O saneamento básico e a 
saúde pública estão intimamente relacionados às medidas de contenção das formas de 
contaminação por material orgânico que produzimos, pois contribuem para impedir que os 
rejeitos causados pela população contaminem os cidadãos.
No capítulo Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública, da obra Meio ambiente, 
você verá a importância do saneamento básico para a saúde pública. Além disso, será analisada 
a Legislação referente ao saneamento básico e à saúde pública como obrigações do Estado, e até 
onde ele pode intervir como fornecedor e fiscalizador. Também, serão discutidos os principais 
riscos à saúde pública relacionados à falta de saneamento básico e como esses atingem o bem-
estar coletivo da população. Por fim, será apresentado o papel do engenheiro ambiental nas 
ferramentas de controle ambiental, principalmente as que recaem direta e indiretamente sobre o 
saneamento básico, discutindo alternativas de intervenção em sua melhoria e, 
consequentemente, seu reflexo na saúde pública.
MEIO 
AMBIENTE
Anderson Pires
 
Risco e controle 
ambiental: saneamento 
e saúde pública
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os conceitos de saneamento básico e saúde pública.
 � Relacionar os riscos da falta de saneamento básico para a saúde 
pública.
 � Descrever métodos de controle ambiental vinculados ao saneamento 
e à saúde pública.
Introdução
Este capítulo trata sobre a tênue relação entre saneamento básico e saúde 
pública e sobre como a falta de saneamento, ou o saneamento inade-
quado, pode afetar a qualidade de vida da população. Vamos analisar a 
legislação referente ao saneamento básico e à saúde pública como obriga-
ções do Estado, e até que ponto o Estado pode intervir como fornecedor 
e como fiscalizador. Vamos discutir os principais riscos à saúde pública 
relacionados à falta de saneamento básico e como atingem o bem-estar 
coletivo da população. Por fim, vamos conhecer o papel do engenheiro 
ambiental nas ferramentas de controle ambiental, principalmente as que 
recaem direta e indiretamente sobre o saneamento básico, discutindo 
alternativas de intervenção em sua melhoria e, consequentemente, seu 
reflexo na saúde pública. 
Importância do saneamento básico 
na saúde pública
A primeira definição de saneamento, de acordo com a Organização Mundial 
da Saúde (OMS), trata do controle dos fatores ambientais da nossa espécie que 
prejudicam ou possam prejudicar o nosso bem-estar, e o que faz determinado 
lugar melhorar a qualidade de vida e a saúde da população, fornecendo condi-
ções, no mínimo, adequadas, e/ou evitando prejuízos a esse bem-estar. Assim, 
podemos afirmar que o saneamento básico é um serviço. Contudo, precisa que 
algum órgão, entidade ou empresa execute as atividades relacionadas a esse 
serviço, de forma a garantir que seus clientes, no caso a população, recebam 
serviços de qualidade e usufruam de seus efeitos benéficos. Por ser um serviço 
essencial, como veremos neste capítulo, a prioridade é que seja executado, não 
importa se por uma empresa pública municipal, estadual ou federal, ou privada, 
com ou sem fins lucrativos — o importante é que o serviço seja prestado. 
A OMS conceitua saúde pública de forma autonômica em relação à saúde 
individual ou privada, ou seja, como “a ciência e a arte de promover, proteger 
e recuperar a saúde, por meio de medidas de alcance coletivo e de motivação 
da população” (SILVA JÚNIOR, 2013, p. 2), incluindo as ações direcionadas 
para a solução dos problemas diretos ou indiretos da saúde popular, como 
as questões ambientais, de saneamento básico, socioeconômicas e culturais, 
incluindo a medicina preventiva e sanitarista. Assim, entende-se o conjunto 
de medidas objetivas de prevenção e controle de enfermidades, de forma a 
garantir a saúde privada de todos e cada um dos membros de uma coletividade, 
como uma alavanca impulsionadora do progresso e da coesão nacional.
O saneamento básico, então, é o conjunto de atividades ligadas ao afas-
tamento de nossos dejetos e rejeitos ou, de certa forma, um tipo de apoio 
logístico. Portanto, atividades que levem adiante o que rejeitamos, bem como 
equipamentos, sistemas e técnicas associadas, fazem parte do saneamento 
básico. Assim, podemos relacionar o saneamento básico com a drenagem 
urbana e o tratamento de esgoto doméstico e industrial, de resíduos sólidos 
urbanos (RSU) e de resíduos industriais, e com a limpeza urbana. Contudo, 
saneamento básico não se refere apenas ao controle de rejeitos, mas ao controle 
das entradas, como o fornecimento de água potável e a garantia de alimentos 
livres de contaminação. Ainda, como a função do saneamento básico é ga-
rantir a saúde pública, o controle de doenças, vetores e pragas também deve 
ser incluído no rol de serviços. Finalmente, temos o esgotamento pluvial, 
pois alagamentos e estiagens também influenciam o bem-estar da população. 
De fato, a Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, ou Lei do 
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública2
Saneamento Básico (n. 11.445/2007), define saneamento básico como um con-
junto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento 
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos 
de resíduos sólidos e de águas pluviais, de responsabilidade dos governos 
Municipal, Estadual e Federal, porém afirma que o planejamento e a execução 
devem ser feitos pelo município, podendo ser contratada uma concessionária 
pública e/ou privada para a prestação dos serviços (BRASIL, 2007).
Problemas de gestão atrasarão o cumprimento da agenda governamental de sa-
neamento no País: o atraso no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), 
admitido pelo Governo, deve-se ao andamento das obras e à falta de compromisso 
das gestões responsáveis.
O PLANSAB tinha como meta atender a 90% do território nacional até 2033. Porém, um 
estudo privado que analisava os investimentos detectou um déficit de quase 50% em 
relação ao mínimo necessário anualmente para se atingir a meta governamental que, 
nesse ritmo, terá um atraso de quase 20 anos. Leia mais em (GO ASSOCIADOS, 2017): 
https://goo.gl/GhSoCD
Mesmo antes dessa lei, a Constituição Federal de 1988 já garantia a saúde, 
o meio ambiente equilibrado e uma vida digna como direitos fundamentais 
do brasileiro — e o saneamento básico é fundamental para garantir esses 
direitos. O Artigo 21 (BRASIL, 1988) delega ao Governo Federal a elaboração 
das diretrizes para o saneamento básico, enquanto, conforme o Artigo 24 
(BRASIL, 1988), os Governos Estaduais também podem tratar da preserva-
ção ambiental e do controle da poluição, à medida que os municípios podem 
interferir localmente nas leis estaduais e federais.
O saneamento básico tem um forte componente cultural e educacional, e 
sua ausência ou falta de qualidade golpeia diretamente o bem-estar social. 
Assim, é normal considerá-lo como um bom indicador socioeconômico, o 
que justifica o interesse do poder público em regular e garantir os serviços 
relacionados a políticas que garantam a qualidade desses serviços. No Brasil, 
a falta ou ausência de qualidade de saneamento é o principal problema de 
saúde pública e ambiental. Devido às disparidades sociais, acompanhadas de 
diferenças na qualidadedos serviços de saneamento, o assunto também pode 
3Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
ser de interesse do terceiro setor que, historicamente, vem direcionando suas 
ações de ajuda e preservação ao desenvolvimento de comunidades locais, 
de forma a estimular sua participação em campanhas de esclarecimento e 
educação ambiental.
O relatório da OMS (WORLD HEALTH ORGANIZATION; UN-WATER, 
2014), UN-water global analysis and assessment of sanitation and drinking-
-water (GLAAS) 2014 — report, informa que a proporção de investimento 
em água e saneamento e gastos em saúde é de 1 para 4,3, ou seja, a cada 
dólar investido em saneamento, economizam-se US$ 4,3 em saúde. O mesmo 
relatório coloca, ainda, números estarrecedores: 2,5 bilhões de pessoas não 
têm acesso ao saneamento básico, e 1 bilhão não usa banheiros (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION; UN-WATER, 2014). Entretanto, infelizmente, 
não há tanto investimento, e o comprometimento financeiro ainda é multo alto.
Conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) (NAÇÕES 
UNIDAS DO BRASIL, 2014), essa proporção é de US$ 10 de economia 
em saúde para cada US$ 4 investidos em saneamento, e saúde preventiva e 
educação devem estar relacionadas a esse assunto em qualquer programa. 
Saneamento sem educação, sem inclusão social, não funciona, não acaba com 
as doenças, e apenas cuidados com o lençol freático não são suficientes para 
resolver esses problemas, já que o uso de água contaminada traz outra série 
de doenças associadas.
Outro gargalo na perda desses recursos é a contaminação dos mananciais, 
o que causa um efeito cumulativo, aumentando os custos de tratamento, e onde 
não há tratamento, aumenta a incidência de doenças relacionadas. Ou seja, é 
necessário melhorar a drenagem urbana e a disposição dos RSU e industriais 
de maneira ambientalmente adequada, para que a contaminação da captação 
de água diminua e para que haja economia no tratamento de água, além de 
todos os seus efeitos benéficos. Esse investimento gera economia de recursos. 
Ao saneamento básico deve ser delegada prioridade, pois se trata de neces-
sidade básica para a sobrevivência, o bem-estar e o desenvolvimento. Portanto, 
investimentos em estações de tratamento, redes e malhas são prioritários, pois 
a melhoria da qualidade de vida previne o surgimento de outros problemas de 
resolução mais difícil (Figura 1). 
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública4
Figura 1. Problemas de saneamento básico em São Paulo causam poluição do Rio Tietê e 
aumentam o custo do tratamento de água.
Fonte: Jaboticaba Fotos/Shutterstock.com. 
Impacto do saneamento básico na saúde
Como vimos, saneamento básico eficiente corresponde à melhoria na saúde 
pública. Sem entrar no mérito financeiro, ficou evidente que essa melhoria 
afeta a qualidade de vida. Podemos salientar três efeitos da falta de saneamento 
básico com influência direta na saúde pública: a contaminação por agentes 
patogênicos, causada pela ingestão/uso de água contaminada ou de alimentos 
contaminados durante a produção; a convivência ou o contato direto com 
água não tratada na área domiciliar; e a presença de RSU no entorno da área 
domiciliar, favorecendo a presença de animais vetores e de contaminação direta.
Pelos dados apresentados, há uma defasagem clara no saneamento ambiental 
do País relacionada, principalmente, à falta de investimentos e vontade pública, 
bem como à degradação do sistema de ensino. Esses fatores reunidos propiciam 
o contato do esgoto domissanitário com os mananciais ou com as pessoas, no 
caso de esgoto não drenado. Depósitos irregulares ou mal gerenciados também 
contribuem com essa contaminação, pois a fermentação dos resíduos orgânicos 
produz um lixiviado, denominado chorume, que se intensifica em volume se há 
exposição a intempéries. Podemos adicionar, ainda, o gerenciamento ineficiente 
5Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
ou a ausência de gerenciamento de lixo hospitalar e industrial. Se considerar-
mos apenas a contaminação biológica, colocando de lado as contaminações 
físicas e químicas, temos uma vasta fonte de microrganismos, protozoários 
e fungos para serem ingeridos ou transportados por insetos, roedores e aves 
— a situação é calamitosa. É consenso mundial que as doenças relacionadas 
à deficiência no saneamento atingem mais as crianças, principalmente as de 
veiculação hídrica (infecções intestinais, cólera, febre tifoide, poliomielite, 
disenteria amebiana, esquistossomose e shigelose), geralmente diarreicas que, 
associadas à desidratação consequente, tornam-se responsáveis por quase 90% 
dos óbitos infantis. O inverso também é válido: o acesso à água encanada e 
à drenagem urbana diminui os índices negativos. Estudos feitos no Brasil 
demonstram a relação entre educação, pobreza e saneamento como fatores 
mais relevantes para a mortalidade infantil. 
Nesse quadro, constata-se que pouco mais da metade da população brasileira 
tem acesso ao tratamento de esgoto sanitário; logo, constata-se que a outra 
parte vive em, pelo menos, uma das situações anteriormente elencadas. As 
desigualdades sociais agravam esse quadro, pois vemos uma desproporção no 
acesso ao tratamento de esgotos entre as regiões Norte e Sudeste, de 90 para 
17%. As doenças relacionadas incidem proporcionalmente a esses índices, 
demonstrando clara correlação. Um estudo que relacionou as deficiências dos 
serviços de saneamento básico no País com o número de consultas, internações 
e óbitos registrados na década passada encontrou, em média, 13.500 mortes 
anuais. No mesmo período, foram constatadas médias anuais de mais de 450 
mil notificações compulsórias, custando mais de R$ 30 milhões em consultas 
médicas, somadas a quase 760 mil internações hospitalares, com um custo 
de mais de R$ 2 bilhões relacionadas a doenças causadas por problemas de 
saneamento básico.
A pesquisa relacionou esses custos a uma população de 190,7 milhões de 
pessoas em 2010, com os custos do final da década passada. A população 
atual é de quase 213,4 milhões, distribuída de maneira desigual pelo País, 
com concentração cada vez maior nas regiões metropolitanas, causada pelo 
crescimento populacional regional e pela migração do interior e zonas rurais, 
ou fugindo da falta de oportunidades, ou buscando novas. Soma-se a isso 
um crescimento urbano caótico, caracterizado pela invasão e pela ocupação 
insalubre de áreas de preservação permanente e áreas de risco, com uma 
defasagem crescente no saneamento básico, para se obter um quadro geral 
em que, em alguns locais, a falta de saneamento básico vitima pelas conse-
quências de alagamentos e chuvas, enquanto, em outros, pela necessidade de 
racionamento de água derivado das longas estiagens.
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública6
A prevalência de doenças de veiculação hídrica relacionadas à deficiência 
no saneamento básico infere que este restringe-se ao tratamento de água e 
esgoto, mas o conceito é muito mais amplo. A limpeza pública e a coleta de 
RSU, incluindo as ações de redução, reutilização, reciclagem, tratamento e 
destinação final ambientalmente adequada, drenagem pluvial e controle de 
vetores de doenças transmissíveis, também são ações de saneamento básico. 
Cabe ressaltar que o controle de vetores é transversal em diversos aspectos 
do saneamento básico, relacionados a água, esgoto e RSU. 
Quando a falta de saneamento básico ameaça a saúde pública: a falta ou 
ineficiência do saneamento básico permite que doenças se proliferem de maneira 
descontrolada, gerando desde casos isolados até epidemias. As mais frequentes são 
as chamadas doenças de veiculação hídrica, causadoras de diarreia e consequente 
desidratação. A população infantil é a que sofre mais com essas doenças, principal 
ocorrência de óbitos tristemente marcados como indicadores de pobreza. Leia mais 
em (JORNAL DIA DIA, 2016): 
https://goo.gl/wxbw43 
Existem diversas maneiras de contaminar a água, desde a simples faltade 
higiene até o contato direto com agentes infectantes. Portanto, a contaminação 
pela água pode ocorrer desde o contato corporal, mesmo que sem ingestão, 
com águas contaminadas, por ingestão de água não tratada ou contaminada 
após o tratamento, no transporte ou por falta de higiene no manuseio, além 
de muitas outras maneiras. 
Apesar de se tratar de meio aquoso, é necessário diferenciar esgoto de água 
contaminada, pelo fato de usar água como veículo de transporte de sujidades, 
fezes e urina, efluentes de limpeza doméstica e de pia, etc., caracterizando a 
intenção de fazê-lo. Essa ação nem sempre pressupõe que haverá uma recupe-
ração dessa água utilizada, e esse é o problema de deficiência de saneamento 
básico. Nesse quesito, cabe às entidades e às agências ambientais, em conjunto 
com as prefeituras, emitirem laudos de balneabilidade e sinalizarem as áreas 
impróprias para banho. Então, temos dois problemas apresentados: o primeiro 
é relativo à drenagem urbana, e o segundo, ao tratamento. A canalização pode 
ou não estar presente e, nesse caso, pode ou não ser eficiente. O principal 
7Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
problema de saúde, como já apresentado, é a existência frequente e persistente 
de “esgotos a céu aberto” nas regiões mais pobres e insalubres (Figura 2). 
Por preconceito, isso é frequentemente associado à pobreza, mas, em muitos 
casos, é também consequência da incompetência da administração pública 
em lidar com o problema. Nem sempre a drenagem urbana significa resolu-
ção do problema, pois, em muitas comunidades, por falta de conhecimento, 
consequência e/ou fiscalização, há mistura do esgoto domissanitário com 
o pluvial, causando o deságue de água contaminada nos mananciais. Esse 
procedimento é a raiz do encarecimento do tratamento da água para consumo, 
e diversos estudos têm detectado interferentes metabólicos, como hormônios 
e drogas, na água potável.
O manejo de RSU apresenta as mesmas características do que ocorre 
com o esgoto: exposição e ineficiência — e pelos mesmos motivos. Uma vez 
que encontramos RSU expostos intencionalmente ou não, ou não coletados, 
ou dispostos em local correto, as consequências são as mesmas: presença e 
contaminação de vetores de doenças, como moscas, baratas, pombos e ratos 
(mas não limitados a esses), e contato direto de pessoas, além da produção 
de lixiviados derivados da decomposição e/ou lavagem pela chuva. Além 
das doenças relacionadas diretamente à ingestão ou ao contato com a água 
contaminada, ainda temos que considerar a contaminação de alimentos com 
um agravante cultural: embora a contaminação seja associada à falta de sane-
amento na região produtiva, geralmente em zona rural, é a falta de higiene ao 
não lavar corretamente os alimentos, ou as mãos e os utensílios, que permite 
a infecção pela ingestão de cistos de protozoários e ovos de vermes.
O controle de vetores de doenças também é parte do saneamento básico, mas 
a população da maioria dos vetores é diretamente afetada pelo manejo e pela 
disposição de RSU — a presença de matéria orgânica atrai vetores como insetos 
e roedores em busca de alimento, que acabam procurando abrigo e alimento 
nas residências do entorno. Entretanto, devemos ressaltar que a proliferação 
de mosquitos, diretamente relacionada ao aumento de casos de doenças como 
malária, dengue, zika, chikungunya, bem como ao reaparecimento da febre 
amarela, deve-se ao caso particular de acúmulo de água parada, limpa ou não, 
dependendo da espécie do vetor, ou da deterioração ambiental que provoca a 
diminuição de predadores.
É evidente que a qualidade do saneamento básico interfere diretamente 
na saúde pública, mas não é um fator que deve agir isolado, pois a educação 
por meio de programas de saúde e educação ambiental amplia a proteção das 
comunidades.
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública8
Figura 2. Esgotos a céu aberto e ausência de coleta de lixo são problemas globais em 
consequência da ineficiência na gestão do saneamento básico.
Fonte: John Wollwerth/Shutterstock.com. 
Controle ambiental, saneamento básico 
e saúde pública
Como já foi discutido, o crescimento populacional nas metrópoles como 
consequência de vários componentes sociais e econômicos afeta diretamente 
a saúde pública, pois há uma defasagem no acompanhamento desse cres-
cimento, e essas novas comunidades ficam em situação de insalubridade 
crônica. Entretanto, deve-se considerar que essas mesmas comunidades não 
param de consumir; então, o crescimento populacional é acompanhado de um 
desenvolvimento industrial que também afeta o meio ambiente pela mesma 
defasagem no saneamento básico.
Esse crescimento industrial é acompanhado pelo aumento da geração de 
resíduos líquidos, sólidos e gasosos que, por sua vez, a despeito da fiscalização, 
causam impacto significativo no saneamento básico, em especial, os efluentes 
líquidos. Esses efluentes são importantes por entrarem em uma conta fácil 
de entender: 97,3% da água do planeta é salgada, e requer tecnologia de des-
salinização bem desenvolvida e acessível, o que ainda não é realidade; outra 
parte, 2,1%, está congelada e inacessível e, apenas 0,6% da água do planeta 
não se inclui nos dois casos anteriores. Para agravar a situação, 97,7% dessa 
9Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
água é subterrânea e, da mesma forma como isso não é uma limitação para o 
seu uso, também não é para sua contaminação.
Considerando essas informações, fica fácil perceber que o alvo do desen-
volvimento tecnológico em saneamento básico é o tratamento de efluentes 
industriais e domissanitário, além do tratamento de água. Ao tratar o problema 
como uma oportunidade, é possível identificar dois modos de ação: aumentar 
a abrangência das tecnologias convencionais e investir no desenvolvimento 
de novas tecnologias.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMMAD) da Organização das Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento 
sustentável deve atender às necessidades da atualidade sem comprometer o 
atendimento das necessidades das próximas gerações. Por isso, foram incluídos 
na Agenda 21 brasileira (BRASIL, [2003]) programas de inclusão social, de 
sustentabilidade urbana e rural, de preservação dos recursos naturais e minerais 
e de ética na política. Todos são fatores determinantes para o desenvolvimento 
do saneamento básico.
Considerando que o principal meio de contaminação é a água, devemos 
entender que o mais eficiente é tratar cada efluente em sua geração, antes de 
ser lançado no corpo receptor. Esse tratamento está relacionado à qualidade do 
efluente e à legislação pertinente, que estabelecerá os parâmetros aceitáveis. 
É natural entendermos que esses dois fatores vão ser diferentes conforme a 
origem do efluente, que pode ser doméstica, agrícola, industrial ou pluvial, 
podendo não estar contaminada ou ter passado por um local de armazenamento 
de resíduos urbanos ou industriais.
O tratamento é caracterizado pelas seguintes etapas: tratamento primário, 
ou uma filtração grosseira, em que se retiram os sólidos e os materiais ole-
osos, além de regularizar o fluxo desse efluente líquido e controlar seu pH; 
tratamento secundário, uma biodigestão do que pode ser biodegradável; e o 
tratamento terciário, que visa à remoção de compostos químicos que persisti-
ram dissolvidos, à remoção do cheiro da água e à sua preparação para reuso.
Para a caracterização do efluente líquido, uma vez que sua composição é 
muito variável, foram estabelecidos, por meio de normatização, os seguintes 
critérios: o potencial poluidor de um efluente deve ser medido, inicialmente, 
a partir de sua Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), relacionada ao que 
é biodegradável e à medida de consumo de oxigênio pelos microrganismos 
envolvidos; a Demanda Química de Oxigênio (DQO), relacionada ao consumo 
de oxigênio durante a oxidação química; o Carbono Orgânico Total, método 
cada vez mais confiável, em que se mede aemissão de CO2 pela oxidação 
completa dos compostos orgânicos do efluente; e outros parâmetros, como a cor, 
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública10
o pH, a turbidez, a dureza, o oxigênio dissolvido, os sólidos totais dissolvidos e 
flutuantes, a temperatura, o nitrogênio e o fósforo, o material tóxico e, é claro, 
os agentes patogênicos, com atenção à presença de coliformes termotolerantes, 
que indicam a contaminação por esgoto cloacal, especificamente.
O tratamento de esgoto domissanitário é beneficiado pelo seu teor orgânico 
reduzido em relação ao industrial que, atualmente, direciona as tecnologias 
para a produção de fertilizantes e para o reuso da água. No caso dos efluen-
tes industriais, isso pode ser mais complicado. As Estações de Tratamento 
de Efluentes (ETE) são sítios de tratamento de águas residuárias (esgotos 
domissanitário e industrial) compostos de várias etapas. A seleção do que 
pode ser tratado em uma ETE obedece à matéria legal vinculada à Política 
Nacional do Meio Ambiente (PNMA — Lei 6.938/1981) (BRASIL, 1981) e ao 
Decreto 99.274/1990 (BRASIL, 1990) — a partir dessa matéria, outras foram 
surgindo com regulamentações, adaptações e modernizações, nos âmbitos 
nacional, estadual e municipal.
As ETEs devem envolver os tratamentos primário, secundário, terciário 
e outros. O tratamento primário, para a remoção de sólidos macroscópicos e 
grosseiros, inclui métodos cuja denominação é autoexplicativa. São feitos por 
grades e peneiras, caixas de areia e caixas de gordura, que podem ser separa-
dores de água/óleo, tanques de sedimentação, que podem ser reapresentados 
após tratamento biológico (sedimentador secundário), equalizadores, que 
deixam o fluxo de efluente uniforme, neutralizadores (de pH), coaguladores e 
floculadores (há muito investimento no desenvolvimento de agentes floculantes 
biodegradáveis e recuperáveis, visando à substituição do sulfato de alumínio 
clássico), entre outros.
Da natureza para a ETE — lodos ativados: as condições de decomposição da matéria 
orgânica na natureza obedecem ao ritmo externo, podendo ser lentas ou aceleradas, 
dependendo da temperatura. Se trouxermos os microrganismos da natureza para uma 
ETE, daremos para eles condições ótimas de trabalho. Essa é a ideia da ETE Biológica, 
que usa a tecnologia de lodo ativado. Leia mais em (COMPANHIA MUNICIPAL DE 
SANEAMENTO, 2017): 
https://goo.gl/bNfCcX
11Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
A entrada da iniciativa privada na área de tratamento de efluentes trouxe 
a revitalização de metodologias e a inovação do setor, antes dominado por 
repetições clássicas e dispendiosas, vistas exclusivamente sob o ponto de vista 
regulatório e do tratamento, sem considerar a possível geração de produtos, 
as alternativas locais, as inovações colaterais e a gestão de energia.
Atualmente, passamos por uma época de conscientização sobre a finitude 
dos recursos não renováveis e sobre a consequente deterioração do meio 
ambiente e da qualidade de vida. Ao mesmo tempo, as alternativas empre-
endedoras, com o surgimento de startups tecnológicas que pulverizam e 
democratizam o surgimento de soluções, e a visão de empreendimento da 
iniciativa privada trazem a lógica do investimento para a área de saneamento 
básico — investir no risco calculado para aumentar o benefício e reduzir as 
perdas: exatamente o problema do setor no País. Nesse contexto, encontramos 
a sustentabilidade em condomínios e residências, com o uso de alternativas 
de reuso de água, de olho na conta mensal e na contribuição individual para 
o bem coletivo. Na área rural, observamos alternativas de tratamento que 
reduzem a contaminação da produção agrícola e agregam valor à produção. 
Inovação direcionada à economia com benefício social é o motor da tecnologia.
A Internet das Coisas (IOT, do inglês Internet of Things), aplicada ao 
monitoramento de consumo em tempo real, gerando Big Data e substituindo 
a transferência manual de dados, agiliza a tomada de decisões.
O uso de biodigestores para a produção de biogás, associado à suinocultura, 
ou outras, além de buscar a sustentabilidade energética, demonstra essa lógica 
de transformar o que era considerado resíduo e um problema ambiental em 
matéria-prima. Temos o exemplo da Alemanha, que cumpre uma agenda 
rigorosa de eliminação de emissões e efluentes, implantando sistemas que 
aliam o tratamento de esgoto em ETEs clássicas à produção de fertilizantes 
para a agricultura (Figura 3), demonstrando, na prática, a viabilidade da 
sustentabilidade ambiental aliada à boa-vontade do setor público. Um estudo 
recente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em ETEs Sustentáveis 
aponta o desperdício que o preconceito em relação ao esgoto traz, estimando 
que sua transformação em matéria-prima poderia gerar uma economia em 
recursos naturais na casa dos bilhões de reais, sem entrar no mérito da redução 
de perdas no saneamento básico e na redução de gastos em saúde, ou mesmo 
na geração de negócios pela agregação de valor ao tratamento de esgotos.
Na área rural brasileira, temos as tecnologias da Fossa Séptica Biodigestora 
e do Clorador da Embrapa, substituindo a necessidade de intervenção do 
poder público com aumento de qualidade de vida e de sanidade na produção 
de hortifrutigranjeiros.
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública12
Devemos ficar atentos a novas tecnologias aplicáveis ao saneamento básico 
como um capítulo não escrito no desenvolvimento tecnológico do setor, além 
de mudar nossa visão de solução de problemas para a ação preventiva e para 
a visão de que a oportunidade está onde há um problema para ser resolvido, 
agregando-lhe valor e promovendo o desenvolvimento econômico. Sob essa 
lógica, cabe ao Engenheiro Ambiental estar sempre a par de novas tecnolo-
gias, dedicando mais tempo ao aperfeiçoamento contínuo a fim de migrar da 
aplicação de manuais para a inovação. 
Figura 3. Planta de tratamento de esgotos junto ao rio Reno, na Alemanha — ETE associada 
à produção de fertilizantes orgânicos agrícolas.
Fonte: Riekephotos/Shutterstock.com. 
1. O saneamento básico é um 
dos problemas mais antigos da 
sociedade e continua presente 
nos dias atuais. Como podemos 
conceituar o saneamento básico?
a) Uma técnica para tratar 
o esgoto sanitário.
b) Um conjunto de métodos 
e ações que inclui o 
tratamento do esgoto 
13Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
sanitário e o gerenciamento 
dos resíduos urbanos.
c) Um conjunto de métodos 
e ações para distribuição 
da água potável.
d) Um conjunto de métodos 
e ações que inclui distintos 
serviços urbanos.
e) Um método de controle 
urbano para os serviços básicos, 
como tratamento de água 
e esgoto, limpeza urbana, 
gerenciamento dos resíduos 
sólidos e drenagem urbana.
2. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) conceitua saúde pública 
como a ciência e a arte de promover, 
proteger e recuperar a saúde, por 
meio de medidas de alcance 
 . Marque a alternativa 
que preenche corretamente 
o conceito colocado.
a) Individual.
b) Privado.
c) Coletivo.
d) Familiar.
e) Público.
3. A falta ou ineficiência do 
saneamento básico permite que 
doenças se proliferem de maneira 
descontrolada, causando sérios 
problemas de saúde pública. 
As condições mais frequentes 
são as chamadas doenças de 
veiculação hídrica, que são:
a) doenças causadas pela 
picada de insetos.
b) doenças que se originam na 
falta de gerenciamento de 
resíduos sólidos urbanos.
c) doenças causadas por 
invertebrados.
d) doenças causadas pela ingestão 
de alimentos contaminados.
e) doenças causadas por 
microrganismos nocivos 
presentes na água.
4. Imagine-se fiscal ambiental 
de uma pequena cidade do 
interior. O prefeito sinalizou para 
a ocorrência de inúmeros casos 
de infecção intestinal, sobretudo 
em crianças de dois bairros da 
periferia, havendo, inclusive, 
dois casos de morte. Na ocasião, 
chegou ao seu departamentoo pedido de colaboração na 
investigação, e você é incluído na 
equipe. Chegando ao local, vocês 
se deparam com a seguinte cena: 
crianças brincando em um arroio 
e inúmeras canalizações com 
efluentes escuros desembocando ali. 
Diante da cena, você conclui que:
a) o problema está na falta 
de tratamento da água.
b) o problema está na falta de 
tratamento da água do arroio.
c) o problema está na falta de 
tratamento de esgoto.
d) o problema está na presença 
de resíduos sólidos no arroio.
e) o problema está nas crianças 
brincando no arroio.
5. O tratamento de esgoto em ETE 
Biológica é uma das soluções mais 
sustentáveis para o problema de 
esgotamento sanitário, sendo que:
a) o tratamento secundário 
por biodigestão da matéria 
orgânica do esgoto é uma das 
extensões mais promissoras 
desse tratamento.
b) o tratamento microbiológico 
secundário é responsável, 
entre outras coisas , pela 
eliminação do mau cheiro 
característico do esgoto.
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública14
c) o tratamento primário do 
esgoto é uma das etapas 
estratégicas do processo.
d) é possível utilizar diretamente 
o esgoto como produto ou 
matéria-prima, viabilizando 
seu uso como fertilizante.
e) o processo de tratamento 
biológico se encarrega de fazer a 
desinfecção da água, eliminando 
os agentes patogênicos com 
altas doses de biocidas.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm>. Acesso em: 05 jul. 2018.
BRASIL. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 
27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981... Brasília, 06 jun. 1990. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm>. 
Acesso em: 05 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Brasília, 31 ago. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>. Acesso em: 05 jul. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o 
saneamento básico... Brasília, DF, 5 jan. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 04 jul. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira. Ministério do Meio Am-
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biental/agenda-21/agenda-21-brasileira>. Acesso em: 05 jul. 2018.
COMPANHIA MUNICIPAL DE SANEAMENTO. Tratamento de esgoto: o processo de 
tratamento de esgotos - uma breve introdução. , Novo Hamburgo, 
ago. 2017. Disponível em: <http://www.comusa.rs.gov.br/index.php/saneamento/
tratamentoesgoto>. Acesso em: 05 jul. 2018.
GO ASSOCIADOS. Diagnóstico e perspectivas para os investimentos em saneamento no 
Brasil. , [São Paulo], 26 jun. 2017. Disponível em: <https://goassociados.com.br/
diagnostico-e-perspectivas-para-o-os-investimentos-em-saneamento-no-brasil/>. 
Acesso em: 04 jul. 2018.
JORNAL DIA DIA. Falta de saneamento básico no Brasil é grande ameaça à saúde 
pública. Portal Saneamento Básico, [S.l.], 02 fev. 2016. Disponível em: <https://www.
15Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública
saneamentobasico.com.br/falta-de-saneamento-ameaca-saude-publica/>. Acesso 
em: 05 jul. 2018. 
NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. OMS: Para cada dólar investido em água e saneamento, 
economiza-se 4,3 dólares em saúde global. , [S.l.], 20 nov. 2014. Disponível em: 
<https://nacoesunidas.org/oms-para-cada-dolar-investido-em-agua-e-saneamento- 
economiza-se-43-dolares-em-saude-global/>. Acesso em: 06 jul. 2018.
SILVA JÚNIOR, I. S. A garantia da sustentabilidade dos recursos hídricos por meio do 
saneamento básico. Jus.com.br, Teresina, p. 1-2, fev. 2013. Disponível em: <https://
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WORLD HEALTH ORGANIZATION; UN-WATER. UN-water global analysis and asses-
sment of sanitation and drinking-water (GLAAS) 2014 report: investing in water and 
sanitation: increasing access, reducing inequalities. Geneva, 2014. Disponível em: 
<http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/139735/9789241508087_eng.
pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 05 jul. 2018.
Risco e controle ambiental: saneamento e saúde pública16
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
ETE é um sistema escalar de tratamento de drenagem do esgoto domissanitário, que envolve 
filtragens em graus diferentes e tratamentos químico e biológico. Acompanhando a 
modernidade, tem-se melhorado o tratamento biológico a ponto de se aproveitar a capacidade de 
alguns micro-organismos produzirem calor, o que acaba esterilizando o lodo produzido, que 
pode ser aproveitado como fertilizante.
Veja, nesta Dica do Professor, essa alternativa sustentável para o saneamento básico e o 
tratamento de águas residuárias: a ETE biológica.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) O saneamento básico é um dos problemas mais antigos da sociedade humana e 
continua presente nos dias atuais. Podemos conceituar saneamento básico como:
A) uma técnica para tratar o esgoto sanitário.
B) um conjunto de métodos e ações que incluem o tratamento do esgoto sanitário e o 
gerenciamento dos resíduos urbanos.
C) um conjunto de métodos e ações para distribuição da água potável.
D) um conjunto de métodos e ações que incluem distintos serviços urbanos.
E) um método de controle urbano para os serviços básicos, como tratamento de água e esgoto, 
limpeza urbana, gerenciamento dos resíduos sólidos e drenagem urbana.
2) A Organização Mundial de Saúde conceitua saúde pública como a ciência e a arte de 
promover, proteger e recuperar a saúde, por meio de medidas de alcance 
__________. Marque a alternativa que preenche corretamente o conceito colocado. 
A) individual
B) privado
C) coletivo
D) familiar
E) público
3) A falta ou ineficiência do saneamento básico permite que doenças se proliferem de 
maneira descontrolada, causando sérios problemas de saúde pública. As doenças 
mais frequentes são as chamadas doenças de veiculação hídrica, que são:
A) causadas pela picada de insetos.
B) de origem na falta de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos.
C) causadas por invertebrados
D) causadas pela ingestão de alimentos contaminados.
E) causadas por microorganismos nocivos presentes na água.
Imagine-se fiscal ambiental de uma pequena cidade do interior. Ocorre que o prefeito 
sinalizou alerta para a ocorrência de inúmeros casos de infecção intestinal — 
4) 
inclusive com dois casos de morte —, preferencialmente em crianças de dois bairros 
da periferia. Na ocasião, chega ao seu departamento a solicitação de colaboração na 
investigação, e você é incluído na equipe. Chegando ao local, vocês se deparam com a 
seguinte cena: crianças brincando em um arroio e inúmeras canalizações com 
efluentes escuros desembocando no mesmo. Então, você mata a charada e diz:
A) o problema está na falta de tratamento da água.
B) o problema está na falta de tratamento da água do arroio.
C) o problema está na falta de tratamento de esgoto.
D) o problema está na presença de resíduos sólidos no arroio.
E) o problema está nas crianças brincando no arroio.
5) O tratamento de esgoto em ETE biológica é uma das soluções mais sustentáveis para 
o problema de esgotamento sanitário, sendo que:
A) o tratamento secundário por biodigestão da matéria orgânica do esgoto é uma das 
extensões mais promissoras desse tratamento.
B) o tratamento microbiológico secundário é responsável, entre outrascoisas , pela 
eliminação do mau cheiro característico do esgoto.
C) o tratamento primário do esgoto é uma das etapas estratégicas do processo.
D) é possível utilizar diretamente o esgoto como produto ou matéria-prima, viabilizando seu 
uso como fertilizante.
E) o processo de tratamento biológico encarrega-se de fazer a desinfecção da água, 
eliminando os agentes patogênicos com altas doses de biocidas.
NA PRÁTICA
Veja como André, o secretário de obras e saneamento, resolve o problema de contaminação da 
água subterrânea da cidade, onde a maior parte do saneamento doméstico é feita por 
sumidouros.
André sabe que essa forma de tratamento é inadequada, pois contamina o solo e as águas 
subterrâneas. Então, propõe formas mais adequadas de tratamento aos moradores da cidade.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Panorama da participação privada no saneamento Brasil
A necessidade de investimentos pesados em tratamento de esgotos é evidente, e os contratos de 
concessão podem basear-se na legislação ambiental, na fixação de metas nesse aspecto. Para 
saber mais sobre o panorama da participação privada no Brasil, acesse:
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Comparações internacionais: uma agenda de soluções para os desafios do saneamento 
brasileiro
Das experiências internacionais de sucesso, devemos aprender a dar maior ênfase ao 
planejamento, aumentar a coordenação entre órgãos das distintas esferas governamentais, 
melhorar a participação privada com regulações apropriadas e enfatizar a eficiência refletida na 
redução de perdas. Leia mais sobre o assunto neste artigo.
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RESOLUÇÃO Nº 54, DE 28 DE NOVEMBRO DE 2005
Leia a norma que estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso 
direto não potável de água.
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Risco e controle ambiental: riscos 
químicos e a saúde do trabalhador
APRESENTAÇÃO
Atualmente existem mais de 23 milhões de substâncias químicas conhecidas, das quais cerca de 
200 mil são usadas mundialmente. Essas substâncias são principalmente encontradas como 
misturas em produtos comerciais. Porém, apesar de essas substâncias trazerem uma enorme 
gama de benefícios para a vida da população, elas também podem provocar danos à saúde, ao 
meio ambiente e até incêndios e explosões, caso seu manuseio não ocorra de forma correta. 
Nesta unidade de aprendizagem, serão apresentados alguns exemplos de produtos químicos 
nocivos à saúde, os riscos que eles podem trazer às pessoas e alguns dos principais métodos para 
evitar contaminação, acidentes ou problemas de saúde.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Exemplificar setores e atividades que manipulam produtos químicos nocivos.•
Relacionar os riscos à saúde do trabalhador na operação de atividades com manipulação 
química.
•
Descrever métodos de controle ambiental vinculados à saúde do trabalhador na operação 
de atividades com manipulação química.
•
DESAFIO
O transporte rodoviário de produtos perigosos está regulamentado com base em Legislação e 
critérios técnicos, de acordo com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso 
demonstra a preocupação das autoridades e dos órgãos governamentais em manter rígido 
controle, uma vez que acidentes envolvendo o transporte de produtos perigosos podem 
ocasionar impactos significativos ao meio ambiente, ao patrimônio, bem como à segurança e 
à saúde das pessoas.
Uma das primeiras ações a ser executada em um cenário acidental envolvendo o transporte 
rodoviário de produtos perigosos é a pronta classificação e identificação dos produtos 
envolvidos. O acesso às informações relativas às características físicas e químicas do 
produto subsidiará as equipes na imediata adoção de medidas de controle, reduzindo os riscos 
para a comunidade, os próprios atendentes da ocorrência e o meio ambiente.
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Com base nesse contexto você julga adequado ou inadequado o preenchimento do formulário 
contendo a identificação do hidróxido de sódio? OBS: justifique sua resposta com argumentos 
baseados nas observações citadas na identificação do produto.
INFOGRÁFICO
Diferentes atividades e setores da economia utilizam produtos químicos com as mais diversas 
composições. Por exemplo, as indústrias farmacêuticas utilizam reagentes químicos para 
fabricação de medicamentos, limpeza dos equipamentos e esterilização do ambiente. Porém, é 
fundamental manusear esses produtos com cautela, a fim de evitar riscos e contaminações 
químicas. 
De modo geral, um risco químico no ambiente de trabalho deve ser evitado ao máximo devido à 
exposição tóxica de sua ação. As medidas implantadas devem proteger o trabalhador, evitar 
novos acidentes e substituir rotinas, caso seja necessário.
Para saber mais sobre os diferentes tipos de produtos químicos nocivos e os métodos de controle 
no manuseio deles, confira o infográfico a seguir.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
De modo geral, risco químico está relacionado ao perigo que a pessoa está exposta ao manipular 
produtos químicos — ou expor-se de alguma forma a agentes químicos agressores ao 
organismo. Os riscos químicos apresentam diversas características, entre elas: asfixiantes, 
tóxicos, cancerígenos, irritantes, alergênicos, inflamáveis, danosos ao meio ambiente, entre 
outros.
Para saber mais a respeito de risco químico, leia o capítulo Risco e controle ambiental: riscos 
químicos e saúde do trabalhador, da  obra Meio Ambiente. Nele, há alguns exemplos de produtos 
químicos nocivos à saúde, além de cuidados necessários ao utilizar certos tipos de produtos 
químicos, uma vez que eles podem trazer uma série de problemas de saúde, como irritações, 
queimaduras, alergias e, em casos mais graves, câncer e morte. 
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
 
Risco e controle ambiental: 
riscos químicos e a 
saúde do trabalhador
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Exemplificar setores e atividades que manipulam produtos químicos 
nocivos.
 � Relacionar os riscos à saúde do trabalhador na operação de atividades 
com manipulação química.
 � Descrever métodos de controle ambiental vinculados à saúde do 
trabalhador na operação de atividades com manipulação química.
Introdução
Atualmente, existem mais de 23 milhões de substâncias químicas conhe-
cidas, e cerca de 200 mil são usadas em âmbito mundial. Essas substâncias 
são encontradas, principalmente, como misturas em produtos comerciais. 
Porém, apesar de essas substâncias trazerem uma enorme gama de 
benefícios para a vida da população, também podem provocar danos à 
saúde, ao meio ambiente e até incêndios e explosões, caso seu manuseio 
não ocorra de forma correta.
É preciso tomar alguns cuidados ao utilizar certos tipos de produtos 
químicos, pois podem trazer uma série de problemas à saúde, como irrita-
ções, queimaduras, alergias e, em casos mais graves, câncer e morte. Neste 
capítulo, serão apresentados alguns exemplos de produtos químicos 
nocivos à saúde, bem como os riscos que esses produtos podem trazer 
às pessoas e aos trabalhadores, além de apresentar alguns dos principais 
métodos para evitar contaminação, acidentes ou problemas de saúde.
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador2
Produtos químicos nocivos: conceitos gerais
Antes de mencionarmos quais são os setores e as atividades que manipulam 
produtos químicos nocivos à saúde, é fundamental entender o conceito rela-
cionado a esses produtos. De acordo com Programa das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente ([200?]), substâncias químicas são parte integral do dia a 
dia e, atualmente,mais de 100 mil substâncias diferentes estão em uso. 
O termo nocivo é utilizado para designar tudo o que é considerado perigoso 
ou prejudicial para um sujeito. A noção de um elemento nocivo aplica-se ao 
seu efeito sobre as pessoas, assim como sobre animais ou plantas, ou seja, 
sobre qualquer organismo vivo que pode ser prejudicado ou danificado de 
maneira profunda. 
Tanto produtos químicos como resíduos desempenham papéis críticos na sociedade 
e na economia, com grande impacto sobre o meio ambiente e sobre a saúde humana. 
De fato, muitas substâncias químicas são prejudiciais às pessoas e ao meio onde vivem, 
enquanto muitas formas de resíduos resultam em substâncias nocivas e representam 
perigos para a nossa vida e para a natureza que nos rodeia.
Entretanto, apesar dos benefícios provenientes de substâncias químicas, é 
cada vez mais conhecido o potencial impacto adverso que essas substâncias 
podem causar à saúde humana. Entre essas substâncias, estão:
 � substâncias persistentes, biocumulativas e tóxicas (PBTs);
 � substâncias químicas cancerígenas ou mutagênicas, ou que afetam nega-
tivamente os sistemas reprodutor, endócrino, imunológico ou nervoso;
 � produtos químicos que oferecem perigos imediatos (tóxicos, explosivos, 
corrosivos);
 � poluentes orgânicos persistentes (POPs);
 � gases causadores de efeito estufa e substâncias destruidoras do ozônio 
(ODS);
 � resíduos hospitalares, caso não sejam adequadamente manejados e 
descartados.
3Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
Risco químico refere-se ao perigo a que determinado indivíduo está exposto ao 
manipular produtos químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde. 
Os danos físicos relacionados à exposição química incluem desde irritação na pele 
e nos olhos, passando por queimaduras leves, até os de maior gravidade, causados 
por incêndio ou explosão. Os danos à saúde podem advir de exposição de curta e/
ou longa duração, relacionada ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e 
com os olhos, bem como à inalação de seus vapores, resultando doenças respiratórias 
crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e no fígado e, até mesmo, 
alguns tipos de câncer.
Além dos impactos na saúde humana, produtos químicos nocivos também 
causam impactos no meio ambiente, podendo afetar espécies sensíveis e 
ecossistemas, causando problemas em larga escala, como a eutrofização da 
água e a depleção do ozônio estratosférico. A informação sobre os riscos que 
as substâncias ou preparações perigosas apresentam para o homem e para o 
ambiente é transmitida pelos fabricantes ao consumidor no rótulo e nas fichas 
de dados de segurança, que assumem particular importância na indústria e na 
construção, atendendo à grande diversidade e quantidade de produtos químicos 
perigosos comercializados.
Principais produtos, setores e atividades que 
manipulam produtos químicos nocivos
De acordo com o Conselho Regional de Química IV Região ([2006]), são 
produzidos, aproximadamente, 70 mil produtos químicos no mundo. Alguns 
são padronizados e usados na fabricação de uma vasta gama de produtos, como 
é caso da amônia, empregada tanto para a produção de produtos de limpeza 
quanto para a produção de cosméticos. Outros são mais elaborados e visam 
atender determinado setor de produção. Como exemplo, temos as resinas 
termoplásticas, usadas exclusivamente pela indústria de tintas.
Todos os setores industriais utilizam de forma direta ou indireta produtos 
químicos nocivos. Mineração, siderurgia, farmacêutica, têxtil, alimentícia, 
enfim, todas as indústrias fazem uso de produtos nocivos. Por exemplo, para a 
industrial têxtil, são utilizados diferentes tipos de tinturas que, em sua maioria, 
são altamente nocivas ao meio ambiente e a saúde humana. 
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador4
Produtos perigosos são identificados por diferentes símbolos, que listam, 
de forma universal, as características e os perigos associados aos produtos 
químicos perigosos. A Figura 1 apresenta os principais símbolos adotados 
para identificar produtos químicos nocivos.
Figura 1. Principais simbologias utilizadas para identificar produtos perigosos.
Fonte: Adaptada de NoPainNoGain/Shutterstock.com. 
Inflamável Radioativo Comburente Corrosivo Explosivo
Perigoso para
o ambiente
Tóxico CancerígenoNocivo/
irritante
A seguir, confira uma breve descrição e exemplos de produtos químicos 
nocivos.
 � Materiais comburentes ou inflamáveis: material com facilidade de 
entrar em combustão, ou seja, de queimar, de produzir chamas, e que, 
geralmente, ao término da combustão, deixa pouco ou nenhum resíduo 
sólido. Exemplos: petróleo, gasolina, álcool, acetona, solventes, colas 
de contato, entre outros.
 � Explosivos: são substâncias (ou um conjunto de substâncias) inflamáveis 
que, uma vez incendiadas, são capazes de liberar grande quantidade de 
gases e calor em alta velocidade. Exemplos: pólvora, dinamite, recipien-
tes de aerossóis, ou seja, os sprays de qualquer gênero (desodorizantes, 
lacas, entre outros).
 � Nocivos/irritantes: substâncias que podem causar danos agudos 
ou crônicos para a saúde se forem ingeridas, inaladas ou absorvidas 
pela pele em seres humanos. Exemplos: clorato de potássio, acetalde-
ído (etanal), diclorometano, produtos de limpeza, produtos para proteção 
e tratamento da madeira, entre outros.
5Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
 � Tóxico: material descartado, geralmente, em forma química, que pode 
causar a morte ou danos aos seres vivos. São resíduos vindos da in-
dústria ou do comércio, porém podem conter resíduos residenciais, 
da agricultura, militares, hospitalares, de fontes radioativas, entre ou-
tros. Exemplos: álcool desnaturado, tira-nódoas, desinfetantes (como 
a creolina), lixívia, amoníaco, entre outros.
 � Corrosivo: por ação química (reação de corrosão), é capaz de destruir 
ou danificar, de forma irreversível, substâncias ou superfícies com as 
quais esteja em contato. Exemplos: ácidos, alguns produtos de limpeza, 
desentupidores de canalizações, soda cáustica, entre outros.
 � Perigosos para o meio ambiente: quando, em contato com a água 
ou com o solo, podem ocasionar contaminação ambiental. Exemplos: 
pesticidas.
Riscos à saúde do trabalhador na operação de 
atividades com manipulação química
Segundo ressaltam Peixoto e Ferreira (2012), o controle das substâncias quí-
micas é difícil devido aos inúmeros tipos de produtos químicos existentes 
no mercado. Além de suas características inconstantes de volatilidade, de 
toxidade e das diversas formas de penetração (vias respiratórias, cutâneas ou 
ingestão, pelo tempo de exposição), outro agravo está no comportamento de 
cada organismo, pois algumas pessoas apresentam mais sensibilidade a certas 
substâncias do que outras, que possuem maior resistência.
De acordo com os autores (PEIXOTO; FERREIRA, 2012), existem três 
diferentes tipos de substâncias químicas relacionados à Higiene Ocupacional, 
e cada um desses tipos acarreta uma gama de efeitos nocivos à saúde. Esses 
efeitos acumulam-se com o passar do tempo, deixando os trabalhadores que 
lidam com essas substâncias cada vez mais vulneráveis. Esses três tipos de 
substâncias químicas são:
 � Aerodispersoides ou aerossóis: encontradas em forma sólida ou líquida, 
embora suas partículas menores sejam respiráveis, são as substâncias 
que mais causam problemas à saúde dos trabalhadores devido à sua 
retenção nos pulmões. Os aerodispersoides podem apresentar-se na 
forma de névoa, neblina, poeira, fumaça, fumos e fibras.
 � Gases: moléculas que se espalham pelo ar.
 � Vapores: substâncias que se condicionam dependendo da temperatura. 
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador6
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (2014), produtos 
químicos podem ter efeitosem todos os sistemas do corpo humano. Se um 
produto químico encontrar uma forma física que lhe permita entrar facilmente 
e estiver presente em quantidades suficientes para atingir determinada dose 
ou nível de exposição, essa exposição pode ter diversos impactos. Os efeitos 
agudos das exposições aos produtos químicos, como o envenenamento ou 
a morte causada por uma única exposição, são amplamente reconhecidos 
quando comparados com os resultados das exposições a menores quantidades, 
repetidamente, ao longo do tempo, devido aos sintomas imediatos associados. 
O tipo de dano que pode ocorrer na saúde das pessoas depende do tipo de 
substância com a qual estamos lidando. Algumas substâncias podem provocar 
queimaduras, outras irritações, asfixias, problemas na pele, tonturas, problemas 
em várias outras partes do corpo, que poderão provocar doenças facilmente 
curáveis ou outras mais graves, como o câncer. Algumas substâncias provocam 
efeitos a curto prazo, ou seja, logo que elas entram em contato com o corpo, ou 
caem sobre a pele, já provocam danos. É o caso de um ácido forte, que queima 
a pele logo após ter caído sobre ela. Outras apresentam efeitos retardados, isto 
é, os danos só começam a aparecer após alguns anos de trabalho, ou mesmo 
após a aposentadoria (FREITAS, 2000; ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
DO TRABALHO, 2014).
Substâncias químicas podem provocar vários tipos de danos à saúde das pessoas, mas 
a primeira condição para que elas provoquem algum dano é que entrem em contato 
ou penetrem em nosso corpo.
A seguir, estão listados os principais riscos à saúde dos trabalhadores 
quando expostos a produtos químicos nocivos, de acordo com Freitas (2000):
 � Respiração: no trabalho, a forma mais comum de a substância penetrar 
no corpo é pela respiração, e os danos que poderá causar vão depender 
do tipo de substância que se está respirando. Algumas poderão provocar 
irritação no nariz e na garganta, outras provocam dor e pressão no 
7Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
peito, e outras podem ir até os pulmões. As substâncias que chegam 
aos pulmões podem causar problemas graves, como é o caso da sílica 
e do amianto, que provocam a silicose e a asbestose, que são doenças 
pulmonares. Outras substâncias que vão até os pulmões podem passar 
para o sangue, que as leva para outras partes do corpo. É o caso do 
benzeno, por exemplo.
 � Pele: a substância poderá agir de duas formas distintas: direto na pele 
ou penetrando-a. Se a substância for corrosiva, pode provocar quei-
madura diretamente na pele. Algumas substâncias também podem 
provocar reação alérgica, e a pele ficará cheia de ferimentos ou poderá 
inchar. Outras substâncias têm a capacidade de penetrar na pele. Nesse 
caso, a substância entra na corrente sanguínea, e o sangue a leva para 
outras partes do corpo do mesmo jeito que ocorre na respiração, e o 
dano dependerá do tipo de substância. O benzeno, por exemplo, pode 
provocar danos na produção do sangue. Outras provocam problemas 
nos rins, no fígado, no coração ou outras partes do corpo.
 � Olhos: algumas substâncias exercem ação irritante ou corrosiva di-
retamente nos olhos, e outras, como o álcool metílico ou o metanol, 
quando caem nos olhos, podem provocar cegueira.
 � Forma digestiva: geralmente, acontece de forma acidental, podendo 
ocorrer por contaminação quando se tem o hábito de comer, beber 
ou mesmo fumar no ambiente de trabalho, ou devido a outras formas 
inadequadas de trabalho. Nesse caso, a substância pode provocar quei-
madura ou irritação já na boca ou, então, no caminho entre a boca e o 
estômago. Em outros casos, a substância pode ser levada pelo sangue 
para outras partes do corpo.
Métodos de controle ambiental à saúde do 
trabalhador na operação de atividades com 
manipulação química
De acordo com Ribeiro, Pedreira Filho e Riederer (2011), muitos são os obs-
táculos ao se iniciar a implementação de medidas para controle dos agentes 
químicos no ambiente de trabalho. Por essa razão, muitas vezes, esse processo 
é ignorado. Entre os principais obstáculos identificados, pode-se citar: pouca 
conscientização de empregadores e empregados; falta de procedimentos do-
cumentados e organizados de maneira sistemática; rotulagem inapropriada 
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador8
ou inexistente dos produtos químicos; falta de informação adequada sobre 
qualidade, quantidade e toxicidade dos produtos em uso; falta de treinamento 
apropriado; recursos humanos e financeiros escassos; dificuldade ao acesso 
de informações. 
Os mesmos autores mencionam que, para dar início à implementação de 
medidas para controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho, é pre-
ciso: conhecer as propriedades físico-químicas de todos os agentes químicos 
armazenados e utilizados na empresa; conhecer as quantidades frequente-
mente utilizadas; calcular as quantidades utilizadas no processo produtivo; 
avaliar as quantidades perdidas e/ou desperdiçadas; identificar situações em 
que a utilização da substância tenha potencial para causar danos à saúde do 
trabalhador; identificar se há alternativa de substituição de produtos classi-
ficados como muito tóxicos por produtos menos tóxicos; identificar meios 
de utilizar os produtos químicos de modo mais eficiente e seguro; monitorar 
a implementação de ações para melhoria contínua das condições de Saúde 
e Segurança do Transporte (SST) da empresa; e quantificar os resultados 
alcançados (RIBEIRO; PEDREIRA FILHO; RIEDERER, 2011).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Portaria 03/92 (BRASIL, 
1992), definiu a classificação toxicológica de produtos químicos da seguinte maneira: 
vermelho, extremamente tóxico (Classe I); amarelo, altamente tóxico (Classe II); azul, 
mediamente tóxico (Classe III); verde, pouco tóxico (Classe IV).
Logo, as empresas/indústrias devem buscar implantar um sistema efetivo 
de controle da exposição aos agentes químicos no ambiente de trabalho, 
visando à redução máxima da exposição e, consequentemente, do risco. Du-
rante o processo de avaliação, é necessário levar em consideração a seguinte 
hierarquia de controle:
1. Eliminação: a empresa deve analisar se é possível eliminar o produto 
químico perigoso ou, então, se é possível modificar a forma ou o pro-
cesso de trabalho.
9Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
2. Substituição: caso não seja possível eliminar o uso do produto químico 
nocivo, sua substituição por outro produto menos perigoso deve ser 
analisada.
3. Controle: a empresa deve adotar uma medida eficaz de contato com 
os produtos perigosos sem oferecer risco aos trabalhadores.
4. EPI: a empresa deve analisar de que forma oferecerá proteção adequada 
aos trabalhadores.
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são todos os dispositivos de uso in-
dividual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Os EPIs 
não reduzem o risco ou o perigo, apenas adequam o indivíduo ao meio e ao grau 
de exposição. 
Nem sempre é possível substituir determinado produto químico nocivo por 
outro menos poluente e, dessa forma, além do uso de EPIs adequados, deve-se 
tomar algumas medidas básicas de segurança. O Quadro 1 apresenta alguns 
efeitos causados à saúde humana e ao ambiente, além de medidas preventivas 
de diferentes tipos de produtos químicos nocivos.
Identificação Efeitos Medidas preventivas
Comburente Podem 
provocar 
incêndios e 
explosões
 � Armazenar os produtos em local arejado.
 � Nunca usar os produtos perto de uma 
fonte de calor ou chamas.
 � Não fumar perto dos produtos. 
 � Não usar vestuário de nylon e ter sempre 
um extintor ao alcance das mãos. 
 � Guardar os produtos inflamáveis longe 
dos produtos comburentes, pois podem 
gerar reações químicas. 
Inflamável
Quadro 1. Principais efeitos e medidas preventivas da manipulação de produtos quími-
cos nocivos
(Continua)Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador10
Fonte: Adaptado de Factor Segurança ([201?]).
Quadro 1. Principais efeitos e medidas preventivas da manipulação de produtos quími-
cos nocivos
Identificação Efeitos Medidas preventivas
Corrosivo Perigoso para 
a saúde
 � Manter os produtos sempre bem fecha-
dos e fora do alcance das crianças. 
 � Utilizar sempre luvas e óculos de proteção.
 � Proteger os olhos e a pele dos salpicos.
 � Após sua utilização, lavar bem as mãos 
e o rosto.
Explosivo Pode provocar 
incêndios e 
explosões
 � Evitar aquecimento excessivo e choques.
 � Proteger do sol. 
 � Não colocar perto de fontes de calor, 
como aquecedores ou lâmpadas.
Nocivo/
irritante
Perigoso para 
a saúde
 � Evitar contato com a pele.
 � Utilizar meios de proteção, como luvas 
e viseiras.
 � Não trabalhar com esses produtos em 
áreas fechadas.
 � Não comer, beber ou fumar durante o 
manuseio desses produtos.
 � Ao término do manuseio, lavar bem as 
mãos. 
 � Guardar fora do alcance das crianças.
Tóxico
Perigoso para 
o ambiente
Pode provocar 
sérios passivos 
ou danos 
ambientais
 � Eliminar o produto (ou seus restos) por 
meio de empresas que tratam resíduos 
perigosos. Nunca devem ser descarta-
dos no meio ambiente sem tratamento 
prévio, pois podem contaminar a água, 
os solos ou o ar.
(Continuação)
Métodos de controle ambiental para transporte 
de produtos químicos nocivos
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Governo do 
Estado de São Paulo (SÃO PAULO, [200?]), o Brasil foi o primeiro país da 
América Latina a criar uma regulamentação para o transporte de produtos 
11Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
perigosos. Encontram-se vigentes os seguintes dispositivos legais que regulam 
o transporte rodoviário de produtos perigosos no Brasil: Decreto nº 96.044/88 
e Resoluções da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) 
nº 420/04 e nº 701/04 (complemento da Resolução nº 420).
Conforme descrito anteriormente, as fichas de dados de segurança são 
de extrema importância para a identificação dos riscos químicos que deter-
minado produto pode apresentar. Porém, não há como falarmos de produtos 
químicos nocivos sem falarmos do transporte rodoviário. O Departamento 
de Estradas de Rodagem do Governo do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 
[200?]) menciona que a identificação de produtos perigosos para o transporte 
rodoviário é realizada por meio da simbologia de risco, composta por um 
painel de segurança, de cor alaranjada, e um rótulo de risco. As informações 
inseridas no painel de segurança e no rótulo de risco, conforme determina a 
legislação, abrangem o Número de Risco e o Número da ONU (Organização 
das Nações Unidas), no Painel de Segurança, e o Símbolo de Risco e a Classe/
Subclasse de Risco no Rótulo de Risco. A Figura 2 apresenta um exemplo da 
identificação de produtos perigosos.
Figura 2. Painel de segurança e rótulo de risco.
Fonte: Adaptada de São Paulo ([200?]).
Painel de
segurança
Rótulo de
risco
N° de risco
N° ONU
Símbolo de risco
Classe/subclasse
de risco
Logo, cada produto deve possuir um rótulo, informando sobre a pericu-
losidade, que deve ser transmitida por meio de símbolos, frases de risco (R) 
e frases de segurança (S). Tratando-se das frases de risco (ou frases R), elas 
descrevem, basicamente, os riscos específicos à saúde humana, dos animais 
e ambiental ligados à manipulação de substâncias químicas. Para cada frase, 
é associado um único código composto da letra R seguida de um número. 
A diretiva atual prevê que todos os produtos químicos possuam em sua em-
balagem as frases R correspondentes à substância química em seu conteúdo.
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador12
Entre as frases de risco mais comuns encontradas nos rótulos dos produtos perigosos, 
estão: 
R1 — Explosivo no estado seco.
R2 — Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.
R3 — Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.
R4 — Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis.
R5 — Perigo de explosão sob a ação do calor.
R6 — Perigo de explosão com ou sem contato com o ar.
R7 — Pode provocar incêndio.
R8 — Favorece a inflamação de matérias combustíveis.
R9 — Pode explodir quando misturado com matérias combustíveis.
R10 — Inflamável.
R11 — Facilmente inflamável.
R12 — Extremamente inflamável. 
R14 — Reage violentamente em contato com a água.
R15 — Em contato com a água, libera gases extremamente inflamáveis.
R16 — Explosivo quando misturado com substâncias comburentes.
R17 — Espontaneamente inflamável ao ar.
As frases de segurança estão relacionadas a conselhos de prudência para 
manusear e utilizar o produto. São exemplos de frases de segurança: guar-
dar fechado à chave; manter fora do alcance das crianças; guardar em lugar 
fresco; manter fora de qualquer zona de habitação; manter o recipiente bem 
fechado; manter o recipiente ao abrigo da umidade; manter o recipiente em 
local bem ventilado; não fechar o recipiente hermeticamente; manter afastado 
de alimentos e bebidas; manter afastado do calor; manter afastado de qualquer 
chama ou fonte de ignição (não fumar); entre outros.
1. O risco químico se refere ao perigo 
a que determinado indivíduo está 
exposto ao manipular produtos 
químicos que podem causar danos 
físicos ou prejudicar sua saúde. 
Existem diferentes tipos de produtos 
químicos nocivos. Qual alternativa 
apresenta um exemplo de produto 
químico altamente corrosivo e 
prejudicial ao meio ambiente?
13Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador
a) Cloreto de sódio.
b) Soda cáustica.
c) Solvente.
d) Bicarbonato de sódio.
e) Ácido ascórbico.
2. A existência da probabilidade 
de um trabalhador sofrer algum 
dano resultante de suas atividades 
profissionais é denominada risco 
ocupacional, ou seja, são acidentes 
ou doenças a que estão expostos os 
trabalhadores no exercício de suas 
atividades. Os riscos ocupacionais 
são classificados em grupos de 
acordo com sua natureza. Existem 
diferentes cores para cada tipo 
de risco ocupacional. Para riscos 
químicos, utiliza-se qual coloração?
a) Verde.
b) Azul.
c) Amarelo.
d) Marrom.
e) Vermelho.
3. Os produtos perigosos são 
identificados por diferentes 
símbolos, os quais identificam, de 
forma universal, as características e 
os perigos associados aos produtos 
químicos perigosos. A simbologia 
da imagem a seguir se refere a 
qual tipo de perigo químico?
Fonte: Adaptada de NoPainNoGain/Shutterstock.
com.
a) Material carcinogênico.
b) Material comburente.
c) Material radioativo.
d) Material corrosivo.
e) Material explosivo.
4. Em determinada indústria química, 
são encontrados os seguintes avisos:
— Evitar contato com a pele 
e utilizar meios de proteção, 
como luvas e viseiras.
— Não trabalhar com esses 
produtos em áreas fechadas.
— Não comer/beber durante o 
manuseio desses produtos.
— Ao término do uso de 
manuseio, lavar bem as mãos.
Pode-se dizer a indústria trabalha 
com químicos de que tipo? 
a) Corrosivo.
b) Inflamável.
c) Explosivo.
d) Comburente.
e) Nocivo/irritante.
5. Atualmente, existem mais de 23 
milhões de substâncias químicas 
conhecidas, das quais cerca de 
200 mil são usadas mundialmente. 
Para um químico altamente 
volátil, qual tipo de EPI é essencial 
que o trabalhador use?
a) Botas.
b) Máscara de respiração.
c) Protetor auricular.
d) Capacete.
e) Mangote.
Risco e controle ambiental: riscos químicos e a saúde do trabalhador14
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 03, de 16 
de janeiro de 1992. Brasília, DF, 16 jan. 1992. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/svs1/1992/prt0003_16_01_1992.html>. Acesso em: 06 jul. 2018.
CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA IV REGIÃO. Produtosquímicos industriais. , 
São Paulo, [2006]. Disponível em: <https://www.crq4.org.br/quimica_viva__produ-
tos_quimicos_industriais>. Acesso em: 06 jul. 2018.
FACTOR SEGURANÇA. Produtos químicos perigosos. , São Mamede de 
Infesta, [201?]. Disponível em: <http://www.factor-segur.pt/img/em_segur/docu-
mentos/Produtos%20Quimicos.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2018.
FREITAS, N. B. B. Cadernos de saúde do trabalhador: riscos devido a substâncias químicas. 
São Paulo: INST, 2000. Disponível em: <http://www.coshnetwork.org/sites/default/
files/caderno2%20risco%20quimico.pdf>. Acesso em: 06 jul. 2018.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. A segurança e a saúde na utilização 
de produtos químicos no trabalho. Genebra: ACT, 2014. Disponível em: <http://www.
ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/28abril_2014_pt.pdf>. Acesso 
em: 06 jul. 2018.
PEIXOTO, N. H.; FERREIRA, L. S. Higiene ocupacional I. Santa Maria: UFSM, CTISM; Rede 
e-Tec Brasil, 2012. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/
segunda_etapa/higiene_ocupacional_1.pdf>. Acesso em: 06 jul. 2018.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. Substâncias nocivas 
e resíduos. ONU meio ambiente, [Brasília], [200?]. Disponível em: <http://web.unep.
org/regions/brazil/other/subst%C3%A2ncias-nocivas-e-res%C3%ADduos>. Acesso 
em: 06 jul. 2018.
RIBEIRO, M. G.; PEDREIRA FILHO, W. dos R.; RIEDERER, E. E. Avaliação qualitativa de 
riscos químicos: orientações básicas para o controle da exposição a produtos quí-
micos em fundições. São Paulo: Fundacentro, 2011. Disponível em: <http://www.
fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/download/Publicacao/203/RQ_
Fundi%C3%A7%C3%B5es-pdf>. Acesso em: 06 jul. 2018.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria dos Transportes. Departamento de estradas 
de rodagem. Manual de produtos perigosos. São Paulo, [200?]. Disponível em: 
<http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Pe-
rigosos.pdf>. Acesso em: 06 jul. 2018.
Leitura recomendada
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. (Org.). Meio ambiente e sustentabi-
lidade. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
É  de conhecimento de todos que o uso indevido de substâncias químicas pode causar acidentes, 
doenças e até mesmo a morte. Além disso, pode ocasionar acidentes ambientais, como 
contaminações (do solo, do ar e da água), incêndios e explosões. Em se tratando dos riscos em 
empresas, os produtos químicos podem representar danos à saúde dos trabalhadores e, ainda, 
custos adicionais em termos de perda de material, equipamentos e instalações danificadas.
Em muitos casos, os produtos químicos representam a maior parte dos custos de uma empresa. 
Logo, qualquer ação orientada a reduzir perdas, descarte, uso e/ou estocagem indevidos resulta 
em ganhos para as empresas e, ao mesmo tempo, reduz impactos ocupacionais e ambientais. O 
manuseio seguro de produtos químicos também gera um aumento de motivação e produtividade 
e diminui o absenteísmo devido a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Para saber mais a respeito de produtos químicos nocivos e seus riscos, assista à videoaula a 
seguir.
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EXERCÍCIOS
1) Risco químico se refere ao perigo a que determinado indivíduo está exposto ao 
manipular produtos químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde. 
Existem diferentes tipos de produtos químicos nocivos. Entre as alternativas a seguir, 
qual apresenta um exemplo de produto químico altamente corrosivo e prejudicial ao 
meio ambiente?
A) Cloreto de sódio.
B) Soda cáustica.
C) Solventes.
D) Bicarbonato de sódio.
E) Ácido ascórbico.
2) A existência de probabilidade de um trabalhador sofrer algum dano resultante de 
suas atividades profissionais é denominada de risco ocupacional, ou seja, são 
acidentes ou doenças possíveis a que estão expostos os trabalhadores no exercício do 
seu trabalho ou por motivo da ocupação que exercem. Os riscos ocupacionais são 
classificados em grupos de acordo com sua natureza. Existem diferentes cores para 
cada tipo de risco ocupacional. Para riscos químicos, utiliza-se qual coloração?
A) Verde.
B) Azul.
C) Amarelo.
D) Marrom.
E) Vermelho.
Em se tratando de produtos perigosos, estes são identificados por diferentes símbolos, os 
quais definem, de forma universal, as características e os perigos associados aos produtos 
químicos perigosos.
A simbologia da imagem a seguir refere-se a qual tipo de perigo químico?
3) 
A) Material carcinogênico.
B) Material comburente.
C) Material radioativo.
D) Material corrosivo.
E) Material explosivo.
Em uma determinada indústria química, existem os seguintes avisos:
Evitar contato com a pele; utilizar meios de proteção, como luvas, viseiras, entre 
outros; não trabalhar com estes produtos em áreas fechadas; não comer/beber 
durante o manuseio destes produtos; ao término do uso de manuseio, lavar bem as 
mãos.
4) 
Pode-se dizer que essa indústria possui químicos do tipo:
A) corrosivo.
B) imflamável.
C) explosivo.
D) comburente.
E) nocivo/irritante
5) Atualmente existem mais de 23 milhões de substâncias químicas conhecidas, das 
quais cerca de 200 mil são usadas mundialmente.
Para um químico altamente volátil, qual tipo de equipamento de proteção individual 
(EPI) é essencial para uso do trabalhador?
A) Botas.
B) Máscara de respiração.
C) Protetor auricular.
D) Capacete.
E) Mangote.
NA PRÁTICA
O amianto, também conhecido como asbesto, consiste em uma fibra mineral natural extraída de 
rochas, sendo utilizado em vários produtos comerciais. Esse material já foi usado em mais de 
3000 produtos diferentes, havendo aplicações específicas para os diferentes tipos. Porém, o 
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 29 de novembro de 2017, proibir o uso do 
amianto do tipo crisotila, um material usado na fabricação de telhas e caixas d’água 
principalmente.
Confira o motivo da proibição do uso de amianto do tipo crisotila, por meio de um case prático.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Risco químico, agressividade, acidentes e consequências
Veja os perigos aos quais um indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos. Esses 
produtos podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde. Confira.
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Produtos químicos e efeitos na saúde do trabalhador
O controle das substâncias químicas é de grande dificuldade devido aos inúmeros tipos de 
produtos químicos existentes atualmente no mercado. Além de suas características inconstantes 
de volatilidade, toxidade e das diversas formas de penetração, algumas pessoas apresentam mais 
sensibilidade a certas substâncias do que outros que têm maior resistência. Leia mais sobre o 
assunto neste artigo.
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Vigilância sanitária em postos de revenda de combustíveis
Um dos setores que mais utiliza produtos químicos nocivos à saúde humana é o setor de 
transporte. Por exemplo, o benzeno, um composto encontrado na gasolina, sendo reconhecido 
como agente cancerígeno. No Brasil, trabalhadores de postos de revenda de combustíveis são 
expostos ao benzeno durante suas atividades ocupacionais. Para saber mais a respeito desse 
produto tão nocivo à saúde humana, leia o artigo a seguir.
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Programa de preservação do meio 
ambiente
APRESENTAÇÃO
O engenheiro ambiental, por ser um profissional voltado ao desenvolvimento e à execução de 
ações que protejam o ambiente em que vivemos, direciona sua formação e prática para a 
aquisição dos conhecimentos necessários aoreconhecimento de problemas ambientais causados 
pela ação da espécie humana, ao planejamento de ações de preservação e à solução desses 
problemas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá aspectos que auxiliarão no aprimoramento de seus 
conhecimentos sobre preservação do meio ambiente, para que esteja habilitado a prever ou 
detectar situações de risco ambiental e agir em sua solução.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar programas e projetos relacionados à preservação do meio ambiente.•
Identificar programas de preservação do meio ambiente aplicados ao primeiro setor. •
Reconhecer programas de preservação do meio ambiente aplicados ao segundo setor.•
DESAFIO
A preservação do meio ambiente é uma ação de proteção sobre a natureza das ações do homem, 
principal causador dos desequilíbrios ambientais. Para isso, diversas iniciativas e formas de 
proteger regiões, especialmente aquelas de mata nativa, ou seja, intocadas, são realizadas. Vale 
ressaltar que o auxilio para recuperação de danos causados pela ação da espécie humana é  um 
importante campo de ação do engenheiro ambiental. 
Com base nesse contexto, responda as seguintes perguntas do funcionário da agência:
1) Que tipo de recursos hídricos o condomínio deverá utilizar nessa empresa?
2) Que fontes energéticas poderão ser utilizadas nesse caso?
3) Por ser uma região serrana, o que pode ser feito com as áreas de inclinação do terreno?
4) De que forma os resíduos da vitivinicultura podem ser tratados?
INFOGRÁFICO
A Agenda 21 combina o conceito de sustentabilidade com a obrigatoriedade de aplicação do 
Código Florestal, criando áreas de proteção ambiental (APA) e reservas legais urbanas e/ou 
rurais. Ao juntar esses conceitos, o engenheiro ambiental está em sintonia com o planejamento e 
a construção de smart cities (cidades inteligentes).
Um exemplo é o caso da cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, onde houve a adaptação de uma 
cidade existente, de alto impacto turístico, ao conceito de sustentabilidade.
Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas áreas e programas de meio ambiente aplicados ao 
primeiro e segundo setores em que você pode atuar.
CONTEÚDO DO LIVRO
Para desempenho da função de engenheiro ambiental, é essencial entender as tendências de 
mercado e a importância da preservação. Outro ponto é compreender os conceitos de programa e 
projeto de preservação ambiental e como se estrutura um projeto. 
No capítulo Programa de preservação do meio ambiente, da obra Meio ambiente, você adquirirá 
conhecimento sobre preservação do meio ambiente, além de caracterizar o tema e diferenciar 
preservação de conservação ambiental. Você verá também sobre a atuação do engenheiro 
ambiental no setor público, os programas ambientais do governo e a hierarquia dos órgãos 
governamentais envolvidos. Na atuação em setor privado, serão analisadas as possibilidades de 
ação do engenheiro ambiental, a regulamentação que deve ser observada e como obter recursos 
para transformar projetos em realidade.
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
 
Programa de preservação 
do meio ambiente
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relacionar programas e projetos relacionados à preservação do meio 
ambiente.
 � Identificar programas de preservação do meio ambiente aplicados 
ao primeiro setor.
 � Reconhecer programas de preservação do meio ambiente aplicados 
ao segundo setor.
Introdução
O engenheiro ambiental, por ser um profissional voltado ao desenvolvi-
mento e à execução de ações que protejam o ambiente em que vivemos, 
direciona sua formação e prática para a aquisição dos conhecimentos 
necessários ao reconhecimento de problemas ambientais causados pela 
ação da espécie humana, planejando ações de preservação e solução 
desses problemas e de prevenção para que não aconteçam.
Este capítulo será dedicado à aquisição de conhecimentos relativos à 
elaboração e ao desenvolvimento de projetos de preservação do meio 
ambiente, bem como à identificação dos programas já existentes, para 
que você esteja habilitado a prever ou detectar situações de risco am-
biental e planejar ações para sua solução.
Preservação do meio ambiente: 
caracterização de projetos e programas 
As ações de preservação do meio ambiente do engenheiro ambiental estão 
fundamentadas no artigo 7o da Lei nº 5.194/1966 (BRASIL, 1966) e na Re-
solução nº 447 do CONFEA (CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, 
ARQUITETURA E AGRONOMIA, 2000), que regulamentam as atividades 
e atribuições profissionais do engenheiro ambiental, determinando que o 
profissional atue na supervisão, coordenação e orientação técnica, que elabore 
estudos, projetos, avaliações, laudos, pareceres técnicos e, principalmente, 
que fiscalize e execute obras e serviços técnicos.
O que é preservação do meio ambiente? 
O meio ambiente está em equilíbrio dinâmico — homeostase —, ou seja, cada fator 
depende de outro para se manter constante e adequado aos seres vivos que ali estão, 
que, por sua vez, contribuem para que essa homeostase se mantenha. Havendo 
alteração, altera a homeostase. Um exemplo na área da Engenharia Ambiental é o 
caso da cidade de Mariana, em Minas Gerais. Em 2016, o rompimento da barragem de 
Fundão causou forte contaminação nos rios Gualaxo do Norte, rio do Carmo, rio Doce 
e, por fim, desaguou no mar, na cidade de Regência, no Espírito Santo. No percurso 
de mais de 600 km, dizimou a vida nesses rios, causando grave impacto ambiental 
(MOTA, 2017). Os seres vivos que habitam esse ecossistema controlam os insetos, seja 
consumindo-os em sua forma de larva ou adulta, e sua morte causou um aumento 
na proliferação de mosquitos, inclusive as espécies vetores da febre amarela. Portanto, 
no verão de 2018, houve um aumento visível dos casos de febre amarela, justificados 
pela migração de pessoas a partir das áreas de infestação (ESTADÃO, 2018; OLIVEIRA, 
2018; TEIXEIRA, 2018; WENTZEL, 2018). Um projeto adequado de preservação ambiental, 
bem acompanhado e fiscalizado, teria tido impacto significativo sobre a saúde pública 
e a atividade econômica do país inteiro.
A preservação do meio ambiente é uma ação sobre a natureza, sem que se 
use argumentos sobre valor econômico ou utilitário, mas com foco em que 
a nossa espécie é a causadora dos desequilíbrios ambientais. Então, prima-
riamente, trata sobre a criação de regiões naturais intocadas pelo progresso, 
como as áreas e unidades de preservação ambiental, reservas legais e nacio-
nais. Entretanto, não podemos deixar de considerar que o conserto de danos 
causados pela ação da espécie humana acaba transcendendo esse conceito e 
se tornando importante campo de ação do engenheiro ambiental, que deve 
prezar pela proteção dos recursos naturais, mesmo que não sejam utilizáveis.
Um projeto é um conjunto de ações voltadas para atingir a um ou mais 
objetivos claros, com metodologia específica e cronograma de ação definido 
conforme a metodologia e os resultados esperados. Contudo, se aplicarmos 
Programa de preservação do meio ambiente2
diversas ações, com objetivos comuns, teremos um programa, que vê essas 
ações de uma instância mais elevada. Ambos são temporários e obedecem 
a cronogramas de execução, mas o programa, por abranger vários projetos, 
em geral, é mais longo. Da mesma forma, os objetivos do programa são mais 
amplos, e as metas maiores. Geralmente, a execução de projetos é apenas mais 
uma das metas de um programa. Quanto à estrutura, um projeto é bem definido, 
enquanto um programa, por ser mais amplo, é menos preciso, requerendo uma 
equipe maior de coordenação. Um projeto é direcionado para uma única ação 
e resultado, enquanto, no programa, existem diversas ações complementares, 
cada uma com seu resultado, que é complementar aos demais projetos. Para 
cada projeto, temos uma entrega, enquanto o objetivo do programa é possibi-
litarum conjunto de entregas dentro de um tema comum. Contudo, projetos 
e programas são interdependentes, uma vez que o resultado de um programa 
é a entrega decorrente da execução de vários projetos, e a execução de um 
projeto, muitas vezes, só é viabilizada por estar inserida em um programa. 
Um projeto ou programa de preservação ambiental deve começar com o 
conhecimento histórico da área a ser preservada, para verificar se há ocupação 
ou exploração humana, espécies animais e/ou vegetais em risco de extinção, 
biodiversidade, interdependência dos recursos naturais, como recursos hídricos 
e de solo, que são fatores que vão além do que se pode ver quanto à beleza 
estética ou à exuberância do ambiente. Por exemplo, ao se considerar deter-
minada área para preservação próxima a uma alta incidência de indústrias 
de caldeiraria, não importa o combustível usado, deve-se observar a direção 
do vento predominante e a possibilidade de chuvas ácidas. Esse conheci-
mento deve ser suficiente para a elaboração de um memorial descritivo que 
relate os aspectos envolvidos para a seleção da área a ser preservada, bem 
como os estudos preliminares a serem executados para a elaboração de um 
projeto. Os estudos preliminares devem envolver tanto a pesquisa do que já 
se sabe sobre o local em questão, quanto os resultados de uma investigação 
realizada por um grupo multidisciplinar relatando a situação atual do alvo, 
incluindo um inventário sobre o que se observou. Devem envolver também a 
respectiva legislação envolvida, principalmente a relativa a situações de risco 
das espécies relatadas, no Ibama, e a proteções preexistentes, constantes do 
Código Florestal (Lei n. 12.651/2012) (BRASIL, 2012). A Figura 1 mostra a 
importância de observar a interação entre uma área preservada, no caso uma 
Área de Preservação Permanente (APP), e uma região metropolitana, onde a 
biodiversidade se apresenta, a preservação permeia o cotidiano da população, 
mas o impacto ambiental é fortemente sentido.
3Programa de preservação do meio ambiente
Figura 1. Recife vista do mangue — aqui se vê a interação de áreas urbanas vizinhas a 
Áreas de Preservação Permanente.
Fonte: Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock.com.
Quanto a esses estudos preliminares, sugere-se que sejam conhecidos os 
aspectos climatológicos, os geomorfológicos, os pedológicos e os hidrológicos, 
a existência de bioma característico, a identificação dos corpos d´água e da 
cobertura vegetal, as análises químicas do solo, além do levantamento do 
perímetro para conhecimento do suporte da área a ser preservada. Os aspectos 
climatológicos regionais trazem à luz qual é o comportamento esperado em 
relação aos regimes de vento, precipitação e temperatura, com influência na 
dispersão de sementes, germinação, crescimento, floração e frutificação de 
plantas, sobrevivência a períodos de seca e/ou inundação, ou seja, os fatores 
que influenciam a continuidade da cobertura vegetal e das espécies que dela 
e nela vivem.
A importância dos aspectos geomorfológicos, pedológicos e hidrológicos 
vem da necessidade de se prever, por exemplo, deslizamentos, inundações ou 
estiagens consequentes de alterações. Também é importante considerar que o 
Código Florestal (BRASIL, 2012) já considera protegidas permanentemente 
áreas de margem de cursos d’água, lagos e lagoas naturais, nascentes e olhos 
Programa de preservação do meio ambiente4
d’água, em faixas que variam de 30 a 500 metros, dos reservatórios d’água 
artificiais, desde que sejam originadas de barramento ou represamento de 
cursos d’água naturais, dependendo da largura do recurso hídrico em questão. 
Da mesma forma, o Código Florestal protege encostas com inclinação maior 
que 45°, topo de morros, montes, montanhas e serras, mais altos que 100 
metros e inclinação acima de 25° (BRASIL, 2012). 
A proteção legal se estende para os biomas característicos sensíveis, as 
restingas, pois fixam dunas e mangues, manguezais, bordas de chapadas, 
veredas (banhados ou brejos), cuja mínima alteração pode causar desequilíbrio 
ecológico e, consequentemente, seu desaparecimento. Portanto, a identificação 
dos corpos d´água e da cobertura vegetal, bem como as análises químicas 
do solo são necessárias para que se identifique as limitações legais, ou para 
que seja possível a tomada futura de decisões com base nas informações 
levantadas por esses estudos. Isso também é válido para as circunvizinhas, 
por influenciarem diretamente a área-alvo, uma vez que todas interagem via 
fatores abióticos, como os fatores climáticos – a drenagem de uma área vizinha 
a um banhado o afeta obrigatoriamente – ou bióticos, como a existência de 
cobertura vegetal formando corredores ecológicos por onde passam espécies 
polinizadoras ou dispersoras de sementes.
Para a formulação e aprovação de um projeto, é essencial que ele tenha um 
ou mais objetivos bem definidos, abrangendo conceitualmente todo o projeto, e 
que seja sustentado pelas metas, pela metodologia e pelos resultados esperados. 
Decorrentes desse ou desses objetivos gerais, relativos ao que vai ser feito, 
outros objetivos específicos, decorrentes dos resultados obtidos, devem ser 
determinados. Por exemplo, ao se ter como objetivo geral a proteção de uma 
área de encosta com risco de desabamento caso haja supressão vegetal, pode se 
ter como objetivo específico a recuperação da área já degradada e, com isso, o 
aumento da estabilidade dessa encosta. Esses objetivos devem ser seguidos de 
uma justificativa concisa, que mostre a necessidade de se empregar recursos 
econômicos e técnicos na execução do projeto.
Para atingir esses objetivos, são necessárias ações específicas, com uma 
metodologia definida pelas Normas Técnicas, conhecidas ou experimentais, 
de pesquisas em desenvolvimento, em um cronograma factível, com resultados 
esperados relacionados com os objetivos a serem alcançados, prevendo ações de 
correção, caso os resultados não coincidam com os esperados. A metodologia 
não se restringe apenas à execução da ação direta do projeto, mas também 
abrange as definições, as pesquisas, os licenciamentos, as aquisições e as 
locações de equipamentos, bem como o levantamento dos recursos financeiros 
necessários para essas ações. 
5Programa de preservação do meio ambiente
Para a execução de um projeto de forma satisfatória, deve-se definir suas 
áreas de abrangência conforme a metodologia a ser aplicada. Há normas 
específicas para a elaboração de relatórios técnicos periódicos, bem como de 
um relatório final, e a produção textual deve ser concisa e técnica, orientando 
a reprodutibilidade da metodologia apresentada, de modo que se obtenha 
os mesmos resultados dentro de condições semelhantes. Portanto, dentro 
da preservação ambiental, há muito o que ser feito, além das manifestações 
públicas. Um engenheiro ambiental deve esgotar todos os recursos disponíveis 
para a elaboração de programas e projetos, além de utilizar um programa com 
tema pertinente à sua área de atuação a fim de obter recursos para desenvolver 
um projeto.
Preservação do meio ambiente: 
ocorrência no setor público
As ações do segundo setor estão direcionadas para a elaboração de programas 
focados na preservação ambiental de acordo com a legislação pertinente. O 
órgão que rege as políticas ambientais de conservação no país é o Ministério do 
Meio Ambiente (MMA), com programas voltados à conservação, à recuperação 
e ao uso sustentável do meio ambiente. O MMA objetiva principalmente a 
conservação, assim, o conhecimento dessa área é interessante para a elabora-
ção de projetos na área pública. Um trabalho interessante é o programa Água 
Doce, voltado para o uso sustentável dos recursos hídricos subterrâneos no 
semiárido, além de programas preventivos de gestão e educação ambiental 
(BRASIL, 2018).
O MMA também desenvolve o Programa Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA — Lei nº 6.938/1981) (BRASIL, 1981), visando dar condições de ação 
para as principais instituições ambientais, além de aumentara eficiência da 
capacidade de gestão ambiental em todas as esferas públicas. A meta atual tem 
sido melhorar as políticas envolvidas no licenciamento e monitoramento do 
uso correto dos recursos ambientais. Devido ao seu caráter conservacionista, 
o MMA gerencia o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), 
criado pela Lei nº 9.985/2000 (BRASIL, 2011). Esse sistema reúne o conjunto 
de unidades de conservação (UC) — federais, estaduais e municipais. 
Ao SNUC cabe otimizar e integrar o planejamento e a administração 
das UC, para garantir que seja preservado o patrimônio ambiental nacional 
como um todo, englobando “[...] amostras significativas e ecologicamente 
viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas” (BRASIL, 2011, 
Programa de preservação do meio ambiente6
documento on-line). Os objetivos do SNUC estão voltados para a preservação 
e recuperação da biodiversidade, do patrimônio genético e da diversidade de 
ecossistemas, no território nacional e nas águas jurisdicionais.
São 12 categorias de UC: as que devem ser preservadas usando como 
referência a fragilidade que impossibilita seu uso racional, e as que podem ser 
utilizadas de forma sustentável, mantendo-se sua conservação; dessas catego-
rias, cinco são de áreas de proteção integral, com acesso restrito ou limitado. 
Um exemplo são os Parques Nacionais, áreas de preservação de importantes 
e/ou notoriamente belos ecossistemas naturais, onde são permitidas pesquisas 
científicas, atividades educativas e recreativas e turismo ecológico. Parques 
estaduais e municipais também estão nessa categoria (Figura 2). As outras 
sete categorias são de uso sustentável. 
Figura 2. Cânion do Itaimbezinho, no Parque Nacional do Aparados da Serra, onde há 
ocorrência de espécies vegetais únicas no planeta.
Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com.
Essas definições, bem como as matérias pertinentes, presentes na Constituição 
Federal, são desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA, 
também instituído pela Lei nº 6.938/1981) (BRASIL, 1981). A gestão ambiental 
no território nacional é descentralizada e coordenada pelo SISNAMA. 
7Programa de preservação do meio ambiente
O SISNAMA é composto de órgãos e instituições ambientais, dos Três 
Poderes, mais o Ministério Público. A função de seu estabelecimento é a 
implementação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em todo o 
nível da Federação. O Poder Executivo aplica situações e exigências referentes 
ao licenciamento ambiental, além da fiscalização de empreendimentos e ativi-
dades potencialmente geradores de impactos ambientais. O Poder Legislativo 
elabora a legislação e os regulamentos ambientais, aprova os orçamentos dos 
órgãos ambientais, controla os atos do Executivo, entre outras funções. O 
Poder Judiciário julga as Ações Civis Públicas, Ações Populares, Mandados 
de Segurança e Mandados de Injunção, controla a constitucionalidade de 
normas e revê atos administrativos. O Ministério Público, instaura inquéritos 
civis, inquéritos criminais e promove ações civis públicas (MENDES, 2016).
O SISNAMA é composto por um Conselho Superior, que é um Conselho 
de Governo que assessora o Presidente da República nas matérias ambien-
tais; por um Órgão Consultivo e Deliberativo, o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), que estabelece os padrões e normas federais a serem 
cumpridas nos Estados e Municípios, embora tenham liberdade para compor 
as próprias normas e padrões (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AM-
BIENTE, 2018); por um Órgão Central, a Secretaria do Meio Ambiente da 
Presidência da República (SEMA), que faz cumprir a PNMA e as diretrizes 
governamentais para o meio ambiente; por Órgãos Executores, o Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o 
Instituto de Conservação da Biodiversidade — Instituto Chico Mendes, que 
executam as diretrizes governamentais dentro de suas competências; por 
Órgãos Seccionais, que são os órgãos ou entidades estaduais responsáveis 
por programas ambientais ou pela fiscalização de atividades utilizadoras de 
recursos ambientais — são as agências ambientais estaduais; e por Órgãos 
Locais, como as entidades municipais responsáveis por programas ambien-
tais e pela fiscalização de atividades utilizadoras de recursos ambientais. O 
objetivo da fiscalização é mudar o comportamento de infratores em potencial 
por meio da coerção e aplicação de multas e punições, levando o cidadão ao 
comportamento adequado em relação ao meio ambiente.
Cabe ao IBAMA, por determinação da Lei nº 7.735/1989 (BRASIL, 1989), 
a fiscalização ambiental prevista na legislação, que limita direitos individuais 
em prol do bem comum, caracterizada pela liberdade de atuação da adminis-
tração pública no estabelecimento de valores e sanções, de policiar e punir 
visando reprimir atividades danosas ao bem comum e de impor as medidas 
administrativas adequadas. A existência de um Regulamento Interno de Fis-
calização Ambiental (RIF) limita as ações dos Agentes Ambientais Federais 
Programa de preservação do meio ambiente8
dentro de direitos, deveres e ética em sua atuação. O IBAMA pode lavrar 
autos de infração ambiental e instaurar processos administrativos, assim 
como os demais integrantes estaduais e municipais do SISNAMA, garantindo 
a agilidade na preservação ambiental. 
Buscando a descentralização da gestão e fiscalização da ação humana 
no meio ambiente, é necessária a cooperação entre União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios na proteção do meio ambiente, no combate à poluição 
e na preservação dos recursos ambientais. Portanto, compete aos Órgãos 
Estaduais de Meio Ambiente a gestão das florestas para os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, reduzindo a ação do Governo Federal a situações 
especiais, como as de fronteira e as de locais especiais, como o mar territo-
rial, a plataforma continental ou a zona econômica exclusiva; ou nas terras 
indígenas e UC Federais, exceto as Áreas de Proteção Ambiental (APA) ou 
onde houver conflitos de jurisdição estadual. Portanto, os licenciamentos, o 
controle do uso de madeiras, da reposição florestal e da compensação am-
biental, o monitoramento e a fiscalização, bem como a promoção da produção 
florestal, ficam a cargo das Agências Estaduais e das Entidades Municipais, 
com obrigatoriedade de cooperação.
Dentro dessa esfera organizacional do SISNAMA, vemos a integração 
da legislação e fiscalização de eventos relacionados ao meio ambiente que 
estruturam programas nacionais, como o PNMA II, que corresponde à se-
gunda fase do Programa Nacional do Meio Ambiente que, como descrito, 
mira o desenvolvimento de projetos de gestão estaduais, integrando a Política 
Ambiental com as políticas setoriais. Há também, conforme a competência da 
União, programas do MMA que atuam na regularização do uso e exploração 
dos recursos naturais pelas populações de áreas específicas, promovendo ações 
de cadastramento, regulamentação de uso, inclusão e educação ambiental. Ao 
contrário dos programas estaduais e municipais, de ação local e que privilegiam 
a fiscalização e adequação a normas, os programas nacionais são mais amplos 
e sem características de policiamento. Esses programas são: 
 � Agenda 21, para a construção de sociedades sustentáveis.
 � Água Doce, incentivando projetos de dessalinização e distribuição de 
água no semiárido. 
 � Águas Subterrâneas, de proteção ao uso abusivo do lençol freático. 
 � Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), específico para a proteção do 
bioma amazônico. 
 � Bolsa Verde, que dá auxílio financeiro a famílias envolvidas na con-
servação de áreas de risco. 
9Programa de preservação do meio ambiente
 � Cadastro Ambiental Rural (CAR), que busca o levantamento de áreas 
rurais em contato com UC, buscando limitar impactos ambientais e 
aumentar o planejamento da propriedade rural. 
 � Cerrado Sustentável, para reduzir impactos socioambientais nesse 
bioma. 
 � Combate à Desertificação (PAN-Brasil), que visadeterminar respon-
sabilidades governamentais, comunitárias e do latifúndio, além da 
disponibilidade de recursos para combater a desertificação. 
 � Corredores Ecológicos, para a prevenção da fragmentação da Mata 
Atlântica e da Amazônia. 
 � Educação Ambiental (ProNEA), que busca fortalecer o SISNAMA por 
meio de ações de educação ambiental que aumentem a participação 
social e a receptividade e colaboração com os programas de Governo 
e ações fiscalizatórias. 
 � Florestas, para promover o uso sustentável conciliado com a conservação 
das florestas nacionais. 
 � Projeto Orla, dedicado ao estudo da ocupação desordenada da orla 
marítima para a aplicação de recursos Federais na redução de impactos 
ambientais. 
 � Proteção das Florestas Tropicais, que reuniu informações necessárias 
para a preservação florestal. 
 � Revitalização de Bacias, direcionado para as bacias hidrográficas dos 
rios São Francisco, Tocantins-Araguaia, Paraíba do Sul, Alto Paraguai, 
Parnaíba e Paranaíba, para promover ações que determinem o uso 
sustentável dos recursos hídricos e externalidades socioambientais para 
a preservação desses recursos. 
 � Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), visando ao reconhecimento 
de biomas e às possibilidades de uso sustentável (BRASIL, 2018).
Tendo em vista essa extensão de programas governamentais, com base na 
interação entre os integrantes do SISNAMA e a população, podemos verificar 
que a natureza dos programas é amplamente educativa e participativa.
Preservação do meio ambiente: 
aplicação de programas no setor industrial
Quando se fala em programas de preservação aplicados (ou aplicáveis) ao 
segundo setor, diversas são as interpretações possíveis. Isso porque o segundo 
Programa de preservação do meio ambiente10
setor da economia refere-se ao mercado, à iniciativa privada, composta por 
empresas privadas cuja finalidade é o acúmulo de capital. Esse setor é visto 
como o vilão da preservação ambiental pela opinião pública e pelas Agências 
e Entidades Ambientais. Por trás de uma empresa privada, há empresários 
que, eventualmente, buscam acumular capital de forma inconsequente, e 
consideram a legislação e as normas ambientais como geradoras de custo, não 
como investimento. Com esse pensamento, dirigem suas empresas sem gestão 
ambiental, ou com formas ineficientes de gestão que, por consequência, geram 
impacto ambiental em suas atividades. Obviamente, imaginamos empresas 
com chaminés e tubulações emitindo efluentes sem qualquer critério, mas 
existem outras formas de impacto: o agronegócio também pode ser gerador 
de impacto ambiental.
Visando dificultar a ocorrência de infração, a iniciativa privada é obrigada, 
quando compatível com a legislação, a obter Licença Ambiental para funcionar, 
com exceção de empresas com atividade de baixo potencial poluidor ou baixo 
impacto ambiental, que estão isentas de licenciamento. Para argumentar em 
favor do licenciamento, cabe aos responsáveis estarem atentos aos Programas 
e Iniciativas Municipais, Estaduais e até Federais cujo tema seja o meio am-
biente que, além de serem um bom auxílio no direcionamento da redução do 
impacto ambiental, podem subvencionar iniciativas sustentáveis e inovadoras.
Como vimos, os programas ambientais existentes têm se direcionado à 
sustentabilidade e à redução do impacto ambiental de comunidades relacio-
nadas a APPs, ou à área agrícola; portanto, é pouco frequente que encontre-
mos recursos disponíveis em programas voltados para a iniciativa privada. É 
sempre interessante associar sustentabilidade à inovação em busca de recursos 
econômicos. Entretanto, as Agências de Fomento à inovação têm ampliado 
o crédito para alternativas de processos e produtos inovadores que tenham 
externalidades de viés socioambiental, com juros acessíveis. Um verdadeiro 
convite para a atividade do engenheiro ambiental.
Nesse quesito, projetos voltados à sustentabilidade, uma competência do en-
genheiro ambiental, tornam-se mais que uma maneira ambientalmente correta 
de mitigar os custos da lisura ambiental, mas um cartão de visitas desejado e 
utilizado com habilidade por grandes corporações, acompanhando a tendência 
planetária. Gestão ambiental, sustentabilidade, uso de energias renováveis, 
reciclagem e reuso d’água são exemplos de metodologias que eram utilizadas 
como uma obrigação facilitadora do licenciamento ambiental, transformadas 
em compromisso ético e produto de consumo (Figura 3).
11Programa de preservação do meio ambiente
Figura 3. Sistema híbrido e renovável de geração de energia, misto de eólica e fotovoltaica.
Fonte: jaroslava V/Shutterstock.com. 
As empresas já notaram que as pessoas têm mais confiança em marcas 
conhecidamente sustentáveis, superando estatisticamente a importância dada 
a esse assunto pelos europeus, que são caracterizados como consumidores 
de produtos orgânicos e que usam a biodiversidade brasileira. Nesse quesito, 
grandes empresas desenvolvem espontaneamente seus próprios programas 
ambientais de olho no fenômeno das startups, agindo como aceleradoras. Nesse 
caso, a oportunidade de mercado está favorável tanto para o empreendedor, que 
pode colocar ideias de projetos, aplicativos para telefonia móvel e metodologias 
inovadoras como forma de monetização, quanto para o investidor, que pode 
investir capital de risco com chances de lucros astronômicos e éticos.
Dentro do nosso objetivo, é necessário caracterizar ações do Governo em 
prol da sustentabilidade no segundo setor. O Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social (BNDES, 2018) é a principal Agência de Fomento 
do país, com linhas de crédito a longo prazo adaptadas ao meio empresarial, 
com taxas de juros relativamente baixas e amplos períodos de carência. Para a 
avaliação de financiamentos, mesmo não se tratando de um programa direta-
Programa de preservação do meio ambiente12
mente ligado à preservação do meio ambiente, considera-se esse quesito uma 
externalidade determinante na análise de concessão de crédito, por meio de 
análise dos impactos socioambientais do investimento, em que o licenciamento 
ambiental do cliente para a concessão de crédito é exigido.
Essa agência conta há mais de 30 anos com linhas de crédito específicas 
para apoio permanente a projetos industriais de conservação e recuperação 
do meio ambiente, apoiando empreendimentos sustentáveis, que privilegiem 
o saneamento e o uso racional de recursos hídricos, o manejo e a destinação 
ambientalmente correta dos resíduos sólidos e o uso eficiente de energia 
elétrica, principalmente de fontes alternativas (BNDES, 2018). 
Para a atuação do engenheiro ambiental no licenciamento de áreas de inte-
resse, devemos considerar alguns conceitos, como o de Reserva Florestal Legal 
e o de Área de Preservação Ambiental (APA). A Lei nº 12.651/2012 (BRASIL, 
2012) estabelece que o Reserva Legal é restrito a zonas rurais. Determina que 
uma área de vegetação natural pode ser explorada desde que se faça manejo 
florestal sustentável, para que se evite a descaracterização do ambiente natural, 
reservando a biodiversidade. A questão é conciliar a preservação ambiental e 
o desenvolvimento econômico, ambos garantidos pela Constituição Federal, 
por meio de projetos que privilegiem o manejo sustentável, com alternativas 
produtivas inovadoras, atendendo aos dois interesses. O percentual da área 
rural a ser destinado para o Reserva Legal varia de 80%, se na Amazônia 
Legal, a 15%. O mesmo Código Florestal define as APA, e determina que 
seu uso está restrito a preservação, reflorestamento e pesquisas, podendo ser 
delimitado em áreas de domínio privado, sem necessidade de desapropriação, 
ficando a critério da autarquia competente a avaliação e concessão. Em relação 
às Reservas Legais, a área de uma APA é mais extensa, podendo ser admitida 
alguma ocupação humana anterior ao licenciamento. 
Enquanto os modelos de Reserva Legal e de APA respondem ao Código 
Florestal, a Lei nº 10.257/2001 determina que fica a cargo do município“ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais [...] da propriedade 
urbana” (BRASIL, 2001, documento on-line), salientando que, entre as 
diretrizes para esse desenvolvimento funcional, encontramos a “proteção, 
preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído” (BRA-
SIL, 2001, documento on-line), em consonância com a autoridade esta-
belecida pela hierarquia do SISNAMA. Aqui, mais uma vez, encontra-se 
uma importante oportunidade de atuação do engenheiro ambiental: a re-
gularização de Reservas Legais em áreas de loteamentos e condomínios. 
A regulamentação é diferente da imposta para as zonas rurais, com diminuição 
da área de preservação para, geralmente, 10% da área ocupada, com as mesmas 
13Programa de preservação do meio ambiente
condições de acesso e uso. Existe alguma polêmica sobre a utilização pública 
dessas áreas, os impactos relativos, a propriedade privada ou de uso público, 
mas regulamentações devem ser feitas para resolver esses conflitos, ficando, 
por hora, a critério da Entidade Municipal.
Com a expansão da área urbana, áreas rurais vão se descaracterizando e 
invadindo APPs, de forma irregular ou regular. No primeiro caso, a ação neces-
sária é de iniciativa pública, que educa e regulariza; no segundo caso, deve haver 
um projeto privado de loteamento, reservando a respectiva APA. Temos como 
exemplo o Guia do Parcelamento do Solo Urbano, Centro de Apoio Operacional 
do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, um Órgão 
Ambiental legislando sobre o parcelamento de áreas para loteamento no Estado, 
mas também deliberando sobre a preservação ambiental (SOUTO, 2010). Esse 
Órgão determina a obrigatoriedade da área verde, um espaço de preservação da 
vegetação, sem calçamento, de domínio público e de função ecológica, paisa-
gística e recreativa, cujo objetivo é a melhoria da qualidade de vida nesses três 
aspectos. Nesse caso, é permitida a abertura de caminhos e trilhas e instalação de 
áreas de lazer. A obrigatoriedade está embasada na necessidade de manutenção 
da umidade do ar com as consequentes externalidades para a saúde e para o meio 
ambiente, como redução de doenças respiratórias e poluição do ar. Ainda temos 
a absorção de ruídos e a diminuição da variabilidade da temperatura. O aspecto 
paisagístico aumenta o bem-estar e, em conjunto com a disponibilidade de lazer 
ao ar livre, tem impacto positivo nos índices de violência. O fato de não haver 
calçamento é preventivo de inundações, pois permite a absorção da pluviosidade. 
Conforme se regularizam as áreas verdes em espaços públicos e privados, cria-se 
jurisprudência sobre elas. Cabe ao engenheiro ambiental estar atento a essas 
mudanças para oferecer serviços de consultoria e programas de regularização 
para as incorporadoras. Apesar de se permitir pequenas construções em uma área 
verde delimitada, esse tipo de ocupação não é bem-vinda e tende a ser limitada, 
restando apenas características de vegetação contínua, presença de caminhos e 
trilhas e tolerância a brinquedos infantis e outros divertimentos leves para uso 
público. Já é tendência para algumas Entidades Municipais liberar construções 
em áreas residenciais mediante a delimitação de áreas verdes, o que tende a ser 
incorporado nos códigos municipais, uma vez que tem impacto sobre o bem-
-estar comum, tornando-se de interesse público. Levando em consideração a 
já citada valorização da sustentabilidade, torna-se aceitável tomarmos a frente 
da fiscalização e elaborar projetos paisagísticos que incluam a existência de 
áreas verdes, uma vez que os usuários tendem a apreciar e preferir alternativas 
sustentáveis, o que já se reflete no mercado imobiliário.
Programa de preservação do meio ambiente14
1. Para efetivar a preservação do 
meio ambiente, é necessário 
levar em consideração inúmeros 
aspectos, como as APPs (Áreas de 
Proteção Permanente) e as áreas 
de risco. Com relação ao assunto, 
marque a alternativa correta:
a) As APPs são áreas especiais 
de uso e definidas em 
distintos livros didáticos.
b) APPs são locais de 
assentamento de grupos 
socialmente vulneráveis.
c) As APPs estão integralmente 
protegidas.
d) As APPs são públicas.
e) Topo de morro e margem 
de rio são consideradas 
APPs e áreas de risco.
2. Projetos e programas de preservação 
do meio ambiente podem ser 
aplicados nos distintos setores 
da sociedade. No primeiro setor, 
por exemplo, as Unidades de 
Conservação (UCs) são foco de 
inúmeros programas e projetos. 
Sobre as UCs é correto afirmar:
a) foram definidas pela Lei 
9.985/2000 e possuem 
10 categorias.
b) possuem 7 categorias de 
proteção integral, ou seja, que 
compatibilizam a utilização 
dos recursos naturais com a 
proteção do meio ambiente.
c) as UCs são parcelas de 
vegetação natural definidas 
pelo SNUC e possuem como 
foco os projetos de utilização 
dos recursos naturais.
d) O SNUC definiu 12 categorias 
de UCs, sendo que 7 são 
de proteção integral e 5 
de uso sustentável.
e) As UCs de uso sustentável são 
focos de projetos de utilização 
dos recursos naturais.
3. A reserva legal é uma área definida 
pela legislação e foco de programas 
e projetos de meio ambiente, no 
setor privado. Com relação às 
características da reserva legal, 
observe o colocado a seguir:
I. é uma área urbana ou rural.
II. é uma área que deve ser 
de proteção integral.
III. é uma área que deve ser foco 
de utilização sustentável.
IV. é uma área destinada à 
preservação do meio ambiente.
Das alternativas colocadas, qual 
ou quais estão corretas?
a) Apenas a I.
b) Apenas a I e III.
c) Apenas a II e IV.
d) Apenas a III e IV.
e) Apenas a III.
4. Mais amplos que os programas 
estaduais e municipais, os 
programas do MMA não possuem 
a característica de policiamento, 
atuando na regularização do 
uso e exploração dos recursos 
naturais pelas populações de áreas 
específicas, promovendo ações de 
cadastramento, regulamentação 
de uso, inclusão e educação 
ambiental. Tendo que esses 
programas governamentais se 
baseiam na interação entre os 
15Programa de preservação do meio ambiente
integrantes do SISNAMA com a 
população, podemos afirmar que:
a) é uma preocupação do 
Governo Federal, visível em 
seus Programas Ambientais, 
a conservação dos recursos 
ambientais, possibilitando 
seu uso sustentável, quando 
permitido pela Legislação.
b) os Programas Água Doce e 
Águas Subterrâneas têm por 
objetivo o incentivo de projetos 
de dessalinização e distribuição 
de água potável, sendo o 
primeiro para zonas costeiras e 
o segundo para o semiárido.
c) o PAN-Brasil também 
determinou a responsabilidade 
das grandes propriedades 
agrícolas sobre o processo 
degradação do lençol freático. 
d) o Cadastro Ambiental Rural 
(CAR) também é um Programa 
do Ministério do Meio Ambiente 
e busca levantar a existência de 
propriedades rurais em UC e 
transferi-las para zonas rurais.
e) são voltados exclusivamente 
ao atendimento de populações 
que habitam áreas florestais.
5. No Brasil, há diversos programas e 
projetos voltados para a conservação 
do meio ambiente, envolvendo 
desde a elaboração de estudos 
preliminares até o licenciamento 
e execução da obra, quando é 
o caso. Em relação a esse tema, 
assinale a alternativa correta.
a) A relação entre um programa 
e um projeto ambiental é 
clara, sendo um projeto 
mais abrangente e extenso 
que um programa.
b) A conservação do meio ambiente 
se relaciona também ao uso 
racional dos recursos naturais.
c) A investigação histórica 
de uma região por si só 
determina a viabilidade de 
um projeto ambiental.
d) Com licenciamento especial, 
é possível o uso parcial de 
áreas de margem de cursos 
d’água de alta velocidade.
e) Se justificada a necessidade 
emergencial de uso agrícola, 
o Código Florestal prevê 
a drenagem de águas 
mesmo de áreas protegidas 
e biomas exclusivos.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (BNDES). Disponívelem: <https://www.
bndes.gov.br/wps/portal/site/home>. Acesso em: 02 jul. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programas de governo. Disponível em: <http://
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Programa de preservação do meio ambiente16
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servação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de 
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do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras providências. 
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gulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da 
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9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as 
Leis n. 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida 
Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF, 
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Programa de preservação do meio ambiente18
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DICA DO PROFESSOR
No campo do meio ambiente, muito se fala em sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. 
Conhecer o que esses itens significam, e também seus pilares, é fundamental para o engenheiro 
ambiental.
Nesta Dica do Professor, você entenderá melhor o que significa sustentabilidade, além de sua 
abrangência, seu lado econômico, social e ambiental, sua aplicação no planejamento urbano e 
um pouco da história do surgimento do conceito.
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EXERCÍCIOS
1) Para efetivar a preservação do meio ambiente, é necessário levar em considerações 
inúmeros aspectos, principalmente as APPs e as áreas de risco. Com relação ao 
assunto, marque a alternativa correta:
A) As APPs são áreas especiais de uso e definidas em distintos livros didáticos.
B) APPs são locais de assentamento de grupos socialmente vulneráveis.
C) As APPs estão integralmente protegidas.
D) As APPs são públicas.
E) Topo de morro e margem de rio são consideradas APPs e áreas de risco.
Projetos e programas de preservação do meio ambiente podem ser aplicados nos 
distintos setores da sociedade. No primeiro setor, por exemplo, as unidades de 
conservação (UC) são foco de inúmeros programas e projetos. Sobre as UCs, é 
2) 
correto afirmar:
A) Foram definidas pela Lei 9.985/2000 e têm 10 categorias.
B) Têm sete categorias de proteção integral, ou seja, que compatibiliza a utilização dos 
recursos naturais com a proteção do meio ambiente.
C) As UCs são parcelas de vegetação natural definidas pelo SNUC e têm como foco projetos 
de utilização dos recursos naturais.
D) O SNUC define 12 categorias de UCs, sendo que sete são de proteção integral e cinco de 
uso sustentável.
E) As UCs de uso sustentável são foco de projetos de utilização dos recursos naturais.
3) A reserva legal é uma área definida pela legislação e foco de programas e projetos de 
meio ambiente no setor privado. Com relação às características da reserva legal, 
observe o colocado a seguir: 
I - É uma área urbana ou rural. 
II - É uma área que deve ser de proteção integral. 
III - É uma área que deve ser foco de utilização sustentável. 
IV - É uma área destinada à preservação do meio ambiente. 
Das alternativas colocadas, qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e III.
C) Apenas a II e IV.
D) Apenas a III e IV.
E) Apenas a III.
4) Mais amplos que sejam os programas estaduais e municipais, os programas do MMA 
não têm a característica de policiamento, atuando na regularização do uso e da 
exploração dos recursos naturais pelas populações de áreas específicas, promovendo 
ações de cadastramento, regulamentação de uso, inclusão e educação ambiental. 
Tendo que esses programas governamentais se baseiam na interação entre os 
integrantes do SISNAMA com a população, podemos afirmar que:
A) é uma preocupação do governo federal, visível em seus programas ambientais, a 
conservação dos recursos ambientais, possibilitando seu usosustentável, quando permitido 
pela Legislação.
B) os programas Água Doce e Águas Subterrâneas têm por objetivos o incentivo de projetos 
de dessalinização e distribuição de água potável, sendo o primeiro para zonas costeiras e o 
segundo para o semiárido.
C) o PAN-Brasil também determinou a responsabilidade das grandes propriedades agrícolas 
sobre o processo de degradação do lençol freático. 
D) o cadastro ambiental rural (CAR) também é um programa do Ministério do Meio 
Ambiente e busca levantar a existência de propriedades rurais em UCs e transferi-las para 
zonas rurais.
E) são voltados exclusivamente ao atendimento de populações que habitam áreas florestais.
5) No Brasil, há diversos programas e projetos voltados para a conservação do meio 
ambiente, envolvendo desde a elaboração de estudos preliminares até o licenciamento 
e a execução da obra, quando é o caso. Em relação a esse tema, assinale a alternativa 
correta.
A) A relação entre um programa e um projeto ambiental é clara, sendo um projeto mais 
abrangente e extenso que um programa.
B) A conservação do meio ambiente relaciona-se também ao uso racional dos recursos 
naturais.
C) A investigação histórica de uma região por si só determina a viabilidade de um projeto 
ambiental.
D) Com licenciamento especial, é possível o uso parcial de áreas de margem de cursos d'água 
de alta velocidade.
E) Se justificada a necessidade emergencial de uso agrícola, o Código Florestal prevê a 
drenagem de águas mesmo de áreas protegidas e biomas exclusivos.
NA PRÁTICA
Smarts cities são “cidades inteligentes” que utilizam tecnologias com o intuito de promover a 
integração de serviços e redução de problemas nas mais diversas áreas, buscando soluções que 
garantam sustentabilidade e desenvolvimento. Tudo isso procurando também garantir qualidade 
de vida às pessoas. 
Veja o caso de uma startup que entrou em contato com um escritório de engenharia ambiental, 
para que a auxiliem a adaptar uma cidade,  transformando-a em uma "cidade inteligente".
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Após dois anos, o impacto ambiental do desastre em Mariana ainda não é totalmente 
conhecido
Em janeiro de 2011, ocorreram deslizamentos de terra nos municípios de Nova Friburgo, 
Petrópolis e Teresópolis, causando mortes e deixando muitas pessoas desabrigadas. Neste 
material, conheça mais sobre as consequências, positivas e negativas, causadas por esse evento.
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Hierarquia das Unidades de Conservação
As USc têm características próprias. Conhecer essas peculiaridades proporciona aprendizado e 
contemplação. Pensando nisso, foi elaborado um apanhado da legislação para que todos 
conheçam essas características. Conheça mais da edição do Plano Estratégico Nacional de Áreas 
Protegidas.
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Metas ambiciosas
Em 2012, os alemães superaram em 3% a meta de redução de 21% das emissões atmosféricas de 
CO2 e pretendem, até 2050, reduzir em até 95% suas emissões. Para os gases do efeito estufa, 
pretendem eliminar completamente sua emissão. Leia, neste artigo, o que será feito para essa 
meta ser atingida.
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Epidemiologia ambiental: o desastre de 
Chernobyl
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
O desastre nuclear de Chernobyl, ocorrido na Usina Nuclear de Chernobyl, localizada na 
cidade de Pripyat, na Ucrânia, é considerado o maior acidente nuclear da história e tem causado 
muito medo quanto ao uso desse tipo de fonte de energia.
Entenda a história: no dia 26 de abril de 1986, o reator 4 da usina foi parado para uma 
manutenção periódica para o teste de um novo mecanismo de emergência. Porém, infelizmente, 
normas de segurança, que deveriam ter sido seguidas, acabaram sendo deixadas de lado. Os 
operadores da sala de controle do reator não foram treinados de acordo com as normas 
internacionais de segurança e não obedeceram aos cuidados mínimos, assim, perderam o 
controle da operação.
Passados mais de 30 anos do acidente, a área ainda é considerada extremamente contaminada, 
provocando diversas doenças crônicas na população, as quais serão apresentadas no decorrer 
desta Unidade de Aprendizagem.
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão apresentadas as causas do acidente nucler, na Usina 
Nuclear de Chernobyl, bem como, os efeitos na saúde da população atingida.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever como ocorreu o desastre em Chernobyl.•
Identificar os impactos imediatos à saúde pública, a partir do desastre de Chernobyl.•
Relacionar as doenças crônicas causadas pelo desastre de Chernobyl.•
DESAFIO
A INES - Escala Internacional de Eventos Nucleares - é usada no mundo para se comunicar 
de forma consistente com o público sobre a importância dos eventos nucleares e radiológicos, 
sob o ponto de vista da segurança.
Sabe-se que o acidente nuclear em Chernobyl, ocorrido em 1986, é o acidente nuclear mais 
grave da história da energia nuclear. O motivo que provocou esse desastre foi a realização de um 
teste, agendado para o dia 25 de abril, sob a direção da sede, em Moscou. Esse teste tinha como 
objetivo principal aumentar a segurança do reator, visando descobrir quanto tempo a turbina 
a vapor continuaria a gerar eletricidade, após cortado o fluxo de vapor.
Atualmente, existe uma vasta fonte de consulta de bibliografias, como livros, jornais, revistas, 
internet (site, blogs, vídeos, etc.), porém, nem todas as fontes são confiáveis, cabendo ao leitor 
fazer uma análise crítica do material pesquisado.
Dessa forma, as informações estão corretas ou incorretas? Justifique suas respostas respondendo 
e explicando as quatro questões com argumentos plausíveis.
INFOGRÁFICO
Em 26 de abril de 1986, a explosão na Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, se 
transformaria na maior catástrofe nuclear da história. Após mais de 30 anos, não se sabe ao certo 
o número de pessoas diretamente e indiretamente afetadas. 
Esse acidente lançou no ambiente o elemento radioativo Césio 137. O césio é um isótopo 
radioativo resultante da fissão nuclear de urânio ou plutônio. O problema é que esse isótopo se 
desintegra e dá origem ao Bário 137m, daí a origem do número 137; a partir desse 
acontecimento, o composto passa a emitir radiações gama.
Os raios gama são extremamente nocivos à saúde porque possuem um grande poder de 
penetração, invadindo as células do organismo e podendo causar a morte.
Para saber como ocorreu o acidente em Chernobyl, confira o Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os empreendimentos nucleares buscam segurança reforçada para evitar acidentes e diminuir a 
oposição popular e técnica. Porém, essa forma de obtenção de energia tem gerado 
questionamentos ao longo das últimas décadas, com relação à sua utilização de forma segura, 
principalmente após o acidente ocorrido em Chernobyl, em 1986. 
Ainda hoje, inaugurações de centrais energéticas, que utilizam a energia termonuclear, 
são cercadas de polêmicas e protestos, provenientes de diversas correntes da sociedade, devido 
ao risco, sempre presente, desse tipo de energia escapar do controle dos operadores e causar 
destruição e morte em todas as áreas adjacentes. 
Para saber mais a respeito do maior acidente nuclear da história, leia, na obra Epidemologia 
ambiental: o desastre de Chernobyl, o capítulo Epidemiologia ambiental: o desastre de 
Chernobyl, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, que fala sobre o referido acidente e 
seus impactos à saúde.
Boa leitura.
MEIO 
AMBIENTE
Ronei Stein
 
Epidemiologia ambiental: 
o desastre de Chernobyl
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever como ocorreuo desastre em Chernobyl.
 � Identificar os impactos imediatos à saúde pública a partir do desastre 
de Chernobyl.
 � Relacionar as doenças crônicas causadas pelo desastre de Chernobyl.
Introdução
Na usina nuclear de Chernobyl, localizada na cidade de Pripyat (Ucrâ-
nia), ocorreu o que é considerado o maior acidente nuclear da história, 
causa ainda hoje de muito medo quanto ao uso desse tipo de fonte 
energética. No dia 26 de abril de 1986, o reator 4 da usina foi parado para 
uma manutenção periódica e para o teste de um novo mecanismo de 
emergência. Infelizmente, normas de segurança que deveriam ter sido 
seguidas acabaram sendo deixadas de lado. Os operadores da sala de 
controle do reator não foram treinados segundo as diretrizes interna-
cionais de segurança e não obedeceram aos cuidados mínimos. Dessa 
forma, acabaram perdendo o controle da operação.
Neste capítulo, serão apresentadas as causas desse acidente nuclear, 
bem como os efeitos na saúde da população atingida. Passados mais de 
30 anos do acidente, a área ainda é considerada extremamente conta-
minada, de modo a provocar diversas doenças crônicas na população. 
Essas doenças serão apresentadas no decorrer do texto. 
Usinas nucleares e o desastre de Chernobyl
Segundo Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012), a energia é um recurso funda-
mental para o desenvolvimento de qualquer economia e civilização. Atualmente, 
a energia é vista como estratégica no cenário de poder mundial e regional. 
Estima-se que a demanda energética mundial triplique nos próximos 30 anos. 
A energia nuclear começou a ser estudada e experimentada no início da dé-
cada de 1990. A usina nuclear é uma unidade industrial construída para produzir 
energia elétrica a partir de materiais radioativos. Esta energia é produzida pelo 
processo denominado fissão (divisão) do átomo. Quando a energia do átomo é 
liberada rapidamente, é transformada em luz. Caso seja liberada lentamente, 
produz calor, processo utilizado nas usinas nucleares. Rosa, Fraceto e Moschini-
-Carlos (2012) afirmam que o urânio é o elemento mais comumente utilizado 
em empreendimentos nucleares. Esse elemento é normalmente encontrado na 
forma de óxidos em rochas, sendo sua forma isotópica mais comum o 238U, que 
constitui 99,283% do urânio existente no planeta.
Em relação ao funcionamento de uma usina nuclear, Chemello (2010) aponta 
que a fissão nuclear libera energia, que por sua vez, aquece a água líquida, que 
se transforma em vapor. O vapor gira uma turbina que possui a capacidade de 
gerar eletricidade, a qual é transportada por uma série de etapas intermediárias. 
As barras de controle ficam próximas ao combustível nuclear, evitando que o 
processo de fissão ocorra desenfreadamente. Estas barras são geralmente feitas 
de boro ou cádmio, elementos que absorvem nêutrons e impedem que estes 
promovam a fissão de outros átomos de 235U, conforme indicado na Figura 1.
Figura 1. Diagrama do funcionamento simplificado de uma usina nuclear. 
Fonte: Chemello (2010, p. 2).
Reservatório
de contenção
Vapor
Turbina
Saída de
eletricidade
Condensador
Bomba
Bomba
Gerador
de vapor
Água
Reator
Combustível
Barras de
controle
38 ºC
27 ºC
Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl2
Talvez a forma mais polêmica de geração de energia na atualidade seja a nuclear, 
devido aos resíduos gerados e à possibilidade de acidentes. Embora as usinas sejam 
equipadas com sistemas de segurança reforçados, os acidentes são uma possibilidade, 
podendo prejudicar o entorno e inviabilizar permanentemente o funcionamento das 
unidades de produção energética. Há ainda o perigo de exposição dos funcionários 
que trabalham nas usinas, os quais devem cumprir regras rígidas de proteção contra 
a grande exposição e o risco de contaminação radioativa, sem mencionar os riscos 
de contaminação do meio ambiente.
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi o primeiro país do mundo 
a colocar em operação uma usina nuclear em Obninsk, em 1954. No ano de 
1986, a potência socialista era o terceiro maior produtor de energia nuclear 
no planeta. Neste ano, mais precisamente em 26 de abril, ocorreu o desastre 
de Chernobyl, na central elétrica da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia 
(à época, parte da União Soviética). O desastre é o pior acidente nuclear da 
história em termos de custos e de mortes resultantes (Figura 2), além de ser 
um dos dois únicos classificados como um evento de nível 7 (classificação 
máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares; o outro foi o acidente 
nuclear de Fukushima I, no Japão, em 2011.
Figura 2. Usina Nuclear de Chernobyl.
Fonte: Roberts Vicups/Shutterstock.com.
3Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl
Como ocorreu o acidente em Chernobyl? Tudo começou quando um dos 
quatro reatores explodiu, ocasionando diversas reações em cadeia. O motivo 
dessa explosão é até hoje controverso e mal explicado. Alguns afirmam que 
a causa foi tão somente a falha dos operadores; outros atribuem o acidente a 
problemas no projeto das hastes de controle do reator. 
Em 25 de abril de 1986, o diretor da planta agendou o teste de uma nova 
técnica, para dar garantia de que, na eventualidade de um desastre nuclear, seria 
possível resfriar o reator com rapidez e segurança. O teste aconteceu durante 
um procedimento de rotina. Entretanto, outra usina de energia regional saiu 
de funcionamento, de modo que operador central pediu para que o teste fosse 
adiado. Buscava-se assegurar o suprimento de energia para a noite. Apesar 
de o teste ter sido adiado, a equipe de Chernobyl começou a se preparar para 
realiza-lo, de maneira que parte dessa preparação incluiu desligar uma parcela 
do sistema de resfriamento de emergência no reator.
Sem tomar os devidos cuidados, o reator acabou explodindo e liberando 
uma imensa nuvem, 400 vezes mais radioativa do que a bomba atômica de 
Hiroshima. A população e o meio ambiente foram contaminados. A explosão 
provocou uma nuvem radioativa de grande intensidade que se espalhou e 
contaminou a União Soviética, a Escandinávia, o Reino Unido e grande parte 
da Europa. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia (Belarus) e Rússia foram 
profundamente comprometidas. O governo soviético procurou esconder o 
ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em alto nível foi detectada 
em outros países.
Um total de 350 mil pessoas foram evacuadas. Além disso, os impactos 
ambientais na região foram muitos; vários países suspenderam a importação de 
produtos agrícolas. Até hoje, não é recomendável consumir qualquer alimento 
que tenha origem naquele território. A natureza selvagem também sofreu com 
a radiação. Há vários animais que apresentam mutações genéticas, como os 
lobos e roedores de pequeno porte. Calcula-se que os riscos de contaminação 
continuarão por pelo menos 20 mil anos.
Em 2011, Chernobyl se transformou em atração turística. Entretanto, os 
turistas só podem entrar mediante uma autorização especial e vestimentas 
apropriadas. A cidade de Prypiat, localizada a quatro quilômetros de Chernobyl, 
a qual foi construída à época para os trabalhadores da usina, e onde viviam 
50 mil pessoas, também faz parte do roteiro. Atualmente, esta é uma cidade 
fantasma, onde as construções são engolidas pela natureza e pelo abandono 
(Figura 3), sendo os índices radioativos nesta área extremamente elevados.
Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl4
Para saber mais a respeito do desastre em Chernobyl, 
assista ao vídeo disponível no link ou código a seguir 
(DOCUMENTÁRIO, 2013).
https://goo.gl/4k9vXL
Impactos à saúde causados pelo 
desastre de Chernobyl
Após o acidente de Chernobyl, um grande número de materiais radioativos 
foi liberados no ambiente. Os materiais de maior e mais perigosa exposição 
foram o Iodo-131, o gás xénon e o Césio-137, em um montante de 5% de todo 
o material radioativo de Chernobyl, estimadoem 192 toneladas. Levadas pelo 
vento, partículas do material chegaram à Escandinávia e à Europa Oriental. 
Mais de metade do Césio-137 emitido como resultado da explosão foi 
carregado pela atmosfera a outros países europeus. Pelo menos 14 outros países 
da Europa (Áustria, Suécia, Finlândia, Noruega, Eslovênia, Polônia, Romênia, 
Hungria, Suíça, República Tcheca, Itália, Bulgária, República da Moldova e 
Grécia) foram contaminados por níveis de radiação acima de 1 Ci/m2 (ou 37 
kBq/m2), limite usado para definir áreas como “contaminadas” (ACCA, 2007).
Os impactos diretos a saúde das pessoas começaram a ser sentidos poucas 
horas após o acidente. Cunha (2016) ressalta que, no dia seguinte à explosão, 
os bombeiros e os moradores da cidade de Prypiat ficaram expostos a uma 
radiação 50 vezes maior do que a considerada normal na atmosfera. Naquele 
ritmo, em quatro dias a exposição poderia levar à morte de todos. 
De acordo com Martuscelli (2013), em plena Guerra Fria, o governo sovi-
ético não desejava mostrar sinais de fraqueza em suas instalações nucleares, 
motivo pelo qual fez tudo o que pôde para impedir que detalhes do acidente 
fossem divulgados para o restante do globo. A própria população soviética 
também não foi provida de informações confiáveis sobre o acidente, nem par-
ticipou da tomada de decisões para mitigar suas consequências. Dessa forma, 
as autoridades decidiram evacuar a cidade e, para evitar o pânico, esconderam 
a gravidade da situação, relatando que a mudança seria temporária. Centenas 
5Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl
de ônibus entraram em ação e, em 3 horas e meia, cerca de 43 mil pessoas 
foram retiradas. Estes eram os primeiros “refugiados atômicos” da Europa.
Os impactos radioativos afetaram a população das seguintes maneiras: 
 � evacuação desordenada da região; 
 � aumento pronunciado do número de abortos; 
 � dificuldade na obtenção de documentos que permitissem a retirada 
dos indivíduos que viviam nas cidades próximas à usina e nas cidades 
vizinhas (área de contaminação radioativa); 
 � conflitos entre as pessoas acerca dos subsídios do governo e dos 
alojamentos; 
 � discriminação dos indivíduos, sendo disseminado o sentimento de 
medo, denominado de “radiofobia” (medo da radiação); 
 � cuidados médicos prestados à população insuficientes e inadequados. 
O acidente em Chernobyl proporcionou a criação de uma subpopulação que 
vive ameaçada, seja por doenças ou discriminação. Uma das consequências foi 
o aumento progressivo dos casos de câncer da glândula tireoide em indivíduos 
jovens, particularmente em crianças, desde as que ainda estavam intra-útero 
até as de dois anos de idade à época do acidente.
Ao todo, foram mais de 130 mil refugiados atômicos, pessoas que sofreram alterações 
no sangue, tiveram náuseas, vômitos, diarreias, queimaduras no corpo e sofreram 
destruição da medula óssea. 
A tarefa de avaliar as consequências da radiação para a saúde dos seres 
humanos é complicada, segundo Chemello (2010). Isso porque as consequências 
muitas vezes não são previsíveis, estando sujeitas a vários fatores, como, por 
exemplo, o tipo de radiação, o tempo de exposição, o local em que incide a 
radiação, entre outros.
Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl6
O mesmo autor menciona que os raios γ e muitas das partículas α e β 
produzidas em reações nucleares têm energia mais do que suficiente para 
quebrar ligações químicas interatômicas, arrancando elétrons e produzindo 
espécies com carga positiva. Portanto, os produtos do decaimento radioativo 
são exemplos da conhecida radiação ionizante. A ionização de átomos (e 
moléculas) nos tecidos vivos resulta em danos, como queimaduras e alterações 
moleculares que podem levar a doenças de radiação, como câncer e defeitos no 
nascimento de filhos de pessoas contaminadas. O Quadro 1 resume os efeitos 
das radiações a partir da dose em que o ser humano é exposto.
Fonte: Adaptado de Chemello (2010, p. 7).
Dose (Sv) Efeitos tóxicos
0,05–0,25 Possibilidade (baixa) de desenvolvimento de 
câncer ou mudanças genéticas do DNA.
0,25–1,00 Redução temporária na contagem 
de glóbulos brancos.
1,0–2,0 Doença da radiação: fadiga, vômitos, 
diarreia, prejuízo ao sistema imune.
2,0–4,0 Doença da radiação grave: sangramento 
intestinal, destruição da medula óssea.
4,0–10,0 Morte (geralmente devido a infecções) 
dentro de alguns dias.
> 10,0 Morte em poucas horas.
Quadro 1. Efeitos esperados a partir do grau de absorção da radiação nuclear
Os moradores do assentamento de Pripyat começaram a ser retirados do 
local somente no dia seguinte, às 14 h (cerca de 36 horas após o acidente). 
Foi preciso uma semana para retirar os cerca de 45 mil habitantes da cidade 
e os mais de 130 mil habitantes que moravam nos arredores, bem como para 
criar uma zona de exclusão de 30 km da usina. Esse tempo, no entanto, foi 
mais do que suficiente para contaminar boa parte da população desinformada.
7Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl
Estima-se que a explosão da usina liberou para a atmosfera cerca de 200 vezes mais 
radioatividade que as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki juntas. Muitos dos 
bombeiros e trabalhadores da usina foram expostos a mais de 1 Sv de radiação. Pelo 
menos 30 deles morreram nas semanas após o acidente. Muitos dos mais de 600 
mil trabalhadores que limparam a área ao redor do reator apresentaram sintomas 
de “doença da radiação”, e cerca de 5 milhões de pessoas na Ucrânia, Bielorrússia e 
Rússia foram expostas à precipitação nos dias seguintes ao acidente (CHEMELLO, 2010).
Doenças crônicas causadas pelo 
acidente de Chernobyl
A mais significativa e abrangente catástrofe tecnológica na história da huma-
nidade, a qual ocorreu em uma pequena cidade ucraniana às margens do rio 
Pripyat, fez com que milhares de pessoas fossem contaminadas pela radiação, 
apresentando diversos tipos de doenças crônicas. As doenças crônicas são 
caracterizadas por serem doenças que possuem um lento desenvolvimento e 
uma longa duração; muitas delas ainda não possuem uma cura.
Passados mais de 30 anos, milhões de pessoas (entre 5 e 8 milhões) ainda 
residem em áreas que continuarão altamente contaminadas por vários anos, 
devido à poluição radioativa de Chernobyl. O acidente de Chernobyl provocou 
efeitos graves à saúde da população nos seguintes grupos:
 � trabalhadores de limpeza, incluindo civis e militares designados a 
continuar com suas atividades e construir a camada protetora para o 
reator (escudo);
 � pessoal evacuado de regiões perigosamente contaminadas, num raio 
de 30 km ao redor da usina;
 � residentes das regiões menos (mas ainda perigosamente) contaminadas;
 � crianças nascidas em famílias de qualquer um dos três grupos anteriores.
Epidemiologia ambiental: o desastre de Chernobyl8
Hoje está claro que a poluição de Chernobyl causou um aumento em larga escala da 
incidência de câncer. O câncer é mais comum em populações das regiões altamente 
contaminadas e entre os “trabalhadores” (pessoal responsável pelo combate ao fogo e 
construção do escudo protetor, civis e militares), em comparação a grupos de referência 
(relativamente não expostos).
Existem diversos transtornos associados à radiação de Chernobil; houve 
um aumento da morbidade e prevalência de diversas doenças. A seguir, 
apresentam-se algumas das principais descobertas relacionadas a doenças 
cancerígenas e outras doenças (não cancerígenas), conforme aponta Weinfuter 
(2017):
 � Câncer de tireoide — Câncer é extraordinariamente agressivo. Tem 
progressão rápida e antecipada para formar tumores secundários nas 
glândulas linfáticas e pulmões, o que piora o prognóstico e, frequen-
temente, demanda a realização de intervenções cirúrgicas múltiplas. 
Dada a particularidade de períodos de longo estado latente, que pode ser 
associada ao câncer de tireoide, novos casos induzidos por Chernobyl 
podem emergir nas próximas

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