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Gestão Ambiental - Apresentação da Disciplina

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Prévia do material em texto

GESTÃO AMBIENTAL 
1 
 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Prezado(a) aluno(a): 
 
A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas gerem o menor 
impacto possível sobre o meio, observando desde a escolha das melhores técnicas até o 
cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. 
O objetivo do curso é contribuir para que vocês tenham informações e conhecimento básico 
sobre as questões ambientais, ressaltando que o curso não irá aprofundar em aspectos 
técnicos e científicos de gestão ambiental, considerando o curto espaço de tempo, a 
abordagem será superficial. 
Ederwanda Barbosa Lage Silva1 
 
 
A proposta para esta disciplina, aqui apresentada, objetiva o desenvolvimento de 
capacidades (nas esferas dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes), visando a 
participação individual e coletiva na gestão das questões ambientais, do uso dos recursos 
ambientais e na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do meio 
ambiente, seja ele físico, natural ou construído. 
Assim, nesta disciplina buscaremos o conhecimento dos princípios básicos que se faz 
necessário para possibilitar uma reflexão sobre o contexto da questão ambiental. Para 
alcançar nossos objetivos, esta disciplina está organizada em três dias, com 3 
horas/aula/dia conforme relacionado a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Gestora Ambiental (Instituto Vianna Junior), Especialista em Análise Ambiental (UFJF). 
GESTÃO AMBIENTAL 
2 
 
 
Aula 1 (3 horas/aula) 
� Conceitos e noções de preservação 
 
Aula 2 (3 horas/aula) 
� Regularização: Licenciamento Ambiental, Autorização para o uso de Recursos Hídricos e 
Intervenções em Águas de Minas Gerais, Área de Preservação Permanente. 
� Controle Ambiental: produtos perigosos, resíduos sólidos, efluentes atmosféricos e 
líquidos. 
 
Aula 3 (3 horas/aula) 
� Legislação. 
� Fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
3 
 
 
Iniciando a Nota de Aula... 
Primeiramente vamos apresentar alguns conceitos com o objetivo de informar e subsidiar 
nossa troca de ideias ... 
• Antrópico � relativo ao ser humano. Quando se refere a “meio antrópico” queremos dizer 
tudo que diz respeito ao homem, ou seja, os fatores sociais, econômicos e culturais, em 
interação com o ambiente em que ele vive. 
• Biodegradável � Diz-se da substância que se decompõe facilmente reintegrando-se à 
natureza. Dejetos humanos são biodegradáveis, pois sofrem este processo natural de 
reintegração. Muitos produtos industriais não o são, como os plásticos. 
• Biodigestores � Processo de decomposição do lixo orgânico por microorganismos, 
transformando-o em produtos combustíveis, como gás metano (CH4). 
• Biodiversidade � Diversidade de espécies vivas: animais vertebrados e invertebrados, 
plantas, fungos, algas e microorganismos. Por estimativas conservadoras, haveria de 5 a 10 
milhões de espécies no mundo; outras fontes indicam 30 milhões. Mas só uma pequena 
parte foi descrita pela Ciência. 
• Conservação � permite o uso sustentável e assume um significado de integração com o 
ser humano. 
• Contaminação � resultado do contato de organismos, geralmente o ser humano, com 
substâncias nocivas à saúde, tais como substancias tóxicas ou radioativas ou organismos 
patogênicos. 
• Degradação � Alteração adversa das características do meio ambiente. 
• Desenvolvimento Sustentável � satisfação das necessidades básicas e aspirações do 
bem-estar da população, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de 
estabelecer suas próprias necessidades e aspirações. 
• Deterioração � Ação ou efeito de deteriorar. Por em mau estado, danificar, estragar, 
arruinar. 
• Gestão Ambiental � é a administração do exercício de atividades econômicas e sociais 
de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, renováveis ou não. É a 
GESTÃO AMBIENTAL 
4 
 
condução, direcionamento e orientação das atividades humanas visando o desenvolvimento 
sustentável. 
• Impacto Ambiental � “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas 
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante da 
atividade humana.” (Resolução CONAMA nº 001, 23 de janeiro de 1986) 
• Lixo � qualquer tipo de resíduo sólido produzido e descartado pela atividade humana 
doméstica, social e industrial. Os resíduos sólidos são classificados de acordo com sua 
origem e composição, o que permite a escolha mais adequada para a sua destinação final. 
• Meio Ambiente � “Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas 
as suas formas”. (CONAMA N°306/2002) 
� “Circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos 
naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.” (ISO 14001) 
• Poluição � efeito acarretado pelo procedimento humano de lançar na natureza, resíduos, 
dejetos ou qualquer outro material que altere as condições naturais do ambiente, 
contaminando ou deteriorando a fonte natural de recursos: ar, terra e água, sendo prejudicial 
ao próprio homem ou a qualquer ser vivo. 
Os tipos de poluição são, em geral, classificados em relação ao componente ambiental 
afetado (poluição do ar, da água, do solo), pela natureza do poluente lançado (poluição 
química, térmica, sonora, radioativa, etc.) ou pelo tipo de atividade poluidora (poluição 
industrial, agrícola, comercial, etc.). 
�Poluição da água 
É o lançamento e a acumulação nas águas dos mares, dos rios, dos lagos e demais corpos 
d’água, superficiais ou subterrâneos, de substâncias químicas ou biológicas que afetem 
diretamente as características naturais da água e a vida ou que venham a lhes causar 
efeitos adversos secundários. 
Ocorrências: despejos de esgotos sanitários diretos em córregos, rios, mares, etc.; uso de 
agrotóxicos que são transportados pela água para os corpos d’água, tanto superficiais como 
subterrâneos; despejos sem tratamento das indústrias químicas, que liberam poluentes 
orgânicos, chorume (líquido) produzido nos lixões que vão para os corpos d’água, inclusive 
subterrâneos; pilhas e baterias dispostos inadequadamente, etc... 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
5 
 
�Poluição do ar 
É a acumulação de qualquer substância ou forma de energia no ar, em concentrações 
suficientes para produzir efeitos mensuráveis no homem, nos animais, nas plantas ou em 
qualquer equipamento ou material, em forma de particulados (partículas sólidas ou líquidas 
menores que um mícron de diâmetro), gases, gotículas ou qualquer e suas combinações. 
É provocada por: veículos automotores que emitem gases como monóxido e o dióxido de 
carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre e os hidrocarbonetos; indústrias 
químicas, siderúrgicas, fábricas de papel, cimento, refinarias de petróleo que emitem óxidos 
sulfúricos, óxidos nitrogenados, hidrocarbonetos, enxofre, diversos resíduos sólidos e metais 
pesados; aerossóis e aparelhos que libera clorofluorcarbonos (CFC); queimadas para 
preparação de terras para agricultura ou pastos; fumaça produzida pela queima de madeira 
nas padarias e nas olarias; etc. ... 
�Poluição do solo 
É a contaminação do solo por qualquer um dos inúmeros poluentes derivados da agricultura, 
da mineração, das atividades urbanas e industriais, dos dejetos animais, etc. 
Acontece quando: na agricultura são utilizados agrotóxicos e excesso de fertilizantes; os 
resíduos sólidos são colocados em lixões; os óleos usados nos postos de abastecimento de 
combustíveis são dispostos inadequadamente; o chorume (líquido) produzido nos lixões 
penetra no solo; os metais pesados das pilhas e baterias se acumulam no solo; etc ... 
�Poluição sonora 
É a introdução, pelo homem, direta ou indiretamente de energia no meio ambiente,que 
resulte em efeitos deletérios de tal natureza, pondo em risco a saúde humana, afetem os 
recursos bióticos e os ecossistemas. 
É ocasionada por: excesso de trânsito nas vias principais dos centros urbanos; indústrias 
que não usam tecnologias limpas; serviços de alto falantes; festas em geral que tenha som; 
deslocamento de avião de propulsão a jato; etc ... 
�Poluição visual 
É o excesso de informações em cartazes de rua, propagandas, letreiros, grafites e muros, e 
até mesmo as roupas com cores vibrantes e as camisetas com estampas exageradas. 
É observada quando: existe excesso de sinais de trânsito; existir muitas informações e 
cartaz de propaganda e excesso dos mesmos; prédios, muros e monumentos grafitados; os 
transportes coletivos (ônibus) são multicoloridos; ocorrer excesso de letreiros luminosos. 
GESTÃO AMBIENTAL 
6 
 
• Preservação � Foca a natureza sem a interferência humana, ou seja, compreende a 
proteção do meio ambiente independentemente do interesse utilitário e do valor econômico 
que possa conter. 
• Recursos Naturais � são "insumos", ou seja, matérias-primas, fontes de energia, 
retirados ou disponíveis no meio ambiente para as atividades econômicas humanas. 
Classificados em: Renováveis e Não Renováveis. 
• Recursos Naturais Renováveis � que podem se regenerar, se o uso for bem controlado 
(solo, vegetação, vida animal) ou que não implicam reposição (energia solar, ventos). 
• Recursos Naturais Não Renováveis � que tendem a se esgotar, pois a Natureza não tem 
capacidade de renovar seus estoques, como é o caso de fontes de energia tradicionais. 
Exemplo: petróleo, gás natural, ou carvão mineral. 
• Resíduo � material remanescente de algum processo e que pode ter valor intrínseco, 
podendo ser passível de uso para o próprio gerador ou não, com ou sem tratamento. Os 
resíduos são classificados em função de suas propriedades físicas, químicas ou 
infectocontagiosas, e com base na identificação de contaminantes presentes em sua massa. 
A definição de resíduo compreende um único tipo de resíduo, ou a mistura de vários. 
 
Agora vamos contextualizar ... 
Tente imaginar a sociedade artesanal ... no período pré-industrial ... As comunidades eram 
auto sustentáveis, produziam seus próprios utensílios e alimentos, atendiam suas 
necessidades de maneira harmoniosa com a natureza. Os artesãos produziam exatamente 
o que o consumidor precisava, um item de cada vez ... A exploração dos recursos naturais 
se dava de modo pouco impactante, tanto pela demanda pequena como pela singela 
capacidade de intervenção do homem (limitações de tecnologia, ferramentas, etc). Os 
resíduos eram basicamente aparas de madeira, argila, materiais orgânicos, minerais ... 
substâncias que a natureza pode decompor com facilidade. Não havia tanta preocupação 
em alcançar altos níveis de produção para atender demandas comerciais, apenas se 
buscava suprir as necessidades da comunidade. Mas as fronteiras foram se expandindo, o 
comércio ganhando espaço, vencendo distâncias na terra e nos oceanos, novos continentes 
foram descobertos, a população foi crescendo, as Grandes Navegações trouxeram uma 
nova visão de mundo ... novos mercados ... novos hábitos ... 
GESTÃO AMBIENTAL 
7 
 
Deste modo, o homem vem, desde os tempos mais remotos, modificando o meio ambiente 
de forma a adaptá-lo no intuito de atender suas necessidades fisiológicas, sociais e 
econômicas. Esta interferência se dá de diversas formas, como pela extração e exploração 
de recursos naturais, modificação do meio para ocupação antrópica, e pelo despejo de 
resíduos resultantes das atividades humanas. 
A Revolução Industrial do século XIX pode ser apontada como marco importante na 
intensificação dos problemas ambientais ... Era notória a deterioração do ambiente urbano 
com a contaminação do ar, a disseminação de enfermidades, as péssimas condições de 
vida dos trabalhadores. O uso crescente do carvão para fins industriais e domésticos gerava 
os chamados “odores fétidos”. O carvão queimado na época continha o dobro do enxofre do 
usado hoje em dia2. 
Por consequência, o desenvolvimento econômico e industrial introduziu novos padrões de 
consumo, intensificando a exploração dos recursos naturais para atender à produção 
crescente, assim como novos e assustadores níveis de geração de resíduos, que surgiram 
em quantidades excessivamente maiores que a capacidade de absorção da natureza e de 
maneira que ela não é capaz de reciclar. 
Com a Revolução Industrial veio a Produção em Massa. Mas uma Produção em Massa 
necessitava de um “Consumo de Massa”. No início, os artesãos produziam bens para 
atender as necessidades das pessoas. Ou seja, a produção deveria atender à demanda. 
Mas, neste novo cenário, as pessoas descobrem outras “necessidades”. Com o 
desenvolvimento industrial, a eficiência produtiva gerou uma imensa quantidade de produtos 
que precisavam ser consumidos (vendidos), então era necessário criar uma demanda, 
incentivar as pessoas a comprarem, consumirem, ou seja, criar “necessidades”... Desse 
modo, a demanda é que deveria atender à produção. Todavia, as pessoas continuavam a 
ver o meio ambiente como na era artesanal: para quê se preocupar? Existem tantos 
recursos disponíveis! Tantas áreas a serem exploradas! Tanta água! Tantas florestas... 
A urbanização acelerada também tem sido fator preocupante no que se refere à degradação 
do ambiente, agravada pelo processo de adaptação do ambiente natural, com a escala de 
aglomeração e concentração populacional. Quanto maior for essa escala, maiores serão as 
adaptações e transformações do ambiente natural, maiores serão a diversidade e a 
 
2 LEFF, 2003. 
GESTÃO AMBIENTAL 
8 
 
velocidade de recursos extraídos, maiores serão a quantidade e a diversidade dos resíduos 
gerados e menor será a velocidade de reposição desses recursos3. 
As áreas urbanas são extremamente dependentes das áreas verdes circunvizinhas, que 
funcionam como ambientes de entrada e saída do sistema, fornecendo energia e materiais 
que depuraram as emissões, limpando o ar. Todavia, contraditoriamente, quanto mais as 
áreas urbanas crescem, diminui e disponibilidade de áreas naturais e aumenta a 
necessidade destes ambientes para a sustentação das cidades, embora muitos ainda 
acreditam que basta a tecnologia para suprir todas as necessidades e solucionar os 
problemas ambientais contemporâneos. Isso mostra como os limites da natureza são 
pressionados pelo crescimento e desenvolvimento urbano-industrial. 
Outro fato a ser considerado é que o lixo gerado pela população cada vez mais está 
composto por restos de embalagens e de produtos industriais. Você sabe o quanto de lixo 
cada pessoa gera, desde o nascimento até o fim de sua vida, na velhice...? 
Aproximadamente vinte e cinco toneladas de lixo. 
A intensificação da industrialização, a explosão demográfica, a produção e o consumo 
desmedido, a urbanização e a modernização agrícola são alguns aspectos da evolução 
histórica das sociedades humanas que geraram desenvolvimento econômico, mas que 
resultaram numa degradação ambiental desenfreada4. O aumento da escala de produção 
tem sido um importante fator que estimula a exploração dos recursos naturais e eleva a 
quantidade de resíduos. Recursos naturais e economia interagem de modo bastante 
evidente, uma vez que algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente 
viável5. E assim, a sociedade moderna foi forjada em um ideal mecanicista, movida por uma 
economia caracterizada pelas leis cegas do mercado. Nessa nova organização, a busca 
pelo lucro e a razão instrumental são sobrepostas às leis da natureza, assolando também as 
questões culturais, dizimando o sentimento de humanidade e, desse modo, desembocando 
na CRISE AMBIENTAL6. 
 
 
 
 
3 PHILIPPI JR., et al, 2006.4 UFRGS, 2002. 
5 LEFF, 2003. 
6Ibid. 
GESTÃO AMBIENTAL 
9 
 
Texto para nossas reflexões... 
 
O Drama da Ilha de Páscoa 
Esta é uma história muito conhecida e utilizada para se refletir sobre sustentabilidade. O 
texto foi extraído do livro: “O bom negócio da sustentabilidade”, de Fernando Almeida, (Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 2002), páginas 69 e 70. 
A história dos homens que construíram as famosas estátuas gigantes da ilha de Páscoa é 
um dos mais dramáticos exemplos de como a dilapidação do capital ambiental pode 
extinguir uma sociedade humana, segundo o historiador britânico Clive Ponting, a cujo livro 
A Green History of the World se deve o relato que se segue. 
Quando os primeiros europeus chegaram à ilha, em 1722, encontraram uma terra árida, 
completamente desprovida de vegetação, ocupada por cerca de três mil nativos. 
Espalhadas pela ilha jaziam mais de seiscentas estátuas esculpidas em pedra, com seis 
metros de altura em média e algumas dezenas de toneladas de peso. Os habitantes, uma 
gente primitiva que vivia em cavernas, diziam que as esculturas, evidentemente feitas de 
material retirado de uma pedreira no interior da ilha, tinham chegado ali “caminhando”. 
Que não eram eles os responsáveis pela obra era óbvio: esquálidos e rudes, não poderiam 
ter executado tarefas complexas com as requeridas para esculpir, transportar e instalar as 
estátuas. Estavam mais ocupados em matar-se uns aos outros na disputa pelos escassos 
alimentos cultivados na ilha. Vez por outra, recorriam até ao canibalismo. A população 
decrescia a tal ponto que em 1877 navios peruanos levaram para o continente, como 
escravos, o que restava de nativos adultos, deixando na ilha apenas 110 crianças e velhos. 
As esculturas gigantes eram, sem dúvida, os vestígios de uma sociedade avançada que 
tinham florescido na inóspita ilha de 380km², perdida no meio do oceano Pacífico, a duas mil 
milhas da costa do Chile. Sem uma explicação lógica para o modo como foram 
transportadas e o que teria acontecido com os homens que as construíram, os europeus 
deram asas à imaginação. Nos séculos seguintes, muitas foram as hipóteses levantadas 
para explicar o mistério da ilha de páscoa, a mais saborosa das quais atribuía o feito a 
extraterrestres. 
A civilização que nasceu e morreu na ilha de Páscoa começou a ser construída quando 
algumas dezenas de polinésios, originários do sudoeste da Ásia, ali chegaram no século V 
da Era Cristã. Ao longo de mil anos, esses colonizadores formaram uma sociedade que 
criava galinhas e plantava batata-doce - os únicos cultivos que deram certo na ilha - e se 
GESTÃO AMBIENTAL 
10 
 
dividia em clãs. Os chefes dos clãs organizavam as atividades, distribuíam a comida e os 
bens, comandavam elaboradas cerimônias e rituais, e competiam por prestígio e poder. 
Cada clã tinha o seu “ahu”, uma plataforma adornada com as estátuas gigantes, onde eram 
realizadas as cerimônias. Quanto maiores e mais numerosas as estátuas do “ahu”, mais alto 
o status do clã. Em 1550, havia centenas “ahus” e a população tinha atingido o pico: Sete 
mil habitantes. 
Sem animais de tração, os homens transportavam as estátuas esculpidas na pedreira de 
Rano Raraku fazendo-as deslizar sobre troncos de árvores. E aí esta a chave para o 
mistério do destino trágico daquela gente. No século XVIII, quando os europeus chegaram, 
já não havia árvores na ilha. Ao longo de um milênio, tinham sido utilizadas para a 
construção de casas e canoas, para aquecer e cozinhar; e sobretudo, para mover as 
estátuas gigantes. Análises de pólen feitas no século XX confirmaram que no início da 
ocupação humana na ilha era coberta de densa vegetação. 
Com a escassez de madeira, começou o declínio e o retorno a condições primitivas de vida. 
Sem poder construir casas, muitos foram morar em cavernas. Depois, já não era possível 
fazer canoas, apenas botes de junco, imprestáveis para as viagens mais longas. A pesca 
ficou mais difícil. A falta de cobertura vegetal resultou em erosão do solo e colheitas 
decrescentes. 
O historiador Clive Ponting lembra que, certamente, os habitantes da ilha de Páscoa podiam 
perceber que sua existência dependia dos recursos limitados de uma pequena ilha. E com 
certeza notavam o desaparecimento progressivo de suas florestas. Mas foram incapazes de 
encontrar uma forma de viver em equilíbrio com seu meio ambiente. Escreveu ele: 
Na verdade, no momento mesmo em que as limitações da ilha devem ter ficado mais 
evidentes, a competição entre os clãs pela madeira disponível parece ter se intensificado, 
com mais e mais estátuas sendo esculpidas e transportadas, numa tentativa de assegurar 
prestígio e status. 
Tanto que, ainda hoje, é possível observar estátuas inacabadas perto da pedreira. Parece 
que os que trabalhavam nelas nem se deram conta de que quão poucas árvores restavam 
na ilha. 
 
 
 
Assim como Páscoa em seu auge, a Terra é uma ilha isolada na vastidão do espaço, e não há 
nenhum outro planeta adequado para onde migrar. Da mesma forma que na ilha do Pacífico, 
nossa população e o consumo de recursos está crescendo exponencialmente, porém nossos 
recursos são finitos. 
Será que os humanos da Terra reviverão em maior escala a tragédia ocorrida na Ilha de Páscoa 
ou será que aprenderemos a viver de modo mais sustentável neste planeta que é nosso único lar? 
Fonte: MILLER, 2008. Ciência Ambiental, p. 18. 
GESTÃO AMBIENTAL 
11 
 
 
Antes de prosseguir, vamos assistir ao vídeo “História das 
coisas” 
Esta atividade não será pontuada, pois se trata apenas de um 
instrumento didático. Sugerimos que você não deixe de cumprir as 
atividades propostas, pois essas são importantes para a compreensão 
do nosso estudo. 
Agora que você leu o texto e assistiu ao vídeo vamos trocar ideias sobre a questão colocada por 
Miller: “Será que os humanos da Terra reviverão em maior escala a tragédia ocorrida na Ilha de 
Páscoa ou será que aprenderemos a viver de modo mais sustentável neste planeta que é nosso 
único lar?” 
Compare as necessidades dos antigos moradores da Ilha de Páscoa com as atuais 
necessidades da nossa civilização apresentada no vídeo “A história das coisas”. Quais as 
diferenças/semelhanças entre as necessidades? As consequências serão semelhantes? 
 
Dica 01 ... 
 
 
 
 
 
 
Agora, antes de seguir a diante, vamos fazer uma atividade... 
 ... vamos às reflexões ... trocar idéias ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DAS COISAS 
 “História das Coisas” é um vídeo que nos mostra o processo da extração e produção até a 
venda, consumo e descarte, de produtos que utilizamos em nosso dia a dia, e que afetam 
comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.” 
Com duração de aproximadamente 20 minutos, o vídeo revela as conexões entre diversos 
problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em repensarmos um mundo mais 
sustentável e justo. 
Endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=QCoQgRuu050 
GESTÃO AMBIENTAL 
12 
 
 
Na sequência ... AULA 02 ... 
 
REGULARIZAÇÃO: LICENCIAMENTO AMBIENTAL, AUTORIZAÇÃO PARA O USO DE 
RECURSOS HÍDRICOS E INTERVENÇÕES EM ÁGUAS DE MINAS GERAIS, ÁREA DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTE. 
CONTROLE AMBIENTAL: PRODUTOS PERIGOSOS, RESÍDUOS SÓLIDOS, 
EFLUENTES ATMOSFÉRICOS E LÍQUIDOS. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL: 
• Lei nº. 6.938/81 instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente 
� Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA: estabelecimento de padrões que 
tornem possível o desenvolvimento sustentável, através de mecanismos e 
instrumentos capazes de conferir ao meio ambiente uma maior proteção. 
� Articulação União/Estados/Municípios, e ainda, sociedade civil organizada; 
� Instituiu diversos instrumentos de gerenciamento, dentre eles: o “licenciamento e 
a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras” (art. 9º - IV); 
� É um sistema dinâmico, em constante evolução.� Quanto aos municípios: 
� 22,2% dos municípios brasileiros possuem Conselho Municipal de Meio 
Ambiente, correspondente a 47,6% da população brasileira (Região Sul e 
Sudeste, principalmente); 
� 6,6% possuem Fundo Municipal de Meio Ambiente; 
� 13,5% possuem Legislação Ambiental Municipal; 
Municípios que possuem, simultaneamente, Conselho Municipal de Meio Ambiente ativo, 
Fundo Municipal de Meio Ambiente e Legislação Ambiental, correspondem a 2,2%. 
 
 
Juiz de Fora se enquadra nestes 2,2%!!!! 
GESTÃO AMBIENTAL 
13 
 
• O que é Licenciamento Ambiental? 
� Instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente instituído pela Lei nº. 6938/1981, 
com a finalidade de promover o controle prévio à construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
considerados efetiva e potencialmente poluidores. 
� É uma obrigação legal, prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade 
potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. 
� É um procedimento administrativo. 
 
• Quais atividades devem ser licenciadas? 
� Resolução Conama nº. 237/1997; 
� Deliberação Normativa COPAM nº. 74/2004 (Minas Gerais); 
 
• Qual a importância da Licença Ambiental? 
� Requisito legal; 
� Instituições de financiamento; 
� Mercado (não como diferencial, mas pré-requisito). 
 
• Órgãos licenciadores: 
� Federal: IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais); 
� Estadual: COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental); 
� Municipal: COMDEMA (Conselho Municipal de meio Ambiente). 
A Resolução CONAMA 237/97 - Art. 7º. determina que o licenciamento deve ser solicitado 
em uma única esfera de ação. 
 
• Tipos de licença ambiental 
� Licença Prévia (LP): 
� Avalia a concepção, tecnologia e localização do empreendimento; 
� Análise do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental 
(EIA/RIMA); 
GESTÃO AMBIENTAL 
14 
 
� Define requisitos para implantação; 
� Evita investimentos desnecessários em projetos, ou pelo indeferimento ou pelos 
requisitos impostos. 
 
� Licença de Instalação (LI): 
� Apresentação, análise e aprovação dos projetos executivos para implantação da 
obra, e do Plano de Controle Ambiental; 
� Autoriza a implantação do empreendimento; 
� Qualquer alteração no projeto durante a obra deverá ser comunicada/solicitado 
parecer previamente ao órgão licenciador. 
 
� Licença de Operação (LO): 
� Verificação da implantação e eficácia das medidas de controle e demais 
condicionantes da LI, bem como da conformidade com o projeto aprovado; 
� Autoriza o funcionamento do empreendimento; 
� Definirá restrições ou condicionantes; 
� Qualquer alteração durante a operação (ampliação da capacidade, nº. 
funcionários, instalações, etc.) deve ser comunicada previamente ao órgão 
ambiental. 
 
� Licença de Instalação e de Operação em caráter corretivo7: 
� O empreendimento ou atividade instalado, em instalação ou em operação, sem a 
licença ambiental pertinente, deverá regulariza-se obtendo LI ou LO, em caráter 
corretivo, mediante a comprovação de viabilidade ambiental do empreendimento. 
� A continuidade da instalação ou do funcionamento de empreendimento ou 
atividade concomitantemente com o trâmite do processo de Licenciamento 
Ambiental, dependerá de assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta com o 
órgão ambiental, com previsão de condições e prazos para instalação e 
funcionamento do empreendimento ou atividade até a sua regularização. 
 
7
 Decreto nº. 44.844, de 25 de junho de 2008. 
GESTÃO AMBIENTAL 
15 
 
� A possibilidade de concessão de LI e de LO, em caráter corretivo, não desobriga 
os empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente 
poluidores, bem como os que possam causar degradação ambiental, de obterem 
o prévio licenciamento ambiental, nem impede a aplicação de penalidades pela 
instalação ou operação sem a licença competente, exceto nos casos e condições 
previstas no § 2º do art. 9º (atividades industriais, de extração mineral, de 
exploração agrossilvipastoril e de disposição final de esgoto sanitário e de 
resíduos sólidos urbanos) e no caput do art. 15 (empreendimentos ou atividades 
ambientais e hídricas, anteriores a publicação do Decreto). 
 
• Estudos Ambientais 
� Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA); 
O Estudo de Impacto Ambiental – EIA é um estudo detalhado destinado a identificar 
e avaliar todas as alterações que determinada atividade poderá causar ao meio 
ambiente. Deve ser elaborado apenas para as atividades capazes de provocar 
impactos significativos. 
O Relatório de Impacto Ambiental-RIMA reflete as conclusões do EIA e deve ser 
apresentado de forma clara e objetiva. 
 
� Relatório de Controle Ambiental (RCA); 
O Relatório de Controle Ambiental – RCA é exigido pela Resolução CONAMA nº. 
010/90, na hipótese de dispensa do EIA/RIMA para a obtenção da Licença Prévia de 
atividades de extração mineral da classe II. Deve ser elaborado de acordo com as 
diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental competente. 
O RCA tem sido exigido por alguns órgãos de meio ambiente também para o 
licenciamento de outros tipos de atividade. 
 
� Plano de Controle Ambiental (PCA); 
O plano de Controle Ambiental – PCA é exigido pela Resolução CONAMA nº. 009/90 
para a concessão da Licença de Instalação de atividade de extração mineral de 
todas as classes. O PCA é uma exigência adicional ao EIA/RIMA, apresentado na 
fase anterior à concessão da Licença Prévia. 
No entanto, o Plano de Controle Ambiental tem sido exigido, também, para o 
licenciamento e outros tipos de atividades. 
GESTÃO AMBIENTAL 
16 
 
� Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD); 
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD foi concebido para a 
recomposição de áreas degradadas pela atividade de exploração de recursos 
minerais. No entanto, tem sido utilizado para os diversos tipos de empreendimentos, 
e geralmente, é previsto no escopo dos Estudos Ambientais. 
 
� Plano Técnico de Recomposição da Flora (PTRF): 
Tem como objetivo a recomposição da flora considerando as características bióticas 
e abióticas da área, em especial as características florísticas e a fisionomia regional. 
É solicitado pelo órgão ambiental quando o empreendimento gera intervenções ou 
causa danos sobre a vegetação. 
 
� Relatório Ambiental Simplificado – RAS; 
São estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação 
e operação de novos empreendimentos, que conterá, dentre outras, as informações 
relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do empreendimento, sua 
caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das medidas de controle, 
de mitigação e de compensação. 
 
• Prazos de análise de processo 
� Resolução Conama nº. 237/1997, Art. 14, o órgão ambiental tem prazo de 6 (seis) 
meses ou 12 meses quando houver EIA/RIMA; 
� Quando o órgão licenciador faz uma solicitação de Informações Complementares a 
contagem de tempo é suspensa – o empreendedor tem 4 (quatro) meses para 
atender. 
 
• Validade das Licenças 
� Resolução Conama 237/97, Art. 18: 
� LP: não superior a 5 (cinco) anos; 
� LI: não superior a 6 (seis) anos; 
� LO: mínimo - 4 (quatro) anos; máximo - 10 (dez) anos; 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
17 
 
� Minas Gerais ⇒ DN COPAM nº. 17/96, alterada pela DN COPAM nº. 23/97: Prazos 
diferenciados de 8, 6 e 4 anos, conforme o porte e o potencial poluidor do 
empreendimento. 
 
• Licenciamento Ambiental Estadual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Licenciamento Ambiental Municipal 
Quadro resumo do licenciamento ambiental em MG e em Juiz de Fora: 
 
 
 
 
 
 
 
Como em Juiz de Fora não existe o procedimento de AAF, os estudos e exigências para 
as classes de 1 à 4 serão os mesmos: LP – RCA;LI – PCA; LO – implantação das 
medidas do PCA; determinação das condicionantes da LO. 
GESTÃO AMBIENTAL 
18 
 
AUTORIZAÇÃO PARA O USO DE RECURSOS HÍDRICOS E INTERVENÇÕES EM 
ÁGUAS DE MINAS GERAIS 
• Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos; 
� Instituído pela Lei Federal 9433/97; 
� Principais Atribuições: 
� Conselhos - subsidiar a formulação da Política de Recursos Hídricos e dirimir 
conflitos. 
� MMA/SRHU Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano - formular a 
Política Nacional de Recursos Hídricos e subsidiar a formulação do Orçamento da 
União. 
� ANA - implementar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, outorgar e fiscalizar 
o uso de recursos hídricos de domínio da União. 
� Órgão Estadual - outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos de domínio do 
Estado. 
� Comitê de Bacia - decidir sobre o Plano de Recursos Hídricos (quando, quanto e 
para quê cobrar pelo uso de recursos hídricos). 
� Agência de Água - escritório técnico do comitê de Bacia. 
 
• Outorga 
A Outorga de Direito de Uso da Água é um instrumento legal que assegura ao usuário o 
direito de utilizar os recursos hídricos superficiais ou subterrâneos (Art. 20, CF). 
É um instrumento que garante o controle quantitativo e qualitativo do uso da água, 
especificando o local, a fonte de captação, a finalidade do uso e as condições de utilização. 
A outorga deve ser solicitada antes da implantação de qualquer empreendimento cujo uso 
da água venha a alterar o regime, a quantidade ou a qualidade das águas de rios, ribeirões, 
córregos e lagos. 
Inclui-se na exigência, além das captações, acumulações e desvios, também o lançamento 
de efluentes (resíduos provenientes de indústrias ou residências). 
� A outorga não dá ao usuário a propriedade de água, mas o simples direito de seu uso. 
� Pode ser suspensa, parcial ou totalmente, em casos extremos de escassez, de não 
cumprimento dos termos da outorga e outros caso previstos por lei. 
GESTÃO AMBIENTAL 
19 
 
• Modalidades de outorga: autorização e concessão. 
� Autorização: destinada a obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa 
física ou jurídica de direito privado, quando não se caracterizam pela utilidade 
pública. O prazo máximo é de cinco anos. 
� Concessão: tem o prazo máximo de 35 anos e é voltada para pessoas jurídicas de 
direito público e/ou serviços e atividades de utilidade pública. 
 
• Usos insignificantes ���� passíveis de cadastramento junto à autoridade outorgante: 
� Algumas captações de águas superficiais e/ou subterrâneas, bem como 
acumulações, derivações e lançamentos não estão sujeitas à outorga. Elas são 
consideradas insignificantes. 
� Deliberação Normativa 09/04 – CERH: estabelece critérios que definem os usos 
considerados insignificantes no Estado de Minas Gerais, sendo necessário, nesse 
caso, fazer um cadastramento junto ao IGAM. 
 
• Sujeitos à Outorga: 
� Captação ou derivação de água em um corpo de água; 
� Exploração de água subterrânea; 
� Construção de barramento ou açude; 
� Construção de dique ou desvio em corpo de água; 
� Construção de estruturas de lançamento de efluentes em corpo de água; 
� Construção de estrutura de recreação nas margens; 
� Construção de estrutura de transposição de nível; 
� Construção de travessia rodoferroviária; 
� Dragagem, desassoreamento e limpeza de corpo de água; 
� Lançamento de efluentes em corpo de água; 
� Retificação, canalização ou obras de drenagem; 
� Transposição de bacias; 
� Aproveitamento de potencial hidroelétrico; 
� Outras modificações do curso, leito ou margens dos corpos de água. 
GESTÃO AMBIENTAL 
20 
 
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
• Área de Preservação Permanente - APP 
O conceito de APP presente no Código Florestal brasileiro (Lei 12.651/2012), “área 
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os 
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo 
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”, 
emerge do reconhecimento da importância da manutenção da vegetação de determinadas 
áreas - as quais ocupam porções particulares de uma propriedade, não apenas para os 
legítimos proprietários dessas áreas, mas, em cadeia, também para os demais proprietários 
de outras áreas de uma mesma comunidade, de comunidades vizinhas, e, finalmente, para 
todos os membros da sociedade. 
 
• APP – definidas na Lei Federal 12.651/2012 e demais normas pertinentes, como 
áreas situadas: 
� Ao logo dos rios e de qualquer curso d’água; 
� As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d’água naturais; 
� As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua 
situação topográfica; 
� as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem 
por cento) na linha de maior declive; 
� Nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
� Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas; 
� Em altitude superior a 1.800 metros ... 
 
• APP - Importância física (vegetação): 
� Em encostas acentuadas: promove a estabilidade do solo, evitando sua perda por erosão 
e protegendo as partes mais baixas do terreno, como as estradas e os cursos d’água; 
� Na área agrícola: evita ou estabiliza os processos erosivos; 
� Como quebra-ventos nas áreas de cultivo; 
� Nas áreas de nascentes: atua como um amortecedor das chuvas, evitando o seu impacto 
direto sobre o solo e a sua paulatina compactação. Permite que o solo permaneça poroso 
GESTÃO AMBIENTAL 
21 
 
e capaz de absorver a água das chuvas, alimentando os lençóis freáticos; evita que o 
escoamento superficial excessivo de água carregue partículas de solo e resíduos tóxicos 
provenientes das atividades agrícolas para o leito dos cursos d’água, poluindo-os e 
assoreando-os; 
� Margens de cursos d’água ou reservatórios: garante a estabilização das margens 
evitando que o seu solo seja levado diretamente para o leito dos cursos; atuando como 
um filtro ou como um “sistema tampão”. Esta interface entre as áreas agrícolas e de 
pastagens com o ambiente aquático possibilita sua participação no controle da erosão do 
solo e da qualidade da água, evitando o carreamento direto para o ambiente aquático de 
sedimentos, nutrientes e produtos químicos provenientes das partes mais altas do 
terreno, os quais afetam a qualidade da água, diminuem a vida útil dos reservatórios, das 
instalações hidroelétricas e dos sistemas de irrigação; 
� Controle hidrológico de uma bacia hidrográfica: regulando o fluxo de água superficial e 
sub superficial, e assim do lençol freático. 
 
• Supressão e utilização de APP: 
� As APPs são consideradas áreas especialmente protegidas, sendo sua alteração ou 
supressão permitidas somente através de Lei (CF, art. 225, § 1º, inciso III). 
� Regra → nas APPs não se permite qualquer tipo de supressão de vegetação ou 
utilização econômica direta. 
� Art. 7º. (Lei 12.651/2012): A vegetação situada em Área de Preservação Permanente 
deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, 
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. 
� § 1º. Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação 
Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é 
obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados 
previstos nesta Lei. 
� § 2º. A obrigação prevista no § 1º. tem natureza real e é transmitida ao sucessor 
no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. 
� Exceção 
� Art. 8º. - A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação 
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social 
ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei. 
GESTÃOAMBIENTAL 
22 
 
� Art. 9º. - É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação 
Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto 
ambiental. 
 
• Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006) 
O Art. 11 estabelece as hipóteses de vedação absoluta do corte e da supressão de 
vegetação primária e secundária nos estágios avançado e médio. As hipóteses do inciso I, 
alíneas “a”, “b” e “e”, tratam, respectivamente, das situações em que a vegetação abriga 
“espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou em 
âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o 
parcelamento puserem em risco a sobrevivências dessas espécies”; exerce “a função de 
proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão”; e possui “excepcional valor 
paisagístico, reconhecido pelo órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente – SISNAMA”. 
A Lei, ainda em seu art. 11, inciso I, traz novas hipóteses de vedação ao desmatamento: 
quando a vegetação “formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou 
secundária em estágio avançado de regeneração”; e quando “proteger o entorno de 
unidades de conservação”. Tais acréscimos são importantes porque ajudam a manter a 
unidade da vegetação e quanto maior a área preservada, menor a possibilidade de extinção 
da biodiversidade. Contudo, uma das principais inovações da lei no que diz respeito a 
empecilhos à supressão da Mata Atlântica é a proibição do desmatamento àqueles que 
desrespeitam o Código Florestal (em especial os dispositivos referentes às áreas de 
preservação permanente e à reserva legal) – art. 11, inc. II –, não havendo exceções sequer 
quando a hipótese for de utilidade pública. 
Enquanto o art. 11, inciso II, possui, indiretamente, um caráter de sanção, o parágrafo único 
deste mesmo artigo valoriza os proprietários que mantêm ou sustentam espécies 
ameaçadas de extinção, pois determina que o Poder Público os apoie. 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
23 
 
CONTROLE AMBIENTAL - PRODUTOS PERIGOSOS, RESÍDUOS SÓLIDOS, 
EFLUENTES ATMOSFÉRICOS E LÍQUIDOS 
 
PRODUTOS PERIGOSOS 
A ONU, através do Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations 
Environmental Programme - UNEP, 1995), constatou que um dos grandes problemas 
dos países em desenvolvimento é a falta de infraestrutura para a condução de 
emergência, no caso de incidentes com produtos perigosos, para garantir a segurança 
do público e do meio ambiente. 
 
• Conceitos 
� Riscos: Risco pode significar “perigo ou possibilidade de perigo” ou ainda, com uma 
notação jurídica a “possibilidade de perda ou responsabilidade pelo dano”. 
� Produto Perigoso: “qualquer material sólido, líquido ou gasoso que seja tóxico, 
radioativo, corrosivo, quimicamente reativo, ou instável durante a estocagem prolongada 
em quantidade que representa uma ameaça à vida, à propriedade ou ao meio ambiente” 
(USDOE8) 
 
• Onde encontrar informações sobre segurança produtos químicos: 
� MSDS (Material Safety Data Sheet) - Ficha de Dados de Segurança de Material 
� FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos). Estas fichas 
normalmente apresentam as seguintes informações: identificação do produto, 
composição, identificação de risco, medidas de primeiros socorros, medidas de combate 
a incêndio e tratamento de derramamento, manuseio e armazenamento, propriedades 
físico-químicas, informações toxicológicas, considerações sobre tratamento / disposição 
final e outras informações. 
� A Norma Técnica - NBR 14725 - define o formato e a obrigatoriedade de informações 
sobre produtos químicos (FISPQ) pelo fornecedor ou distribuidor dos mesmos. O 
respaldo à obrigatoriedade da norma é o Código de Defesa do Consumidor, quando trata 
dos efeitos à saúde decorrentes dos produtos comercializados. 
 
 
8 United States Department of Energy - USDOE 
GESTÃO AMBIENTAL 
24 
 
• Vazamentos de Produtos Químicos – dicas importantes 
� Limpar imediatamente qualquer derramamento de substância química. 
� Procurar conhecer as informações toxicológicas sobre a substância; 
� Manter as pessoas que não estejam autorizadas a realizar essa operação, 
afastadas; 
� Usar equipamentos de proteção (máscaras, luvas grossas, óculos de segurança, 
avental ou roupas adequadas); 
� Tentar evitar que a substância derramada entre em contato com os dutos de saída 
de água; 
� Caso necessário, colocar o conteúdo do vazamento em um frasco adequado; 
� Usar absorventes adequados. 
 
• Emergência Ambiental 
Visando atuar na prevenção e controle dos danos ao meio ambiente e à saúde humana, 
causados por acidentes relacionados a indústrias, mineração e atividades de 
infraestrutura, criou-se em Minas Gerais o Núcleo de Emergência Ambiental – NEA, 
atuando 24h/dia, em parceria com outras instituições, como a Defesa Civil, CBMMG e 
Prefeituras. 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
• Normas Técnicas da ABNT: 
� NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos; 
� Diversas outras tratando sobre amostragem, aterros industriais perigosos, transporte 
de cargas perigosas, etc.; 
 
• Resíduos Industriais – provenientes de atividades industriais e construções; 
� Responsabilidade pela coleta/tratamento/disposição final é do próprio GERADOR do 
resíduo. 
� Disposição inadequada pode causar a contaminação do solo, água e ar; 
 
• Classificação (NBR 10004): 
� Classe I – Resíduos Perigosos; 
� Classe II – Resíduos Não Perigosos; 
� Classe II A = Não inertes (biodegradáveis); 
GESTÃO AMBIENTAL 
25 
 
� Classe II B = Inertes (Ex.: entulhos=RCC); 
 
� Classe I – Resíduos Perigosos: 
� Riscos = saúde humana, seres vivos em geral; 
� Características = inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade, patogenicidade; 
� Cuidados especiais no acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação 
final; 
� Caracterizam pela letalidade, não degradabilidade, efeitos cumulativos adversos; 
 
� Classe II – Resíduos Não Perigosos: 
� Classe II A – Não Inertes = Podem apresentar propriedades como biodegrabilidade, 
combustibilidade ou solubilidade em água; 
� Classe II B – Inertes = não combustíveis e não degradados prontamente (metais, 
tijolos, vidros, borrachas, etc.) 
 
� Responsabilidade em caso de ocorrências com risco à saúde pública e ao meio 
ambiente: 
� Gerador → acidentes ocorridos em suas instalações; 
� Gerador e transportador → acidentes ocorridos durante o transporte; 
� Gerador e Gerenciador de unidades receptoras → nos acidentes ocorridos em suas 
instalações; 
� O gerador é responsável pelos resíduos remanescentes da desativação da fonte 
geradora, bem como peça descontaminação e recuperação das áreas. 
 
� Gestão dos Resíduos 
� Redução na fonte; 
� Segregação dos resíduos; 
� Acondicionamento; 
� Tratamento interno; 
� Transporte; 
� Tratamento externo; 
� Disposição final. 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
26 
 
EFLUENTES ATMOSFÉRICOS 
Considera-se poluente qualquer substância presente no ar e que, pela sua concentração, 
possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar 
público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da 
propriedade e às atividades normais da comunidade. 
O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes 
presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas na atmosfera é 
muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. 
� Regulamentação: Resolução CONAMA 382/2006; Deliberação Normativa COPAM 
11/1986; 
� Tipos de efluentes: matéria sólida, líquida, gasosa ou energia; 
� Classificação quanto ao estado físico: Material Particulado; Gases e Vapores; 
� Classificação quanto a origem: poluentes primários ou secundários: 
� Poluentesprimários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão. 
� Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química 
entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera. 
� Classificação quanto a classe química: orgânicos ou inorgânicos; 
� Prioridade: impedir, ou ainda, reduzir a geração de poluente → tratamento das emissões. 
 
EFLUENTES LÍQUIDOS 
� Lei Federal 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos; Resolução CONAMA 
357/2005; 
� Em MG, Lei Estadual 13.199 /1999 – Política Estadual de Recursos Hídricos; Deliberação 
Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG N.º 1, de 05 de Maio de 2008 
� O efluente industrial pode conter elevadas concentrações de matéria orgânica, sólidos 
em suspensão, metais pesados, compostos tóxicos, microorganismos patogênicos, entre 
outros. Necessita de certos padrões de qualidade → tratamento dos efluentes. 
� O lançamento de efluentes industriais pode provocar alterações nas características 
físicas (temperatura), químicas (contaminantes, pH) e biológicas (microorganismos) dos 
corpos d’água. 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
27 
 
� Segregar os efluentes: 
� Pluviais → água de chuva 
� Sistema de drenagem individualizado de forma a não permitir a contaminação; 
� Possibilidade de aproveitamento; 
 
 
Seguindo para a ...AULA 03 ... 
 
AULA 3 – LEGISLAÇÃO AMBIENTAL; FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL. 
O Séc. XX é marcado por 3 ópticas importantes sobre a consciência ambiental: 
� Óptica Corretiva – década de 70 – se baseava na correção dos efeitos nocivos advindos 
da poluição do ar, água e solo: “a poluição e os impactos ambientais eram um mal 
necessário”. 
� Óptica Preventiva – década de 80 – proteger a saúde humana e o meio ambiente contra 
os efeitos de atividades que modificavam a camada de O3, aquecimento global. 
� Óptica Integradora – a partir da década de 90 – combina aspectos econômicos e sociais 
com os ambientais, visando preservação do Meio Ambiente e utilização dos recursos 
naturais com vistas à preservação das gerações futuras. 
 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
� Trata dos aspectos ambientais do empreendimento; 
� O Brasil se destaca mundialmente no que se refere à legislação ambiental; 
� Constituição da República – 1988 → a primeira no mundo a dedicar um capítulo 
exclusivamente ao tema Meio Ambiente. Art. 225; “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações”. 
 
 
 
 
O conhecimento das obrigações legais é imprescindível!!! 
→ o infrator não pode alegar desconhecimento!!! 
GESTÃO AMBIENTAL 
28 
 
� Outros requisitos legais aplicáveis na Gestão Ambiental: 
� Cumprimento das condicionantes de Licença Ambiental; 
� Termos de Ajustamento de Conduta ou Termos de Compromisso com Ministério 
Público; 
 
� Órgãos Ambientais; 
� Autorizações Ambientais; 
� Diversas licenças, alvarás, registros, etc.; 
 
� Em síntese ... 
� É proibido: 
• Poluir; 
• Degradar; 
• Instalar e funcionar sem licença; 
 
� É obrigatório: 
• Licenciar; 
• Atender as condicionantes das licenças ambientais; 
 
� As consequências de descumprir ... 
• Processos Administrativos: 
• Multa; 
• Embargo/Interdição; 
• Cassação da licença ... 
 
� Tipos de Responsabilidade por Dano Ambiental: 
� Civil = reparatória; 
� Penal = repressiva; 
� Administrativa = preventiva; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
29 
 
� Responsabilidade Técnica 
� Habilitação Técnica; 
� Registro no Conselho Profissional; 
� Competência e capacidade; 
 
 
 
 
 
• Lei de Crimes Ambientais - 9605/98: 
� Concorrem para a prática do Crime Ambiental: (Art. 2º) 
� Diretor; 
� Administrador; 
� Membro do Conselho ou de Órgão Técnico; 
� Auditor; 
� Gerente; 
� Preposto ou Mandatário. 
 
� Penas aplicadas às Pessoas Físicas: 
� Privativas de Liberdade: 
� Reclusão, 
� Detenção, 
� Prisão domiciliar; 
� Restritivas de Direito: 
• Prestação de Serviços à comunidade; 
• Interdição temporária de direitos; 
• Limitação de fim de semana; 
 
 
Resolução Conama nº. 237/1997. “Art. 11 – Os estudos necessários ao processo de 
licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do 
empreendedor. Parágrafo Único – O empreendedor e os profissionais que subscreverem os 
estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, 
sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais”. 
GESTÃO AMBIENTAL 
30 
 
� Penas aplicadas às Pessoas Jurídicas: 
� Multas; 
� Prestação de serviços à comunidade 
• Custeio de Programas e de Projetos Ambientais; 
• Execução de obras de recuperação áreas degradadas; 
• Contribuição a entidades ambientais ou culturais públicas; 
� Restritivas de Direito 
� Suspensão parcial ou total das atividades; 
• Interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade; 
• Proibição de contratar ou obter subsídios, subvenções ou doações do Poder 
Público. 
 
� Circunstâncias que atenuam a pena - Art. 14: 
� Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente 
� Arrependimento do infrator; 
� Comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; 
� Colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental; 
 
� Circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime - Art. 
15: 
� Reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
� Ter o agente cometido a infração: Para obter vantagem pecuniária, [...] Em domingos 
e feriados, [...] À noite [...] 
� Crimes contra a fauna; 
� Crimes contra a flora; 
� Poluição e outros Crimes Ambientais: 
 
� Art 60 – Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer porte do 
território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem 
licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas 
GESTÃO AMBIENTAL 
31 
 
legais e regulamentares pertinentes: pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente. 
� Art. 66. Fazer o funcionário publico afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, 
sonegar informações ou dados técnico em procedimentos de autorização ou de 
licenciamento ambiental: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
� Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo 
com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização 
depende de ato autorizativo do Poder Publico: Pena - detenção, de um a três anos, e 
multa. 
� Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de faze-lo, de cumprir 
obrigação de relevante interesse ambiental: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
� Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Publico no trato de questões 
ambientais: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
• Outras Normas Jurídicas - Portarias, Resoluções e Deliberações Normativas: 
� Federal: CONAMA, IBAMA, CNRH, e órgãos reguladores de setores específicos como 
ANA, ANP, ANEEL, DNPM, ANVISA, etc. 
� Estadual: COPAM, CERH, IGAM, etc.; 
� Municipal: COMDEMA; 
� Determinam os critérios técnicos, padrões e procedimentos; 
� Constante atualização; 
 
� Conflitos entre Normas 
� No caso de padrões ambientais, atender o mais restritivo; 
� No caso de procedimentos administrativos, seguir as normas do órgão competente 
para o licenciamento ambiental; 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
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FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL: 
� Atender às denúncias; 
� Acompanhar o passivo Ambiental; 
� Acompanhar condicionantes e pós licenciamento; 
� Atender às emergências ambientais; 
� Verificar empreendimentos licenciados; 
� Atender ao Ministério Público/Poder Judiciário; 
� Durante as fiscalizações, é obrigatoriamente gerado o Auto deFiscalização (AF) e, se 
constatada alguma irregularidade, é lavrado o Auto de Infração (AI); 
� Art. 6º da Lei Federal nº 6.938/81: estabelece que a fiscalização poderá ser realizada 
pelos “órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e 
dos Município”; 
� Federal: IBAMA, Polícia Militar de Meio Ambiente (para assuntos referentes à fauna, 
mediante convênio estabelecido com o Ibama); 
� Estadual: Órgão Executivos do SISEMA (SEMAD e Polícia Militar de Meio Ambiente); 
� Municipal: Órgão Executor do SISMAD (SMA), Órgãos de Apoio (SETTRA, 
DEMLURB, CESAMA, SAU). 
� Poder de Polícia: garantida a entrada e permanência em estabelecimento público ou 
privado, durante o período de qualquer atividade, ainda que noturno; (Decreto Estadual 
44844/06 - Art. 29); 
 
 
 
 
MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO – PÓS LICENÇA 
� Pós Licenciamento 
O licenciamento ambiental não se resume na expedição da referida licença. É preciso 
implantar a Gestão Ambiental do empreendimento, garantindo a conformidade da atividade 
e buscando a melhoria contínua dos aspectos ambientais. 
Então, mesmo se o expediente administrativo estiver encerrado, mas se a produção estiver 
em atividade, os agentes fiscais têm entrada garantida! 
GESTÃO AMBIENTAL 
33 
 
� Condicionantes Ambientais 
As Condicionantes Ambientais são instrumentos de controle estipulados pelo órgão 
licenciador com o objetivo de garantir a adequação da atividade ao longo da validade da 
licença. O órgão ambiental competente estabelecerá as condicionantes para o 
monitoramento da atividade, como, por exemplo: 
� os laudos de análise de efluentes e emissões, 
� comprovantes e relatórios de geração e destinação dos resíduos sólidos, 
� outros relatórios e informações pertinentes, devendo o responsável seguir os modelos e 
padrões definidos pelo órgão licenciador e constantes na referida licença. 
 
� Aspectos relevantes: 
• Seu cumprimento é obrigação legal; 
• As desconformidades detectadas através Laudos e/ou relatórios deverão ser 
adequadas para atendimento à legislação; 
• Cumprimento do proposto no PCA, no PRAD e demais medidas mitigadoras 
aprovadas no licenciamento; 
• Em alguns casos, poderão ficar condicionadas também as obras e instalações 
necessárias para a adequação do empreendimento, como, por exemplo, a 
implantação de estações de tratamento de efluentes. 
• Especial atenção deverá ser dada aos prazos para o envio dos relatórios e 
informações condicionados pelo órgão ambiental. As consequências ao não 
atendimento dentro do prazo, às condicionantes da Licença Ambiental, podem ser 
diversas, inclusive a cassação da licença e a interdição do empreendimento. 
• Eventualmente, os órgãos ambientais poderão realizar vistorias a fim de verificar o 
cumprimento das exigências estabelecidas quando do licenciamento, assim como a 
implantação e manutenção dos dispositivos de controle ambiental. 
• Muitas vezes, após a obtenção da licença, o técnico responsável é dispensado e 
assim não há continuidade do trabalho. 
• Qualquer alteração no processo, como instalações, número de funcionários ou nas 
demais informações prestadas durante o licenciamento, deve ser comunicada ao 
órgão ambiental para a definição sobre a necessidade de alteração nas 
condicionantes ou de um novo processo de licenciamento para a nova situação do 
empreendimento. 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
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� Automonitoramento 
O empreendimento, através de seu responsável técnico, deverá realizar o monitoramento e 
controle dos aspectos ambientais relativos à atividade. 
Quando houver alguma desconformidade, evidenciada através de laudos ou observações, o 
responsável técnico deverá apresentar ações objetivando o ajuste do processo ou 
instalações de maneira a se adequar e alcançar a conformidade. Portanto, é indispensável 
conhecer os padrões estabelecidos na legislação e normas ambientais. Além disso, é 
importante manter registro de todos os eventos ambientais, que irão compor o Relatório de 
Avaliação e Desempenho Ambiental (RADA) quando da revalidação da licença ambiental. 
 
Bibliografia utilizada nas notas de aula 
AFONSO, Cíntia Maria. Sustentabilidade: caminho ou utopia? São Paulo: Annablume, 2006. 
ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2002. 
BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 
2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
BAZZO, Walter Antônio; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à Engenharia. 6 ed. 
Florianópolis: UFSC, 2000. 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio 
ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : 1997. 
COLLARES, José Enilcio Rocha. Política ambiental e sustentabilidade na escala local. 2004. 
266f. Tese (Doutorado em Geografia) - IGEO, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio 
de Janeiro, 2004. 
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Engineering and Management Journal, n. 6, 05/2007. 
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Vocabulário básico de recursos naturais 
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LEFF, Enrique (Coord.). et al. A Complexidade Ambiental. Trad. Eliete Wolff. São Paulo: 
Cortez, 2003. 
LEPRI, Mônica Cavalcanti. Semeando a interdisciplinaridade: as ‘idéias vivas’ de Gregory 
Bateson. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, vol 38, n. 228, p. 16-21, jul. 2006. 
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Sâmia Maria(org.). Analise Ambiental: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Editora da 
Universidade Estadual Paulista,1995, p. 33-44. 
MAZZINI, Ana Luíza Dolabella de Amorim. Dicionário Educativo de termos ambientais. 3. 
Ed. – Belo Horizonte: A. L. D. Amorim Mazzini, 2006. 
MELLO, Luiz Antônio de Oliveira. Fundamentos de Análise Ambiental, Notas de Aula. Rio de 
Janeiro: UERJ, 2007. 
MILLER JR, G. Tyler. Ciência Ambiental. São Paulo: Thomson Pioneira, 2008. 
OLIVEIRA, Márcio de. Universidade e sustentabilidade: proposta de diretrizes e ações para 
uma universidade ambientalmente sustentável. 2009. 90f. Dissertação (Mestrado em 
Ecologia) – PGECOL, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009a. 
PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Fundamentos da educação ambiental. In: PHILIPPI JR, 
Arlindo (Ed). Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004, p. 459-483. 
PHILIPPI JR, Arlindo; et al. Uma introdução à questão ambiental. In: ______ (Ed). Curso de 
Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004, p. 3-16. 
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 3. ed. Rio de Janeiro: 
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______. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 
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UFRGS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Produção Mais Limpa. CD ROM, 
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CETESB, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Disponível em < 
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CIESP, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Disponível em 
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CNTL SENAI, Centro Nacional de Tecnologias Limpas – SENAI. Disponível em 
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NUNES, Luiz Fernando Mendes. Proteção e Legislação Ambiental. Disponível em 
http://www.ebah.com.br 
Estadao.com.br. Versão on-line do jornal O Estado de São Paulo. Disponível em 
<http://www.estadao.com.br>. 
Ministério da Cultura. Disponível em <http://www.cultura.gov.br/>. 
Ministérioda Educação. <http://www.mec.gov.br/>. 
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em <http://www.mre.gov.br/>. 
Ministério do Meio Ambiente. Disponível em <http://www.mma.gov.br/conama/> 
UNEP, United Nations Environment Programme. Disponível em <http//:www.unep.org/>. 
WWF do Brasil. Disponível em <http://www.wwf.org.br/>. 
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http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&moe=212&id=17071 
http://www.infoescola.com 
http://www.produtosperigosos.com.br 
 
 
 
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37 
 
Faço meu agradecimento especial ao Prof.ª Márcio de Oliveira9 que colaborou para a 
elaboração desta disciplina. 
 
 
9 Engenheiro de Produção, Especialista em Análise Ambiental, Mestre em Ecologia Aplicada ao 
Manejo e Conservação dos Recursos Naturais e Doutorando em Ecologia Aplicada ao Manejo e 
Conservação dos Recursos Naturais (UFJF).

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