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Layane Silva REVISÃO - ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS ● Semiologia urológica e propedêutica Relações anatômicas: pênis (prepúcio, glande, freio e corpo), bolsa escrotal, com testículos, epidídimos e cordão espermático, próstata e vesículas seminais. - Genitália: corpo do pênis formado por 3 colunas de tecido vascular erétil: corpo esponjoso (contém a uretra, estende-se do bulbo do pênis até a glande, coberta pelo prepúcio), e 2 corpos cavernosos. - Uretra: está na linha mediana anterior do corpo do pênis, que desemboca no meato uretral anterior da glande. - Testículos: par de glândulas ovóides, composta por túbulos seminíferos e tecido intersticial, cobertas por revestimento fibroso (túnica albugínea). - Escroto: bolsa frouxa de pele rugosa e túnica dartos, dividido em 2 compartimentos com 2 testículos coberto pela túnica vaginal (membrana serosa). - Epidídimo: estrutura macia na superfície posterolateral de cada testículo, túbulos espiralados do testiculo que formam o ducto deferente - atua no armazenamento, maturação e transporte de espermatozoides. - Ducto deferente: estrutura muscular firme, transporta os espermatozóides da cauda do epidídimo até a uretra, ascende pelo canal inguinal e se funde à vesícula seminal para formar o ducto ejaculatório, que forma o líquido seminal, que passa pelo funículo espermático. - Região inguinal: junção entre a parte inferior do abdome e coxa em cada lado do púbis. - Canal inguinal: ponto medial do ligamento inguinal, forma um túnel para passagem do ducto deferente, que atravessa os músculos abdominais. - Canal femoral: abaixo do ligamento inguinal. a. Anamnese Identificação do paciente: pré-natal, criança, adolescente, adulto, geriátrico. História clínica, familiar e patológica: captar a confiança, aproveitar tempo e identificar linguagemmédico-paciente. Queixa principal: afecções urológicas podem ser agrupadas em síndromes: distúrbios metabólicos, infecção/inflamação, malformações, alterações vasculares e tumores. Sinais e sintomas: secreções ou lesões penianas e dor, edema ou lesões escrotais ou testiculares, ISTs. Antecedentes pessoais: DM (disfunção autonômica, alterações urinárias e de função sexual), tuberculose, (função renal, obstrução ureteral) HAS e IAM (disfunção sexual e uso de medicamentos), doenças neurológicas e anemia falciforme (necrose papilar e priapismo). Antecedentes familiares: doenças genéticas (renal policística, esclerose tuberosa, doença de von Hippel-Lindau, acidose tubular renal e cistinúria), história familiar de urolitíase e CA de próstata. Uso demedicamentos: disfunção erétil: anti-hipertensivos; disfunção ejaculatória: psicotrópicos, bloqueadores alfa adrenérgicos; priapismo: antipsicóticos, antidepressivos, drogas intracavernosas; redução da espermatogênese: quimioterápicos, drogas ilícitas, anabolizantes, antiandrogênicos, incontinência urinária: relaxantes musculares, histamina; retenção urinária: anticolinérgicos, agonistas alfa-adrenérgicos, anti-histamínicos (loratadina); insuficiência renal aguda: antimicrobianos aminoglicosídeos), quimioterápicos (Cisplatina), antiinflamatório não hormonal. Cirurgias anteriores: planejamento cirúrgico, alterações anatômicas locais, radioterapia prévia, aderências e fibrose. Tabagismo: risco de câncer urotelial de bexiga, doenças vasculares periféricas e disfunção erétil. Alcoolismo: neuropatia periférica e autonômica, disfunção hepática, redução de testosterona e libido, atrofia testicular. Alergias: questionar para prevenção de complicações b. Termos Disúria: micção difícil e dolorosa Estrangúria: forma extrema de disúria, dificuldade e dor à micção, acompanhada de espasmos em intensa cistite Noctúria: micção noturna frequente (2 ou + micções/noite) Nictúria: predominância do volume urinário noturno em relação ao diurno (aumento do volume urinado noturno) Poliúria: diurese superior a 2.000 ml em 24 horas Urgênciamiccional: necessidade de urinar impondo micção urgente com ou sem perda urinária (incontinência) Enurese: durante o sono de criança após 3 anos. Anúria: supressão da secreção urinária (renal, pré e pós) Pneumatúria: emissão de gás com urina na micção (DM ou fístula entre intestino e bexiga, diverticulite, CA de cólon, doença de Crohn). Quilúria: linfa na urina (comunicação vascular linfático e TU) Piúria: pus na urina c. Exame físico 1 Layane Silva Geral, nutricional (caquexia, doenças malignas, obesidade - doenças endocrinológicas), edema de extremidades (cardiopatias ou nefropatias), linfadenomegalia (supraclavicular - CA de próstata e testículo; inguinal - CA de pênis, uretra e uretrites). Inspecionar pele, prepúcio e glande (úlceras, cicatrizes, nódulos, inflamação), meato uretral (secreção), corpo do pênis (induração e dor), escroto (pele, pelos e contornos), cada testículo (epidídimo e funículo espermático). Rins: retroperitoneal, bilateral, difícil palpação, direito é mais baixo pelo fígado, possível palpação pelo polo inferior na inspiração profunda. Pênis: superfícies anterior e posterior e na raiz do pênis, pesquisar escoriações ou inflamação. Prepúcio: retrair para detectar cancros e carcinomas. Glande: úlceras, cicatrizes, nódulos, inflamação ou secreção. Corpo do pênis: palpar entre o polegar e os 2 primeiros dedos a procura de induração ou dor, fimose e tamanho. Fimose: impossibilidade de retrair o prepúcio para trás da glande porque o anel de abertura é menor que ela. Parafimose: quando o anel fimótico permite com dificuldade a exteriorização da glande, pode causar constrição no nível do sulco balanoprepucial, dificultando a circulação linfática de retorno causando edema da glande e do prepúcio. Meato uretral externo: estenose, distopia (distal, peniana, proximal e perineal). Corpo cavernoso: doença de Peyronie, curvatura peniana. Avaliar doenças venéreas (condiloma, corrimento), tumor de pênis (lesão vegetante ou ulcerativa). Escroto: lesões ou cicatrizes e a distribuição dos pelos pubianos, contornos escrotais (aumento de volume, nódulos, massas ou assimetria), regiões inguinais (eritema, escoriação ou adenopatia). Testículo: dimensões, formato, consistência, dor e nódulos. Hidrocele: transiluminação, indica cavidade com liquido seroso (hidrocele ou espermatocele). Hérnia inguinal: descida do conteúdo intestinal através do canal inguinal até a bolsa escrotal, causa aumento do volume, consistência mole e reduz commanobras. Epidídimo: posição, consistência, cistos sebáceo, dor local. Cordão espermático: cistos, varicocele, canal deferente. Varicocele: varizes do plexo pampiniforme que envolve o cordão espermático, pesquisar tumor retroperitoneal. Hidrocele: acúmulo de líquido na túnica vaginal. - Toque retal: na posição genupeitoral ou de Sims (decúbito lateral esquerdo com a coxa direita fletida em 90°), observar pele da região perianal, pigmentada, pregueada radiada, pesquisar espessamento e escoriações (hemorróidas, fissuras, condilomas, prolapsos e neoplasias), avaliar tônus do esfíncter anal e ampola retal. Posições: decúbito dorsal com pernas fletidas e bem elevada, genupeitoral, decúbito lateral, ortostática com tronco fletido para diante. Próstata: 3-4 cm do ânus, noz triangular com vértice dirigido para baixo e base superior, consistência elástica, bordas arredondadas divididas simetricamente por sulco mediano longitudinal - indolor à palpação. Hiperplasia prostática benigna: consistência elástica e firme, indolor, tamanho aumentado, pouco (grau I), moderado (grau II), severo (grau III), nodulações e desaparecimento do sulco mediano. Carcinoma de próstata: consistência endurecida, pétrea, nódulos, superfície irregular que pode infiltrar a ampola retal, tamanho normal ou aumentado de volume, indolor ou dolorosa se invasão tecidual. d. Sinais e sintomas urológicos comuns - Dor peniana Em flacidez: secundário à inflamação da bexiga (cistite), próstata e uretra (uretrite) com reflexo para o meato uretral Emereção: doença de Peyronie , priapismo, neoplasia, inflamação/infecção - Dor testicularTrauma, edema, abscesso, cistos, inflamações, folículo piloso infectado, cisto sebáceo, epididimite, torção testicular (compressão vertebral por irradiação, gangrena de Fournier) e dor escrotal crônica (hérnia, hidrocele, varicocele, CA). - Hematúria/microhematúria Hematúria: sangue na urina, proveniente das vias urinárias acima da uretra anterior – HPB, tumor vesical ou de próstata. Uretrorragia: perda de sangue através do meato uretral externo fora da micção – trauma ou tumor uretral. - Sintomas do trato urinário inferior (STUI ou LUTS) Irritativos obstrutivos e esvaziamento, frequência miccional diurna e noturna, redução da força do jato urinário. Sintomas obstrutivos: diminuição da força do jato, hesitação miccional (retardo para iniciar a micção), intermitência (ato involuntário de interromper e reiniciar a 2 Layane Silva micção), gotejamento terminal (resíduo de urina na uretra bulbar ou prostática) e retenção urinária. - Incontinência Perda involuntária de urina (sem urgência), pode ser contínua (fístula vesicovaginal ou ureterovaginal, ureter ectópico), incontinência por esforço (aumento da pressão). Urge-incontinênciamiccional: forma extrema de urgência associada a incontinência de esforço. Incontinência urinária por transbordamento: paradoxal, secundária a retenção urinária crônica e avançada com grande volume residual de urina. - Disfunção sexual Disfunção erétil (impotência): inabilidade de adquirir e manter ereção satisfatória para o relacionamento sexual. Libido: deficiência androgênica (SNC ou testicular), depressão ou outras doenças associadas. - Ejaculação Reflexo, expulsão do esperma através das vias genitais. Polução: ejaculação involuntária noturna. Retrógrada: emissão do esperma para bexiga (alfa- bloqueadores, obstrução) Precoce: atual – inabilidade em retardar a ejaculação o suficiente para a satisfação dos parceiros (muito rápida). - Anorgasmia Incapacidade de chegar ao orgasmo no coito, em geral psicogênico, uso de medicamentos psiquiátricos e DM com neuropatia periférica. - Hematospermia Presença de sangue no esperma, emissão de esperma sanguinolento, ocorre após período longo de abstinência sexual, inflamação e infecção da próstata e vesícula seminal. ● Infecções sexualmente transmissíveis Em sua maioria, assintomáticas, pacientes portadores do patógeno semmanifestar sintomas e tem capacidade de transmitir a infecção - apenas AIDS, sífilis congênita e sífilis na gestação são de notificação compulsória. a. Princípios básicos para atenção à DST Interromper a cadeia de transmissão: detectando precocemente os casos, tratando infectados, e seus parceiros, adequada e oportunamente. Prevenir novas ocorrências: aconselhamento específico para a adoção de práticas sexuais mais seguras. b. Abordagem sindrômica Classificar os principais agentes etiológicos, segundo as síndromes clínicas por eles causados; Utilizar fluxogramas que ajudam o profissional a identificar as causas de uma determinada síndrome; Indicar o tratamento para os agentes etiológicos mais freqüentes na síndrome; Incluir a atenção dos parceiros, o aconselhamento e a educação sobre redução de risco, a adesão ao tratamento e o fornecimento e orientação para utilização de preservativos; Incluir a oferta da sorologia para sífilis, hepatites e para o HIV c. Uretrites/síndrome do corrimento ureteral Inflamação uretral causada por vários organismos (origem infecciosa) transmitida por contato sexual. Sintomas: corrimento uretral espesso semelhante a leite condensado, prurido, polaciúria, disúria, odor fétido. Sinais: edema glande, corrimento uretral purulento abundante ou escasso e claro. A maior parte emmulheres não causam sintomas. Uretrite clamidiana/não gonocócica: corrimento escasso, quase ausente, ralo, transparente e mucoso. Etiologia: gonococo, clamídia, tricomonas, micoplasma, ureaplasma, bactérias - os mais frequentes são Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. - Uretrites gonocócicas: causadas pela N. gonorrhoeae (diplococo Gram negativo intracelular), transmissão sexual, incubação de 2-5 dias e incidência maior em jovens de 15-30 anos, sem parceiro fixo. - Uretrites não gonocócicas: causadas por outros agentes como C. trachomatis, U. hominis, T. vaginalis, C. albicans, Staphylococcus sp. e herpes simplex vírus. 3 Layane Silva Conduta: realizar o diagnóstico etiológico (identificação do agente causador) + tratamento antibiótico específico após identificação do agente causador. 1a OPÇÃO: Identificação do agente, colher material no laboratório e solicitar a cultura da secreção com antibiograma. Uretrite gonocócica: cultura da secreção, colhida com alça de platina ou swab, e enviar para coloração de Gram para identificar diplococos gram-negativos. Uretrite não gonocócica: imunofluorescência direta, esfregaço uretral e teste de amplificação de ácidos nucleicos (PCR e captura híbrida). 2a OPÇÃO: Iniciar tratamento antibiótico na 1a consulta baseado nos sinais e sintomas - o tratamento imediato é utilizado para interromper a cadeia de transmissão. Exames complementares: se refratário ao tratamento deve ser tratado de forma guiada com exames para identificar a bactéria causadora seu padrão de sensibilidade - Bacterioscopia do 1º jato com contagem de polimorfonucleares e pesquisa para Gonococos, Trichomonas, fungos (Candida) - NAAT: Gonococos e Clamídia - Swab uretral com pesquisa para Clamídia (IFI ou PCR) - Cultura do 1º Jato: Micoplasma, Ureaplasma, E. coli Questão de prova! No paciente com uretrite, é necessário aplicar as sorologias para as demais IST’s, são elas: HIV, hepatite B, hepatite C, HTLV 1 e 2, herpes e sífilis - alguns autores não solicitam o exame para herpes porque é mais fácil perceber se o paciente tem herpes ou não. Tratamento: prescrever antibiótico para tratar as 2 bactérias simultaneamente (C. trachomatis e N. gonorrhoeae) - Deve-se rastrear parcerias sexuais para tratamento, evitando que o paciente seja reinfectado. 1a OPÇÃO: Ceftriaxone, 500mg, IM, dose única (última droga eficiente para tratar gonococos) + Azitromicina, 1g, VO, dose única (por ser dose única, há maior adesão) OUDoxiciclina (Vibramicina), 100mg, VO, 12/12h, 07 dias (mais eficiente para tratar clamídia e outras bactérias). A Doxiciclina tende a irritar o estômago, por isso o paciente deve ser orientado a tomar Omeprazol ou tomar a medicação após refeições para evitar vômitos e não prejudicar a absorção do medicamento. 2a OPÇÃO: Azitromicina, 2g, VO, dose única - será usado em pacientes alérgicos a cefalosporinas, sendo eficiente para tratar tanto gonococo quanto clamídia. EUA: preconizado uso de Gentamicina em 7-10 dias após dose única de Azitromicina para evitar resistência bacteriana. Mycoplasmahominis e Ureaplasmaurealyticum: Azitromicina – 2g, VO, em dose única; OUDoxiciclina - 100mg, VO, de 12/12 h, por 14 dias; OU Tetraciclina - 500mg, VO, DE 6/6 h, por 10 dias. Tricomonas vaginalis: Secnidazol – 2g, VO, dose única; OU Metronidazol – 2g, VO, dose única. Candida albicans: Fluconazol 150mg, VO, dose única. E. coli: comum em pacientes que fazem sexo anal sem preservativo, geralmente causa pouco corrimento e muita irritação - Ciprofloxacina 500mg, VO, 12/12h por 07 dias. Orientar que evitem TRAUMA, ou seja, não devem esfregar o canal uretral para tentar expelir o pus, pois esse hábito perpetua o corrimento causando uretrite traumática. Orientar o paciente a não ter relações sexuais até que esteja completamente curado, mesmo que não haja o corrimento. Complicações: (1) balanopostite por gonococos: inflamação simultânea na glande e prepúcio; (2) orquiepididimite por clamídia: inflamação dolorosa do epidídimo e do testículo; Questão de prova! A orquiepididimite é causada por CLAMÍDIA em paciente jovem. (3) faringite por gonococo: transmitida pelo sexo oral sem preservativo, que contamina a garganta. Clamídia também pode causar faringite, mas é muito mais comum por gonococos. (4) piodermite e proctite (inflamação do revestimento interno do reto)por gonococos; (5) artrite séptica por gonococos: infecção no líquido e tecidos de articulação, situação gravíssima, na qual há saída de pus pelas articulações. (6) oftalmia causada por gonococo: inflamação do olho + vermelhidão e dor, pelo contato com secreção uretral. (7) gonococcemia generalizada: doença gravíssima, rara e geralmente irreversível - comum na era pré-ATB (8) uretra emcontas de colar: uretrite prolongada, causando estreitamentos da uretra, não tem cura (intratável). 4 Layane Silva d. Síndrome da úlcera genital Síndrome que inclui lesões ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional. Sintomas: ulceração genital única ou múltipla. Sinais: úlcera, edema, secreção de odor fétido, adenomegalia inguinal Existem condições em que essas bolhas estarão ausentes como no paciente imunossuprimido ou na gestante. Etiologia: sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose. i. Herpes genital Primoinfecção: (1) lesões eritemato papulosas (1-3 mm de diâmetro), (2) vesículas sobre base eritematosa, dolorosas, poucas (2-3), localização variável na região genital, (3) úlceras genitais, dolorosas, formam crosta e cicatrizam - febre, mal-estar, astenia, mialgia, disúria e linfonodomegalia inguinal dolorosa bilateral só ocorrem na primoinfecção. Presença de bolhas numerosas é mais comum no herpes zóster, que acomete dermátomos como o tórax e a face. Recidiva: em 3-4 meses as lesões retornam ao ciclo (vesícula - úlcera) - quanto melhor estiver a imunidade do paciente, menos frequentemente terá lesões, um paciente imunocompetente tem 2-3 recidivas por ano. Orientações para reduzir recidivas: evitar cigarro, bebida alcoólica e radiação solar em excesso, estresse e atividade física extenuante, manter alimentação balanceada. Etiologia: Herpes Simplex 1 ou 2 (vírus DNA com dupla fita) - HSV-1 causa infecções orais e HSV-2 causa herpes genital. Tratamento: derivados do Aciclovir, que tem baixo custo e é disponível pelo SUS, mas deve ser usado 5 vezes/dia. Esquema: Aciclovir (Zovirax), 200mg, VO, 5x/dia, por 7-10 dias; OU Aciclovir, 400mg, VO, 8/8h, por 7-10 dias; OU Valaciclovir (Valtrex, Herpstal), 500mg, VO, 12/12h, por 7-10 dias; OU Famciclovir (Penvir, Famvir), 250mg, VO, 8/8h, por 5 dias. Valaciclovir causa menos neuropatia pós-herpética no tratamento da herpes zóster, que provoca dor por semanas - pode ser necessário neuromodulador para reduzir a dor. O tratamento commedicamento oral no primeiro dia pode encurtar o ciclo da doença e reduzir a viremia. Recidiva: Aciclovir (Zovirax): 200 mg, VO, 5x/dia, por 05 dias; OU Aciclovir: 400 mg, VO, 8/8h, por 05 dias; OU Valaciclovir (Valtrex, Herpstal): 500 mg, VO, 12/12h, por 05 dias; OU Fanciclovir (Penvir, Famvir): 125 mg, VO, 12/12h, por 05 dias. Orientar que enquanto estiver com a crosta na ferida pode transmitir a doença, pois a ferida é altamente rica em vírus. ii. Cancro duro Síndrome da úlcera genital não precedida de vesículas (∆t< 4 semanas), caracterizada pelo protossifiloma (lesão típica) tem bordas elevadas, indolor, que pode aparecer nos genitais ou em outros locais do corpo quando há contato com o genital contaminado. Etiologia: Treponema pallidum Exames complementares: na fase aguda, retirar um pedaço com esfregaço da lesão e visualizar as espiroquetas de na microscopia de campo escuro. Testes treponêmicos (muito específicos): FTA-ABS (IgM e IgG), ELISA (IgM e IgG), HTPA - anticorpos específicos contra antígenos de T. pallidum, positiva na 3a semana de infecção, perene - IgG (não faz controle de cura) - qualitativos (+/-). Testes não treponêmicos (menos específicos): VDRL - anticorpos anticardiolipina não específicos para antígenos do T. pallidum, positiva na 4-5a semana, faz controle de cura. Questão de prova! Há 2 exames complementares, um positiva rápido - teste treponêmico (FTA-ABS), no qual o IgM tem resultado rápido e IgG fica positivo para sempre - quem teve sífilis não pode doar sangue. O não treponêmico (VDRL), serve para controle de cura pois há medida que é feito o tratamento o título do VDRL diminui, em geral, na fase aguda está 1/256 ou 1/128 e depois reduz para ⅛, ¼ ou ½ (cicatriz sorológica) - quanto menor denominador, menor a infecção. Primária: cancro duro, surge entre 10-90 dias (média: 21) e desaparece espontaneamente após 2 meses + adenopatia regional não supurativa. Pode haver casos de sífilis decapitada (transfusão de sangue) com inoculações em outras áreas (raras). 5 Layane Silva Tratamento: tratar cancro duro e cancro mole, pois ambos podem coexistir na mesma lesão. SÍFILIS CANCROMOLE Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI, via IM, dose única (1,2 milhão UI/nádega) Azitromicina 1g VO em dose única Ceftriaxona 250mg, IM, dose única Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, por 15 dias ou até cura clínica comprovadamente alérgicos à penicilina (contraindicado para gestantes e nutrizes) Tianfenicol 5 g, VO, dose única Ciprofloxacina 500 mg, VO, 12/12 horas, por 3 dias (contraindicado para gestantes, nutrizes e menores de 18 anos) Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, por 10 dias ou até a cura clínica (contraindicado para gestantes e nutrizes) Alergia a penicilina - Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, de 6/6 horas, por 15 dias Tetraciclina 500 mg de 6/6 horas, por 15 dias (contraindicado para gestantes e nutrizes) Sulfametoxazol / Trimetoprim 800 mg e 160 mg, VO, de 12/12 horas, por 10 dias ou cura Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, de 6/6 horas, por 7 dias Apesar de ser dose única, a Azitromicina não é tão eficiente no tratamento do cancro mole em relação à Doxiciclina. Se a lesão tiver > 4 semanas, suspeitar de donovanose, linfogranuloma venéreo ou neoplasias. Secundária: lesões cutâneo-mucosas, não ulceradas, surgem em 6 a 8 semanas + micropoliadenopatia generalizada, artralgias, febrícula, cefaléia, adinamia, alopécia e condilomas planos. Tratamento: Penicilina Benzatina 1.200.000 UI, 01 ampola , IM profundo em cada nádega, 1x/semana, por 02 semanas (Total: 04 ampolas) Terciária: lesões cutâneo-mucosas indolores (tubérculos ou gomas), neurossífilis (tabes dorsalis ou demência), lesões cardiovasculares (aneurisma aórtico) e lesões articulares (artropatia de Charcot) - surge em 2-40 anos. Tratamento: Penicilina Benzatina 1.200.000 UI, 01 ampola , IM profundo em cada nádega, 1x/semana, por 03 semanas (Total: 06 ampolas). iii. Cancromole Lesão ulceradas dolorosas, múltiplas e “em espelho” - em ambos os lados ou acima e abaixo do prepúcio + gânglios aumentados. Etiologia: Haemophilus ducreyi Exames complementares: bacterioscopia da secreção da lesão (estreptobacilos Gram (-) em paliçada ou cardume ou trilho de trem) - visualiza H. ducreyi. e. Síndrome verrucosa Sintomas: ausente ou prurido, sangramento uretral, sangramento e dor ao toque. Sinais: pápulas/verrugas. Etiologia: molusco contagioso e HPV i. Condilomas aculminados Causados pelos vírus HPV (DNA-vírus) da família Papovaviridae, os tipos 6 e 11 causam verrugas genitais e 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45 e 51 causam CA de colo uterino e ânus. A vacina tetraviral para HPV é contra os tipos 6, 11, 16 e 18, e está indicada para homens de 9 a 26 anos e meninas e mulheres de 9 a 45 anos. Transmissão: transmitido pelo contato pele-a-pele, questiona-se a capacidade de transmissão pelo esperma ou secreção vaginal - o hábito de raspar os pelos no dia da relação sexual pode aumentar chances de contaminação e auto-inoculação. Fatores associados à contaminação: carga viral, condições imunológicas do hospedeiro, frequência das relações e comportamento sexual. Quadro clínico: dura emmédia 8 meses, é assintomático, ou tem lesões condilomatosas, macias, sésseis ou pedunculadas - ordem de maior acometimento é prepúcio e sulco balanoprepucial, glande, uretra e escroto. Glândulas de Tyson: fisiológicas, na parte inferior da glande. Exames complementares: biópsia, se suspeita de câncerde pênis, vulva, colo uterino e canal anal. A infecção gera reação sorológica fraca e transitória, por isso não é necessário pedir sorologia. Tratamento: (1) procedimentos citodestrutivos: excisão cirúrgica, laser, ácido salicílico, eletrocoagulação, criocauterização, ácido bi/tricloroacético; (2) antivirais imunomoduladores: interferon, oligonucleotídeos, dinitroclorobenzeno, cidofovir, imiquimode; (3) quimioterapia: bleomicina, 5-fluorouracil, podofilina, podofilotoxina. ● Infecção do trato urinário Colonização microbiana (urocultura) com invasão tissular (sintomas) consequente à contaminação de agressores por via ascendente do meio externo para o TU (TGI) ou 6 Layane Silva hematogênica - pode estar associada com estase urinária, presença de cálculos e alterações anatômicas e funcionais. 2a infecção mais comum do corpo, acomete 7 milhões de pacientes, mais comum emmulheres (1:5) pela uretra mais curta e fácil acesso pela vulva, 80% Gram negativas. a. Fisiopatologia O introito vaginal tem células de defesa (Lactobacillus) que são selecionadas pela capacidade de resistência a desregulação do microbioma (constipação ou corrimento), e como a bactéria tem tropismo pelamucosa da uretra, ela consegue subir, aderir à parede da bexiga e se reproduzir - a estabilidade da flora vaginal é barreira para infecção das bactérias entéricas. Uma forma de tratamento pode ser o uso de iogurtes naturais para renovação da flora vaginal de Lactobacillus, que fazem a proteção do intróito vaginal. A bactéria ascende da bexiga para o rim através do refluxo, por incompetência da valva entre a bexiga e o ureter. A formação de biofilme pela Gardnerella vaginalis causa diminuição do número de lactobacillus e de defesa da flora vaginal, que leva a alcalinização do Ph vaginal aumentando a população de microorganismos. b. Patógenos E. coli (80-90%), Proteus mirabilis (converte nitrato em nitrito forma cálculo de estruvita), Pseudomonas (infecção hospitalar), Enterococcus, Staphylococcus (anomalias obstrutivas ou litíase). c. Fatores de risco Refluxo vesico-ureteral (congênita, mau funcionamento da bexiga ou obstrução do fluxo urinário), disfunção vesical, bexiga neurogênica (disfunção nervosa, bexiga não esvazia, necessita de cateterismo vesical), constipação intestinal (aumento de flora, translocação bacteriana por paresia intestinal), duplicação ureteral, cateterismo de demora, válvula de uretra posterior emRN (válvula que impede esvaziamento total da bexiga, elevando risco de obstrução), instrumentação urológica (invasão do AGU e risco de contaminação), estenose de JUP (estreitamento da junção ureteropélvica por desvio da artéria de polo inferior de rim, que esvazia precariamente a urina produzida no rim e faz estase urinária, causa balonamento da pelve renal, que evolui com afrouxamento da pelve, comum em > 40 anos e pielonefrite recorrente), início precoce da atividade sexual na adolescência (higiene íntima), ureterocele (ureter com dilatação na porção da bexiga commaior risco de refluxo e obstrução), cálculos urinários (colônia de bactérias). d. Quadro clínico Cistites: trato urinário inferior (uretra e bexiga), cursa com disúria, urgência miccional e polaciúria, sensação de repleção vesical ou desconforto em abdome inferior, desconforto ou hipersensibilidade suprapúbica, dor em flanco ou reatividade em ângulo costovertebral, micro/hematúria (invasão da bexiga com descamação), febre, calafrio, mal estar e sepse. Se dor bilateral em flancos, suspeitar de cistite inflamatória. Sintomas de ITU + EAS negativo sem leucócito ou nitrito = cistite inflamatória (inflamação da bexiga), não faz ATB. Se dor unilateral, suspeitar de pielonefrite e cálculo. Pielonefrite: trato urinário superior, cursa com febre, dor em flanco ou reatividade em ângulo costovertebral (pode indicar distensão de cápsula renal), calafrio e mal-estar - se queda do estado geral sinaliza maior gravidade. Sepse: infecção + obstrução causa febre e a pressão no TGU faz com que as bactérias invadam outros tecidos. Adultos: de assintomática até pielonefrite e sepse - febre, calafrio, urgência, disúria, dor em flanco, vômito. Idosos: delirium - febre incomum, aparece após reidratação. Crianças < 2 anos: febre, dor abdominal, perda de peso, irritabilidade, vômitos, diarréia, disúria, jato interrompido, retenção urinária aguda - resposta aguda e rápida. Pré-escolares: disúria, urgência miccional, polaciúria, mal cheiro, enurese, dor suprapúbica. 7 Layane Silva e. Diagnóstico Clínico: em crianças com febre sem foco definido Laboratorial: sumário de urina + urocultura (padrão-ouro), antibiograma, USG VU (suspeita de pielonefrite e abscesso renal), cateterismo vesical, punção vesical. - Pré-escolares: jato médio após assepsia genital - bolsa coletora em lactentes. - EAS: leucócitos acima do normal, nitrito (resposta imunológica, não confirma infecção), uratos amorfos. Piúria sem ITU: desidratação grave, TB genital, inflamação próxima às vias urinárias, irritação química, glomerulonefrite. Bacteriúria assintomática: urocultura positiva sem sintomas - não deve ser tratada, exceto em gestante (risco de parto prematuro), imunossupressos, pacientes que irão passar por cirurgia urológica (risco de sepse), idosos (sintomas tardios). Cintilografia renal: DMSA: cicatrizes renais por ITU recorrente; DTPA: função renal, avalia pervidade da via urinária. Urografia excretora/uretrocistografia: morfologia das vias urinárias e pesquisa estenoses uretrais. f. Tratamento Não farmacológico: aumento da ingesta hídrica (fluxo urinário previne ITU, exceto em DRC e ICC), mudanças comportamentais (asseio genital/higienização, evitar sabonete íntimo), correção de hábitos miccionais e intestinais, avaliar cicatrizes renais por infecções recorrentes e morfologia das vias urinárias. O cranberry é considerado placebo, mas pode ser indicado para aumentar a ingesta hídrica da paciente. Antibioticoterapia empírica e cultura após 7 a 10 dias após tratamento. ATBterapia: Fosfomicina, dose única (Monuril, Traturil - dissolvido em água), pode causa diarreia; Beta-lactâmicos por 5-7 dias (amoxicilina + ácido clavulânico, cefaclor) - em bebê, Clavulin 875 mg, VO, 12/12h; Nitrofurantoína (macrodantina) por 5-7 dias - avaliar cicatrizes renais; - Pielonefrite: Clavulin, se hospitalização: ciprofloxacino, levofloxacino ou ceftriaxona. - Bacteriúria assintomática: amoxicilina (resistência), nitrofurantoína, cefaclor e ceftriaxone - não usar quinolona e clavulin. Atenção à proteção e renovação da flora intestinal - fazer modulação intestinal e vaginal e tratar o patógeno - se E. coli, usar ATB por 10-14 dias e reposição da flora por 3 meses. ATB ideal: concentração alta e prolongada nas primeiras 24h, tempo de uso reduzido, bactericida de amplo espectro, preserva o microbioma entérico e vaginal, concentração elevada no trato urinário, pouca restrição de uso, pouco efeito colateral e posologia fácil. O cipro (Bactrim) não deve ser usado para tratamento de ITU pois ele é bacteriostático e não bactericida e sua resistência na comunidade é > 90%. Resistência: ampicilina > co-trimoxazol > fluoroquinolonas; ATB efetivos: fosfomicina > mecilina (não tem no Brasil) > nitrofurantoína > ciprofloxacina (em alguns lugares a bactéria já é resistente) > amoxicilina > cefuroxima. g. ITU recorrente Ocorrem por ativação da cascata inflamatóriamediada pela COX2 que provoca remodelamento damucosa vesical, além dememória celular - nas próximas infecções, com a aderência bacteriana, a esfoliação tecidual se torna cada vez mais intensa, favorecendo reinfecção - emmulher considera-se recorrente > 2-3 cistites por ano. h. ITU x neoplasias ginecológicas O intestino constipado, quando exposto à ATBterapia da ITU, faz seleção de flora bacteriana, que se torna resistente aos ATB mais comuns e acaba contaminando o períneo, que leva à inflamação crônica da cérvice uterina - pode estar relacionado a atipias de cérvice uterina e ITU de repetição com bactérias multirresistentes. ● Hiperplasiaprostática benigna Atua no controle da urina e secreção de líquidos do esperma na relação sexual pelo aumento da vascularização. Em adultos jovens, tem 3x4x2 cm, volume de 15-20 cm (15-30g), consistência fibroelástica, na pelve faz a transição do colo vesical e uretra - caudal à bexiga e cranial à uretra bulbar. Zona de transição: menor porção, circunda a uretra - sua proliferação glandular causa compressão, principal responsável pelo sintomas de HPB. Zona central: não glandular (tecido estromal), proliferação causa sintomas pois acompanha a uretra prostática. Zona periférica: mais porção, maior incidência de CA de próstata, acessível ao toque retal. O tamanho da próstata não se correlaciona diretamente com sintomas e não é indicação de tratamento; próstata grande: assintomático pelo aumento da zona periférica; próstata pequena: sintomas obstrutivos pelo crescimento interno. 8 Layane Silva a. Definição Processo histopatológico de proliferação das células estromais e epiteliais prostáticas, pois mudanças hormonais fazem com que o parênquima prostático aumente de volume, pode obstruir o fluxo urinário ao comprimir a uretra prostática. Com o envelhecimento, a parede vesical sofre hipertrofia por compensação, inflama pela estase urinária, pode causar fibrose da parede vesical inibindo contração. Mais prevalente em idosos, pode iniciar de 40-70a, 50% tem sintomas aos 75a e 25% aos 55a. b. Diagnóstico Quadro clínico: diminuição do jato urinário; jato urinário interrompido; dificuldade em iniciar a micção (hesitação); gotejamento terminal (escapes urinários após a micção); sensação de esvaziamento incompleto (hipotonia da bexiga); aumento da frequência urinária (polaciúria e noctúria); aumento do esforço miccional; e dificuldade em conter a micção (urgência ou urge-incontinência miccional). Exame físico: toque retal avalia tamanho, textura e presença de dor palpando a região anterior do reto (zona periférica) - HPB e CA podem causar nodulações endurecidas. Exames complementares: USG transabdominal e transretal (maior acurácia, permite biópsia), uretrocistoscopia (uretra, colo vesical e bexiga), urofluxometria (jato urinário) e estudo urodinâmico (patologias de esvaziamento). c. Tratamento Indicado se sintomas obstrutivos do trato urinário inferior. Não farmacológico: ingesta hídrica, exercício físico, esvaziamento programado, evitar ingesta hídrica, cafeína e álcool à noite. Farmacológico: piora dos sintomas de esvaziamento ou armazenamento. - Alfa-bloqueadores (Doxazosina/ Tansulosina): aumentam contração detrusora; relaxam o tônus da musculatura do colo vesical e estroma prostático→melhoram fluxo urinário (↓ sintomas de esvaziamento). Tansulosina causa menos hipotensão postural (evita queda). - Inibidores de Fosfodiesterase (Tadalafila): ↑ óxido nítrico na bexiga, próstata e pênis causando relaxamento da musculatura lisa→ ↑ fluxo urinário. Bom para pacientes com disfunção erétil. Essas duas primeiras classes, geralmente são receitadas para paciente com queixa de dificuldade de urinar. - Inibidores de 5 alfa redutase (Finasterida/Dutasterida): bloqueiam conversão de testosterona em dihidrotestosterona, inibem o crescimento prostático. Usados em próstatas> 40cm3, podem prevenir progressão (muda o prognóstico). - Anticolinérgico (oxibutinina, solifenacina, darifenacina e tolterodina): bloqueia ligação colinérgica vesical, melhoram sintomas de armazenamento (urge-incontinência). - Agonista β-3 adrenérgico (mirabegrona): causa relaxamento detrusor→melhora capacidade vesical sem prejudicar a micção (urgência e urge-incontinência). Usada em paciente com glaucoma (ao contrário dos anticolinérgicos): no glaucoma de ângulo fechado pode ter emergência hipertensiva e perda visual aguda. - Terapia combinada: Finasterida + Doxazosina; Dutasterida + Tansulosina – com ou sem Tadalafila. Cirúrgico: indicado se falha da terapia medicamentosa, retenção urinária recorrente ou refratária, dilatação do trato urinário superior por HPB, ITU de repetição, hematúria macroscópica por HPB, litíase vesical e divertículos vesicais (saculações sem camada muscular que surgem por falhas na musculatura detrusora da bexiga que passa a reter urina – falência vesical). (1) Ressecção Transuretral da Próstatamonopolar ou bipolar: padrão ouro para próstatas de 30-80g, sob raquianestesia, insere endoscópio na uretra com toque retal. (2) Fotoablação prostática a Laser (Greenlight): insere laser e vaporiza próstata (ferve e coagula – sem sangramento), cria um túnel largo na uretra prostática - trata próstatas grandes sem coleta de anatomopatológico. (3) Prostatectomia aberta: indicada para próstatas > 80g, retirada da próstata pela bexiga com incisão abdominal. Avanços terapêuticos: aqua-ablação com endoscópio; enucleação; vaporização por radiofrequência; embolização (realizado por radiologista intervencionista - não é tão eficaz), Urolift (mantém o lúmen da uretra prostática aberta - único método que não causa ejaculação retrógrada). ● Câncer de próstata Tumor sólido mais frequente em homens, 1:6 acometidos, com previsão de 35 mil novos casos, 2o tumor mais frequente (1o CA de pele não melanoma), 2o tumor mais letal (1°: CA de pulmão). A partir de 1994, o uso do PSA aumentou o diagnóstico precoce e a incidência de CA de próstata, descobrindo tumores iniciais e de baixo risco. 9 Layane Silva Quanto à elevação de PSA: HPB: lenta; prostatite: pico com elevação e queda abrupta; CAde próstata: progressiva. Não é recomendado basear somente pelo valor de normalidade do PSA (<2,5 e/ou 4). PSA sozinho não é suficiente para determinar CA. Toque sozinho não define CA, pois só avalia a região periférica. a. Fatores de risco > 60 anos, hereditariedade, raça negra, tabagismo, arsênio, agrotóxicos, aminas aromáticas e obesidade. b. Quadro clínico Assintomático (silencioso), exceto se invasão na doença avançada, que pode causar disfunção miccional, invasão de órgãos adjacentes, hemospermia, metástase e fraturas patológicas. O principal sítio de metástase linfonodal e distância é o osso. c. Diagnóstico Biópsia prostática guiada por US com ou sem fusão de imagens de RMN, analisa fragmentos e porções da próstata (base, terço médio e ápice - 12 porções), uretra e bexiga. Risco da biópsia: 8% de chance de sepse. RNMmultiparamétrica de próstata: se alteração no toque e/ou PSA (> 2,5 ou velocidade > 0,75/ano), avalia alterações teciduais sugestivas de CA, com base no PI-RADS, pela difusão de O2 no tecido e de contraste, pois o câncer tem metabolismo mais elevado e metaboliza oxigênio e corante. PI-RADS 3 tem respaldo para repetir a biópsia ou conduta expectante (RNM após 6 meses). Sem RNM, a biópsia é randomizada em regiões (apical, mediana e basal bilaterais) e nódulos. Classificação de Gleason: aspecto microscópico das células malignas indicando grau de agressividade (invasão local) - pontuação final é soma dos tipos tumorais mais frequentes. 1: células mais diferenciadas (tumor muito parecido com o tecido prostático normal); 2-4: características intermediárias - a maioria dos casos são grau 3 ou superior (1 e 2 não são muito relatados); 5: células mais indiferenciadas (tumor anormal, + agressivo). PARÂMETRO BAIXO RISCO INTERMEDIÁRIO ALTO RISCO PSA (ng/mL) < 10 > 10 e < 20 > 20 Escore de Gleason < 6 7 > 8 Estadiamento T1c ou T2a T2b ou T2c T3 Questão de prova! Independente dos critérios, vai prevalecer o critério de pior prognóstico para estimar o risco. d. Tratamento Paciente inicial (Gleason 6): muito insidioso, não precisa ser operado, fazer vigilância ativa, repetir PSA, RNM e biópsia após 6 meses (se normal, faz anualmente ou bimanual a depender da evolução do paciente). Paciente intermediário (Gleason 7): define tratamento com radioterapia ou cirurgia, mas, em casos de sobrevida > 10 anos, a cirurgia tem resultado melhor em recidiva. - Recidiva pós-cirugia: radioterapia e bloqueio hormonal; - Recidiva pós-radioterapia: bloqueio hormonal. - Braquiterapia: tratamento alternativo, partirde agulha com iodo para bombardear a próstata de forma mais agressiva durante radioterapia local - faz até PI-RADS Paciente final: a partir de PI-RADS 8, a chance de invasão local e de metástase é maior. Curativo: prostatectomia radical (VLC, aberta ou robótica) - retirada de próstata, vesículas seminais, ductos deferentes e gânglios linfáticos, pequeno pedaço da uretra e colo vesical + linfadenectomia se risco médio ou alto Complicações: disfunção erétil (se alto risco, pode retirar uma parte do nervo), incontinência urinária (retirada de parte do ureter e esfíncter externo da bexiga) e linfocele (se risco médio, faz linfadenectomia da fossa obturatória, pode atingir o nervo obturador que faz adução da perna). Outros: radioterapia (resultados similares à cirurgia) e braquiterapia (até PI-RADS 7). Recidiva bioquímica: paciente teve período de melhora com PSA abaixo da meta, seguido de recidiva com aumento do PSA, indicar radioterapia de resgate e tratamento sistêmico. Controle: se doença avançada ou recidiva bioquímica, indicar hormonioterapia para inibir a testosterona, pela castração química ou cirúrgica - quimioterapia em casos refratários e metástases. e. Rastreamento > 45 anos: negros, história familiar positiva para câncer nos parentes de primeiro grau, fazem PSA e toque retal anual; 50-75 anos: PSA e toque retal anualmente; > 75 anos: PSA e toque retal anualmente se expectativa de vida for > 10 anos. ● Litíase urinária 1-15% das pessoas no mundo terão cálculo, há variação de incidência de acordo com a sazonalidade (meses mais 10 Layane Silva quentes temmaior incidência de cólica renal, mais comum emmulheres 1:2-3, entre 30-50 anos. Ordem étnica de acometimento: branco, hispânico asiático e negros (menos). a. Classificação Localização: o ponto mais comum é no rim, pode acometer cálices renais (calicial), pelve renal (piélico), pelve + cálices (coraliforme), ureter (ureteral próximo, médio e distal), bexiga (vesical) e uretra (uretral). A posição ajuda a prever o comportamento na imagem. Cálculo de até 8mm tem até 90% de eliminação espontânea. Composição: oxalato de cálcio puro (2o mais comum), oxalato de cálcio e fosfato (mais comum), fosfato de cálcio puro, estruvita (fosfato amoníaco magnesiano - comum em mulheres), ácido úrico e cistina. b. Fatores de risco Climas quentes, (excesso de suor torna a urina mais concentrada - cheias de sais), dieta commuitos sais (litogênica), ingestão hídrica inadequada (ideal: volume miccional de 2L/dia), aumentar concentração de citratos (laranja e limão), excesso de vitamina D e C (50 mg/dia, gera aumento da absorção de Ca intestinal e hiperoxalúria), trabalho em ambientes quentes, gota (artrite decorrente do excesso de ácido úrico), hereditariedade, medicamentos (Indinavir - HIV pode cristalizar e formar cálculo; Alopurinol e diuréticos mudam a composição da urina), geografia (água rica em carbonato de cálcio). Não indicada restrição de cálcio! Compostos que cristalizam na urina: Alopurinol/oxipurinol, Amoxicilina/ampicilina, Ceftriaxona, Quinolonas, Efedrina, Indinavir, trissilicato de magnésio, sulfonamidas, triamtereno, Zonisamida Substâncias que alteram composição da urina: Acetazolamida, Alopurinol, hidróxido de alumínio e magnésio, Ácido ascórbico, Cálcio, furosemida, Laxantes, metoxiflurano, Vitamina D e topiramato. c. Fisiopatologia A formação de cálculo renal vem da deposição de sais e depende da: concentração urinária de íons formadores de cálculo (aumenta solvente e citrato - fator de proteção, forma sais solúveis), pH urinário, fluxo urinário (estase urinária promove agregação dos sais), balanço entre fatores de promoção e inibição da cristalização, fatores anatômicos para estase urinária (HPB, estenose de JUP, ureterocele). Corpo estranho ou acúmulo de sais na via urinária podem servir como imã para maior deposição. Local de formação: placas de Randall: placas amarelas formadas por deposição de apatita (fosfato de cálcio), podem estar nos cálices renais. Estágios de formação: urina mais clara, é mais diluída, menor chance de cálculo e urina de cor amarela é mais concentrada, maior chance de cálculo. - Oxalato de cálcio: hipercalciúria, hiperoxalúria, hipernatriúria, hiperuricosúria, hipocitratúria. - Ácido úrico: met. de purinas, desidratação, pH baixo (<5,5), ac. tubular, gota, QTX (linfoma e leucemia). - Estruvita (infecção): bactérias produtoras de urease. Cistina: cistinúria - gene recessivo. d. Quadro clínico Varia conforme a topografia do cálculo mas pode ser formado o rim, inicialmente causa dor lombar, pode irradiar para genital (dor em faixa), distensão abdominal, náusea e vômito em vigência de pouca dor. À medida que o cálculo desce, ele pode impactar no cruzamento com as ilíacas (⅓médio do ureter) e na JUV, ao entrar na bexiga há melhora do quadro clínico, seguido de irritação e agravamento na descida da bexiga (polaciúria, ardência ao urinar, urge-incontinência, tenesmo miccional). - Rim: cólica renal se > 1 cm, hematúria, ITU refratária. - Ureter: cólica renal, hematúria, dor lombar/flanco, fossa ilíaca, testalgia/lábio, sintomas de ITU/cistite, reflexo vasovagal. - Bexiga: disúria, sintomas de HPB, hematúria, ITU Diagnóstico diferencial: fatores obstrutivos, estenose de JUP, megaureter, apendicite, aneurisma, pancreatite, hérnia discal/lombar, gestação ectópica, torção de cisto ovariano. e. Exames complementares Imagem: TC de vias urinárias (S: 95%, E: 100%; protocolo de baixa dose, permite calcular a densidade dos cálculos), USG (técnico-dependente; S:95% renais, 70% ureterais; exame de controle), USG excretora (obsoleto). Laboratório: hemograma, VHS, PCR, sumário de urina, urocultura, antibiograma, ureia e creatinina (função renal). Hematúria microscópica é encontrada sem indícios de infecção (contagem de bactérias, nitrito). f. Tratamento 11 Layane Silva Analgesia: imediata, evitando hiperidratação (não aumento o fluxo urinário, pois aumenta a dor) - usar opióides, AINEs (cuidar idosos e disfunção renal), antieméticos, ATB, alfa-bloqueadores (Tansulosina - terapia expansiva que dilata ureter, útil em cálculos ureterais com < 1 cm). Cirurgia: desobstrução deve ser feita o mais rápido possível se refratário ao tratamento medicamentoso. (1) implante de cateter duplo jota: descompressão da via; (2) litotripsia extracorpórea: cálculos renais > 1 cm - ondas de choque para quebrar pedra, baixa resolutividade em cálculo ureteral ou duros; Complicações: hematoma, cólica (eliminação de fragmentos que ficam na via – não invasivo) e hematúria. (3) ureterorrenolitotripsia: cálculos de ureter e rim. Complicações: perfuração ureteral e pelve/estenose de ureter, hematúria, cólica e avulsão ureteral. (4) cistolitotripsia: cálculos vesicais. (5) nefrolitotomia, ureterolitotomia e vesicolitotomia; (6) pielolitotomia laparoscópica ou robótica; (7) nefrectomia. g. Profilaxia Aumentar ingestão líquida (diurese > 2 L - priorizar cítricos); diminuir ingesta de sódio (industrializados) e consumo de proteínas; citrato de potássio na ocorrência de hipocitratúria; diuréticos tiazídicos quando a etiologia for hipercalciúria renal; paratireoidectomia cirúrgica na doença de hiperparatireoidismo - comprovada pelo aumento do paratormônio; Halopurinol e dieta para controle de ácido úrico na hiperuricemia; D-penicilamina na cistinúria. ● Bexiga hiperativa Urgência, com ou sem incontinência, com aumento da frequência diurna de micções e noctúria sem infecção comprovada ou outra patologia evidente. Inicialmente, há urgência leve à noite (noctúria) pelo relaxamento ao dormir que indica hiperatividade precoce da bexiga. O paciente pode adaptar-se à bexiga hiperativa suprimindo os sintomas (bebe menos água, continua com urgência mas reduz a produção de urina e a frequência urinária). O hábito de prender a urina pode prejudicar o desempenho do detrusor ao longo da vida, causando incontinência (incapacidade de segurar a urina aos esforços). a. Neurofisiologia damicção A função vesical associaarmazenamento e esvaziamento pela coordenação das musculaturas lisas estriadas, a bexiga possui o músculo detrusor e há uma tríade que pode alterar e influenciar na função vesical - ambos controlados pelo cérebro, medula e gânglios periféricos pelo SNA. Fase enchimento (SNAS): relaxa o músculo detrusor para esticar e contrai o esfíncter externo para não haver escape; Fase de esvaziamento (SNAP): contrai o músculo detrusor e relaxa o esfíncter externo para micção. Inervação somática (SNS): estabilidade do tônus da musculatura do assoalho pélvico (se fraco, há desarranjo estrutural que sobrecarrega o detrusor). b. Fisiopatologia Omúsculo detrusor trabalha contra a obstrução prostática e hipertrofia, quando as fibras musculares atingem o limite, ele se torna estático, há desequilíbrio elétrico pelo desarranjo de fibras musculares na tentativa de manutenção do esvaziamento, causando arritmia vesical por falha de reentrada elétrica, levando à hipocontratilidade de bexiga. Teoria da baixa oxigenação por placas ateroscleróticas de bexiga (fluxo vesical reduzido): controversa por acometer jovens e não só idosos; Teoria do desarranjo celular por processo inflamatório vesical desconhecido: gera alterações elétricas na bexiga; Teoria da falha de transmissão elétrica para os receptores colinérgicos da bexiga: o mecanismo de esvaziamento e enchimento da bexiga se dá pelo SNAP e SNAS, através de receptores colinérgicos na maioria dos músculos. c. Etiologia Desordens neurológicas, mudanças na inervação periférica e componentes da musculatura lisa e esquelética. Idade: aumento ou redução da acetilcolina; Fatores obstrutivos: denervação colinérgica do detrusor; Isquemia: HPB, estenose da uretra, dissinergia, DVP, DM; Inflamação: aumento de NGF, causando mudanças na transmissão aferente ou sináptica; Fatores psicológicos: alterações de níveis de serotonina; Gênero: concentração de 5-hidroxitriptamina hormonalmente induzida. 12 Layane Silva Inervação: o urotélio é composto por células intersticiais, se há ruptura da integridade epitelial, afeta os nervos sensitivos que geram o estímulo para o músculo detrusor. Estudo urodinâmico: sonda com sensor de pressão na bexiga, capta aumento de pressão no enchimento. d. Quadro clínico Urgência ou urge-incontinência, aumento da frequência miccional, noctúria (2-3 vezes, sem poliúria), volume miccional de 24h 1,3-1,4L (ideal: 2-3,5L), raros episódios de incontinência urinária aos esforços, bom jato com sensação de esvaziamento completo, usa absorvente quando sai de casa (escape), nega ITU e tratamentos prévios. e. Exames complementares Urina tipo 1 (normal), USG de rins e bexiga (normais), resíduo pós-miccional de 10 mL, estudo urodinâmico (hiperatividade do detrusor). Diáriomiccional: - Frequência: 11x/24h - Noctúria (sem poliúria) - Volume miccional usual = 130 mL - Volume miccional máximo = 210mL - Volume miccional de 24h = 1300mL a 1400mL Questionário de avaliação de BH: urinar frequentemente durante o dia; vontade urgente e desconfortável de urinar; vontade repentina e urgente de urinar com pouco ou nenhum aviso prévio; perdas acidentais de pequena quantidade de urina; urinar na cama durante a noite; acordar durante a noite porque teve de urinar; vontade incontrolável e urgente de urinar; perda de urina associada a forte vontade de urinar. f. Tratamento Não farmacológico: restrição líquida, evitar cafeína e nicotina, rever medicamentos, treinamento vesical, fisioterapia pélvica, avaliar fator causal e tratar disfunções pélvicas; Farmacológico: bloqueio dos receptores colinérgicos para impedir contração da BH se dá com estímulo elétrico fora do enchimento pressórico da bexiga. - Anticolinérgicos: ligam-se a receptores M3 e bloqueiam parte do estímulo, reduzindo contração detrusora (não impede porque não se liga a todos). Antimuscarínicos gerais e seletivos: bloqueio depende da dose, único com apresentação com liberação lenta, bom custo benefício e comodidade na administração (VO, transdérmica, intravesical); Contraindicação: glaucoma e arritmias cardíacas. Cloridrato de oxibutinina (Retemic/Retemic UD): 5 e 10 mg – 3 doses/dia, absorção em TGI alto OU 10 mg (liberação lenta) - 1 dose/dia, absorção em TGI inferior, sem flutuação sérica. Efeitos colaterais: boca seca, tontura, constipação, sonolência e visão turva (40-80%), alteração cognitiva - redução de memória em idosos. Tartarato de Tolterodina (Detrusitol/Detrusitol LA): antagonista competitivo dos receptores muscarínicos, menor afinidade pelas glândulas salivares e menor relação custo-benefício. Darifenacina (Enablex/Fenasic): boa seletividade por M3, 7,5 a 15 mg/dia (após 2 semanas), menor efeito emmucosa oral e menor relação custo-benefício. Solifenacina (Impere): antagonista competitivo de receptores muscarínicos com seletividade para receptores M3, droga ativa de liberação imediata commeia-vida longa de 45-68h. - Beta-3-agonista: potencializa o relaxamento da musculatura lisa, fazendo com que seja mais difícil de o músculo detrusor se contraia; muito específico, dando poucos efeitos adversos por não se ligar a muitos desses receptores espalhados no corpo; tem alto custo. - Botox. ● Radiografia Tem coeficiente de absorção diferente para cada meio (ar, água, gordura, osso...) Estudo das deformidades, fraturas, luxações e tumores ósseos. O estudo mínimo envolve 02 incidências (AP e perfil) para reproduzir mentalmente a imagem em 3 dimensões. A radiografia do membro deve incluir articulação proximal e distal. Ex: radiografia da perna inclui joelho e tornozelo, radiografia da coxa deve incluir o joelho e quadril e a radiografia do braço deve incluir o punho e cotovelo. ● Cintilografia óssea Imagem óssea criada por traçadores: materiais de baixíssima radioatividade na câmara de cintilação, podem ser utilizados: Tecnécio 99, gálio 67, índio 111, tálio 211 e flúor 18. Deve-se avaliar se tem: áreas frias que são áreas de baixa vascularização e áreas quentes que são áreas de alta vascularização. Áreas de alta vascularização, em geral, são áreas tumorais, de processo infeccioso ou processo inflamatório. ● Fratura exposta 13 Layane Silva Ocorre quando há comunicação entre o hematoma fraturário e o meio externo. Na sala de emergência: - Antibiótico profilático (Cefalosporina de 1ª geração + aminoglicosídeo); - Imunização antitetânica; - Curativo estéril; - Imobilização. - Encaminhar ao centro cirúrgico. Classificação de Gustillo e Anderson: as fraturas expostas são classificadas de acordo com a energia do trauma, gravidade da contaminação e tamanho da exposição. Tipo I: < 1 cm de exposição, limpa/pouco contaminada e com energia do trauma baixa; Tipo II: 1-10 cm de extensão, grau de contaminação moderado e energia do trauma moderada Tipo III A: > 10cm, energia do trauma grave ou contaminação grosseira - lesão de partes moles grave, mas ao final da cirurgia é possível cobrir a estrutura óssea com pele, gordura ou tecido muscular Tipo III B: ao final da cirurgia você não tem cobertura suficiente para cobrir.- necessita de curativos especiais ou retalhos intracirúrgicos cutâneos; Tipo III C: qualquer lesão vascular, que necessita de reparo por um cirurgião vascular. Para classificar, sempre optar pelo mais grave! Estabilização de fratura: Early total care: paciente estável e uma fratura com condições para fixação definitiva imediata. Até o tipo III A pode-se fazer early total care, mas vai depender do estado hemodinâmico do paciente; Damage control: paciente instável (que não tem condições clínicas no momento de passar por uma cirurgia longa) ou fratura grave que necessita de estabilização provisória (fixador externo). Consolidação óssea: Possui 3 fases, que são sobrepostas: - Inflamatória; - Reparo (formação de calo mole→ calo duro); - Remodelação. A consolidação óssea depende de estabilidade (depende do médico) e biologia (suprimento sanguíneo, cobertura de partes moles). ● Osteoartrose Sinais radiográficos (basta ter 1 para o diagnóstico) - Redução do espaçoarticular; - Cistos; - Osteófitos; - Esclerose subcondral. Patógenosmais comuns na osteoartrite S. aureus é omais comum; - Estreptococos do grupo A; - MRSA; - Estrptococos do grupo B/E. Coli→ neonatos; - S. pneumoniae; - H. influenzae (queda devido a vacinação); - Salmonela→ anemia falciforme; - Pseudomonas→ imunodeprimidos e grandes queimados ● Lombalgia 90% dos adultos têm um episódio durante a sua vida; 90 a 95% das lombalgias agudas são situações banais; 85% são idiopáticas e autolimitadas em 4-6 semanas. Síndrome da cauda equina Compressão de diversas raízes da cauda esquina; Dor lombar e perianal; Aumento da frequência urinária (incontinência urinária e fecal); Perda do tônus do esfíncter anal; Anestesia em sela – dormência na região genital/perianal; Esse paciente deve ser levado ao centro cirúrgico para ser realizada a descompressão. 14
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