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Exame físico do abdome

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VITOR PIVOTTO HABILIDADES E ATITUDES 
TERMOS TÉCNICOS 
 Disfagia: dificuldade em engolir por problemas no 
processo de deglutição; 
 Odinofagia: dor ao engolir, geralmente causada 
por inflamação ou lesão no trato digestivo; 
 Pirose: sensação de queimação no peito ou 
garganta, conhecida como azia, ocorre devido ao refluxo 
do ácido do estômago para o esôfago; 
 Regurgitação: passagem involuntária de alimentos 
ou líquidos do esôfago ou estômago, sem náuseas nem 
contrações violentas dos músculos abdominais; 
 Vômito: expulsão forçada do conteúdo estomacal 
através da boca, acompanhada de contrações do 
estômago e náusea; 
 Eructação: liberação de gases do estômago 
através da boca, arroto; 
 Hematêmese: presença de sangue no vômito, 
geralmente indicando sangramento no trato digestivo 
superior; 
 Icterícia: condição em que pele e olhos adquirem 
coloração amarelada pelo acúmulo de bilirrubina, indicando 
problemas no fígado, vesícula biliar ou vias biliares; 
 Dispepsia: sensação de desconforto ou dor no 
abdome superior, geralmente associada a problemas 
digestivos; 
 Esteatorréia: presença de gorduras nas fezes, 
devido a má absorção de gorduras; 
 Flatulência: presença excessiva de gases no trato 
digestivo, resulta em inchaço e desconforto abdominal; 
 Melena: presença de sangue digerido nas fezes, 
resulta em fezes escuras e alcatroadas, indica 
sangramento no trato digestivo superior; 
 Enterorragia: sangue vivo nas fezes, indica 
sangramento no trato digestivo inferior; 
 Distensão abdominal: aumento anormal do volume 
do abdome, resultando em inchaço e desconforto; 
 Constipação intestinal: dificuldade persistente 
em evacuar, fezes duras e infrequentes; 
 Fecaloma: acúmulo de fezes endurecidas no 
intestino, resulta em obstrução intestinal; 
 Diarreia: ocorrência frequente de fezes soltas e 
líquidas. 
INSPEÇÃO 
 OBSERVAR: 
 - Forma; 
 - Volume; 
 - Simetria; 
 - Circulação visível; 
 - Abaulamentos localizados; 
 - Movimentos visíveis (respiratórios, pulsáteis, 
peristálticos); 
 - Condições da cicatriz umbilical; 
 - Tumorações visíveis; 
 - Presença de hérnias; 
 - Distribuição de pelos. 
AUSCULTA 
 Sempre auscultar ANTES da palpação e percussão, 
pois durante os movimentos podem-se alterar os ruídos 
hidroaéreos. 
 Utilizar o diafragma do estetoscópio. 
 Auscultar os quadrantes, observando presença 
ou ausência dos ruídos hidroaéreos: 
 - Normal: ruídos hidroaéreos a cada 5 a 10 
segundos → normal de 5 a 34 movimentos peristálticos 
por minuto; 
 
 
 - Aumentos: podem indicar diarreia e obstrução 
intestinal; 
 - Diminuídos ou ausentes: podem indicar íleo 
paralítico (ausência de ruídos por 5 minutos); 
 Outros sons que podem ser auscultados: 
 - Sopros sistólicos ou sisto diastólicos 
(contínuos); 
 - Sons de coração fetal; 
 - Sopro placentário. 
 Auscultar a aorta, as artérias renais, as artérias 
ilíacas e as artérias femorais. 
PERCUSSÃO 
 Verificar sons em todos os quadrantes: 
 - Timpanismo: presença de ar em vísceras ocas. 
Condições normais em quase todo abdome; 
 - Hipertimpanismo: maior quantidade de ar, 
presente no espaço de Traube; 
 - Sub-maciço: menor quantidade de ar ou 
superposição de uma víscera maciça sobre uma alça 
intestinal; 
 - Maciço: ausência de ar, presente nas áreas de 
projeção do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, 
tumores e cistos com líquido. 
 Avaliar hepatimetria: 
 - Achar o ângulo de Louis (junção do manúbrio 
com corpo do esterno) e percutir o tórax anterior, de 
cima para baixo, na linha hemiclavicular direita. Fazer 
percussão até encontrar submaciez hepática; 
 
Ângulo de Louis. 
 - Contar os espaços intercostais. Determinar o 
limite superior (geralmente quinto ou sexto EI) e inferior 
(geralmente não ultrapassa 1cm do rebordo costal); 
 - Medir a distância entre os limites. 
 
 Pesquisa do espaço de Traube: 
 - Fazer a percussão a partir do quinto ou sexto 
EI, la linha axilar anterior esquerda para determinar limite 
superior (diafragma); 
 - Continuar a percussão crânio-caudal para 
determinar limite inderior (décimo EI, rebordo costal 
esquerdo); 
 - Geralmente, é livre, som hipertimpânico. 
 Com o paciente sentado, fazer punho percussão 
nas costas do paciente, de cima para baixo. 
PALPAÇÃO 
 SUPERFICIAL: 
 Investigação no quatro quadrantes: 
 - Sensibilidade superficial (localização e irradia-
ção); 
 - Resistência muscular na parede (verificar se 
contração muscular, caso exista, é voluntária ou não); 
 - Massas; 
 - Continuidade da parede abdominal (em caso de 
áreas de menor resistênia, colocar uma ou mais poupas 
digitais para reconhecer diástase ou hérnias); 
 - Pulsações; 
 - Reflexo cutâneo abdominal; 
 - Localização das vísceras ou massas palpáveis; 
 
 
 - Identidicar pontos dolorosos: biliar, apendicular, 
esplênico e uretrais. 
 PROFUNDA: 
 Avaliar sensibilidade (descompressão dolorosa); 
 Avaliar tônus muscular; 
 Pesquisa de existência de tumorações, pulsações 
e massas: 
 - Localização; 
 - Volume; 
 - Sensibilidade; 
 - Consistência; 
 - Mobilidade. 
 Investigação das 9 regiões: 
 - Dos órgãos; 
 - Massas palpáveis ou tumorações: 
 * Localização; 
 * Forma e volume; 
 * Sensibilidade; 
 * Consistência (cística, borrachosa, dura 
ou pétra); 
 * Mobilidade; 
 * Pulsatilidade. 
 PONTOS DOLOROSOS: 
Ponto cístico: 
- Ângulo do rebordo costal direito com a borda 
externa do músculo reto abdominal; 
 - Cólica biliar, afecções do esôfago, estômago ou 
duodeno. 
 Pontos uretrais superiores e inferiores: 
 - Bordas laterais dos músculos retos abdominais 
na interseção com a linha horizontal que passa pela 
cicatriz umbilical e com a linha que passa pela crista 
ilíaca ântero-superior; 
 - Gastrite. 
 Ponto apendicular: 
 - Extremidade dos dois terços da linha que une 
espinha ilíaca antero-superior direita e cicatriz umbilical. 
 Ponto xifoidiano: 
 - Logo abaixo do apêndice xifoide. 
 Ponto epigástrico: 
 - Ponto médio entre apêndice xifoide e cicatriz 
umbilical. 
 Ponto esplênico: 
 - Logo abaixo do rebordo costal esquerdo no 
início do terço externo. 
 
 PALPAÇÃO DO FÍGADO 
 Analisar: consistência (parenquimatosa, dura, 
mole ou pétrea), superfície (lisa ou nodular), borda (fina 
ou romba), distância do rebordo costal. 
 Palpar durante a inspiração / fica esperando 
durante a expiração. 
 Técnica de Mathieu (mãos em garra): examinador 
do lado direito, mãos em leve garra posicionadas no 
hipocôndrio direito. 
 Técnica Lemos-Torres: uma mão acima do 
hipocôndrio direito e outra apoiada na lombar 
 
 
(empurrando fígado para cima). Na expiração a mão entra 
e inspiração a mão comprime e desliza para cima. 
 PALPAÇÃO DO BAÇO 
 Normalmente o baço não é palpável, porém, 
quando atinge duas ou três vezes seu tamanho normal 
(esplenomegalia), é possível palpá-lo. 
 Para isso, o examinador à direita, com a mão 
direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior 
durante a inspiração profunda próximo ao rebordo costal 
esquerdo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
• Semiologia Clínica – Porto & Porto; 
• Propedêutica Médica – Bates.

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