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PESQUISA HISTÓRICA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI E DO BAIRRO FÁBRICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA, URBANISMO E ARTES APLICADAS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
EIN - INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO DE SÍTIO URBANO
LAURA MARIA FAGUNDES SILVA
MARIANA CRISTINA DE ANDRADE SANTOS
PEDRO HENRIQUE MAIA RODRIGUES
SAMUEL FABRINI LIMA
PESQUISA HISTÓRICA DA CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI E DO BAIRRO
FÁBRICAS
SÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS
Abril de 2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. A CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI 4
2.1. Início da ocupação 4
2.2. Modernização 5
3. O HISTÓRICO DO BAIRRO E DAS FÁBRICAS 7
3.1. A importância da ferrovia para o Bairro Fábricas 7
3.2. O surgimento das ferrovias 8
3.. O crescimento recente com a chegada da UFSJ 12
4. CONCLUSÃO
13
REFERÊNCIAS 14
3
1. INTRODUÇÃO
A cidade de São João del Rei, localizada em Minas Gerais, Brasil, teve um
importante papel na história do país, sendo um importante centro comercial e cultural
desde o período colonial.
No final do século XIX e início do século XX, a cidade passou por um processo de
transformação com a chegada de diversas fábricas em seu território. Esse momento de
mudança teve impactos significativos na economia e na sociedade da região. Este
trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa histórica sobre as transformações
urbanas da cidade, principalmente ocasionadas pela chegada das fábricas em São João
del Rei, analisando os principais aspectos econômicos e sócio-espaciais envolvidos
nesse processo. Para tanto, serão utilizadas fontes documentais e bibliográficas. A
pesquisa visa contribuir para o entendimento da história de São João del Rei e servir
como base teórica para a elaboração de um inventário urbano das construções fabris
localizadas em específico na Avenida Leite de Castro em São João del Rei.
2. A CIDADE DE SÃO JOÃO DEL REI
2.1. INÍCIO DA OCUPAÇÃO
O povoamento da região onde hoje se encontra a cidade de São João Del-Rei
remonta ao final do século XVII e início do século XVIII e está diretamente ligada a
descoberta de ouro na região, sendo que “sua formação foi resultado da aglutinação de
pequenos núcleos surgidos juntos aos locais de mineração” (FRANCO, 2013, p.10). Ainda
segundo Franco (2013) essa ocupação tem como marco a instalação de Tomé Portes
del-Rei à margem esquerda do Rio das Mortes, no caminho Geral do Sertão, mais tarde
Caminho Velho, onde adquiriu direito a uma cobrança pela passagem dos que por ali
transitavam. Essa inclusive, era até então a única via que permitia acesso dos viajantes
as minas, quer quem viesse de São Paulo quer quem viesse pelo Rio de Janeiro.
A medida que a configuração urbana ia se consolidando, ainda com nome de Arraial
Novo, o povoado ia se esparramando pelo vale cortado pelo Córrego Lenheiros, sendo a
maior parte das construções edificadas de caráter simples e rústicas;
4
“Desde os primórdios, no início do século XVIII, com o nome de Arraial Novo, São João Del-Rei
esparramou-se pelo vale cortado pelo Córrego do Lenheiro. Mas os primeiros mineradores, entregues a sua
ambição, mais do que a qualquer preocupação com a edificação do arraial, preferiram o assentamento no
lado noroeste do córrego, mais perto dos veios auríferos. Neste lado implantaram-se vivendas rústicas e a
trilha de chegada e partida do arraial. Breve demarcaram-se lotes com os fundos para o córrego, depositário
dos dejetos dos moradores e das moradias. Foi lenta a ocupação do lado oposto do riacho, ocorrida
somente no surto progressista que acometeu a cidade com a implantação da sede da rede mineira de
viação oeste de minas nas décadas finais do século XIX.” (DANGELO ET AL, 2014, p.19)
As primeiras impressões críticas sobre esse assentamento urbano que temos
documentadas são as dos viajantes que viajaram por Minas durante o século XIX. Como
exemplo temos os relatos do pintor Johann Moritz Rugendas (1802-1858) e o naturalista
inglês Richard Francis Burton (1821-1890), que ficaram impressionados com a paisagem
da cidade como vemos nas aquarelas, do primeiro, e no comentário registrado pelo
segundo:
"Era meio-dia quando avistamos, num frémito de prazer, lá muito abaixo, o vale do Rio das Mortes. A
nossa direita, elevavam-se a cerca de seis milhas, as linhas da Serra de São José. A esquerda, estava São
João del-Rei, ostentando uma dúzia de igrejas e estendendo-se, como se fora um lenço branco, sobre uma
encosta irregular e severa" (BURTON, 1986, p.56 apud DANGELO ET AL, 2014, p. 23).
2.2. MODERNIZAÇÃO
Segundo Dangelo et al (2014), a chegada da Estrada de Ferro Oeste de Minas em
1881 modificaria para sempre os ideais da cidade de São João Del-Rei, trazendo o
conceito do progresso e da modernização. Junto com a ferrovia vieram os engenheiros
gerais e ferroviários que se mobilizaram na modernização urbana e arquitetônica da
cidade baseado nas visões positivistas de “amor, ordem e progresso”. Este movimento
também aconteceu em várias localidades do país na época, como a construção de Belo
Horizonte e a modernização de Juiz de Fora e do Rio de Janeiro.
Já no que diz sobre a modernização urbana, a linha de ferro também modificou
bastante a morfologia urbana são-joanense;
“Como a cidade oriunda do período colonial ocupou a parte noroeste da cidade, em direção aos pés
da Serra do Lenheiro, o novo progresso seguiu a direção contrária, estabelecendo-se na área sudoeste,
ocupando inicialmente uma região à margem esquerda do antigo córrego, de excelente topografia. Essa
área era deserta nesse período, principalmente por ali estar situados os fundos de terrenos do antigo
Hospital da Misericórdia, do antigo Asilo de São Francisco e de algumas chácaras naquele tempo de
arrabalde, como a do Comendador Carlos Ratton, que foram adquiridas para se construir a gare e os
escritórios da Oeste de Minas. Nas primeiras très décadas do século XX, o progresso terminou de urbanizar
os dois lados do Córrego do Lenheiro, dando novo ar de modernização às antigas servidões oriundas do
5
século XVIII e XIX que tinham o leito do Lenheiro quase como limite geográfico, e que se transformaram,
ainda no tempo do Segundo Império, na antiga Rua dos Voluntários, ao lado da sede da Estação da Oeste
de Minas, e na Rua Paissandu, do lado oposto (epitetos a fatos vinculados à Guerra do Paraguai). Esses
logradouros, abençoados com a valorização urbana e a construção, naquele local, de uma nova
centralidade para a cidade, romperam a hierarquia colonial da antiga e tradicional Rua Direita depois de
duzentos anos, e constituíram avenidas já no começo do século XX.” (DANGELO ET AL, 2014, p. 26)
Figura 1 - Johann Moritz Rugendas, São João Del-Rei, 1824. (Fonte: Dangelo et al, 2014)
6
Figura 2 - Mapa da Evolução Urbana de São João del-Rei (Fonte: Dangelo e Brasileiro, 2010 apud Dangelo et al, 2014)
3. O HISTÓRICO DO BAIRRO FÁBRICAS
3.1. A IMPORTÂNCIA DA FERROVIA PARA O BAIRRO FÁBRICAS
Para a produção do Inventário de sítio urbano proposto pela disciplina foi escolhido
o bairro Fábricas, que possui grande importância para a cidade, além de deter uma das
avenidas mais importantes da cidade, a Avenida Leite de Castro.
No século XIX, com o enfraquecimento da extração e da produção de metais
potencializado pelo momento de industrialização do país, São João del Rei consolidou-se
como um importante entreposto comercial do estado de Minas Gerais, em meio a
diversos outros núcleos urbanos também importantes para a província e alguns outros
que entraram em decadência, a cidade se desenvolveu, diversificou e fortificou seu
comércio se tornando a mais rica na primeira metade do séCulo (1996, apud, RESENDE,
2003)
Como um entreposto comercial, a vila centralizava o fluxo das mercadorias de
diferentes regiões. Privilegiada por diferentes canais de escoamento, tais como a Estrada
do Comércio, a Estrada da Polícia e o Caminho Novo, responsabilizava-se pela
redistribuição dos produtos trazidos do Rio de Janeiro (1996, apud RESENDE, 2003).
7
Diferente de outras cidades mineiras que entraram em decadência econômica, São
João Del Rei desenvolveu-see diversificou suas atividades econômicas, constituindo-se
na cidade mineira mais rica na primeira metade do século XIX (cf. PEREIRA, 2009, p.30).
A partir do desdobramento do comércio local, fez-se necessário o estabelecimento da
ligação entre os centros de produção e consumo, trazendo para São João Del Rei em
1878 a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), cujo tinha como destino o Rio de
Janeiro.
A chegada dos trilhos da via férrea, introduziu um novo período técnico, permitindo
maior fluidez material e imaterial, influenciando diretamente na reestruturação
socioespacial urbano sobretudo do bairro de fábricas, que consolidou-se ao redor dos
trilhos. Podemos dizer que a industrialização da cidade deu-se grande parte por essa
implementação.
3.2. O SURGIMENTO DAS FÁBRICAS
Com a implementação das estradas férreas na cidade, as locomotivas apelidadas
carinhosamente de "Maria-fumaça", que passavam pela cidade despertaram o interesse
de diversos empresários da época, que ali viram a possibilidade de criar um
empreendimento que acabaria sendo facilitado pela forma acessível aquisição de matéria
prima e de escoamento da produção.
Então no ano de 1891 foi inaugurada a Companhia São Joanense Têxtil, dando
início a uma nova era de industrialização da cidade. Na figura 1 podemos perceber que os
terrenos em frente ainda não tinham sido loteados, mostrando de que a fábrica São
Joanense foi uma das primeiras edificações a ser construída na região.
8
Figura 3 - Fachada da Companhia Industrial São Joanense. Esse é o registro fotográfico mais antigo da fábrica, que foi doado por um
ex-operário. (Fonte: Acervo da Companhia Industrial São Joanense. Fotografias avulsas. [s.d])
Com o constante crescimento da fábrica, o grande fluxo de imigração de
trabalhadores, a necessidade dos operários de estar próximo ao trabalho, novas
necessidades foram surgindo ao redor do edifício. As áreas que até então estavam
ocupadas por chácaras, foram incorporadas ao setor comercial, onde posteriormente
foram construídas as vilas operárias. Às margens da linha férrea e do córrego do
Lenheiro, ruas foram prolongadas e novas outras abertas, seguindo o crescimento
paralelamente ao córrego que atraía tanto o uso comercial quanto outras fábricas. Assim
como pontuou Carlos (p. 7, 2009), a cidade representa trabalho materializado; ao mesmo
tempo em que representa uma determinada forma do processo de produção e reprodução
de um sistema específico, portanto, a cidade também é uma forma de apropriação do
espaço urbano produzido. Sendo assim, a cidade se transforma e se organiza de forma a
atender as necessidades das elites detentoras dos meios de produção e do monopólio do
solo.
Segundo Resende (2003, p.98) os documentos encontrados e analisados por ela,
apontam que o presidente da fábrica Antônio Xavier de Almeida, fez um requerimento
junto à Prefeitura Municipal pedindo a concessão de um terreno próximo ao edifício da
Companhia, alegando a construção de casas para operários ou dependências. Por ser
9
devoluto o terreno foi concedido, com algumas condições , pagamento do aforamento da
lei e o término da construção deveria ser dentro do período de um ano.
De acordo com Marchiori, (2018, p.41) em 1936 foi criado o projeto conhecido como
IAPI, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários, sendo responsável por
financiar diversos projetos de construção de habitação populares, possibilitando então a
construção do conjunto habitacional em meados dos anos, com o intuito de abrigar os
funcionários da fábrica. Essa construção ocorreu na rua ao longo da estrada férrea, local
que depois veio a se tornar a Avenida Leite de Castro, via de grande importância para a
cidade, e em outras ruas paralelas a ela. Apesar das casas que compunham o conjunto
da Avenida terem passado por grandes mudanças, nas ruas posteriores a ela, ainda
possuem algumas unidades que é possível perceber as características da época.
Figura 2 - Antiga Avenida Leite de Castro (1970) (Fonte: EXPANSÃO DA UFSJ, CONSOLIDAÇÃO DO CAMPUS CTAN E AS
TRANSFORMAÇÕES URBANAS DO ENTORNO.) Créditos: Yago Zanolla, 2018
10
Figura 3 - Registro atual de uma casa que não passou por modificações significativas no Conjunto IAPI, em 2023. (Fonte:
Google Maps)
Durante o século XX outras fábricas foram se instalaram ao redor da linha férrea,
por diversos fatores motivadores como o grande contingente populacional tanto para mão
de obra quanto para consumo, a facilidade de transporte de matéria prima e escoamento
de produção por meio das ferrovias . Entre elas mais uma fábrica têxtil, a Fábrica João
Lombardi que foi inaugurada em 1949 e a Fiação e Tecelagem Dom Bosco, 1937, que
trouxeram ainda mais modificações espaciais para a região.
A partir dos anos 1970, as indústrias tradicionais sofreram relativo declínio, e a
cidade enfrentou uma decadência econômica. Nessa mesma época, observa-se em São
João Del Rei a intensificação na formação de novas áreas urbanas periféricas
decorrentes tanto do desenvolvimento e colapso da industrialização sanjoanense como
da intensa valorização de terrenos e aluguéis na área central da cidade (CARNEIRO;
SILVA, 2006. p.3).
Nos anos 80 a estrada ferroviária que passava no centro da Avenida Leite de Castro
foi desativada, em consequência do declínio do momento fabril, do crescimento da cidade
ao seu redor, e da necessidade de espaço maiores para o transporte rodoviário, a ferrovia
foi desviada para um local com menos movimento. Após alguns anos, o trilho foi retirado
11
da Avenida, e em seu lugar foram feitos canteiros centrais, que permitem a circulação de
pedestres com maior facilidade.
3.3. O CRESCIMENTO RECENTE COM A CHEGADA DA UFSJ
No início do século XXI, mas precisamente no ano de 2002 a FunRei, Fundação de
Ensino Superior de São João Del Rei, passou por um processo federalização e foi
transformada em Universidade por meio da Lei 10.425, se tornando então, a Universidade
Federal de São João Del Rei, adotando a sigla UFSJ. O que trouxe um crescimento geral
para a cidade, já que o local seria moradia de diversos alunos do país inteiro, o que
transformou a cidade além de um centro turístico em um polo universitário.
Conforme a universidade expandiu, o número de cursos também cresceu e em 2007
com a adesão do aos programas do Governo Federal: Expandir o Reuni. O Reuni
(Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) foi instituído pelo Decreto nº
6.096, de 13 24 de abril de 2007, com o intuito de retomar o crescimento do ensino
superior público do Brasil, fornecendo subsídios para que as Universidades Federais
promovessem a expansão física, acadêmica e pedagógica da rede Federal de educação
superior. A partir desse programa a UFSJ conseguiu agregar mais um espaço ao seu
poder, o Campus Tancredo Neves, CTAN, contabilizando o total de 3 Campus na cidade,
juntamente com o Campus Dom Bosco e o Campus Santo Antônio.
O Campus Dom Bosco e o Campus Tancredo Neves ficam localizados próximos ao
bairro Fábricas e isso fez com o que o bairro expandisse, além de mudar as necessidades
do local, que a partir de então precisaria de mais espaços para moradia para comportar
um número maior de moradores, novos comércios, e prestadores de serviço para suprir
as novas necessidades.
A partir de então a Avenida Leite de Castro passa por diversas mudanças, e entra
no processo de verticalização, dando lugar a novos edifícios, mudando completamente a
morfologia urbana do local. Atualmente o bairro segue passando por essas mudanças
tipológicas e a Avenida Leite de Castro em gradual processo de verticalização.
4. CONCLUSÃO
A cidade de São João Del Rei teve em sua história diferentes eixos de
desenvolvimento que realmente afetaram sua expansão, um deles foi a Estrada de Ferro
Oeste de Minas e o seu ramal que passava pela Avenida Leite de Castro. A construção
12
das fábricas próximas a Maria Fumaça que era o meio de receber matéria prima e escoar
a produção mais eficaz que existiana época.
A Cia. Industrial São Joanense (1891) foi a primeira, o terreno era conhecido como
Chácara Olaria (RESENDE, 2003) Tinha uma enorme área disponível para construção
não só da área de operações, mas também foram construídas casas de aluguel para seus
funcionários. Outra vantagem em sua localização, é a água em abundância devido às
nascentes que desaguam no Rio Lenheiro. Os operários da Fábrica começaram a se
instalarem nas proximidades, já em casas próprias, como na Rua Frei Cândido, e assim
foi se ocupando uma nova região para além do atual centro histórico da cidade. Anos
depois novas fábricas foram se instalando, assim como pequenos comércios. Em 1908
com a inauguração da Estação Chagas Dória no Bairro Matozinhos cria mais um eixo de
crescimento urbano na região.
No caso da Tecelagem João Lombardi e a Fiação e Tecelagem Dom Bosco que se
instalaram mais tarde na Avenida Leite de Castro, os investidores seguiram o mesmo
modelo que estava sendo feita na indústria da cidade, compra de grandes terrenos na
beira da linha férrea próximos a pequenas vila operária que se consolidava. Da mesma
maneira influenciaram na malha urbana e na construção de novas casas e ruas para seus
operários.
13
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Marcella Franco de. O tombamento dos bens arquitetônicos e
urbanísticos de São João del-Rei : embates em torno da preservação e do progresso.
2013. 224 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2013.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. A Cidade. Contexto: São Paulo, 2009.
CARNEIRO, Eder J; SILVA, Luiz Raimundo Tadeu da. (2006). A construção social de
territórios urbanos de classes populares: o caso da Vila Nossa Senhora de Fátima (São
João Del Rei – MG). Relatório de Iniciação Científica, 2006. Arquivo pessoal do prof. Eder
J. Carneiro.
Dangelo, André Guilherme Dornelles/ Brasileiro, Vanessa Borges / Dangelo,Jota.
Memória arquitetônica da cidade de São João Del-Rei: 300 anos. Belo Horizonte: e.43,
2014. 257 p.
MACEDO, Celso Reis. A antropotoponímia da cidade de São João Del - Rei – Minas
Gerais [manuscrito] / Celso Reis Macedo. – 2021
MARCHIORI, F. Artur. Expansão da UFSJ, consolidação do campus CTAN e as
transformações urbanas do entorno. São João Del Rei, p.41, 2018.
RESENDE, Ana Paula Mendonça de. A organização social dos trabalhadores fabris
em São João Del Rei: o caso da companhia industrial São Joanense 1891/1935;
Universidade Federal de Minas Gerais. 8-Jul-2003
SANTOS, Bruno Henrique dos. A Formação Socioespacial de São João Del-Rei/MG
e o Processo de Regionalização do Campo das Vertentes / Bruno Henrique dos Santos ;
Orientador Ligia Maria Brochado Aguia. - São João Del Rei, 171 p. 2017
disponível em: https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgeog/Bruno.pdf
Acesso em: 17 de abril de 2023.
14
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgeog/Bruno.pdf
TAVARES, D. P. Leituras de São João del-Rei/MG: experiências espaço-temporais
da modernidade. Revista Espacialidades, [S. l.], v. 4, n. 03, p. 01–22, 2011.
15

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