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HAM III
Um aspecto peculiar na dermatologia é que o exame físico pode ser feito concomitante à 
anamnese. Toda a pele deve ser integralmente inspecionada, incluindo mucosas, órgãos 
genitais e ânus, além de cabelo, unhas e linfonodos periféricos. Tudo isso porque podem 
existir lesões que passaram despercebidas pelo paciente e podem mudar todo o percurso 
para chegar ao diagnóstico correto. Algumas perguntas da anamnese podem ser retomadas 
para uma melhor descrição da lesão.
O examinador deve realizar um exame bem minucioso da lesão, observando sua forma 
(redonda, discoide, retangular), tamanho (em cm ou mm), cor (cor básica, tonalidade), limites 
(definidos, mal definidos), superfície (lisa, rugosa) consistência (dura, flutuante, elástica), 
distribuição (simetria, extensão, topografia), temperatura e sensibilidade (dolorosa, 
anestésica).
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Algumas lesões elementares:
→ Mácula: São modificações das colorações normais da mucosa oral, sem provocar elevação 
ou depressão tecidual. Podem apresentar cores, tamanhos e formas bastante variadas e sua 
origem é devido à presença de melanina ou a partir da associação de outras causas.
→ Pápula: São pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não ultrapassa 
5 mm. Podem ser únicas ou múltiplas. Quando aglomeradas constituem um a placa 
papilomatosa.
→ Nódulo: qualquer lesão sólida, com mais de um centímetro de diâmetro, e cujo surgimento 
está ligado a diversos fatores.
→ Verrucosidade: pápula ou placa papulosa de superfície dura, inelástica e amarelada por 
aumento peculiar da camada córnea.
→ Úlcera: elevação de forma irregular, cor variável do róseo ao vermelho, pruriginosa, com 
duração efêmera.
Aula 13
Semiologia da pele
Resumo
→ Ceratose: é uma alteração da camada mais superficial da pele, que deixa um aspecto 
escamoso ou verrucoso, avermelhado ou castanho, além de áspero e ressecado.
→ Vesícula: São elevações do epitélio contendo líquido no seu interior. A membrana de 
revestimento pode ser fina ou espessa, conforme a lesão esteja localizada sub ou intra 
epitelial. Menores que 3mm.
→ Flictenas/bolhas: Levantamento da pele, devido ao acúmulo de líquido transparente 
geralmente produzido por queimadura; bolha com linfa ou pus, quando infectada.
→ Pústulas: lesões elevadas, normalmente com pontas amarelas que contêm pus.
→ Crostas: consistem em sangue, pus ou líquidos secos na superfície da pele.
→ Escoriações: São ferimentos simples que atingem a camada mais superficial da pele.
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Doenças da pele
IMPETIGO: É uma infecção da pele causada por bactérias do tipo estafilococo ou 
estreptococo. O impetigo é muito contagioso e, por isso, as crianças infectadas devem evitar 
contato com outras até estarem curadas.
A pele da área afetada apresenta feridas com secreção amarelada (placas melicéricas) e 
crostas. Estas lesões costumam surgir sobre regiões nas quais havia algum tipo de lesão 
antes, como uma picada de inseto, esfolado ou coceira. Elas se espalham com relativa rapidez 
por diferentes locais do corpo. Pode haver coceira e, em alguns casos, até formação de 
bolhas (impetigo bolhoso).
ERISIPELA: Erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido 
celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em 
pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de 
deficiência da circulação das veias dos membros inferiores. Não é contagiosa. Nomes 
populares: esipra, mal-da-praia, mal-do-monte, maldita, febre-de-santo-antônio.
A erisipela ocorre porque uma bactéria (Estreptococo) penetra na pele; a porta de entrada 
quase sempre é uma micose entre os dedos (as famosas “frieiras”), mas qualquer ferimento 
pode desencadear o mal. A pele mais favorável é a das pernas inchadas, principalmente nos 
pacientes diabéticos, obesos e idosos.
Os primeiros sintomas podem ser aqueles comuns a qualquer infecção: calafrios, febre alta, 
fraqueza, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele podem se 
apresentar rapidamente e variam desde uma simples vermelhidão, dor e inchaço até a
formação de bolhas e feridas por necrose (morte das células) da pele.
A localização mais frequente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas 
pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa, 
brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as 
bolhas com conteúdo amarelado ou cor de chocolate e, por fim, a necrose da pele. É comum 
o paciente queixar-se de “íngua” (aumento dos gânglios linfáticos na virilha).
CELULITE: A celulite é uma infecção bacteriana que se espalha na pele e nos tecidos que se 
encontram imediatamente por debaixo dela. A celulite é mais comumente causada pelas 
bactérias Streptococcus e Staphylococcus. Os estreptococos propagam-se rapidamente pela 
pele, porque produzem enzimas que tornam difícil a limitação da infecção pelo tecido. A 
celulite causada por estafilococos geralmente ocorre em feridas abertas e bolsas cheias de 
pus (abscessos de pele). Muitas outras bactérias também podem provocar celulite. 
Recentemente, uma cepa de  Staphylococcus  que é  resistente a antibióticos anteriormente 
eficazes  se tornou uma causa mais comum de celulite. Essa cepa é chamada 
de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM). Pessoas expostas em um hospital 
ou centro de cuidados de enfermagem comumente contraem uma cepa particular de SARM 
que pode responder aos antibióticos de modo diferente de outras cepas de SARM, mais 
comuns fora desses estabelecimentos de saúde.
As bactérias geralmente penetram por pequenas fissuras na pele, resultantes de arranhões, 
picadas, cirurgia, queimaduras, infecções fúngicas (como pé de atleta), mordidas de animais e 
distúrbios da pele. As áreas da pele inchadas com líquido (edema) estão mais vulneráveis. No 
entanto, a celulite também pode ocorrer na pele que, aparentemente, não foi lesionada.
A celulite surge mais comumente nas pernas, mas pode ocorrer em qualquer local. A celulite 
geralmente afeta apenas um lado do corpo, como uma mão ou uma perna.
Os primeiros sintomas de celulite são vermelhidão, dor e sensibilidade em uma área da pele. 
Esses sintomas são causados tanto pelas bactérias quanto pelas tentativas do organismo de 
lutar contra a infecção. A pele infectada fica quente e inchada e pode apresentar um aspecto 
ligeiramente pontilhado, como a casca de uma laranja. Por vezes, surgem bolsas cheias de 
líquido, que podem ser pequenas (vesículas) ou grandes (bolhas). Os limites da área afetada 
não são muito claros, exceto na forma da celulite chamada erisipela.
HANSENÍASE: A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, 
causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os 
nervos periféricos (braços e pernas), com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo 
acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o 
tratamento inadequado.
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
→ Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele 
com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao 
tato);
→ Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento 
(engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
→ Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
→ Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
→ Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos 
e/ou nos pés;
→ Caroços (nódulos) no corpo, em algunscasos avermelhados e dolorosos. 
LEISHMANIOSE: A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que 
provoca úlceras na pele e mucosas. A doença é causada por protozoários do gênero 
Leishmania. No Brasil, há sete espécies de leishmanias envolvidas na ocorrência de casos de 
LT. As mais importantes são: Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) guyanensis e 
L.(V.) braziliensis. A doença é transmitida ao ser humano pela picada das fêmeas 
de flebotomíneos (espécie de mosca) infectadas.
Os sintomas da Leishmaniose Tegumentar são lesões na pele e/ou mucosas. As lesões de pele 
podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Elas apresentam aspecto de úlceras, com 
bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor.
As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz, 
podem ocorrer:
→ entupimentos;
→ sangramentos;
→ coriza;
→ aparecimento de crostas;
→ feridas.
Na garganta, os sintomas são:
→ dor ao engolir;
→ rouquidão;
→ tosse.
 
J.I.H., mulher, 30 anos, primigesta, branca, procura atendimento médico por apresentar mancha 
hipocrômica na coxa direita com diminuição da sensibilidade ao frio, anidrose e alopecia. 
Diagn.: Hanseníase.
 Semiologia médica / Celmo Celeno Porto ; coeditor Arnaldo Lemos Porto. 8. ed. Rio de 
Janeiro : Guanabara Koogan, 2019.
Caso clínico
Referências

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