Buscar

aula 4 direito Legislação Aplicada e Direito do Consumidor

Prévia do material em texto

LEGISLAÇÃO COMERCIAL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Sonia de Oliveira 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Bem-vindo a este novo encontro, no qual estudaremos temas 
inerentes ao Direito Societário, assunto muito importante, pois permitirá o 
conhecimento acerca das pessoas jurídicas e as formas de sociedades 
empresárias. Vamos conhecer os temas estudados: 
1. Empresário individual; 
2. Classificação das pessoas jurídicas; 
3. Panorama geral das sociedades; 
4. As sociedades limitadas; 
5. Sociedades anônimas. 
 
Estes temas de Direito Societário foram escolhidos ante a 
imprescindibilidade no conhecimento para desenvolvimento na atividade 
comercial, no intuito de buscar o tipo de sociedade/pessoa jurídica que melhor 
se amolda às necessidades da atividade econômica. 
Leia os materiais e assista aos vídeos. Bons estudos! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Você, aluno(a) de Gestão Comercial, resolve implementar o próprio 
empreendimento e, para formalizar uma empresa, tem que escolher o tipo de 
sociedade na qual ela se constituirá. 
Para isso pensa em contratar um contador, até mesmo porque precisará 
dele para formalizar a documentação de constituição e a contabilidade 
posterior. 
Entretanto, esta decisão é algo bastante importante, pois irá refletir na 
sua forma de tributação, obrigações na administração e perante o Estado, por 
exemplo. Portanto, conhecer as sociedades passíveis de constituição é 
importante para que possa tomar uma decisão acertada, não ficando apenas 
com as orientações de outros profissionais. 
Evidente que este encontro não esgota o estudo quanto às sociedades, 
mas poderá lhe dar conhecimento suficiente para conseguir diferenciá-las e 
escolher a mais adequada para o caso concreto. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
Antes de tratarmos especificamente do empresário individual, é 
importante conhecermos o conceito de empresário de acordo com a legislação 
civil e a doutrina. 
O empresário é aquele que exerce uma atividade econômica de modo 
profissional e organizado, promovendo a produção ou circulação de bens e 
serviços (Brasil, 2002). Nestes termos é a definição de empresário expressa no 
Art. 966 do Código Civil, responsável por disciplinar a matéria. 
Não é considerado empresário, em termos legais, aquele que exerce 
atividade intelectual (natureza científica, literária ou artística), mesmo que conte 
com empregados ou outros auxiliares. Estas atividades somente serão 
reconhecidas como atividade empresarial e, por consequência, seu 
desenvolvedor empresário, se for constituído o elemento “empresa” para seu 
exercício (Brasil, 2002). Camile Silva Nóbrega explica a intenção do legislador 
neste particular, vejamos: 
A intenção do legislador é excluir os profissionais que exercem 
atividade intelectual, pois há o critério de escolha pessoal do cliente, 
afastando o conceito empresa – por exemplo, médicos, contadores, 
dentistas, advogados. No entanto, se a atividade do profissional 
intelectual constituir elemento da empresa, a atividade passa a ser 
empresarial. (Nóbrega, 2015, p. 34) 
Fábio Ulhoa Coelho destaca alguns elementos do conceito de 
empresário: “o profissionalismo, atividade econômica organizada e produção 
ou circulação de bens ou serviços” (Coelho, 2013, p. 31). 
O profissionalismo exige o exercício de uma atividade habitual, de modo 
que aquele que coloca em circulação bens e serviços de forma esporádica não 
será empresário, bem como a pessoalidade, sendo que o empresário deve 
contratar empregados, pois estes, materialmente falando, são quem colocam 
bens e serviços em circulação. Assim, a pessoalidade explica que quem é 
empresário não é empregado, sendo que estes colocam bens e serviços no 
mercado em nome daquele (Coelho, 2013, p. 32). 
Sendo o empresário aquele que exerce de forma profissional atividade 
econômica organizada, então empresa é a atividade consistente na produção 
ou circulação de bens ou serviços. Desta forma, sendo empresa a atividade, é 
equivocado dizer que “a empresa faliu”, pois quem fale é quem exerce a 
atividade, o empresário. Está tratando equivocadamente do termo empresa, 
igualmente, quem fala “a empresa pegou fogo”, pois isso é impossível, pois 
 
 
4 
somente com o estabelecimento empresarial isso pode acontecer. Portanto, 
não se pode confundir empresa com o local onde a atividade empresarial é 
exercida (Coelho, 2013, p. 32). 
A atividade econômica organizada significa que a atividade empresarial 
deve buscar lucro para quem a desenvolve, de modo que a busca pelo lucro 
pode ser o objetivo na produção ou circulação de bens ou serviços. 
Já o termo organizada significa que a empresa é uma atividade 
organizada, de modo que o empresário articula alguns fatores de produção: 
capital, insumos, tecnologia e mão de obra. Sem algum destes fatores, quem 
explora atividade econômica não pode ser considerado empresário. 
Quanto à produção de bens ou serviços, significa a fabricação de 
produtos ou mercadorias, razão pela qual toda atividade de indústria é 
essencialmente empresarial (mas dificilmente será desenvolvida por um 
empresário individual ante a complexidade da atividade e do tamanho do 
investimento necessário) (Coelho, 2013, p. 35). A prestação de serviços, que 
equivale à produção destes, portanto, é uma atividade que faz algo para 
terceiro e que facilite ou melhore suas vidas. 
Por fim, quanto à circulação de bens e serviços, a atividade é a do 
comércio, a de intermediação do produto entre o produtor e o consumidor final. 
O faz o supermercado que intermedia as mercadorias entre os produtores e 
consumidores finais, e as agências de turismo, que intermediam a venda dos 
serviços de passagens áreas entre as companhias e os consumidores (Coelho, 
2013, p. 35). 
O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. Sendo pessoa física, 
denomina-se empresário individual; se jurídica, sociedade empresária. 
Destaca-se que os sócios de uma sociedade empresária não são conceituados 
como empresários, pois quem explora a atividade econômica é a sociedade e 
não eles pessoalmente, os quais são considerados empreendedores ou 
investidores (Coelho, 2013, p. 35). 
O empresário deve ser registrado junto ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e o requerimento para tanto deve conter: nome, nacionalidade, 
domicílio, estado civil e o regime de bens, se casado; firma reconhecida, a qual 
poderá ser substituída por assinatura por certificado digital, o capital, objeto e a 
sede da empresa (Brasil, 2002). 
 
 
5 
Normalmente, o empresário individual não exerce uma atividade 
econômica muito complexa ou economicamente importante, pois negócios de 
grande monta ou complexos exigem investimentos altos, que são mais comuns 
em sociedades empresárias anônimas ou limitadas. São, normalmente, 
atividades de venda, no varejo, de produtos estrangeiros, confecção de 
bijuterias, doces para restaurantes, bancas de frutas, verduras etc. (Coelho, 
2013, p. 41). 
A legislação apresenta alguns benefícios para o empresário individual 
que se registra como microempreendedor individual (MEI), como isenção de 
impostos e benefícios previdenciários (licença maternidade, auxílio doença, 
aposentadoria etc.). 
 
Importante 
Não se pode confundir empresário individual com empresa individual de 
responsabilidade limitada (EIRELI), pois esta não se trata de empresário 
individual, mas sim uma sociedade empresária limitada unipessoal, ou seja, 
sociedade empresária constituída por apenas um sócio (Brasil, 2002). 
 
TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 
Antes de estudarmos, especificamente, as sociedades empresárias, é 
importante estudarmos a classificação civil das pessoas jurídicas para 
localizarmos o tema dentro do Direito Civil. 
O Código Civil faz a classificação das pessoas jurídicas a partir do Art. 
40, sendo que neste já aduz que elas podem ser de direito público, internoou 
externo e de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito interno são as que estão diretamente 
ligadas ao Estado: a União, os estados, Distrito Federal e territórios, os 
municípios e as autarquias. Estes entes têm personalidade jurídica própria, 
sendo detentoras de direitos e obrigações (Brasil, 2002). 
As autarquias são criadas por lei específica e fazem parte da 
administração pública indireta, têm patrimônio público próprio e autonomia 
administrativa e financeira. São exemplos de autarquias federais o Banco do 
Brasil, as agências reguladoras, como a ANAC e as Universidades Federais. 
As pessoas jurídicas de direito público internas são responsáveis pelos 
atos que seus agentes, nesta qualidade, que causem danos a terceiros, sendo 
 
 
6 
que tais entidades podem mover ação de regresso contra os agentes 
infratores, conforme Art. 43 do Código Civil (Brasil, 2002). 
As pessoas jurídicas de direito público externo são os Estados 
estrangeiros e todas as organizações regidas pelo direito internacional público. 
Assim, além dos países, são assim consideradas como pessoa jurídica de 
direito público externo a Organização das Nações Unidas – ONU, a União 
Europeia, o Mercosul etc. 
São consideradas pessoas jurídicas de direito privado: as associações, 
as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos 
e as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) (Brasil, 2002). 
As pessoas jurídicas de direito privado passam a ter existência legal com 
a inscrição de seu ato constitutivo no local onde se exija o registro (para 
empresário individual e sociedades empresárias junto ao Registro Público de 
Empresas Mercantis) (Brasil, 2002). Este registro conterá: 
Art. 46, do Código Civil: 
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo 
social, quando houver; 
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e 
dos diretores; 
III – o modo por que se administra e representa, ativa e 
passivamente, judicial e extrajudicialmente; 
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e 
de que modo; 
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais; 
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu 
patrimônio, nesse caso. 
As pessoas jurídicas se obrigam pelos atos exercidos pelos seus 
administradores, desde que exercidos dentro do poder a eles conferidos 
(Brasil, 2002). Caso a pessoa jurídica seja administrada coletivamente, as 
decisões serão tomadas pela maioria dos votos presentes, salvo se o 
instrumento constitutivo decidir de forma diversa. 
No caso de faltar o administrador da pessoa jurídica, poderá o juiz lhe 
nomear um provisório. Sendo a pessoa jurídica dissolvida ou cassada a 
autorização para funcionamento, sua existência se prorrogará até o fim da 
liquidação, quando será promovido o cancelamento da pessoa jurídica (Brasil, 
2002). 
 
 
 
 
 
7 
TEMA 3 – PANORAMA GERAL DAS SOCIEDADES 
Neste tema iremos estudar as principais formas de sociedades, com 
exceção da sociedade limitada e a anônima, as quais serão abordadas em 
capítulos específicos a seguir. 
As sociedades podem ser não personificadas e personificadas, sendo 
que o registro de seus atos constitutivos é o fator que as diferencia, conforme o 
Art. 985 do Código Civil, que prevê: “A sociedade adquire personalidade 
jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos 
constitutivos (arts. 45 e 1.150)”. 
As sociedades não personificadas classificam-se em sociedade em 
comum e sociedade em conta de participação, as quais podem ter um contrato 
social, com todas as formalidades exigidas. Estes documentos não foram 
levados para registro nas Juntas Comerciais, mas isso não impede que elas 
contraiam obrigações com terceiros e tenham bens, pois existem de fato. 
A prova da existência de fato destas sociedades deverá ser feita para o 
caso de precisar resolver algum litígio entre os sócios, ou da sociedade com 
terceiros. 
Em relação à sociedade em comum, os bens desta respondem pelos 
atos praticados pelos sócios, em conjunto ou separadamente, salvo se existir 
um acordo que limite poderes. E, ainda, os sócios são responsáveis solidários 
pelas obrigações contraídas pela sociedade. 
A sociedade em conta de participação, também despersonificada, tem 
a atividade do objeto social exercida, exclusivamente, pelo sócio ostensivo, o 
qual é assim chamado, justamente, por atuar em nome da sociedade por sua 
conta e responsabilidade, em nome individual. 
Assim, o sócio ostensivo se obriga perante terceiros, em nome próprio, 
não envolvendo os demais sócios. A relação de sociedade é interna, ou seja, 
se dá apenas entre os sócios, sendo que eles se obrigam entre si. Assim, a 
sociedade diz respeito somente aos sócios, sendo que, ainda que haja 
inscrição da sociedade em Junta Comercial, ela não terá personalidade 
jurídica, pois a ausência desta é um requisito para esta forma de sociedade. 
Não se permite que o sócio participante atue juntamente com o sócio 
ostensivo perante terceiros, sob pena de ser responsável solidário nas 
obrigações em que intervir. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1150
 
 
8 
Nestas duas formas de sociedade despersonificadas, à sociedade em 
comum e à em conta de participação também se aplicam as regras da 
sociedade simples, no que não houver conflito, contudo, essa se trata de uma 
sociedade personificada, como se verá. 
Por outro lado, as sociedades personificadas são, de acordo com o 
Código Civil, a sociedade simples, a sociedade em nome coletivo, sociedade 
em comandita simples, sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade em 
comandita por ações, sociedade cooperativa e sociedades coligadas. 
A sociedade simples, em regra, não é uma sociedade empresária, por 
força do disposto no Art. 982 do Código Civil: “Art. 982. Salvo as exceções 
expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (Art. 967); e, 
simples, as demais”. Independentemente de qualquer outra previsão, a 
cooperativa sempre será uma sociedade simples. 
As sociedades são divididas em simples e empresárias (Art. 982 do 
Código Civil), mantendo uma tendência que remonta à Idade Média e já 
deveria ter sido superada entre nós, unificando o tratamento das atividades 
negociais. As sociedades empresárias são aquelas que têm por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (arts. 966 e 967); 
as demais são consideradas sociedades simples. Portanto, a nota distintiva da 
sociedade simples seria a inexistência de uma organização de bens materiais e 
imateriais (intelectuais), bem como de recursos humanos, voltada para a 
produção sistemática de riqueza. É o que se passa com algumas sociedades 
de profissionais liberais, nas quais cada um dos sócios desempenha, isolada e 
independentemente, por força da lei (ex vi legis) ou em virtude da vontade (ex 
voluntate), o objeto social. A sociedade de advogados é um exemplo de 
sociedade simples ex vi legis (arts. 16 e 17 da Lei n. 8.906/1994). De qualquer 
sorte, por força do parágrafo único do Art. 982, as sociedades por ações são 
sempre consideradas empresárias, e a sociedade cooperativa é sempre 
considerada simples (Mamede, 2016, p. 4). 
A sociedade simples pode ser em sentido estrito ou pode assumir a 
forma de alguma sociedade empresária, ou seja, poderá ser a sociedade 
simples em nome coletivo, comandita simples, limitada ou cooperativa (Brasil, 
2002). Esta última vimos que não pode ser empresária, mas tão somente 
simples. 
 
 
9 
A sociedade em nome coletivo pode ser formada apenas por pessoas 
físicas, as quais respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações 
contraídas pela sociedade em relaçãoa terceiros, ainda que internamente 
possam limitar entre si a responsabilidade de cada um (Brasil, 2002). 
Esta forma de sociedade impede que o credor particular de algum dos 
sócios requeira a liquidação das cotas do sócio para pagamento de dívida 
antes da dissolução da sociedade. Contudo, poderá fazê-lo se houver a 
prorrogação da sociedade de forma tácita ou se, havendo a prorrogação 
contratual, for acolhida em juízo a oposição do credor. 
Esta forma de sociedade se dissolve com a falência e pelas causas 
enumeradas no Art. 1.033 do Código Civil (formas de dissolução da sociedade 
simples). 
A sociedade por comandita simples pode ser simples ou empresária e 
admite sócios de duas categorias, os quais devem estar descritos no contrato 
social: os comanditados (pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações da sociedade) e os comanditários (os 
obrigados apenas pelo valor de suas quotas) (Brasil, 2002). Ambos os tipos de 
sócios são detentores de quotas, caso contrário não poderiam ser sócios, 
sendo permitido que os comanditados integralizem suas quotas por meio de 
prestação de serviços, já que, em regra, os comanditários são responsáveis 
pelo investimento. 
Os comanditários são investidores que fornecem o capital para 
funcionar, a sociedade e os comanditados são os que recebem o investimento, 
no intuito de aplicá-los e administrá-los. Por conta desta obrigação, exige-se 
que os comanditados sejam pessoas físicas, as quais respondem solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
O comanditário não pode promover atos de gestão, sob pena de ser 
responsabilizado juntamente com o comanditado, salvo se for constituído como 
representante da sociedade, com poderes especiais, para negócio específico. 
A morte de algum sócio comanditário não a dissolve, pois é permitido o 
ingresso dos sucessores, por meio de um representante, salvo disposição 
expressa em contrato. 
Esta forma de sociedade se dissolve pelas razões expostas no Art. 
1.033 do Código Civil (sociedade simples), bem como no caso de permanecer 
por mais de 180 dias com falta de uma categoria de sócio. 
 
 
10 
A sociedade em comandita por ações tem todo o seu capital social 
dividido em ações, sendo regida pelas normas da sociedade anônima (Brasil, 
2002). 
A administração desta forma de sociedade somente poderá ser exercida 
por acionista e, na qualidade de diretor, tem responsabilidade solidária e 
ilimitada em relação às obrigações contraídas pelas sociedades. A 
responsabilidade é igual para cada diretor, no caso de haver mais de um. 
Somente por meio de assembleia geral e com o consentimento dos 
diretores é permitida a alteração do objeto social, prorrogar o prazo de duração, 
reduzir ou majorar o capital social, criar debêntures ou beneficiários. 
A sociedade cooperativa é regida pelo Código Civil e legislação 
especial, no caso a Lei n. 5.764/1971, que define a Política Nacional de 
Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas (Brasil, 
1971). 
A Lei n. 5.764/1971 aduz que a sociedade cooperativa é composta de 
pessoas que se obrigam, de forma recíproca, a contribuir com bens e serviços 
para exploração de uma atividade econômica, em proveito comum, mas sem o 
fim de obtenção de lucro (para a cooperativa). 
 Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e 
natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas 
para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades 
pelas seguintes características: 
I – adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo 
impossibilidade técnica de prestação de serviços; 
II–variabilidade do capital social representado por quotas-partes; 
III – limitação do número de quotas-partes do capital para cada 
associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios de 
proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento 
dos objetivos sociais; 
IV – incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, 
estranhos à sociedade; 
V – singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, 
federações e confederações de cooperativas, com exceção das que 
exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcionalidade; 
VI – quorum para o funcionamento e deliberação da Assembleia 
Geral baseado no número de associados e não no capital; 
VII– retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às 
operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário 
da Assembleia Geral; 
VIII – indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica 
Educacional e Social; 
IX – neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social; 
X – prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos 
estatutos, aos empregados da cooperativa; 
 
 
11 
XI – área de admissão de associados limitada às possibilidades de 
reunião, controle, operações e prestação de serviços. 
A sociedade cooperativa tem algumas características particulares: a 
possibilidade de variação ou dispensa de capital social, concurso mínimo de 
sócios, mas não de número máximo, limitação no valor de quotas do contrato 
social de cada sócio, impossibilidade de transferir quotas sociais para terceiros 
alheios à sociedade, ainda que herdeiros, quórum para que a Assembleia Geral 
delibere e não capital social presente, sendo que cada sócio tem direito a um 
único voto, independentemente do valor de suas quotas, distribuição dos 
resultados proporcionalmente ao valor das operações realizadas pelo sócio 
com a sociedade e indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios (Brasil, 
2002). 
A responsabilidade dos sócios na cooperativa poderá ser limitada ao 
valor das suas quotas e na proporcionalidade da sua participação da operação 
social resultante do prejuízo, ou poderá ser ilimitada, no caso em que cada 
sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais (Brasil, 
2002). 
Por fim, temos as sociedades coligadas trata-se de empresas que 
mantêm relações societárias entre si por controle, filiação ou mera participação 
societária. 
É controlada a sociedade da qual seu capital seja de outra sociedade 
que tenha a maioria dos votos na deliberação de quotistas ou da assembleia 
geral e o poder de eleger a maior parte dos administradores (Brasil, 2002). 
É filiada ou coligada a sociedade que tenha participação, em seu capital 
social, de outra empresa, em 10% ou mais, mas sem controlá-la (Brasil, 2002). 
Por outro lado, a simples participação societária se dá quando uma 
empresa detém menos de 10% do capital de outra, com direito de voto (Brasil, 
2002). 
A legislação menciona que uma sociedade não pode participar de outra 
que seja sua sócia (sociedade recíproca) por montante superior, de acordo 
com o balanço, ao das reservas, excluindo-se a reserva legal (Brasil, 2002). 
Veja o exemplo a seguir: 
Se a sociedade A tivesse R$ 500.000,00 em quotas da sociedade B e 
esta, por seu turno, tivesse R$ 500.000,00 em quotas da sociedade A. Esses 
direitos se compensariam e, assim, apesar de existirem na escrituração 
 
 
12 
contábil de ambas as pessoas jurídicas, não se traduziriam em riqueza efetiva 
(Mamede, 2016, p. 138). 
Como mencionado anteriormente, as sociedades limitadas e as 
anônimas serão estudadas separadamente nos próximos temas. 
 
TEMA 4 – AS SOCIEDADES LIMITADAS 
A sociedade limitada é a forma de sociedade mais comum no país, 
especialmente pelos micro e pequenos empresários. Eis que ela faz uma 
diferenciação entre o patrimônio do sócio e da sociedade. 
É regulamentada pelo Código Civil, a partir do Art. 1.052. Naquilo em 
que o capítulo específico for silente, aplica-se o previsto legalmente para as 
sociedades simples. 
Com relação à responsabilidade dos sócios, na sociedade limitada, ela 
(a responsabilidade) é restrita ao valor das quotas de cada sócio, mas todos 
respondem solidariamente pela integralizaçãodo capital social fixado (Brasil, 
2002). 
O contrato social das sociedades limitadas deve conter o requerido no 
Art. 997 do Código Civil: 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular 
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, 
mencionará: 
I – nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos 
sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, 
nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; 
II – denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III – capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo 
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação 
pecuniária; 
IV – a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V – as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista 
em serviços; 
VI – as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, 
e seus poderes e atribuições; 
VII – a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais. 
O capital social é o valor que permite o início da atividade empresarial. 
Ele integra o patrimônio da sociedade a partir da contribuição que cada sócio 
faz para aquisição de quotas. Estas quotas têm um valor nominal estipulado 
pelos envolvidos (R$ 1,00, por exemplo) e este valor é o mesmo para todos os 
sócios. Assim, os sócios podem ter quotas iguais ou não, tudo dependendo do 
investimento feito pessoalmente, não existindo valor mínimo fixado. 
 
 
13 
O capital social de uma sociedade limitada é de fixação livre pelos 
sócios, não tendo a lei estipulado um limite mínimo, mas se recomenda que 
seja proporcional e compatível com as necessidades e atividade desenvolvida 
pela sociedade. 
A contribuição do sócio para a sociedade também pode ser feita com a 
transferência de um bem para a sociedade, tomando-se o cuidado de dar um 
valor certo a ele para que se possa fixar o valor da contribuição do sócio. 
Estimula-se, inclusive, a realização de uma avaliação pericial, ainda que não 
seja obrigatória. Formalmente, não se admite que o sócio ingresse na 
sociedade apenas com prestação de serviços, para integralizar suas quotas. 
Desde que não haja previsão em contrário no contrato social, um sócio 
pode ceder suas quotas a outro, total ou parcialmente. A cessão de quotas 
para terceiros somente é permitida sem a oposição dos demais sócios e se 
limita até um quarto do capital social (Brasil, 2002). 
O sócio que não pagar integralmente pelas suas quotas pode perdê-las, 
pois a lei permite que os demais sócios as tomem para si ou que as transfiram 
para terceiros. Neste caso, este sócio será excluído e, caso tenha pagado 
alguma quantia, esta lhe será devolvida com juros de mora, ou seja, ainda que 
tenha pagado parcialmente as quotas, nem com estas poderá permanecer 
(Brasil, 2002). 
Podem ser acrescidas no contrato social outras particularidades, desde 
que não afronte a natureza da espécie societária. Dentre elas está o uso da 
firma social, uma espécie de assinatura do nome para identificação 
empresarial, no intuito de conferir credibilidade ao negócio, entretanto, a 
utilização da firma está caindo em desuso. 
O contrato social poderá nomear um Conselho Fiscal para a sociedade, 
o qual funciona sem prejuízos dos poderes da assembleia dos sócios. Os 
conselheiros serão em número de três ou mais, cada um com um suplemente, 
podendo ser sócios ou não, todos residentes no país, os quais serão eleitos em 
assembleia anual, que deve ocorrer nos quatro meses após o término do 
exercício social (Brasil, 2002). 
Espera-se do Conselho Fiscal, justamente por ele ser facultativo na 
sociedade limitada, que seja atuante e eficiente, formado por pessoas com 
capacidade técnica para assessorar a sociedade na sua administração e 
avaliação das contas. 
 
 
14 
Os membros do Conselho Fiscal devem analisar os documentos da 
sociedade, o caixa e os títulos a cada três meses, devendo o administrador 
permitir, obrigatoriamente, o acesso aos documentos necessários para 
exercício de tal obrigação. A partir destas análises, os conselheiros devem 
fazer um parecer anual sobre os negócios e as operações, tendo como base o 
balanço e o resultado econômico da sociedade, sendo o documento entregue 
para deliberação dos sócios acerca do conteúdo. 
Os assuntos envolvendo a constituição, modificação e extinção dos 
negócios da sociedade devem ser tomadas em colegiado, justamente em razão 
da importância destas matérias. Então, os sócios devem se juntar em 
assembleia ou reunião, para as quais serão estabelecidos os quóruns 
necessários para as aprovações. 
Exemplos disso são a reunião ou assembleia anual no intuito de 
aprovação das contas da sociedade, oportunidade em caberá ao administrador 
apresentá-las para deliberação; propostas de alterações do contrato social; 
nomeação de administrador etc. Todas as decisões tomadas em assembleia ou 
reunião, bem como eventuais impugnações, deverão ser lavradas em ata, 
assinada pelos membros da mesa, sócios presentes. O sócio que tiver 
interesse poderá requerer cópia autenticada da ata da reunião ou assembleia 
(Brasil, 2002). 
Continuando o tema dissolução da sociedade, é importante destacar que 
ela pode se resolver apenas em relação a um dos sócios. 
No caso de morte de algum dos sócios, será feita a liquidação de suas 
quotas, salvo disposição expressa do contrato social. Os sócios remanescentes 
também podem optar pela dissolução da sociedade ou permitir que os 
herdeiros do sócio falecido o substituam. 
É permitido, ainda, que um dos sócios seja excluído judicialmente da 
sociedade por requerimento dos demais, desde que comprovadas faltas graves 
no exercício de suas obrigações ou por incapacidade declarada após a 
constituição da sociedade (incapacidade superveniente) (Brasil, 2002). 
O sócio também pode tomar a iniciativa de deixar a sociedade e, neste 
caso, deverá notificar os demais com antecedência mínima de sessenta dias, 
se for uma sociedade sem prazo determinado. Tratando-se de uma sociedade 
de prazo determinado, o sócio que deseja retirar-se deverá fazer o pedido 
judicialmente, provando uma justa causa (Brasil, 2002). 
 
 
15 
 
TEMA 5 – AS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
A sociedade anônima, também denominada “companhia”, é aquela que 
tem o seu capital social dividido em ações e está regulada pela Lei n. 
6.404/1976. 
O acionista tem sua responsabilidade limitada ao valor de seu 
investimento, ficando protegido seu patrimônio pessoal. 
A sociedade anônima pode ser aberta ou fechada: será aberta quando 
disponibilizar venda de ações no mercado de valores mobiliários (bolsa de 
valores, por exemplo); caso contrário, será fechada. Em sendo aberta, para 
poder negociar as ações no mercado, a sociedade deverá ter registro na 
Comissão de Valores Mobiliários – CVM, entidade que tem competência para 
classificar as companhias abertas segundo sua espécie e classe, e especificará 
as normas das companhias incidentes sobre cada categoria (Brasil, 1976). 
A sociedade anônima aberta somente poderá se retirar do mercado de 
ações se fizer oferta pública para compra de todas as ações que colocou no 
mercado. O preço ofertado pelas ações, inclusive, deve ser, pelo menos, o de 
avaliação de mercado da companhia. Assim, finalizado o prazo da compra, se 
permanecer apenas o equivalente a 5% das ações no mercado, poderá a 
companhia, se assim deliberar a assembleia geral, resgatar estas ações, 
depositando aos seus titulares o mesmo valor pago pelas demais. 
É exigência legal que o capital social da sociedade anônima seja 
expresso no estatuto em moeda nacional. Este capital poderá ser composto de 
valores em dinheiro ou bens. No caso de bens, estes deverão ser avaliados por 
três peritos ou por empresa especializada em avaliação, os quais deverão 
fundamentar a conclusão do laudo (Brasil, 1976). 
Caberá ao estatuto da companhiafixar o número de ações nas quais se 
divide o seu capital social, e também mencionará se as ações terão ou não um 
valor nominal. Se houver valor nominal, ele deverá ser o mesmo para todas as 
ações da companhia e, caso se trate de companhia aberta, o valor nominal não 
poderá ser inferior ao fixado pela CVM (Brasil, 1976). 
As ações poderão ser classificadas em ordinárias, preferenciais ou de 
fruição, dependendo dos direitos e das vantagens que garantam aos seus 
titulares. 
 
 
16 
Algumas classes de ações preferenciais poderão ter vantagens políticas, 
desde que sejam previstas no estatuto da companhia, como o de eleger um ou 
mais membros dos órgãos de administração, em votação em separado (Brasil, 
1976). 
As ações ordinárias da companhia fechada poderão ser classificadas em 
função da possibilidade de conversão em ações preferenciais, exigência de 
acionista de nacionalidade brasileira ou direito de voto separado para 
preenchimento de alguns cargos dos órgãos administrativos. 
As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem ser: 
prioridade na distribuição de dividendo; prioridade no reembolso do capital, 
com prêmio ou não ou acumulação das preferências destas duas anteriores. 
Estas ações (sem direito de voto ou com restrição neste direito) somente 
poderão ser negociadas no mercado aberto contendo, pelo menos, uma destas 
vantagens: direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente 
a, pelo menos, 25% do lucro líquido do exercício; direito de recebimento, por 
ação preferencial, de dividendos de, pelo menos, 10% maior do que o atribuído 
a cada ação ordinária; direito de serem incluídas em oferta ao público de 
alienação de controle, sendo garantido dividendo, ao menos, idêntico aos das 
ações ordinárias. 
Deverão ser declaradas no estatuto da companhia com ações 
preferenciais as vantagens e preferências dadas a cada classe destas ações, 
bem com as restrições a que se sujeitarão. Poderá prever, ainda, se haverá o 
resgate ou amortização, a conversão de ações de uma classe em outra ou em 
ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as condições para tais 
ocorrências. 
As ações de fruição são títulos que substituem as ações amortizadas 
(que podem ser preferenciais ou ordinárias), ou seja, não representam o capital 
social da companhia, mas a antecipação ao sócio de valor a que teria direito de 
receber no caso de liquidação da companhia. 
A Lei n. 6404/1976 elenca quais são as principais atribuições da 
Assembleia Geral das sociedades anônimas, a qual deverá ser convocada de 
acordo com a lei ou o estatuto, quando necessário para decidir sobre os 
negócios relativos ao objeto da sociedade ou para sua defesa e 
desenvolvimento. Destaca-se que nas companhias abertas os acionistas 
poderão participar e votar à distância, conforme regulamentação da CVM. 
 
 
17 
Compete privativamente à Assembleia Geral: 
I – reformar o estatuto social; 
II – eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais 
da companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142; 
III – tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar 
sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas; 
IV – autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto nos §§ 
1o, 2o e 4o do art. 59; 
V – suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120); 
VI – deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista 
concorrer para a formação do capital social; 
VII – autorizar a emissão de partes beneficiárias; 
VIII – deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da 
companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes 
e julgar-lhes as contas; e 
IX – autorizar os administradores a confessar falência e pedir 
concordata. (Lei n. 6401/1976) 
Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de falência ou o 
pedido de concordata poderá ser formulado pelos administradores, com a 
concordância do acionista controlador, se houver, convocando-se 
imediatamente a assembleia geral, para manifestar-se sobre a matéria (Brasil, 
1976). 
A assembleia geral deverá ser convocada pelo conselho de 
administração, se ele existir, ou aos diretores, desde que observadas as 
normas instituídas no estatuto da companhia. 
Para que se dê total publicidade aos atos da companhia, a convocação 
será mediante anúncio publicado por três vezes na imprensa, contendo local, 
data, hora da assembleia, a pauta do dia e, se for o caso de alteração do 
estatuto, a indicação da matéria (Brasil, 1976). 
Para que a assembleia aconteça, deverão estar presentes em primeira 
convocação os acionistas que somem ¼ do capital social com direito a voto. No 
caso de segunda convocação, ela será instaurada com qualquer número. 
A Lei n. 6401/1976 prevê todo o rito para que a assembleia tenha 
validade, tratando da legitimação de representação, livro de presenças, 
necessidade de mesa para dirigir os trabalhos, quórum de deliberações, ata da 
assembleia etc. 
Atenção: as assembleias das sociedades anônimas poderão ser 
ordinárias (previstas em lei e/ou estatuto) ou extraordinárias (a interesse da 
sociedade). 
 
TROCANDO IDEIAS 
 
 
18 
Uma das informações que devem constar no contrato social é o tempo 
de duração da sociedade, conforme art. 46, inciso I, do Código Civil. Inclusive, 
estudamos em vários momentos que as sociedades empresárias podem ser 
dissolvidas quando finalizado seu prazo de constituição. 
Sabemos que as empresas são responsáveis pela movimentação 
econômica do país, gerando empregos e renda. 
Considerando tais situações, você pensa ser prudente instituir 
sociedade/empresa com prazo determinado? Será que situações específicas 
requerem empresas temporárias? 
Pense a respeito e debata com seus colegas. 
 
NA PRÁTICA 
Considerando a ideia em torno de empresário individual e empresa, 
avalie as assertivas abaixo e escolha a correta. (A resposta está ao final deste 
documento). 
a. A pessoalidade explica que quem é empresário não é empregado, mas 
ambos são responsáveis por colocar bens e serviços no mercado em 
nome próprio. 
b. O empresário é aquele que exerce de forma profissional atividade 
econômica organizada, e a empresa é a atividade consistente na 
produção ou circulação de bens ou serviços. 
c. A empresa é responsável pelo exercício da atividade econômica, então, 
ela é o titular no caso de falência, e não o empresário. 
d. O conceito de empresa se confunde com o de estabelecimento 
comercial, podendo ser adotados como sinônimos. 
e. O empresário também é aquele que exerce atividade econômica de 
forma esporádica, pois faz circular bens e serviços. 
 
FINALIZANDO 
Neste encontro estudamos alguns temas de direito societário, não no 
intuito de esgotar esta extensa matéria, mas de proporcionar a você um 
conhecimento geral que lhe permita identificar os temas. 
Vamos relembrar os assuntos estudados? 
1. Empresário individual; 
 
 
19 
2. Classificação das pessoas jurídicas; 
3. Panorama geral das sociedades; 
4. As sociedades limitadas; 
5. Sociedades anônimas. 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 19 jul. 
2017. 
_____. Lei n. 6404, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 19 jul. 
2017. 
MAMEDE, G. Direito empresarial brasileiro: direito societário: sociedades 
simples e empresárias, v. 2. 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2016. 
VENERAL, D.; ALCANTARA, S. A. Direito aplicado. Curitiba: InterSaberes, 
2014. 
 
 
 
 
21 
RESPOSTAS 
Comentários: 
a. Errada. Os empregados colocam bens e serviços no mercado, mas 
atuando em nome do empresário. 
b. Correta. Empresa não pode ser confundida com o empresário, pois é a 
atividade exercida. 
c. Errada. A empresa é a atividade,portanto, é equivocado dizer que “a 
empresa faliu”, pois quem fale é quem exerce a atividade, ou seja, o 
empresário. 
d. Errada. Estabelecimento comercial não se confunde com empresa, uma 
vez que se trata do local onde a atividade é exercida. 
e. Errada. O profissionalismo exige o exercício de uma atividade habitual, 
de modo que aquele que coloca em circulação bens e serviços de forma 
esporádica não será empresário. 
 
Portanto, resposta correta: b.

Continue navegando