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Embargos à Execução em Sociedade Irregular

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO.
Processo nº ___.
 MEFISTÓFELES, brasileiro, empresário, (estado civil), portador da cédula de identidade civil nº__, inscrito no CPF/MF sob o nº ___, (endereço), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado constituído nos termos do instrumento de mandato anexo, opor, com fundamento nos artigo 736 e seguintes do Código de Processo Civil, EMBARGOS À EXECUÇÃO contra a empresa ATACADISTA CENTRAL LTDA., fazendo-o na conformidade das razões que seguem:
I. DOS FATOS.
Mefistófeles e Aristides são sócios da comércio de alimentos Peloponeso LTDA, sociedade empresária cujos os atos constitutivos, apesar de assinados, não foram levados a registro na junta comercial do Estado de SP/JUCESP. Aristides, administrador da sociedade, negociou junto ao atacadista central LTDA, gêneros alimentícios no valor de R$ 10.000.00 (Dez mil reais), mas não honrou o pagamento, apesar de a sociedade possuir recursos em caixa para tal. A respectiva duplicata foi sacada pelo credor e está agora sendo executada, acompanhada do comprovante de entrega de mercadorias. Em razão de a sociedade ser irregular, a execução foi movida contra os sócios, contra quem também foi sacada a duplicata. Recentemente, Mefistófeles foi intimado da penhora de bens de sua propriedade para pagamento integral da dívida. O mandado de intimação foi juntado aos autos há 5 dias.
II. DO DIREITO 
Na falta de registro dos atos constitutivos da sociedade, devem-se aplicar as regras das sociedades simples e neste caso a responsabilidade dos sócios é subsidiária, nos moldes do artigo 986 do Código Civil. 
Desta forma é imperioso que se trate como sociedade em comum, devendo primeiro ser excutidos os bens da sociedade, dispõe o artigo 1.024 do Código Civil, que os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. 
Ora, a sociedade possui bens suficientes para o pagamento da dívida contraída por Aristides, (sócio administrador) não havendo razão para o Embargante sofrer com a penhora de seus bens particulares.
É sabido que, na qualidade de sócio da pessoa jurídica Comércio de Alimentos Peloponeso Ltda., o Embargante possui responsabilidade pelos atos negociais realizado sem nome da sociedade empresária da qual faz parte. Todavia, na hipótese em exame, o Executado, que se manteve alheio às negociações entabuladas pelo sócio administrador Aristides, com a fornecedora de gêneros alimentícios, a saber, a Embargada, faz jus ao benefício de ordem previsto no artigo 1.024 do Código Civil, uma vez que a empresa tem em caixa recursos suficientes para efetuar o pagamento da dívida. Assim, a responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais, nas sociedades em comum, é subsidiária, pois primeiro deverão ser excutidos os fundos sociais da entidade empresarial. 
Em reforço, nos termos do artigo 990 do Código Civil, apenas responde em caráter solidário com a sociedade o sócio que contratou pela sociedade, neste caso Aristides, o sócio administrador.
Da concessão de efeito suspensivo: artigo 739-A § 1º do CPC
Nos moldes do artigo 739-A, parágrafo 1º do CPC, é possível conceder o efeito suspensivo nos Embargos do Executado se o Embargante trouxer fundamentos relevantes. Ora, a execução incidiu sobre bens particulares enquanto que a sociedade possui bens suficientes para responder pela dívida, ora executada.
Ademais o outro sócio também deve responder solidariamente, não sendo justo que apenas o embargante viesse a sofrer com a penhora.
Tudo isso é altamente relevante para obstar o prosseguimento da execução. 
Do receio de dano irreparável
Prosseguir com a execução com os vícios apontados causará dano irreparável para o Executado. Afinal de contas a empresa possui bens e nos moldes que se apresentam as coisas o Embargante deverá pagar a dívida da empresa para depois se valer da repetição do indébito. É um absurdo que o executado tenha o patrimônio penhorado para depois tentar reavê-los pela regra da cláusula do solve et repet.
Da garantia do juízo
Por fim, para conceder o efeito suspensivo é necessário garantia do juízo. Neste caso o juízo está garantido com a penhora já realizada.
II. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1- A distribuição dos presentes embargos por dependência à execução, nos termos do 
artigo 736 parágrafo único do CPC;
2- A concessão de efeito suspensivo nos embargos do devedor;
3- A citação da Embargada para, querendo apresentar a impugnação no prazo disposto 
no artigo 740 do CPC;
4- A citação do sócio representante legal da empresa para efetuar o pagamento na pessoa
do senhor Aristides, residente e domiciliado na...;
5- O julgamento procedente dos Embargos, desconstuíndo-se o título executivo e tornando insubsistente a penhora realizada;
6- Que o executado ora Embargante, seja retirado do polo passivo da ação; 
7- Seja a Embargada ora Exequente, condenada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, conforme o artigo 20, parágrafo 3º do Código de Processo Civil;
IV. DAS PROVAS
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do representante legal da Embargada e a oitiva das testemunhas arroladas abaixo, se necessárias, que deverão ser intimadas para tal, consoante disposição do artigo 332 do Código de Processo Civil
V. DO VALOR DA CAUSA
Dar-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
Nestes Termos 
Pede e espera deferimento.
Capital, data.
Advogado
OAB nº.

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