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Livro-Texto 2 gestão de custos e finanças

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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Unidade II
5 INSTRUMENTO DE ANÁLISES CONTÁBEIS E CUSTOS
5.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Segundo Iudícibus e Marion (2007), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem como 
objetivo principal apresentar de forma resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações 
realizadas em um determinado intervalo, normalmente de doze meses, mostrando seu resultado (lucro 
ou prejuízo) do período. A DRE é um sistema de informação indispensável para a empresa, pois é utilizado 
pelos administradores para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da sociedade, 
perante acionistas, credores, governo e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo revelar, a 
todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da instituição.
Como o próprio nome sugere, a DRE é formada por contas de resultado. Estas, por sua vez, são 
compostas de custos, despesas e receitas da organização (BORNIA, 2002). Ela é constituída por receitas 
que foram ou serão recebidas e por despesas que foram ou serão pagas, o que indica que o lucro 
inevitavelmente transita pelo caixa da empresa.
Segundo Gomes, Gomes e Almeida (2002) o desempenho da empresa é medido usualmente pelo 
resultado contábil, embasado na contabilidade e na adoção de critérios de reconhecimento de lucro. 
Os resultados desse processo são apresentados através da DRE, que relaciona receitas, despesas, 
ganhos e perdas da organização. Porém, ela não apresenta os efeitos de todos os eventos que 
afetam o caixa da companhia, nem reflete os fluxos de recursos dentro e fora da sociedade durante 
determinado período.
Na DRE é possível aferir um resumo anual de todo fluxo de caixa ocorrido no período. É no resultado 
final que identificamos se há uma rentabilidade do ano ou não, e ele aponta os indicadores que estão 
fora de contesto, facilitando a verificação do causador e entendimento deste resultado. DRE são lucros 
obtidos dentro da empresa, baseados nas vendas de mercadorias, serviços prestados, impostos pagos e 
outras despesas geradas (BORNIA, 2002). Essa demonstração tem um objetivo final, verificar todos os 
ganhos adquiridos de maneira evidente e clara, de modo que faça com que a instituição tome decisões 
financeiras cabíveis para melhorar seus rendimentos.
Os valores aferidos estão distribuídos na DRE da seguinte maneira:
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Unidade II
Receitas
Deduções
Custos
Despesas
Tributos s/ lucro
Participações
Me rcadorias
Serviços
Tributos sobre vendas
Abatimentos
Custo da mercadoria vendida
Custo do serviço prestado
Custo do produto vendido
Despesas administrativas
Despesas comerciais
Despesas financeiras
IRPJ
CSLL
Empregados/entidades etc.
Resultados das atividades 
descontinuadas
Receita líquida
Lucro bruto
Lucro antes de 
impostos
Lucro líquido
Figura 19 
Vamos pensar “operacionalmente”. Há uma lanchonete. Nela, vende-se mercadoria (hambúrgueres, 
batata frita etc.) e produtos (revenda de refrigerante, água etc.). Existe também a prestação de serviço: 
o atendimento no salão e a organização de pequenos eventos, como aniversários.
Se for vendido um hambúrguer, será gerada uma receita de mercadoria. Contudo, a carne do 
hambúrguer foi comprada a R$ 4,00 para ser armazenada em seu estoque. Esse valor é um custo da 
mercadoria vendida. Durante a realização da festa de 15 anos na área VIP, foram cobrados R$ 5.000,00 
pela locação do espaço. Nesse valor, estava incluso o serviço de garçons e recepcionista. O valor 
de R$ 5.000,00 foi uma geração de receita de serviço prestado e os gastos com os funcionários são 
classificados como custo do serviço prestado.
No início do ano foi necessário pagar uma parcela do IPTU. Isso impacta nos resultados? Sim e deve 
ser lançado nas despesas financeiras.
Vamos imaginar que no empreendimento exista uma regra: se o cliente deixa a bebida cair, é 
necessário repô-la sem qualquer tipo de cobrança. Isso impactará nos resultados? Claro! É possível 
lançar, como venda, as duas bebidas e estornar uma como abatimento na DRE. Logo, em sua DRE, haverá 
o custo de duas bebidas e a receita de apenas uma.
Portanto, todas e quaisquer entradas e saídas devem ser, obrigatoriamente, registradas na DRE. 
A seguir temos um modelo da demonstração com todas as informações necessárias.
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Quadro 9 
Previsão de receitas Janeiro
Receita total produtos 
Receita total serviços 
Projeção da Demonstração do Resultado 
Receita bruta 
( - ) Impostos sobre receita bruta 
 5% ISS 
 0,65% PIS 
 3% Cofins 
( = ) Receita líquida 
( - ) Custos variáveis 
( = ) Lucro bruto 
 
( - ) Gastos com pessoal 
 Salários 
 Impostos (13º, férias, INSS, FGTS, 1/3 férias, outros) 
 
( - ) Despesas fixas mensais 
( - ) Gastos gerais/administrativos 
( - ) Verba para marketing 
( - ) Depreciação 
 
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda e juros 
( - ) Pagamentos empréstimos 
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda (Lair) 
( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social (24%) 
( = ) Lucro líquido 
Agora vamos explicar cada um dos itens que compõem a DRE. Este instrumento inicia-se com 
as receitas brutas, ou seja, tudo aquilo que entra como finanças na organização. Uma instituição 
pode ter como fonte de receita produtos (bens tangíveis), receitas (bens intangíveis) ou os dois. 
Na DRE deve-se separar os dois itens, porque na etapa de pagamento de impostos o Imposto sobre 
Serviço (ISS) é calculado apenas sobre os serviços, já os impostos PIS e Cofins são calculados sobre as 
duas fontes de receita.
É sobre a receita bruta total que são descontados os impostos PIS, Cofins e ISS. Após os descontos 
dos tributos obtém-se a receita líquida.
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Unidade II
 Observação
O lucro líquido (final da DRE) deve ser sempre menor que a receita bruta.
A partir da receita líquida são deduzidos os custos variáveis que incluem o pagamento dos fornecedores 
e os custos de venda. Desta conta obtém-se o lucro bruto. Trata-se da receita líquida deduzida dos custos 
de produção, que, por sua vez, objetiva mostrar a lucratividade das operações da empresa.
Do lucro bruto são deduzidas todas as despesas fixas e operacionais da organização, que vão desde os 
pagamentos de salários e tributos trabalhistas até a depreciação dos bens materiais. Ao final das deduções, 
temos o Lucro antes do Imposto de Renda e Juros. Aí então a companhia deve subtrair desse valor os 
empréstimos da organização (caso existam) e o resultado é chamado de Lucro antes do Imposto de Renda. 
Dele, subtrai-se o Imposto de Renda e a Contribuição Social, para só então chegarmos ao lucro líquido. 
Se compararmos a receita bruta com o lucro líquido, podemos aferir a lucratividade da instituição.
Vamos entender sobre os valores que são abatidos sobre o lucro bruto:
Despesas com pessoal – salários e impostos: nestes valores são somados os salários, contribuições 
sociais e encargos trabalhistas. Por exemplo:
Considere que o salário do funcionário em questão é de R$ 2.000 por mês. Qual o custo total deste 
mesmo funcionário para a empresa?
Para saber o valor gasto mensalmente com um funcionário é preciso, primeiramente, considerar 
alguns dados e custos anuais também. Veja quais são eles a seguir:
• FGTS anual: 12 x 8% do salário ao mês = 12 x R$ 160,00 = R$ 1.920,00.
• Férias: valor integral = R$ 2.000.
• 1/3 de férias: salário/3 = R$ 666,66.
• 13º salário: valor integral = R$ 2.000.
• FGTS mensal: 8% do salário mensal = R$ 160.
• Provisão mensal: soma de todos os demais custos abordados anteriormente (FGTS anual + Férias + 1/3 
de férias + 13º salário) divididos por 12 meses = 1920 + 2000 + 666,66 + 2000 = 6.586,66 / 12 
= R$ 548,88.
Considere ainda o custo de R$ 8 por dia pagos como vale-transporte e mais R$ 15 diários para 
vale-alimentação do seu funcionário, bem como outras despesas que sua empresa possa vir a ter devido 
a oferecerbenefícios, por exemplo.
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
• Vale-transporte: 22 x R$ 8 = R$ 176,00.
• Vale-alimentação: 22 x R$ 15 = R$ 330,00.
Para encontrar o valor final, lembre-se ainda das deduções permitidas e previstas em lei, como é o 
caso do desconto do INSS e de parte do que é gasto com vale-transporte:
• INSS: 9% do salário = R$ 180,00; e
• Vale-transporte: 6% do salário = R$ 120,00.
Confira o fechamento parcial – visto que podem existir variações conforme benefícios, descontos, 
números de dias trabalhados e horas extras – desta folha.
• Total de custos: R$ 1.214,88.
• Total de deduções: R$ 300,00.
• Gasto mensal totalizado do funcionário (salário + demais custos): R$ 2.914,88.
Portanto, o custo de um funcionário para uma empresa é o salário somado a 45% de encargos sobre 
o salário.
• Despesas fixas mensais: incluem aluguel, energia, condomínio, salários (estes deduzidos na 
parte de gastos com pessoal), limpeza. São aquelas com que a organização terá que arcar todos 
os meses, indiferentemente da quantidade vendida e da receita aferida.
• Gastos gerais administrativos: são os gastos gerais da organização como material de escritório, 
manutenção, reformas. Eles se diferem dos gastos operacionais, porque os gastos operacionais estão 
diretamente ligados à fabricação do produto final a ser vendido (matéria-prima, por exemplo).
• Verba para marketing: toda organização deve reservar uma verba para investimento em 
marketing. Manutenção do site, material promocional, brindes e outros devem estar previstos 
nesta verba.
• Depreciação: é um valor que os bens imóveis da organização vão perdendo ao longo de tempo.
Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens 
sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de 
depreciação de um bem será fixada em função do prazo, durante o qual se 
possa esperar utilização econômica. A quota de depreciação a ser registrada 
na escrituração contábil da pessoa jurídica, como custo ou despesa 
operacional, será determinada mediante aplicação da taxa de depreciação 
sobre o valor do bem em reais (PORTAL DA CONTABILIDADE, [s.d.]).
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Unidade II
Vejamos um exemplo:
• Valor de edificações da sede: R$ 105.000,00
• Taxa anual de depreciação: 4%
• Valor da depreciação no ano: R$ 105.000,00 x 4% = R$ 4.200,00
• Valor da depreciação mensal: R$ 4.200,00 : 12 meses = R$ 350,00
Ao final dos descontos de todos os valores sobre o lucro bruto, encontra-se o Lucro antes de Juros e 
Imposto de Renda, que corresponde ao resultado da organização após o lucro bruto ter todas as despesas 
financeiras descontadas. O Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social (CSLL) são impostos pagos 
levando em base o faturamento da empresa (lucro presumido) ou sobre o resultado total obtido por meio 
da contabilidade completa (lucro real); por este motivo, este pagamento se dá ao final da DRE. É importante 
se calcular o Lajir, porque deve-se considerar despesas com juros, amortizações e receitas com rendimentos 
de aplicações financeiras, valores que dificilmente podem se perpetuar em uma instituição, e que após um 
determinado período, irá sair dos descontos dos ganhos organizacionais (BORNIA, 2002).
Do Lajir é descontado o valor dos empréstimos que a organização tem. Não confunda tais empréstimos 
com capital social. Muitas organizações recorrem a linhas de créditos bancárias para investimento e 
ampliação das atividades organizacionais, e o valor da parcela do empréstimo deve ser descontada do 
Lajir. Nem todas sociedades têm este valor a ser pago (empresas que não têm empréstimos), e caso não 
tenham, o Lajir será igual ao Lair.
Lair é o Lucro antes do Imposto de Renda que traz o resultado obtido por um negócio sem a aplicação 
das taxas financeiras que acontecem na execução da cobrança do Imposto de Renda. O Lair pode ser 
um valor interpretado como um indicativo se o mês foi ou não lucrativo para a organização e ele servirá 
como base para o pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social da empresa. Se o Lair for 
negativo (prejuízo), não há pagamento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
 Lembrete
Lair não é o resultado da DRE, apenas o valor encontrado antes do 
pagamento de impostos.
O último desconto a ser efetuado na DRE é o pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição 
Social. A CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), de acordo com Cogan (2005), é um tributo 
federal que incide sobre todas as pessoas jurídicas (PJ) e suas arrecadações são revertidas para a 
seguridade social (serviços públicos destinados a aposentadoria, seguro-desemprego, direitos à saúde). 
A CSLL (CSSL) foi instituída pela Lei n. 7.689, de 1988. A alíquota de desconto é de 9% para pessoas 
jurídicas em geral e 15% no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros 
privados e de capitalização. Já o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica é um tributo a ser pago por 
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
todas as empresas devidamente registradas e com um registro de CNPJ. A exceção fica por conta das 
instituições enquadradas no regime Simples Nacional. Nesse caso, é assegurada a forma simplificada de 
pagamento das obrigações tributárias. A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o 
imposto à alíquota de 15% sobre o lucro, e sociedades que atuam com atividades filantrópicas, culturais, 
recreativas e científicas são isentas do pagamento do Imposto de Renda.
Após todos estes descontos chegamos ao lucro líquido da organização. Trata-se do rendimento 
real de uma empresa, ou seja, efetivamente, o que ela lucrou depois de honrar todos os seus 
compromissos financeiros.
Para melhor entendermos como se desenvolve uma DRE, vamos elaborar um instrumento de 
análises com base em uma agência de viagens fictícia. Ela será hipoteticamente chamada de Future UP 
e apresentará os seguintes dados financeiros no ano de 2019:
Tabela 3 – Investimento em bens de R$ 15.327,65
Gastos bens Qnt. Unidade Valores
Computadores 4 R$ 1,229.00 R$ 4.916,00
Impressora HP Laserjet P1102w Laser 1 R$ 344.00 R$ 344,00
Cadeira p/ escritório exec. de courino com regulagem de altura - importada - 
Plicosa HK 8 R$ 107,97 R$ 863,80
Conjunto de 2 mesas tamburato + Armário + Balcão 2 portas + 3 nichos exec. + 
porta revi. 2 R$ 2,792.91 R$ 5.585,02
Cesto de lixo 2 R$ 12,50 R$ 25,00
Auto DVD Player Booster BMTV-9750 1 R$ 599.00 R$ 599,00
TV Samsung 32” LED 1 R$ 1,099.00 R$ 1.099,00
Telefone s/ fio, Ident. de ch., até 5 ramais, secretária e viva voz Intelbras Ts 6130 5 R$ 230.00 R$ 1.150,00
Suporte galão de água 5 Lt 1 R$ 29.99 R$ 29,99
Frigobar Consul CRC12A - 120 L 1 R$ 646.84 R$ 646,84
Cafeteira elétrica 15 xícaras - Britânia CP 15 1 R$ 69.00 R$ 69,00
Total R$ 15.327,65
Tabela 4 – Custos fixos mensais de R$ 22.037,24
Gasto mensal/despesas fixas
Aluguel R$ 2.800,00 R$ 2.800,00
Condomínio R$ 490,00 R$ 490,00
IPTU R$ 200.00 R$ 200,00
Internet R$ 29,80 R$ 29,80
Plano de telefonia VOIP R$ 399.00 R$ 399,00
Luz R$ 150.00 R$ 150,00
Água (condomínio) -
Salários - 4 diretoras sócias + 2 auxiliares operacionais (estagiários) R$ 9.722,00 R$ 9.722,00
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Unidade II
Gasto mensal/despesas fixas
Encargos sobre salário R$ 4.834,44 R$ 4.834,44
Pró-labore R$ 678,00 R$ 2.712,00
Auxiliar de limpeza 1 vez por semana 4 R$ 80.00
Contador R$ 700.00 R$ 700,00
Total R$ 22.037,24
Desta maneira é possível desenvolver a DRE da agência da seguinte forma:
Tabela 5 – Empréstimo de R$ 119.407,28 (em 48 parcelas)
Previsão de receitas 2019
Receita total anual (apenas serviços) R$ 672.812,88
Projeção da Demonstração do Resultado
Receita bruta R$ 672.812,88
( - ) Impostos sobre receita bruta
5% ISS (apenas serviços) R$ 33.640,64
0,65% PIS (sobre receita bruta) R$ 4.373,28
3% Cofins (sobre receita bruta) R$ 20.184,39
( = ) Receita líquida R$ 614.614,57
( - ) Custos variáveis R$ 80.737,55
( = ) Lucro bruto R$ 533.877,02
( - ) Gastos com pessoalSalários R$ 149.208,00
Impostos (13º, férias, INSS, FGTS, 1/3 férias, outros) R$ 58.013,28
Transporte R$ 10.944,00
Alimentação R$ 27.360,00
Plano de saúde R$ 2.880,00
( - ) Despesas fixas mensais R$ 57.225,60
( - ) Gastos gerais/administrativos R$ 1.764,29
( - ) Verba para marketing R$ 144.000,00
( - ) Depreciação R$ 1.532,85
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda e Juros R$ 80.949,01
( - ) Pagamentos empréstimos R$ 14.328,87
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda (Lair) R$ 66.620,13
( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social (24% sobre Lair) R$ 15.988,83
( = ) Lucro líquido R$ 50.631,30
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Para uma empresa que tem receita bruta de R$ 672.812,88 e lucro líquido de R$ 24.786,07, pode-se 
afirmar que a Future UP possui uma lucratividade de, aproximadamente, 7,5%.
6 BALANÇO PATRIMONIAL, BALANÇOS SUCESSIVOS E ANÁLISES A PARTIR DO 
BP (LUCRATIVIDADE, RENTABILIDADE, LIQUIDEZ E ENDIVIDAMENTO)
Entre os vários instrumentos contábeis que uma organização deve apresentar um dos principais é 
o Balanço Patrimonial (BP), que também é conhecido com Balanço Contábil. As definições de Cogan 
(2005) mostram que o Balanço Patrimonial é um relatório gerado ao final do ano exercício (em geral as 
empresas consideram o ano exercício janeiro a dezembro) e deve ser obrigatoriamente assinado por um 
profissional de contabilidade. Essa demonstração informa toda a situação patrimonial, ou seja, os bens, 
direitos e obrigações de uma insituição. Além disso, é possível identificar todos os investimentos e suas 
fontes de recursos.
O BP apresenta toda a situação econômico-financeira da empresa, possibilitando ao gestor ter uma 
posição patrimonial da sociedade e conhecer todos os bens, direitos e obrigações em determinado 
período. Além disso, o BP permite que as fontes de recursos para os investimentos organizacionais 
sejam conhecidos e fornece informações sobre a evolução do patrimônio da instituição, possibilitando 
o planejamento tributário, distribuição de lucros e pró-labore.
A previsão da obrigatoriedade de escrituração contábil e apuração do BP é decorrente de lei (Código 
Civil Brasileiro, artigo 1.179 e seguintes e 6.404/76 – Lei das S/A, artigo 176 e seguintes). A contabilidade 
deve escriturar toda a movimentação financeira, inclusive bancária, contendo a movimentação das 
contas: caixa, bancos conta corrente, bancos conta aplicações, numerários em trânsito etc.
O BP é apresentado em forma de quadro, no qual do lado direito ficam os passivos organizacionais 
e o patrimônio líquido e do lado esquerdo ficam os ativos. Os passivos representam as obrigações 
com terceiros, ou seja, os pagamentos a serem realizados, e o patrimônio líquido engloba o capital 
social (capital investido pelos sócios) e o lucro líquido acumulado de anos anteriores. Já os ativos 
organizacionais são os bens e direitos da organização, sendo que bens são tudo aquilo que a empresa 
já possui e direitos correspondem ao que a instituição pode vir a ter, como, por exemplo, o pagamento 
de clientes (COGAN, 2005).
Quadro 10 
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Bens + direitos
Obrigações com terceiros
Patrimônio líquido
Obrigações com a empresa (sócios, lucros acumulados)
Total do ativo Total do passivo + PL
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Unidade II
Os valores que compõem o BP são agrupados por ordem de liquidez, ou seja, as que se transformam 
mais rapidamente em dinheiro vêm primeiro, na parte de cima do Balanço (GUSMÃO; ALMEIDA, 2009). 
Conforme elas se tornam menos líquidas, ou seja, mais difícil a sua transformação rápida em dinheiro, 
vão ficando mais abaixo.
No quadro anterior é possível reparar que o total do ativo é igual ao total do passivo. Isso quer dizer 
que ao final do ano exercício e da elaboração do BP as duas colunas devem se igualar; logo, o total do 
ativo deve ser idêntico ao total do passivo somado ao patrimônio líquido.
Em uma análise mais aprofundada do BP, é possível perceber que os ativos e passivos estão divididos 
em circulantes e não circulantes. Desta forma, veja a definição dos termos que o compõem:
• Ativos circulantes: direitos que a empresa possui e que consegue realizar, ou seja, transformar 
em dinheiro até um ano. As principais contas do circulante são, caixa, bancos, contas a receber 
e estoques.
 Observação
Altos valores de estoques não são favoráveis à organização, porque 
para serem transformados em dinheiro os estoques devem ser vendidos, e 
caso não o sejam, haverá dinheiro parado. Por isso, planeje seu estoque de 
modo a ter produtos em circulação e não parados.
• Ativos não circulantes: compostos de bens e direitos que só se transformam em dinheiro em 
período superior a um ano. Neles, estão os direitos de mais longo prazo, no realizável de longo 
prazo e os bens da empresa, como o imobilizado e os investimentos.
Assim como o ativo, o passivo também está classificado desta forma:
• Passivo circulante: obrigações com vencimento de um prazo de até um ano, tais como: 
fornecedores, empréstimos e impostos.
• Passivo não circulante: composto de obrigações com vencimento superior a um ano, como 
empréstimos de longo prazo (acima de 12 parcelas).
Patrimônio líquido é o local onde estão os recursos diretamente investidos pelos sócios e os lucros 
acumulados. Vamos compreender como um BP é montado.
Uma agência de turismo iniciou suas atividades em 2019 com capital social (investimentos dos sócios) 
de R$ 150.000,00. Além deste valor, fizeram um empréstimo de R$ 50.000,00 dividido em 36 parcelas de 
R$ 1.478,00 (já inclusos os juros). Este montante foi gasto da seguinte forma:
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
• R$ 55.000,00 em máquinas e móveis.
• R$ 65.000,00 colocados na conta bancária da agência para suprir urgências financeiras.
• A agência no primeiro mês vendeu R$ 18.000,00, a receber em 30 dias.
• Para venda de R$ 18.000,00, a agência deverá pagar R$ 13.000,00 aos fornecedores.
• R$ 15.000,00 ficou no caixa da empresa para despesas menores.
• Foi comprado um veículo no valor de R$ 55.000,00 para possibilitar visitas aos clientes.
• Os sócios investiram R$ 15.000,00 em ações de outra empresa.
A partir destas informações, montaremos o BP do referido período.
Tabela 6 
Balanço Patrimonial – exercício mês 1
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Conta bancária: R$ 65.000,00 Empréstimo: 12 x R$ 1.478,00 (R$ 17.736,00)
A receber: R$ 18.708,00 Fornecedores: R$ 13.000,00
Caixa: R$ 15.000,00 Salários: R$ 7.500,00
Ativo não circulante Passivo não circulante
Realizável a longo prazo Empréstimo: 24 x R$ 1.478,00 (R$ 35.472,00)
-
Imobilizado Patrimônio líquido
Móveis e maquinários: R$ 55.000,00 Capital social: R$ 150.000,00
Veículo: R$ 55.000,00 Lucros acumulados: - 
Investimento Total do patrimônio líquido: R$ 150.000,00
Ações de outra empresa: R$ 15.000,00
Total do ativo = R$ 223.708,00 Total do passivo + PL = R$ 223.708,00
Vejam que tudo aquilo que é um direito, investimento ou bem da agência do exemplo está alocado 
na coluna direta do BP, já tudo o que deve ser remunerado, quitado e é de terceiros está na coluna 
esquerda, de passivos. Percebam também, que ao final da elaboração do BP os valores totais da 
coluna da direita, obrigatoriamente, devem ser os mesmos valores da coluna do total da esquerda.
O empréstimo é dividido em duas partes: a circulante (parcelas em um ano) e as não circulantes 
(parcelas em mais de um ano até terminar).
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Unidade II
 Lembrete
O total do ativo é igual ao total do passivo.
Uma forma mais simples de se elaborar um BP é a dos chamados balanços sucessórios, em que cada 
movimentação da empresa é registrada em um balancete. Considere o exemplo e as informações do 
balanço anterior para o desenvolvimento dos balanços sucessivos:
Tabela 7 – Movimentação 1: para abrir agência, iniciou-se com um 
capital social de R$ 150.000,00 mais um empréstimo de R$ 50.000,00
Balanço Patrimonial – exercício mês 1
Ativo Passivo
Ativo circulantePassivo circulante
Conta bancária: R$ 200.000,00 Empréstimo: R$ 50.000,00
Ativo não circulante Passivo não circulante
Realizável a longo prazo -
-
Imobilizado Patrimônio líquido
- Capital social: R$ 150.000,00
- Lucros acumulados: - 
Investimento Total do patrimônio líquido: R$ 150.000,00
-
Total do ativo = R$ 200.000,00 Total do passivo + PL = R$ 200.000,00
Tabela 8 – Movimentação 2: os sócios retiram R$ 55.000,00 
do banco para comprar os móveis e maquinários da empresa
Balanço Patrimonial – exercício mês 1
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Conta bancária: R$ 145.000,00 Empréstimo: R$ 50.000,00
Ativo não circulante Passivo não circulante
Realizável a longo prazo -
-
Imobilizado Patrimônio líquido
Móveis e maquinários: R$ 55.000,00 Capital social: R$ 150.000,00
- Lucros acumulados: - 
Investimento Total do patrimônio líquido: R$ 150.000,00
-
Total do ativo = R$ 200.000,00 Total do passivo + PL = R$ 200.000,00
67
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Tabela 9 – Movimentação 3: os sócios retiram mais R$ 55.000,00 
do banco para comprar um carro para a agência e R$ 15.000,00 para o caixa
Balanço Patrimonial – exercício mês 1
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Conta bancária: R$ 75.000,00 Empréstimo: R$ 50.000,00
Caixa R$ 15.000,00
Ativo não circulante Passivo não circulante
Realizável a longo prazo -
-
Imobilizado Patrimônio líquido
Móveis e maquinários: R$ 55.000,00 Capital social: R$ 150.000,00
Veículo: R$ 55.000,00 Lucros acumulados: - 
Investimento Total do patrimônio líquido: R$ 150.000,00
-
Total do ativo = R$ 200.000,00 Total do passivo + PL = R$ 200.000,00
Um Balanço Patrimonial Sucessório é feito da seguinte forma: a cada movimentação um novo registro 
é feito até que se encerre o ano exercício. Longe de vê-lo exclusivamente como um registro patrimonial, 
ele traz importantes dados sobre as fontes e utilizações de recursos na empresa. O BP é uma ferramenta 
contábil obrigatória para quase todas as empresas e fundamental para a análise da situação financeira 
dos empreendimentos. Com este instrumento é possível analisar vários aspectos do empreendimento, 
como suas principais fontes de recursos, grau de endividamento, liquidez e rentabilidade, o que permite 
que as decisões sejam tomadas com muito mais segurança a partir dessas informações (GUSMÃO; 
ALMEIDA, 2009).
6.1 Indicadores possíveis de serem analisados a partir do BP
Figura 20 
68
Unidade II
Rentabilidade
Saber qual a rentabilidade da empresa é importante para visualizar se o seu negócio está “valendo” 
a pena ou se ele acabará acumulando dívidas e prejuízos. Em outras palavras, trata-se do percentual de 
remuneração do dinheiro aplicado (YAMASHITA; BOEGER, 2005):
Indicadores:
Retorno sobre os ativos = Lucro líquido / Ativo total
Retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido / Patrimônio líquido
Lucratividade
A lucratividade é um indicador de eficiência da produção e vendas da organização, apresentado 
de forma percentual e que indica qual é o lucro que a empresa consegue gerar sobre o trabalho que 
desenvolve. Trata-se de um dos principais indicadores econômicos da sociedade, ligado diretamente 
com a competitividade do negócio. Enquanto a rentabilidade avalia o quanto o empreendimento está 
sendo rentável, a lucratividade avalia quanto é o ganho de lucro (YAMASHITA; BOEGER, 2005).
Lucratividade = (Lucro líquido / Receita bruta) x 100
Liquidez
A liquidez representa a facilidade que um ativo tem em ser transformado em dinheiro para averiguar 
o crédito de uma empresa, ou seja, sua capacidade monetária para cumprir com suas obrigações do 
passivo. Os índices de liquidez estão divididos em quatro categorias e quanto menor ele for maior o risco 
de endividamento e não cumprimento dos passivos (YAMASHITA; BOEGER, 2005).
Liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante
Liquidez seca = (Ativos circulantes - Estoques) / Passivos circulantes
Liquidez geral = (Ativos circulantes + Realizável a longo prazo) / (Passivo circulantes + Exigível a 
longo prazo)
Liquidez imediata: Disponível / Passivos circulantes
Indicadores de endividamento
É o ativo total que está comprometido para custear o endividamento da empresa com terceiros 
(passivos exigíveis).
Endividamento = Passivo total / Ativo total
Grau de endividamento = Passivo / Patrimônio líquido
69
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Estes índices não devem ser analisados de forma isolados, mas em conjuntos, pois a análise isolada de 
algum deles pode indicar uma visão deturpada da saúde financeira da organização. Por exemplo, quando 
uma empresa faz um empréstimo para aumentar sua capacidade produtiva o passivo sobe muito, porém 
se trata de um investimento. Então, é um passivo, que trará bons retornos para a companhia.
Através destes indicadores – BP, lucratividade, rentabilidade, DRE, liquidez, endividamento – é 
possível calcular o tempo de retorno do investimento em uma organização.
Vamos entender como funcionam os indicadores. Consideremos o exemplo a seguir:
A agência de turismo Week Business Travel é especializada em serviços para o público corporativo 
dentro do segmento de eventos e incentivos. Tem por objetivo proporcionar o melhor custo x benefício, 
com tranquilidade e sem preocupações aos clientes, que geralmente são grandes empresas. Ao final do 
seu primeiro ano exercício, os gestores apresentaram os seguintes dados contábeis:
Tabela 10 
Previsão de receitas 2019
Receita total anual R$ 682.960,00
Projeção da Demonstração do Resultado
Receita bruta
( - ) Impostos sobre receita bruta
5% ISS (apenas serviços) R$ 34.148,00
0,65% PIS (sobre receita bruta) R$ 4.439,24
3% Cofins (sobre receita bruta) R$ 20.488,80
( = ) Receita líquida R$ 623.883,96
( - ) Custos variáveis R$ 81.955,20
( = ) Lucro bruto R$ 541.928,76
( - ) Salários R$ 61.779,60
( - ) Impostos (13º, férias, FGTS, 1/3 férias) R$ 37.067,76
( - ) Transporte R$ 11.088,00
( - ) Alimentação R$ 29.700,00
( - ) Despesas fixas mensais R$ 46.560,28
( - ) Gastos gerais/administrativos R$ 31.879,92
( - ) Verba para marketing R$ 18.000,00
( - ) Depreciação R$ 1.657,44
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda e Juros R$ 304.195,76
( - ) Pagamentos empréstimos R$ 504,48
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda (Lair) R$ 303.691,28
( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social R$ 72.885,90
( = ) Lucro líquido R$230.805,38
70
Unidade II
Balanço Patrimonial dez/19
Ativo circulante
Caixa R$ 291.358,10
Contas a receber R$ 27.893,10
Estoque -
Ativo não circulante
(+) Imobilizado -
(+) Gastos pré-operacionais -
(+) Construção -
(+) Móveis e utensílios R$ 3.025,65
(+) Equipamentos R$ 10.813,63
(+) Outros R$ 2.735,68
(-) Depreciação anual R$ 1.657,44
Total ativo R$ 337.483,60
Passivo circulante dez/19
(+) Contas a pagar R$ 24.213,92
(+) Salários a pagar R$ 8.547,30
(+) Impostos a pagar R$ 3.088,98
Passivo não circulante
(+) Empréstimos e financiamentos R$ 29.310,84
Total do passivo R$ 65.161,04
Capital social R$ 81.026,34
Lucro acumulado R$ 191.296,22
Total patrimônio líquido R$272.322,56
Total passivo + Patrimônio líquido R$ 337.483,60
A partir da DRE e do BP foram calculados os seguintes indicadores:
Indicadores de rentabilidade
Retorno sobre os ativos = Lucro líquido / Ativo total
230.805,38 / 337.483,60 = 0,68
Retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido / Patrimônio líquido
230.805,38 / 272.322,56 = 0,84
Esses índices mostram que a empresa tem alto grau de rentabilidade, o que indica que seu 
gerenciamento de custos e finanças são bem executados e a companhia não apresenta risco de falência.
71
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Indicador de lucratividade
Lucratividade = (Lucro líquido / Receita bruta) x 100
230.805,38 / 682.960,00 = 0,33
Este indicador mostra que que a lucratividade da empresa está em 33%, ou seja, é uma instituição 
considerável de lucratividade que trazretorno aos seus sócios.
Indicador de liquidez
Liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante
319.251,20 / 35.850,20 = 8,9
Liquidez seca = (Ativos circulantes - Estoques) / Passivos circulantes
A empresa não tem estoque.
319.251,20 / 35.850,20 = 8,9
Tais índices mostram se em curto prazo os ativos são suficientes para cobrir as obrigações. Isto 
significa dizer que os ativos de curto prazo da empresa são 8,9 maiores que as obrigações de curto 
prazo. O resultado maior que 1 indica que a companhia demonstra folga no disponível para quitar com 
as obrigações.
Indicadores de endividamento
Trata-se do ativo total que está comprometido para custear o endividamento da empresa com 
terceiros (passivos exigíveis).
Endividamento = Passivo total / Ativo total
65.161,04 / 337.483,60 = 19%
Grau de endividamento = Passivo / Patrimônio líquido
65.161,04 / 272.322,56 = 23%
Esse índice revela o grau de endividamento da empresa, isto é, se ela financia seu ativo com recursos 
próprios (patrimônio líquido) ou de terceiros (passivo circulante + exigível a longo prazo) e em qual proporção. 
Quanto maior for o índice, maior será o montante de dinheiro de terceiros que está sendo empregado 
para gerar lucros. Significa que 19% dos ativos da sociedade são financiados por terceiros e que seu grau 
de endividamento é de 23%, o que é considerado baixo (YAMASHITA; BOEGER, 2005).
72
Unidade II
Percebam como os indicadores fornecem uma visão ampla sobre o gerenciamento dos custos, das 
finanças e da estrutura patrimonial da organização. Sem esses indicadores é impossível ao gestor prezar 
pela saúde financeira da organização.
6.2 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), apesar de obrigatória apenas a partir de 2007, já possuía 
adeptos em função da praticidade que oferece no controle de informações financeiras. Conforme 
estudado, os ativos e passivos possuem grupos e subgrupos. Entre eles, temos os grupos que determinam 
o prazo, isto é, circulante ou não, de acordo com o exercício social. A DFC acompanha as variações que 
acontecem no grupo de disponibilidades do ativo, ou seja, atua no regime de caixa da organização 
(RICCI, 2010).
 Lembrete
No BP, o ativo é o conjunto de bens e direitos da entidade e o passivo é 
composto de obrigações.
As disponibilidades tratam da liquidez da organização. Delas podemos trazer como exemplo, nas 
entradas de caixa, as vendas à vista, o recebimento de valores referentes a notas fiscais emitidas, os 
juros recebidos.
Pensando na redução da liquidez, na saída de caixa, temos os pagamentos à vista aos fornecedores, 
os juros bancários etc. O fluxo de caixa, assim como as outras demonstrações, demanda organização 
padronizada para seus lançamentos.
Quadro 11 
Atividades operacionais Atividades de investimento Atividades de financiamento 
Representam o monte de recursos 
que a empresa gerou com vendas 
de seus produtos/serviços
Representam o quanto a empresa 
investiu do seu lucro (excedente)
Representam o quanto a empresa 
necessitou buscar de dinheiro fora 
(banco, sócios, empréstimos)
Quando se fala em lançamentos de fluxo de caixa é importante ressaltar que os valores deverão 
impactar nas disponibilidades da empresa. Algumas transações, apesar de reduzirem o lucro (por meio da 
DRE) e contribuírem para a formação de preços, não interferem no fluxo de caixa, como a depreciação, a 
amortização e a exaustão (RICCI, 2010). Também são considerados apenas na DRE os provisionamentos 
como férias e 13º salário.
73
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Consta a seguir a representação de uma DFC:
Quadro 12
DFC
Atividades operacionais
Vendas à vista
Recebimento de clientes
Recebimento de juros
Pagamento de fornecedores
Pagamento de impostos
Pagamento de despesas diversas
Caixa líquido – Atividades operacionais
Ativdades de investimento R$ -
Aquisição de imobilizado
Venda de investimentos
Venda de imobilizado
Recebimento de empréstimos
Aquisição de investimentos
Aquisição de imobilizado
Desembolso de empréstimos
Caixa líquido – Atividades de financiamento
Atividades de financiamento RS -
Aumento de capital
Emissão de novas ações
Empréstimo/financiamentos
Pagamento de dividendos
Recompra de ações da empresa
Pagamento de empréstimos
Caixa líquido – atividades de financiamento R$ -
Variação de atividades e equivalente R$ -
Saldo inicial de caixa e equivalentes
Saldo final de caixa e equivalentes
Para uma melhor compreensão da atuação do Demonstração do Fluxo de Caixa na organização, 
apresentaremos a seguir o movimento financeiro da empresa Mieldazis S.A., por meio de Demonstrações 
de Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
74
Unidade II
Tabela 11 
Mieldazis S.A.
Balanço Patrimonial
Ativo Ano 20x1 Ano 20x2 Passivo Ano 20x1 Ano 20x2
Ativo circulante Passivo circulante
Disponibilidades Fornecedores R$ 300,00 R$ 600,00
Banco R$ 150,00 R$ 250,00 Empréstimos a pagar R$ 400,00 R$ 600,00
Direitos realizáveis Tributos a pagar R$ 200,00 R$ 400,00
Estoque R$ 550,00 R$ 510,00 Passivo não circulante
Cliente R$ 600,00 R$ 850,00 Exigível a longo prazo
Ativo não circulante Financiamentos R$ 500,00 R$ 100,00
Realizável a longo prazo R$ 100,00 R$ 100,00 Patrimônio líquido
Investimento R$ 400,00 R$ 400,00 Capital social R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Obras de arte Lucros retidos R$ 100,00 R$ 310,00
Imobilizado
Veículo R$ 600,00 R$ 800,00
Intangível
Marcas e patentes R$ 100,00 R$ 100,00
Ativo R$ 2.500,00 R$ 3.010,00 Passivo R$ 2.500,00 R$ 3.010,00
Tabela 12 
Mieldazis S.A.
DRE
(+) Receitas brutas R$ 3.000,00
(-) Deduções das receitas R$ -
(=) Receita líquida R$ 3.000,00
(-) Custos R$ 1.600,00
(=) Lucro bruto R$ 1.400,00
(-) Despesas operacionais R$ 900,00
(=) Lucro antes dos impostos R$ 500,00
(-) Provisão para imposto de renda R$ 200,00
(=) Lucro líquido R$ 300,00
75
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Tabela 13 
Mieldazis S.A.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMLP)
Capital Reserva legal Reserva estatutária
Reserva de 
reavaliação Lucro retido Total do PL
Saldo inicial 20x1 R$ 1.000,00 R$ - R$ - R$ 100,00 R$ 1.100,00
Modificações R$ -
Aumento de capital R$ - R$ -
Lucro do período R$ 300,00 R$ 300,00
Destinação do lucro R$ -
Reserva legal R$ -
Reserva estatutária R$ -
Dividendos - R$ 90,00 - R$ 90,00
Saldo final 20x2 R$ 1.000,00 R$ - R$ - R$ - R$ 310,00 R$ 1.310,00
Vamos começar a montar a Demonstração do Fluxo de Caixa.
Temos uma diferença de R$ 100,00. Ao analisar a conta de clientes (realizáveis no BP), veremos que 
no 1º ano ela fechou com R$ 600,00 (BP), e no mesmo período (DRE) tivemos R$ 3.000,00 de receita 
líquida. Com isso, tínhamos a receber, ao longo do ano 20X1, o montante de R$ 3.600,00. A conta 
clientes apresenta como saldo do ano 20X2 o total de R$ 850,00. Logo, podemos afirmar que recebemos, 
de fato, o valor de R$ 2.750,00 durante o período.
Ainda analisando as disponibilidades (liquidez), precisaremos saber o valor do pagamento a 
fornecedores. Contudo, não é possível fazer isso antes de analisar as compras realizadas. Para melhor 
compreender as compras, faz-se necessário analisar o custo das mercadorias vendidas (CMV). A fórmula 
mais utilizada para isso é apresentada a seguir.
CMV = Estoque inicial + Compras + Estoque final
R$ 1.600,00 = R$ 550,00 + “X” + R$ 510,00 Compras = R$ 1.560,00
Seguindo a mesma linha de raciocínio dos recebimentos, simularemos as compras a prazo. Nossa 
obrigação com fornecedores era de R$ 300,00 (BP) e efetuamos R$ 1.560,00 (CMV) em compras. Com 
isso, sabemos que teria R$ 1.860,00 a pagar constando no Balanço Patrimonial no passivo circulante. 
Contudo, o saldo lá registrado é de R$ 600,00, o que nos leva a deduzir que já efetuamos um pagamento 
de R$ 1.260,00.
Analisando ainda as atividades operacionais da DFC, temos as despesas que constam na DRE.Podemos identificar que nenhuma delas foi provisionada (regime competência) para pagamento no 
passivo circulante (regime de caixa). Com isso, é possível concluir que todo esse valor foi reduzido das 
disponibilidades (BP).
76
Unidade II
Ao verificar as atividades de investimento, detectamos que temos apenas a variação no imobilizado. 
Ele era de R$ 600,00 e passou para R$ 800,00, o que nos leva a concluir que tivemos uma redução nas 
disponibilidades, de R$ 200,00, para pagar a aquisição desse imobilizado. Se tivéssemos identificado um 
aumento de capital, poderíamos relacioná-lo à compra desse imobilizado para a empresa, mas não foi 
o caso.
E, finalmente, trataremos das atividades financeiras. Os grupos a serem avaliados serão o exigível a 
longo prazo, o patrimônio líquido e os empréstimos e financiamentos do passivo circulante.
Em nosso exemplo verificamos a conta empréstimos a pagar, do PC, com saldo inicial de R$ 400,00 
e final de R$ 600,00. Com isso, entendemos que os R$ 200,00 de diferença serviram de aporte nas 
disponibilidades (talvez até para a aquisição daquele imobilizado analisado anteriormente).
No grupo de exigível a longo prazo verificamos, na conta de financiamentos a pagar, uma redução de 
R$ 400,00, sinalizando o pagamento de empréstimos. Portanto, deduzimos que houve uma diminuição 
nos disponíveis do balanço.
Analisando agora o PL, verificamos que o capital social não variou. Contudo, a conta de lucros retidos 
apresentou um aumento de R$ 210,00. Com isso fica fácil identificar que esse crescimento ocorreu em 
função do resultado da DRE. Entretanto, se olharmos a DRE, seu resultado foi de R$ 300,00. E agora?
Chegou a hora de utilizarmos a DMPL. Ao examinarmos essa demonstração, verificamos que houve 
distribuição de dividendos de R$ 90,00. Como a conta de dividendos a pagar não foi lançada no passivo 
circulante, significa que o valor já foi pago, reduzindo assim as disponibilidades do ativo circulante. Ao 
lançar tudo isso na DFC encontraríamos, como variação de caixa, o valor de R$ 100,00 já identificado no 
BP, em disponíveis. Vamos conferir:
Tabela 14 
DFC
Atividades operacionais
Vendas à vista R$ -
Recebimento de clientes R$ 2.750,00
Recebimento de juros R$ -
Pagamento de fornecedores R$ 1.260,00
Pagamento de impostos R$ -
Pagamento de despesas diversas R$ 900,00
Caixa líquido – atividades operacionais R$ 590,00
Ativdades de investimento
Venda de investimentos R$ -
Venda de imobilizado R$ -
Recebimento de empréstimos R$ -
Aquisição de investimentos R$ -
77
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
DFC
Aquisição de imobilizado R$ 200,00
Desembolso de empréstimos R$ -
Caixa líquido – atividades de financiamento R$ 200,00
Atividades de financiamento
Aumento de capital R$ -
Emissão de novas ações R$ -
Empréstimo/financiamentos R$ 200,00
Pagamento de dividendos R$ 90,00
Recompra de ações da empresa R$ -
Pagamento de empréstimos R$ 400,00
Caixa líquido – atividades de financiamento R$ 290,00
Variação de atividades e equivalente R$ 100,00
Saldo inicial de caixa e equivalentes R$ 150,00
Saldo final de caixa e equivalentes R$ 250,00
O que a DFC mostra acerca dos custos organizacionais? Que a empresa analisada se encontra em 
uma situação de solvência. Faz-se favorável adquirir mais imobilizado e pagar dívidas a longo prazo, 
principalmente se obtiver desconto de juros.
6.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Antes da Lei n. 11.638 de 2007, esse controle acontecia pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA), pois dentro do PL do Balanço Patrimonial existia uma conta chamada lucros ou 
prejuízos acumulados que unificava os valores (YAMASHITA; BOEGER, 2005).
Com a substituição da conta de lucros ou prejuízos acumulados – por uma única conta de mensuração 
denominada prejuízos acumulados –, a “conta” dos lucros foi desmembrada para possibilitar melhor 
compreensão e controle.
Então, pode surgir o questionamento: trata-se da mesma coisa e apenas mudou de nome?
Não! A DMPL é mais abrangente. Com ela podemos fragmentar cada ação do PL para melhor controle, 
inclusive a ação da “antiga” DLPA.
Vamos conhecer o demonstração? Vejamos a seguir:
Tabela 15 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Lucros ou prejuízos acumulados em 31/12/2018 R$ 7.350,00
Lucro líquido do exercício de 2019 R$ 5.600,00
Saldo disponível R$ 12.950,00
78
Unidade II
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Reserva legal (5% do lucro líquido da DRE) - R$ 280,00
Reserva estatutária (de acordo com o estatuto) - R$ 1.120,00
Dividendos (30% lucro ajustado = DRE – Res. legal – Estat.) - R$ 2.100,00
Lucros ou prejuízos acumulados em 31/12/2012 R$ 9.450,00
Conseguimos identificar, na 1ª linha da tabela, o saldo dessa organização referente aos lucros e/ou 
prejuízos acumulados nos anos anteriores a 2019. Na segunda linha foi lançado o resultado do exercício 
atual. Reforço que o valor lançado deverá ser o mesmo da DRE.
Com isso conseguimos o saldo disponível (acumulado) para as providências do exercício em andamento. 
Para ele, percebe-se que foram lançados valores para a reserva legal, a reserva estatutária e os dividendos.
Lembrando, a reserva legal é uma parcela – obrigatória por lei – sobre o lucro líquido para atender 
às necessidades da empresa. A reserva estatutária é regida conforme o estatuto da sociedade e os 
dividendos são os valores distribuídos aos sócios a partir de uma fragmentação do lucro gerado – em 
geral, 30% do lucro ajustado – ou seja, do lucro líquido, depois de subtraídas as demais reservas (legal, 
estatutária, contingência etc.).
Consequentemente, o relatório da tabela oferece o saldo final dos lucros/prejuízos acumulados, mas não 
informa, por exemplo, quanto há de capital na empresa. Se pensarmos que o capital também é participante 
do grupo do patrimônio líquido, chegamos à conclusão de que se faz necessário ampliar esse controle.
Tabela 16 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Capital Reserva legal
Reserva 
estatuária
Reserva de 
reavaliação
Lucro 
acumulado
Total do 
patrimônio 
líquido
Saldo em 31/12/2018 R$ 45.000,00 R$ 4.000,00 R$ 1.400,00 R$ 7.350,00 R$ 57.750,00
Modificações: R$ 
Aumento de capital $ 10.000,00 R$ 10.000,00
Lucro de período R$ 5.600,00 R$ 5.600,00
Destinação do lucro R$
Reserva legal R$ 280,00 - R$ 280,00 R$
Reserva estatutária R$ 1.220,00 - R$ 1.220,00 R$
Dividendos - R$ 2.100,00 - R$ 2.100,00
Saldo em 31/12/2018 R$ 55.000,00 R$ 1.680,00 R$ 5.120,00 R$ - R$ 9.450,00 R$ 71.250,00
Fica bem mais claro e amplo verificar na DMPL a localização de cada valor que pertence ao PL.
O relatório também auxilia no controle das reservas, uma vez que há valores mínimos e máximos 
acumulados a se manter. O capital e sua evolução ficam ainda mais nítidos, permitindo melhor tomada 
de decisão quanto às novas integralizações.
79
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Logo, de acordo com a Lei n. 11.638, de 2007, a DLPA foi substituída pela DMPL, em função de tratar, 
em seu conteúdo, das variações dos prejuízos.
6.4 Payback
De acordo com as orientações do Sebrae (s.d.), a viabilidade econômica e financeira é definida como uma 
ferramenta para o empreendedor que busca abrir uma empresa ou criar um projeto, auxiliando-o a realizar 
uma avaliação do futuro investimento, assim demonstrando se é viável ou não. O relevante de aplicar tal 
método de viabilidade é esclarecer se o plano de investimento será capaz de pagar futuramente as despesas e 
os custos, e em quanto tempo o fará, propondo melhorias em base do conhecimento da sociedade.
Investimento
Lucro
Payback
Figura 21 
Segundo Biagio e Batocchio (2005), Payback é o período no qual o retorno do valor do capital 
aplicado é alcançado. Trata-se da quantidade de meses ou anos que serão necessários para que o fluxo 
de caixa iguale-se com o capital investido. Essa equação leva em consideração os valores reais do 
fluxode caixa, mas ignora o valor do dinheiro no tempo calculado.
Para se analisar quanto tempo levará para que seu lucro líquido acumulado cubra o valor do 
seu investimento, se utiliza uma técnica chamada de cálculo de Payback, segundo Gitman (2001), 
muito usada e sendo a mais simples e de fácil compreensão, servindo tanto a empresas grandes para 
pequenos investimentos como para pequenas empresas. Payback é um termo em inglês, que significa 
retorno em português, e na definição feita por Padoveze (2010), ele diz se tratar de um método para 
medir o tempo que se precisa para que os recursos iniciais de algum investimento sejam recuperados. 
É muito usado para calcular projetos de riscos elevados, indicando ser viável quando o resultado do 
prazo for menor que o esperado.
80
Unidade II
Considere um hostel, inaugurado em janeiro de 2019, cujos valores de investimento somaram 
R$ 297.573,00. Na tabela a seguir temos o investimento, as entradas (lucro líquido mensal) e os 
abatimentos no valor devido:
Tabela 17 
Período Entrada (lucro líquido) Abatimento(valor devido – lucro líquido)
jan/19 297.573,00 0
fev/19 18.039,15 -279.533,85
mar/19 20.175,66 -259.358,19
abr/19 9.167,78 -250.190,41
mai/19 9.841,58 -260.031,99
jun/19 3.377,27 -263.409,26
jul/19 2.118,40 -261.290,86
ago/19 17.583,66 -243.707,20
set/19 4.482,65 -239.224,55
out/19 5.474,96 -244.699,51
nov/19 566,08 -245.265,59
dez/19 5.621,40 -239.644,19
jan/20 19.449,03 -220.195,16
fev/20 20.560,59 -199.634,57
mar/20 22.837,26 -176.797,31
abr/20 11.107,20 -165.690,11
mai/20 8.726,78 -174.416,89
jun/20 1.838,37 -176.255,26
jul/20 3.595,34 -172.659,92
ago/20 20.075,21 -152.584,71
set/20 6.114,70 -146.470,01
out/20 4.073,69 -150.543,70
nov/20 1.157,25 -149.386,45
dez/20 7.328,15 -142.058,30
jan/21 22.062,96 -119.995,34
fev/21 26.936,99 -93.058,35
mar/21 29.408,54 -63.649,81
abr/21 16.674,42 -46.975,39
mai/21 3.399,44 -50.374,83
jun/21 3.099,73 -47.275,10
jul/21 8.519,58 -38.755,52
ago/21 26.410,06 -12.345,46
set/21 11.254,58 -1.090,88
81
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Para que o projeto saia do papel e se torne um hostel como pretendido, foi necessário o investimento 
inicial de R$ 297.573. E com base no Payback, o resultado foi de que em um período de vida de dois 
anos e nove meses o investimento será recuperado, sendo dada uma margem de estimativa de quatro anos 
de vida para o projeto.
O planejamento antecipado de cada detalhe e passo foi o grande responsável pelos dados positivos 
apresentados, desde o planejamento de liquidação com o empréstimo inicial no prazo de dois anos, 
gerando uma taxa mínima de juros, acarretando assim na rentabilidade e na lucratividade do investimento.
Tendo posse de todas as informações referentes ao mercado – concorrência, taxa de juros, impostos, 
salário – e de um planejamento meticuloso, foi possível calcular o correto valor de serviços, para que, 
com base nos cálculos, o lucro líquido de 2019 fosse de R$ 77.377,85. Portanto, o Payback do hostel no 
exemplo se dará em dois anos e nove meses.
Outra maneira de se calcular o Payback é dividindo o investimento total pela média de fluxo de caixa.
PB (Payback) = Investimento inicial / Resultado médio do fluxo de caixa
Caso uma empresa tenha feito um investimento de R$ 80.000,00 e o resultado médio mensal de seu 
fluxo de caixa corresponda a R$ 3.000,00, tem-se:
PB = 80.000 / 3.000 = 26,7 meses (aproximadamente 27 meses, ou seja, 2 anos e 3 meses)
No momento de efetuar projeções para o cálculo do Payback considere a possibilidade de perdas, 
principalmente no que se refere à inadimplência ou a atrasos de alguns clientes, o que afeta diretamente, 
ao fluxo de caixa.
Vejamos outro exemplo:
O setor de tecnologia e desenvolvimento de uma empresa que fabrica assentos de aviões está em 
busca de redução de custo na manufatura de cada assento sem abrir mão da qualidade e do prazo de 
entrega. Após uma minuciosa pesquisa, o gerente do departamento encontrou disponível no mercado 
uma máquina de montagem que irá reduzir em 10% o custo da fabricação do assento. Sabendo que 
cada assento tem um custo de R$ 300,00 e que são produzidas 20 mil peças mês, qual seria o Payback 
(retorno do investimento), uma vez que o investimento para a aquisição da nova máquina vai custar R$ 
2,5 milhões?
Primeiramente, analisemos os dados:
• Custo atual do assento: R$ 300,00
• Redução de custo (nova máquina): 300,00 - 10% = 270
82
Unidade II
• Gestão de custos (economia) por peça: 300 - 270 = R$ 30,00
• Investimento nova máquina: R$ 2.500.000,00
• Quantidade média produzida mês: 20.000 unidades
• Quantidade média produzida ano: 240.000 unidades (12 meses x 20.000 assentos/mês).
Vejamos:
• Payback: Investimento/economia = 2.500.000 / 30 = aproximadamente 84.000 assentos.
• 84.000 assentos/20.000 assentos mês = aproximadamente 4 meses para retorno, o que mostra 
que é vantajoso investir na nova máquina.
Sobre o método Payback, ele é vantajoso por: ser simples e de fácil cálculo; permitir analisar os 
riscos do projeto; aumentar a segurança na tomada de decisão; e possibilitar a verificação de se é viável 
ou não o investimento. Por outro lado, este método pode: trabalhar com médias e não valores fixos; 
não considerar as altas e baixas sazonalidades; e fornecer resultados de curto prazo, sendo arriscado 
utilizá-lo para projetos de longa duração.
 Saiba mais
Quer entender melhor sobre gestão de custos em turismo? Leia o artigo 
a seguir:
ESTEVAM, M. K. et al. Precificação e análise de custos em um complexo 
turístico institucional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 26., 2019, 
Curitiba. Anais […]. Curitiba: Congresso Brasileiro de Custos, 2019. Disponível 
em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4691/4709. Acesso em: 
7 maio 2020.
7 VARIAÇÃO CAMBIAL E INCIDÊNCIA NOS CUSTOS TURÍSTICOS E IMPORTÂNCIA 
DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS PARA O TURISMO
Gerenciar os custos turísticos vai muito além de análises dos indicadores econômicos-contábeis. 
Nenhuma demonstração deve ser analisada individualmente e tampouco isolada do cenário econômico 
no qual se está inserido. A riqueza do controle está justamente na visão holística da organização com 
as variáveis externas que podem influenciar os custos turísticos. Um dos fatores que mais influencia na 
gestão de custos turísticos é a variação cambial. Muitos elementos do setor turístico, como, por exemplo, 
querosene de aeronaves, petróleo, taxas aeroportuárias internacionais, vistos, combustível de navios, taxas 
de slots e taxas de atracamento de navios, são cotados em dólar (SEUL; SOOCHEONG, 2011).
83
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
A taxa de câmbio é a relação entre duas unidades monetárias, pois indica em moeda nacional o valor 
equivalente à moeda estrangeira, e no Brasil, normalmente, o parâmetro é o dólar americano. Nosso país 
adota um modelo de gerenciamento de câmbio conhecido como modelo flutuante (o sistema brasileiro 
de política cambial pode ser conhecido como flutuação suja ou flutuação administrada), o que significa 
que este modelo preza pela liberdade econômica de negação do câmbio, deixando que o mercado se 
autorregule através da oferta e da demanda, portanto, quanto mais gente está disposta a comprar dólar, 
mais alta será sua cotação, e quando o mercado se contrai e menos pessoas querem comprar dólar, mais 
baixa se torna a taxa cambial. Nas situações em que a taxa fica muito alta ou muito baixa, o Banco 
Central intervém, comprando dólar (para retirar do mercado e aumentar o valor) ou disponibilizando 
dólares no mercado (para aumentar a oferta e diminuir a cotação) (DEBORTOLI; TRETIN, 2010).
 Saiba mais
Para localizar informações adicionais a respeito da política cambial 
brasileira, leia o seguinte artigo:
PRATES, D. M.; CUNHA, A. M.; LÉLIS, M. T. C. A gestão do regime de 
câmbio flutuante no Brasil. Salvador: Anpec, 2008. Disponível em: http://
www.anpec.org.br/encontro2008/artigos/200807211144430-.pdf.Acesso 
em: 7 maio 2020.
Figura 22 
 Observação
Uma saída para os turistas com a alta do dólar é viajar para países com 
moedas menos valorizadas, como os da América Central e do Sul, mas para 
isso é necessário avaliar o purchasing power parity (PPP).
84
Unidade II
Além de todos os preços dos produtos e serviços turísticos que já sofrem a influência do câmbio, 
precisamos ter ideia de que o turista analisa a variação cambial antes de decidir o seu destino. Os turistas 
estrangeiros verificam o poder de compra da sua moeda em relação ao Real no Brasil, e claramente o 
turista brasileiro irá verificar como o Real anda sendo cotado em outros países. Por exemplo, em 2019 a 
média de cotação do dólar de turismo no Brasil foi de R$ 4,53, o que quer dizer que para ter $ 100,00 
(cem dólares) o brasileiro precisaria pagar R$ 453,00. Isso pode encarecer muito uma viagem. Por outro 
lado, um turista americano que decida vir ao Brasil precisará de apenas $ 1 para ter mais de R$ 4,00. 
Logo, a alta do dólar pode favorecer a entrada de turistas estrangeiros no Brasil, mas pode dificultar a 
ida dos brasileiros ao exterior.
 Observação
Existe uma cotação para o dólar turismo e outra cotação para o dólar 
comercial. O primeiro pode ser comprado por pessoa física e costuma ser 
mais caro, por ser negociado em quantias menores. Já o segundo só pode 
ser negociado por empresas ou instituições financeiras em transações 
comerciais e investimentos.
Porém, não podemos pensar que a alta do dólar irá impactar apenas os turistas que decidem sair 
do Brasil. Como vários elementos do segmento turístico estão cotados em dólar (petróleo, querosene, 
taxas), a alta do dólar pode impactar, também, o turismo interno, pois passagens, alimentos e taxas 
tendem a ficar mais caros. O que muitas operadoras de turismo fazem é criar uma reserva de dólares 
quando ele está sendo cotado por um valor mais baixo e manter o preço dos seus pacotes quando a 
taxa cambial aumenta.
Conforme Figo (2016), a CVC, uma das maiores operadoras de turismo no Brasil, conseguiu congelar 
o valor do dólar na comercialização de seus pacotes. Em uma época que o dólar estava cotado a R$ 3,36, 
devido à ampla reserva a operadora conseguiu vender os pacotes com o dólar a R$ 2,84. A medida visava 
incentivar o turismo emissivo ao exterior e aumentar a participação da operadora no mercado nacional.
A taxa de câmbio é ainda um critério utilizado para as empresas que atuam com turismo decidir 
entre investir no turismo interno ou no turismo internacional, a partir de uma possível demanda que é 
influenciada pelo câmbio (SEUL; SOOCHEONG, 2011). Em novembro de 2019, o dólar turismo chegou a 
ser vendido a R$ 4,73 nas casas de câmbio em São Paulo, um dos mais altos valores da história, desde 
a implantação do câmbio flutuante em 1999.
O que as agências, operadoras e demais estabelecimentos que estão envolvidos com o turismo 
devem fazer é acompanhar a variação do dólar e o comportamento de consumo dos turistas e gerenciar 
as situações de acordo com suas capacidades, congelando a cotação caso tenham alguma reserva, 
ofertando produtos e destinos substitutos e facilitando o pagamento. Gerenciar custos em turismo é 
fundamental não apenas para a precificação dos produtos, mas para gerenciamento holístico de toda a 
cadeia produtiva do setor, que inclui transporte, hospedagem, alimentos e bebidas e também passeios. 
Quando um efetivo gerenciamento de custos acontece no segmento turístico é possível averiguar
85
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
o quanto custa a operacionalidade, os bens e serviços produzidos de cada 
setor, desta forma identificar produtividade, desperdícios, falhas podendo 
estabelecer melhorias e correções, tudo contribuindo para um melhor preço 
de venda, aumentando a rentabilidade da empresa (DEBORTOLI; TRETIN, 
2010, p. 3).
Ainda, “possibilita a confecção de um sistema de informações gerenciais que auxilia no processo de 
gestão, criando vantagens competitivas no mercado concorrente. Um sistema de informação eficiente 
e eficaz é pré-requisito para o sucesso gerencial” (DEBORTOLI; TRETIN, 2010, p. 3).
Desta maneira, acompanhar a varação cambial para gerenciar de forma efetiva os custos do 
segmento turístico possibilita que a organização tenha conhecimento, e propriedade, de cada um de 
seus produtos e os custos que incidem sobre eles, mostrando as possibilidades de desconto, promoções, 
lucros e prejuízos (RICCI, 2010).
O gerenciamento de custos no turismo auxilia, também,
no controle, fornece dados para estabelecimento de padrões, orçamentos e 
previsões e depois auxilia no acompanhamento do previsto com o realizado; 
ainda, auxilia na tomada de decisões, fornecendo informações a respeito de 
diminuição de produtos, desperdícios, despesas com custos fixos e variáveis, 
formação de preço entre outras relevantes (DEBORTOLI; TRETIN, 2010, p. 4).
Investimento
Precificação Lucro
Desenvolvimento
Custos em turismo
Tomada de 
decisões
Diferenciação
Figura 23 
86
Unidade II
7.1 Purchasing power parity (PPP)
Uma métrica popular de análise macroeconômica para comparar a produtividade econômica e os 
padrões de vida entre os países é a paridade do poder de compra ou paridade do poder aquisitivo (PPP). 
A PPP é uma teoria econômica que compara as moedas de diferentes países através de uma abordagem 
de “cesta de mercadorias”.
De acordo com esse conceito, duas moedas estão em equilíbrio – conhecidas como as moedas em 
pé de igualdade – quando uma cesta de mercadorias tem o mesmo preço em ambos os países, levando 
em consideração as taxas de câmbio.
Para fazer uma comparação significativa de preços entre países, uma ampla gama de bens e serviços 
deve ser considerada. No entanto, é difícil obter essa comparação individual devido à grande quantidade 
de dados que devem ser coletados e à complexidade das analogias que precisam ser desenhadas. Para 
ajudar a facilitar essa comparação, a Universidade da Pensilvânia e as Nações Unidas uniram forças 
para estabelecer o Programa Internacional de Comparação (ICP) em 1968.
Com esse programa, as PPPs geradas pelo ICP baseiam-se em uma pesquisa mundial que compara 
os preços de centenas de vários bens e serviços. O programa ajuda macroeconomistas internacionais a 
estimar a produtividade e o crescimento global.
A cada três anos, o Banco Mundial lança um relatório que compara a produtividade e o crescimento 
de vários países em termos de PPP e dólares americanos. Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) 
quanto a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) usam pesos baseados 
em métricas de PPP para fazer previsões e recomendar políticas econômicas. As políticas econômicas 
recomendadas podem ter um impacto imediato a curto prazo nos mercados financeiros.
Além disso, alguns comerciantes de divisas usam PPP para encontrar moedas potencialmente 
supervalorizadas ou subvalorizadas. Os investidores que possuem ações ou títulos de empresas 
estrangeiras podem usar os números de PPP da pesquisa para prever o impacto das flutuações da taxa 
de câmbio na economia de um país e, portanto, o impacto em seus investimentos.
A versão relativa do PPP é calculada com a seguinte fórmula:
S = P1/P2, em que:
S = taxa de câmbio da moeda 1 para a moeda 2
P1 = custo do bem x na moeda 1
P2 = custo do bem x na moeda 2
A construção de índices de competitividade de preços para o turismo em um destino selecionado 
requer várias etapas a serem realizadas:
87
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
• Primeiro, os países de origem são escolhidos. Como visitantes de diferentes origens terão padrões 
distintos de compras, um conjunto de mercados de origem deve ser destacado.
• Segundo, os mercados de destino são escolhidos. Estes incluem os principais concorrentes dos 
países selecionados como destino. Isso reflete o fato de que competitividade é um conceito 
essencialmente relativo. A competitividade de preço de um destinosó pode ser totalmente 
compreendida em comparação com destinos alternativos, o visitante pode escolher.
• Terceiro, os padrões de gastos de turistas de diferentes mercados de origem devem ser identificados. 
A fim de calcular os índices de competitividade de preços, é necessário anexar pesos a bens 
diversos e serviços consumidos pelos turistas para refletir os padrões de compra. Para muitos 
destinos turísticos, esses pesos são disponíveis na forma de parcela da despesa de cada um dos 
itens da cesta do turista.
• O quarto passo envolve a compilação de dados de preços relevantes. Os dados de preços podem 
ser compilados para cada um dos os itens que compreendem as despesas dos turistas. Uma 
importante fonte de dados sobre os preços pagos pelos visitantes por bens e serviços em 
diferentes destinos é o International Comparison Program (ICP). Os dados de preços para 255 
categorias de produtos e serviços podem ser extraídos do ICP desde 1985 e atualizados para os 
valores atuais usando informações desagregadas do índice de preços ao consumidor para cada 
destino turístico concorrente.
• Quinto, os dados de compartilhamento de preços e despesas são agregados. Para calcular 
a competitividade de preços, é necessário anexar pesos a diferentes produtos e serviços 
consumidos pelos turistas para refletir padrões de compra. Os pesos utilizados são a parcela 
da despesa de cada um dos itens na cesta de turismo (por exemplo, alojamento, alimentação, 
compras, entretenimento etc.).
• Sexto, são calculadas paridades de poder de compra para gastos com turismo.
A correspondência entre padrões de compras turísticas e dados de preços permite o cálculo da PPP 
para cada categoria de gasto turístico. As PPPs indicam os níveis de despesa necessários em diferentes 
destinos para comprar a mesma cesta de bens e serviços turísticos.
Finalmente, as PPPs são ajustadas pelas taxas de câmbio para derivar índices de competitividade de 
preços. A ideia por trás do índice é medir o nível de preços de bens e serviços em um destino concorrente 
em relação aos preços em um destino selecionado.
8 EXEMPLO DE UMA ANÁLISE DE CUSTOS EM UMA AGÊNCIA DE TURISMO
O turismo se destaca cada vez mais no mercado como um dos maiores geradores de renda no país. 
Entre os vários segmentos existentes na área, um que vem se destacando é o de viagens corporativas. Que 
é um mercado especializado em atuar com empresas nacionais, realizando seus processos de viagens.
88
Unidade II
A agência corporativa é uma empresa especializada em serviços para o público corporativo dentro 
do segmento de eventos e incentivos. Tem por objetivo proporcionar o melhor custo x benefício, com 
tranquilidade e sem preocupações aos clientes, que geralmente são grandes instituições.
Os principais produtos e serviços da empresa são:
• Reservas em hotéis nacionais e internacionais.
• Serviço de transfer.
• Equipe terceirizada para montagem de eventos, congressos e feiras.
• Locação de veículos.
• Despachante.
• Compra on-line.
• RSVP.
• Câmbio.
• Elaboração de roteiros.
• Web check-in.
• Seguro viagem.
• Assistência de embarque.
• Pacotes prontos e personalizados para cada cliente.
Tabela 18 – Investimento
Descrição Valor
Eletrônicos R$ 10.813,63
Material R$ 2.423,67
Higiene R$ 312,01
Móveis R$ 3.025,65
 Softwares R$ 8.000,00
Total R$ 24.574,96
89
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Tabela 19
Custos fixos Valor
Aluguel, condomínio, taxas e IPTU R$ 2.000,00
Telefone R$ 780,00
Luz R$ 100,00
Salários R$ 11.636,28
Total R$ 14.516,28
Será necessário um valor total de R$ 88.555,40 para abertura da empresa, dos quais 40% virão do 
financiamento bancário.
Tabela 20 – Projeção da demanda
Empréstimo do Banco BNDES
Valor financiado R$ 35.422,16
Carência 12 meses
Forma de pagamento 48 parcelas
Valor R$ 896,14
Tabela 21 – Projeção de janeiro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 130 R$ 5.200,00
Hotel R$ 30,00 110 R$ 3.300,00
Transfer R$ 20,00 0 R$ 0,00
Carro R$ 30,00 50 R$ 1.500,00
Total R$ 10.000,00
Tabela 22 – Projeção de fevereiro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 150 R$ 6.000,00
Hotel R$ 30,00 120 R$ 3.600,00
Transfer R$ 20,00 5 R$ 100,00
Carro R$ 30,00 90 R$ 2.700,00
Total R$ 12.400,00
Tabela 23 – Projeção de março
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 220 R$ 8.800,00
Hotel R$ 30,00 240 R$ 7.200,00
Transfer R$ 20,00 0 R$ 0,00
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Unidade II
Produto Preço Projeção Receita
Carro R$ 30,00 130 R$ 3.900,00
Total R$ 19.900,00
Tabela 24 – Projeção de abril
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 637 R$ 25.480,00
Hotel R$ 30,00 523 R$ 15.690,00
Transfer R$ 20,00 2 R$ 40,00
Carro R$ 30,00 259 R$ 7.770,00
Total R$ 48.980,00
Tabela 25 – Projeção de maio
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 741 R$ 29.640,00
Hotel R$ 30,00 732 R$ 21.960,00
Transfer R$ 20,00 23 R$ 460,00
Carro R$ 30,00 455 R$ 13.650,00
Total R$ 65.710,00
Tabela 26 – Projeção de junho
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 757 R$ 30.280,00
Hotel R$ 30,00 744 R$ 22.320,00
Transfer R$ 20,00 38 R$ 760,00
Carro R$ 30,00 605 R$ 18.150,00
Total R$ 71.510,00
Tabela 27 – Projeção de julho
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 683 R$ 27.320,00
Hotel R$ 30,00 568 R$ 17.040,00
Transfer R$ 20,00 13 R$ 260,00
Carro R$ 30,00 563 R$ 16.890,00
Total R$ 61.510,00
91
GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Tabela 28 – Projeção de agosto
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 759 R$ 30.360,00
Hotel R$ 30,00 759 R$ 22.770,00
Transfer R$ 20,00 0 R$ 0,00
Carro R$ 30,00 621 R$ 18.630,00
Total R$ 71.760,00
Tabela 29 – Projeção de setembro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 760 R$ 30.400,00
Hotel R$ 30,00 724 R$ 21.720,00
Transfer R$ 20,00 57 R$ 1.140,00
Carro R$ 30,00 703 R$ 21.090,00
Total R$ 74.350,00
Tabela 30 – Projeção de outubro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 1.124 R$ 44.960,00
Hotel R$ 30,00 1.427 R$ 42.810,00
Transfer R$ 20,00 372 R$ 7.440,00
Carro R$ 30,00 795 R$ 23.850,00
Total R$ 119.060,00
Tabela 31 – Projeção de novembro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 899 R$ 35.960,00
Hotel R$ 30,00 899 R$ 26.970,00
Transfer R$ 20,00 0 R$ 0,00
Carro R$ 30,00 507 R$ 15.210,00
Total R$ 78.140,00
Tabela 32 – Projeção de dezembro
Produto Preço Projeção Receita
Aéreo R$ 40,00 501 R$ 20.040,00
Hotel R$ 30,00 523 R$ 15.690,00
Transfer R$ 20,00 22 R$ 440,00
Carro R$ 30,00 449 R$ 13.470,00
Total R$ 49.640,00
92
Unidade II
Tabela 33 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Receita total anual 682.960,00
Receita bruta
( - ) Impostos sobre receita bruta
5% ISS (apenas serviços) 34.148,00
0,65% PIS (sobre receita bruta) 4.439,24
3% Cofins (sobre receita bruta) 20.488,80
( = ) Receita líquida 623.883,96
( - ) Custos variáveis 81.955,20
( = ) Lucro bruto 541.928,76
( - ) Salários 61.779,60
( - ) Impostos (13º, férias, FGTS, 1/3 férias) 37.067,76
( - ) Transporte 11.088,00
( - ) Alimentação 29.700,00
( - ) Despesas fixas mensais 46.560,28
( - ) Gastos gerais/administrativos 31.879,92
( - ) Verba para marketing 18.000,00
( - ) Depreciação 1.657,44
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda e Juros 304.195,76
( - ) Pagamentos empréstimos 504,48
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda (Lair) 303.691,28
( - ) Imposto de Renda e Constribuição Social 72.885,90
( = ) Lucro líquido 230.805,38
Tabela 34 – Balanço Patrimonial (BP)
Balanço Patrimonial dez/19
Ativo circulante
Caixa 291.358,10
Contas a receber 27.893,10
Estoque -
Ativo não circulante
(+) Imobilizado -
(+) Gastos pré-operacionais -
(+) Construção -
(+) Móveis e utensílios 3.025,65
(+) Equipamentos 10.813,63
(+) Outros 2.735,68
(-) Depreciação anual 1.657,44
Total ativo 337.483,60
Passivo circulante dez/19
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Balanço Patrimonial dez/19
(+) Contas a pagar 24.213,92
(+) Salários a pagar 8.547,30
(+) Impostos a pagar3.088,98
Passivo não circulante
(+) Empréstimos e financiamentos 29.310,84
Total do passivo 65.161,04
Capital social 81.026,34
Lucro acumulado 191.296,22
Total patrimônio líquido 272.322,56
Total passivo + Patrimônio líquido 337.483,60
Análise de rentabilidade da empresa
• Lucro líquido: R$ 230.805,38
• Receita líquida de 2014: R$ 623.883,96
• Total do ativo 2014: R$ 319.251,20
Margem líquida
230.805,38 / 623.883,96 = 0,3699
Giro do ativo
623.883,96 / 319.251,20 = 1,9542
Rentabilidade da empresa
Margem líquida x Giro do ativo. 0,3699 x 1,9542 = 0,7228
Para cada real investido, a empresa terá R$ 0,72 de rentabilidade.
Análise da lucratividade
• Lucro antes do Imposto de Renda e Juros 2014 (Lucro operacional): R$ 303.691,28
• Receita líquida de 2014: R$ 623.883,96
Margem de lucro operacional ou lucratividade da empresa = 303.691,28 / 623.883,96 = 0,4867 = 48%
Para cada real investido, a empresa terá R$ 0,48 de lucro.
Índice de liquidez corrente
Esse índice mostra se em curto prazo os ativos são suficientes para cobrir as obrigações.
Liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante
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Unidade II
319.251,20 / 35.850,20 = R$ 8,91
Índice de endividamento
Índice de endividamento = Total do passivo / Total do ativo
65.161,04 / 337.483,60 = R$ 0,19 ou 19%
Significa que 19% dos ativos da empresa são financiados por terceiros.
Índice de cobertura
Indica a saúde financeira da empresa. Representa a capacidade que a instituição tem em pagar sua 
dívida. Espera-se que esse índice não fique abaixo de:
Índice de cobertura = Lajir /Juros
303.691,28 / 1.700.263,68 = 0,18 ou 18%
Tabela 35 – Payback
Período Valor devido Entrada(lucro líquido mensal) Valor atual 
Mês1 88.555,40 10.180,39 78.375,39
Mês 2 78.375,39 4.229,14 74.145,87
Mês 3 74.145,87 14.322,84 59.823,03
Mês 4 59.823,03 24.412,04 35.410,99
Mês 5 35.410,99 27.909,79 7.501,79
Mês 6 7.501,79 21.879,19 -14.377,99
De acordo com o Payback, a empresa se pagou no sexto mês de funcionamento.
 Saiba mais
A fim de ler a respeito da gestão de custos na hotelaria, acesse o artigo 
a seguir:
VIEIRA, W. Q.; SOUZA, M. J. B. Gestão de custos nos hotéis de lazer da 
região sul do Brasil. Turismo: visão e ação, v. 7, n. 3, p. 427-438, set./dez. 
2005. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2610/261056112003.pdf. 
Acesso em: 7 maio 2020.
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
 Resumo
Nesta unidade falamos sobre os principais instrumentos contábeis de 
gestão de custos e pudemos, também, ver alguns exemplos práticos de 
tais instrumentos. Para construir o resultado da organização, é necessário 
controlar os gastos dela, por isso deve-se conhecer bem o que são e o que 
interfere em cada um deles. A contabilidade mensura, registra e controla as 
informações financeiras das instituições. Trata-se de ferramenta essencial 
para a tomada de decisões estratégicas e para a gestão de custos.
A fim de estudarmos melhor os instrumentos contábeis que dão 
subsídios à gestão de custos em turismo, vimos: Balanço Patrimonial, 
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa, 
Payback e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Conseguimos rever o quanto o Balanço Patrimonial impacta na 
organização da empresa. Esse controle, por meio da regulamentação das 
demonstrações, oferece muito material para a tomada de decisão e projeção 
estratégica do negócio. Processos de inovação e de reposicionamento 
utilizam dados do Balanço Patrimonial em sua totalidade. Dentro do BP 
estudamos, além dos ativos, passivos e patrimônio líquido, a depreciação. 
A depreciação incide sobre o ativo imobilizado – para o caso dos bens 
tangíveis – e esse desgaste impacta diretamente no Balanço Patrimonial, 
pois deverá ser abatido do ativo imobilizado, diminuindo-o a cada período. 
Quando aquele bem atingir 100% de depreciação, os lançamentos negativos 
se encerram e o item é retirado do ativo.
Deve-se salientar a importância de compreender profundamente os 
conceitos de patrimônio, bens, direitos e obrigações, ativo e passivo, além 
de todos os outros assuntos tratados aqui. Vale reforçar que o Balanço 
Patrimonial é o controle de maior impacto na tomada de decisão das 
organizações e faz-se essencial conhecermos cada um de seus encantos.
Já a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) acompanha as variações 
que acontecem no grupo de disponibilidades do ativo, ou seja, atua no 
regime de caixa da organização. As disponibilidades tratam da liquidez da 
empresa. Delas podemos trazer como exemplo, nas entradas de caixa, as 
vendas à vista, o recebimento de valores referentes a notas fiscais emitidas 
e os juros recebidos.
Na Demonstração do Resultado do Exercício vimos que o seu principal 
objetivo é detalhar cada etapa/movimentação que compõe o resultado 
96
Unidade II
líquido da companhia em um exercício através do confronto das receitas, 
custos e despesas apuradas, gerando informações significativas para 
tomada de decisão.
Por fim, observamos que de forma ampla o gerenciamento de custos 
em turismo não se centra apenas na análise dos instrumentos, é necessário 
ter uma visão periférica e holística do segmento, entendendo todas as 
variáveis que influenciam nos custos, principalmente a variação cambial, 
que é uma das maiores interferências externas nas organizações turísticas.
 Exercícios
Questão 1. Diversos são os fatores que implicam em volatilidade da moeda nacional. A ação dos 
Bancos Centrais em diminuir ou aumentar as taxas de juros de referência implicam em aumento ou 
diminuição do dólar americano, por exemplo, em relação à moeda doméstica. O nível de renda, a saúde 
da economia doméstica ou o volume de integração da economia no sistema das cadeias globais de valor 
são variáveis explicativas do valor do câmbio. Por ser uma importante questão do ramo do turismo é 
essencial que se saibam os regimes cambiais existentes. Acerca deste tema, avalie as afirmativas a seguir.
I – Um país terá cotação fixa da moeda caso a autoridade monetária local tenha optado pelo uso do 
regime conhecido por câmbio fixo.
II – Em um determinado país, a autoridade monetária local optou pelo uso do câmbio flutuante, isso 
significa que o valor da moeda doméstica variará de acordo com o desejo do mercado.
III – Em um regime de bandas, a autoridade monetária permite que a moeda nacional flutue, desde 
que entre patamares mínimo e máximo estabelecidos pela própria autoridade.
IV – No Brasil, o regime cambial adotado pela autoridade monetária é fixo.
Estão corretas apenas:
A) I e II.
B) II.
C) II e III.
D) IV.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa E.
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GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS EM EMPRESAS E PRODUTOS TURÍSTICOS 
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: como o próprio nome nos permite intuir, o regime de câmbio fixo determina um valor 
da moeda local em relação às demais. As forças de oferta e demanda não influenciarão a cotação 
nominal da moeda local.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o regime de câmbio flutuante prevê que a cotação da moeda doméstica em relação às 
demais será determinado pelas forças de mercado.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: o regime de bandas tem um nome bastante intuitivo. As forças de mercado determinam 
a cotação da moeda doméstica, desde que não se ultrapasse o valor máximo ou mínimo estabelecido 
pelo Banco Central.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o regime cambial adotado pelo Banco Central do Brasil é de flutuação suja, ou seja, a 
moeda pode ter variação na cotação nominal, no entanto, em momentos de maior incerteza o Banco 
Central age vendendo ou comprando dólar e, consequentemente, suavizando os movimentos.
Questão 2. Diante de um aumento do nível de preços em solo norte-americano, o Federal Reserve 
System (FED) resolve praticar uma política monetária contracionista, ou seja, na tentativa de controlar 
os preços, o banco aumenta a taxa de juros na expectativa de que esse movimento diminua

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