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Inflamação INFLAMAÇÃO A inflamação é um mecanismo protetor cujo objetivo biológico é diluir, isolar e eliminar a causa da lesão e reparar o dano tecidual dela resultante Processo cíclico – os próprios produtos da inflamação atuam como estímulos inflamatórios doenças autoimunes e reações de hipersensibilidade – inflamação é fator determinante da doença Duração: aguda e crônica Inflamação aguda minutos / dias Cascata bem ordenada mediada por substâncias quimiotáticas,moléculas vasoativas, citocinas e seus receptores Exsudação de eletrólitos, fluidos e proteínas plasmáticas, migração leucocitária(neutrófilos) Inflamação crônica Duração prolongada – semanas/meses/anos Linfócitos, plasmócitos, macrófagos, necrose tecidual Pode ser consequência da aguda (falha na eliminação) Transição gradual Mycobacterium spp, silicatos, doenças imunomediadas – inflamação crônica de forma direta INFLAMAÇÃO AGUDA • Expansão do leito vascular •Alterações na estrutura dos capilares •Imigração de leucócitos dos capilares • vasodilatação – aumento do fluxo sanguíneo regional (hiperemia) •Aumento da permeabilidade – saída de fluido e proteínas plasmáticas (edema) •Lentidão do fluxo sanguíneo - concentração de hemacias e aumento da viscosidade (estase) •Marginalização de leucócitos – neutrófilos aderem ao endotélo vascular Inflamação aguda Calor Rubor Tumor Dor Perda da função Principais respostas da inflamação aguda e principais mediadores inflamatórios Principais respostas da inflamação aguda e principais mediadores inflamatórios Transudato pouca proteína e elementos celulares Hipertensão, hipoproteinemia, inicio inflamação aguda Passagem através de fendas fisiológicas Formação de pequenas fendas entre células endoteliais (contração) Exsudato Formação persistente – alargamento das fendas Lesão de células endoteliais Passagem de neutrófilos e mais proteínas - exsudato Fibrinogênio – polimeriza nos tecidos extravasculares fibrina Exsudato O plasma dilui os efeitos do agente incitante e a fibrina confina Alvo bem definido para migração de leucócitos Neutrófilos são os primeiras a entrar Liquefação - pus Substâncias que induzem o processo inflamatório Endógenas Resposta inflamatória autorreativa - Antígenos recém desenvolvidos - Moléculas intracelulares liberadas por células degeneradas, displásicas, neoplásicas - hipersensibilidade Exógenas - micro-organismos - Corpos estranhos - Ações mecânicas - Ações físicas (térmicas, radiações..) - Substâncias químicas Fases da inflamação Fluida Celular Reparadora Fases da inflamação Fluida Diluição e localização do agente/substância incitante Reação vasocêntrica imediata hiperemia ativa no local da lesão Aumento da permeabilidade às proteínas plasmáticas e leucócitos através de mediadores inflamatórios Migração de leucócitos na área perivascular Aumento da permeabilidade vascular Hemoconcentração Aumenta contato das células com endotélio facilita saída Aumento de líquido intersticial > aumento da drenagem linfática > agente agressor retirado ou disseminado Fases da inflamação Celular Enviar leucócitos para internalizar agentes ou substâncias através da fagocitose Cascata de adesão leucocitária Movimentação de leucócitos do lúmen de capilares e vênulas pós capilares ao tecido conjuntivo intersticial Quimiocinas, citocinas e outros mediadores influenciam modulando a expressão de moléculas de adesão de superfície nas células endoteliais e nos leucócitos Fases da inflamação Reparadora 1- retorno da permeabilidade vascular normal 2 e 3 - drenagem do edema 4 - Fagocitose de neutrófilos apoptóticos e 5 - debris necróticos 6 - Eliminação de macrófagos Elementos celulares A variação qualitativa e quantitativa dos diferentes elementos celulares presentes no foco inflamatório promove diferenciações nesse local, que podem caracterizar, entre outras classificações, uma inflamação aguda ou crônica. 1.Inflamação aguda (PMN): Neutrófilos: Granulócitos típicos de fenômenos agudos da inflamação Presentes em grande quantidade devido ao seu alto potencial de diapedese e rápida velocidade de migração Ação fagocítica, se mortos podem causar necrose tecidual devido a liberação de enzimas lisossômica para o interstício. Eosinófilos: Inflamações subagudas ou relativas a fenômenos alérgicos e alguns processos neoplásicos. fagocitose 2. Inflamação Crônica (MN): Basófilos e mastócitos: Aumentam de número em processos crônicos Basófilos contém grânulos de heparina e histamina Mástócitos contém grânulos de histamina Macrófagos: Originados de monócitos “Fagócitos profissionais” Estágios de cronicidade e granulomas Linfócitos e plasmócitos: ação coadjuvante nas atividades macrofágicas reconhecem antígenos e desenvolvem respostas para eliminá-los quadros inflamatórios crônicos e granulomatosos Nomenclatura Termo designativo do local (órgão, tecido, ou cavidade) afetado, acrescido do sufixo ITE. Rim: Nefrite / Fígado: Hepatite / Bexiga: Cistite EXEMPLOS DE TERMINOLOGIA ANATÔMICA DA INFLAMAÇÃO Sistema Digestório Cavidade oral Língua Gengiva Lábio Glândula salivar Esôfago Pré-estômagos Rúmen Retículo Omaso Estômago/abomaso Intestino Duodeno Jejuno Íleo Ceco Cólon Reto Pâncreas Estomatite Glossite Gengivite Queilite Sialoadenite Esofagite Rumenite Reticulite Omasite Gastrite/abomasite Enterite Doudenite Jejunite Ileíte Tiflite Colite Proctite Pancreatite Sistema Cardiovascular Pericárdio Miocárdio Endocárdio Vasos sangüíneos Artéria Veia Pericardite Miocardite Endocardite Vasculite Arterite Flebite Sistema Respiratório Seios nasais Cavidade nasal Laringe Traquéia Brônquios Bronquíolos Pulmão Pleura Pleura e pulmão Sinusite Rinite Laringite Traqueíte Bonquite Bronquiolite Pneumonia Pleurite Pleuropneumonia Fígado e Vias biliares Fígado Ducto biliar Vesícula biliar Fígado e sist. biliar Hepatite Colangite Colecistite Colangio-hepatite Sistema Genital Feminino Vagina Útero Trompa Ovário Vaginite Metrite Salpingite Ooforite Sistema Genital Masculino Testículos Prepúcio Pênis (glande) Prepúcio e Pênis Próstata Orquite Balanite Postite Balanopostite Prostatite Sistema Urinário Rim Glomérulos Túbulos e interstício Interstício Pelve renal Ureter Bexiga Uretra Nefrite Glomerulite/glomerulonefrite Nefrite túbulo-intersticial Nefrite intersticial Pielite Ureterite Cistite Uretrite Sistema linfo-hematopoiético Linfonodo Vasos Linfáticos Baço Tonsilas Linfadenite Linfangite Esplenite Tonsilite Sistema Ósseo e Articular Ossos Medula óssea Osso e medula óssea Articulações Bursa Osteíte Mielite Osteomielite Artrite Bursite Sistema Nervoso Encéfalo Plexo coróide Meninge Medula espinhal Nervos Meninge e medula Meninge e encéfalo Encefalite Plexo coroidite Meningite Mielite Neurite Meningomielite Meningoencefalite Pele e anexos Pele Epiderme Folículo piloso Hipoderme Pés/Cascos Dermatite/Dermite Epidermite Foliculite Fasciíte ou celulite Pododermite Outros Peritonio Peritonite Músculo Miosite Ouvido Otite Olhos Oftalmite Mama Mamite/Mastite Inflamação serosa Fluidos, albumina, e pequenasquantidades de outras proteínas plasmáticas Líquido do edema – diluir o irritante e facilitar a migração das células inflamatórias que virão Rinite serosa aguda das infecções virais das vias aéreas superiores - “corrimento nasal” Vesículas – fricção excessiva, queimaduras ou toxinas químicas A diferença de peso molecular entre as proteínas plasmáticas é responsável pelo tipo de exsudato, refletindo o grau de lesão endotelial Albumina< globulina< fibrinogênio Exsudato seroso – fotossensibilização. Pele das narinas e pavilhão auricular. Ovelha Exsudato Seroso Exsudato Seroso Inflamação catarral/mucóide Secreção de fluido gelatinoso espesso – muco e mucina de membranas mucosas Tecidos com abundantes células caliciformes e glândulas de muco, doenças alérgicas crônicas, autoimunes gastrointestinais, asma crônica A. Abomaso, vaca. Mucosa espessada com camada de muco claro. B. Cólon, vaca. Hiperplasia cels. Epiteliais mucosas e acumulo de muco Exsudato Mucoso ou Catarral Inflamação supurativa A. Abomaso, vaca. Mucosa espessada com camada de muco claro. B. Cólon, vaca. Hiperplasia cels. Epiteliais mucosas e acumulo de muco Alta concentração de proteínas plasmáticas e leucócitos (neutrófilos) Pus liquido/caseoso Abscesso – pus circunscrito por cápsula fibrosa Distribuído em camadas teciduais- flegmão https://cirurgiavet.wordpress.com Abscesso hepático Exsudato Purulento ou Supurativo Exsudato Purulento Cistite - canino Exsudato Purulento Piotórax Inflamação fibrinosa Alta concentração de proteínas plasmáticas e baixa de leucócitos Micro-organismos infecciosos nas membranas serosas das cavidades corpóreas Pleurite, pericardite, peritonite, sinovite, leptomeningite Pneumonia fibrinosa A. Abomaso, vaca. Mucosa espessada com camada de muco claro. B. Cólon, vaca. Hiperplasia cels. Epiteliais mucosas e acumulo de muco Exsudatos Fibrinoso Lesões graves no endotélio e membranas basais – fibrinogênio O fibrinogênio se polimeriza e forma a fibrina Macroscopicamente: trama castanho-pálida, emaranhada e filamentosa nas superfícies teciduais. Microscopicamente: a fibrina é rosa –brilhante Exsudato Hemorrágico Exsudato Fibrinopurulento Exsudato Fibrinopurulento Evolução da Inflamação Aguda Reparação Regeneração (Resolução) Cicatrização (Organização) Supuração Inflamação crônica INFLAMAÇÃO CRÔNICA Inflamação crônica Semanas, meses, anos Ocorre quando: Resposta aguda não consegue eliminar o agente incitante Depois de repetidos episódios de inflamação aguda Na resposta a características bioquímicas únicas e ou fatores de virulência presentes no estímulo ou micro- organismos incitantes Doenças que podem causar ou originar inflamações crônicas em animais domésticos A inflamação crônica é mantida por citocinas, quimiocinas e outros mediadores inflamatórios que incitam: Inflamação contínua mediada por infiltração e ativação de linfócitos, macrófagos, plasmócitos e células gigantes multinucleadas Necrose Proliferação de fibroblastos e deposição de colágeno Angiogêneses e neovascularização Inicio da cicatrização de feridas Inflamação granulomatosa / granulomas Predominância de células do sistema monocítico – macrofágico Inflamação granulomatosa – lâminas distribuídas de forma aleatória no interior do parênquima Granuloma – lâminas dispostas em massas ou nódulos Fatores que influenciam: Agente incitante – antígenos não digeríveis, pouco degradáveis e persistentes ( Mycobacterium) Resposta imunológica do hospedeiro (mediada por TH e neutrófilos) Interação de diversos mediadores Inflamação granulomatosa - íleo Granuloma Macroscopicamente: Granulomas nodulares – coloração cinza a branca, redondos ou ovais e firmes a endurecidos Inflamação granulomatosa – cinza a branco, passível de expansão, mas mal demarcada em relação ao tecido adjacente, firme. Microscopicamente: Granulomas – podem apresentar porção central de debris celulares necróticos, ovais a redondos, tamanhos variáveis. Numerosos macrófagos, número variável de macrófagos epiltelióides, ocasionalmente células gigantes multinucleadas, zona periférica formada por fibroblastos, linfócitos e plasmócitos. Inflamação granulomatosa: Distribuição disseminada, alta carga bacteriana intracelular, poucos linfócitos, numerosos macrófagos que se estendem ao tecido adjacente, sem cápsula distinta e graus variáveis de fibrose Doença de Johne (Mycobacteriumn avium intracellulare paratuberculosis) – íleo e cólon, linfonodos mesesntéricos Doença de Johne, íleo, vaca. Fibroplasia e infiltração celular – uma delas tende a ser predominante Fibroplasia – formação de tecido conjuntivo fibrose - do imaturo(vasos sanguíneos neoformados) ao maduro ( rico em colágeno) Infiltrados celulares: macrófagos, linfócitos e plasmócitos Macrófagos, pulmão, cão. Células gigantes multinucleadas, inflamação granulomatosa, coelho. Células gigantes Inflamação Crônica Inflamação Crônica Inflamação Crônica Inflamação Crônica Infiltrado Granulomatoso Granuloma Padrões - Granuloma Macroscopia Granuloma Microscopia
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