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An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII Coraçã� ● FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO: - Ritmo cardíaco: a sucessão contínua de contrações; transmitindo potenciais de ação pelo músculo cardíaco, causando batimentos no coração. - 3 tipos principais de músculos: 1) Atrial: contrai mais tempo que o músculo esquelético 2) Ventricular: contrai mais tempo que o músculo esquelético 3) Fibras excitatórias e condutoras: contraem pouco, pois tem poucas fibras contráteis, entretanto, tem descargas elétricas automáticas, na forma de potencial de ação, ou fazem a condução desse potencial de ação pelo coração, representando um sistema excitatório que controla os batimentos rítmicos. - O disco intercalar é uma junção entre as membranas das células cardíacas que se fundem e formam as junções comunicantes. Essas junções comunicantes facilitam a propagação do potencial de ação. As junções comunicantes, permitem a rápida difusão, quase totalmente livre, dos íons pelo fluido intracelular com os potenciais de ação se propagando facilmente de uma célula muscular para outra. Dessa forma, o miocárdio forma um sincício, no qual, quando uma célula é excitada, o potencial de ação se espalha por todas pelas interconexões - O coração é composto por 2 sincícios: sincício atrial (forma a parede dos 2 A) e o ventricular que forma a parede dos 2V. Essa divisão permite que o A contraia primeiro que o V (importante para a eficiência do bombeamento cardíaco). - Os átrios se separam dos ventrículos devido a uma parede fibrosa que circunda as valvas AV. O potencial de ação não costuma atravessar essa barreira, em vez disso há um feixe que A-V que conduz o potencial. ● POTENCIAIS DE AÇÃO NO MÚSCULO CARDÍACO: - O potencial de ação da fibra ventricular é de -105mV. Após o potencial em ponta (spike), a membrana fica despolarizada cerca de 0,2 segundos, exibindo um platô, o qual seguirá a repolarização abrupta. Esse platô faz com que a contração ventricular dure 15x mais que no músculo esquelético. - O que causa o potencial de ação prolongado e o platô? Qual a diferença entre o músculo cardíaco e esquelético? - O músculo esquelético tem um potencial de ação causado pela súbita abertura dos canais rápidos de sódio, no qual ficam abertos por pouco tempo e, no final do seu fechamento, ocorre a repolarização e o potencial de ação termina em milissegundos. No músculo cardíaco, o potencial de ação vem dos canais rápidos de sódio + canais lentos de cálcio ou canais de cálcio-sódio, os quais são mais lentos para se abrir e continuam abertos por mais tempo, o que aumenta o período de despolarização, causando o platô. Além disso, os íons cálcio vindos desse canal cálcio-sódio, são os íons que contribuirão para a contração do miocárdio; diferente do músculo esquelético que dependia do retículo sarcoplasmático intracelular. Ademais, após o início do potencial de ação, a permeabilidade aos íons 1 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII potássio da membrana celular miocárdica diminui 5x mais, o que não ocorre no músculo esquelético, logo, menos íons potássio saem da célula impedindo o retorno rápido do potencial de ação para seu nível basal. Quando o canal cálcio-sódio lentos se fecham, no final do platô, a permeabilidade ao potássio aumenta novamente, essa perda de K provoca o retorno imediato do potencial de ação da fibra pro seu nível de repouso, encerrando assim o potencial de ação. - A velocidade de condução no sistema de condução - fibras de purkinje- chega a 4 m/s na maior parte do sistema. - As contrações prematuras advindas do período refratário relativo do músculo cardíaco não produzem somação de onda como no músculo esquelético. ( POTENCIAL DE AÇÃO RÍTMICO). ● ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO- CONTRAÇÃO ● A função dos íons cálcio e dos túbulos transversos: - Potencial de ação→ interior da fibra muscular→ túbulos T→ túbulos sarcoplasmáticos longitudinais→ liberação de Ca pelo retículo sarcoplasmático→ contração. - Os próprios túbulos T podem liberar íons Ca para o sarcoplasma por meio dos canais dependentes de voltagem na membrana dos túbulos T. - Potencial de ação→ canais dependentes de voltagem→ membranas dos túbulos T→ libera cálcio. 2 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - Sem esse cálcio adicional dos túbulos T, a força de contração ficaria reduzida pois o retículo sarcoplasmático é pouco desenvolvido. Os túbulos T do músculo cardíaco tem diâmetro maior que do músculo esquelético. - Com o fim do potencial de ação, o influxo de cálcio é interrompido e os íons são bombardeados para fora das fibras musculares e de volta para o retículo sarcoplasmático e para o líquido extracelular dos túbulos T. O transporte de volta para o retículo recebe auxílio da bomba de cálcio ATPase. Os íons cálcio podem ser removidos da célula com o auxílio do trocador sódio-cálcio, o sódio é transportado para fora pela bomba sódio-potássio ATPase. - A função do platô é aumentar o tempo de contração do miocárdio. Cicl� cardíac�: - Ciclo cardíaco: eventos que ocorrem entre o início de um batimento e o início do próximo. Caca ciclo é gerado pela geração espontânea de um potencial de ação no nodo sinusal. O nodo fica na parede lateral superior do AD, seu potencial se difunde desse ponto pros átrios, por meio do feixe A-V, para os V. Essa disposição faz o A contrair antes do V, bombardeando sangue antes que o V contraia. - Frequência cardíaca: número de batimentos/minuto. O ciclo cardíaco é igual a C= 1/f, logo, é o inverso da frequência. Quando a frequência aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui assim como a duração do potencial de ação, a sístole e diástole (diminui mais seu período que a sístole). - O coração em elevada frequência não permanece relaxado muito tempo para permitir o enchimento completo das câmaras cardíacas antes da próxima contração. - No eletrocardiograma: - Ondas P: Despolarização atrial, é seguida pela contração atrial, causando aumento discreto na curva de pressão. - Ondas QRS: Despolarização elétrica dos V, o que inicia a contração V e faz com que a pressão V aumente. Ele tem início um pouco antes da sístole V. - Ondas T: repolarização dos V, quando as fibras musculares começam a relaxar, surge um pouco antes do final da contração V. ● Função dos átrios como bombas em escova: - 80% do sangue dos átrios flui para os ventrículos antes da contração atrial. Na contração flui 20%, logo, o átrio melhora a contração do ventrículo em 20%. ● Função dos ventrículos como bombas: - Enchimento dos ventrículos durante a diástole: - Na sístole V, grande parte do sangue se acumula no AD e AE, já que as valvas A-V estão fechadas. No fim da sístole, as pressões ventriculares retornam ao normal e as altas pressões desenvolvidas nos átrios durante a sístole ventricular, forçam as valvas A-V 3 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII abrirem (PERÍODO DE ENCHIMENTO RÁPIDO VENTRICULAR). Esse período ocorre durante os primeiros ⅓ da diástole ventricular, nos próximos ⅔ pequena quantidade de sangue flui para os ventrículos e é a quantidade de sangue que chega das veias para os átrios. No ⅓ final da diástole o átrio contrai e envia 20% do que corresponderá ao enchimento ventricular em cada ciclo. - Esvaziamento ventricular durante a sístole: - Período de contração isovolumétrica: após o início da contração V, a pressão V sobe fazendo com que as valvas A-V se fechem e depois seja empurrado as válvulas semilunares contra a pressão nas artérias aórtica e pulmonar. A tensão aumenta no músculo mas não tem esvaziamento. Entretanto, demora de 0,02 a 0,03 segundos para que as válvulas sejam empurradas, nesse “meio tempo”, o ventrículo a tensão muscular aumenta, mas ocorre pouco ou nenhum encurtamento das fibras musculares e não há esvaziamento. - Período de ejeção: quando a pressão do VE aumenta até 80 mmHg e a pressão faz abrir as válvulas semilunares e o sangue é ejetado nos ⅓ iniciais rapidamente (70%) e depois nos ⅔ restantes lentamente (30% do volume). - Período derelaxamento isovolumétrico: ao final da sístole, o relaxamento V começa de modo repentino, fazendo com que as pressões no VD e VE diminuam. As altas pressões das artérias, que acabaram de ser cheias com o sangue dos ventrículos, empurram o sangue de volta para o ventrículo, causando fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Entretanto, o ventrículo fica relaxado em média de 0,03 a 0,06 segundos mas não recebe sangue atrial até a pressão intraventricular diminuir rapidamente de volta aos valores diastólicos. É então que as valvas A-V se abrem para iniciar um novo ciclo de bombeamento ventricular. - Volume diastólico final: volume do V na diástole atrial, enchimento do V (110-120ml). - Volume sistólico final: quantidade de sangue resultante em cada V (40-50ml). - Débito sistólico: volume do V durante o esvaziamento pela sístole. - Débito cardíaco: quantidade de sangue bombeada por minuto do VE→ AORTA. FUNCIONAMENTO DAS VALVAS: - A tricúspide e a mitral (valvas A-V) evitam o refluxo de sangue dos V→ A durante a sístole. - As valvas semilunares (pulmonar e aórtica) impedem o refluxo da aorta e das artérias pulmonares para os V na diástole. FUNÇÃO DOS MÚSCULOS PAPILARES: - Eles se contraem ao mesmo tempo que as paredes dos V, mas não ajudam as valvas A-V a se fecharem. - Eles puxam as valvas em direção ao V para evitar que elas sejam abauladas para trás em direção aos A na contração V. VALVAS DAS ARTÉRIAS PULMONAR E AÓRTICA: 4 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - A alta pressão causada pela sístole faz com que elas voltem à posição fechada de forma rápida. - A elevada velocidade de ejeção se deve ao fato de terem aberturas menores. - Devido a abertura rápida e fluxo rápido, estão sujeitas a abrasões mecânicas maiores que as valvas A-V. - As semilunares não são contidas pelas cordas tendíneas. CURVA DA PRESSÃO AÓRTICA: - Quandob VE contrai, a pressão V aumenta até a abertura da valva aórtica. Após a abertura, a pressão do V se eleva mas mais lentamente, pois o sangue flui do VE -> aorta. - Parede da artéria tem sua pressão elevada até 120 mmHg. No fim da sístole, quando o VE para de ejetar sangue e a valva aórtica se fecha, a parede das artérias mantém a pressão elevada mesmo na diástole. - Incisura = ocorre quando a valva aórtica se fecha. - Após o fechamento da valva aórtica, a pressão na aorta cai durante a diástole pois o sangue flui para outras artérias (80mmHg). - Pressão aórtica diastólica= 80 mmHg. - Pressão aórtica sistólica (durante a contração ventricular) = 120 mmHg. - Pressão diastólica final: é a antes do início da contração do ventrículo. Acima de 150ml a pressão ventricular sobe rapidamente pois as fibras do tecido cardíaco não conseguem se contrair mais. - Pressão sistólica: é a medida na contração ventricular. Nesse momento, a pressão se eleva mesmo com pouco aumento de volume, pois os filamentos de actina e miosina ficam tão afastados que a força de contração fica menor que a ótima. 5 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - Fase 1: período de enchimento: A ao B. A quantidade de sangue que permanece no coração após a sístole anterior. À medida que o sangue flui do AE→ VE o volume sobe cerca de 120ml, sendo esse o volume diastólico final. - Fase 2: Período de contração isovolumétrica: volume do ventrículo não se altera, pois todas as válvulas estão fechadas, no entanto a pressão aumenta até se igualar a aórtica (80 mmHg). - Fase 3: Período de ejeção: pressão sistólica aumenta, ventrículo continua a contrair, ao mesmo tempo o volume diminui,pois a válvula aórtica agora já está aberta e o sangue flui do interior do ventrículo para a aorta. - Fase 4: Período de relaxamento isovolumétrico: válvula aórtica se fecha e a pressão ventricular retorna ao valor da pressão diastólica. Assim, o ventrículo retorna ao ponto de partida com 50ml de sangue residual em seu interior. Conceitos de Pré-carga e pós-carga: - Pré carga: é a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio, é a tensão do músculo ventricular quando o músculo começa a se contrair. - Pós carga: pressão arterial contra a qual o ventrículo deve exercer a contração. É a pressão sistólica, (p do sangue na aorta à saída do ventrículo). Eficiência da contração cardíaca: - Na contração, energia química é convertida em calor e em menor proporção em trabalho. A proporção entre a produção de trabalho e energia química consumida é a eficiência cardíaca. OBS: o miocárdio utiliza energia de metabolitos oxidativos dos ácidos graxos para realizar trabalho. Assim, a velocidade de consumo de O2 é a medida excelente de energia química liberada enquanto o coração realiza seu trabalho. ● Regulação do bombardeamento cardíaco: 6 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - Em repouso, bombeamos 4-6L de sangue. - Os meios de regulação do volume são: regulação cardíaca intrínseca ( em resposta à variações de volume em direção ao coração) , controle da frequência cardíaca e força de bombeamento pelo sistema nervoso autônomo. ● Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco: - A quantidade de sangue bombeada é ihgual a quantidade de sangue que chega no coração pelas veias, o retorno venoso. Esse sangue será bombeado para as artérias, para que volte a circular no corpo. - A capacidade em se adaptar a volumes crescentes de sangue é o mecanismo de Frank-Starling, o qual afirma que “quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força da contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta”. Logo, dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo sangue que a ele retorna pelas veias. - Essa capacidade do músculo distendido se contrair com maior produção de trabalho até seu comprimento ideal (superposição de miosina e actina) é característica dos músculos estriados. - Além disso, a distensão das paredes do AE aumenta diretamente a frequência cardíaca isso também ajuda a aumentar a quantidade de sangue bombeada a cada minuto em 10-20%. Curvas de função ventricular: - São uma maneira de representar o mecanismo de Frank- Starling. Quando V se enche em resposta a maiores pressões atriais, o volume e a força de contração cardíaca também se elevam, levando o coração a bombear maiores quantidades de sangue para as artérias. - P. arterial aumenta→ trabalho sistólico aumenta→ limite de capacidade de bombeamento V. Controle do coração pela inervação simpática e parassimpática: ● Simpática: - Podem aumentar a frequência cardíaca, força de contração, aumento do volume bombeado de sangue e a pressão de sua ejeção (mecanismo de Frank Starling). Logo, aumenta o débito cardíaco. 7 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - A INIBIÇÃO, pode diminuir o bombeamento. Em condições normais as fibras nervosas simpáticas cardíacas têm descarga contínua mantendo o bombeamento em 30% do que seria sem as fibras. - Para qualquer p. atrial inicial, o débito cardíaco sobe durante os maiores estímulos simpáticos. ● Parassimpática: - As fibras vagais estão dispersas principalmente nos A e pouco nos V, logo, a estimulação vagal pode diminuir a frequência cardíaca e não diminuir de modo tão acentuado a contração. - Para qualquer p. A inicial, o débito cardíaco cai durante estímulos parassimpáticos intensos. Efeito dos íons Potássio e Cálcio no funcionamento cardíaco: ● Potássio: - Alta concentração no meio extracelular faz com que o potencial de repouso e de membrana fiquem menos negativos, o que também faz o potencial de ação diminuir sua intensidade, logo as contrações ficam mais fracas. Logo, a despolarização ocorre parcialmente deixando o potencial de membrana menos negativo, se esse potencial diminui, o de ação diminui o que faz as contrações serem mais fracas. - O coração fica dilatado, flácido, com menor frequência dos batimentos. - Pode ter o bloqueio da condução de impulso do A para o V pelo feixe A-V. ● Cálcio: - Coração produz contrações espásticas, já que este íon tem efeito na deflagração do processocontrátil cardíaco. - Efeito oposto ao do potássio. Efeito da temperatura no funcionamento cardíaco: - O aumento da temperatura provoca um aumento da FC, pois o calor aumenta a permeabilidade a íons que têm influência a FC como resultante no processo de auto celebração. O aumento da pressão arterial (até certo limite) não reduz o débito cardíaco: - O aumento da p na aorta não reduz o débito cardíaco até que se atinja um valor de pressão arterial média de 160 mmHg, logo, o débito irá depender da facilidade com que o sangue consegue escoa pelos tecidos que, por sua vez, controlam o retorno venoso de sangue para o coração. �citaçã� Rítmic� d� Coraçã�: 8 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - O sistema especializado do coração em gerar impulsos é importante pois, os A se contraem antes do V, o que permite o enchimento dos V antes de bombear sangue para os pulmões e circulação periférica. Além disso, as diferentes porções do ventrículo se contraem quase simultaneamente, o que é essencial para gerar pressão com máxima eficiência nas câmaras cardíacas. O sistema excitatório e condutor especializado do coração: - Nodo sinusal/nodo sinoatrial ou nodo S-A: são gerados os impulsos rítmicos normais. - Vias internodais: conduz o impulso do nodo sinusal ao nodo atrioventricular (nodo A-V). - Nodo A-V: impulsos vindos do A são retardados antes de chegar ao V. - Feixe A-V: conduz os impulsos dos A para os V e para os ramos D e E das fibras de Purkinje. - Ramos do feixe de fibras de Purkinje: conduz os impulsos cardíacos para todas as partes do V. Nodo sinusal (sinoatrial): - É um músculo cardíaco especializado que quase não tem filamentos contráteis. - Está na parede póstero lateral superior do AD, imediatamente abaixo e lateral a abertura da VCS. - As fibras do nodo sinusal se conectam diretamente às fibras musculares atriais, de modo que qualquer potencial de ação que se inicie no nodo sinusal se difunde de imediato para a parede do músculo atrial. - Tem capacidade auto excitatória, por isso controla normalmente a frequência cardíaca dos batimentos de todo coração. - A fibra sinusal é menos eletronegativa que a fibra ventricular muscular. Isso se deve pois, as membranas celulares das fibras sinusais são mais permeáveis aos íons cálcio e sódio, logo, as cargas negativas intracelulares são neutralizadas. Assim, a nodo tem um valor de -55 no estado de repouso, sendo que o das fibras musculares ventriculares seria de -90. - A abertura dos canais rápidos de íons sódio, que são os responsáveis pelo potencial em ponta rápido do potencial de ação. Os canais lentos de sódio-cálcio podem se abrir e causar o platô do potencial de ação; por fim, a difusão dos íons K para o exterior da fibra traz o potencial de membrana de volta para seu nível de repouso. - O potencial de ação no nodo atrial é de -55 mV e o das fibras ventriculares é de -99 mV, isso se deve ao fato de que no valor de -55 os canais rápidos de sódio já foram em sua maioria inativados, logo, apenas os canais lentos de cálcio sódio podem se abrir e assim deflagrar um potencial de ação; como resultado, o potencial de ação nodal ocorre mais lentamente que o das fibras ventriculares, a volta ao potencial de repouso também ocorre lentamente. - A autoexcitação ocorre pois íons sódio entram na célula e aumentam o potencial de membrana em direção a valores positivos entre dois batimentos cardíacos, fazendo com que seja mais fácil atingir o potencial de ação o qual abrirá os canais sódio-cálcio. Logo, é a vazão inerente das fibras do nodo sinusal que causa a autoecitação. 9 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - A inativação de canais de sódio-cálcio e a abertura de grandes número de canais de potássio faz com que as fibras não permaneçam para sempre despolarizadas. Esses eventos fazem com que o potencial de membrana da fibra volte ao seu valor normal. - A hiperpolarização não se mantém para sempre pois, os canais de potássio vão se fechando e o vazamento de Ca e Na para o interior da fibra eleva o potencial de membrana até atingir o limiar do potencial de ação. Vias internodais e transmissão do impulso cardíaco pelos átrios: - As fibras do nodo sinusal conectam-se ao tecido atrial circulante. Logo, os potenciais de ação do nodo se propagam para as fibras atriais até o nodo A-V. - Existem 3 faixas teciduais (vias internodais anterior, média e posterior) onde a velocidade de condução é maior e apresenta fibras condutoras especializadas. - Nodo sinusal→ vias internodais→ nodo A-V→ porção penetrante do feixe A-V→ fibras de purkinje→ ventrículos. Nodo atrioventricular e retardo na condução do impulso dos A para os V: - O retardo na condução do impulso do A→ V ocorre pelo fato de existir o nodo atrioventricular, o qual permite que o impulso não passe na mesma velocidade para os V; assim, os A contraem antes e conseguem encher os V de sangue. - Localização: posterior ao AD atrás da valva tricúspide. - A causa da condução lenta nas fibras transicionais, nodais e no feixe penetrante A-V é explicada pelo número reduzido de junções comunicantes, de modo que existe resistência para a passagem de íons excitatórios de uma fibra condutora para outra. Transmissão rápida no sistema de purkinje ventricular: - A condução do nodo A-V, pelo feixe A-V, para os ventrículos é feita pelas fibras de Purkinje especializadas. - São calibrosas e conduzem o potencial de ação cerca de 6x mais rapidamente que as fibras do músculo ventricular comum e 150x maior que a velocidade de algumas fibras do nodo A-V, elas tem poucas miofibrilas e pouco se contraem. 10 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - A transmissão do impulso é creditada à alta permeabilidade das junções comunicantes entre as células que permeiam as fibras de purkinje. - Vale lembrar que a transmissão do impulso é unidirecional, já que existe uma barreira fibrosa separando A-V, além dos potenciais de ação não serem conduzidos retrogradamente. Distribuição das fibras de Purkinje nos ventrículos- os ramos D e E: - Nodo sinusal→ vias internodais→ nodo A-V→ porção penetrante do feixe A-V→ barreira fibrosa→ fibras de purkinje → septo interventricular→ divisão em D e E→ endocárdio nos dois lados do septo interventricular→ ramos menores→ ápice cardíaco → ramos se dispersam lateralmente em torno da cada câmara ventricular→ retornam para a base do coração→ fibras de purkinje penetram o miocárdio cerca de ⅓ de sua espessura em direção a base do coração e ficam contínuas com as fibras cardíacas. - Após passar pela extremidade final das fibras de purkinje, o impulso é transmitido para toda massa ventricular pelas próprias fibras musculares. - O impulso é conduzido das camadas mais profundas para as superficiais em “direção” de espirais. Controle da excitação e da condução do coração: - Normalmente o impulso se origina no nodo sinoatrial, exceto em patologias. - Outras partes podem ter excitabilidade intrínseca (fibras do nodo A-V e as de purkinje). - Fibras do nodo A-V tem frequência de 40-60x por minuto; as de purkinje 15-40x por minuto e as do nodo sinusal 70-80x por minuto. - A descarga do nodo sinusal é mais rápida que a auto excitação do nodo A-V e das fibras de purkinje, logo, o estímulo do nodo descarrega o nodo A-V e das fibras de Purkinje antes que suas autoexcitação ocorram. - O nodo controla o batimento cardíaco porque sua frequência de descargas rítmicas é mais alta que a de qualquer parte do coração. Logo, ele é o marca passo. - Marca passo ectópico: é qualquer marca passo que não seja o do nodo sinusal. Ele produz sequências anormais de contração nas diferentes partes do corpo e pode comprometer o bombeamento. Ele poderá ter frequências maiores que a do nodo sinusal e por isso será o novo marca passo ou devido ao bloqueio da condução do impulso do nodo para as demais porções do coração. 11 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII - Quando ocorre bloqueio A-V, ou seja, quando o impulso não passa do A→V, os átrioscontinuam se contraindo com frequência normal, enquanto o sistema ventricular de purkinje é quem assume as novas frequências do músculo ventricular. No período em que há o bloqueio da condução do A→V, as fibras de purkinje demoram 5-20 segundos para assumirem como os novos marca-passos, nesse período o indivíduo pode desmaiar, pois falta fluxo sanguíneo para o cérebro, levando à Síndrome de Stoke-Adams. Controle da ritmicidade cardíaca e condução de impulsos nervosos cardíacos: ● Parassimpático: - Distribuem-se majoritariamente nos nodos sinusal e A-V, pouco menos para a musculatura atrial e muito pouco para a ventricular. - Pode reduzir ou bloquear o ritmo e condução. - N vago libera acetilcolina→ reduz o ritmo do nodo sinusal e reduz a excitabilidade das fibras juncionais A-V entre a musculatura atrial e nodo A-V. - As fibras de purkinje desenvolvem ritmo próprio causando a contração ventricular (escape ventricular). - O nervo vago aumenta a permeabilidade aos íons potássio, que saem da célula e a deixam hiperpolarizada, logo, menos excitáveis. Logo, o nodo sinusal fica com um potencial mais negativo que o normal e demora mais para que os canais de sódio-cálcio consigam atingir o limiar para o potencial de ação, o que reduz a frequência cardíaca. - A hiperpolarização no nodo A-V faz com que as fibras atriais que chegam no nodo não consigam gerar eletricidade suficiente para excitar as fibras nodais. ● Simpático: - Distribuem-se para todas as partes do coração com forte representação para músculo ventricular. - Aumenta a frequência de descargas no nodo sinusal, aumenta a velocidade da condução e excitabilidade em todas as porções do coração, aumenta a força de contração A e V. - Liberação de norepinefrina→ estimula os receptores beta 1-adrenérgicos→ aumenta a permeabilidade das fibras aos íons sódio e cálcio. No nodo sinusal, esse aumento torna o potencial de repouso tendendo mais ao positivo, elevando o potencial de membrana na diástole. - No nodo A-V e nos feixes A-V, o aumento da permeabilidade torna mais fácil para o potencial de ação excitar as porções sucessivas no sistema condutor, reduzindo o tempo de condução entre A→V. - O aumento da permeabilidade ao cálcio também é responsável pelo aumento da força de contração do miocárdio. Eletrocardiogram� - Quando o impulso cardíaco passa através do coração, uma corrente elétrica também se propaga do coração para os tecidos adjacentes que o circundam; uma pequena parta da 12 An� Luís� Peri� Tamburu� (enjoad�) -LII corrente se propaga até a superfície do corpo. Os registros dos eletrodos colocados sobre a pele recebem o nome de eletrocardiograma. Características do Eletrocardiograma normal: - Onda P: produzida quando os A despolarizam, antes da contração atrial começar. - Complexo QRS: é gerado quando os V se despolarizam antes de sua contração. - Onda T: é produzida pelos potenciais gerados enquanto os ventrículos se estabelecem do estado de despolarização, logo, é conhecida como onda de repolarização. Ondas de Despolarização versus ondas de repolarização: - Na despolarização, o potencial dentro da fibra fica levemente positivo e no exterior negativo. Intervalo P-Q ou P-R: - Corresponde ao intervalo entre o começo da estimulação elétrica dos A e dos V. É normal ter duração de 0,16 segundos. Intervalo Q-T: - A contração do ventrículo dura de do início da onda Q até o fim da T, o intervalo é de 0,35 segundos. 13
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