Prévia do material em texto
INSTALAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO Alunos: Eric dos Santos Glória Filipe Matias Brambilla INTRODUÇÃO Combater princípios de incêndios pode parecer um assunto simples a primeira vista. Porém, quando verificamos a quantidade de variáveis existentes, constatamos a importância de uma base teórica fundamentada e de treinamentos constantes. Esta apostila procurará transmitir as informações básicas para que uma pessoa possa agir neste tipo de situação e saiba tomar as providências necessárias, também em caso de incêndios de maiores proporções. TEORIA BÁSICA DO FOGO CONCEITO DO FOGO Iniciando o estudo, é de fundamental importância conhecermos os elementos que compõem o fogo, para que possamos entender as relações existentes quanto a formas de propagação e de extinção de incêndios. O fogo nada mais é do que uma reação química que libera luz e calor. Essa reação química decorre de uma mistura de gases a altas temperaturas, que emite radiação geralmente visível. Diante disso, pode ser que alguém esteja se perguntando nesse momento: “Gases!!?? Mas quando eu vou fazer churrasco eu coloco fogo na madeira e eu vejo ela queimando!” A explicação para isso é simples. Basta entendermos que todo material quando aquecido a determinada temperatura, libera gases e são esses gases que, de fato, pegam fogo. Sabendo que o fogo é uma reação química, devemos conhecer quais são os elementos que compõem essa reação. A teoria nos diz que são 3 elementos básicos: combustível, comburente e calor. Esses três elementos, reagindo em cadeia, dão origem ao fogo. A literatura denomina esses elementos, bem como a relação entre eles, por triângulo do fogo ou tetraedro do fogo (este último mais recente, considerando, também, a reação em cadeia). E L E M E N T O S Q U E C O M P Õ E M O F O G O LOGO, É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA QUE SEJA ENTENDIDO COMO CADA UM DESSES ELEMENTOS AGE E COMO ELES SE RELACIONAM. Combustível Mui tas pessoas a l iam o te rmo combust íve l aos pos tos de combust íve is e , consequentemente , à gaso l ina , ao e tano l e ao d iese l , tendo esses l íqu idos como a ún ica fo rma ex is ten te de combust íve l . Esse pensamento é e r rôneo. É fundamenta l que se entenda que combust íve l é toda a subs tânc ia capaz de que imar e a l imentar a combustão . Sendo ass im, podemos a inda c lass i f i car combust íve l como l íquidos, sól idos e gasosos , ao passo que ex is tem subs tânc ias nos mais d i fe ren tes es tados que atendem ao pressuposto in ic ia l . Combustível Líquido Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que podem dificultar a extinção do fogo, aumentando o perigo a quem venha o combater. Uma propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de misturar-se com outros líquidos. É importante saber que a água e os líquidos derivados do petróleo (hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como álcool e acetona (solventes polares), têm grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura não seja inflamável. Outra propriedade é a volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores. Também é de grande importância, visto que quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão. Quanto à volatilidade, os líquidos podem ser classificados em: líquidos inflamáveis - aqueles que têm ponto de fulgor abaixo dos 38°C (gasolina, álcool, acetona), e líquidos combustíveis - aqueles que têm ponto de fulgor acima dos 38°C (óleos lubrificantes e vegetais, glicerina). Geralmente os líquidos assumem a forma do recipiente que os contêm. Se derramados, os líquidos tomam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas. Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 Kgf (quilograma-força), classificamos os demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos líquidos inflamáveis é mais leve que água e, portanto, flutuam sobre ela. Combustível Sólido Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e, consequentemente, o processo de combustão. A madeira, o papel, os cereais e o algodão são exemplos de combustíveis sólidos. Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão contidos. Se o peso do gás é menor que o peso do ar (no caso do GN), o gás tende a subir e dissipar-se. Porém, se o peso do gás é maior que o peso do ar (no caso do GLP - Gás Liquefeito de Petróleo), o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno. É o elemento que ativa e dá vida à combustão, se combinado com os vapores inflamáveis dos combustíveis. O oxigênio é o comburente comum à imensa maioria dos combustíveis. Dependendo da concentração que está no ar (inferior a 16%) fica incapaz de sustentar a combustão. Porém, além do oxigênio, há outros gases que podem se comportar como comburentes para determinados combustíveis. Comburente Assim, o hidrogênio queima no meio do cloro, os metais leves (lítio, sódio, potássio, magnésio etc.) queimam no meio do vapor de água e o cobre queima no meio de vapor de enxofre. O magnésio e o titânio, em particular, e se finamente divididos, podem queimar ainda em atmosfera de gases normalmente inertes, como o dióxido de carbono e o azoto. Calor O calor é uma forma de energia. É o elemento que inicia o fogo e permite que ele se propague. Verifica-se que algumas vezes até mesmo o aquecimento de uma máquina já é suficiente para prover calor necessário para o início de uma combustão. Reação em cadeia Os elementos combustível, comburente e calor, isoladamente, não produzem fogo. Quando interagem entre si, realizam a reação em cadeia, gerando a combustão e permitindo que ela se auto mantenha. Algumas literaturas apontam a reação em cadeia como um quarto elemento, porém, analisando a função dela na combustão, verifica-se que ela nada mais é do que a interação do combustível, do comburente e do calor. Formas de propagação do fogo É de importância indiscutível nos trabalhos de extinção ou nos trabalhos de prevenção, o conhecimento das maneiras que o calor poderá ser transmitido. As formas de transmissão de calor de um corpo para o outro ou para um meio, são: condução, convecção e irradiação. Cabe ressaltar que, em algumas situações, podemos ter mais de uma forma de propagação envolvida na transmissão do fogo. Condução É a forma pela qual o calor é transmitido de corpo para corpo ou em um mesmo corpo, de molécula para molécula. Um bom exemplo é quando uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor transfere essa temperatura de uma extremidade até a outra (de molécula a molécula). Convecção Ocorre quando o calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida, de um ambiente para o outro, por meio de compartimentações. Como exemplo temos algumas situações em que um ambiente de um edifício está em chamas e, em minutos, outro ambiente que não tem ligação direta, sem nenhum elemento físico os ligando, também começa a pegar fogo. Isso geralmente ocorre pela transmissão de calor por massa de ar aquecida. Irradiação É a transmissão do calor por meio de ondas caloríficas através do espaço. As ondas se propagam em todas as direções e a intensidade dos corpos atingidos será relacionada com a distância que está da fonte do calor. Um bom exemplo é a transmissão de calor do sol para a terra, através dos raios solares. Métodos de extinção do fogo Considerando a teórica básica do fogo, concluímos que o fogo só existe quando estão presentes, em proporções ideais, o combustível, o comburente e o calor, reagindo em cadeia. Com base nesses conhecimentos, concluímos que, quebrando a reação em cadeia e isolando um dos elementos do fogo, teremos interrupção da combustão. São os métodos de extinção do fogo: extinção por resfriamento, extinção por abafamento, extinção por isolamento e extinção química.Extinção por resfriamento Este método consiste na diminuição da temperatura e, consequentemente, na diminuição do calor. O objetivo é fazer com que o combustível não gere mais gases e vapores e, finalmente, se apague. O agente resfriador mais comum e mais utilizado é a água. Extinção por isolamento O isolamento visa atuar na retirada do COMBUSTÍVEL da reação. Existem duas técnicas que contemplam esse método: • através da retirada do material que está queimando; • através da retirada do material que está próximo ao fogo e que deverá entrar em combustão por meio de um dos métodos de propagação. Extinção por abafamento Consiste em impedir que o comburente (geralmente o oxigênio), permaneça em contato com o combustível, numa porcentagem ideal para a alimentação da combustão. Para combater incêndios por abafamento podem ser usados os mais diversos materiais, desde que esse material impeça a entrada de oxigênio no fogo e não sirva como combustível por um determinado tempo. Extinção Química O processo da extinção química visa a combinação de um agente químico específico com a mistura inflamável (vapores liberados do combustível e comburente), a fim de tornar essa mistura não inflamável. Logo, esse, método não atua diretamente num elemento do fogo, e sim na reação em cadeia como um todo. Classes de Incêndio Classe A - sólidos combustíveis; Classe B - líquidos e gases combustíveis; Classe C - materiais energizados; Classe D - metais pirofóricos; Classe K - óleos e gorduras. Para se combater um incêndio usando os métodos adequados (extinção rápida e segura), há a necessidade de entendermos quais são as características que definem os combustíveis. Existem cinco classes de combustíveis reconhecidas pelos maiores órgãos voltados ao estudo do tema, sendo elas: Já se fala também em uma nova classe, a Classe E, que representa os materiais químicos e radioativos. Porém essa nova classe ainda não é reconhecida internacionalmente. A finalidade do extintor é realizar o combate imediato e rápido em pequenos focos de incêndio. Sendo assim, o extintor não deve ser considerado como substituto de sistemas de extinção mais complexos, mais sim, como equipamento adicional. É fundamental que o brigadista entenda a diferença entre os tipos de extintores e saiba como deve utilizá-los em situações de incêndio. Cabe ressaltar que a aplicação dos extintores em princípio de incêndio não deve justificar qualquer demora no acionamento no sistema de alarme geral e na mobilização de maiores recursos, mesmo quando perecer que o fogo pode ser dominado rapidamente. Extintores de incêndio Porta Corta Fogo DETECTOR DE FUMAÇA CHUVEIRO SPRINKLER REDE DE HIDRANTES Alarme de incêndio ELABORAÇÃO DE PROJETO CONTRA INCÊNDIO Referências Bibliográficas FUNDACENTRO. Manual de Proteção e Combate a Incêndios. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/cdNr10/Manuais/Módulo02/8_Manual%2 0de%20Proteção%20e%20Combate%20a%20Incêndios.pdf>. Acesso em: ago. 2013. MARIANO, Vanderlei. Manual de Combate a Incêndio Curso de Formação de Soldados BM. Curitiba 1993. NORMA REGULAMENTADORA NR 23, Proteção Contra Incêndios, 2011. NORMA BRASILEIRA NBR 14.276, Formação de Brigada de Incêndio, 2006. PARANÁ. Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Corpo de Bombeiros do Paraná, 2011. PARANÁ. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná. Manual de Combate a Incêndio. Oficiais alunos do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios. 2008.