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Profa. Ma. Silmara Quintana UNIDADE III Política Social no Brasil Na Unidade III apresentaremos as políticas setoriais: educação, habitação, justiça e segurança. Discutiremos a saúde mental. A intervenção junto às famílias como segmento que requer a atenção especial do SSO. E, por fim, uma perspectiva analítica sobre as políticas sociais. As políticas setoriais “O modelo clássico de atenção em saúde mental foi a construção e manutenção de grandes asilos psiquiátricos que demonstraram sua incapacidade de tratar e de respeitar os direitos dos portadores de transtorno mental” (DIAS, 2012, p. 3). 1852: primeiro hospício do país, o Hospício Dom Pedro II. Lei Federal de Assistência aos Alienados n. 1.132, de 22 de dezembro de 1903. República Velha – Política Sanitarista. Décadas de 1930 e 1940: várias iniciativas para atenção à saúde mental, sempre de forma asilar. 1960: a criação da Clínica Pinel, em Porto Alegre/RS. As políticas sociais setoriais: saúde mental 1967 a 1970: 18 municípios com ambulatórios de saúde mental. 1978: Plano Integrado em Saúde Mental – ainda que rudimentar do entendimento de que o doente mental precisa de outros saberes e de outras ações além do padrão oferecido pelo hospital e que estava respaldado no saber médico e na utilização de medicamentos. Década de 1970: Movimento Sanitário, ainda tínhamos 80.000 leitos em instituições psiquiátricas. Lei Paulo Delgado/2001: tratamento psiquiátrico ambulatorial. 1989: Santos/SP: intervenção psiquiátrica em meio aberto. Centros de Atenção Psicossocial – CAPs: “desospitalização”, abrange doente mental, doença mental e uso e abuso de SPA. As políticas sociais setoriais: saúde mental O assistente social e a atuação em saúde mental. CFESS: “Parâmetros para Atuação dos Assistentes Sociais na Política de Saúde”. A qualificação de práticas humanas e de qualidade em prol do doente mental. A intervenção deve: mobilizar o movimento da reforma psiquiátrica; interdisciplinaridade sem perder a identidade profissional; atenção às famílias; articulação da rede no território; qualificar práticas que favoreçam a participação e o controle social. As políticas sociais setoriais: saúde mental CF 1988: art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Art. 208 I. “ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; As políticas sociais setoriais: educação III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; As políticas sociais setoriais: educação VII. atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola” (BRASIL, 1988). As políticas sociais setoriais: educação 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Educação Básica – Educação Infantil. Ensino Fundamental – municípios. Ensino Médio – Estado. Os assistentes sociais na educação??? O documento “Serviço Social na Educação” coloca que a escola é uma espaço em que temos a expressão de várias expressões da questão social. As políticas sociais setoriais: educação “[...] principalmente no processo de inclusão social de crianças e adolescentes em idade escolar” (CFESS, 2001, p. 12). Funções do assistente social na prática junto às unidades de ensino: Pesquisa de natureza socioeconômica e familiar para a caracterização da população escolar. Elaboração e execução de programas de orientação sociofamiliar, visando a prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho e o rendimento do aluno e sua formação para o exercício da cidadania. Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem a prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como visem a prestar esclarecimento e informações sobre doenças infectocontagiosas e demais questões de saúde pública. As políticas sociais setoriais: educação Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades. Realização de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sociofamiliar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente. Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes especiais. Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas nos artigos 4º e 5º, da Lei 8662/93 (CFESS, 2001, p. 13). As políticas sociais setoriais: educação As políticas sociais setoriais: educação Escola e o espaço social em que está vinculada: a escola como espaço de inclusão social e a escola como instância de gestão democrática. Subsídios para atuação dos assistentes sociais na Política de Educação (BRASIL, 2014). É necessário que o profissional faça uma análise crítica da realidade, compreendendo sua atuação no campo educacional como uma prática desenvolvida junto às expressões da questão social. Atuação em prol da garantia do acesso e da permanência na área educacional, efetivação de espaços de gestão democrática e da qualidade da educação. Reafirma, portanto, a compreensão de que o trabalho do/a assistente social, no campo da educação, não se restringe ao segmento estudantil e nem às abordagens individuais. Envolve também ações junto às famílias, aos professores e professoras, aos demais trabalhadores e trabalhadoras da educação, aos gestores e gestoras dos estabelecimentos públicos e privados, aos/às profissionais e às redes que compõem as demais políticas sociais, às instâncias de controle social e aos movimentos sociais, ou seja, ações não só de caráter individual, mas também coletivo, administrativo-organizacional, de investigação, de articulação, de formação e capacitação profissional (CFESS, 2014, p. 38). As políticas sociais setoriais: educação Qual o movimento que garante direito às pessoas com comprometimento na área de saúde mental e o que os profissionais de Serviço Social devem manter sempre mobilizado? a) Higienização. b) Sanitarismo. c) Controle social. d) Reforma Psiquiátrica. e) Movimento Sanitário. Interatividade Qual o movimento que garante direito às pessoas com comprometimento na área de saúde mental e o que os profissionais de Serviço Social devem manter sempre mobilizado? a) Higienização. b) Sanitarismo. c) Controle social. d) Reforma Psiquiátrica. e) Movimento Sanitário. Resposta CFESS 2016: “Atuação dos Assistentes Sociais na Política Urbana: subsídios para reflexão”. Desde os primórdios no Brasil, temos uma diferenciação no que diz respeito ao acesso da habitação, separando ricos e pobres e dificultando o acesso da população pobre à habitação. As políticas sociais setoriais: habitação 1850: Lei de Terras: regulamentava compra e venda. Saneamento das áreas urbanas. Getúlio Vargas: ações para erradicar as ocupações irregulares. Institutos de Aposentadoria e Pensão Social – IAPS: acesso à compra de casa para os trabalhadores. Governo Dutra: Fundação Leão XIII: atuação dos moradores de favelas. Fundação da Casa Popular: acesso à moradia. 1956: Lei 2875: repasse de recursos para que os Estados pudessem intervir de forma a acabar com as favelas por meio da construção e da cessão de casas para aqueles que morassem em tais locais. 1964: Banco Nacional de Habitação – BNH: financiava habitação para trabalhadores e ofereceu a possibilidade de adquirir residências por meio do saque do FGTS. O BNH não fazia concessões de habitações, mas funcionava como um “banco” que financiava o acesso para aqueles que pudessem pagar. 1986: extinto o BNH. As políticas sociais setoriais: habitação 1988: Constituição Federal, por meio dos artigos 182 e 183, destaca a necessidade de política de desenvolvimento urbano com o objetivo de proporcionar o pleno desenvolvimento da política urbana. 1990: Caixa Econômica Federal passou a ser então o agente financiador das moradias para o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Governo de Fernando Henrique Cardoso: foi criado o programa Pró-Moradia para viabilizar residências a famílias de baixa renda com o aporte ao FGTS. 2003: o Governo Lula criou o Ministério das Cidades que deveria humanizar as cidades por meio da garantia de saneamento e transporte de qualidade e questão habitacional. As políticas sociais setoriais: habitação 2008: foi criado o programa Minha Casa, Minha Vida, pela Lei 11.977: um programa vinculado à habitação de interesse social. 2009: recursos da esfera federal foram encaminhados para as esferas estaduais e municipais visando à urbanização em assentamentos precários. As políticas sociais setoriais: habitação Nós, como assistentes sociais, precisamos sempre defender o direito e o acesso dos segmentos mais vulneráveis à habitação, que não se limita ao acesso à casa, mas comporta também o entorno das residências (CFESS, 2016). As políticas sociais setoriais: habitação Foi no interior dessa institucionalidade que o(a) assistente social foi demandado, como trabalhador inserido na divisão sociotécnica do trabalho, a exercer atividades profissionais de controle e higienismo social junto às famílias pobres urbanas moradoras das favelas, por meio de ações de serviços sociais pontuais e de desenvolvimento de comunidade (AMMANN, 1987). Além disso, esse(a) profissional era chamado a participar na organização e no acompanhamento de processos de remoção e reassentamento dessas famílias em grandes conjuntos habitacionais, construídos em áreas periféricas e segregadas da malha urbana (CFESS, 2016, p. 34). Fundação Leão XIII Os profissionais foram novamente convidados a colaborar com o desenvolvimento da nação em meados dos anos 1950/1960 quando tivemos o surgimento do método de desenvolvimento de comunidade. Essa metodologia pressupunha o assistente social como agente motivador do desenvolvimento de regiões urbanas e rurais e provieram dos convênios firmados entre o Estado brasileiro e o Estado norte-americano. Esse vínculo permitiu grande parceria com a Organização dos Estados Americanos (OEA) que buscou, por sua vez, impulsionar o desenvolvimento econômico do país. As políticas sociais setoriais: habitação O trabalho social da época tinha um caráter mais “administrativo”, pois se preocupava com a seleção da demanda, o acompanhamento da adimplência dos mutuários e a organização comunitária, especialmente com a constituição de Associações de Moradores nos Conjuntos Habitacionais, para que essas pudessem administrar os espaços comunitários construídos nos conjuntos habitacionais (centros comunitários por meio de comodatos) (PAZ e TAOADA, 2010, p. 46 apud ABEPSS, 2016, p. 37). As políticas sociais setoriais: habitação As políticas sociais setoriais: habitação Nesses espaços, o objetivo era organizar e orientar mutuários. Possivelmente devido a isso, a prática dos profissionais era mais crítica e sempre esteve voltada à conscientização dos beneficiários do BNH. Essa perspectiva crítica foi ampliada pelos profissionais nos anos 1980, tanto nos institutos quanto no BNH e em outros projetos habitacionais. Também mostraram-se importantes profissionais em “[...] mutirões, na urbanização de assentamentos, na oferta de lotes urbanizados, na regularização fundiária e urbanística, nos projetos de instalação e funcionamento de redes de água e esgoto” (CFESS, 2016, p. 38), aliás, algo comum aos profissionais atuantes na área habitacional também durante os anos 1980 e 1990. Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais de São Paulo (INOCOOP-SP) Anos 1990 As políticas sociais setoriais: habitação A intervenção estaria voltada à informação e à educação das famílias atendidas visando ao desenvolvimento social e comunitário, ou melhor dizendo, nesses programas, os assistentes sociais: “[...] impuseram o desenvolvimento de atividades de caráter informativo, educativo e de promoção social, visando ao desenvolvimento comunitário e à sustentabilidade do empreendimento” (CFESS, 2016, p. 39). Ainda nos anos 1990 foram criados os programas Habitar Brasil BID, Favela Bairro e Morar Melhor; também direcionados ao acesso à habitação, à regularização das favelas e ocupações. Nesses espaços, os profissionais também desenvolveram ações de conscientização, de mobilização popular e até mesmo auxiliaram em situações de regularização fundiária. Brasil e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial As políticas sociais setoriais: habitação Caixa Econômica Federal Caderno de Orientação do Técnico Social “[...] o trabalho do/a assistente social na política urbana depara-se com as contradições e desafios no enfrentamento à violação e na defesa do acesso aos direitos, tendo em vista os programas urbanos que são implementados ao arrepio da política” (CFESS, 2016, p. 40). Qual o principal objetivo da intervenção do profissional de Serviço Social na área da educação e habitação descrito nesse bloco? a) Educativo. b) Fiscalizador. c) Desenvolvimentista. d) Garantir o direito à inclusão social. e) Judicializador. Interatividade Qual o principal objetivo da intervenção do profissional de Serviço Social na área da educação e habitação descrito nesse bloco? a) Educativo. b) Fiscalizador. c) Desenvolvimentista. d) Garantir o direito à inclusão social. e) Judicializador. Resposta Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Execução Penal e Sistema Prisional, Execução de Medidas Socioeducativas, Segurança Pública, Políticas Públicas de Segurança, Acolhimento Institucional, Forças Armadas e Corporações Militares. As políticas sociais setoriais: justiça 2014: CFESS: “Atuação dos Assistentes Sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão”. 2001: práticas do Judiciário e do sistema prisional foram nomeadas pelo termo “sociojurídico”. Década de 1930. Assistentes sociais foram nomeadas para atuarem junto ao Juizado de Menores e Comissários de Menores. As políticas sociais setoriais: justiça 1979: assistentes sociais atuavam, ainda, com os Comissários de Menores – Código de Menores. 1990: ECA – assistentes sociais – Vara da Infância e Juventude das Comarcas. As políticas sociais setoriais: justiça “[...] tribunais, nos Ministérios Públicos, nas instituições de cumprimento de medidas socioeducativas, nas Defensorias Públicas, nas instituições de acolhimento institucional, entre outras” (CFESS, 2014, p. 13). Novos campos socio-ocupacionais – espaço sociojurídico. 1984: Lei das Execuções Penais. 1998: Ministério Públicoe Defensoria Pública. As políticas sociais setoriais: justiça Na Justiça Estadual, a prática do assistente social está orientada a “[...] elaboração de documentos técnicos, laudos e pareceres” (CFESS, 2014, p. 41), ao passo que, na Justiça Federal, os profissionais “[...] se voltam ao atendimento de servidores/as e magistrados/as” (CFESS, 2014, p. 41). Na Justiça Estadual, os profissionais atuam, ainda, na instrução de processos. Medidas socioeducativas: constituem, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescentes, medidas aplicáveis a adolescentes que cometem ato infracional: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. As políticas sociais setoriais: justiça Interface entre as políticas SINASE Na Segurança Pública, temos poucos profissionais. Polícia Federal e Delegacia de Polícia e para atendimento aos usuários como no caso da Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Programa de Proteção e Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita), Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) e Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos Ameaçados de Morte (PPDDHAM). As políticas sociais setoriais: segurança Forças Armadas e nas Corporações Militares. O CFESS (2014) destaca que como Corporações Militares estão se referindo à Polícia e ao Corpo de Bombeiros. As políticas sociais setoriais: segurança “[...] atuam, de modo geral, nos serviços de saúde das corporações ou, ainda, diretamente nas áreas de recursos humanos das instituições. A atuação nos hospitais está voltada para o acompanhamento de pacientes militares e familiares destes, a mediação de conflitos e programas de prevenção à dependência química. Já na área de recursos humanos, está voltada para a administração e concessão de benefícios, orientação de militares ativos/as ou inativos/as, atendimento e orientação a pensionistas” (CFESS, 2014, p. 102). Não existe uma política social de atenção à família, mas ações desenvolvidas pelas políticas sociais junto às famílias. Desde o início, os assistentes sociais atuam junto às famílias. A princípio ocorreu a ação junto à família operária. Nesse período, o objeto de ação dos profissionais era a mudança da família operária e seu ajustamento a padrões tidos como normais e aceitos socialmente pela classe burguesa. Nessa fase, o método era o Serviço Social de Caso. O assistente social e a ação junto à família A prática terapêutica junto às famílias, na lógica da terapia sistêmica, era comum, mas com o aporte ao marxismo começou a mudar a forma dos profissionais perceberem a realidade. Entre 1980 e 1990, não se fala mais em ação junto às famílias. A partir de 2000, a família passou a ser enfatizada pelas próprias políticas sociais, demandando assim a ação do assistente social. Família “é construída e reconstruída histórica e cotidianamente, através de relações e negociações que estabelece entre seus membros” (MIOTO, 2010, p. 167). O assistente social e a ação junto à família Famílias em seus múltiplos arranjos. Mioto (2010) nos coloca que se compreende, assim, que a família não deve seguir um modelo de organização e que as demandas das famílias têm relação com o desenvolvimento capitalista. Precisamos considerar que a intervenção do assistente social junto às famílias está inscrita em três processos, sendo eles: Político-organizativo: compreende a relação firmada entre famílias e proteção social, visando à organização política das famílias na atenção de seus direitos. Planejamento e gestão: correspondem à necessidade de organização de serviços para atender as necessidades das famílias. Socioassistencial: refere-se às ações desenvolvidas diretamente com as famílias, porém essas ações, mesmo que ancoradas na concessão, devem buscar fortalecer a autonomia dos atendidos. O assistente social e a ação junto à família O assistente social e a ação junto à família -Reconhecer a família como instância importante na provisão de bem-estar e que ela, como lugar de convivência e de afetos, é transpassada pela questão social; -Considerar que o conhecimento das famílias é condição para projetar e definir ações profissionais; -Romper com a tradição disciplinar e higienista do trabalho social com famílias; -Romper com a sobrecarga feminina no campo da reprodução social, condição replicada pela política social e pelo trabalho social com famílias; -Propor mudanças nos diferentes planos das relações familiares, ou seja, para além do trabalho referente à singularidade das famílias, prioriza-se o trabalho no campo da avaliação e articulação das políticas sociais e dos serviços sociais disponíveis ou que necessitam estar disponíveis para atender com qualidade as necessidades das famílias. Princípios e valores da prática profissional junto às famílias (DAL PRA, 2016, p. 8): Como se estabelece a interface do sistema de justiça junto às políticas setoriais quando se tratam de adolescentes em situação de medida socioeducativa? a) Penalizadora e criminalizadora. b) Com relatório de acompanhamento. c) Conforme preconiza o Sinase, ações articuladas intersetoriais. d) Somente com a política de assistência social. e) Os atendimentos e os acompanhamentos são realizados exclusivamente pelas equipes do sistema de justiça. Interatividade Como se estabelece a interface do sistema de justiça junto às políticas setoriais quando se tratam de adolescentes em situação de medida socioeducativa? a) Penalizadora e criminalizadora. b) Com relatório de acompanhamento. c) Conforme preconiza o Sinase, ações articuladas intersetoriais. d) Somente com a política de assistência social. e) Os atendimentos e os acompanhamentos são realizados exclusivamente pelas equipes do sistema de justiça. Resposta Funcionalismo, idealismo e marxismo: diversidade na forma de compreensão sobre a política social. O funcionalismo é uma corrente teórica que teve uma série de autores a ela vinculados. O mais notável dentre esses teóricos, considerado o idealizador do funcionalismo, foi Émile Durkheim. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Segundo a concepção desse autor, para que seja possível conhecer uma realidade, é fundamental que, no processo de conhecimento, o objeto a ser conhecido se sobreponha ao sujeito que busca conhecê-lo. Durkheim: funcionalismo: método de conhecimento, sendo que, para o autor, esse método deveria ser desenvolvido por meio da observação e também da experimentação (empirismo faz menção à experiência sensível). Os fatos normais, segundo o autor, seriam aqueles que estivessem adequados ao padrão imposto pela sociedade, ao passo que os fatos anormais poderiam ser considerados como tudo aquilo que fugisse às regras estabelecidas, ao que era delimitado como padrão para uma determinada sociedade (BEHRING; BOSCHETTI, 2010). As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Durkheim: funcionalismo social era entendido como sendo algo inerente à sociedade, algo que deve ser tido como natural dentro de uma organização social. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social As políticas sociais seriam necessárias apenas como uma forma de controle para minimizar as possibilidades de manifestação contrárias à ordem social estabelecida. Apesar das políticas sociais, especificamente, não terem sido discutidas por Durkheim, tais conclusões são possíveis partindo-se de uma análise da obra do referido autor. Idealismo: Kant, Hegel e Max Weber. O sujeito deve sobrepor-se ao objeto que pretende conhecer. A realidade observada não provém de condições reais e concretas, mas se apresenta como sendo o resultado do pensamento dos seres humanos. Desse modo, nãohá influência de condições e determinações reais e objetivas na definição da realidade, mas do pensamento dos seres humanos (intelectivo). As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Como não se pode conhecer a coisa em si, o conhecimento sempre é relativo e produto racional do sujeito que conhece, quando este submete sensações e experiências aos esquemas e às regras apriorísticas do pensamento à razão teórica (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 32). A análise de Weber ainda destaca uma série de considerações sobre os fenômenos sociais. Segundo o autor, todos os fenômenos sociais são históricos e também estão relacionados à vida cultural de uma dada sociedade. A vida cultural, por sua vez, só existe porque provém de um ponto de vista, de algo que é idealizado pela sociedade. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social No âmbito da política, segundo Behring e Boschetti (2010), Weber postula que haveria a necessidade de um Estado forte para que, por meio de sua autoridade, pudesse gerir a vida em sociedade. O Estado estaria apoiado em uma autoridade e exerceria suas ações com base em critérios de justiça e com base em um corpo administrativo eficaz. A política social, dentro desse aspecto, seria um dos mecanismos para que o Estado pudesse exercer suas funções. Seria um mecanismo burocrático, porém, permitido ao Estado para a administração da sociedade. “A política social seria um mecanismo institucional típico da racionalidade legal contemporânea” (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 36), ou seja, seria um mecanismo de manter a autoridade estatal. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Marx. Assim sendo, de acordo com Behring e Boschetti (2010), o marxismo apresenta uma análise totalmente diferenciada das postas pelo funcionalismo e pelo ideal. Existe relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, acontecendo em um determinado momento ou período histórico. Assim, tanto sujeito quanto objeto precisam ser considerados como integrantes e, portanto, influenciados pelo processo de desenvolvimento histórico. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social A perspectiva marxista ainda compreende que no processo de conhecimento da realidade, o pesquisador, o sujeito que se aproxima da realidade, é um sujeito ativo, e não passivo e alheio. Nesse sentido, segundo essa visão, tanto o sujeito é alterado pela pesquisa quanto o objeto também é alterado por ele. Segundo tal perspectiva não há “neutralidade” na produção de conhecimento (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 39). As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social A compreensão da realidade demanda essencialmente uma compreensão da totalidade. A realidade é, em tese, resultado da totalidade de fenômenos e, portanto, não pode ser compreendida sob uma ótica segmentada, setorizada. “Totalidade significa: realidade como um todo estruturado, dialético, no qual ou do qual um fato qualquer (classes de fatos, conjunto de fatos) pode vir a ser racionalmente compreendido” (BEHRING; BOSCHETTI, 2010, p. 41). As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Método do conhecimento Método dialético Múltipla causalidade Totalidade Realidade oculta Concreticidade As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Vejamos a seguir a figura que retrata o método de conhecimento, de acordo com a perspectiva marxista Behring e Boschetti (2010) asseguram que todas as análises realizadas precisam considerar três elementos no que concerne ao conhecimento da política social, sendo eles: a natureza do capitalismo, devendo-se compreender o estágio de desenvolvimento capitalista apresentado e as estratégias de acumulação constituídas; o papel adotado pelo Estado no sentido de regulamentar as políticas sociais; e o papel das classes sociais no sentido de estimular a organização das políticas sociais. As perspectivas analíticas e teórico-metodológicas da política social Qual perspectiva analítica e teórico-metodológica amplia a concepção da estrutura da política social? a) Funcionalismo. b) Idealismo. c) Positivismo. d) Marxismo. e) Desenvolvimentismo. Interatividade Qual perspectiva analítica e teórico-metodológica amplia a concepção da estrutura da política social? a) Funcionalismo. b) Idealismo. c) Positivismo. d) Marxismo. e) Desenvolvimentismo. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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