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TEMA 03 - Crimes Patrimoniais I - Aula II Roubo

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MÓDULO 9: CRIMES EM ESPÉCIE 
 
TEMA 3 – CRIMES PATRIMONIAIS I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
O direito à propriedade, consagrado em texto constitucional, no artigo 5º, caput, é tutelado pelo 
Código Penal no Título II, “Dos Crimes Contra o Patrimônio”, abrangendo os delitos de furto, 
roubo, extorsão, usurpação, dano, apropriação indébita, estelionato e receptação. 
 
O crime de roubo, previsto no Capítulo II, do Título II, abrange a modalidade própria (artigo 157, 
caput), imprópria (artigo 157, § 1º), roubo majorado (artigo 157, § 2º) e o roubo qualificado pelo 
resultado lesão grave ou morte (artigo 157, § 3º) 
 
Roubo 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade 
de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência 
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a 
detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 
 Bem jurídico tutelado: patrimônio + integridade física e liberdade individual da vítima. 
 
 Sujeito Ativo: crime comum. Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime de roubo. 
 
 Sujeito Passivo: crime comum. Qualquer pessoa física ou jurídica, desde que proprietária 
ou possuidora, pode ser sujeito passivo do crime de roubo, além da pessoa que sofre a grave 
ameaça ou a violência, que com aquela pode não se confundir. Logo, é possível a existência 
de duas vítimas de maneira concomitante. 
 
Tratando-se o roubo de um crime complexo, aquele que tutela diversos bens jurídicos, 
consumada a agressão, mas não a subtração, já se pode cuidar da tentativa de roubo, pois a 
execução teve início pela porta da agressão1. 
 
 Conduta: apoderamento em definitivo + grave ameaça ou violência ou reduzir a vítima à 
impossibilidade de resistência + objeto material. 
 
 
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 379. 
 
Aula II – Roubo 
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Quanto às elementares “subtrair” e “coisa alheia móvel”, remetemos o aluno aos comentários 
tecidos quando do estudo referente ao crime de furto, aplicando idêntico entendimento. 
 
A grave ameaça é o prenúncio de um acontecimento desagradável, com força intimidativa, 
desde que importante e sério. O termo violência, quando mencionado nos tipos penais, como 
regra, é traduzido como toda forma de constrangimento físico voltado à pessoa humana. É 
preciso lembrar, no entanto, adverte Guilherme de Souza Nucci, que violência, na essência, é 
qualquer modo de constrangimento ou força, que pode ser física ou moral. Logo, bastaria 
mencionar nos tipos, quando fosse o caso, a palavra violência, para se considerar a física e a 
moral, que é a grave ameaça. Mas, por tradição, preferiu o legislador separá-las, citando a 
grave ameaça (violência moral) e a violência, esta considerada, então, a física ou real2. 
 
O caput do artigo 157 traz exemplificações de como reduzir a capacidade de resistência da 
vítima – mediante grave ameaça ou violência-, generalizando, em seguida, ao mencionar 
“qualquer outro meio”. É o que se convencionou chamar de violência indireta ou imprópria. 
Seria o exemplo do agente que droga a vítima para, enquanto ela estiver desacordada, subtrair 
os seus pertences. 
 
 Objeto material: coisa alheia móvel + pessoa contra quem a grave ameaça ou a violência 
foi empregada. 
 
 Elemento subjetivo: dolo + elemento subjetivo específico “para si ou para outrem” 
 
O elemento subjetivo é o dolo específico de subtrair a coisa para si ou para outrem. 
 
É a intenção do agente de apoderar-se, em caráter definitivo, da coisa alheia. 
 
 Consumação e tentativa: Súmula 582, do STJ - “Consuma-se o crime de roubo com a 
inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, 
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada”. 
 
A Súmula 582, do STJ, veio expurgar qualquer dúvida acerca da necessidade, ou não, de 
obtenção da posse mansa e pacífica para a consumação do roubo. 
 
O enunciado é claro ao prescrever que o roubo se consuma quando o agente retira o bem da 
esfera de disponibilidade e vigilância da vítima, cessando a violência ou a grave ameaça. Não 
há necessidade de manter posse mansa e pacífica, que seria o equivalente a desfrutar da 
 
2 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 378. 07
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coisa como se sua fosse3. 
 
No entanto, adverte Nucci que o mínimo que se exige de um delito, classificado como material, 
quanto à consumação, é atingir o bem jurídico por completo, no caso, misto (patrimônio + 
incolumidade física). Simplesmente tocar no bem não parece suficiente; retirá-los das mãos da 
vítima, mas ser preso na frente desta, sem que o bem fuja ao controle de seu proprietário ou 
possuidor, também não4. 
 
Roubo Próprio & Roubo Impróprio 
O roubo próprio, previsto no caput, do artigo 157, é a autêntica forma de praticar o delito em 
estudo, isto é, o agente, mediante violência (física ou moral), subtraiu coisa alheia móvel, para 
si ou para outrem. 
 
Entretanto, existe uma segunda forma, prevista no § 1º, denominada de roubo impróprio, que 
se realiza quando o autor da subtração conseguiu a coisa sem se valer dos típicos 
instrumentos para dobrar a resistência da vítima, mas é levado a empregar violência ou grave 
ameaça após ter o bem em suas mãos, tendo por finalidade assegurar a impunidade do crime 
ou a detenção da coisa definitivamente5. 
 
O roubo impróprio nada mais é do que a conduta amoldável ao crime de furto, seguida de 
emprego de violência ou grave ameaça com a finalidade de assegurar a impunidade do agente 
ou a vantagem da coisa subtraída. 
 
A caracterização do roubo impróprio exige o prévio apoderamento do bem. Imagine um agente 
que, prestes a se apoderar de um computador, é surpreendido pela vítima, sem, repita-se, 
retirar o bem do lugar, optando por sacar a arma de fogo e desferir tiros contra ela, causando a 
sua morte. Neste caso, não há roubo impróprio, diante da inexistência de apoderamento do 
bem, mas tentativa de furto em concurso material com o crime de homicídio. 
 
Discute-se sobre a possibilidade de tentativa no roubo impróprio. A melhor posição é no sentido 
da possibilidade de praticar um roubo impróprio tentado quando o agente, apesar de ter 
conseguido a subtração, é detido por terceiros no instante emque pretendia usar violência ou 
grave ameaça. Imagine um agente que subtrai a bicicleta da vítima e, quando pretendia 
escapar, notando a aproximação da vítima, aponta-lhe a arma, ameaçando-a de morte. Se 
neste momento for preso, haverá uma tentativa de roubo impróprio. 
 
Por outro lado, caso, após subtraída a bicicleta, o agente é encontrado instantes depois, em 
uma situação que o faça presumir ser o autor da subtração, mesmo que haja possibilidade de 
 
3 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 382. 
4 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 383. 
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flagrante pelo crime de furto consumado, caso haja violência ou grave ameaça, não há mais 
viabilidade de se enquadrar a conduta como tentativa de roubo impróprio, mas sim furto 
consumado em concurso material com crime autônomo. 
 
Por fim, consoante explicitado acima acerca da imprescindibilidade de apoderamento do bem 
para a caracterização do roubo impróprio, caso o agente esteja subtraindo o bem (não 
conseguiu fazê-lo ainda), quando a vítima se aproxima entrando em luta corporal com o ladrão, 
que é preso em seguida, deve-se falar em tentativa de furto seguida de eventual crime contra a 
pessoa6. 
 
Causas de Aumento 
 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
 
As circunstâncias presentes no § 2º do artigo 157 são popularmente denominadas de 
qualificadoras, embora sejam apenas causas de aumento, impondo a lei um aumento, que 
pode variar de um terço até a metade, incidentes na terceira fase do sistema trifásico. 
 
O mencionado parágrafo prevê cinco majorantes e uma faixa para o aumento da pena, de 
modo que o julgador, em análise ao caso concreto, pode trabalhar a elevação necessária sem 
ficar adstrito a um critério matemático. Esse é o teor da Súmula 443, do STJ: 
 
“O juiz deve fundamentar a necessidade do aumento considerando os fins da pena e não 
mais a quantidade de majorantes”. 
 
Conforme ensinamentos de Nucci 7 , deve haver a elevação necessária (entre um terço e 
metade) e suficiente para, no entendimento do julgador, punir de modo justo o crime, com as 
circunstâncias presentes, sem qualquer critério matemático fixo. A presença de uma só causa 
de aumento pode ser tão relevante e grave que justifique o aumento de metade da pena. Por 
outro lado, duas causas de aumento podem ser de mínima ofensividade, no caso concreto, 
determinando o aumento de apenas um terço. Em suma, não se deve aceitar um critério 
matemático para a fixação da pena. 
 
6 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 385. 
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 Emprego de arma 
Arma é o instrumento utilizado para defesa ou ataque. Há duas classificações: (i) arma própria: 
são os objetos fabricados com a finalidade específica de defesa ou ataque, como arma de 
fogo, espada, punhal, lança; (ii) arma imprópria: são os demais instrumentos que podem ser 
utilizados como meios de defesa ou de ataque, tais como martelo, faca, cadeira arremessada 
pelo agressor, garrafas de vidro etc. 
 
O tipo penal em comento contempla tanto a arma própria quanto a imprópria, pois ambas 
apresentam maior perigo à incolumidade física da vítima8. 
 
É assente na doutrina e na jurisprudência que a arma de brinquedo não majora o crime de 
roubo, servindo apenas para a configuração da grave ameaça. Isso porque, adotando-se o 
critério objetivo, a arma de brinquedo não acarreta efetivo perigo à vítima, por não possuir 
potencialidade lesiva concreta. 
 
As Cortes Superiores dispensam a apreensão da arma de fogo para a caracterização da 
majorante, bastando a prova de sua existência, o que se dá, primordialmente, por meio de 
provas testemunhais. Somente é exigido laudo pericial caso o crime deixe vestígios materiais 
(art. 158, CPP). O uso da arma para concretizar a grave ameaça, por exemplo, é conduta 
independente, que não deixa rastro algum9. 
 
 Concurso de duas ou mais pessoas 
Computam-se, nesse número, os autores, os partícipes, os inimputáveis e agentes não 
identificados. 
 
Assim como ocorre na qualificadora do furto, não há necessidade de os agentes estarem todas 
presentes no local do crime. Afinal, não se pode esquecer a participação, moral ou material, 
também componente do quadro do concurso de agentes10. 
 
É perfeitamente possível a formação do concurso formal entre o crime de roubo majorado pelo 
concurso de agentes e o delito de corrupção de menores. Não há se falar em bis in idem, pois 
a finalidade normativa dos tipos em questão é diversa. 
 
 Vítima a serviço de transporte de valores + agente tem conhecimento (dolo direto) 
O roubo é mais grave quando o agente subtrai bens de quem está transportando valores 
pertencentes a terceiro. Essa atividade envolve, fundamentalmente, as empresas que se 
 
8 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 387. 
9 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 389. 
10 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 390. 07
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dedicam justamente a esse transporte, constituindo alvo identificável e atrativo aos assaltantes. 
Além disso, o prejuízo, nessas situações, costuma ser consideravelmente alto. Por tais causas, 
ocorre a maior reprovação da conduta11. 
 
 Subtração de veículo automotor transportado para outro Estado ou para o exterior 
Aplicam-se todos os comentários feitos em relação ao furto qualificado. 
 
 Agente mantém vítima em seu poder, restringindo sua liberdade 
Conforme bem pontua Guilherme de Souza Nucci, não é simples distinguir a privação de 
liberdade, componente da causa de aumento do inciso V, do § 2º, do artigo 157, da figura do 
sequestro ou cárcere privado, prevista no artigo 148, do CP. O ponto fulcral é o tempo e a 
finalidade da privação da liberdade. Se a vítima tiver a sua liberdade cerceada durante um 
período limitado, apenas para o roubador assegurar-se do feito, cabe o aumento previsto no 
inciso V. No entanto, se a liberdade da vítima for cerceada por um extenso período, além do 
necessário para assegurar a posse da coisa roubada, configura-se sequestro (art. 148, CP) em 
concurso material12. 
 
Crime de Roubo Qualificado pelo Resultado 
 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave,a pena é de reclusão, de sete a quinze 
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo 
da multa. 
 
O crime qualificado pelo resultado configura-se pela presença de dolo na conduta antecedente 
(roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente (lesões corporais graves – artigo 129, § 1º e § 
2º; morte). O roubo qualificado pelo resultado morte é hediondo, denominado de latrocínio que 
pode ser doloso ou culposo. 
 
Os resultados devem ocorrer durante e em razão da violência empregada no contexto de 
roubo. Faltando uma delas, não incide a qualificadora. Se foi praticado durante (fator tempo), 
mas não em razão do assalto (fator nexo), o crime de roubo não se qualificará pelo resultado 
ocorrido. 
 
Cuidou o legislador de explicitar que é preciso haver, anteriormente, violência, razão pela qual 
não estará configurada a hipótese de latrocínio se, da grave ameaça, resultar lesão grave ou 
morte. Deve haver nexo de causalidade entre a prática do roubo e o resultado morte de 
qualquer pessoa envolvida nesse cenário, ou seja, não necessariamente a vítima do delito 
patrimonial13. 
 
11 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 390. 
12 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 392. 
13 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 393. 07
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As hipóteses possíveis de latrocínio, quanto à forma tentada, são: 
 Roubo consumado + homicídio consumado = latrocínio consumado; 
 Roubo tentado + homicídio tentado = latrocínio tentado; 
 Roubo consumado + homicídio tentado = tentativa de latrocínio 
 Roubo tentado + homicídio consumado = latrocínio consumado. A divergência reside nesse 
ponto, sobrevindo a Súmula 610, do STF, segundo a qual 
 
“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente 
a subtração de bens da vítima”. 
 
Nos dizeres de Nucci, neste último caso, dever-se-ia falar, tecnicamente, em latrocínio tentado, 
pois o crime patrimonial não atingiu a concretização, embora da violência tenha resultado a 
morte. Entretanto, segundo a jurisprudência predominante, como a vida humana está acima 
dos interesses patrimoniais, soa mais justa a punição do agente por latrocínio consumado14. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
“Quanto ao latrocínio com homicídio consumado e tentativa de subtração, temos, no Supremo 
Tribunal Federal, a súmula 610, que hoje serve como bússola para quase toda a 
jurisprudência: SÚMULA 610 – ‘Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda 
que não realize o agente a subtração de bens da vítima.’ Desnecessário esclarecer que se 
trata da corrente majoritária. A súmula 610 não se apresenta (ainda) como súmula vinculante; 
nada obstante a presença dela tem causado quase o mesmo efeito na jurisprudência pátria, 
tendo-se em vista o grande número de decisões no mesmo sentido. Uma segunda posição 
doutrinária entende que, no caso em testilha, teremos latrocínio tentado, porque o latrocínio é 
crime complexo e, como tal, necessita de que os dois tipos penais que o compõem estejam 
consumados; caso contrário, ficará na fase do conatus. Já adiantamos ser esta a nossa 
posição, que mais à frente vamos fundamentar. (...).” 
 
Para a íntegra do texto, segue link abaixo: 
O Latrocínio e a Súmula 610 do STF 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Ementa: Penal. Habeas Corpus originário. Roubo majorado. Momento consumativo. Recurso 
especial provido. Revolvimento de prova. Inexistência. Ausência de ilegalidade ou abuso de 
poder. 1. A autoridade impetrada não revolveu matéria de fato para dar provimento ao recurso 
do Ministério Público. 2. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que “O crime de roubo 
 
14 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal – Vol. 2. RJ: Forense, 2017, pag. 394. 07
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http://www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/o-latrocinio-e-a-sumula-610-do-stf/6994
consuma-se quando o agente, após subtrair coisa alheia móvel, mediante o emprego de 
violência, passa a ter a posse da res furtiva fora da esfera de vigilância da vítima, não se 
exigindo, todavia, a posse tranquila do bem.” (RHC 119.611, Rel. Min. Luiz Fux). 3. Habeas 
Corpus indeferido, revogada a liminar. (STF, HC 123314, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 21/03/2017, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-093 DIVULG 04-05-2017 PUBLIC 05-05-2017). 
 
HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO PRÓPRIO. ROUBO 
TENTADO. DOSIMETRIA. ERESP N. 1154752/RS. CONFISSÃO ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA 
REINCIDÊNCIA. COMPENSAÇÃO INTEGRAL. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA 
PROPORCIONALIDADE. RECONHECIMENTO DA TENTATIVA. DELITO QUE SE CONSUMA 
COM A SIMPLES INVERSÃO DA POSSE, MESMO QUE POR CURTO ESPAÇO DE TEMPO, 
SENDO DESNECESSÁRIA A POSSE MANSA E PACÍFICA OU QUE O BEM TENHA SAÍDO 
DA ESFERA DE VIGILÂNCIA DA VÍTIMA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO 
EVIDENCIADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. - O Superior Tribunal de Justiça - STJ, 
seguindo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal - STF, passou a não admitir o 
conhecimento de habeas corpus substitutivo de recurso previsto para a espécie. No entanto, 
deve-se analisar o pedido formulado na inicial, tendo em vista a possibilidade de se conceder a 
ordem de ofício, em razão da existência de eventual coação ilegal. - No julgamento dos 
Embargos de Divergência n. 1.154.752/RS, esta Corte reconheceu serem igualmente 
preponderantes a atenuante da confissão espontânea e a agravante da reincidência, de forma 
que devem ser compensadas, na realização da dosimetria da pena. 
- Tendo em vista múltipla reincidência do paciente, a compensação integral entre a confissão e 
a reincidência violaria os princípios da individualização da pena e da proporcionalidade. 
- Na hipótese, o aumento da pena na fração de 1/5 é proporcional e está devidamente 
fundamentado na múltipla reincidência do paciente, o que enseja um juízo de maior 
reprovabilidade. 
- A consumação do crime de roubo se dá pela simples inversão da posse material da coisa, 
ainda que por breve tempo, pouco importando se tranquila, podendo haver, inclusive, retomada 
da coisa em virtude de perseguição imediata. Precedentes. 
- Habeas corpus não conhecido. (STJ, HC 397.049/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017). 
 
EMENTAS: AÇÃO PENAL. Crime. Qualificação jurídica. Condenação por latrocínio tentado. 
Subtração consumada. Não consecução da morte como resultado da violência praticada, mas 
apenas de lesão corporal grave numa das vítimas. Dolo homicida reconhecido pelas instâncias 
ordinárias. Impossibilidade de revisão desse juízo factual em sede de habeas corpus. 
Tipificação conseqüente do fato como homicídio, na forma tentada, em concurso material com 
o crime de roubo. Submissão do réu ao tribunal do júri. Limitação, porém, de pena em caso de 
eventual condenação. Aplicação do princípio que proíbe a reformatio in peius. HC concedido 
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para esses fins. 1. Se é incontroverso ter o réu, em crime caracterizado por subtração da coisa 
e violência contra a pessoa, com resultado de lesão corporal grave, agido com animus necandi, 
então os fatos correspondem ao tipo de homicídio na forma tentada, em concurso material com 
o de roubo. 2. Reconhecida, em habeas corpus, a competência do tribunal do júri para rejulgar 
réu condenado por latrocínio tentado, mas desclassificado para tentativa de homicídio, não 
pode eventual condenação impor-lhe pena maior que a já fixada na sentença cassada. 
(STF, HC 91585, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 16/09/2008, 
DJe-241 DIVULG 18-12-2008 PUBLIC 19-12-2008 EMENT VOL-02346-03 PP-00817 RTJ VOL-
00208-01 PP-00251). 
 
CRIME – LATROCÍNIO – DESCLASSIFICAÇÃO AFASTADA. Aquele que se associa a 
comparsas para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima, responde pelo crime de 
latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou a participação se revele de 
menor importância. LATROCÍNIO – PLURALIDADE DE VÍTIMAS – CONCURSO FORMAL 
IMPRÓPRIO NÃO CONFIGURADO. A pluralidade de vítimas em crime de latrocínio não enseja 
a conclusão de ocorrência de concurso formal impróprio. PENA – REGIME DE 
CUMPRIMENTO – PROGRESSÃO. Ante o cumprimento parcial da pena privativa de liberdade, 
incumbe ao Juízo da execução a análise da possibilidade de progressão de regime, tendo por 
base a pena remanescente. 
(STF, RHC 133575, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 
21/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-101 DIVULG 15-05-2017 PUBLIC 16-05-2017). 
 
FONTE BIBLIOGRÁFICA 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais. 4. 
ed. Rio de janeiro: Forense, 2015. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2017. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Vol. 
1. 
 
 
 
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