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5ºAula As tábuas de mortalidade ou sobrevivência Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender as características básicas das tábuas de mortalidade ou sobrevivência; • compreender os aspectos da população que são considerados para elaboração das tábuas de mortalidade ou sobrevivência; • conhecer as especificidades da construção das Tábuas de Mortalidade. Olá, alunos(as)! Continuando nossa disciplina, vamos construir conhecimentos sobre Tábuas de Mortalidade ou Sobrevivência. Durante a leitura desta aula é importante que tenham sempre à mão um dicionário e/ou materiais de pesquisa para eliminação de eventuais dúvidas pontuais sobre o assunto discutido. Boa Aula!!!! Bons estudos! Fonte: Reprodução/ internet. Acesso em 02 out. 2019 Contabilidade Atuarial 28 1 - Tábua de mortalidade ou sobrevivência – características 2 - Aspectos da população 3 - Construção das Tábuas de Mortalidade 1 - Tábua de mortalidade ou sobrevivência – características A tábua de mortalidade para uma dada população é uma ferramenta importante não apenas em termos de estudos atuariais e demográfi cos em geral, como, também, para políticas públicas e fi nanciamento do setor privado para certos serviços ofertados no mercado, que cobrem um vasto leque de possibilidades. Seções de estudo Cordeiro (2017) menciona que a tábua de mortalidade constitui a descrição estatística mais completa da mortalidade, na qual, dentre suas principais características estão: • Permitir descrever o comportamento da mortalidade por idade; • Permitir obter medidas de mortalidade, tais como probabilidades de morte ou de sobrevivência; • Proporcionar uma medida resumo de mortalidade, a esperança de vida ao nascer. Este indicador tem a vantagem de não sofrer infl uência da estrutura etária da população, permitindo a sua utilização em comparações populacionais; • Pode ser associado a um modelo teórico de população, chamado População Estacionária, cuja taxa de crescimento natural é igual a zero. • Pode ser aplicada na análise de diversas características socioeconômicas e demográfi cas da população, tais como: previdência, estudos sobre fecundidade, educação e entre outras. Desse modo, podemos afi rmar que uma tábua de mortalidade se baseia em dados de nascimentos e mortes e nas idades ao morrer. 29 Assim, a utilidade desses dados depende de que as estatísticas sejam exatas, representativas, comparáveis e adequadas. Em síntese, pode-se dizer que as tábuas de mortalidade são: Instrumentos estatísticos, que medem, para cada idade ou grupo de idade, a quantidade de falecimentos, a taxa de mortalidade específi ca, a probabilidade de falecimentos, a probabilidade de nascimentos e a esperança de vida. Nesse contexto, faz se necessário estudar alguns aspectos da população a ser observada como, por exemplo, a idade média de uma população, idade mediana, vida média ou esperança de vida ao nascer, vida mediana ou vida provável, envelhecimento de uma população, índice de envelhecimento. 2 - Aspectos da população Segundo Rangel (2007), normalmente as tábuas de mortalidade são apresentadas em forma de tabela, na qual se registra a cada ano, partindo-se de um grupo inicial de pessoas com a mesma idade o número daquelas que vão atingindo as diferentes idades, até extinção total do grupo inicial observado. 2.1 Idade média de uma população A idade média de uma população é a relação da soma de todas as idades e o total da população e, não pode ser confundida com a vida media de um habitante dessa mesma população. A fórmula para obtenção da idade média é representada pela seguinte relação: Somatório de todas as idades/total da população 2.2 Idade mediana A idade mediana é a idade que divide o contingente populacional total de uma população em duas partes iguais, cujos resultados são: 50% da população está acima da idade mediana, ou é mais velha, e 50% está abaixo dessa idade ou é mais jovem. 50% mais velha 50% mais jovem 2.3 Vida média ou esperança ao nascer Partindo-se da tábua de sobrevivência, se chega à fórmula do cálculo da vida média ou esperança de vida ao nascer. O cálculo é feito da seguinte forma: Soma se o número de sobreviventes no primeiro ano ao total de sobreviventes do segundo ano, e assim, sucessivamente, e divide-se o total obtido pelo total de vivos inicial. Por fi m, ao resultado dessa operação, soma se ½. E = v1+v2+v3+... + 1 Vo 2 Onde: Vo = Número de vivos inicial; V1 = Número de sobreviventes de um ano; V2 = Número de sobreviventes de dois anos, e assim sucessivamente. 2.4 Vida mediana ou vida provável Refere-se à duração de vida da qual cada indivíduo tem uma probabilidade em duas de atingir. Na tábua de sobrevivência, a vida mediana corresponde ao ponto em que o número de sobreviventes em relação ao número inicial atinge 50%. Em atuária, simboliza-se como: Vp Vida provável do brasileiro é de 65 anos porque nessa idade estão 50% dos indivíduos, os quais nasceram há 65 anos. 2.5 Envelhecimento de uma população O índice de envelhecimento de uma população é defi nido como a relação entre o número de pessoas com mais de 60 anos e o de jovens com menos de 20 anos. Agora que conhecemos os aspectos da população que são observados para a construção das tábuas de mortalidade/ sobrevivência, podemos então estudar com maior profundidade a construção de uma tábua de mortalidade. 3 - Construção das Tábuas de Mortalidade Quando a informação referente às estatísticas de vida se dispõe em forma de tabela, se obtém o que se chama tábua de mortalidade. Dela se pode deduzir, por meio da teoria das probabilidades, a probabilidade de vida ou morte de uma pessoa. A compilação de estatísticas e a construção de tábuas de mortalidades para uso nos seguros de vida datam da mais remota antiguidade. A tábua de mortalidade mais antiga que se tem conhecimento é a compilada por Ulpiano, prefeito pretoriano de Roma, do ano 364 a.C. Foi elaborada com o fi m de determinar valores adequados de anualidades sobre vidas. Nesse contexto, a primeira tábua de mortalidade calculada sobre uma base científi ca e matemática foi publicada pelo astrônomo Halley em 1693. Hoje a tábua mais usada nos Estados Unidos é a “American Experience Table of Mortality” (Nota: levar em conta a data de publicação do livro Contabilidade Atuarial 30 - 1946), publicada em 1868, por Shepparce Homans, atuário na época da Mutual Life Insurance Company, de New York, deduzida da experiência da companhia e ajustada consultando a “Actuariales Table”, (Tábua de Atuários) inglesa que apareceu 25 anos antes. 3.1 - Descrição da “American Experience Table” O que na realidade fazem as tábuas de mortalidade baseadas na experiência norte-americana é seguir passo a passo as vidas de 100.000 (cem mil) pessoas, desde a idade de 10 anos até que ocorra a morte da última delas. Cada ano morre certo número dessas 100.000 pessoas, variando o número de um ano para outro, e a “matéria-prima” da tábua consiste em: a. o número de pessoas observadas, isto é, 100.000; e b. o número delas que morre a cada ano até que, fi nalmente tenha falecido a última. Se bem que a tábua não tenha sido construída desta maneira, já que não teria sido nem prático e nem conveniente seguir as vidas de 100.000 pessoas durante oito ou dez décadas, foi construída de maneira que seu efeito fosse o mesmo, isto é, estudando durante um ano grupos de pessoas de diversas idades e anotando quantas delas, em cada grupo, morrem no ano. Ainda que antiquada e inexata no que se refere à provável duração da vida humana hoje em dia, as companhias de seguros continuam usando a “American Experience Table”. Isto as benefi cia, já que o número de pessoas que morrem hoje nas idades mais baixas é menor do que antes. 3.2 Forma e disposição da Tábua Os dados publicados por Sheppard Homans estão dispostos em colunas, como se pode ver na mostraque reproduzimos (nas páginas seguintes aparece a Tábua completa). Explicaremos agora o signifi cado dos símbolos que fi guram na parte superior de cada coluna. Explicação Na coluna (1) aparecem as idades sucessivas, ano por ano, desde os 10 aos 95 anos. Esta é a “coluna de idade” e contém a idade das 100.000 pessoas ou seus sobreviventes. Em termos gerais, é costume referir-se à idade pela letra X, isto é, considerando-se como uma idade qualquer; assim, quando falarmos de uma pessoa de idade X, queremos dizer uma pessoa de qualquer idade compreendida na coluna de “idade” da “American Experience Table”. Na sequência, nos referimos frequentemente a esta coluna como a “coluna X”. Na coluna (2) aparece o número de pessoas que vivem no começo do ano designado na mesma linha na coluna (1). Vemos assim que a tábua começa com 100.000 pessoas vivas na idade de 10 anos. Doze meses mais tarde, à idade de onze anos, somente terão sobrevivido 99.251 pessoas. Isto quer dizer que durante este intervalo morreram 749. 3.3 Disposição da Tábua de Mortalidade baseada na experiência norte-americana O Símbolo lx Para maior conveniência e brevidade se usou a letra l para designar dados na coluna de pessoas “vivas”. Ainda, para maior comodidade se juntou à letra l pequenos sub índices para designar os dados específi cos nesta coluna. Assim, l 10 indica o número de pessoas vivas na idade de 10 anos, l 35 indica o número das que vivem na idade de 35 anos; l 95 o número das que vivem aos 95 anos. Posto que x pode aplicar- se a qualquer idade, lx aplicar-se-á a qualquer dado na coluna de pessoas “vivas”; chamaremos, pois, esta coluna de “coluna l x”. Na coluna (3) aparece o número de pessoas que morrem num período de doze meses, que começa na idade indicada na mesma linha na coluna (1). À frente do 10 da coluna de “idade” se encontra, na coluna de “número de pessoas que morrem”, o número 749. Isto quer dizer que, das 100.000 pessoas iniciais houve 749 que morreram entre os 10 e os 11 anos. Da mesma maneira, à frente do 11 da coluna de “idade” aparece na coluna (3) a cifra 746, que é o número de pessoas que morreram entre os 11 e 12 anos. Estes dados formam todos parte da “matéria-prima” usada e se obterão dos dados originais apurados. Para facilitar a memorização dos símbolos se designa pela letra d o número de pessoas que morrem num dado ano. O Símbolo dx Da mesma maneira que na coluna lx, adicionam-se subíndices à d, os quais indicam a idade que representa. Assim, d 10 indica o número de pessoas que morrem entre os 10 e 11 anos. Analogamente, d 35 indica o número de pessoas que morrem entre os 35 e 36 anos; e dx o número de pessoas que morrem entre as idades de x e x+1. Posto que, x pode representar qualquer ano, dx representa um dado qualquer na coluna de “número de pessoas que morrem”. Razão pela qual é frequente se designar esta coluna como a “coluna dx” e quando falamos do número de pessoas que morrem num ano qualquer basta o símbolo dx a menos que se indique qual seja o ano em questão. A coluna (4) é a de “probabilidade anual de morrer”. Os números desta coluna são, em forma decimal, a probabilidade de que uma pessoa de idade determinada morra durante o transcurso dos doze meses seguintes. Agora que reconhecemos as simbologias e notações, podemos conhecer a Tábua de Mortalidade Baseada na Experiência Norte-Americana “Americam Experience Table. 31 Para melhor entendimento da tabela, abaixo, disponho os símbolos utilizados: Contabilidade Atuarial 32 Essas probabilidades se derivam do conceito elementar da teoria das probabilidades. Nesse contexto, de acordo com a tabela, verifi ca-se que, se uma pessoa de 10 anos morrer antes de chegar aos 11 seria 0,007490. De uma maneira análoga, à frente de 11 encontramos na coluna (4) a cifra 0,007516 e esta indica a probabilidade de que uma pessoa de 11 anos morra durante o ano seguinte. Exemplifi cando: Exemplo número 1 Na coluna (5), os dados indicam na forma decimal a probabilidade de que uma pessoa de uma idade determinada viva durante o ano que segue imediatamente a essa idade. Assim, a probabilidade de que uma pessoa de 10 anos sobreviva até chegar aos 11 se encontra, na coluna (5), que é 0,992510, à frente de 35, na coluna “x” ou de “idade”. Encontramos na coluna (5) a cifra 0,991054, que indica em forma decimal a probabilidade de que uma pessoa de 35 anos alcance a idade de 36 anos. Exemplo número 2 3.4 - Refl exão sobre as tábuas A tábua de mortalidade é uma técnica estatística, que possibilita obter informações importantes sobre a mortalidade de uma população, permitindo traçar um perfi l dos usuários. É usada em situações de previsões e estudos de demanda para serviços de saúde, educação e relacionados ao mercado de trabalho, para estimativas de custo da seguridade social e de prêmios de seguros privados. No Brasil, temos tábuas 33 brasileiras do IBGE. Todos os índices e conclusões comentados são precedentes ao estudo atuarial das populações que gerou as análises com propósito de medir as probabilidades de sobrevivência e extinção daquela população, num determinado período. Retomando a aula Pessoal, acabamos mais uma aula, com muita informação. Mas não podia ser diferente em razão da complexidade do assunto. Vamos agora fazer uma rápida revisão. 1 - Tábua de mortalidade ou sobrevivência – Características Vimos na seção 1, que a tábua de mortalidade, também conhecida como tábua de sobrevivência, se refere a uma ferramenta que permite, por meio de estudos estatísticos, calcular as probabilidades de vida e morte de uma população. 2 - Aspectos da população Na seção 2, vimos que as tábuas de mortalidade são apresentadas em forma de tabela, na qual se registra a cada ano, partindo-se de um grupo inicial de pessoas com a mesma idade, o número daquelas que vão atingindo as diferentes idades, até a extinção total do grupo inicial observado. 3 - Construção das Tábuas de Mortalidade Na seção 3 vimos, que a informação referente às estatísticas de vida se dispõe em forma de tabela na tábua de mortalidade e dela se pode deduzir, por meio da teoria das probabilidades, a probabilidade de vida ou morte de uma pessoa. A compilação de estatísticas e a construção de tábuas de mortalidades para uso nos seguros de vida datam da mais remota antiguidade. ht tps ://www.ed i toraroncara t i . com.br/v2/ phocadownload/artigos_e_estudos/tabuasdemortalidade. pdf. RANGEL, Sérgio. Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Introdução á Atuária. Publicado em AGO/2007. Vale a pena acessar Vale a pena http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/ previmpa/usu_doc/artigo-introducao_ciencia_atuarial_ aplicada_ao_rpps.pdf. Minhas anotações Contabilidade Atuarial Minhas anotações
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