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13 - Imunidade - Conceitos Gerais

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Imunidade – Conceitos Gerais
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMUNIDADE – CONCEITOS GERAIS
Dando continuidade ao estudo do Direito Tributário, vamos começar a estudar a segunda 
limitação ao poder de tributar: imunidades tributárias. Já estudamos os princípios e vamos 
para as imunidades, que é o segundo tópico mais cobrado na prova.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Vejamos a relação jurídica tributária:
Hipótese de incidência → Fato gerador → Obrigação → Lançamento → Crédito → Não 
paga → Dívida ativa → Execução fiscal.
1. Conceito
É uma delimitação negativa da competência. Trata-se de um conceito extremamente teó-
rico. Mas, vamos traduzir:
Quando você tem uma imunidade, é colocado na frente do contribuinte um escudo de 
proteção. Se o contribuinte tiver um escudo de proteção, nada acontecerá com ele.
A função da Constituição da República Federativa do Brasil é distribuir e centralizar com-
petências nos quatro entes federativos (União, Estados, DF e Municípios). Serão distribuídas 
competências legislativas, administrativas, tributárias, financeiras e orçamentárias.
Ex.: no art. 25 da Constituição, está escrito que legislar sobre gás canalizado é uma com-
petência dos Estados. 
Se a União fizer uma lei sobre gás encanado, esta lei estará certa ou errada? Errada, pois 
não é um critério de hierarquia, mas sim de competência. A União não possui competência 
para legislar sobre gás canalizado, pois essa competência é dada aos Estados (art. 25 da 
Constituição).
Ex.: conforme o art. 156., I, da Constituição, o IPTU é um imposto dos Municípios. Se a 
União fizer uma lei ordinária e criar um IPTU de um município, esta lei é constitucional ou 
inconstitucional? Inconstitucional, pois não é um critério de hierarquia, mas sim de competên-
cia. A União não possui competência para criar IPTU.
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Imunidade – Conceitos Gerais
DIREITO TRIBUTÁRIO
Acontece que a Constituição atribuiu à União, no art. 153, III, da Constituição, poder para 
tributar com relação ao imposto de renda. Apesar de ter poder de tributar com relação ao 
imposto de renda, a União pode cobrar do jeito que quiser a quem quiser? Não, pois o poder 
de tributar da União sofre limitações impostas pelos princípios e imunidades.
O poder de tributar dado aos entes federativos é relativo, ou seja, sofre limitações pelas 
regras de competências, princípios e imunidades. 
A imunidade entra antes da hipótese de incidência, do fato gerador, da obrigação ou do 
crédito tributário? A imunidade entra antes da hipótese de incidência. Quando há uma imu-
nidade, nada acontece. A relação jurídica não chega a ser iniciada, deflagrada e não chega 
a começar.
2. Imunidade ≠ Isenção
Imunidade é diferente de isenção. Como se cria uma imunidade? Todas as imunidades 
são direitos e garantias individuais do contribuinte. Nesse caso, as imunidades são matérias 
de cláusula pétrea. Assim, uma imunidade nunca poderá ser abolida.
Incumbe mencionar que apenas a Constituição pode criar um novo princípio ou uma nova 
imunidade. Isso ocorre porque se trata de direito e garantia individual (matéria de cláusula pétrea). 
Destaca-se que, em Tributário, todas as normas gerais são feitas mediante lei comple-
mentar. Se o ente federativo quiser explicar, conceituar ou regulamentar o que é a imunidade 
de templos, ele o faz por meio de lei complementar.
Na imunidade, há hipótese de incidência, fato gerador, obrigação, lançamento ou crédito? 
Não, pois a relação jurídica não chega a ser iniciada.
A isenção é uma causa de exclusão do crédito tributário. Nesse caso, ela entra antes da 
hipótese de incidência, do fato gerador, da obrigação ou do crédito? A isenção impede o lan-
çamento, pois o crédito não pode ser constituído.
Ressalta-se que a criação e instituição de uma isenção é feita por meio de lei ordinária. 
Já a explicação, regulamentação e conceituação de uma isenção já criada por meio de lei, 
isto é feito por meio de lei complementar. 
Na isenção, há hipótese de incidência, fato gerador e obrigação; só não há lançamento. 
Isso é o oposto da imunidade.
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Imunidade – Conceitos Gerais
DIREITO TRIBUTÁRIO
Se você tiver uma imunidade, você para de cumprir as obrigações acessórias e para de 
emitir nota fiscal? Na realidade, você continua a emitir, pois, mesmo imune, você é obrigado 
a continuar mantendo a escrituração dos livros contábeis. Mesmo imune, você deve cumprir 
com todas as obrigações acessórias, sob pena de ser multado (art. 14, III, CTN).
Além disso, incumbe mencionar que, de igual modo, se você for isento, você deve cum-
prir com todas as obrigações acessórias.
Cabe mencionar que as imunidades são interpretadas de maneira extensiva. Mas, as 
isenções são interpretadas de maneira literal (art. 111, CTN). 
3. Erros na Constituição Federal
3.1. Art. 184, § 5º, CF
Este dispositivo menciona o seguinte:
Art. 184. [...] § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de trans-
ferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Ex.: Maria Christina possui uma linda fazenda cheia de ITR em atraso. Acontece que 
você comprou a fazenda de Maria Christina. Nesse caso, quem fica com a dívida? Você! Na 
mesma lógica, se houver uma casa em área urbana cheia de IPTU em atraso, quem fica com 
a dívida é quem compra.
Se o IPTU não for pago, o bem de família será perdido. A impenhorabilidade de um bem 
de família não é absoluta (art. 1º, da Lei n. 8.009/1990).
Se houver uma casa cheia de IPTU em atraso e, por descumprimento de função social, a 
União proceder à desapropriação por necessidade e utilidade pública, a União leva a dívida 
para ela? Não, pois a União tem imunidade de imposto sobre patrimônio, renda e serviço. 
Na realidade, o art. 184, § 5º, da CF deve ser lido como uma causa de imunidade e não 
de isenção. Imunidade é uma dispensa constitucional e isenção é uma dispensa legal.
3.2. Art. 195, § 7º, CF
Este dispositivo menciona o seguinte:
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Imunidade – Conceitos Gerais
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 195. [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes 
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Ocorre que essa é uma causa de imunidade. Imunidade é uma dispensa constitucional e 
isenção é uma dispensa legal.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Maria Christina Barreiros D’ Oliveira. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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