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Linguística Básica 01 - Conceitos introdutórios 3

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Unidade 3
Livro Didático 
Digital
Leonardo Teixeira de Freitas 
Ribeiro Vilhagra
Linguística Básica
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
LEONARDO TEIXEIRA DE FREITAS 
RIBEIRO VILHAGRA
O AUTOR
Leonardo Teixeira de Freitas Ribeiro Vilhagra
Olá. Meu nome é Leonardo Teixeira de Freitas Ribeiro Vilhagra. 
Sou formado em Letras Português pela Universidade Federal do Espírito 
Santo, tenho mestrado em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-
Graduação em Estudos Linguísticos pela mesma instituição e também 
MBA em Gestão de Projetos e Equipes E-Learning pela UNIFCV (em 
formação). Possuo experiência técnico-profissional na área de ensino 
de Língua Portuguesa a mais de dez anos. Passei por escolas de ensino 
fundamental e médio, como a rede Salesiano, o Centro Missionário 
Agostiniano, o Centro de Ensino União dos Professores, COC, de pré-
vestibular, como o PUPT (Programa Universidade Para Todos), e no 
ensino superior, como a UFES e, atualmente, na Universidade Vila Velha 
no Espírito Santo. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha 
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Fui convidado, por causa disso, pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo, tá bem? Desde já, 
eu desejo bons estudos a todos!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Sintagma e paradigma .............................................................................. 12
Dupla articulação da linguagem ..........................................................23
Primeira articulação .......................................................................................................................27
A segunda articulação ................................................................................................................ 30
Relacionar a economia linguística à dinâmica das línguas ...........32
Relação entre a gramática e a linguística ........................................ 35
Abordagem da gramática tradicional nos estudos 
linguísticos ..................................................................................................... 41
9
UNIDADE
03
Linguística Básica
10
INTRODUÇÃO
Você já se perguntou qual é a ligação entre gramática e a linguística? 
Será que são a mesma coisa? Quais são os conceitos e teorias envolvidas 
nessas duas áreas? Conforme você verá, compreender a relação entre os 
estudos gramaticais e os estudos linguísticos são essenciais, ainda mais 
se tratando dos profissionais de Letras. Diante disso, a fim de se atender 
aos objetivos estipulados, em um primeiro momento, veremos a última 
dicotomia formulada por Saussure. Depois, estudaremos as influências 
geradas por isso, sobretudo, no conceito de dupla articulação proposto 
pelo linguista francês André Martinet. Após conceituados as contribuições 
dos dois autores, teremos propriedades suficientes para refletir acerca 
da relação entre a gramática e a linguística, evidenciando as suas 
semelhanças e, principalmente, as diferenças. Em um último momento, 
vamos nos ater sobre a abordagem que a gramática tradicional possui no 
que diz respeito à linguística. Compreendeu? Então desejamos a você um 
bom estudo e que tenha um ótimo aproveitamento do material.
Linguística Básica
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Conceituar o sintagma e o paradigma
2. Descrever a dupla articulação da linguagem
3. Refletir sobre a relação entre a gramática
4. Discutir a abordagem da gramática tradicional nos estudos 
linguísticos
E aí? Ficou empolgado em relação ao que veremos nesta? Que bom, 
então vamos aos estudos!
Linguística Básica
12
Sintagma e paradigma
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você entenderá a última dicotomia 
de Saussure, o sintagma e o paradigma. Além disso, você 
compreenderá a dupla articulação da linguagem e, por 
fim, como isso se relaciona com os estudos gramaticais, 
sobretudo, no que diz respeito à gramática tradicional. Ter 
conhecimento sobre isso é relevante, uma vez que muito 
desses conceitos que serão tratados nesta unidade não 
só vão te ajudar no entendimento linguístico, mas também 
vão te fornecer um arcabouço teórico o qual impacta 
diretamente na sua vida profissional, principalmente, no 
ambiente escolar. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Desta forma, nesta unidade, você verá a última dicotomia: o 
sintagma e o paradigma. Em função disso, também veremos os seus 
desdobramentos para os estudos linguísticos futuros. Sabendo disso, 
vamos, então, a essa última dicotomia.
Para Saussure (2012, p. 148), as línguas naturais, objeto de estudo da 
linguística estruturalista, funcionam por meio 
[...] de duas espécies de comparações ; as aproximações são 
ora associativas, ora sintagmáticas; os grupamentos de uma e 
de outra espécie são, em grande medida, estabelecidos pela 
língua; é esse conjunto de relações usuais que a constitui e 
que lhe preside o funcionamento.
Explicando de outra forma, recorremos a Souza e Crestani (2017, p. 3):
A língua possui dois eixos de organização, o eixo sintagmático 
e o eixo paradigmático. O eixo sintagmático é definido como 
Linguística Básica
13
eixo da combinação e o paradigmático como o eixo das 
escolhas, ou seja, são as possibilidades de combinações 
escolhas disponíveis dentro do campo de alternativas. Esses 
eixos contribuem para o funcionamento da língua.
EXPLICANDO MELHOR:
Com o intuito de que você entenda melhor essa explicação 
de Saussure (2012) e de Souza e Crestani (2017), vamos 
utilizar a metáfora das roupas.
Suponhamos que alguém queira sair de casa para ir a uma festa. 
Assim, el@ quer se vestir adequadamente. Para tal, há uma série de 
roupas que podem ser utilizadas:
Figura - metáfora das roupas
Fonte: Freepik
Nesse contexto, a pessoa que vestirá essa peça de roupa tem, no 
seu armário, três tipos de camisas: cinzas, brancas e pretas:
Linguística Básica
14
Figura - Tipo de camisas
Fonte: Freepik
Contudo, a pessoa que vai se vestir só pode optar por uma camisa, 
sendo que as outras duas ficam de lado. Isto é, el@ escolhe a camisa 
branca e, em decorrência disso, a cinza e a preta ficam guardadas. Além 
disso, essa mesma camisa branca pode ser usada com uma jaqueta preta 
e uma calça jeans, conforme você pode ver a seguir:
Linguística Básica
15
Figura - Combinação de roupas.
Fonte: Freepik
Em outra situação, por exemplo, tal camisa branca pode ser utilizada 
comuma bermuda azul, ou ainda, com uma calça bege etc.
IMPORTANTE:
Agora, quero que você aplique a lógica dessa metáfora 
junto ao conceito de Sintagma e de Paradigma. 
Dentro de um guarda-roupa (a língua), existe uma série de peças 
que podem ser escolhidas (paradigma) e, a partir disso, também podem 
ser combinadas (sintagma). 
Desta forma, para Saussure (2012), uma língua natural se constitui 
na prática comunicativa do falante por meio das escolhas e combinações 
dos signos linguísticos. 
Linguística Básica
16
Agora que isso está mais evidente, vamos esmiuçar cada uma 
das partes dessa dicotomia. Como você viu antes, o paradigma é o eixo 
das escolhas, isto é, as possibilidades de seleção que o falante de uma 
língua tem ao se comunicar. Em relação a isso, Saussure afirma que (2012, 
p. 146) “[...] os termos de uma família associativa (paradigmática) não se 
apresentam nem em número definido nem numa ordem determinada”. 
Realmente, mesmo que um dicionário seja publicado, no dia 
seguinte a isso, ele se torna desatualizado, uma vez que a língua é viva e 
se transforma continuamente. 
VOCÊ SABIA?
Sobre a questão da riqueza do vocabulário da língua 
portuguesa, veja este vídeo do professor Carlos Alberto 
Faraco: https://www.youtube.com/watch?v=iEm_1RfwZ7E.
No entanto, conforme aponta Saussure (2012), mesmo que o 
número de escolhas não seja definido, isso não quer dizer que esses 
signos linguísticos usados não possam ser associados, agrupados, 
formando, assim, um paradigma (inclusive, é por causa disso que essa 
parte da dicotomia leva esse nome) nas mentes dos falantes.
Um exemplo dessa associação, dessa formação de paradigma é o 
signo linguístico “empresária” da língua portuguesa:
Linguística Básica
https://www.youtube.com/watch?v=iEm_1RfwZ7E
17
Figura - Signo linguístico “empresária”
Fonte: Freepik
Esse signo linguístico pode ser agrupado em um paradigma: 
“gestora”, “administradora”, “mulher de negócios”, “dirigente” etc. Ainda 
seguindo esse raciocínio, diversos paradigmas distintos são formados, 
os quais unem termos “[...] in absentia numa série mnemônica virtual” 
(SAUSSURE, 2012, p. 143). Em outras palavras, ficam à disposição na 
memória para serem escolhidos pelo falante.
Já a outra parte dessa dicotomia, o sintagma, dizem respeito às 
possíveis combinações dos signos linguísticos, de modo que “A relação 
sintagmática existe in praesentia; repousa em dois ou mais termos 
igualmente presentes numa série efetiva” (SAUSSURE, 2012, p. 143).
É interessante frisar a questão da combinação ligada à “série efetiva”, 
uma vez que isso está associado ao ordenamento dos signos linguísticos 
nos enunciados expressos pelos falantes de uma língua. 
A fim de ilustrar isso, vamos utilizar o signo linguístico “empresária” 
novamente. 
Linguística Básica
18
Vamos supor que o falante da língua portuguesa quer dizer que 
uma mulher que é dona de um negócio foi bem sucedida em seu ramo 
de atuação. Para tal, ele não emprega os signos separadamente, mas sim 
em um enunciado, conforme abaixo:
(1) Aquela empresária é próspera 
Porém, ele pode fazer outros tipos de combinação, como é o caso 
a seguir:
(2) Aquela empresária bem-sucedida
Desta forma, na comunicação verbal por meio de uma língua 
qualquer, não basta somente o falante selecionar qual signo linguístico 
quer usar. Além disso, deve-se formular um combinação sequenciada, 
de maneira que um signo linguísticos não se manifeste ao mesmo tempo 
que outro.
Em relação a isso, Souza e Crestani (2017, p. 4), afirmam que: 
Na cadeia sintagmática um termo passa a ter valor quando 
se apresenta de forma distinta da outra, já que um termo não 
pode aparecer ao mesmo tempo que outros, por causa de 
seu caráter linear, onde os termos devem aparecer como uma 
linha, numa sequência.
A partir da fala das autoras, somos levados a reconhecer outro 
conceito derivado desse: a linearidade do signo linguístico. Consoante a 
Saussure (2012, p. 70), a linearidade 
Linguística Básica
19
É aquilo que faz com que, em toda forma, haja um antes e um 
depois. Esse princípio é dado pela própria natureza das coisas: 
não posso representar a palavra a não ser por uma só linha 
formada de partes sucessivas.
Ou seja, as redes sintagmáticas se efetuam, a partir da disposição 
sequenciada linearmente dos signos linguísticos dentro da cadeia da fala.
Um exemplo disso é o seguinte enunciado:
(3) ele estudou hoje
Nesse caso, os três signos linguísticos não foram dispostos 
simultaneamente. Muito pelo contrário, foi posto primeiro “ele”, depois 
“estudou e, por fim, “hoje”. 
Isso se aplica também em unidades linguísticas menores, como, por 
exemplo, em “amor”. Se observarmos o nível fonético, temos os seguintes 
fonemas:
(4) [ a.m.o.R]
Da mesma forma, que no enunciado (3), em (4), os fonemas são 
dispostos em sequência, “[a]”, “[m]”, “[o]” e, por fim, “[R]”, comprovando, 
portanto, a linearidade. 
Após você ver separadamente o conceito de paradigma e 
sintagma, vamos, neste momento, observar a maneira pela qual ambos 
se comportam no momento da manifestação da língua pelo falante.
Carvalho (1997), parafraseando e explicando a relação entre 
paradigma e sintagma de Saussure, afirma que essa dicotomia funciona 
por meio de eixos. O paradigma representa uma linha vertical, na qual os 
signos estão disponíveis para serem selecionados. Por sua vez, na linha 
horizontal, está o sintagma. Nela, os signos são ordenados, de acordo 
com o enunciado a ser feito. 
Linguística Básica
20
Acerca disso, Saussure comenta que 
[...] desse duplo ponto de vista, uma unidade linguística é 
comparável a uma parte determinada de um edifício, uma 
coluna, por exemplo; a coluna se acha, de um lado, numa certa 
relação com a arquitrave que a sustém; essa disposição de duas 
unidades igualmente presentes no espaço faz pensar na relação 
sintagmática; de outro lado, se a coluna é de ordem dórica, ela 
evoca a comparação mental com outras ordens (jônica, corintia, 
etc.), que são elementos não presentes no espaço: a relação é 
associativa [paradigma] (SAUSSURE, 2012, p.143).
Para que você entenda melhor sobre o eixo paradigmático e eixo 
o sintagmático, vamos lançar mão do esquema a partir do seguinte 
enunciado:
(5) Garota joga futebol
Diante desse enunciado, o eixo paradigmático e o eixo sintagmático 
se relacionam da seguinte maneira. No eixo vertical do paradigma, cada 
signo linguístico se ordena em grupos específicos.
Figura - Eixo vertical paradigmático
Fonte: do autor.
Linguística Básica
21
Já no eixo horizontal sintagmático, os signos linguísticos são 
combinados linearmente, formando uma cadeia estruturada específica, 
lembrando de que dois signos linguísticos não podem ser expressos 
simultaneamente, mas sim intercaladamente. 
Figura - Eixo horizontal sintagmático
Fonte: Do autor.
Desta forma, ao unir esses dois eixos, temos a seguinte relação:
Figura - Eixo do paradigma e do sintagma
Fonte: Do autor.
Linguística Básica
22
Portanto, o paradigma representa o conjunto de palavras 
e expressões associadas, ou seja, assemelham-se em um grupo 
específico, as quais os falantes das línguas podem selecionar durante o 
ato comunicativo. Já o sintagma se refere à capacidade de combinação 
desses signos linguísticos conseguem estabelecer entre si e, por causa 
da linearidade, é possível formar enunciados variados, desde simples 
frases, até textos extensos e volumosos. 
SAIBA MAIS:
Desta forma, para encerrarmos a discussão deste tópico, 
sugerimos a leitura de Souza e Crestani (2017) , o qual faz uma 
reflexão das contribuições de Saussure, principalmente, 
através da dicotomia em questão relacionada ao 
crescimento e o desenvolvimento da linguagem das 
crianças. Link: https://fasul.edu.br/projetos/app/webroot/
files/controle_eventos/ce_producao/20171024-201950_
arquivo.pdf
Linguística Básica
https://fasul.edu.br/projetos/app/webroot/files/controle_eventos/ce_producao/20171024-201950_arquivo.pdfhttps://fasul.edu.br/projetos/app/webroot/files/controle_eventos/ce_producao/20171024-201950_arquivo.pdf
https://fasul.edu.br/projetos/app/webroot/files/controle_eventos/ce_producao/20171024-201950_arquivo.pdf
23
Dupla articulação da linguagem
No tópico anterior, você viu o conceito da última dicotomia elaborada 
por Saussure. Desta forma, considerando as outras três dicotomias, bem 
como os seus conceitos correlatos, o mestre genebrino forneceu um 
amplo e consistente aparato teórico-metodológico, ainda que de viés 
Estruturalista, para analisar a linguagem verbal humana. 
Sobre esse fato, Costa (2014, p. 61) afirma que 
[...] o trabalho realizado por Saussure de delimitar um objeto e 
escolher uma metodologia adequada aos estudos linguísticos 
representou um processo de cientificização daquilo que 
há muito tempo vinha sendo realizado, mas de forma 
desordenada, ou seja, os estudos linguísticos eram realizados 
mesmo sem o caráter científico atribuído por Saussure.
Em função disso, não só a Linguística se tornou uma ciência 
independente, como também outras teorias se desenvolveram a partir do 
Estruturalismo saussureano, conforme você pode ver em Heloisa (2016, p. 
23, grifos nossos):
O estruturalismo saussureano constitui um marco para os estudos 
linguísticos ao propor um método de análise e uma ontologia 
para definir a natureza do objeto da nova ciência. Sua importância 
se confirma pelas diferentes direções em que se desenvolveram os 
estudos linguísticos, ao propiciar questionamentos em relação à 
adequação e validade dos conceitos propostos.
Nesse contexto, um dos vários teóricos influenciados por Saussure 
é o francês André Martinet:
Linguística Básica
24
Figura - O linguista André Martinet
Fonte: https://www.lamaurienne.fr/territoire-de-la-chambre/2019/07/25/le-villarin-andre-
martinet-linguiste-international-et-pere-de-la-communication
Nascido em 1908 em Saint-Alban-des-Villards, na França, Martinet 
foi um dos teóricos mais importantes da linguística, sendo que, na déc. 
de 40, chegou a lecionar na Universidade de Sorbone (França) e na 
Universidade de Columbia (EUA), publicando 25 livros e mais de 300 
artigos em diversos periódicos acadêmicos de destaque mundial. Já em 
1999, ele faleceu nos seus 91 anos de idade (HOYOS-ANDRADE, 2001).
Grande nome da Linguística Funcionalista, corrente linguística 
iniciada na déc. de 20 do século passado e cujo objetivo era estudar a 
relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos 
comunicativos em que elas são usadas (CUNHA, 2008, p. 157), Martinet 
desenvolveu um conceito que não só inspirou outros teóricos posteriores, 
mas, principalmente, trouxe um novo olhar sobre os estudos e as análises 
das línguas naturais. Esse conceito é o da dupla articulação da linguagem. 
Publicado em seu livro Elementos de Linguística Geral (Éléments de 
linguistique générale), Martinet atesta que
Linguística Básica
https://www.lamaurienne.fr/territoire-de-la-chambre/2019/07/25/le-villarin-andre-martinet-linguiste-international-et-pere-de-la-communication
https://www.lamaurienne.fr/territoire-de-la-chambre/2019/07/25/le-villarin-andre-martinet-linguiste-international-et-pere-de-la-communication
25
Diz-se por vezes que a linguagem humana é articulada. Embora 
os que assim se exprimem nem sempre sejam capazes de defi 
nir exatamente o que pretendem dizer, não há dúvida de que 
aquela fórmula aluda a uma característica de todas as línguas. 
Mas convém explicar a noção de articulação linguística e observar 
que ela se manifesta em dois planos diferentes: com efeito, as 
unidades resultantes de uma primeira articulação articulam-se 
por sua vez em unidades doutro tipo (MARTINET, 1978, p. 10).
Em relação a isso, Martelotta (2010, p. 37) explica um pouco mais 
sobre esse conceito:
Afirmar que a linguagem humana é articulada significa dizer, 
portanto, que os enunciados produzidos em uma língua não 
se apresentam como um todo indivisível. Ao contrário: podem 
ser desmembrados em partes menores, já que constituem o 
resultado da união de elementos, que, por sua vez, podem ser 
encontrados em outros enunciados.
Em função disso, vamos detalhar um pouco sobre tal conceito. Em 
primeiro lugar, vamos analisar etimologicamente o vocábulo “articular”, 
do qual “articulação” é derivado. Essa palavra é oriunda do verbo latino 
“articulare”, cujo significado é separar em partes. 
 Isso pode ser associado, por exemplo, ao esqueleto do corpo 
humano. 
Linguística Básica
26
Figura - Esqueleto humano é articulado
Fonte: Freepik
Se o esqueleto humano é articulado, por sua vez, esse é formado 
por unidades menores, a exemplo dos ossos da coluna vertebral.
Linguística Básica
27
Fonte: ossos da coluna vertebral
Fonte: Freepik
Considerando isso, será mais fácil para você entender o conceito de 
dupla articulação da linguagem proposta por Martinet (1978). No momento 
em que ele diz isso, o linguista afirma que todas as línguas naturais são 
formadas por unidades menores as quais podem ser agrupadas em dois 
grandes grupos: as de primeira articulação e de segunda articulação.
Primeira articulação
Os elementos pertencentes à primeira articulação da linguagem, 
segundo Martinet (1978, p. 12), são os morfemas, isto é, as unidades 
mínimas de significação, como se pode ver a seguir:
Linguística Básica
28
[...] cada uma das unidades da primeira articulação tem um 
sentido e uma forma vocal (fônica). Não podemos analisá-
las em unidades sucessivas menores dotadas de sentido: é 
o conjunto cabeça que significa “cabeça”, e não a soma de 
eventuais sentidos de cada um dos segmentos em que 
podemos dividi-lo – ca-, be- e -ça por exemplo.
Observe que, no início da fala dele, Martinet (1978) disse que as 
unidades da primeira articulação possuem um sentido e uma forma vocal. 
Isso nada mais é do que a dicotomia significante e significado, um dos 
indícios da influência de Saussure.
Aliás, acerca disso, Martinet (1978, p. 12-13, grifos do autor) nos 
mostra que
Um enunciado como tenho uma dor de cabeça, ou uma parte 
desse enunciado que, como tenho uma dor ou dor ou cabeça, 
faz sentido, designa-se por SIGNO linguístico. Qualquer signo 
linguístico comporta um SIGNIFICADO, que constitui o seu 
sentido ou valor e que representamos entre aspas (“tenho uma 
dor de cabeça”, “dor”, “cabeça”), e um SIGNIFICANTE, graças 
ao qual se manifesta o signo e que transcrevemos entre barras 
oblíquas (...). É ao significante que a linguagem corrente costuma 
chamar de signo. Com os seus significado e significante, as 
unidades da primeira articulação são signos, e signos mínimos 
por não poderem analisar-se em sucessão de signos menores.
Nesse contexto, a expressão “signo mínimo” diz respeito diretamente 
ao morfema. Tal denominação é justificável, uma vez que não é possível 
ter outra divisão que resulte em signos menores.
A fim de ilustrar isso melhor, vamos utilizar o mesmo caso 
exemplificado por Martinet (1978). Observe a decomposição da palavra 
“cabeça”. Essa pode ter outras decomposições morfológicas:
Linguística Básica
29
Cabeça
“cabeç” morfema radical 
“a” morfema vogal temática
Cabeção
“cabeç” radical 
“ão” sufixo de flexão de grau aumentativo
Cabecinha
“Cabec” radical 
“inha” sufixo de flexão de grau diminutivo
Assim, é possível perceber que os morfemas são “signos mínimos”, 
pois eles são o último nível de decomposição de alguma unidade 
linguística que ainda possui certa significação. 
Somado a isso, devemos frisar duas consequências advindas do 
conceito de primeira articulação proposta por Martinet (1978). A primeira 
diz respeito a questão da análise, ou seja, os morfemas não podem ser 
examinados sozinhos, mas sim em conjunto, de modo a formar uma 
unidade significativa própria. 
A segunda consequência está ligada à organização das estruturas 
significativas de uma língua. Acerca disso, Viegas (1988, p. 55) comenta que 
O domínio,portanto, da primeira articulação estabelece 
a organização específica de unidades significativas [...]. É 
através dessas estruturas que podemos estabelecer que, em 
língua portuguesa, o adjetivo se articula com o substantivo 
num sistema de concordância nominal fixo, por exemplo, 
o advérbio com o verbo permanecendo invariável, o sujeito 
com o predicado e assim por diante, domínio em suma das 
articulações sintáticas.
Isto é, a partir desse conceito do linguista francês, foi possível 
conceber unidades de análise palpáveis para examinar fenômenos 
inerentes da língua. 
Linguística Básica
30
Um exemplo disso é o fenômeno da concordância nominal. Na 
Língua portuguesa, o adjetivo concorda em gênero e número com o 
substantivo ao qual ele se relaciona, conforme você pode ver abaixo:
(6) Cabeça vazia
(7) Cabeças vazias
Em (7), ao o substantivo “cabeça” passar para o plural, o adjetivo 
“vazias” o acompanhou. Só que isso fica mais visível, uma vez que existe 
uma unidade linguística com o menor significado, o morfema “s”, o qual é 
responsável por tal fenômeno. Logo, retomando Viegas (1988), a primeira 
articulação proposta por Martinet (1978) determina a organização dos 
enunciados significativos das línguas naturais.
A segunda articulação
Já a segunda articulação formulada por Martinet (1978) está 
associada aos fonemas. Para Lopes (1995, p. 49)
Os fonemas são unidades do nível linguístico inferior (unidades 
de segunda articulação) que não possuem outra função além 
da de poder ser combinadas para formar as unidades do nível 
linguístico que lhes é imediatamente superior (morfemas, 
unidades de primeira articulação).
IMPORTANTE:
É relevante que você não confunda a relação entre morfema 
e fonema. Segundo Martinet (1978), o morfema é a menor 
unidade significativa de uma língua. Ainda que o fonema 
seja uma subdivisão do morfema, logo, uma unidade ainda 
menor, o fonema não contém uma unidade significativa. 
Esse serve apenas para a representação gráfica de um som 
específico de uma língua. 
Linguística Básica
31
Assim, em relação à segunda articulação, veja a importância dada 
por Martinet (1978, p. 12) a ela:
Graças à segunda articulação podem as línguas contentar-se 
com algumas dezenas de produtos fônicos distintos um dos 
outros, que se combinam para se obter a forma vocal das 
unidades de primeira articulação: assim em cabeça aparece 
duas vezes a unidade que representamos por a – a mesma 
que reencontramos em mesa, nos artigos, a e uma, etc. (1975, 
p. 12).
A fim de exemplificar melhor o que o linguista francês disse, observe 
novamente a palavra “cabeça” a partir da segunda articulação:
(8) [ k.a.b.e.s.a ]
Note que o fonema [a] não só se repete na mesma palavra, mas 
também ele mesmo pode servir como base para a articulação de outras, 
como você pode ver no vocábulo “mesa”:
(9) [ m.e.z.a]
Desta forma, frisamos que, por meio de um conjunto fechado de 
fonemas, pode-se formar quase infinitas unidades maiores do que eles. 
Outro ponto interessante a ser ressaltado, o qual, inclusive, deriva do 
anterior, é que cada língua natural contém fonemas específicos, cuja 
origem se dá no sistema fonador humano.
Linguística Básica
32
SAIBA MAIS:
Caso não saiba, ou quer se aprofundar mais sobre o aparelho 
fonador que todos os seres humanos possuem, sugerimos 
o link a seguir: https://www.cefala.org/fonologia/aparelho_
fonador.php.
Relacionar a economia linguística à dinâmica das 
línguas
Depois de você compreender acerca do conceito da dupla 
articulação das línguas, detalharemos sobre um conceito que deriva do 
anterior: o princípio da economia linguística.
REFLITA:
Antes de abordá-lo, convidamos você a pensar sobre a 
seguinte questão: já se questionou sobre a quantidade 
palavras que sabemos? Além disso, já se perguntou como 
que, mesmo com as várias inovações e criações que 
ocorrem diariamente, ainda conseguimos reter todas em 
nossa mente? 
Pois bem, pense nisso, pois, daqui a pouco, vamos retomar isso.
Segundo Martinet (1978, p. 14), 
[...] a economia resultante das articulações [primeira e segunda] 
permite obter um instrumento de comunicação de emprego 
geral, graças ao qual se pode transmitir tanta informação por 
tão baixo preço.
Para o autor, a economia linguística está ligada à otimização entre a 
combinação da primeira e da segunda articulação da linguagem voltada 
Linguística Básica
https://www.cefala.org/fonologia/aparelho_fonador.php
https://www.cefala.org/fonologia/aparelho_fonador.php
33
à criação de inúmeras unidades linguísticas.
Aprofundando esse conceito, podemos utilizar as palavras de 
Lopes (1995, p. 50), o qual diz que
Podendo qualquer sentido associar-se, por convenção 
semiótica a qualquer combinação de elementos fônicos, a 
língua pode produzir mensagens sempre novas – ou seja, 
capazes de traduzir teoricamente qualquer tipo de experiência 
– valendo-se de um número muito reduzido de fonemas. 
Com não mais do que cinquenta fonemas, qualquer língua 
é capaz de formar um número elevadíssimo de monemas: 
com a sequência [‘teli-] formamos nos últimos tempos, em 
português, “telejornal”, “teleator”, “teledirigido”, “telenovela” etc. 
É a dupla articulação que é responsável por essa extraordinária 
economia do sistema linguístico”.
Para que esse conceito seja mais palpável, observe a palavra 
engenheiro. 
Figura - Palavra engenheiro
Fonte: Freepik
Linguística Básica
34
Essa unidade linguística do português faz referência a um ser 
humano do gênero masculino graduado em engenharia. Porém, ao 
nos referimos a um ser humano do gênero feminino a qual também é 
formada nessa área, não precisamos criar outra palavra, com o intuito de 
desempenhar esse papel. Basta acrescentarmos o morfema “-a” no final 
do radical.
figura - Engenheiro e Engenheira
Fonte: Freepik
Logo, esse é um caso de economia linguística. Por causa da 
primeira articulação (os morfemas), aliado à segunda articulação (os 
fonemas), permite que tenhamos uma quantidade significativa de 
unidades linguísticas a “baixo preço”, de modo a não sobrecarregar a 
nossa memória, muito menos comprometer a comunicação humana. 
Linguística Básica
35
Relação entre a gramática e a linguística
Nos tópicos anteriores, você pode ver o quanto que as pesquisas 
de Martinet (1978) impactaram as ciências da linguagem, promovendo 
uma verdadeira transformação na área.
Sobre isso, Hoyos-Andrade (2001, p. 5) comenta que:
Também constitui uma inovação, em termos de Linguística 
Geral, a visão martinetiana dos diferentes níveis de descrição 
de uma língua qualquer. Esse quadro foi ampliando-se e 
modificando-se com os anos, a partir da própria reflexão do 
mestre e das contribuições dos seus seguidores. Consolidado 
o nível fonético-fonológico (não convém esquecer que Martinet 
foi, em primeiro lugar um fonólogo), vieram depois o nível do 
inventário (ou seja, o das classes de unidades significativas) e o 
da sintaxe, com o sentido específico que vimos antes. O nome 
de morfologia fica reservado para o estudo das irregularidades 
formais dos signos linguísticos. Quanto ao nível do significado, 
foi necessário distinguir entre dois diferentes sub-níveis: a 
axiologia, estudo dos valores linguísticos ou virtualidades 
significativas das unidades; e a semântica que constitui o 
estudo dos sentidos que assumem as unidades nos contextos 
e situações em que, de fato, acontecem. A axiologia está para 
a semântica assim como a fonologia está para a fonética.
Nesse viés, Martinet (1978) desenvolveu (e outros, a partir dele, 
ampliaram) princípios teóricos que muito auxiliaram em uma análise mais 
técnica e operacional no que diz respeito ao funcionamento das línguas 
em diferentes níveis, indo desde a fonologia, até a semântica. 
Porém, é interessante frisar um ponto que o próprio autor nos revela. 
Ainda que todas as línguas sejam articuladas, cada uma“[...] ARTICULA A 
SEU MODO enunciados e significantes(1978, p. 15 – grifos do autor). 
Linguística Básica
36
Ou seja, embora todas elas tenham, como condição de 
funcionamento, a articulação de partes menores que estruturam unidades 
maiores e mais complexas, cada idioma faz isso de uma maneira distinta 
e particular. 
IMPORTANTE:
E é nessa questão que desejamos uma atenção maior sua, 
pois, a seguir, promoveremos alguns questionamentos 
acerca da relação entre a gramática e a linguística. 
Desta forma, ao falarmos em maneiras distintas e particulares que 
cada língua possui, somos levados a uma série de reflexões, como as de 
Martelotta (2010, p. 43):
Como se dá essa combinação? Os falantes combinam os elementos 
na frase do modo como bem entendem ou existem restrições 
impostas pelas línguas no que diz respeito a esse processo? Se 
existem restrições, qual a sua natureza? Elas provêm dos padrões de 
correção de uso da língua impostos pela comunidade? 
Desde já, podemos afirmar que tais combinações e articulações 
dos diferentes níveis de uma língua não são feitas de modo aleatório e 
individual pelos falantes, mas sim seguem “[...] tendências de colocação 
que parecem estar associadas ao conhecimento geral que possuem de 
sua própria língua” (MARTELOTTA, 2010, p. 43).
Em relação a isso, ao longo da história, vários estudiosos almejaram 
estudar esse conhecimento geral que os falantes têm de suas respectivas 
línguas, formulando interpretações e descrições próprias. Sobre esse 
conjunto de interpretações e descrições, Martelotta (2010, p. 43) dá o 
nome de “gramática”.
Linguística Básica
37
Como nós vimos nas unidades anteriores, os estudos gramaticais 
precederam a Linguística e, mesmo enquanto essa se tornou ciência, as 
gramáticas não foram deixadas de lado, inclusive, essas duas áreas do 
conhecimento estão presentes até hoje.
Todavia, é importante questionarmos acerca de ambas, uma vez 
que elas não são a mesma coisa, embora tenham traços em comuns. 
E, como você será um futuro graduando de Letras, compreender tal 
distinção é fundamental tanto nas pesquisas acadêmicas, quanto nas 
práticas pedagógicas futuras. 
Sabendo disso, vamos começar a discussão com a fala de Orlandi 
(2009, p. 13). nas palavras dela, [...] há uma tendência em se identificar o 
estudo da linguagem como o estudo da gramática”. 
REFLITA:
Aproveitando a contribuição de Orlandi (2009), queríamos 
instigar você a pensar sobre o que ela disse. Por acaso, 
você já parou para pensar acerca dessa diferenciação entre 
estudo da linguagem e o estudo da gramática? 
Então, após essa breve reflexão, vamos aprofundar um pouco sobre 
a diferença entre esses dois campos de estudo. Em relação aos estudos 
gramaticais, Garcia (2011, p. 224) nos mostra que:
Com efeito, até o advento do Cours de Saussure e da Linguística 
Estrutural, as pesquisas empreendidas acerca da linguagem, 
além de motivadas por fatores outros que não a língua por 
ela mesma, pouco mais faziam além de apresentarem 
descrições ou notações do sistema de regras inerente a 
uma língua natural [...]. Em outras palavras: a Protolinguística 
[estudos sobre a linguagem feitas antes de Saussure] ia muito 
pouco além do que atualmente compete ao âmbito das 
gramáticas científicas ou descritivas. 
Linguística Básica
38
Logo, os estudos sobre a linguagem feitos antes de Saussure, 
inclusive, muitos apoiados em pesquisas envolvendo as gramáticas (por 
exemplo, os gregos da antiguidade, os comparativistas-históricos, os 
neogramáticos etc.), buscaram, sobretudo, descrever as línguas por meio 
das suas regularidades, objetivando evidenciar regras e preceitos.
Agora, veja o que Bagno (2019, p. s.n.) nos diz acerca dos estudos 
linguísticos: 
Poucas pessoas têm ideia do que significa ser um linguista e, 
mesmo entre elas, muitas costumam achar que os linguistas 
“combatem” a tradição gramatical [...]. Ao linguista interessa 
todo e qualquer fenômeno de linguagem.
Ou seja, não é descrever, mas sim analisar fenômenos em suas 
variadas formas, pois, conforme vimos nas unidades anteriores, a 
linguagem humana é complexa e multifacetada, não se restringindo 
apenas à língua por ela mesma. Em virtude disso, teorias linguísticas 
foram desenvolvidas, com o intuito de examinar e estudar tais fenômenos. 
Para que você entenda melhor essa diferenciação entre os estudos 
gramaticais e os estudos linguísticos, utilizaremos um exemplo simples, 
que é o caso dos pronomes demonstrativos da língua portuguesa. 
Na visão de Bechara (2009), os pronomes, basicamente, são a 
classe de palavras que acompanham e/ou substituem as palavras 
nominais, principalmente, os substantivos. Entre os vários tipos, existem 
os pronomes demonstrativos:
 • São os que indicam a posição dos seres em relação às três pessoas 
do discurso. Esta localização pode ser no tempo, no espaço, ou no 
discurso:
1ª pessoa: este, esta, isto
2ª pessoa: esse, essa, isso
3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo (BECHARA, 2009, p. 167).
Linguística Básica
39
Você pode observar que há uma descrição, isto é, um detalhamento 
das características principais acerca desse elemento da língua portuguesa, 
logo, o pronome demonstrativo é visto a partir do ponto de vista gramatical. 
Por um outro lado, veja o caso em que o pronome demonstrativo 
está associado em um fenômeno linguístico de ordem textual chamado 
encapsulamento. 
Segundo Koch (2006, p. 93), esse último 
[...] sumariza as informações-suporte contidas em segmentos 
precedentes do texto, sintetizam-nas sob a forma de um 
substantivo-predicativo, atribuindo-lhe o estatuto de objetos-
de-discurso. 
Com o intuito de deixar mais palpável essa definição de Koch (2006), 
observe o trecho abaixo:
(10) Trump ameaça taxar o aço brasileiro novamente. Essa retaliação, 
se deve à negociação com a China.
No trecho (10), observe que o trecho “essa retaliação”, o qual é 
denominado de expressão nominal definida, retoma e encapsula um 
trecho maior, no caso, “Trump ameaça taxar o aço brasileiro novamente”. 
Contudo, ele não só retoma, mas também atribui um estatuto de objeto-
de-discurso, isto é, há um posicionamento por parte do falante em relação 
ao o que foi dito, demonstrando um viés argumentativo dele. 
Isso se deve não só por ele ter usado o adjetivo “retaliação”, mas 
também o pronome demonstrativo “essa”, o qual direcionou a característica 
de retaliar a algo ao trecho anterior. Vale lembrar que, segundo Braganholo 
(2009, p. 1),
As expressões nominais definidas são sintagmas nominais 
formados por um determinante (artigo definido ou pronome 
Linguística Básica
40
demonstrativo) e um nome, ou ainda por um determinante, 
um modificador e um nome (sendo os dois últimos não 
necessariamente nessa ordem). 
VOCÊ SABIA?
As expressões nominais definidas são muito recorrentes 
em vários tipos de texto. Porém, elas estão aparecendo 
mais naqueles em que as interações entre os falantes são 
mais comuns, como em tuítes, postagens de facebook e 
blogs na internet. Se tiver interesse em saber mais sobre 
isso, sugerimos o artigo completo de Braganholo (2009), 
cujo título é “As expressões nominais nos comentários de 
blog”: http://nehte.com.br/hipertexto2009/anais/a/as-
expressoes-nominais.pdf.
Desta forma, observe que, diferentemente de descrever, esse caso 
anterior analisou um fato linguístico, um fenômeno que ocorre no dia a dia 
dos falantes. E, para tal, foi necessário se apoiar em uma teoria linguística 
(mais especificamente, na Linguística Textual). 
Além disso, é interessante frisar que os conhecimentos produzidos 
pelos estudos gramaticais podem ser utilizados pelos estudos linguísticos, 
como também esses podem empregar as contribuições daqueles, 
evidenciando uma troca enriquecedora entre esses dois campos do saber. 
Linguística Básica
http://nehte.com.br/hipertexto2009/anais/a/as-expressoes-nominais.pdf
http://nehte.com.br/hipertexto2009/anais/a/as-expressoes-nominais.pdf
41
Abordagem da gramática tradicionalnos 
estudos linguísticos
Após refletirmos um pouco sobre a diferença entre estudos 
linguísticos e os estudos gramaticais, discutiremos agora sobre a 
abordagem da gramática tradicional e seus desdobramentos nos estudos 
linguísticos. 
Para isso, devemos relembrar da fala de Martelotta (2010). Conforme 
o autor nos diz, a gramática representa o conjunto de interpretações e 
descrições direcionadas a uma determinada língua. 
Nesse viés, ele ainda aprofunda um pouco, dizendo que o termo 
gramática “[...] é utilizado para designar os estudos que buscam descrever 
a natureza desses elementos [que compõem a língua] e suas restrições 
de combinação (MATERLOTTA, 2010, p. 44). 
No que diz respeito a isso, vale ressaltar que não existe a gramática, 
mas sim gramáticas, isto é, mais de um tipo delas. Inclusive, para 
(TRAVAGLIA, 2017, p. 12) “[...] a gramática não é um fato ou fenômeno 
singular, mas um fato ou fenômeno plural”.
Só para você ter uma ideia, podemos elencar aqui, por exemplo, 
a gramática histórico-comparativa, a gramática gerativa, a gramática 
funcional e, aquela que iremos detalhar agora, a gramática tradicional.
Linguística Básica
42
Figura - Exemplo de um tipo de gramática - Gramática Funcional
Fonte: https://www.editoracontexto.com.br/produto/gramatica-funcional-interacao-
discurso-e-texto/1496532
Assim, é importante frisar que focaremos e discutiremos a influência 
da abordagem da gramática tradicional no contexto brasileiro. Isso se 
justifica, pois não só ela é a mais conhecida popularmente, como também 
está mais presente tanto no ambiente acadêmico, quanto no na educação 
básica nacional. 
Inclusive, esse fato instiga pesquisas e questionamentos relevantes, 
e, de igual intensidade, causa confusões de entendimento, as quais 
impactam, principalmente, no dia a dia dos falantes brasileiros e também 
no cotidiano escolar dos estudantes de língua materna.
Considerando isso, vamos começar por uma possível definição a 
partir de Martelotta (2010, p. 45) sobre a gramática tradicional:
Linguística Básica
https://www.editoracontexto.com.br/produto/gramatica-funcional-interacao-discurso-e-texto/1496532
https://www.editoracontexto.com.br/produto/gramatica-funcional-interacao-discurso-e-texto/1496532
43
A gramática tradicional, também chamada de gramática 
normativa ou gramática escolar, é aquela que estudamos na 
escola desde pequenos. Nossos professores de português nos 
ensinam a reconhecer os elementos constituintes formadores 
dos vocábulos (radicais, afixos, etc.), a fazer análise sintática, 
a utilizar a concordância adequada, sempre recomendado 
correção no uso que fazemos da nossa língua.
Conforme vimos em unidades anteriores, ela teve seu berço na 
Grécia antiga. Inicialmente, os pensadores gregos objetivavam filosofar 
acerca da relação entre a linguagem e a lógica, estabelecendo leis e 
regras do pensamento. 
Em virtude disso, podemos destacar um desdobramento desses 
estudos, o qual produz ecos até hoje.
Ao lado dessa preocupação de caráter filosófico, a gramática 
grega apresentava uma preocupação normativa, ou seja, 
assumia a incumbência de ditar padrões que refletissem o uso 
ideal da língua grega. Podemos ver a tendência normativa da 
gramática grega na atitude de impor o dialeto ático como o 
ideal (MARTELOTTA, 2010, p. 46).
VOCÊ SABIA?
O dialeto Ático era uma modalidade do Grego falado na 
região central de Atenas.
Linguística Básica
44
Figura - Dialeto Ático falado na região de Atenas.
Fonte: Wikimedia Commons | Renato de carvalho ferreira | CC BY-SA 3.0 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Map_Peloponnesian_War_431_BC-pt.svg
Observe que Martelotta (2010) não falou sobre o Grego antigo, mas 
sim de uma modalidade específica desse, o dialeto Ático.
Assim, tal preocupação normativa acabou atravessando séculos 
posteriores. Depois do dialeto Ático do Grego antigo, foi a vez do Latim na 
época da Roma antiga até o fim da era Medieval e, em seguida, as línguas 
faladas na Europa durante o séc. XVI até o início da época contemporânea, 
período em que a gramática normativa começa a perder 
[...] força com o surgimento dos primeiros linguistas no século 
XIX, sendo apenas mais tarde retomada por Chomsky e pelos 
linguistas gerativistas (MARTELOTTA, 2010, p. 46). 
Linguística Básica
45
Logo, pode-se notar que a sua influência é grande até hoje, uma 
vez que ela se faz presente desde muito tempo atrás, ainda que com 
formas diferentes. 
Todavia, a questão central que pretendemos aprofundar e 
problematizar neste momento é a abordagem de natureza normativa que 
a gramática tradicional possui.
A fim de detalhar isso, lançamos mão da citação de Görski e Coelho 
(2009, p. 78):
Quando nos reportamos à gramática normativa, de imediato 
nos vem à mente a palavra “norma”. Em termos gerais, a 
noção de norma corresponde à regra. No caso da gramática 
normativa, trata-se de prescrição de regras a serem seguidas 
sob pena de se incorrer em erro.
De uma outra forma e indo ao encontro aos autores anteriores, 
Travaglia (1996, p. 30) afirma que a gramática normativa é “[...] aquela que 
estuda apenas os fatos da língua padrão, da norma culta de uma língua, 
norma essa que se tornou oficial”.
EXPLICANDO MELHOR:
Em outras palavras, os autores afirmam que a abordagem 
da gramática tradicional gira em torno da descrição e da 
prescrição de uma forma ideal de se falar uma língua por 
parte dos falantes dela. 
Em relação a isso, vários autores questionam diretamente essa 
postura, como você pode ver em Martelotta (2010, p. 46),
Não há como negar que existe uma influência dos padrões 
de correção impostos pela gramática [tradicional] sobre as 
Linguística Básica
46
restrições de combinação dos elementos linguísticos, que 
tende a crescer à medida que aumenta o nível de escolaridade 
do falante ou o grau de formalidade exigido pelo contexto de 
uso. Entretanto, propor que as restrições de combinação se 
explicam basicamente pelos ideias de correção não parece 
ser uma boa estratégia, já que todas as línguas do mundo 
apresentam, em número extremamente elevado, construções 
alternativas aos padrões gramaticais.
E também em Görski e Coelho (2009, p. 78-79):
[...] , no âmbito dos estudos linguísticos, a norma diz respeito 
à língua em funcionamento nas mais diferentes situações 
comunicativas. Entende-se a norma linguística como o 
conjunto de usos e atitudes (valores socioculturais agregados 
às formas) comuns a determinados grupos sociais, que 
funciona como um elemento de identificação de cada grupo 
(FARACO, 2002, p. 39). Em sociedades diversificadas como a 
nossa existem, então, várias normas: a norma linguística dos 
pescadores de determinada região, a norma linguística das 
comunidades rurais, a norma linguística dos moradores do 
morro, e assim por diante.
Desta forma, você pode notar que a gramática tradicional, no 
caso da língua portuguesa, possui o objetivo de não só descrever uma 
modalidade do português falado no Brasil, mas também de prescrevê-la, 
isto é, determinar que tal forma ideal deve ser priorizada ao se falar e se 
escrever a nossa língua materna. 
Em virtude disso, as demais formas, uma vez que não existe só a que 
foi idealizada, são excluídas e desprezadas. A partir dessa postura é que 
nasce termos específicos, como “língua padrão” e/ou “língua culta”, o “certo 
a se falar”, “você fala errado” etc., Conforme Mendes (2012, p. 3) atesta, 
Linguística Básica
47
[...] o termo norma designa uma variedade de língua que, em 
determinado período, se impõe e é imposta por todo um 
aparato prescritivo como o modelo por meio do qual todos 
os comportamentos linguísticos devem ser medidos. Trata-
se da língua “correta”, do “bom uso”, definições que levam à 
classificação de todas as outras formas possíveis como erros 
ou incorreções.
Portanto, o que queremos frisar agora é a abordagem que a gramática 
tradicional tem nos estudos linguísticos,isto é, o seu caráter normativo 
e prescritivo, descrevendo não só uma forma de se falar/;escrever uma 
língua, mas também estabelecendo-a tal qual a maneira ideal e oficial 
a qual deve ser seguida pelos falantes de um idioma. Esse fato gera 
bastante discussão, principalmente, entre os cientistas da linguagem até 
hoje e também produz consequências não só no contexto acadêmico, 
mas também em inúmeros setores sociais. Mas, isso é um tema que 
veremos na próxima unidade.
ACESSE:
Assim, antes de encerrarmos esta parte do nosso material 
didático, convidamos você a ouvir a canção da banda 
“O Teatro Mágico” denominada “zaluzejo”: https://www.
youtube.com/watch?v=6DZwgaXn0Qc.
Linguística Básica
https://www.youtube.com/watch?v=6DZwgaXn0Qc
https://www.youtube.com/watch?v=6DZwgaXn0Qc
48
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
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HELOISA, M. M. Lima-Salles. O legado de Saussure e o conceito 
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WOODARD, Roger D. The Cambridge Encyclopedia of the World’s 
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2004.
Linguística Básica
Leonardo Teixeira de Freitas Ribeiro Vilhagra
Linguística Básica
	Sintagma e paradigma
	Dupla articulação da linguagem
	Primeira articulação
	A segunda articulação
	Relacionar a economia linguística à dinâmica das línguas
	Relação entre a gramática e a linguística
	Abordagem da gramática tradicional nos estudos linguísticos

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