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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA: TERMODINÂMICA Título do experimento: Gases ideais Alunos: Nayara de Andrade Rezende Curso: Física - Turma: PX9B Dia da semana: sexta-feira Belo Horizonte, 29 de setembro de 2020. Experimento 3: Gases ideais Introdução Os gases são fluidos que não possuem forma, nem volume próprio, assim a forma e o volume dos gases dependem diretamente do recipiente no qual estão inseridos, já um gás ideal é aquele que obedece às leis de Boyle, Charles e Gay-Lussac, ou seja, a Lei dos Gases Ideais. Dessa forma, um gás ideal será aquele que puder sofrer as seguintes transformações: Isotérmica: O gás manterá a temperatura constante enquanto ocorrem variações de pressão e volume; Isobárica: A pressão permanece constante enquanto ocorrem variações de volume e temperatura; Isométrica: O volume permanecerá constante enquanto ocorrem variações de pressão e temperatura; De acordo com a lei dos gases ideais, embora não exista na natureza um gás com as propriedades exatas de um gás ideal, todos os gases reais se aproximam do estado ideal em concentrações suficientemente baixas, ou seja, em condições nas quais as moléculas estão distantes umas das outras e praticamente não interagem. A equação da lei dos gases ideais é dada por: em que p é a pressão absoluta (e não manométrica), V é o volume, n é o número de mols do gás e T é a temperatura em kelvins. O fator R é chamado de constante dos gases ideais e tem o mesmo valor para todos os gases: No entanto, para uma isoterma, ou seja, um gráfico da pressão em função do volume para um gás cuja temperatura T é mantida constante para n mols de um gás ideal, a equação para o gráfico será dada por: R = 8,3145 J / mol · K pV = nRT p = nRT V Objetivos da experiência Verificar a validade da equação de estado dos gases ideais para uma certa quantidade de ar, na qual, a temperatura T é mantida constante e a pressão e volume são variados. Montagem do experimento: Figura 1 - Montagem experimental que permite variar e medir a pressão, o volume e a temperatura de uma certa quantidade de gás. Fonte: https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/wp-content/uploads/sites/4/2020/08/ Gases_ Ideais _ERE.pdf Materiais utilizados: Dispositivo da figura 1 que é composto por: 1. Bulbo contendo ar; 2. Câmara externa ao bulbo, por onde passa um fluxo de água para manter a temperatura do gás no valor desejado; 3. Entrada e saída do fluxo de água; 4. Coluna de mercúrio (Hg); 5. Termômetro; 6. Reservatório móvel de mercúrio; 7. Mangueira flexível; 8. Tampa do reservatório de mercúrio; 9. Banho térmico com circulador de água e controlador de temperatura Trena; Barômetro. Dinâmica do experimento: Com o auxílio do dispositivo da figura 1 manteve-se a temperatura constante pelo banho térmico, essa temperatura foi medida pelo termômetro e pode ser considerada a temperatura ambiente. Para variar a pressão e o volume do ar no tubo, o reservatório de mercúrio (Hg) foi sendo movido para cima e para baixo (inicialmente é preciso remover a tampa do reservatório móvel para que a pressão na superfície do mercúrio, neste reservatório, seja igual, à pressão atmosférica local) até obter o conjunto de dados da tabela 1 e 2. Medições experimentais hp (cm) hv (cm) 3,5 ± 0,2 9,0 ± 0,2 7,1 ± 0,2 8,5 ± 0,2 10,7 ± 0,2 8,2 ± 0,2 14,4 ± 0,2 7,8 ± 0,2 17,9 ± 0,2 7,4 ± 0,2 21,4 ± 0,2 7,0 ± 0,2 25,3 ± 0,2 6,8 ± 0,2 28,7 ± 0,2 6,4 ± 0,2 32,8 ± 0,2 6,3 ± 0,2 36,4 ± 0,2 5,9 ± 0,2 40,1 ± 0,2 5,6 ± 0,2 Tabela 1 - Conjunto de dados 4 para as medições encontradas para o experimento fornecido pelo professor. hp = Medida da altura da coluna de mercúrio para determinar a pressão. hv = Altura da coluna de ar entre o menisco do mercúrio e a base da marca no topo do bulbo Dados experimentais Diâmetro do tubo (0,0114 ± 0,0001) m Raio do tubo (5,70 ± 0,05) x 10-3 m Temperatura (300 ± 1) K Densidade do Mercúrio (ρ) (13590) kg·m-3 p0 (barômetro) (685) mmHg V0 * (1,02) cm3 Gravidade (g) (9,78 ± 0,05) m·s-2 Tabela 2 - Medidas iniciais utilizadas no experimento. * V0 = Volume do topo abovedado do bulbo de ar. As incertezas que constam nas tabelas 1 e 2 foram estimadas conforme o erro e o sistema de medição de cada objeto utilizado. Com os dados da tabela 1 e 2 foi possível estimar o volume e a pressão do gás utilizado (ar) para fazer a plotagem do gráfico 1, os valores calculados encontram-se na tabela 3 junto com as devidas propagações de incertezas que foram calculadas utilizando as fórmulas abaixo. Incerteza do volume: Δ V = Volume * √( △raio do tubo raio do tubo ) 2 + ( △ hv hv ) 2 Incerteza da pressão: Δ p = pressão * √( △gravidade gravidade ) 2 + ( △ hp hp ) 2 Incerteza de 1/V: Δ 1/V = 1 V * √( △volume volume ) 2 Os cálculos das incertezas foram feitos através de derivadas parciais, porém no final da equação ambos os lados foram divididos pelo termo que estava sendo calculado. Valores calculados para determinar os eixos do gráfico Volume (m3) V = π·r2·hv + V0 Pressão (Pa) p = ρ·g·hp (m-3) 1/V (10,20 ± 0,24) x 10-6 (4.651,86 ± 266,88) (97.981,00 ± 2.340,85) (9,70 ± 0,24) x 10-6 (9.436,62 ± 270,16) (103.138,25 ± 2.589,94) (9,39 ± 0,24) x 10-6 (14.221,39 ± 275,58) (106.501,70 ± 2.760,49) (8,98 ± 0,24) x 10-6 (19.139,07 ± 283,26) (111.343,05 ± 3.017,39) (8,57 ± 0,24) x 10-6 (23.790,93 ± 292,33) (116.645,52 ± 3.314,47) (8,16 ± 0,24) x 10-6 (28.442,78 ± 302,99) (122.478,27 ± 3.660,59) (7,96 ± 0,24) x 10-6 (33.626,28 ± 316,57) (125.619,01 ± 3.855,50) (7,55 ± 0,25) x 10-6 (38.145,23 ± 329,68) (132.409,83 ± 4.297,73) (7,45 ± 0,25) x 10-6 (43.594,55 ± 346,89) (134.223,83 ± 4.420,75) (7,04 ± 0,25) x 10-6 (48.379,31 ± 363,09) (142.005,66 ± 4.972,31) (6,74 ± 0,25) x 10-6 (53.296,99 ± 380,66) (148.461,11 ± 5.459,77) Tabela 3 - Valores calculados para determinar os eixos do gráfico sendo o eixo x = 1/V (m-3) e o eixo y = pressão (Pa). Gráfico 1 - Gráfico da pressão (Pa) x volume (m-3) de um gás à temperatura constante com base nos valores calculados para a medição experimental. O gráfico 1 representa uma função do tipo Ax + B que pode ser relacionada a equação de análise da variação da pressão ρgh = nRT V - p 0 , nela ρgh e V são respectivamente a pressão e o volume que foram calculados a partir das medições experimentais, p0 é a pressão atmosférica local dada pelo barômetro, R é a constante dos gases ideais, T é a temperatura desejada para o gás dada em Kelvin e n é o número de moles. Com isso, após comparar as duas equações será possível estabelecer a relação da equação com os coeficientes em que A = nRT e B = p0, esses valores foram obtidos no gráfico após a realização de uma regressão linear. Grandezas calculadas experimentalmente A = (0,98 ± 0,03) J B = (-90.820 ± 3.072) Pa Tabela 4 - Valores encontrados no gráfico para os coeficientes da equação (regressão linear) Cálculos: Número de moles: 𝐴 = 𝑛𝑅𝑇 𝑛 = 𝐴 𝑅𝑇 = 0,98 8,3145 · 300 Incerteza do número de moles: △ n = n * √( △ A A ) 2 + ( △ T T ) 2 n = 3,9 x 10 -4 mol △ n = 3,9 x 10-4 * √( 0,03 0,98 ) 2 + ( 1 300 ) 2 O cálculo das incertezas foi feito através de derivadas parciais, porém no final da equação ambos os lados foram divididos pelo termo que estava sendo calculado. Cálculo para comparação do número de moles: 1 mol de gás 22,4 x10 -3 (m3) x V0 (m 3) 1 mol de gás 22,4 x10 -3 m3 x 1,02 x 10-5 m3 Tabela 5 – Cálculos do número de moles do ar e a incerteza para o experimento. Δ n = 0,1 x 10-4 x = 4,6x 10-4 mol Conclusão: Resultados n = ( 3,9 ± 0,1 ) x 10-4 mol x = 4,6 x 10-4 mol Tabela 6 - Tabela com os resultados e incertezas para o experimento. Cabe pontuar, que o valor de B exibido no gráfico (- 90.820 ± 3.072 Pa) se aproxima do valor inicial do experimento p0 ≅ 91.326 Pa (valor inicial 685 mmHg convertido para Pa), já que o erro percentual para os valores foi de 0,6%. Além disso, o número de moles (n) encontrado para o ar foi de 3,9 ± 0,1 x 10-4 mol com base na regressão linear feita no gráfico1 e de 4,6 x 10-4 mol para a regra de três feita para o valor de referência (1 mol de gás ocupa um volume de 22,4 x10 -3 m3) o que representa um erro percentual de 15,2% , dessa forma pode-se afirmar que o objetivo do experimento foi alcançado em razão de a validade da equação de estado dos gases ideais para uma certa quantidade de ar ter sido verificada através dos cálculos feitos. Referências: HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. FUNDAMENTOS DE FÍSICA: Gravitação, Ondas e Termodinâmica. 10ed.Rio de Janeiro: LTC, 2016. Programa de pós-graduação em ensino de física. Gases perfeitos ou ideais. Disponível:<ht tps://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/gases_ideais.htm>. Acesso em 15/09/20 – 13h:07min. TodaMatéria. Lei dos Gases. Disponível:<https://www.todamateria.com.br/lei-dos-gases/>. Acesso em 15/09/20 – 15h:05min.
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