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UNIVERSIDADE DE FRANCA MEDICINA VETERINÁRIA BIOQUÍMICA E METABOLISMO ANIMAL QUESTIONÁRIO 2 Aluno: Antonio Augusto Borges Sales. 1 – Descreva como é a estrutura química de um aminoácido. Um aminoácidos possui os seguintes componentes: Grupo amina: NH2 ou NH3. Grupo carboxílico: COOH (ácido carboxílico, sendo assim um dos O possuem ligação covalente dupla). Um hidrogênio ligado ao carbono alfa. Grupo R: Esse grupo que difere um aminoácido do outro, cada aminoácido possui seu próprio grupo R, e o mesmo é responsável por definir características específicas do aminoácido, como sua (a) polaridade e (não) interação com a água. Carbono alfa central: Esse carbono é responsável por se ligar a todos os grupos citados acima, é o carbono alfa que mantém os elementos de um aminoácido contidos numa molécula. A grande maioria dos carbonos alfas são quirais (possuem 4 ligantes diferentes), exceto a glicina, pois seu grupo R é um hidrogênio H. 2 – Por que em um organismo vivo há apenas L-aminoácidos presentes nas proteínas? Os aminoácidos levógiros são os únicos aminoácidos presentes nas proteínas, estes aminoácidos sempre possuem sua amina voltada para a esquerda e interagem da mesma maneira frente a luz plana polarizada. A razão das proteínas serem constituídas apenas por aminoácidos levógiros é que a enzima peptidil transferase somente realiza ligação peptídica caso amina contida no aminoácido esteja voltada para a esquerda de um grupo carboxílico. A ligação peptídica entre os aminoácidos é feita se utilizando o grupo amina de um aminoácido e o grupo carboxílico de outro, assim não seria possível aminoácidos dextrogiros constituírem uma proteína, pois dois grupos iguais iriam se encontrar. 3 - O que são aminoácidos essenciais e não essenciais? Os aminoácidos podem ser classificados em essenciais e não essenciais, sendo: Essenciais: São aqueles que não podem ser sintetizados pelo organismo do animal, sendo necessário a ingestão destes aminoácidos essenciais por meio da alimentação, proteína animal é um exemplo de fonte de aminoácidos. Os aminoácidos essenciais são: Arginina, Histidina, Isoleucina, Leucina, Lisina, Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano e Valina. Não essenciais: São aqueles aminoácidos que são sintetizados pelo próprio organismo, a partir de outros aminoácidos essenciais que foram adquiridos no organismo. Aminoácidos não essenciais são constituídos de parte de aminoácidos essenciais. Os aminoácidos não essenciais são: Alanina, Aspartato, Asparagina, Cisteína, Glutamato, Glutamina, Glicina, Prolina, Serina e Tirosina. 4 – Como ocorre a Ligação Peptídica? As ligações peptídicas entre os aminoácidos sempre vão ocorrer entre o grupo amina (NH2 ou NH3) e um ácido carboxílico (COOH), um dos hidrogênios (H) presentes no grupo amina vai se ligar com um oxigênio (O) e outro hidrogênio (H) presente no ácido carboxílico, dessa forma vai ser liberada uma molécula de água (H20), e após isso o grupo amina de um aminoácido vai se ligar ao ácido carboxílico de outro aminoácido. Assim, esses dois aminoácidos vão estar ligados por uma ligação peptídica, e serão nomeados resíduos de aminoácidos, já que parte da sua estrutura foi perdida. A ligação peptídica entre aminoácidos é caracterizada pela hidrólise e condensação. 5 – Classifique os peptídeos de acordo com o número de aminoácidos em sua estrutura Os peptídeos podem ser classificados quanto ao tamanho da sua cadeia, sendo: Dipeptídeo: Possui somente 2 resíduos de aminoácidos unidos por ligação peptídica em sua estrutura. Tripeptídeo: Possui 3 resíduos de aminoácidos unidos por ligação peptídica em sua estrutura. Oligopeptídeos: Possuem de 4 a 40 resíduos de aminoácidos ligados por ligação peptídica em sua estrutura. Polipeptídeos: Possuem de 41 a 50 resíduos de aminoácidos ligados por ligação peptídica em sua estrutura. Salienta-se que mesmo não sendo um peptídeo, proteínas possuem mais de 50 aminoácidos em sua estrutura. 6 - Quais as diferenças entre proteínas fibrosas e globulares? As proteínas podem ser classificadas em fibrosas e globulares, sendo: Fibrosas: Possuem formato alongado ou fibroso, podendo ser compostas por proteínas primária ou secundárias ( - hélice ou - pregueada), são lipossolúveis eα β possuem função estrutural. Unhas, pelos, dentes, cascos e cornos, por exemplo, são todos exemplos de estruturas compostas por proteínas globulares. Globulares: Possuem formato esférico com mais de uma cadeia peptídica, podem ser compostas por proteínas terciárias ou quaternárias, são solúveis em água (tendo seu grupo hidrofóbico localizado no centro/interior da proteína. As proteínas globulares possuem função biologicamente ativa no organismo, assim influenciando no funcionamento do organismo, são exemplos de proteínas globulares as enzimas, hemoglobinas e as mioglobinas. 7 – Explique a classificação das proteínas quanto a sua estrutura química. As proteínas possuem quatro tipos de classificações/estruturas, sendo elas: Estrutura primária: Essa estrutura é composta por uma sequência linear de resíduos de aminoácidos, que estão ligados entre si por ligações peptídicas ou pontes de dissulfeto (ligações entre enxofre presente no grupo R de alguns aminoácidos). A estrutura primária é a mais simples entre todas as proteínas. Estrutura secundária: Tal estrutura proteica possui dobramentos regulares que são causados por pontes de hidrogênio, essas pontes de hidrogênio ocorrem entre um oxigênio do grupo carboxila (antigo COOH antes da ligação peptídica) de um resíduo de aminoácido, e um hidrogênio da amina (NH2 ou NH3 antes da ligação peptídica) de outro resíduo de aminoácido próximo a ele. Esses dois dobramentos possuem duas subclassificações distintas, de acordo com sua forma, sendo elas: -hélice: Essa estrutura proteica possui um formato espiral/cilíndrico e de hélice,α formada por aminoácidos de uma mesma cadeia, formando uma cadeia polipeptídica. Essa estrutura possui seu formato espiralado devido às pontes de hidrogênio entre o H do NH ou NH2 (depende se o grupo amina era NH2 ou NH3) e do CO). Um exemplo dessa proteína secundária é o colágeno, assim possuindo função estrutural. -pregueada: Tal estrutura possui uma estrutura bastante semelhante a uma folhaβ de papel dobrada em zigue-zague (o formato também é semelhante a estrutura de cadeia alifática não ramificada na representação de linhas). Essa estrutura é resultante de pontes de hidrogênio entre duas ou mais cadeias polipeptídicas. Exemplos de proteínas com essa estrutura são a alanina e a glicina, fora que a estrutura também é encontrada em escamas e bicos, assim também possuindo função estrutural. É necessário salientar que proteínas primárias e secundárias são fibrosas, possuem formato fibroso e alongado, e são responsáveis por funções estruturais dentro do organismo animal. Estrutura terciária: Possui formato globular, assim possui função biologicamente ativa no organismo. Essa proteína é composta pela compactação das cadeias polipeptídicas em estrutura secundária, estas proteínas secundárias se enovelam entre si, com as chaperonas sendo as proteínas especializadas responsáveis por esse enovelamento. Após o enovelamento a proteína se torna uma só, e possui um formato globular, a manutenção dessa forma se dá por pontes de hidrogênio, pontes de dissulfeto, ligações hidrofóbicas e interações iônicas. A parte hidrofóbica da proteína se localiza no interior da proteína (pois conjuntos apolares se juntam no interior da proteína), enquanto a porção hidrofílica se localiza na superfície da proteína (pois seus grupamentos polares, que interagem com a água, se aglomeram na porção mais externa da proteína). São exemplos de proteínas terciárias as enzimas, anticorpos e a mioglobina (responsável pelo transporte do oxigênio nos músculos). Estrutura quaternária: São moléculas compostas, que são constituídas pela associação de proteínas terciárias, ou seja uma proteína composta por proteínas terciárias. O que mantém as proteínas terciárias unidas numa proteínaquaternária são pontes de hidrogênio e ligações iônicas. As proteínas quaternárias possuem formato globular, sendo assim possuem função biologicamente ativa no corpo. Proteínas quaternárias podem ser classificadas de acordo com as subunidades de proteína terciária que possuem, sendo: Dimétricas: Possui duas subunidades de proteína terciária. Triétricas (trimétricas segundo o corretor, e triétricas segundo os slides da aula): Possui três subunidades de proteína terciária. Multiméricas: Possui mais de três subunidades de proteínas terciárias. Um exemplo de proteína quaternária é a hemoglobina (transporte de oxigênio no organismo). Também se torna importante ressaltar que proteínas terciárias e quaternárias possuem formato globular (formato esférico), com os grupos hidrofóbicos no interior e hidrofílicos no exterior, e com função biologicamente ativa no organismo. 8 – Diferencie reação química espontânea da não-espontânea. As reações químicas podem ser definidas em espontânea e não-espontânea, sendo: Reação química espontânea: É quando os reagentes possuem energia livre suficiente para chegarem ao estado de transição. Reação química espontânea é caracterizada pelos reagentes possuírem maior quantidade de energia livre que os produtos da reação. Reação química não-espontânea: Ocorre quando os reagentes não possuem energia livre suficiente para se chegar ao estado de transição, sendo assim necessário o auxílio das enzimas, para doar energia suficiente a fim de que os reagentes possam chegar ao estado de transição e assim originarem produtos. A reação química não-espontânea é particularizada pelos reagentes possuírem menor quantidade de energia livre que os produtos da reação. 9 – Quais são os fatores que influenciam na atividade enzimática? Existem fatores que podem influenciar de forma direta na atividade e velocidade das enzimas, o meio em que a reação química está ocorrendo pode afetar o funcionamento da enzima, tais fatores são: pH: As enzimas funcionam dentro de um pH considerado normal (ideal), o pH varia dependendo do meio em que a enzima se localiza, uma enzima do estômago por exemplo, exerce sua função em pH ácido, geralmente o pH ideal das enzimas varia de 6 a 8. Temperatura: Toda enzima vai possuir uma temperatura ótima (um intervalo de temperatura considerado normal para o exercício da atividade enzimática), a atividade da enzima diminui proporcionalmente de acordo com a diminuição da temperatura. Já com o aumento da temperatura, em um primeiro momento a atividade da enzima aumenta, com o aumento contínuo da temperatura a enzima irá sofrer desnaturação proteica (as pontes de hidrogênio e pontes de dissulfeto da estrutura terciária da proteína se quebram, assim as enzimas que são proteínas globulares perdem seu formato, assim perdendo sua conformação e função). Concentração de enzima e substrato: Esses fatores são interligados e diretamente proporcionais, para que exista muito produto resultante de reação química é necessário haver muito enzimas e substrato, caso exista muita enzima e pouco substrato, por exemplo, vai haver pouco produto, pois um fator depende do outro para haver reação química, e assim produção de produto. Se ressalta que o pH e a temperatura dessas enzimas e substratos devem ser ideais para o meio em que estão localizados. 10 – O que são inibidores enzimáticos e quais são os seus tipos? Inibidores enzimáticos são substâncias que irão inibir o funcionamento de certo tipo de enzima, essas substâncias podem ser sintetizadas pelo próprio organismo do animal, ou podem ser substâncias externas/estranhas ao organismo. Existem dois tipo de inibidores enzimáticos, sendo eles: Reversíveis: Os inibidores enzimáticos reversíveis são aqueles que irão inibir de maneira reversível o funcionamento de determinada enzima, são temporários, a enzima pode voltar ao seu funcionamento normal após se separar de um inibidor enzimático reversível. Inibidores enzimáticos se dividem em duas subcategorias, sendo elas: Competitivos: Essa subcategoria de inibidores enzimáticos reversíveis competem com o substrato para se ligar ao sítio de ação da enzima. Assim o substrato não vai conseguir se ligar ao sítio de ação da enzima, já que o inibidor irá estar ocupando o lugar que o substrato deveria ocupa, enquanto o inibidor estiver ligado ao sítio de ação o substrato não vai conseguir se ligar ao sítio de ação, e assim fazer reação química. A inibição se dá por competição. Não competitivos: Quando o inibidor enzimático não se liga com a enzima pelo sítio de ação (como o inibidor competitivo), mas se liga em outro local da enzima, com isso o sítio de ação sofre uma alteração em sua conformação, e com isso o substrato é impedido de se ligar a enzima pelo sítio de ação. Enquanto o inibidor enzimático não competitivo estiver ligado a enzima, o substrato não pode se ligar a ela, após o inibidor se desconectar da enzima o substrato pode se ligar novamente a enzima, pois a mesma voltará a sua conformação normal. A inibição não acontece por competição, mas pela inibição por meio da alteração de conformação do sítio de ação. Irreversíveis: Quando o inibidor que se conecta a enzima se liga a ela de forma irreversível, o inibidor não se desconectará mais dessa enzima, assim a enzima sofre uma desativação completa e irreversível. São exemplos de inibidores enzimáticos irreversíveis venenos e antibióticos.
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