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Operações Farmacêuticas - Farmacotécnica

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Operações Farmacêuticas
Farmacotécnica 1
> Operações farmacêuticas: nome que se dá ao conjunto de processos empregados na preparação da matéria-prima que será incorporada nas diversas formas farmacêuticas.
As operações farmacêuticas dividem-se em: operações de uso geral e operações propriamente ditas.
Operações de Uso Geral
Pesagem: de sólidos
→ Precisas:
· Pesagem rigorosa
· Pequenas quantidades
· Balanças analíticas (sensibilidade de 0,1 mg)
→ Grosseiras ou aproximadas:
· Pesar grandes quantidades
· alguns gramas a quilogramas de peso
· sensibilidade de 0,1 – 0,2g
A Verificação e Calibração dos equipamentos utilizados para pesagem são feitas por empresas certificadas pelo INMETRO.
A calibração é feita utilizando a balança + peso padrão.
Medida de volumes: líquidos 
 Volume:
· Exatos (inteiros ou fracionados)
· Aproximados
 Para Escoar:
· Pipeta
· Bureta
· Proveta
 Para Conter:
· Balão
· Bequer
· Erlenmeyer
· Cálice graduado
- Erro de paralaxe: é um erro que ocorre pela observação errada na escala de graduação causada por um desvio óptico causado pelo ângulo de visão do observador. Pode ocorrer em vidrarias como buretas, provetas, pipetas, etc. Por exemplo, quando é necessário medir um volume na proveta, se você não observar o menisco de um ângulo que faça o menisco ficar exatamente na altura dos seus olhos, você poderá ter uma medida errada e, portanto, um erro de paralaxe, podendo obter uma medida maior ou menor que a correta, dependendo do ângulo de observação.
Mistura: combinação de duas ou mais substâncias, respeitando suas características obtendo uma mistura homogênea.
Pode ser feita por: Espatulação, Trituração, Tamisação
- Diluição geométrica/Homogeneização: é uma técnica de homogeneização empregada para garantir, durante a “mistura”, a distribuição uniforme de pequenas quantidades de componentes na fórmula.
É uma operação intermediária utilizada na farmácia magistral, visando diluir fármacos potentes, para serem utilizadas em outras formas farmacêuticas como as cápsulas. 
As diluições normalmente empregadas são de 1:10, 1:100 ou 1:1000, dependendo da faixa de dosagem da substância.
· Até 0,1mg recomenda-se a diluição 1:1000
· De 0,11mg a 0,99 mg recomenda-se a diluição 1:100
· Acima de 1 mg recomenda-se a diluição 1:10
- Fatores que interferem na mistura de pós:
· Tamanho de partícula dos componentes, ou seja, a tenuidade do pó
· Densidade
· Proporção
- Problemas da mistura de pós:
· Segregação 
· Controle de Homogeneidade
Operações Propriamente Ditas
Transformação de uma matéria-prima em uma forma farmacêutica.
- As operações propriamente ditas podem ser divididas em Mecânicas e Físicas:
Mecânicas: operações que promovem modificações no aspecto exterior das drogas, mas não alteram o seu estado físico ou constituição química.
As operações mecânicas podem ser subdivididas em operações de separação e operações de divisão:
· Operações de separação: separar partes inertes ou alteradas que acompanham as drogas, principalmente as de origem vegetal ou para eliminar substâncias estranhas.
- Sólido-sólido:
· Triagem ou Monda: separar contaminantes inertes ou alteradas nas drogas.
- manual
- por crivo
- por ventilação
- por lavagem
· Levigação: está baseada na diferença de densidade entre os componentes da mistura. Um fluxo de líquido é usado para arrastar os componentes menos densos da mistura, deixando no recipiente os componentes de maior densidade.
- Suspensão em líquido inerte, um levigador
- Incorporação de um ativo, de baixa solubilidade e de difícil dispersão, em um veículo, e é realizada por meio de um agente de solubilização ou agente molhante, a fim de facilitar sua incorporação em uma formulação. O ativo poderá ou não solubilizar, mas ficará na forma “ideal” para a incorporação. 
- Utiliza-se óleo mineral, glicerina, propilenoglicol, água ou álcool como agentes de levigação
· Tamisação: permitir a calibração do pó (separar pós de diferentes tamanhos). Estabelecer a tenuidade dos pós no processo de divisão.
- Pode ocorrer contaminação cruzada.
- Tipos de tamis:
+ Simples
+ Cobertos: para drogas muito ativas, como AZT, hormônios citostáticos.
- Material: aço inoxidável, latão, nylon, seda.
- Classificação: n° 10,12, 14, 16, 18, 20, 30, 40, 60, 100, 200.
Onde os n° são de malha por polegada linear (mesh)
- Quanto maior o n°, menor a abertura de malha.
> Técnica de Tamisação: 
1. Verificar se o tamis é o correto para a tenuidade que se deseja.
2. A rede do tamis e o produto a tamisar devem ser compatíveis entre si.
3. Ao realizar uma tamisação poderemos usar um tamis simples ou coberto, sendo aconselhável o último quando se tratar de substâncias tóxicas ou irritantes.
4. Colocado o produto a tamisar sobre a malha, fazer movimentos alternados para um e outro lado, procurando evitar sacudidas e solavancos 
5. O material deve deslizar naturalmente e sem pressão.
6. A tamisação é terminada quando não passar mais nada pelo tamis e em nenhum caso deve-se comprimir o pó contra a malha.
- Sólido-líquido e/ou líquido-líquido:
· Decantação: consiste em deixar a mistura em repouso e o componente mais denso, sob a ação da força da gravidade, formará a fase inferior e o menos denso ocupará a fase superior.
- Pré-requisito:
+ Separação sólido-líquido: deposição prévia do sólido.
+ Separação de líquidos imiscíveis: formação de interface.
· Centrifugação: é usada para acelerar a decantação por meio de um movimento de rotação intenso (força centrífuga) de tal forma que o componente mais denso se deposite no fundo do recipiente.
· Clarificação: quando a impureza for de origem coloidal podendo atravessar a placa filtrante.
- Métodos de Clarificação:
· Filtração: quando a impureza não tiver problema.
· Uso do calor:
- Impureza viscosa: diminui a viscosidade, fácil deposição das partículas;
- Impureza de natureza proteica: desnatura, depositando rapidamente.
· Uso de coagulantes sintéticos: aprisionamento das partículas de água pelo alúmen.
· Adição de subst. proteica + calor: deposição das partículas por aprisionamento
· Filtração: objetivo de clarificar ou de separar o componente sólido ou líquido, por efeito de uma pressão sobre uma superfície porosa, ficando o sólido retido e passando o líquido através de aberturas do septo filtrante.
- Mecanismos de Filtração:
· Clivagem: mecânico. Placa filtrante apresenta poros pequenos impedindo a passagem de partículas – ideal para líquidos.
· Adsorção: físico ou físico-químico. A impureza forma ligações com a placa filtrante. (Depende das forças envolvidas: ligações tipo H ou forças eletrostáticas)
- Filtro = realiza a separação
- Suporte ou base = atuação da filtração
- Objetivos da filtração:
· Isolar e aproveitar os sólidos em suspensão num líquido.
· Obter soluções límpidas e/ou clarificadas.
- Características dos produtos sujeitos à filtração:
· A natureza dos produtos varia enormemente.
· A viscosidade do líquido, que influencia na velocidade de filtração.
- Teoria da filtração:
- Fatores que influenciam a velocidade de filtração:
· Débito da filtração.
· Superfície útil de filtração.
· Pressão diferencial.
· Permeabilidade do meio filtrante.
· Viscosidade do líquido
· Camada filtrante (espessura e porosidade).
- Materiais filtrantes – Filtros: 
+ Características desejáveis:
· Ser inerte
· Sofrer o mínimo de alterações 
· Deixar passar o máximo de líquido e reter os sólidos em suspensão
+ Principais materiais filtrantes:
· Papel:
- Formas: circular e folha quadrada
- Porosidade: papéis grossos apresentam poros mais largos, filtrações mais rápidas.
· Tecidos: podem ser utilizados como suportes de superfícies filtrantes ou como filtros.
· Rígidos:
- Materiais porosos de natureza variada: sílica, alumina, vidro poroso.
- Placas e discos filtrantes: tando membranas de celulose com diferentes porosidades que permitem a filtração clarificante, esterilizante e ensaios de esterilidade.
- É comum a utilização de um pré-filtro.
- Vantagens de meios filtrantes rígidos: são robustos resistentes a pressões, adaptáveis a sistemas mecânicos, são duráveis e possuemalto poder clarificante.
- Desvantagens: entopem com facilidade, tem dificuldade de limpeza e a filtração é mais lenta. 
- Adjuvantes da filtração: é toda substância inerte utilizada com a finalidade de aumentar a velocidade de filtração e o grau de clarificação da solução.
+ Característica dos adjuvantes:
· Capaz de formar uma rede porosa indeformável.
· Apresentar um grau de divisão suficiente para reter as partículas sólidas a filtrar.
· Apto a manter-se em suspensão no líquido.
· Livre de impurezas.
· Não reativo.
· Anidro.
· Exemplo: sílica de diatomáceas; carvão; talco.
> Técnicas de Filtração:
1) Filtração por ação da gravidade:
· Conjunto filtrante-suporte.
· Funil: paredes lisas ou com saliências
· Papel: liso (aproveitar o sólido) ou pregueado (clarificar a solução)
· Filtração à quente:
· Diminui a viscosidade tornando a filtração mais rápida.
· Filtração a frio.
2) Filtração por sucção ou a vácuo:
Operação muito rápida, devido a maior diferença de pressão nos dois lados do septo filtrante.
Tipos: esterilizante (Millipore ou Sartorius) ou clarificante.
3) Filtração sob pressão: 
· Filtro Seitz / adaptáveis a seringas / Millipore.
· Filtros para filtração esterilizante em escala laboratorial:
· Pequenos volumes: monodisco
· Grandes volumes: 20 discos
4) Ultrafiltração: 
· Filtrar colóides e fracionar compostos de elevados, mas diferentes pesos moleculares.
· Através de uma membrana semipermeável utilizando sucção ou a pressão para vencer a fraca permeabilidade.
· Membranas de poros mais apertados.
· Operações de divisão: 
- Sólidos:
Objetivo: aumentar a superfície de contato do fármaco. Deixar a matéria prima em uma forma conveniente para a pulverização.
· Divisão grosseira/Moagem: operação mecânica de redução do tamanho das partículas dos sólidos. Fragmentar as drogas tornando-as aptas a sofrerem uma divisão posterior ou ser submetidas a certas técnicas extrativas.
- Corte ou secção: uso de um instrumento cortante.
Ex: tesoura, faca, corta-raízes.
- Contusão: por meios de choques repetidos. Ex: almofariz.
- Rasuração: atritar sobre uma superfície áspera subst. de grande dureza (metais e noz-vómica). Ex: lima ou raspador.
· Divisão fina/Pulverização: transformar o fármaco em pó.
- Em almofariz: técnicas de contusão e trituração. Ex: ferro, mármore, porcelana,
vidro.
- Por intermédio: subst. que não são pulverizáveis diretamente. Ex: cânfora, baunilha, terpina.
+ Sólidos: sulfato de sódio, açúcar, carbonato de cálcio.
+ Líquidos: éter, água, álcool, azeite
- Por tamises: para substâncias friáveis e moles. Substância que se aglomeram.
- Química
+ Físico-químico: interfere no processo de cristalização
+ Reação química: uso de óxidos
- Porfirização: à seco ou a úmido (líquido não pode reagir nem dissolver). Para pós extremamente finos.
- Por moinhos: manual ou escala industrial. Aço inoxidável. 3 princípios fundamentais: atrito, laminagem, impacto
Ex: Facas e Martelos (impacto), Bolas (atrito e impacto), Micronizadores, Coloidal
(emulsões).
+ Fatores que interferem na escolha do equipamento de pulverização:
· Propriedades da substância (dureza, elasticidade, umidade, friabilidade, sensibilidade ao calor).
· Dimensão da partícula a ser pulverizada e a desejada
· Quantidade a ser pulverizada/ moída
+ Problemas da Moagem:
· Ruído 
· Contaminação do ambiente com pós
+ Importância da Granulometria:
O grau de divisão de um sólido tem uma importância muito grande:
1. Velocidade de dissolução
2. Homogeneidade e estabilidade das misturas de pós ou granulados
3. Qualidade dos comprimidos (uniformidade da dose, dureza, friabilidade, dissolução)
4. Estabilidade das suspensões líquidas ou pastosas (xaropes, pomadas, supositórios)
5. Poder adsorvente dos pós
6. Dosagens ou repartição volumétrica dos pós (comprimidos, capsulas)
7. Biodisponibilidade
Só será absorvida a substância que estiver solubilizada nos líquidos que banham a membrana.
+ Quanto menor o tamanho da partícula, maior será a velocidade de dissolução, que é o primeiro passo para uma melhor biodisponibilidade. 
- Não-sólidos:
· Emulsificação: divisão do líquido em pequenos glóbulos com consequente aumento de sua área superficial.
Físicas: operações que promovem alterações físicas ou químicas no fármaco.
· Frio ou calor:
- Carbonização:
· Calcinação 
· Cristalização
· Fusão
· Destilação 
· Liofilização: Técnica especial que permite a secagem de um corpo após prévio congelamento, removendo-se a água congelada por sublimação, de modo a dar-se, diretamente, a passagem do estado sólido ao gasoso.
- Vantagens:
+ Baixa temperatura – garante: inalterável a sua composição química original, a sua atividade terapêutica e outras propriedades/características; redução do desenvolvimento de m-o; inibição de reações enzimáticas
+ A perda de constituintes voláteis está reduzida ao mínimo;
+ Resultam em uma estrutura esponjosa (rápida dissolução);
+ Se acondicionados e armazenados convenientemente mantém-se por longo tempo.
- Aplicações:
+ Secagem e armazenamento de subst. instáveis em solução
+ Termosensíveis ou oxidáveis
+ Conservação de plasma humano, enxertos de tecidos e materiais vivos
- Refrigeração:
· Evaporação 
· Exsicação
· Sublimação
· Torrefação 
· Secagem: executada em substância que tem certo grau de umidade. Dificultar a atividade enzimática (T = 40-50°C).
+ Estufas de ar quente: mais utilizado. Sólidos termo-resistentes.
+ Leito fluidizado: ar quente, sendo mais eficiente porque cada partícula é rodeada pelo ar. 
+ Infravermelho: fonte de calor para evaporação da água.
+ Vantagens: aquecimento rápido à superfície mas lento no interior dos corpos e distribuição homogênea do calor.
+ Amolecimento: para subst. muito compacta ou de consistência córnea resistente aos processos de pulverização (ex: tubérculo de salepo e semente de noz-vómica)
+ Exsicadores
+ Ar livre
· Líquido:
- Dissolução: operação farmacêutica de ordem física, mudando permanentemente ou transitoriamente o estado físico da droga. Exige um líquido.
· Simples: Neutralização de forças intermoleculares que tornam coesos as moléculas da substância a dissolver.
· Extrativa: Tratamento por um solvente adequado em uma droga vegetal sólida e seca, de modo a obter uma solução de determinados princípios ativos, deixando-se um resíduo.
Ex: maceração e técnicas relacionadas.
Influências na dissolução: tamanho das partículas, temperatura, polaridade, pH e agitação.