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ÓPTICA GEOMÉTRICA 1. REFLEXÃO E REFRAÇÃO LEI DA REFLEXÃO ri θθ ′= LEI DA REFRAÇÃO Rsennisenn θθ 21 = DISPERSÃO CROMÁTICA REFLEXÃO INTERNA TOTAL 1 21 n n senC − =θ Demonstração Das Leis Da Reflexão E Refração Usando Os Princípios De Huygens (Físico Holandês – 1629-1695) e Fermat (Matemático Francês – 1601-1665). � A figura acima mostra a frente de uma onda plana AA´ incidindo em um espelho no ponto A no instante t = 0. Como podemos ver, o ângulo φ entre a frente de onda e o espelho é igual ao ângulo de incidência �� ��� é o ângulo entre a normal ao espelho e a normal à frente de onda. � Pelo princípio de Huygens, cada ponto da frente de onda pode ser considerando um fonte de ondas secundárias. � A posição da frente de onda no instante t é determinada construindo-se ondas esféricas de raio ct cujos centros estão na frente de onda AA´. A B C A´ B´ C´ θ = φ φ C´´ B´´ � As ondas que não incidem no espelho contribuem para a formação da frente de onda BB´ � As ondas que incidem no espelho são refletidas e contribuem para a formação da frente de onda BB´´. � Do mesmo modo, a posição da frente de onda no instante 2t é determinada construindo-se ondas esféricas de raio ct cujos centros estão na frentes de onda BB´ e BB´´. � De modo semelhante, a frente de onda C´´C é obtida das ondas que se originam da frente de onda B´´B. REFLEXÃO � A figura à esquerda mostra uma ampliação da figura anterior onde o segmento AP, que é parte da frente de onda original. � No instante t, a onda secundária com centro no ponto P incide no espelho no ponto B e no mesmo instante, a onda secundária com centro no ponto A chega ao ponto B´´. � A onda refletida BB´´ faz com o espelho um ângulo ′ 1φ que é igual ao ângulo de reflexão ′1θ entre o raio refletido e a normal ao espelho. � Os triângulos ABP e BAB´´ são retângulos com um lado comum, AB, e lados iguais AB´´ = BP = ct. � Portanto, os dois triângulos são congruentes e os ângulos 1φ e ′1φ são iguais o que significa que o ângulo de reflexão �1´ é igual ao ângulo de incidência �1. REFRAÇÃO � A figura acima mostra uma onda incidindo sobre a superfície de separação de dois meios, como por exemplo, ar-vidro. O segmento AP representa parte da frente de onda incide no ponto A sobre a superfície do vidro no instante t = 0. A B A´ B" P θ1 θ´1 φ1 φ´1 ct ct θ1 θ2 φ1 φ2 A B P B´ v2t v1t � No intervalo de tempo t, a onda secundária com centro no ponto P, percorre uma distância v1t e chega ao ponto B da interface, enquanto a onda secundária com centro no ponto A percorre uma distância menor, v2t, no vidro. � A nova frente de onda BB´ não é paralela à frente de onda original AP porque as velocidades são diferentes, ou seja, 21 vv ≠ � O triângulo APB é retângulo e, conseqüentemente, AB tv1sin =φ ou 1sin 1 1sin 1 θφ tvtv AB == já que o ângulo φ1 é igual ao ângulo de incidência �1. Da mesma forma, como AB´B é um triângulo retângulo, temos: AB tv2sin =φ ou 2sin 2 2sin 2 θφ tvtv AB == ���� �2 = φ2 é o ângulo de refração. Igualando os dois valores de AB, temos: 2 2sin 1 1sin vv θθ = 2sin21sin1 2 2 e 1 1 θθ nnn c v n c v =⇒== PRINCÍPIO DE FERMAT – A trajetória da luz ao viajar de um ponto para outro é tal que o tempo de percurso é mínimo. REFLEXÃO A A´ Espelho B P1 Pmin � A figura mostra duas trajetórias nas quais a luz parte do ponto A, incide sobre uma superfície plana, como a de um espelho e chega ao ponto B. � A questão que deveremos responder, baseada no princípio de Fermat é a seguinte: “Em que ponto sobre a superfície do espelho deve a luz atingir a fim de o tempo para ir do ponto A ao ponto B seja o menor possível? � A resposta esta no fato de que estando a luz estando viajando no mesmo meio, o tempo será mínimo quando a distância for mínima. � Como podemos ver da figura acima, PBAAPB ′= onde A´ é a imagem da fonte A. � O ponto A´ é a projeção de A em relação à superfície do espelho. Isto significa dizer que a distância de A ao espelho é a mesma distância de A´ ao espelho. � Fazendo variar a posição do ponto P, vemos que a distância A´PB e portanto APB, é mínima quando os pontos A´, P e B estiverem alinhados o que implica que o ângulo de reflexão será igual ao ângulo de incidência. REFRAÇÃO � Baseado no princípio de Fermat, deveremos responder a mesma questão para o caso da refração. Obviamente este problema será mais difícil uma vez que a luz ao passa de um meio para outro tem sua velocidade alterada. � A figura mostra a construção geométrica usada para determinar a trajetória correspondente ao menor tempo de percurso. Se L1 é a distância percorrida no 1, cujo índice de refração é n1, e L2 é a distância percorrida no meio 2, cujo índice de refração é n2, o tempo que a luz leva para percorrer a distância total AB é dado por: c Ln c Ln n c L n c L v L v L t 2211 2 2 1 1 2 2 1 1 +=+=+= (1) � Para determinarmos a posição do ponto Pmin para o qual o tempo será mínimo, vamos expressar o tempo em função do parâmetro x que depende da posição do ponto Pmin. ( )2222L e 2221 xdbxaL −+=+= (2) � O tempo será mínimo quando: 0= dx dt (3) x d - x L1 L2 A B θ1 θ2 b a P min d Portanto: 022 1 1 1 = += dx dL n dx dL n cdx dt (4) Por outro lado: 1 12112 L x x d dL x x d dL L =∴= (5) mas da figura vemos que 1sin 1 1sin 1 θθ =⇒= x d dL L x (6) da mesma forma ( )( ) 2sin 2 212222 θ−= − −=∴−−= L xd x d dL xd x d dL L (7) substituindo (6) e (7) em (4) obtemos que: ( ) 2sin21sin1 02sin21sin10 2 2 1 1 θθ θθ nn nn dx dL n dx dL n = ∴=−+⇒=+ ESPELHOS Espelhos Planos � A figura mostra a imagem de um sistema de coordenadas retangulares em um espelho plano. A seta que aponta na direção do eixo z aparece invertida na imagem. A imagem do sistema de coordenadas original que dextrogiro, pois kji � �� =× , é um sistema levogiro, para o qual kji � �� −=× . i j k i j k x y z x´ y´ z´ espelho � A figura mostra o diagrama de raios para determinar a posição da imagem de uma seta produzida por um espelho plano. � Da análise da figura, concluímos que os dois triângulos são congruentes e, conseqüentemente temos que: ´ss −= A distância da imagem ao espelho é igual à distância do objeto ao espelho. � Da figura, também podemos concluir que ´yy = � A primeira equação nos diz que a imagem formada pelo espelho plano é virtual, ou seja, formada pelo prolongamento dos raios refletidos. Também vemos que o tamanho da imagem é exatamente igual ao tamanho do objeto. � Alguns autores chamam a distância do objeto ao espelho de p, enquanto a distância da imagem ao espelho é denominada de i. Assim, podemos escrever a primeira equação como: pi −= � Do mesmo modo, a altura do objeto é denominada pela letraO, enquanto a altura da imagem pela letra I. Assim, OI = para um espelho plano. Espelhos Esféricos � a figura nos mostra um espelho côncavo no qual o seu centro de curvatura C, está à esquerda do vértice do espelho. � No espelho côncavo a imagem é maior que o objeto. � O raios que incidem sobre um espelho paralelamente ao eixo central, eles são refletido para um ponto situado à meia distância entre o centro e o vértice do espelho, denominado de foco e a distância do foco ao vértice é denominada de distância focal, f. 2 rf = � O foco de um espelho côncavo é real e está situado no lado R do espelho. θ θ y P y´ P´ s s´ espelho C O I p i r eixo central � A figura nos mostra um espelho convexo. � Ao contrário do espelho côncavo, o centro de curvatura do espelho convexo encontra-se à direita da superfície refletora do espelho e portanto, este lado é denominado de lado V, ou seja, lado virtual. � Como o foco de um espelho convexo encontra-se no lado V, ele é denominado de foco virtual. � Os espelho convexos sempre formam imagens virtuais, com a mesma orientação do objeto, porém de tamanho menor que o objeto. � Os espelhos côncavos podem formar imagens reais ou virtuais dependendo de onde o objeto se encontra em relação ao vértice do mesmo. � Do mesmo modo, a imagem poderá ser direita ou invertida, maior ou menor que o objeto. Equações para os Espelhos Esféricos 2 rf = (espelho esférico) fip 111 =+ (espelho esférico) rip 211 =+ (espelho esférico) h h m ´ = (ampliação lateral) p i m −= Regras de Sinal para os Espelhos Esféricos p + se o objeto está na frente do espelho (objeto real) p - se o objeto está atrás do espelho (objeto virtual) i + se a imagem está na frente do espelho (imagem real) i - se a imagem está na atrás do espelho (imagem virtual) r, f + se o centro de curvatura está na frente do espelho (espelho côncavo). r, f - se o centro de curvatura está na atrás do espelho (espelho convexo) C O I p i r eixo central