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Anti-inflamatórios esteroidais e não-esteroidais Gabrieli Bezerra Química Farmacêutica Histórico Século VI: Colchicina: alívio de dores articulares 1827-1899: Infusões de Salix alba salicilina síntese de ácido salicílico-ácido acetilsalicílico 1886: acetanilida (antifebrina; tóxico) e derivados: fenacetina e paracetamol 1936: cortisona prednisona e análogos 1962: ác. Mefenâmico 1963-1971: indometacina; ibuprofeno, diclofenaco; naproxeno; cetoprofeno 1972-dias atuais: estratégia racional busca por fármacos ativos em estados crônicos e especificidade Colchicum autumnale ‘Alma das juntas’ Anti-inflamatórios Fármacos que controlam o processo inflamatório exacerbado Alguns eventos moleculares e físicos na inflamação: Formação ou liberação de agentes inflamagênicos Aumento da permeabilidade vascular formação de granuloma restauração da lesão Quimiotaxia leucocitária, biossíntese de glicoproteínas e síntese de imunoglobulinas (respostas imunológicas) Anti-inflamatórios Principais efeitos terapêuticos: • Anti-inflamatório: modificação da reação inflamatória • Analgésico: redução de certos tipos de dor • Antipirético: redução da elevação da temperatura corporal patológica Em geral, AINES são inibidores competitivos reversíveis Processo inflamatório É dependente de enzimas como Fosfolipase A2, 5-Lipoxigenase, COX-1 e 2, que sintetizam os mediadores do processo inflamatório na cascata do ácido Araquidônico Leucotrienos Tr o m b o x a n o s P ro st a g la n d in a s Ác. araquidônico Classificação • Qto ao mecanismo de ação: Esteroidais e Não esteroidais • Qto à estrutura química: Salicilatos Derivados do p-aminofenol (sem atividade anti-inflamatória) Derivados do pirazol Ácidos arilalcanóicos e derivados Esteroides adrenocorticais Derivados do ácido antranílico Compostos de ouro Imunossupressores Enzima Outros Salicilatos • Analgésicos, antipiréticos e anti- inflamatórios • Ácido salicílico tóxico • Desenvolvimento de derivados menos irritantes: alteração do grupo carboxila; substituição do grupo hidroxila; modificação de ambos grupos funcionais; introdução de outro grupo hidroxila ou grupo diferente ao anel Metabolismo de Salicilatos Salicilatos • Agem nos centros termorreguladores antipirético • Promovem dilatação de pequenos vasos e mobilização de água dos edemas atua na febre e inflamação • AAS e outros salicilatos em doses usuais também afetam a coagulação, inibindo a agregação de plaquetas (preventivo contra infartos) AINES Relação Estrutura-Atividade (REA) • COX-1 e COX-2 são semelhantes • Ambas contêm um canal hidrofóbico AINES formam ligações de hidrogênio com resíduo de arginina na posição 120 (no sítio hidrofóbico), evitando assim que os ácidos graxos entrem no domínio catalítico. Alteração de um resíduo de aa: isoleucina valina na posição 523 Formação de bolso lateral seletividade pela COX-2 de alguns fármacos Túnel hidrofóbico Grupamento volumoso Bolso lateral • Toda a estrutura é necessária para seus efeitos farmacológicos • Redução da acidez diminuição da atividade anti- inflamatória • OH em para ou meta perda de atividade • Halogênios no anel aromático aumento de atividade e toxicidade. • Substituições no C5 no ác. salicílico gera um aumento da atividade anti-inflamatória. Salicilatos - Ácido salicílico Inativos Ácido acetilsalicílico • Possui atividade Anti-inflamatória, analgésica e antipirética. • É o mais utilizado dentre os salicilatos • É antiagregante plaquetário devido poder doar o grupo acetil acetila uma serina na posição 530, inativando irreversivelmente a COX AINES Inibição da COX-1 Inibição da COX-2 Efeitos colaterais TGI, Rins Efeitos anti- inflamatórios Fármacos seletivos para a COX-2 Inibidores seletivos da COX-2 Grau de inibição das enzimas ciclooxigenase Grau de inibição das enzimas ciclooxigenase Derivados do pirazol • Derivados da 5-pirazolona e 3,5- pirazolidinodiona: aminofenazona, dipirona e fenazona • Analgésicos, antipiréticos e anti- inflamatórios. • Podem causar agranulocitose e outras discrasias fatais. • Possuem a tendência de formar compostos nitrosados, que são cancerígenos pirazol dipirona Derivados do pirazol • A atividade anti-inflamatória aumenta com a acidez e diminui com a substituição do grupo carboxílico por outro grupo menos ácido. • Análogos com amida são inativos (COONH2). • A presença do anel indólico não é essencial para a atividade anti-inflamatória Ácidos arialcanóicos e derivados Diclofenaco Ácidos arialcanóicos e derivados Não é essencial! Substituições no grupo alfa metil do ácido carboxilíco melhora a atividade anti-inflamatória e diminui os efeitos colaterais Mais lipossolúvel Possui atividade, analgésica, anti-inflamatória e antipirética. Derivados do ácido antranílico Também é grupo farmacofórico • A adição de CF3 aumenta a atividade anti-inflamatória. • O grupo NH é essencial para a atividade. • Substituição de NH por (O, CH2, S, SO2, NCH3, NCOCH3), reduz significativamente a atividade. Anti-inflamatórios esteroidais • Alívio da dor e combate a inflamações, principalmente na artrite reumatóide • Fármacos de segunda escolha em pacientes não responsivos a outros anti- inflamatórios • Agem em receptores intracelulares interagem com o DNA para modificar a transcrição gênica; induzindo ou inibindo a síntese de diversas proteínas, como exemplo a COX 2 Antes de começar o tratamento observar: • Existência de hipertensão ou diabetes; • Pré-existência de cataratas e/ou glaucoma; • Risco significante de osteoporose. As características estruturais comuns a todos glicocorticoides e essenciais à sua atividade são: • 21 átomos de carbono; • 01 ligação dupla entre os átomos de C4 e C5; • 01 grupo cetônico no C3 e C20; • 01 grupo alfa cetol no C21. Sintético Prednisona possui oxigênio no C11, que sofre redução pelas enzimas hepáticas e transforma-se em prednisolona. Inativa Ativa Prednisona e prednisolona têm as mesmas indicações e posologias. Contudo, alguns indivíduos com disfunção hepática podem obter maior benefício com a prednisolona porque esta não requer biotransformação hepática. A seguir apresentamos as estruturas químicas de alguns AINES Analisando estas estruturas químicas indique o grupo químico que é reponsável em fazer a ligação com os resíduos de aminoácido no(s) sítio(s) ativo(s) da COX 1 e/ou COX 2 para as suas inibições Cetoprofeno indometacina Rofecoxibe Ác. mefenâmico