Buscar

a03713239771f6ba385e7d0526045913Financas_de_Curto_Prazo_Unidade_1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURTO PRAZO
Finanças de 
UNIDADE 1
Organizadores:
Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues
Elaborar, Implementar e 
Consolidar Projetos em 
Organizações com Intuito de 
Operacionalizar Fluxo de Caixa
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados 
com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado 
tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os 
tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral 
Conhecer a origem e o significado dos elementos utilizados para análise de tesouraria de uma empresa, 
acompanhando o desenvolvimento financeiro do negócio desde a elaboração dos projetos iniciais de 
investimento até a verificação da situação financeira do projeto em um determinado momento no tempo.
Objetivos Específicos 
• Elaborar e analisar um Projeto de Investimento; 
• Entender o impacto dos Investimentos no Fluxo de Caixa;
• Aprender a demonstrar a situação em que a empresa se encontra em determinado momento no tempo 
a partir da análise de balanço.
Questões Contextuais
• Quais informações e quais indicadores um empreendedor deve avaliar ao elaborar e analisar um projeto 
de investimento?
• Qual o impacto os investimentos em ativos podem gerar na administração da tesouraria?
• Quais as ferramentas devemos apresentar para entender a situação financeira consolidada de uma 
empresa em um determinado momento no tempo?
unidade 
1
V.1 | 2021
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 10
1.1 Análise Financeira
A análise financeira consiste em avaliar a capacidade de geração e manutenção do 
caixa das empresas, podendo ser também uma medida de avaliação de desenvolvimento 
do negócio. Devemos observar que, através dela, elaboramos métodos de avaliação que 
permitem avaliar a situação financeira do negócio, considerando que o objetivo será 
determinar o seu desempenho para o melhor uso dos seus recursos.
Existem várias formas de conduzirmos a análise financeira de um negócio. Nesta 
disciplina vamos explorar diferentes visões, focando na importância do planejamento 
financeiro, principalmente nos aspectos de curto, mas também passando pelos aspectos 
de médio e longo prazo. Neste sentido, ao longo das Unidades de estudo, iremos aos 
poucos introduzir dados e cenários cada vez mais complexos para tornar nossas análises 
mais interessantes e instrutivas. Vamos lá?
1.1.1 Analisando um Projeto de Investimento
Quando um empreendedor decide investir em um negócio, ele se vê envolvido 
em diversas incertezas, sendo a principal delas a seguinte pergunta: 
Se eu investir todo esse capital, no final das contas, vou conseguir receber 
de volta meu dinheiro e ainda ter algum lucro? 
Observando o questionamento podemos perceber que, na verdade, ele está lidando 
com uma pergunta cotidiana na gestão financeira, entendendo que a gestão financeira 
de curto prazo é um elemento importante para o sucesso de empresas e investimentos.
Que problema, não é mesmo? Agora, vamos avaliar com mais detalhes a possível 
resposta através da descrição do Fluxo de Caixa do investimento. 
11 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Preste atenção nos elementos da Figura 1.1:
Figura 1.1 – Fluxo de caixa de um projeto de investimento.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
a. A linha horizontal é uma linha de tempo na qual podemos representar o período 
(dividido em semanas, meses ou anos) de duração do empreendimento; 
b. As setas azuis (para cima) são consideradas as receitas ou as entradas de dinheiro 
em cada período, decorrentes dos resultados de vendas ou eventualmente de 
outros resultados não operacionais, como rendimentos de operações financeiras, 
venda de ativos etc.; 
c. As setas vermelhas (para baixo) representam as saídas de dinheiro, relacionadas 
a custos e despesas; 
d. A seta vermelha maior no período zero representa o investimento inicial 
realizado, geralmente associado à compra de máquinas e equipamentos, 
seleção e capacitação de pessoal, instalações, formação de estoques e demais 
providências necessárias ao início das atividades.
0 1 2 3 4 5 ... N
Custos e despesas
Receitas
Tempo 
SAÍDAS ($)
ENTRADAS ($)
Investimento 
Inicial
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 12
 
A partir da análise do f luxo de caixa projetado (Figura 1.1) podemos perceber que 
é uma representação simplificada, porém, extremamente útil para elaborar esquemas 
de f luxos de caixa de investimentos. Podemos inclusive identificar, ao longo do tempo 
percorrido, os excedentes (Fluxos de caixa positivos), buscando as melhores alternativas 
para aplicá-los e, da mesma forma, podemos identificar os déficits, buscando as melhores 
alternativas para saná-los. Ou seja, percebemos claramente que a gestão financeira de 
curto prazo tem condições de tomar ações e decisões relacionadas a situação financeira 
imediata da empresa.
Em nosso exemplo, representamos pelo período “N” no f luxo que a quantidade de 
entradas ($) seja suficiente para cobrir as saídas ($) e recuperar o investimento inicial. 
Se ainda houver sobra de dinheiro, quer dizer que o empreendimento foi lucrativo. 
Ou seja, deve haver um equilíbrio entre o investimento realizado no curto prazo e 
o retorno financeiro a ser obtido no longo prazo, fato é que muitos empreendedores 
subestimam esses valores e se surpreendem com necessidades adicionais de aporte 
financeiro muito além do que previam. O mesmo cuidado vale para todas as entradas e 
saídas de dinheiro ao longo do horizonte de planejamento.
Neste sentido, o investidor precisa ser muito cuidadoso para estimar a quantidade 
de dinheiro que irá necessitar para cobrir os gastos com o investimento inicial, 
considerando inclusive o horizonte de tempo de análise, quer dizer, quão longe está 
esse enésimo período (N). 
Empreendimento: pode ser simplesmente entendido como sinônimo de firma, 
projeto ou negócio. No entanto, a definição de “ação de quem toma para si uma 
responsabilidade” nos parece mais adequada, pois quando decidimos empreender 
nosso esforço, tempo e principalmente capital em um projeto, empresa ou negócio, 
assumimos obrigações e riscos em relação a compromissos futuros para os 
quais não possuímos todas as certezas de que resultados poderão ser obtidos. 
Daí chamamos a pessoa que decide assumir esses riscos de empreendedor e 
damos o nome de empreendedorismo a esse comportamento.
GLOSSÁRIO
Estamos falando de dois ou três anos ou se trata de um período muito maior? 
Ou seja, estamos falando de quanto tempo?
REFLETINDO
13 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
De fato, não podemos partir do princípio que um empreendimento irá durar para 
sempre. Produtos saem de linha e consumidores mudam suas preferências. Mesmo 
quando se trata de um empreendimento comercial, por exemplo, de tempos em tempos 
é necessário um novo investimento, como uma modernização do ponto de venda, uso 
de novas tecnologias, ou mesmo mudança do perfil de funcionários. Desta forma, 
percebemos que é sempre aconselhável que o investidor recupere pelo menos uma boa 
parte de seu investimento inicial antes de ter que fazer novos aportes de capital para 
continuar com seu negócio.
Não há uma regra clara, mas o que sabemos é que quanto maior for o investimento 
inicial, provavelmente mais tempo o empreendedor irá demorar para recuperar o dinheiro 
investido. Deste modo, entendemos que a análise de um projeto de investimento é, 
resumidamente, uma forma de avaliar o tempo e as formas de retorno para o investidor, 
conceito este aliado as definições da gestão de finanças de curto prazo que visam 
colocar em prática o que foi definido para médio e longo prazo, adaptandoas ações à 
realidade do momento.
Neste sentido, devemos completar nossa análise estabelecendo a relação entre o 
investimento e o tempo de retorno para o investidor, ou seja, antes de seguirmos em nossa 
análise, precisamos de dados econômicos do empreendimento objeto do investimento, 
então, vamos buscar informações necessárias para o demonstrativo de resultados.
Também é desejável que esse horizonte seja relativamente próximo, pois a 
conjuntura econômica pode sofrer grandes alterações, haja visto os períodos 
de crise econômica, com inflação e juros altos, que de tempos em tempos 
temos que atravessar, não é mesmo? 
DESTAQUE
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 14
1.2 Demonstrativo de Resultados e 
Fluxo de Caixa Detalhado
A Demonstração dos resultados do período é uma peça do conjunto das 
demonstrações contábeis, que tem por objetivo detalhar a formação do resultado do 
período (Lucro ou Prejuízo) pela confrontação das receitas, custos e despesas de uma 
empresa, registradas segundo o princípio contábil do regime de competência.
• Regime de Competência: o registro da receita dos custos e despesas se dá na 
data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando quando vou 
pagar ou receber). Ou seja, a Contabilidade registra as receitas, custos ou despesas 
dentro do mês de Competência, na data onde ocorreu o fato Gerador, na data da 
realização do serviço, material, da venda, do desconto, não importando para a 
Contabilidade quando vou pagar ou receber, mas sim quando foi realizado o ato.
Desta forma, na prática, a contabilidade estabelece que os fatos contábeis devem 
ser registrados no resultado do período em que ocorrerem, ou seja, a competência de um 
fato contábil está ligada ao seu acontecimento e não ao seu recebimento ou pagamento. 
Conforme o item 27 do CPC 26 (R1), “A empresa deve elaborar as suas demonstrações 
contábeis, exceto para a demonstração dos f luxos de caixa, utilizando-se do regime de 
competência” (CPC, 2011).
Entendemos, assim, que as receitas, as despesas e os custos devem ser 
registrados, independentemente de pagamentos e recebimentos, sempre no período em 
que ocorrerem, de forma que seja possível a apuração do resultado de um período, 
sempre pelo fato gerador da receita, custo ou despesas. 
a. Receitas: são os possíveis ingressos de recursos provenientes das atividades da 
empresa. Possíveis porque as receitas acontecem independentemente do efetivo 
recebimento das vendas, porém, se não foi monetarizada, acontece ao mesmo 
tempo o direito de o vendedor receber pela venda realizada. 
b. Custos e Despesas: são os gastos que podem ocorrer de duas formas: com 
ou sem relação à atividade da empresa. Ou seja, os gastos são compromissos 
assumidos em função da compra de uma mercadoria ou da contratação de um 
serviço, independentemente de seu efetivo pagamento.
15 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Veja o exemplo hipotético a seguir:
Exemplo: caso a empresa realize uma venda no mês de dezembro do ano de 
20X1, com recebimento previsto para 30 dias, ou seja, em janeiro do ano de 20X1, 
a receita de venda deverá ser registrada no mês de dezembro, e o seu reflexo no 
f luxo de caixa (Entrada de recurso) deve ser considerado no mês de janeiro de 20X2, 
da seguinte forma:
Lançamento na DRE em Dezembro de 20X1
Receita (Resultado - por conta da efetivação da venda): R$ 1.000,00
Duplicatas a Receber (Ativo - pelo direito de Receber): R$ 1.000,00
Lançamento no Fluxo de Caixa em Janeiro de 20X2
Recebimento de duplicatas: R$ 1.000,00
Assim, constatamos que uma receita é considerada efetivada no momento da 
entrega da mercadoria, independentemente do recebimento financeiro. Da mesma forma, 
um custo ou despesa são considerados incorridos no momento em que existe o consumo 
de bens ou a utilização de serviços, objeto dos custos ou despesas, independentemente 
do pagamento pela empresa do valor devido.
Em resumo, por meio de uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
também conhecida como Demonstrativo de Resultado, podemos apurar (o investimento 
já realizado) ou estimar (quando ainda estamos decidindo) o resultado de cada período 
de operação. Neste sentido, podemos realizar análises anuais, mensais e até mesmo 
em períodos menores, conforme a necessidade de informação dos gestores do negócio, 
basta adaptar as informaç ões sobre custos e despesas à base de apuração necessária 
e, desta forma, avaliar o impacto destes gastos e dos investimentos no f luxo de caixa.
Vamos representar nosso demonstrativo de resultado por meio do Quadro 1.1. Na 
primeira coluna apresentamos os lançamentos do demonstrativo de resultados na forma 
de uma equação matemática (atente para os sinais de “+”, “-”, indicando entrada ou 
saída, e “=” indicando resultados parciais ou finais), cujos significados estão detalhados 
na segunda coluna.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 16
Quadro 1.1 – Exemplo de estrutura simplificada de um Demonstrativo de Resultados (DRE).
LANÇAMENTO DETALHAMENTO
FATURAMENTO 
ou RECEITA BRUTA
Refere-se às vendas de produtos e serviços realizadas no período.
(-) IMPOSTOS INDIRETOS
Aqui, temos os impostos que incidem sobre a atividade e não diretamente 
sobre o lucro. Os tipos de impostos e alíquotas (taxas sobre o faturamento) 
dependem da natureza da atividade, do volume faturado e da localidade das 
operações. Prestadores de serviço recolhem ISSQN - Imposto Sobre Serviço 
de Qualquer Natureza. Fabricantes de produtos recolhem IPI - Imposto 
sobre Produto Industrializado. Conforme a atividade, também são recolhidos 
ICMS, PIS e COFINS.
(=) RECEITA LÍQUIDA 
DE VENDAS
É o resultado líquido de vendas, já descontados os impostos.
(-) CUSTOS DIRETOS ou 
 CUSTO MÉDIO VARIÁVEL
Todos os custos relacionados diretamente à prestação do serviço ou da 
fabricação dos produtos, relacionados aos fatores e recursos que entram em 
sua composição. Por exemplo, a matéria-prima utilizada, salário do pessoal 
operacional, impostos e encargos trabalhistas etc.
(-) 
DESPESAS DIRETAS ou
 DESPESAS VARIÁVEIS
São custos relacionados à operação e à administração do negócio, 
relacionados às atividades de suporte à operação. Tanto os custos quanto 
as despesas diretas costumam ser lançados de forma estratificada por 
linha de produto, operação ou serviço prestado, facilitando sua gestão. 
O próprio demonstrativo de resultados também pode ser elaborado de forma 
estratificada por linha, localidade ou partes da operação.
(=) MARGEM DE 
CONTRIBUIÇÃO
É um resultado parcial. Se a empresa possui diferentes origens de geração 
de resultado, esse valor diz o quanto essa origem específica (por exemplo, 
grupo de produtos e serviços de parte da operação) contribui para a geração 
do resultado global da empresa.
(-) PROVISÃO DE RISCOS
Valor reservado para imprevistos, por exemplo, cobrir inadimplência de 
clientes, sazonalidades ou outras contingências operacionais.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Perceba que o demonstrativo de resultados é uma “conta de chegada”, desde 
receita com a venda de produtos e serviços em um período, descontando-se todos os 
custos e despesas, até chegar ao lucro final. Para auxiliar nossos estudos, vamos projetar, 
nos próximos tópicos, o demonstrativo de resultados com informações simplificadas, 
para não complicarmos demais nosso entendimento, certo?
Exemplo:
Em um caso hipotético, pense em Hermínio, um empreendedor que pretende 
abrir uma empresa de bordados para vender uniformes personalizados a escolas e a 
empresas da região. Ele comprará as peças prontas e fará apenas a personalização. Com 
base nestas definições, ele realizou uma pesquisa com empresários parceiros que já 
atuam neste ramo de negócios, e coletou as seguintes informações:
17 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxode Caixa | UNIDADE 1
Tabela 1.1 – Elementos de receitas e despesas projetados.
ELEMENTOS DE RECEITAS E DESPESAS PROJETADOS
FATURAMENTO 
ou RECEITA BRUTA
R$ 250.000,00 
(-) IMPOSTOS INDIRETOS ICMS: 17%; PIS e COFINS: 3,65% (Aplicados sobre o Faturamento)
(-) CUSTOS DIRETOS ou 
CUSTO MÉDIO VARIÁVEL
Estima-se 50% sobre o faturamento. Referem-se aos custos com 
materiais, embalagens, energia elétrica, salários, encargos e outros 
custos variáveis relativos à produção.
CUSTOS FIXOS
Aluguel, licenças, contratos de manutenção e suporte. Aproximadamente, 
R$ 15.000,00.
(-) DESPESAS DIRETAS ou 
DESPESAS VARIÁVEIS
Administração do negócio, propaganda, vendas e demais atividades de 
suporte à operação. Estima-se 5% sobre o faturamento.
(-) PROVISÃO DE RISCOS Inadimplências, retrabalhos e perdas. Chegam a 2% do faturamento.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Com base na pesquisa realizada junto aos empresários do mesmo ramo, temos a 
projeção do DRE para um mês típico de operação, que será apresentada na Tabela 1.2. 
Novamente, lembremos que se trata de um demonstrativo simplificado, porém, devemos 
assegurar que ele tenha levantado todos os elementos relevantes para elaboração 
da DRE projetada.
Tabela 1.2 – DRE Projetada.
DRE PROJETADA
FATURAMENTO ou RECEITA BRUTA R$ 250.000,00 
(-) ICMS (42.500,00)
(-) PIS e COFINS (9.125,00)
(=) Receita Líquida 198.375,00 79,35%
(-) Custos Variáveis (125.000,00)
(=) Margem de Contribuição 73.375,00 29,35%
(-) Custos Fixos (15.000,00)
(-) Provisão de riscos (5.000,00)
(=) Lucro Liquido 53.375,00 21,35%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 18
Em análise, podemos observar que, do faturamento gerado, 21,35% será o lucro 
liquido do período. Neste momento, o empreendedor avalia a sua perspectiva de retorno 
sobre o investimento. Porém, se precisa avaliar que a lucratividade do empreendimento 
não necessariamente representa a geração de valor no caixa da empresa, visto que há 
questões como inadimplência de clientes, sazonalidades (meses de maior ou menor 
faturamento), questões relacionadas ao ciclo de vida de um produto e serviço, e outros 
custos e despesas variáveis ao longo do ano, por exemplo, que devem ser observadas 
no estudo realizado.
1.3 O Impacto dos Investimentos 
no Fluxo de Caixa
Antes de avaliar o impacto dos investimentos no f luxo de caixa, é preciso abordar 
os investimentos sobre a perspectiva da sua interação com os elementos geradores de 
caixa das empresas. 
Logo, entendemos alguns conceitos básicos (GITMAN, 2010): 
• Investimentos pressupõem geração de f luxos de caixa futuros positivos, que 
devem ser construídos a partir de premissas válidas e realistas;
• Premissas excessivamente conservadoras tendem a inviabilizar projetos 
de investimentos;
• Premissas excessivamente otimistas tendem a distorcer a decisão de investimento 
e no longo prazo revelar prejuízos não previstos inicialmente;
• É papel do administrador balancear as diversas visões de um mesmo investimento 
e equilibrar cenários otimistas, realistas e pessimistas dentro de padrões 
operacionais exequíveis. 
1.3.1 Investimentos em Ativos
Para as empresas que necessitam fazer investimentos em máquinas e 
equipamentos e optam por apurar seus tributos por meio do lucro real (Sistemática 
de calculo do Imposto de Renda e da contribuição social), existe um benefício fiscal 
concedido pelo governo em função da depreciação de tais ativos. Do ponto de vista 
operacional, poderíamos definir a depreciação de um equipamento como o desgaste que 
esse sofre com o uso, levando a uma necessidade de substituição de tempos em tempos.
19 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Para efeitos de nossos estudos, definiremos depreciação como tratamento legal 
e tributário de perda do valor de um ativo de uma pessoa jurídica. A Secretaria da 
Receita Federal estabelece um valor de dedução a ser aplicado ao lucro da empresa no 
exercício antes do cálculo do IR e CSSL. A taxa de depreciação é fixada em função 
do prazo durante o qual se pode esperar a utilização econômica do bem, essa mesma 
identificação é utilizada para definir, para efeitos da legislação tributária brasileira, o 
tempo de vida útil ou taxa de depreciação.
Porém, como estamos tratando dos impactos dos investimentos no f luxo de 
caixa, devemos nos atentar para a capacidade do bem em gerar f luxos de caixa positivos, 
ou seja, devemos, em finanças considerar a depreciação como o valor do desgaste do 
bem durante o uso. Não se esqueça: depreciação é a alocação sistemática do valor 
depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil (CPC, 2009).
Talvez a depreciação dos bens pareça não ser importante, mas é, uma vez que 
no futuro você precisará repor esse bem, por isso há necessidade de averiguar se o 
que você ganha hoje, o seu lucro, cobre também essa depreciação e, ainda, se deve 
considerar que para se medir os resultados de uma companhia utiliza-se o Regime de 
Competência, onde além de se considerar as vendas efetuadas e as despesas realizadas, 
também considera-se a depreciação, que no Regime de Caixa não se considera.
Exemplo:
Supondo que, no nosso caso hipotético, um empreendedor pretende abrir uma 
empresa de bordados para vender uniformes personalizados a escolas e a empresas da 
região. Ele irá adquirir duas máquinas a um custo unitário de R$ 30.000,00. Usando a 
taxa de depreciação de 10% ao ano (Espera-se que o prazo de vida útil das maquinas 
seja de 10 anos), o valor da depreciação será de R$ 6.000,00 (10% x R$ 60.000,00), todo 
ano, durante 10 anos, ou até enquanto a empresa possuir as máquinas. Estes valores 
de depreciação são registrados pela contabilidade como custos ou despesas, no caso 
hipotético, este valor estava registrado como custo fixo.
Qual o impacto da depreciação na avaliação dos fluxos de caixa?
REFLETINDO
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 20
Tabela 1.3 – DRE Projetada.
DRE PROJETADA
FATURAMENTO ou RECEITA BRUTA R$ 250.000,00 
(-) ICMS (42.500,00)
(-) PIS e COFINS (9.125,00)
(=) Receita Liquida 198.375,00 79,35%
(-) Custos Variáveis (125.000,00)
(=) Margem de Contribuição 73.375,00 29,35%
(-) Custos Fixos (15.000,00)
(-) Provisão de riscos (5.000,00)
(=) Lucro Liquido 53.375,00 21,35%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Ou seja, espera-se que na projeção das demonstrações de resultado, as 
depreciações estejam interferindo na avaliação do retorno do investimento através da 
projeção de lucros futuros, pois, de fato, as depreciações não representam saídas de 
caixa, mas somente o desgaste dos bens do ativo ao longo do tempo.
Tabela 1.4 – DRE Projetada.
DRE PROJETADA
FATURAMENTO ou RECEITA BRUTA R$ 250.000,00 
(-) ICMS (42.500,00)
(-) PIS e COFINS (9.125,00)
(=) Receita Liquida 198.375,00 79,35%
(-) Custos Variáveis (125.000,00)
(=) Margem de Contribuição 73.375,00 29,35%
(-) Custos Fixos (15.000,00)
(-) Provisão de riscos (5.000,00)
(=) Lucro Líquido 53.375,00 21,35%
(+) Reversão da depreciação 6.000,00
Fluxo de caixa gerado 59.375,00 23,75%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Depreciação de 
R$ 6.000,00 
computada dentro 
dos custos fixos
21 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Assim, entendendo que a depreciação, diferentemente dos outros custos e 
despesas, não representa saída efetiva de caixa no período de análise, conseguimos 
também compreender que o lucro, de fato, pode não representar a geração efetiva de caixa.
1.3.2 Investimentos em Capital de Giro
Antes mesmo de iniciar o aprendizado acerca dos investimentos em capital 
de giro, é importante a compreensão correta do termo. Também chamado de capital 
circulante, o capital de giro compreende o valor necessário a manutenção das atividades 
da empresa no seu ciclo operacional (ASSAF NETO;LIMA, 2011).
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para 
processamento, e sua realização em caixa ou seus equivalentes, em termos de tempo, 
quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, 
pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
Uma vez conceituado o termo, percebemos que o investimento em capital de 
giro deve ser equivalente ao valor necessário para cumprir os planos de expansão da 
empresa e ainda cumprir os compromissos de curto prazo. 
Desta forma, compreendemos como este investimento é importante para 
empreendedores que, por exemplo, podem adotar duas estratégias distintas de produção: 
produzir para estoque (MTS ou make-to-stock) ou produzir contra pedido (MTO 
ou make-to-order).
Vamos analisar inicialmente uma empresa que produz para estoque, isto é, ela 
abastece inicialmente o estoque de produtos e tenta posteriormente vendê-los a seus clientes. 
Resgatando nosso caso hipotético, lembrando que entre os clientes estarão as 
instituições de ensino das redondezas, ele pode antecipar a produção e deixar algumas peças 
de uniforme prontas para o período de início das aulas. Neste contexto, imagine a seguinte 
linha do tempo: como as aulas iniciam em fevereiro, a empresa deve se programar para ter 
os uniformes prontos no final de janeiro. Isso implica no seguinte cronograma de trabalho:
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 22
Figura 1.2 – Cronograma de produção de uniformes escolares.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Perceba que a empresa iniciou a compra de estoque de materiais em outubro, 
financiando essa aquisição com dinheiro do caixa da empresa. Arcou com as despesas 
de produção, pagando todos custos e despesas operacionais nos meses de operação 
e começou a receber o dinheiro das vendas apenas em janeiro, mas com as vendas 
parceladas, terminou de receber apenas em maio, sendo que 20% peças não foram 
vendidas e ficaram paradas no estoque. 
Desta forma, o capital que a empresa utilizou para financiar todo o processo de 
produção até o recebimento das vendas é chamado de Capital de Giro. Em algumas 
empresas pode ser um investimento significativo. Quanto maior o valor do estoque de 
matéria-prima e produtos, maior o custo desse capital. Para gerenciar o capital de giro, 
é necessário gerenciar os ciclos de produção, que são utilizados para mensurar o tempo 
em que as atividades da empresa são desenvolvidas, desde a aquisição de matéria-
prima até a venda do produto final ao cliente. Seus valores dependem dos processos de 
produção, capacidade de vendas, recebimentos de clientes e pagamento a fornecedores:
Mês
Outubro Novembro Dezembro Janeiro a Março
Abril a 
Maio
Colocar pedidos 
de camisetas, 
malhas, 
bermudas e 
abrigos nos 
fornecedores 
de peças.
Início do trabalho 
de customização. 
Aquisição 
de linhas e 
outros materiais 
auxiliares.
Término da 
confecção. 
Os funcionários 
precisam entrar em 
férias cole�vas 
antes do Natal!
Iniciam-se as vendas 
para os alunos. 
Hermínio não conseguiu 
planejar muito bem o 
estoque e algumas 
unidades adicionais 
�verem que ser 
produzidas para atender 
à demanda.
Provavelmente 
Hermínio terá que 
pagar adiantado 50% 
do valor das peças 
de roupa que 
adquirir, na 
encomenda ao 
fornecedor; o 
restante será pago 
no recebimento 
das peças.
Será pago o 
restante do valor 
das peças 
adquiridas e os 
materiais 
auxiliares de 
produção.
Lembre-se que, 
enquanto isso, 
Hermínio 
estará pagando 
salários, despesas 
de energia elétrica 
e tudo o mais que 
foi u�lizado para 
essa produção.
Em função da urgência, 
Hermínio coloca mais 
pedidos no fornecedor, 
tendo que pagar 
tudo à vista.
Hermínio também 
recebe parte das vendas 
à vista, mas a maioria 
dos pais prefere 
parcelar a compra no 
cartão de crédito, em 
até três vezes.
Hermínio não 
conseguiu vender 
todas as peças 
produzidas 
neste ano e 
aproximadamente 
20% das peças 
produzidas ficaram 
em estoque.
Término do 
recebimento 
das vendas 
parceladas.
Impacto Financeiro
A�vidade
23 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
• O ciclo econômico é o tempo que a mercadoria permanece em estoque. Vai desde 
a aquisição da matéria-prima até o ato da venda dos produtos acabados, não 
levando em consideração o prazo para recebimento do pagamento das mesmas 
pelo cliente. Inclui estoques de matérias-primas, produtos intermediários e 
produtos finais. 
• O ciclo operacional compreende o período entre a data da compra até o 
recebimento dos clientes. Caso a empresa trabalhe somente com vendas à vista, 
o ciclo operacional tem o mesmo valor do ciclo econômico. 
• O ciclo financeiro também é conhecido como ciclo de caixa, e representa o 
tempo entre o pagamento a fornecedores e o recebimento das vendas. Quanto 
maior o poder de negociação que a empresa possuir com seus fornecedores, 
menor o ciclo financeiro, pois ela pode negociar um prazo mais extenso para 
pagamento de suas compras e exigir pagamento antecipado ou à vista de seus 
clientes. Se a empresa não possui poder de negociação, será penalizada em seu 
ciclo financeiro, pois terá que pagar os fornecedores antecipadamente e ainda 
fornecer prazo de pagamento aos clientes.
Figura 1.3 – Estimativa do valor do investimento em capital de giro.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Dias Giro
Giro total 473.424,66
30 246.575,34 = (30/365) x 3.000.000,00
= Capital de giro
30 246.575,34 = (30/365) x 3.000.000,00
15 19.726,03 = (15/365) x 0,16 x 3.000.000,00
30 (39.452,05) = (30/365) x 3.000.000,00
Simulação do valor do capital de giro para um faturamento anual de R$ 3.000.000,00:
Custo proporcional sobre as vendas:
produtos em processo 48% do valor do produto final
Matéria-prima 16% do valor do produto final
Prazo médio de recebimento de clientes
Prazo médio de estocagem de produtos acabados
Prazo médio de estocagem de matéria prima
Prazo médio para pagamento fornecedores
Capital de giro necessário
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 24
Na Figura 1.3, que vimos anteriormente, realizamoss uma estimativa do valor a 
ser investido para financiar o capital de giro. Estabelecemos que seu faturamento anual 
será de três milhões de reais. A partir daí, o valor a ser investido em cada etapa do ciclo 
financeiro pode ser calculado como uma fração do faturamento anual. Por exemplo, o 
prazo médio de recebimento dos clientes é estimado em 30 dias; isso significa então 
uma fração de 30/365 do faturamento anual. 
Para os valores de custo de matéria-prima, é aplicado um percentual que 
representa a fração desse custo no custo do produto final (em nosso exemplo, 16%). 
Essa estimativa é feita considerando uma média ponderada do custo, calculado a partir 
da composição do mix de vendas. O mesmo fator utilizado para o cálculo do custo do 
estoque de matéria-prima é utilizado quando conseguimos um prazo de pagamento 
junto aos fornecedores, que nos auxiliam, dessa forma, a financiar nosso custo de 
capital de giro. 
Enfim, considerando todos os prazos do nosso exemplo, a empresa precisará 
investir aproximadamente R$ 473 mil para financiamento das operações de sua empresa. 
O desafio de qualquer empreendedor é reduzir esse custo. Quando é possível, 
procura-se adotar uma estratégia de produção MTO, isto é, produzir contra um pedido, 
não gerando sobras em estoque. As técnicas de produção enxuta (lean manufacturing), 
gestão de estoques por Kanban e outras técnicas de otimização de processos também 
são úteis para essa finalidade. No entanto, outros problemas operacionais, como tempo 
de preparação (set-up), tamanho de lote econômico, valor mínimo de encomendas 
estipulado por fornecedores e prazos de entrega muito longos fazem com que essa 
opção nem sempre seja possível.
1.3.3 Um Fluxo de Caixa para o Horizonte de Planejamento
Com esses elementosdesenvolvidos até o momento, podemos iniciar a projeção 
de um fluxo de caixa para os dez primeiros anos de funcionamento da nossa empresa 
fictícia; considerando sempre que o prazo de 10 anos é um prazo considerado adequado 
pelo investidor. Além do capital de giro que já estimamos, acredita-se que os demais 
investimentos iniciais serão relativamente elevados, pois além de máquinas para a 
produção dos uniformes, a empresa precisará de todo o enxoval da loja, com mostruários, 
locais de armazenamento, computadores para a administração e programação da 
produção, e uma série de outros elementos que somam um total de R$ 450 mil. 
25 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Esses ativos são todos depreciáveis em dez anos. Também haverá um 
investimento de aproximadamente R$ 120 mil para abertura da empresa, obtenção das 
licenças junto à prefeitura, elaboração e implantação do plano de prevenção e combate 
à incêndio, seleção e contratação de pessoal e outras despesas administrativas que não 
são depreciáveis. 
O faturamento anual também irá variar. No início, enquanto ainda estiver 
formando sua carteira de clientes e se estabelecendo no mercado, estima-se que a 
empresa inicie com um faturamento anual de R$ 2,5 milhões. Esse valor irá crescer 
10% ao ano nos dois anos seguintes e, a partir daí, estima-se um repasse de preços de 
5% ao ano, por conta da inflação. O mesmo percentual será aplicado aos custos fixos. 
Figura 1.4 – Projeção do fluxo de caixa.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Aplicando, de forma compilada, todos os ensinamentos desta Unidade de 
aprendizagem, podemos visualizar que a recuperação do valor investido se dará pelos 
resultados positivos obtidos ao longo dos 10 anos em análise. A última linha do f luxo 
de caixa é o chamado Fluxo de Caixa do Investidor, ou seja, o dinheiro que estará 
retornando ao investidor, onde fica evidente que ao final do segundo ano de operações 
o valor terá retornado em 100%.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 26
1.4 Análise de Balanço da Empresa
Antes mesmo de iniciar os estudos sobre análise do balanço patrimonial, 
precisamos considerar e entender que a contabilidade é considerada um instrumento 
pelo qual ajuda a administração de uma empresa nas tomadas de decisões, 
avaliando e analisando todos os dados econômicos da organização a partir de 
relatórios (MARION, 2006).
Neste sentido, observamos que as demonstrações contábeis dimensionam a 
situação financeira da empresa, se tornando uma poderosa ferramenta de gestão e, 
desta forma, o objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação 
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos f luxos de caixa da 
entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de 
decisões econômicas. 
1.4.1 Elementos do Balanço Patrimonial
Além do Demonstrativo de Resultados, outras análises são úteis para avaliarmos 
a situação financeira das empresas. Não exploraremos todas as ferramentas aqui, 
pois algumas são bastante específicas para o caso de grandes empresas ou grupos 
econômicos. Nesta disciplina vamos enfatizar uma análise muito importante e útil, com 
aplicação mais abrangente, que é a Análise de Balanço.
Assista ao vídeo “Fluxo de Caixa - Passo a Passo”, do canal Sebrae Talks, e 
saiba mais sobre a temática. Disponível em: http://gg.gg/v85f6.
VÍDEO
27 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Você já deve ter percebido que, geralmente no final de ano, algumas empresas 
fecham para balanço, não é mesmo? Nesse dia, as empresas fazem um levantamento de 
todo seu estoque, todos seus ativos e, principalmente, contas a pagar e a receber, para 
definir, entre outras coisas, se a empresa está solvente, isto é, possui mais direitos a 
receber que obrigações a pagar do curto prazo. Ou seja, podemos entender essa análise, 
de uma forma bem simplificada, como uma foto, tirada em uma determinada data na 
linha do tempo, da situação vigente da empresa em relação a seus:
• Credores, ou seja, quem ajuda a financiar as atividades, como dívidas adquiridas 
junto a instituições financeiras, contas a pagar a fornecedores (que auxiliam a 
financiar o capital de giro), impostos a pagar ao governo e aos próprios donos da 
empresa, que empenharam seu capital no empreendimento; e 
• Devedores, ou seja, contas a receber de clientes, reservas monetárias aplicadas 
em instituições financeiras e bens e direitos adquiridos, tais como as máquinas, 
equipamentos e os estoques.
Figura 1.5 – Análise de Balanço.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
As contas do lado dos devedores são chamadas de ativos da empresa. Eles são 
classificados como ativo circulante (direitos a serem adquiridos durante o próximo 
ano ou período entre balanços) e ativo não circulante (período posterior a isso). Do 
lado dos credores temos os passivos, que também se dividem em circulante e não 
circulante, referentes a obrigações financeiras da empresa com terceiros (fornecedores, 
governo, bancos etc), e o patrimônio líquido, que representa as obrigações da empresa 
em relação a seus donos.
Se o a�vo circulante é maior
que o passivo circulante, ou seja
os direitos de curto prazo são
maiores que as obrigações,
estamos sob controle.
Se o passivo circulante é maior
que o a�vo circulante, ou seja as 
obrigações de curto prazo são
maiores que os direitos, temos
um problema!
Regra básica:
ATIVOS e PASSIVOS
estão sempre
EM EQUILÍBRIO
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
Direitos Realizáveis a Curto Prazo
ATIVO NÃO CIRCULANTE
A�vo Realizável a Longo Prazo
Inves�mentos
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 28
Veja as contas do balanço detalhadas na Figura 1.6. Conforme mencionado 
anteriormente, apresentamos aqui uma versão simplificada de uma análise de balanço.
Figura 1.6 – Contas que compõem o balanço da empresa (versão simplificada).
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Disponibilidades
Caixa e Bancos - disponibilidade financeira imediata no caixa da empresa (espécie) e em depósitos em conta corrente.
Aplicações de Liquidez Imediata - aplicações financeiras que podem ser resgatadas no mesmo dia ou no dia seguinte.
Direitos Realizáveis a Curto Prazo
Contas a Receber de Clientes - total de vendas a prazo, tais como parcelamentos e cartão de crédito.
(-) Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa - expecta�va de inadimplência.
(-) Duplicatas Descontadas - contas a receber cujos direitos foram transferidos a bancos em troca de crédito à vista.
Estoques - total de estoques de matéria-prima, produtos em produção e estoques de produto acabado.
Inves�mentos Temporários a Curto Prazo - aplicações financeiras sem liquidez imediata.
A�vo Realizável a Longo Prazo
Contas a Receber de Clientes - ultrapassam o período de um ano, tais como contratos de fornecimento de longo prazo.
Outros Diretos de Longo Prazo - créditos junto à fazenda, aplicações financeiras, resultados de processos jurídicos etc.
Inves�mentos
A�vo Imobilizado - total inves�do em máquinas e equipamentos.
(-) Depreciações Acumuladas - total acumulado até o período, conforme regras da secretaria da fazenda.
A�vo Intangível - a�vos como marca, direitos de exploração de tecnologias, reservas de mercado e franquias.
(-) Amor�zações Acumuladas - transferências ou pagamento pelos direitos de uso dos a�vos intangíveis. 
Obrigações a Fornecedores - pagamentos devidos a fornecedores, aluguéis e contas de consumo.
Obrigações Financeiras - dívidas bancárias e pagamentos devido a outras fontes de capital de terceiros.
Outras Obrigações - impostos devidos, obrigações relacionadas a processosjurídicos etc.
Passivo Exigível a Longo Prazo - obrigações a pagar com prazo superior a um ano.
Obrigações a Fornecedores - obrigações a pagar com prazo superior a um ano.
Obrigações Financeiras - obrigações a pagar com prazo superior a um ano.
Capital - valor do capital inves�do pelos donos ou pelos sócios da empresa.
Lucros Acumulados - lucros disponíveis a serem distribuídos aos donos ou aos sócios.
Reservas - valor não integralizado ao capital, que pode ser u�lizado em con�ngências ou em inves�mentos.
29 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
1.4.2 Gerenciando o Balanço Patrimonial da Empresa
Conforme aprendemos anteriormente, o importante é que a empresa busque 
sempre o equilíbrio entre direitos e obrigações. Isso não quer dizer que a empresa 
deve ficar estática no tempo, por exemplo, tomando empréstimos junto aos bancos 
para investir em mais máquinas, equipamentos e capital de giro. Porém, deve fazer 
os investimentos certos para que os resultados apareçam a tempo de honrar os 
compromissos assumidos junto às instituições financeiras. Neste sentido, as escolhas 
gerenciais devem estar de acordo com uma estratégia de negócios bem elaborada, 
levando os investimentos realizados a aumentar o faturamento da empresa e, depois 
de pagar seus compromissos junto aos bancos, gerando lucros para os proprietários do 
negócio, conforme representado na Figura 1.7.
Figura 1.7 – Exemplo de crescimento do negócio.
 Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
A�vos Passivos
Circulante
Fixo
Circulante
Circulante
Patrimônio Patrimônio
Circulante
Fixo
Tempo
Se os inves�mentos forem bem-sucedidos, eles se 
transformarão em faturamento. O faturamento 
pode ser u�lizado tanto para pagamento dos 
credores quanto para aumentar o lucro gerado e 
os direitos dos donos da empresa, que receberão 
um lucro cada vez maior resultante das a�vidades. 
A par�r daí, o empreendedor, conforme suas 
estratégias, pode optar por reiniciar o ciclo de 
inves�mentos, ampliando o negócio, lançando 
mais produtos, atuando em um número maior 
de praças e assim sucessivamente.
Com o crescimento do negócio, aumenta 
a oportunidade para financiamento da 
empresa junto a terceiros: as ins�tuições 
financeiras podem oferecer financiamento; 
os fornecedores, prazo de entrega; e o 
governo, bene�cios e linhas de crédito 
diferenciadas. Esse recurso pode ser 
u�lizado na ampliação dos negócios. 
Início da empresa: o 
empreendedor geralmente 
possui limitações na sua 
capacidade de inves�mento 
e realiza a maior parte do 
aporte financeiro necessário 
para iniciar as a�vidades. 
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 30
Perceba que a empresa sempre cresce em equilíbrio entre direitos e obrigações, 
com variações entre curto e longo prazo e entre bens e direitos do dono do negócio e 
de terceiros. É dessa forma que uma empresa bem administrada vai ampliando suas 
atividades e se tornando cada vez mais lucrativa. A Tabela 1.6, que veremos daqui a 
pouco, mostra uma abordagem de análise que chamamos de Análise Horizontal, isto 
é, como o desempenho do negócio vai variando ao longo do tempo, ou seja, na análise 
horizontal, o objetivo é acompanhar o desempenho dos itens do balanço patrimonial 
de um período para o outro, estabelecendo uma comparação desta participação em 
série histórica para apuração das mudanças ocorridas e ainda a análise horizontal que 
verifica a tendência. 
Nessa análise horizontal, procuramos avaliar tendências para os períodos 
seguintes em função das decisões tomadas nos períodos anteriores. Por exemplo, um 
aumento na conta de investimentos, em determinado período, deve elevar as contas a 
receber dos clientes nos períodos seguintes. Por outro lado, se a empresa não investe 
há muito tempo e possui máquinas e equipamentos totalmente depreciados, talvez 
não tenha mais meios ou tecnologia para se manter competitiva no futuro. Isso pode 
implicar dificuldades de obtenção de novos financiamentos ou de manter os níveis de 
faturamento que vem apresentando até então.
Por outro lado, em uma Análise Vertical, procuramos analisar as proporções 
entre as contas dentro de um mesmo período, ou seja, a análise vertical no balanço 
patrimonial tem por objetivo descobrir a relevância dos componentes tanto do ativo, 
quanto do passivo em relação ao ativo total (base de comparação: elemento do balanço 
patrimonial que recebe o atributo 100). Por exemplo, quanto as obrigações de curto 
prazo excedem os direitos de longo prazo? 
As análises horizontal e vertical geralmente são aplicadas a todos os 
demonstrativos financeiros elaborados pela empresa. Esta metodologia de análise 
pode ser considerada uma metodologia de análise cruzada, em que são verificados os 
percentuais de participação dos elementos na estrutura (análise vertical) e a comparação 
desta participação em série histórica para apuração das mudanças ocorridas e ainda a 
análise horizontal que verifica a tendência. Além disso, consistem em boas práticas 
gerenciais, principalmente quando usadas para tomar decisões a partir de projeções 
futuras de como os números irão se comportar nos períodos seguintes.
31 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Estas análises serão demonstradas na Tabela 1.5, que veremos a seguir.
Tabela 1.5 – Análise Vertical - EMBRAER.
DESCRIÇÃO
01/01/2016 A
31/12/2016
01/01/2015 A 
31/12/2015
01/01/2014 A 
31/12/2014
Receita de Venda de 
Bens e/ou Serviços
21.435.696 20.301.771 14.935.910
Custos dos Bens e/
ou Serviços Vendidos
-17.166.104 80,08% -16.545.358 81, 50% -11.977.173 80,19%
Resultado Bruto 4.269.592 3.756.413 2.958.737
Despesas/
Receitas Operacionas 
-3.551.800 16,57% -2.653.346 13, 07% -1.654.963 11,08%
Resultado Antes do 
Resultado Financeiro 
e dos Tributos
717.792 1.103.067 1.303.774
Resultado Financeiro -161.971 0,76% -1.175 0, 01% -102.723 0,69%
Resultado Antes dos 
Tributos sobre o Lucro
555.821 1.101.892 1.201.051
Imposto de Renda 
e Contribuição 
Social sobre o Lucro
35.990 -0,17% -820.284 4, 04% -374.451 2,51%
Corrente -493.077 -440.247 -180.956
Diferido 529.067 -380.037 -193.495
Lucro/
Prejuízo Consolidado 
do Período
591.811 2,76% 281.608 1, 39% 826.600 5,53%
100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Na primeira tabela destacamos a Análise Vertical do período 01/01/2016 a 
31/12/2016. Na coluna de percentuais, calculamos o quanto representa cada linha de 
nosso interesse em relação ao valor do topo, isto é, da receita de venda de bens e 
serviços. Por exemplo, nesse ano, o lucro consolidado do período representou 2,76% 
do valor da receita de vendas. Esse desempenho foi melhor do que o desempenho do 
ANÁLISE VERTICAL
Lucro Consolidado = ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ = 2,76%
 
21.435.696 
591.811
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 32
ano de 2015 (1,39%), mas foi pior do que o desempenho de 2014 (5,53%). O custo dos 
bens ou serviços vendidos permaneceu praticamente inalterado quando avaliado como 
proporção da receita, mas as despesas operacionais cresceram significativamente em 
2016, consumindo 16,57% do valor das receitas de vendas.
Quando conduzimos a Análise Horizontal, verificamos o quanto um valor varia 
percentualmente em relação ao mesmo valor obtido no ano ou período anterior. Por 
exemplo, a receita de vendas de 2016 apresentou um aumento de 5,29% em relação à 
receita de 2015.
Tabela 1.6 – Análise Horizontal - EMBRAER.
DESCRIÇÃO
01/01/2016 A 
31/12/2016
01/01/2015 A 
31/12/2015
01/01/2014 A 
31/12/2014
Receita de Venda de 
Bens e/ou Serviços
21.435.696 5,59% 20.301.771 35,93% 14.935.910
Custos dos Bens e/ou 
Serviços Vendidos
-17.166.104 -16.545.358-11.977.173
Resultado Bruto 4.269.592 13,66% 3.756.413 26,96% 2.958.737
Despesas/
Receitas Operacionas 
-3.551.800 -2.653.346 -1.654.963
Resultado Antes 
do Resultado 
Financeiro e dos Tributos
717.792 -34,93% 1.103.067 -15,39% 1.303.774
Resultado Financeiro -161.971 -1.175 -102.723
Resultado Antes dos 
Tributos sobre o Lucro
555.821 -49,56% 1.101.892 -8,26% 1.201.051
Imposto de Renda e 
Contribuição Social 
sobre o Lucro
35.990 -820.284 -374.451
Corrente -493.077 -440.247 -180.956
Diferido 529.067 -380.037 -193.495
Lucro/Prejuízo 
Consolidado do Período
591.811 110,15% 281.608 -65,93% 826.600
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
AN
ÁL
IS
E 
H
O
R
IZ
O
N
TA
L
 ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ ̶ = 5,59%
 (Receita 2015)
 
(Receita 2016) - (Receita 2015)
33 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Observa-se que não existe uma linha obrigatória, mas o comparativo deve 
estabelecido sempre na mesma categoria ou conta contábil. Ou seja, você pode avaliar 
a variação entre o passivo não circulante de dois anos, um comparativo de receitas 
ou das despesas operacionais de dois anos. Qualquer linha dos demonstrativos podem 
ser avaliadas de maneira comparativa, desde que entre si. Algumas empresas adotam 
a abordagem do “rolling forecast”, onde continuamente atualizam as previsões do 
resultado esperado para os próximos períodos, a partir das tendências apresentadas 
até o momento da análise. Conforme o tipo de negócio, as empresas costumam fazer 
projeções para um horizonte de três a cinco anos.
Em resumo, os números dos demonstrativos, por si só, podem não ser suficientes 
para chegar a conclusões sobre o desempenho futuro: não se trata exclusivamente de 
uma abordagem matemática ou estatística. Vamos ter que adicionar alguns elementos 
extras a nosso caso, a começar, como já mencionado anteriormente, com a obtenção de 
financiamentos e com o cálculo do custo do capital. Outros indicadores bem específicos 
são utilizados para apoiar essa análise e serão objeto de estudo nas Unidades seguintes.
FINANÇAS DE CURTO PRAZO | Juliano Lautert | Marcelo do Carmo Rodrigues 34
Síntese da Unidade
Nesta Unidade, você acompanhou tópicos que buscam alinhamento entre as 
finanças e as expectativas dos investidores. Vamos relembrar os pontos mais importantes 
que aprendemos: 
• Ao tomar decisões sobre investimentos, como abrir ou ampliar um negócio, temos 
que identificar todos os elementos relevantes do f luxo de caixa relacionados às 
receitas, aos custos, às despesas, à tributação etc., e organizar esses elementos 
de forma a avaliar o resultado esperado durante o período esperado de 
funcionamento da empresa, que chamamos de horizonte de planejamento; 
• O Demonstrativo de Resultados (DRE) é uma ferramenta particularmente 
útil para essa organização, pois podemos organizar cada elemento de forma 
a prever seu impacto no resultado final que chegará ao bolso do investidor. 
Quando elaboramos o DRE para todos os períodos do horizonte de planejamento, 
obtemos o Fluxo de Caixa do Investidor, isso é, a expectativa global de aporte 
de recursos financeiros e geração de lucros; 
• O DRE pode ser utilizado tanto para projeção de resultados futuros quanto 
para acompanhamento dos resultados financeiros quando o empreendimento já 
estiver em operação. Ele não é o único relatório útil à gestão financeira; outra 
ferramenta relevante é a Análise de Balanços que mostra o estado atual de 
equilíbrio entre direitos e obrigações da empresa no curto e no longo prazo; 
• Tanto o DRE quanto o Balanço Patrimonial podem ser utilizados para apoiar 
a tomada de decisões sobre o investimento, por meio de análises horizontais 
e verticais, considerando tanto os resultados apurados até um determinado 
momento quanto projeções de expectativas futuras sobre os resultados 
(rolling forecast). 
35 Elaborar, Implementar e Consolidar Projetos em Organizações com Intuito de Operacionalizar Fluxo de Caixa | UNIDADE 1
Bibliografia
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2011. 
CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico 
CPC 27 - Ativo Imobilizado. CPC, Brasília, 2009. Disponível em: http://gg.gg/v85p4. 
Acesso em: 21 jun. 2021.
CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico 
CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. CPC, Brasília, 2011. 
Disponível em: http://gg.gg/v85p9. Acesso em: 21 jun. 2021.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2010.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, 
estratégias financeiras, orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. Fundamentos de Administração 
Financeira. 9. ed. São Paulo: McGraw Hill, AMGH, 2015. 
Se você encontrar algum problema neste material, entre em 
contato pelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o 
que você encontrou e indique a página.
Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos!
CONTRIBUA COM A QUALIDADE DO SEU CURSO
Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS
CEP: 92010-000 | 0800 541 8500
eadproducao@unilasalle.edu.br

Outros materiais