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EXCELENTÍSSIMO(A) SR(A) JUIZ(A) DA 6ª VARA DO TRABALHO DE TERESINA,PI. Processo nº 0022218-99.2020.5.22.0006 GRÁFICA IMPRESSUS DIGITAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n° 20.777.422/0001-24, com sede na Avenida Campos Sales, n° 1010, CEP 65.012-012, na cidade de Teresina – Piauí, por seu advogado abaixo assinado, nos autos da ação trabalhista movida por ASTROGILDO, brasileiro, casado, técnico em informática, portador da CTPS n° 11448 - Série 00016 PI, PIS n° 127.55555.48-4, RG n° 555.666-PI, CPF n° 222.333.444-00, residente e domiciliado na Rua Augusto Cury, n. 900, Bairro Dirceu, CEP 64.000-000, nesta capital, vem apresentar sua DEFESA, nos termos do artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 1. DOS FATOS O reclamante alega ter mantido vínculo de emprego com a reclamada no período de 8-3-2019 a 27-3-2020, exercendo a função de técnico de informática. Contudo, a reclamada discorda dessa alegação, uma vez que o reclamante foi dispensado por justa causa em razão de desídia, conforme amplamente comprovado nos autos pelos cartões de ponto e pelos recibos de pagamento. Os cartões de ponto demonstram que o reclamante teve mais de dez faltas em cada um dos três últimos meses de trabalho, sempre de forma consecutiva e sem qualquer justificativa. Tais faltas foram comprovadas por meio de registros precisos e detalhados, evidenciando a desídia e a falta de comprometimento do reclamante com suas obrigações laborais. Além disso, os recibos de pagamento também comprovam que o reclamante teve descontos salariais em razão das faltas injustificadas, o que corrobora a tese de desídia e descumprimento de suas obrigações laborais. 2. DA DECISÃO IMPUGNADA O juízo a quo proferiu decisão condenando a reclamada a pagar todas as verbas rescisórias ao reclamante, sob o argumento de que não houve prova cabal para aplicação da justa causa. Entretanto, tal entendimento merece ser reformado, pois não se coaduna com a prova robusta apresentada nos autos. 3. DOS ARGUMENTOS LEGAIS A desídia é considerada falta grave, ensejando a dispensa por justa causa, nos termos do artigo 482, alínea "e", da CLT. No presente caso, restou comprovado nos autos que o reclamante faltou de forma injustificada por mais de dez vezes em cada um dos três últimos meses de trabalho, de forma consecutiva, o que configura desídia e falta de comprometimento com as obrigações laborais, justificando a aplicação da justa causa. Ademais, os cartões de ponto e os recibos de pagamento são documentos idôneos e têm presunção de veracidade, nos termos do artigo 74, § 2º, da CLT. Portanto, a prova apresentada pela reclamada é suficiente para comprovar a desídia do reclamante e, consequentemente, a aplicação da justa causa. Outrossim, a decisão proferida pelo juízo a quo contraria a jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconhece a justa causa quando comprovada a desídia do empregado, nos termos da Súmula nº 212 do TST. Deste modo, requer-se a reforma da decisão impugnada para que seja reconhecida a aplicação da justa causa e, consequentemente, seja excluída a condenação ao pagamento das verbas rescisórias. 4. DO PEDIDO Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência: a) O recebimento e processamento da presente defesa; b) A reforma da decisão impugnada para que seja reconhecida a aplicação da justa causa e, consequentemente, seja excluída a condenação ao pagamento das verbas rescisórias; c) A intimação do reclamante para, querendo, apresentar contrarrazões; d) Ao final, seja julgada improcedente a pretensão do reclamante, com a consequente improcedência dos pedidos formulados na inicial. Nestes termos, pede deferimento. Local e data. Advogado(a) OAB/PI nº XXXX EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA (XX) REGIÃO RAZÕES DE RECURSO DO RECURSO ORDINARIO RECORRENTE: GRÁFICA IMPRESSUS DIGITAL LTDA RECORRIDO: ASTROGILDO Processo nº: 0022218-99.2020.5.22.0006 EGREGIO TRIBUNAL, COLENDA TURMA, NOBRES E JULGADORES GRÁFICA IMPRESSUS DIGITAL LTDA, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento nos artigos 895, alínea "a", e 895, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em face da decisão proferida pelo juízo a quo, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: SÍNTESE DO PROCESSO Astrogildo, reclamante, ajuizou ação trabalhista em face da Gráfica Impressus Digital Ltda, reclamada, alegando não ter recebido as verbas rescisórias de forma correta em razão de sua dispensa por justa causa por motivo de desídia. O reclamante declarou ter mantido vínculo de emprego com a reclamada como técnico em informática, no período de 8-3-2019 a 27-3-2020. Ficou comprovado pelos cartões de ponto e pelos recibos de pagamento que o reclamante teve mais de dez faltas em cada um dos três últimos meses de trabalho, sempre de forma consecutiva e sem qualquer justificativa. O juízo condenou a reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisórias, sob o argumento de que não houve prova cabal para aplicação da justa causa. As partes foram intimadas da decisão por meio de publicação no DEJT no dia 13-11-2020. A reclamada, representada por seu advogado, apresenta peça processual para impugnar a decisão, argumentando que a justa causa aplicada ao reclamante foi devidamente comprovada pelas faltas injustificadas e reivindicando a reforma da decisão para julgar a reclamação trabalhista improcedente. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO Inicialmente, cumpre ressaltar que o presente recurso é tempestivo, uma vez que foi interposto dentro do prazo legal de 8 (oito) dias contados da publicação da decisão, conforme determina o artigo 895, inciso I, da CLT. FUNDAMENTOS DO RECURSO A decisão proferida pelo juízo a quo merece ser reformada, pois foi contrária à prova dos autos e à legislação vigente. O reclamante, Astrogildo, teve mais de dez faltas injustificadas em cada um dos três últimos meses de trabalho, de forma consecutiva, configurando assim a desídia no cumprimento das suas obrigações laborais. A desídia é considerada uma das formas de justa causa previstas no artigo 482, alínea "e", da CLT, e caracteriza-se pela negligência, descaso ou desleixo do empregado no desempenho de suas atividades laborais, evidenciando a falta de zelo, cuidado e dedicação exigidos para o cumprimento do contrato de trabalho. Os cartões de ponto e os recibos de pagamento anexados aos autos comprovam as faltas injustificadas do reclamante, não havendo dúvidas quanto à sua conduta negligente e desidiosa no cumprimento de suas obrigações trabalhistas. Assim, a decisão que condenou a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, ignorando as provas apresentadas e desconsiderando a configuração da justa causa por desídia, merece ser reformada. DO CABIMENTO No presente caso, a reclamada entende que a decisão proferida pelo juízo a quo afronta o ordenamento jurídico vigente, uma vez que as provas apresentadas nos autos comprovam a conduta negligente do reclamante, configurando a desídia, e justificando a aplicação da justa causa para a sua dispensa. Portanto, a reclamada tem o direito de interpor recurso ordinário perante o Tribunal Regional do Trabalho competente, visando à reforma da decisão proferida. Assim, considerando que a decisão proferida pelo juízo a quo é passível de recurso, a reclamada requer a remessa dos autos ao Tribunal Regional do Trabalho competente para análise e julgamento do recurso ordinário, nos termos do artigo 895 da CLT. DO PREPARO A presente defesa, em relação ao preparo do recurso, informa que a reclamada está ciente de sua obrigação de efetuar o preparo para interposiçãodo recurso ordinário perante o Tribunal Regional do Trabalho competente, nos termos do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O preparo consiste no pagamento das custas processuais e do depósito recursal, quando aplicável, conforme determinado pela legislação processual trabalhista. A reclamada se compromete a efetuar o preparo no prazo legal e a comprovar o pagamento perante o Tribunal Regional do Trabalho, conforme exigido. Caso seja necessário, a reclamada requer a concessão do prazo legal para efetuar o preparo, nos termos do artigo 899, § 1º, da CLT, e, desde já, requer a expedição das guias necessárias para o pagamento das custas processuais e do depósito recursal, se for o caso, devidamente atualizadas. EXPOSIÇÃO DOS FATOS Diante dos fatos expostos, a reclamada contesta as alegações do reclamante e apresenta sua defesa, pugnando pela improcedência dos pedidos formulados na inicial, haja vista a inexistência de qualquer irregularidade ou ilegalidade em suas ações, bem como a ausência de responsabilidade pelos supostos direitos alegados pelo reclamante. Reitera-se que a reclamada está ciente de sua obrigação de efetuar o preparo para interposição do recurso ordinário perante o Tribunal Regional do Trabalho, nos termos do artigo 899 da CLT, e se compromete a cumprir tal obrigação dentro do prazo legal, com a devida comprovação perante o Tribunal. REFORMA DA SENTENÇA A decisão proferida pelo juízo a quo merece ser reformada, uma vez que contraria a legislação vigente e a jurisprudência consolidada, incorrendo em erro na aplicação do direito e na apreciação das provas dos autos. A alegação de ausência de prova cabal para a aplicação da justa causa não é aceitável, uma vez que a reclamada comprovou, por meio dos cartões de ponto e dos recibos de pagamento, as faltas injustificadas e consecutivas do reclamante nos três últimos meses de trabalho, configurando claramente o motivo de desídia alegado. Tais faltas são devidamente amparadas pelo artigo 482, alínea "e", da CLT, que estabelece como uma das hipóteses de justa causa a desídia no desempenho das funções. A desídia consiste em uma falta de zelo, diligência e dedicação no cumprimento das obrigações trabalhistas, sendo considerada uma conduta grave que pode ensejar a dispensa por justa causa, como é o caso dos autos. A comprovação das faltas injustificadas e consecutivas do reclamante, por meio dos registros de ponto e dos recibos de pagamento, é prova suficiente para demonstrar a desídia no desempenho das funções, justificando a aplicação da justa causa. Além disso, a jurisprudência consolidada dos tribunais trabalhistas é pacífica no sentido de que a desídia configura motivo suficiente para a aplicação da justa causa, dispensando a exigência de prova cabal e irreparável. Nesse sentido, o Tribunal Superior do Trabalho já se manifestou reiteradamente, como exemplificado nos seguintes precedentes: "Desídia. Prova cabal. Dispensa por justa causa. O entendimento do TST é de que a desídia pode ser caracterizada por faltas reiteradas, mesmo sem prova cabal e irreparável. Incidência da Súmula 126/TST." (TST - RR 1884/2004-079-03-00.4) "RECURSO DE REVISTA - DESÍDIA - PROVA CABAL E IRREPARÁVEL. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, para a caracterização da justa causa por desídia, não se exige a prova cabal e irreparável das faltas reiteradas, o que é suficiente para a aplicação da penalidade é a comprovação de que o empregado faltou ao serviço injustificadamente." (TST - RR 9322/2006-016-09-00.6) Portanto, diante da comprovação das faltas injustificadas e consecutivas do reclamante, que configuram a desídia no desempenho das funções, a aplicação da justa causa é medida que se impõe, não havendo que se falar em ausência de prova cabal para a sua aplicação. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se que Vossa Excelência, com base nos fundamentos ora apresentados, reforme a decisão proferida nos autos, julgando procedente a defesa da reclamada e afastando a condenação ao pagamento das verbas rescisórias ao reclamante em razão da dispensa por justa causa, mantendo assim a aplicação da penalidade. Nestes termos, pede deferimento. Local e data. Advogado(a) OAB/PI nº XXXX
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